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METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM DO SÉCULO XXI: INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Dalvana Inês Immig Kraemer Lithele Eluane Dill Maiara Carneiro Nicole Ayeni Sponchiado Flach Enoir Mayer - Tutor Externo Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Física (FSA0012) – Prática do Módulo V 11/07/2019 RESUMO Um dos desafios impostos à educação é a busca por metodologias ativas que permitam uma prática pedagógica eficiente que ultrapasse os limites da capacitação exclusivamente técnica e tradicional. As metodologias ditas ativas são aquelas em que o protagonismo do estudante fica mais evidente ao longo de todo o processo. O papel do professor também se altera, deixando de ser o centro do processo educativo e atuando como um mediador do conhecimento. O método da Sala de Aula Invertida, engloba a exploração e investigação em casa, tornando a sala de aula em um espaço dinâmico e interativo. O estudo de caso oportuniza e potencializa a argumentação do estudante, construindo conhecimento através de síntese. O potencial da metodologia de simulação está na capacidade de promover nos estudantes uma “compreensão profunda” das situações pedagógicas. O estudo do meio se baseia no estudo direto, de contexto natural e social de inserção do aluno, visando interdisciplinaridade em determinado problema. Concluímos que usar as Metodologias Ativas, deixa de ser o domínio de conceitos e passa a ser o desenvolvimento de competências e habilidades. Palavras-chave: Metodologias. Ensino. Aprendizagem. 1 INTRODUÇÃO A era da informatização provocou inúmeras mudanças na forma como interagimos com o mundo, alterando aspectos como relações políticas, econômicas e sociais. E como consequência, a educação também apresentou grande evolução, principalmente com a utilização das metodologias ativas de aprendizagem (PINTO, 2019). O processo de construção da educação já passou por várias tendências e métodos de ensino. Nesse contexto, um dos desafios impostos à educação é a busca por metodologias ativas que permitam uma prática pedagógica eficiente que ultrapasse os limites da capacitação exclusivamente técnica e tradicional, e alcance a formação de um indivíduo ativo como um ser ético, histórico, crítico, reflexivo, humanizado e capaz de transformar o espaço onde está inserido ( ZALUSKI E OLIVEIRA, 2018). A implantação de tais metodologias, não é tarefa fácil, no entanto, é o rumo que o cenário da educação está tomando, tendo em vista a era da tecnologia que estamos vivenciando. Manter o interesse do aluno, ter o máximo de aproveitamento do tempo e cumprir o currículo de ensino, são alguns dos desafios que vêm ao encontro das metodologias ativas. Neste trabalho, num primeiro momento, iremos esclarecer a concepção de metodologias ativas de aprendizagem e, em sequência, conceituar alguns métodos que podem ser adotados pelas instituições de ensino. 2 METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM Sabe-se que uma escola precisa ser baseada, acima de tudo no diálogo, na transmissão de informações. Antigamente quando se pensava em escola era associada à ideia de livros, conhecimento através dos mesmos, hoje já não se tem mais esse pensamento, pois o conhecimento está muito além dos livros, está sendo transmitido pelos meios de comunicações, por exemplo. Vê-se atualmente a insuficiência desse modelo, que se reflete na qualidade do ensino, na vontade de aprender de outras formas do aluno, assim como a do professor de poder passar seu conhecimento de diversas formas. Hoje em dia sabe-se que os alunos querem ser ouvidos e participar das decisões da escola, relatam dificuldade em aplicar seus aprendizados quando confrontados com diversas situações do cotidiano e desejam mais atividades práticas na escola. Porém, como são os nosso alunos do presente? Além de muito mais conectadas com os avanços tecnológicos do que muitos de nós, elas são muito mais autoconfiantes do que nós. Essa geração, que está o tempo todo em rede, tem a possibilidade de colaborar muito mais do que tivemos no passado, de diferentes formas e cada vez melhor. Sendo assim, para que a educação se transforme não basta transformar o que ensinamos, mas como ensinamos. É isso que se chama de Metodologias Ativas, um conjunto de práticas pedagógicas ancoradas numa nova educação e mais conectadas com as necessidades do século XXI. Diante da nossa realidade, do desinteresse do aluno pelo método de ensino antigo, as instituições de ensino têm buscado rever suas práticas pedagógicas. Porém essa mudança não acontece da noite para o dia. Ainda que toda metodologia seja ativa, em certa medida, pois exige tanto do professor quanto do estudante algum nível de presença cognitiva, as metodologias ditas ativas são aquelas em que o protagonismo do estudante fica mais evidente ao longo de todo o processo. O papel do professor também se altera, deixando de ser o centro do processo educativo e atuando como um mediador do conhecimento. Além de professor e estudante, das carteiras enfileiradas, passamos para salas multifuncionais, mobiliários flexíveis e com presença cada vez maior das tecnologias digitais. Talvez a maior e mais importante consequênciade todas essas mudanças fomentadas pelas Metodologias ativas seja a própria finalidade dos processos educacionais. O principal objetivo da aprendizagem deixa de ser o domínio de conceitos e passa a ser o desenvolvimento de competências e habilidades. Dessa forma, estamos preocupados não somente com o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, mas também com seu desenvolvimento social, emocional e cultural. 2.1 SALA DE AULA INVERTIDA O método da Sala de Aula Invertida, de acordo com Szuparits (2018) engloba a exploração e investigação em casa. Consequentemente, os alunos podem levantar mais hipóteses e buscar maiores explicações em sala de aula ou vice-versa. Aqui o professor pode utilizar ferramenta digitais como, por exemplo, vídeos, sites, notícias de jornais eletrônicos, jogos digitais, para introduzir um tema, reforçar um conteúdo ou despertar a curiosidade sobre determinado assunto com os alunos. Sob esse aspecto a sala de aula se torna um espaço dinâmico e interativo, através de atividades em grupo, debates e discussões, permitindo ao estudante obter conhecimento a partir de diferentes pontos de vista (ENSINO INTERATIVO, 2015). 2.2 ESTUDO DE CASO De acordo com Alves e Anastasiou (2004), o estudo de caso refere-se a análise objetiva e minuciosa de uma situação real que instiga e desafia a investigação. O estudo de caso oportuniza e potencializa a argumentação do estudante, construindo conhecimento através de síntese. A mobilização utilizada é determinante no envolvimento de todos na busca pela solução do caso proposto. Ele se torna ainda mais interessante quando o assunto é do contexto de vivência ou parte dela, ou mesmo quando o assunto é desafiador, pois estimula e mantém o aluno ligado e interessado.(ALVES e ANASTASIOU, 2004) 2.3 SIMULAÇÃO O elemento principal que diferencia a metodologia de simulação de outras metodologias é que se pré organizam estruturas conceptuais envolta das relações que integram as interações nas situações reais. Cada disciplina possui a sua própria estrutura de simulação. As simulações variam também de estilo e complexidade, podendo ir da simples simulação de uma lição, que requer apenas uma sala de aula e o seu material normal, à mais complexa tecnologia de simulação de voo aeroespacial em ausência de gravidade.(SOUSA, 2019) O potencial da metodologia de simulação está na capacidade de promover nos estudantes uma “compreensão profunda” das situações pedagógicas. A “compreensão profunda” é constituída pela experiência prática e pela análise vicariante, ou seja a reflexão sobre o que se observou. (SOUSA, 2019) Quando se pensa em utilizar a metodologia de simulação há sempre que se proceder a uma pequena reflexão e análise sobre os seus objetivos e a suas possibilidades de extensão aplicando os conhecimentos adquiridos na vida real: O que é que se pretende com a simulação? Em que é que difere da realidade? Quais são as variáveis que podem ocorrer? Quais são as partes positivas e as negativas? Para tanto seguem-se algumas etapas para construção de uma simulação: ● Formulação do problema; ● Construção do modelo concecional; ● Verificar a validade do modelo concecional; ● Programação da simulação; ● Condução e análise da simulação; ● Reflexão e conclusões 2.3.1 Técnicas de Simulação em Educação Um exemplo bastante usado é a Imitação. A imitação é a reprodução simples e espontânea de um modelo ou de um fenômeno qualquer. Na imitação, muitas vezes tentamos a reprodução exata, tal nunca é inteiramente conseguido, existindo sempre uma pequena diferença devida à forma de observação e de execução de quem imita. (SOUSA, 2019) A imitação, segundo Piaget, é sobretudo, manifestação da inteligência, contribuindo de modo significativo para o desenvolvimento cognitivo. “A imitação é o ato pelo qual um modelo é reproduzido (o que em nada implica a representação desse modelo, porquanto pode ser simplesmente “percebido”).” E a criança evolui de uma imitação em que apenas é capaz de imitar o que vê, para uma imitação “diferida”, isto é, em que é capaz de imitar algo que não está presente senão na sua imaginação (SOUSA, 2019) 2.3.2 O papel do professor Na simulação, o professor desempenha um papel quase igual ao de um realizador de cinema, procurando criar um contexto e uma ação o mais próximos possível da realidade. É o mentor, guia, tutor e indutor dos atores. É criativo, imaginativo e inventivo, devendo possuir uma vasta experiência prática, na vida real, no assunto que está a fazer simular. (SOUSA, 2019) Para obter uma boa performance das atividades de simulação, o professor procura sempre: - Desdobrar o programa da unidade curricular por capítulos, cada um com os seus objetivos claramente definidos e com a explicação detalhada de como utilizar a metodologia de simulação para os atingir; - Ler cuidadosamente todas as referências bibliográficas sobre os conteúdos programáticos e daí extrair os dados científicos que serão os objetivos e o suporte da simulação; - Estudar as disponibilidades da instituição quando se tratarem de simulações em determinados locais como ginásios, oficinas, laboratórios ou fora da instituição (autorizações, transporte, etc.); O objetivo dos modelos de simulação não é substituir os métodos formais tradicionais, mas de servir como seu complemento. A principal conclusão é a de que este modelo constitui uma técnica bastante eficaz, pois que os alunos adquirem com ele uma experiência muito semelhante à que experimentam na vida real. (SOUSA, 2019) 2.4 ESTUDO DO MEIO Esse estudo se baseia no estudo direto, de contexto natural e social de inserção do aluno, visando interdisciplinaridade em determinado problema. Condiciona ao contato com a realidade, propiciando a aquisição de conhecimento através de experiências de vida. Ele possibilita uma revisão e reflexão ao que se fundamenta a teoria do estudo. (ALVES e ANASTASIOU, 2004) Leva o aluno a criar um vínculo com a realidade, respondendo aos problemas de forma a buscar soluções aos ainda existentes. Revisando hipóteses, organizando e reorganizando dados, preparando o aluno a flexibilização diante do novo. Através disso a mobilização é imediata, levando a construção e elaboração de sínteses significativas.(ALVES e ANASTASIOU, 2004) Segundo Alves e Anastasiou (2004), a dinâmica da atividade se baseia em planejamento, execução do estudo conforme planejado e apresentação dos resultados. Dessa forma, se tornando possível avaliar a aprendizagem adquirida com tal metodologia. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Visto que a era da informatização vem provocando inúmeras mudanças na forma como interagimos com o mundo, alterando aspectos como relações políticas, econômicas e sociais. É consequência, a educação apresentar evolução, principalmente com a utilização das metodologias ativas de aprendizagem (PINTO, 2019). Antes a educação escolar vinha amparada por livros, e um estilo tradicional. Com a era tecnológica tomando força esse modelo antigo vem tornando-se insuficiente, e a resistência do professor a mudança reflete na qualidade do ensino, ou seja, o aluno perde interesse em aprender. Dessa forma, as Metodologias Ativas vem contribuir e ampliar as possibilidades e estratégias de ensino. Hoje em dia sabe-se que os alunos querem ser ouvidos e participar das decisões da escola, relatam dificuldade em aplicar seus aprendizados quando confrontados com diversas situações do cotidiano e desejam mais atividades práticas na escola. Porém, como são os nosso alunos do presente? Além de muito mais conectadas com os avanços tecnológicos do que muitos de nós, elas são muito mais autoconfiantes do que nós. Essa geração, que está o tempo todo em rede, tem a possibilidade de colaborar muito mais do que tivemos no passado, de diferentes formas e cada vez melhor.Com essas metodologias exige tanto do professor quanto do aluno presença cognitiva, as metodologias ativas terão o protagonismo do estudante e fica evidente ao longo de todo o processo. O papel do professor se altera, deixando de ser o centro do processo educativo e atuando como um mediador do conhecimento, o qual foi por muito tempo visto como real função do professor, “mediar conhecimento”. Concluímos que usando as Metodologias Ativas, independente de qual seja, entre as inúmeras existente, seja a evolução do processo educativo, ou seja, deixa de ser o domínio de conceitos e passa a ser o desenvolvimento de competências e habilidades. Dessa forma, estamos realmente nos preocupando não só com o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, mas sim com seu desenvolvimento social, emocional e cultural. REFERÊNCIAS ALVES, Leonir Passate; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Processos de Ensinagem na Universidade Pressupostos para as Estratégias de Trabalho em Aula. 3 ed. Editora Univille, Joinville, 2004. ENSINO INTERATIVO. Estratégias de Ensino: Sala de Aula Invertida. Volume Especial. p. 14-17. 2015. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/ei/article/download/57632/56174>. Acesso em: 02 jul 2018. HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2005. PINTO, Diego de Oliveira. Entenda a Importância e o Papel das Metodologias Ativas de Aprendizagem. Disponível em: <https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de- aprendizagem/>. Atualizado em 29 mai 2019. Acesso em: 09 jun 2019. SZUPARITS, Bárbara (org.). Crescer em Rede: Metodologias Ativas. Instituto Crescer: São Paulo, 2018. SOUSA, Alberto B. METODOLOGIA DE SIMULAÇÃO. Disponível em: <https://sites.google.com/site/albertobarrossousa/metodologias-de-educacao/metodologia- de-simulacao>. Acesso em: 01 jul. 2019. VASCONCELOS, M. L. M. Carvalho e BRITO, Regina Helena Pires. Conceitos de Educação em Paulo Freire: glossário. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. VASCONCELOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança.Por uma práxis transformadora. 7ª ed. São Paulo: Libertad, 2005. ZALUSKI, Felipe Cavalheiro; OLIVEIRA, Tarcisio Dorn. Metodologias Ativas: uma Reflexão Teórica sobre o Processo de Ensino e Aprendizagem. Congresso https://sites.google.com/site/albertobarrossousa/metodologias-de-educacao/metodologia-de-simulacao https://sites.google.com/site/albertobarrossousa/metodologias-de-educacao/metodologia-de-simulacao Internacional de Educação e Tecnologias e Encontro de Pesquisadores em Educação a Distância. (CIET/ EnPED) 26 jun – 13 jul 2018.