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PRÁTICA DE ENSINO: METODOLOGIAS INOVADORAS PARA O ENSINO

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PRÁTICA DE ENSINO: 
METODOLOGIAS 
INOVADORAS 
PARA O ENSINO 
PROFESSORES
Me. Camila Tecla Mortean Mendonça
Me. Rafael Alves Florindo
Esp. Janaina Aparecida de Freitas
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/1001
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. MENDONÇA, Camila Tecla 
Mortean, FREITAS, Janaina Aparecida, FLORINDO, Rafael Alves.
Prática de Ensino: Metodologias Inovadoras para o Ensino . 
Camila Tecla Mortean Mendonça, Janaina Aparecida de Freitas, 
Rafael Alves Florindo.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
168 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Metodologias 2. Inovadoras 3. Ensino. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenadores(as) de Conteúdo 
Gustavo Affonso Pisano Mateus
Éder Rodrigo Gimenes
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Henrique Coppola Cole
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Rossana Costa Giani
Revisão Textual
Carla Cristina Farinha
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho
Fotos
Shutterstock
CDD - 22 ed. 373.81 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-2056-4
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria 
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso 
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão 
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
DIREÇÃO UNICESUMAR
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenas de cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Me. Camila Tecla Mortean Mendonça
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual 
de Maringá (UEM), linha de Políticas e Gestão da Educação. Mestre em Educação no 
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
linha de História e Historiografia da Educação (2016). Especialista em Docência no Ensino 
Superior (2011), Gestão Escolar - Administração, Supervisão e Orientação (2012), Aten-
dimento Educacional Especializado - AEE (2014) e Educação a distância e as tecnologias 
educacionais (2014) pela Unicesumar. Graduada no Curso de Licenciatura e Bachare-
lado em Pedagogia (2008) e Licenciatura em História (2019) pela mesma instituição. É 
docente da Educação Básica da Rede Municipal de Ensino de Maringá e da Unicesu-
mar, nesta última, trabalha na Educação a Distância (EaD), orienta projeto de Iniciação 
Científica na área da Educação e é docente da Pós-graduação presencial. Participa do 
Grupo de Pesquisa EaD e as Tecnologias Educacionais - GPEaDTEC cadastrado no CNPq.
http://lattes.cnpq.br/4187832592319972
Esp. Janaina Aparecida de Freitas
É mestranda no Programa de Mestrado em Ciência da Computação na Universidade 
Estadual de Maringá (UEM) e cursa e cursando Licenciatura em Letras - Português/
Inglês, na UniCesumar. Especialista em MBA em Teste de Software pela Universidade 
UNICEUMA, (2012). Possui graduação em Informática pela Universidade Estadual de 
Maringá (2010). Atua como professora mediadora, professora conteudista, em grava-
ção de aulas ao vivo e gravação de aulas conceituais nos cursos do NEAD - Núcleo de 
Educação a Distância da UniCesumar, para os cursos de graduação de Sistemas para 
Internet, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da tecnologia da Informação 
e Engenharia de Software, nas disciplinas de Engenharia de Software, Design Gráfico, 
Tópicos Especiais, Gerenciamento de Software, Design de Interação Humano-Com-
putador, Projeto Implementação e Teste de Software, já há três anos. Experiência na 
iniciativa privada, na área de Análise de Sistemas e Testes de Software.
http://lattes.cnpq.br/4906244382612830
Me. Rafael Alves Florindo 
Mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações, na linha de pesquisa Edu-
cação e Conhecimento pela PPGECO - Unicesumar (2017). É especialista em De-
senvolvimento de Sistema para Web, pela UEM (2008). Graduado em Ciência da 
Computação na Faculdades Adamantinenses Integrada (FAI). Desde 2014, atua como 
professor mediador na Unicesumar.
http://lattes.cnpq.br/7246554526271622
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
PRÁTICA DE ENSINO: METODOLOGIAS 
INOVADORAS PARA O ENSINO 
Olá caro(a) aluno(a), tudo bem? É com muita satisfação que apresentamos a vocês a 
obra intitulada “Prática de ensino: metodologias inovadoras para o ensino”. Esta obra foi 
pensada e escrita especialmente para você, que, por meio da sua formação, tem buscado 
compreender o contexto contemporâneo da Educação em nosso país.
Você já deve ter ouvido dizer ou já deve ter dito que a Educação, ainda, é realizada 
nos moldes do século passado. Por que temos essa percepção? Será que, de fato, as 
aulas que são desenvolvidas nas instituições escolares continuam as mesmas ou nos 
mesmos moldes que eram ministradas no século passado? Se não mudaram, por que 
não conseguimos evoluir?
É, a partir desse contexto, que temos o objetivo de refletir sobre a prática pedagógica 
com base na utilização de metodologias ativas para o processo de ensino e de apren-
dizagem. Para isso, compreenderemos desde o que se entende por tecnologia até os 
modelos de metodologia ativas que temos atualmente, os quais podem ser utilizados 
na prática pedagógica, com ou sem o apoio da tecnologia.
Nesse sentido, na Unidade 1, refletiremos sobre o conceito de tecnologia a partir dos 
estudos de Álvaro Vieira Pinto e o significado de tecnologia em cada período histórico 
de nossa sociedade. Em seguida, conheceremos a história da Educação a Distância, 
desde o período em que a educação era realizada por meio de correspondência até 
os dias atuais.Encerraremos esta unidade de estudo, discutindo sobre a formação de 
professores para o século XXI.
Na Unidade 2, conheceremos os princípios das metodologias ativas e compreenderemos 
de que forma podemos utilizá-las em sala de aula. Realizaremos, também, uma análise 
dos métodos Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL e Aprendizagem Baseada em 
Projetos – ABP. Por fim, conceituaremos o Blended-learning e a sala de aula invertida.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na Unidade 3, compreenderemos os Recursos Educacionais Abertos (REA) e a forma 
que ocorre a Aprendizagem informal, Adaptive Learning e Big Data na educação; ainda, 
veremos o que são e como podem ser utilizados o Mobile Learning e os jogos digitais, 
e, por fim, realizaremos uma discussão sobre o Ensino Híbrido, que é uma tendência 
na área da educação.
Na Unidade 4, mostraremos os aplicativos para o uso na educação e explicaremos a 
forma que o professor pode trabalhar com esses aplicativos no processo de ensino e 
de aprendizagem. Compreenderemos, também, a maneira que o Facebook pode ser 
utilizado na Educação, contribuindo para o processo de aprendizagem dos alunos. Por 
fim, discutiremos sobre a utilização do YouTube como uma alternativa ao ensino nas 
salas de aula.
Por fim, na Unidade 5, refletiremos sobre como inovar no processo de ensino e de 
aprendizagem; para isso, responderemos a seguinte questão: é possível fazer uma aula 
diferente utilizando as metodologias ativas e não utilizar a tecnologia?
Assim, caro(a) aluno(a), esperamos que as discussões suscitadas aqui, levem-no a refle-
tir sobre o papel do professor no processo de ensino e de aprendizagem, este que se 
mostra, cada dia mais, carente de estudos e de adoção de metodologias que tornem o 
processo de ensino e de aprendizagem mais significativo para nossos alunos.
Ótimos estudos!
Um forte abraço,
Profa. Me. Camila Tecla, Profa. Esp. Janaina Aparecida de Freitas e Prof. Me. Rafael Alves 
Florindo.
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos. 
explorando ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
ASPECTOS HISTÓRICOS 
E METODOLÓGICOS DA
EAD E AS 
TECNOLOGIAS 
EDUCACIONAIS
NO BRASIL
10
CONCEITOS E 
PRINCÍPIOS DAS
METODOLOGIAS 
ATIVAS
39
68
RECURSOS
EDUCACIONAIS
110
APLICATIVOS
EDUCACIONAIS
136
INOVAÇÃO NA 
APLICAÇÃO DAS 
METODOLOGIAS
159
CONCLUSÃO GERAL
1
ASPECTOS HISTÓRICOS 
E METODOLÓGICOS DA
EAD E AS 
TECNOLOGIAS 
EDUCACIONAIS
no Brasil
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Álvaro Vieira Pinto e o conceito 
de tecnologia • Breve histórico da Educação a Distância no Brasil: o passado e presente • A formação 
de professores para o século XXI.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Refletir sobre o conceito de tecnologia a partir dos estudos de Álvaro Vieira Pinto, a fim de compreen-
der o que a tecnologia significou, em cada período histórico, para a sociedade • Conhecer o percurso 
histórico que a Educação a Distância teve no Brasil, desde o período do ensino por correspondência 
até os dias atuais com a utilização das plataformas digitais • Analisar as implicações em torno da for-
mação de professores para o século XXI, a fim de compreender quais mudanças são necessárias para 
atender a escola do século XXI.
PROFESSOR
Me. Camila Tecla Mortean Mendonça
INTRODUÇÃO
Olá caro(a) aluno(a), tudo bem? Iniciaremos os nossos estudos da disci-
plina Prática de Ensino: Metodologias Inovadoras para o ensino, come-
çando a nossa discussão sobre os aspectos históricos e metodológicos 
da Educação a Distância e Tecnologias Educacionais.
Veremos o conceito de tecnologia, a partir dos estudos de Álvaro 
Vieira Pinto, um intelectual e filósofo, que se destacou por sua posição 
política e nacionalista no século XX. Seus estudos culminaram na pu-
blicação da obra “O Conceito de Tecnologia”, em dois volumes, escrito 
em 1975. Os seus escritos foram encontrados após a sua morte e publi-
cados por sua família, postumamente. Nestes, o autor faz uma análise 
do homem e sua relação com a sociedade na década de 1970, no entanto 
seus estudos nunca se mostraram tão atuais.
Em seguida, compreenderemos a história da Educação a Distância – 
EaD, desde o que consideramos as primeiras experiências de educação 
a distância, como a invenção da imprensa no século XV, na Alemanha, 
passando pelo ensino por correspondência, ensino radiofônico, os te-
lecursos veiculados pela televisão e com a criação da Word Wide Web, 
até o ensino por meio da internet. Hoje, a tecnologia possibilita que 
qualquer pessoa possa estudar, mesmo que ela esteja a quilômetros de 
distância da sua instituição de ensino.
Encerraremos as nossas discussões, nesta unidade, com a aborda-
gem em torno da formação de professores para o século XXI. Partindo 
de tudo o que foi abordado nesta unidade, o questionamento que fica é: 
qual é o papel do professor no século XXI? Para responder a esta com-
plexa questão, levantaremos algumas problemáticas que nos levarão a 
compreender que o papel do professor nunca se fez tão importante no 
processo de ensino e de aprendizagem. Então, convido-o a iniciar os 
nossos estudos, vamos lá?
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ÁLVARO VIEIRA PINTO 
E O CONCEITO DE 
TECNOLOGIA
O que é tecnologia? Essa pergunta parece não carecer mais de resposta quando 
pensamos nos dias atuais: estamos rodeados de computadores, smartphones, 
tablets, sistemas de informação, redes 4G, televisões de alta definição e iPods, 
por exemplo. Mas será que podemos considerar tecnologia somente estes itens?
Tecnologia é definida, pelo dicionário, como o “conjunto de processos, méto-
dos, técnicas e ferramentas relativos a arte, indústria, educação. Conhecimento 
técnico e científico e suas implicações a um campo particular” (MICHAELIS, 
2019, on-line)1. Partindo dessa definição, podemos entender que tecnologia não 
se resume, somente, aos itens elencados anteriormente.
A tecnologia sempre esteve presente no desenvolvimento do ser humano, 
desde os primórdios, com o homem primitivo, que, em busca da sua sobrevivên-
cia, utilizou diversos artefatos que estavam disponíveis, como ferramentas que o 
auxiliaram na realização de tarefas que não seriam possíveis de serem realizadas, 
somente com a utilização das mãos. A tecnologia, ao mesmo tempo que expan-
dirá a intervenção do homem no mundo, ela o auxilia no processo de adaptação 
ao meio e na produção do seu próprio alimento, dessa forma, contribuindo para 
o desenvolvimento cognitivo (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Ao longo da história, é possível observar diferentes artefatos tecnológicos que 
foram confeccionados e utilizados pelo homem em diferentes culturas e partes 
do mundo. Nesse sentido, assim como cada grupo possui sua cultura, cada grupo, 
também desenvolveu seus próprios artefatos, levando em consideração, as suas 
necessidades, seu modo de vida e a sua concepção de mundo.
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Caro (a) aluno (a), se obser-
varmos a história da civili-
zação ocidental, que se ini-
cia na Europa, percebemos 
que muitos artefatos tecno-
lógicos foram criados a par-
tirdos conhecimentos que 
se tinha no período e que 
foram suficientes para as 
criações e atendimento das 
necessidades humana. Um 
exemplo disso é a criação 
da imprensa por Johannes 
Guttenberg, na Alemanha, 
no século XV. Ela é instru-
mento que permitiu a cópia 
de livros, jornais e panfletos 
de forma rápida e eficiente, 
diferente do sistema ante-
rior, os manuscritos. Essa 
tecnologia revolucionou 
vários setores da sociedade, 
tendo em vista que a infor-
mação passou a ser divulga-
da de forma rápida e ampla.
Os artefatos criados pelos povos primitivos para o desenvolvimento das suas atividades 
cotidianas eram, em sua grande maioria, ferramentas complexas fabricadas de pedra, ou 
seja, pedaços de rochas que foram lapidadas com formato pontiagudo, que os ajudavam 
na caça, na pesca, no corte de objetos e na escavação de buracos. Dessa forma, esse tipo 
de ferramenta aumentava a chance de sucesso nas caçadas.
Fonte: a autora.
explorando Ideias
Figura 1 - Mosaico com invenções tecnológicas que 
mudaram a humanidade / Fonte: Pixabay.
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Outras invenções humanas também modificaram a forma como a humanidade se 
desenvolveu ao longo da história, como, por exemplo, a energia elétrica e o uso da 
pólvora, que, dentre outras, não contribuem para os avanços somente, mas também 
para a eclosão das grandes revoluções, como a Revolução Francesa e a Revolução 
Industrial. Independente da tecnologia e da sua utilização, é importante destacar 
que estas permitem que o homem se adapte à natureza e que o auxiliam, diariamen-
te no desenvolvimento das suas tarefas (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
 “ O homem é um ser destinado a viver necessariamente na nature-za. Apenas, o que se entende por “natureza” em cada fase histórica corresponde a uma realidade diferente. Se no início era o mundo 
espontaneamente constituído, agora que o civilizado consegue cer-
car-se de produtos fabricados pela arte e pela ciência, serão estes que 
formarão para ele a nova “natureza” (PINTO, 2005, p. 37).
Nas últimas décadas, com a internet e a criação da Word Wide Web, a sociedade se 
deparou com uma nova forma de se comunicar e de estabelecer relações sociais, 
ou seja, teve que se adaptar com uma nova realidade. Esses recursos também 
influenciaram na Educação, que se deparou com o desafio de se apropriar da 
tecnologia, com a finalidade de inseri-la no processo de ensino e de aprendizagem 
dos alunos, um exemplo disso é a educação na modalidade a distância (MEN-
DONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Pinto (2005), ao discutir o conceito de tecnologia, realiza a descrição do homem 
dentro do processo de hominização, sob duas perspectivas: pela capacidade humana 
de projetar e pela formação de um ser social, característica essencial para que o que 
foi projetado seja construído. Nesse contexto, ao considerar essas duas perspectivas, 
o autor “apresenta o conceito de filosofia da técnica, a qual consiste na arte de sempre 
fazer algo novo. Diante disso, o autor destaca a importância da técnica como liberta-
dora, ressaltando a necessidade de o homem ser o agente do seu ambiente e da sua 
qualidade de vida” (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016, p. 318).
A fim de que o homem seja agente do seu ambiente, Pinto (2005) defende que 
é preciso romper com a ideia de que a tecnologia é um recurso que poucos detém 
e que os países menos desenvolvidos devem receber as inovações tecnológicas e 
não as produzir. Essa mudança da dinâmica possibilitará que o desenvolvimento 
econômico ocorra em nível global, mas é necessário modificar a sociedade. Assim, 
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é preciso que se estabeleça uma relação entre o homem e a sociedade, onde este 
possa ter acesso aos recursos tecnológicos e possa controlar a sua realidade, mais 
do que isso, é preciso a criação de uma consciência crítica sobre as mudanças da 
realidade (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016). 
Pinto (2005) critica a utilização do termo “era tecnológica”, pois esse termo ex-
pressa os avanços realizados somente na atualidade, desconsiderando os avanços 
tecnológicos obtidos pela humanidade no decorrer da sua existência. É impor-
tante destacar, caro (a) aluno (a), que podemos entender o termo “era tecnológica” 
como uma expressão de dominação, se pensarmos que temos vários níveis de 
tecnologias em nosso planeta e, que os países desenvolvidos, fazem apropriação 
inadequada das riquezas que são produzidas nos países menos desenvolvidos.
 “ Diante desse processo, promove-se então uma seleção natural entre os mais fortes considerados como países desenvolvidos em detrimentos daqueles que não desenvolvem-se tecnologicamente, 
os periféricos. Para alguns países, cabe a criação das tecnologias e 
para outros, o seu consumo ainda que, de forma passiva e lenta, em 
alguns casos, envelhecidas e ultrapassadas pelas realizações verda-
deiramente vanguardistas. Incute-se na mentalidade das pessoas 
que vivem nesses países, o caráter imperioso e irremissível dessa 
situação. Enquanto aos países periféricos resta ainda, a fabricação 
da tecnologia que produz uma falsa crença de estarem fazendo parte 
da inserção ao mundo tecnológico (IGLESIAS et al., 2018, p. 557).
É preciso romper o círculo de co-dependência entre países desenvolvidos e países 
menos desenvolvidos, assim como com a falsa ideia de que todos podem partici-
par das decisões que são tomadas sobre o futuro das nações. Para Pinto (2005), 
é essencial que todos participem das discussões e decisões, não há como abrir 
mão. Deve haver a conscientização do estágio em que estamos vivendo: a técnica 
e a sua influência no processo de mecanização do trabalho.
O que é preciso para que os países menos desenvolvidos passem a ser independentes na 
criação e na produção de tecnologia se libertando da dependência dos países desenvolvidos?
pensando juntos
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Assim, na perspectiva do autor, estamos no estágio do conhecimento onde 
“tudo o que é consumido faz parte da dinâmica e da estrutura econômica e 
política da sociedade, ou seja, tudo o que é produzido, criado, fabricado, faz 
parte da expressão da sua realidade e das suas necessidades contextualizada 
historicamente” (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016, p. 318).
É somente o homem que detém o status de ser pensante ou esta qualidade 
também pode ser atribuída à máquina? Pinto (2005), ao responder esse ques-
tionamento, reflete que a criação da máquina se justifica socialmente, pois, 
ao mesmo tempo que é fruto do desenvolvimento social e do pensamento 
humano, reflexo da sua cultura, é criação humana; portanto, o homem tam-
bém é consumidor da sua criação, dessa forma, ele, ao mesmo tempo que é 
criador, também, é consumidor.
O conceito de tecnologia e a educação a distância
Da mesma forma que Pinto 
(2005) estabelece, em seus es-
tudos, a relação entre o homem 
e a técnica, a fim de que, por 
meio da utilização da técnica, 
faça mudanças em seu ambien-
te, a EaD também busca, por 
meio da relação entre homem 
e tecnologia, levar o indivíduo 
a ter domínio sobre o ambien-
te e, nele, promover mudanças, 
desenvolvendo, assim, as suas 
capacidades cognitivas. Nes-
se contexto, a EaD surge como uma modalidade de ensino na qual é vista 
como uma alternativa ao modelo de ensino presencial, destacando-se pela 
sua flexibilidade, realização de atividades, de forma síncrona e assíncrona 
remotamente, ao buscar desenvolvimento de maior autonomia pelo aluno 
(MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
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A EaD não é um modismo tecnológico, pois estamos falando de uma mo-
dalidade de ensino que data de mais de dois séculos a sua existência; no entanto, 
é preciso destacar que a sua expansão se deu a partir da década de 1990, impul-
sionada pelo surgimento de grandes universidades que procuravam reproduzir 
o modelo da Universidade Aberta de Londres, fundada em 1969. Os governos 
começaram a se interessar por essa modalidade de ensino, pois havia a necessida-
de de atender as pessoas que não possuíam acesso ao ensino superiorpresencial, 
então, nesse sentido, a EaD permitiu que uma grande quantidade de alunos fosse 
atendida com baixo custo (MENDONÇA, 2016).
Para além, a EaD é muito mais do que a utilização da tecnologia em sala de 
aula, são processos mais complexos que envolvem interatividade, relação entre 
professor e aluno, bem como o processo de ensino e de aprendizagem. Assim, de 
acordo com os estudos de Niskier (1999), destacamos que a educação ofertada, 
na modalidade a distância, deverá capacitar os seus alunos para:
Figura 2 - Resolução de problemas a longo prazo (A), Reduzir as incertezas (B), Focar nos 
objetivos possíveis de serem alcançados (C), Enriquecer a experiência no processo educativo 
(D) e Desenvolver habilidades e competências (E) / Fonte: Pixabay.
A EaD, além de capacitar seus alunos, possui, também, o objetivo de: democrati-
zar o acesso à educação; antecipar os possíveis tipos de educação que podem ser 
implantados; permitir a flexibilidade; “propiciar a utilização de diversos recursos 
de multimídia; promover a autonomia do aluno; educar para a construção do 
conhecimento” (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016, p. 5). 
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Para Belloni (2001, p. 3), a EaD é “uma modalidade de educação extrema-
mente adequada e desejável para atender às novas demandas educacionais 
decorrentes das mudanças na nova ordem econômica mundial”, que está, cada 
vez mais presente, no contexto educacional de nossa sociedade. Assim, a EaD 
está, gradualmente, mais próxima de ser uma modalidade de ensino que irá 
regular os sistemas de ensino, tornando-se importante para o atendimento de 
grupos específicos, na oferta do ensino superior e na formação continuada.
Nesse contexto, Mendonça (2016, p. 103-104) enfatiza que a EaD
 “ [...] se gere em um contexto de novos sujeitos, oriundo das mu-danças ocorridas nas relações entre cidadania, aprendizagem e trabalho. Nesse cenário, estes novos sujeitos deverão apresentar 
alguns saberes estratégicos para a vida cidadã em um contexto 
democrático como trabalhar em grupo, localizar informações e 
utilizá-las com criatividade, serem críticos quanto aos meios de 
comunicação, compreenderem o seu meio e saberem atuar nele 
e dominar as linguagens.
Em meio a complexidade em que a educação a distância se apresenta, ainda, 
encontramos muita resistência, preconceito e concepções de que fazer um 
curso, na modalidade a distância, significa reduzir os conteúdos que são tra-
balhados na modalidade de ensino presencial. Acreditamos que, para ensinar 
e aprender, por meio da EaD, não é algo simples, pois demanda planejamen-
to, elaboração de material com linguagem dialógica (a fim de que os alunos 
consigam compreender os conceitos e conteúdos) e, sobretudo, planejamento 
e disciplina. Do aluno da EaD é exigido disciplina de estudo, pró-atividade 
e autonomia, uma vez que professores e alunos estão distante fisicamente 
(MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
É importante ressaltar que a tecnologia e a educação a distância são uma 
realidade, no entanto, temos que ter consciência de que a tecnologia que é de-
senvolvida pelo é para o homem, assim, é necessário que ela não fique restrita, 
somente, a uma parcela da população. São necessárias ações governamentais, 
por meio de políticas econômicas e sociais, que vão desde a oferta de internet 
gratuita até o letramento digital. Somente, assim, a tecnologia poderá ser uma 
realidade a toda a população.
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A história da Educação possui muitos exemplos de uma educação remota, no 
entanto, destacaremos, nesse estudo, os projetos que são considerados precursores 
do ensino na modalidade a distância no Brasil. Há vários autores, estudiosos da 
Educação, que possuem opiniões diversas sobre as experiências que são conside-
radas pioneiras do ensino na modalidade a distância, assim, você poderá encon-
trar autores que remontam a época do século I d.C., considerando as escrituras 
da bíblia como a primeira experiência, por exemplo.
Consideramos a invenção 
da imprensa, no século XV, por 
Johannes Guttenberg, na Alema-
nha, como a primeira experiên-
cia do ensino a distância, tendo 
em vista a possibilidade que essa 
invenção possibilitou para o pro-
cesso de ensino. Com a imprensa, 
tornou-se possível o estudo sem 
ir à escola, o que, anteriormente, 
não era viável, devido ao alto cus-
to dos livros, que eram manuscri-
tos (MENDONÇA, OLIVEIRA, 
COSTA, 2016).
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BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO
A DISTÂNCIA 
NO BRASIL: 
o passado e presente
Figura 3 - Johannes Guttenberg / Fonte: shutterstock.
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Posteriormente a este marco, outras experiências foram registradas, como um 
curso de Taquigrafia, anunciado pelo professor Pitman, no século XVIII, em 
Boston, por meio de um jornal, o qual oferecia o ensino por correspondência. 
Esse curso foi o primeiro curso regular de taquigrafia por correspondência, 
ofertado em 1840. Temos, também, os registros de oferta de cursos na Ingla-
terra, Alemanha, Estados Unidos e Suécia.
Figura 4 - Inglaterra, em 1840; na Alemanha, em 1856; nos Estados Unidos, em 1874; e na 
Suécia, em 1883 / Fonte: Pixabay.
A grande expansão da educação na modalidade a distância, no entanto, deu-
-se, principalmente, na Espanha, na Inglaterra e na França, com destaque para 
o Centre National de Enseignement a Distance e a Universidad National de 
Educación a Distance (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
No Brasil, as primeiras experiências do ensino a distância que se tem re-
gistro, datam da década de 1850, quando agricultores e pecuaristas de origem 
europeia aprendiam técnicas de como plantar, ou a melhor forma de cuidar 
do rebanho, por meio da correspondência. Posteriormente, em 1904, temos 
registros de cursos pagos, ofertados por instituições internacionais, por meio 
do ensino por correspondência. 
Consideramos, como marco do início da Educação a Distância – EaD no 
Brasil, no entanto, a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, no ano de 
1923, por um grupo liderado por Henrique Morize e Edgar Roquette-Pinto, o qual 
possuía, como objetivo, oferecer educação a toda a população, utilizando, como 
meio, o moderno sistema de radiodifusão, o qual estava sendo utilizado no Brasil 
e em todo mundo. Nesse contexto, a partir da fundação da Rádio Sociedade do 
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Rio de Janeiro, passou-se a transmi-
tir programas educativos, que obteve 
uma boa repercussão (MENDON-
ÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Nos anos que se seguiram, outras 
instituições foram surgindo: o Insti-
tuto Monitor (1939), o Instituto Uni-
versal Brasileiro (1941) e o Instituto 
Adventista (1943).
Vale destacar que o Instituto 
Universal Brasileiro possuía como 
objetivo a formação na etapa do En-
sino Médio, e o Instituto Adventista 
criou o Programa “A voz da Profecia” 
por meio da transmissão via Rádio 
Postal. As aulas eram repassadas pe-
las instituições, os programas eram 
gravados em discos de vinil e trans-
mitidos pelos radiopostos, três vezes 
na semana. Nos dias em que as aulas não eram transmitidas, os alunos estudavam 
os materiais impressos e corrigiam os exercícios com a ajuda dos monitores.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac iniciou as suas 
atividades e desenvolveu a “Universidade no Ar”, em 1946, nas cidades do Rio 
de Janeiro e São Paulo. A adesão à universidade foi tamanha que, em 1950, já 
abrangia 318 localidades e 80 alunos. Em 1973, seguindo o modelo da Universi-
dade de Wisconsin, localizada nos Estados Unidos, iniciou a oferta de cursos por 
correspondência (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Em 1959, surgiu o Movimento de Educação de Base – MEB, após a estreia 
de programas de rádio ofertados pela Igreja Católica na Diocese de Natal, no 
estado do Rio Grande do Norte. O MEB possuía, como objetivo, apoiar os jovens 
e adultos que não eram alfabetizados e que gostariam de se alfabetizar por meio 
das “escolas radiofônicas”, a fim de promover a esta população, a promoção da 
educação, da conscientização, da politização e da educaçãosindicalista. A preocu-
pação desse movimento estava em alfabetizar a população que compunha a classe 
menos favorecida da sociedade, no entanto foi suprimido devido a repressão 
política e ao Golpe Militar de 1964 (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Figura 5 - Organograma destacando os primei-
ros institutos a ofertar educação na modalida-
de a distância: Instituto Monitor (1939), Instituto 
Universal Brasileiro (1941) e o Instituto Adven-
tista (1943) / Fonte: a autora.
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Em 1962, tivemos a fundação da escola denominada Ocidental School, uma 
escola americana voltada para a área da eletrônica, a qual possuía alunos re-
sidentes no Brasil e em Portugal. Em seguida, tivemos a criação do Instituto 
Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, que ofertava cursos na mo-
dalidade a distância, por meio do ensino por correspondência, no ano de 1967.
Na década de 70, o Governo Federal implementa o projeto intitulado Mi-
nerva, que possuía como objetivo a formação na etapa da Educação Básica, 
utilizando o rádio. É preciso destacar, caro(a) aluno(a), que, nesse período, 
o Brasil possuía altos índices de analfabetismo e, nesse sentido, era preciso 
nivelar a taxa de escolarização no país e levar a população a desenvolver as 
suas habilidades enquanto ser humanizado, levando-os a se socializarem e se 
integrarem à sociedade. 
O projeto Minerva foi elaborado a partir de um convênio firmado entre 
a Fundação Padre Landell de Moura e a Fundação Padre Anchieta, com o 
intuito de produzir textos e programas para o convênio entre o Governo Fe-
deral e a Inglaterra. Como parte do projeto, o Brasil enviou para a Inglaterra 
o conselheiro Newton Sucupira, em 1972, para que liderasse um grupo de 
educadores; o resultado foi o desenvolvimento de um relatório que marcou 
a postura tradicional do país quanto às mudanças no sistema educacional, o 
que dificultou a implantação da Universidade Aberta e a Distância no Brasil 
(MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Devido a intervenção do Governo Militar na década de 70, a Educação a 
O Período de Ditadura Militar (1964 – 1985), pelo qual o Brasil passou, suprimiu, não 
somente os movimentos e os programas que envolviam a Educação, na modalidade a 
distância, mas o processo educativo como um todo. Nesse período, tivemos uma desva-
lorização do planejamento e de professores, pois estes eram, apenas, executores do pla-
nejamento, que era elaborado por uma equipe de especialistas; nesse sentido, os conteú-
dos trabalhados não possuíam relação com as vivências dos alunos. A valorização estava 
na técnica, no processo de ensino.
Fonte: a autora (2019).
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Distância sofreu grande resistência e, teve, assim, muitos de seus projetos extintos 
e outros reformulados até meados da década de 80. De acordo com os dados do 
Ministério da Educação – MEC, no final da década de 1970, a educação a distân-
cia era ofertada por meio de 31 instituições de ensino, localizadas somente nos 
estados de São Paulo e Rio de Janeiro (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Em 1976, foi criado o Sistema Nacional de Teleducação. O programa teve 
início por meio do ensino por correspondência, e, posteriormente, a sua oferta 
passou a ser realizada por meio do rádio e da televisão também. No decorrer dos 
seus 12 anos de serviços ofertados, o Sistema alcançou a marca de oferta de 40 
cursos diferentes e a matrícula de mais de 1.400.000 mil alunos (MENDONÇA, 
OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Em 16 de janeiro de 1978, foi ao ar o primeiro episódio do Telecurso, veicu-
lado pela Fundação Roberto Marinho; os cursos ofertados pela televisão, tam-
bém constituem-se como um belo exemplo de experiência quanto ao ensino a 
distância no Brasil. As Teleducações ou Telecursos, ofertados pelas instituições 
privadas e não-governamentais, iniciaram a veiculação dos cursos supletivos na 
modalidade a distância, na década de 70, por meio das transmissões de aulas, 
via satélite, complementadas com materiais impressos. Nesse período histórico, 
o Brasil foi considerado um dos líderes na oferta de formação na modalidade a 
distância, com destaque ao Projeto Saci e ao Projeto Minerva, que capacitavam 
professores que possuíam, apenas, a formação em nível médio, magistério (MEN-
DONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Nesse período, registrava-se, no Brasil, a oferta de muitos cursos, que ofere-
ciam as suas instruções por meio de vídeos, fitas K-7 e programas de computa-
dores. Somente no final da década de 1980 e início da década de 1990, foi que a 
EaD obteve um grande avanço, devido a dois fatores principais: a informatização 
e a difusão da língua estrangeira.
De 1988 a 1991, devido aos avanços na comunicação e ampliação ao acesso 
à internet, a informatização e a reestruturação do Sistema de Teleducação se 
efetivou. Em 1995, temos a criação do Centro Nacional de Educação a Distân-
cia – CEAD, pelo Departamento Nacional de Educação, órgão este que ficaria 
responsável pela EaD (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016).
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Depois das experiências que deram início ao ensino a distância no Brasil, 
em 1923, consideramos, também, como marco histórico, na história da Edu-
cação no Brasil, a criação do Telecurso 2000, também, pela fundação Roberto 
Marinho, na década de 90, que agregava programas veiculados pela emissora 
Globo e materiais impressos. Por meio desses programas, toda a população 
poderia concluir as etapas do Ensino Fundamental e Médio assistindo as 
aulas, estudando os materiais e realizando as avaliações que eram ofertadas 
pelas Secretarias de Educação de cada município. Essa formação, somente era 
possível, devido ao fato de que o Telecurso 2000 cumpria as exigências esta-
belecidas nas Diretrizes Curriculares, elaboradas pelo MEC (MENDONÇA, 
OLIVEIRA, COSTA, 2016).
Na década de 90, também, temos a criação da Universidade Aberta de 
Brasília, por meio da promulgação da Lei n. 403 de 1992 (BRASIL, 1992), um 
passo gigante, que atingiu três campos distintos da Educação:
 “ Ampliação do conhecimento cultural: organização de cursos específicos de acesso a todos; Educação continuada: reciclagem profissional às diversas categorias de trabalhadores e àqueles 
que já passaram pela universidade; Ensino superior: abrangen-
do tanto a graduação como a pós-graduação (BARROSO et al., 
2014, p. 5).
Caro(a) aluno(a), na década de 90, tivemos significativas mudanças na Edu-
cação e, isso, se deve ao fato de que o Brasil vivia um momento político e 
econômico que mudaria os rumos de nosso país. Para que o Brasil saísse 
da crise econômica que assolava o país, com altos índices de desemprego e 
hiperinflação, a saída encontrada foi a adoção das políticas neoliberais e a 
abertura do país ao capital externo. A partir desse momento, o Brasil passou 
a sofrer influências dos organismos internacionais na elaboração das políticas 
públicas, um dos pré-requisitos para o recebimento de investimento externo 
do Fundo Monetário Internacional – FMI.
Em síntese, vejamos, na linha do tempo a seguir, os fatos relacionados ao 
contexto político e econômico, no que concerne as mudanças na educação 
deste período:
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Figura 6 - Linha do tempo dos acontecimentos políticos relacionados à educação / Fonte: a autora.
Dentre todos os movimentos observados na década de 1990, a aprovação da 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei n. 9.394 de 1996 
(BRASIL, 1996a), consiste na maior mudança que tivemos na Educação até o ano 
de 2018, quando tivemos a Reforma do Ensino Médio. A LDBEN trouxe, em seu 
texto, a educação a distância como uma modalidade de ensino, o reconhecimento 
que tanto esperávamos e que, muito, contribuiu para a formação profissional de 
muitas pessoas, assim como para a expansão dessa modalidade de ensino no país, 
nos anos que se seguiram. Para Marques (2004), a LDBEN oficializou a educação 
a distância como uma modalidade de ensino válida e que poderia ser ofertada 
em todos os níveis de ensino.
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 “ Pela primeira vez, na história da legislação ordinária, o tema da EAD se converte em objeto formal, consubstanciado em quatro artigos que compõem um capítulo específico: o primeiro determina a ne-
cessidade de credenciamento das instituições; o segundo define que 
cabe à União a regulamentação dos requisitos para registro de di-
plomas e o terceiro disciplina a produção, o controle e a avaliação 
de programas de educação a distância, e o quarto faz referência a 
uma política de facilitação de condições operacionais para apoiar 
a sua implementação (VIANNEY; TORRES; SILVA; 2003, p. 32).
A fim de que a educação a distância pudesse ser gerida, em 1996, tivemos a criação 
da Secretaria de Educação a Distância – SEED, dentro da pasta do Ministério 
da Educação, por meio do Decreto n. 1.917 de 1996 (BRASIL, 1996b), e sua ex-
tinção ocorreu em 2011. O Objetivo dessa secretaria era o de apoiar a educação 
a distância, com o intuito da educação ser democratizada a toda a população, 
elevando seu grau de qualidade e abrangência para todos os níveis de ensino 
(BRASIL, 1996b).
A partir dos anos 2000, tivemos um acentuado crescimento da educação a 
distância no país, que passou a ser ofertada pelas instituições de ensino, insti-
tuições privadas principalmente, que, também, aumentaram significativamente.
Aluno(a), neste QR code, você assistirá um vídeo sobre o cenário contempo-
râneo da educação a distância, que trata da mudança legislativa dos 20%-
40% de carga horária no ensino superior à distância, das projeções futuras e 
da legislação a esse respeito para a educação básica. 
conecte-se
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A partir das mudanças de nossa sociedade, as quais discutimos até aqui, enquanto 
futuros professores, vocês devem estar se questionando: como eu devo me pre-
parar para a docência frente às mudanças tecnológicas as quais estão presentes, 
cada dia mais, na Educação? Essa questão não é simples de ser respondida e, para 
isso, muitos pesquisadores e instituições de ensino tem se dedicado aos estudos 
da formação de professores em nível superior, a fim de que a formação de profes-
sores acompanhe as mudanças da sociedade, mudanças essas que influenciam no 
processo de ensino e de aprendizagem dentro das instituições escolares.
A grande transformação, na Educação Superior, iniciou pela revolução que as 
Tecnologias da Informação e Comunicação causaram na sociedade. Dessa forma, 
três eixos do ensino superior foram atingidos: o da construção e socialização do 
conhecimento; da valorização do processo de aprendizagem e da formação de 
profissionais competentes e cidadãos.
Figura 7 - Construção e socialização do conhecimento (A); a valorização do processo de apren-
dizagem (B); e a formação de profissionais competentes e cidadãos (C) / Fonte: Pixabay.
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A FORMAÇÃO DE 
PROFESSORES 
PARA O SÉCULO XXI
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Caro(a) aluno(a), se pensarmos na educação em um passado não muito distante, os 
conhecimentos eram produzidos somente nas universidades, e o acesso a esses conhe-
cimentos eram realizados por meio das bibliotecas ou dos professores. E, atualmente, 
onde o conhecimento é produzido? De que forma temos acesso a esse conhecimento?
Primeiramente, é preciso diferir conhecimento de informação. Conhecimento, 
de acordo com o dicionário, significa ato ou o efeito de conhecer, o ato de perceber 
ou compreender, por meio da razão e/ou da experiência. Já a informação é o ato ou 
o efeito de informar-se por meio de notícia, da ciência. Assim, podemos afirmar que 
o conhecimento ocorre quando a informação é aplicada.
Atualmente, o conhecimento pode ser produzido em todos os lugares e pode ser 
acessado por todos, em tempo real, de forma simultânea e imediatamente. As barrei-
ras foram sobrepostas, tanto que alunos e pesquisadores podem ser colocados em 
contato direto (MASETTO, 2014). Dessa forma, nenhum professor pode, atualmente, 
pretender dominar todo o conhecimento de sua área e transmiti-lo de forma orga-
nizada e resumidamente para seus alunos, pois estes possuem aparelhos eletrônicos, 
onde podem acessar, a todo o momento, em tempo real, os conhecimentos que estão 
disponíveis e, assim, o professor não é mais a fonte do saber.
Neste contexto, aluno(a), qual é o papel do professor então? O papel do professor 
é o de mediar o processo de ensino e de aprendizagem, é o de acompanhar o aluno 
no processo de construção do seu conhecimento, dando-lhe condições, traçando 
estratégias, elegendo recursos e instrumentos que viabilizem o processo de aprendi-
zagem de seus alunos.
 “ Um professor Mediador: que ativamente colabora para que o apren-diz chegue aos seus objetivos de formação profissional, que garante a dinâmica do processo de aprendizagem, que propõe situações-pro-
blemas e desafios para serem resolvidos, que manifesta disponibili-
dade para ajudar os alunos a superarem suas dificuldades, que coloca 
o aprendiz frente a frente com questões éticas, sociais e profissionais 
(MASETTO, 2014, p. 15).
“Podemos considerar que a mediação é o elemento essencial no processo educativo, pois 
funciona como um estímulo para a aprendizagem” (BARROSO et al., 2014, p. 6). 
Para saber mais sobre mediação, acesse o artigo “Educação a Distância: mediação peda-
gógica” disponível em: http://www.ppe.uem.br/semanadepedagogia/2014/PDF/T-02/13.pdf
Fonte: adaptado de Barroso et al. (2014). 
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http://www.ppe.uem.br/semanadepedagogia/2014/PDF/T-02/13.pdf
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A aprendizagem, por sua vez, ocupou a centralidade do processo de ensino, isso quer 
dizer que, se antes o foco era “ensinar”, entendido como transmissão de informações e 
conteúdos de disciplinas aos alunos, hoje, o foco se encontra na valorização de outro 
processo: o da aprendizagem.
 “ A Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e Ação da UNESCO (1998) nos apresenta como missão do Ensino Superior: formação de pessoas altamente qualificadas e cidadãos res-
ponsáveis, o incentivo à aprendizagem permanente, para a: promoção, 
geração e difusão da pesquisa, para contribuição na proteção e conso-
lidação de valores atuais (MASSETO, 2014, p. 2-3).
Isso quer dizer que a função do Ensino Superior está na formação de pessoas que 
atuarão no mercado de trabalho, mas que precisam de uma formação que vá além 
do conhecimento científico, específico da área. O documento, ainda, destaca a função 
ética, a necessidade de o Ensino Superior reforçar a cooperação com o mundo do 
trabalho, bem como analisar e prevenir as necessidades da sociedade.
Masetto (2014, p. 3) expressa o seu posicionamento quanto ao processo de 
aprendizagem,
 “ Ao refletir sobre o conceito de aprendizagem entendendo-o como um processo de crescimento e desenvolvimento de uma pessoa em sua totalidade, abarcando minimamente quatro grandes áreas: a do 
conhecimento, a do afetivo-emocional, a de habilidades humanas e 
profissionais e a de atitudes ou valores 
Por isso, a sociedade deve assumir o processo de aprendizagem com o significado de 
desenvolvimento do homem e da sociedade em seus aspectos educacionais, políti-
cos, éticos, econômicos, culturais, de direitos individuais e responsabilidades sociais, 
enfim, da própria cidadania. Razão porque se assume uma aprendizagem ao longo 
da vida, life long learning, para além dos espaços escolares e presente durante toda a 
existência humana, desenvolvendo-a em sua totalidade.
Nesse contexto, para o professor Hargreaves (2004, p. 40), a educação deverá:
 “ Promover a aprendizagem cognitiva profunda, aprender a ensinar por meio de maneiras pelas quais não foram ensinados, comprometer-se 
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com aprendizagem profissional contínua, trabalhar e aprender em 
equipes de colegas, desenvolver e elaborar a partir da inteligência co-
letiva, construir uma capacidade para a mudança e o risco, estimular a 
confiança nos processos.
Temos que pensar que, atualmente, outras são as necessidades que a sociedade apre-
senta às profissões, dessaforma, novos perfis profissionais são exigidos. De acordo 
com Masetto (2014, p. 5), o Ensino Superior deverá levar seus alunos a desenvolverem 
 “ Competências que ultrapassam aquelas tradicionais da profissão para abranger outros campos como liderança, gestão, pesquisa, criatividade na solução de problemas, abertura para o novo, pro-atividade, trabalho 
em equipe multi e interdisciplinar, participação coletiva em elaboração 
e execução de projetos.
Nesse contexto, outras profissões surgem a partir de áreas como comunicação, design, 
informática, educação à distância, gerenciamento de obras e construções, meio am-
biente, direitos emergentes de pessoas e grupos multiculturais, por exemplo. Assim, 
a formação de professores, na contemporaneidade, deve extrapolar a sala de aula, 
transcender a forma tradicional de ensino que existe nas instituições. É, nesse espaço-
-tempo de aprendizagem e formação, que a aula acontece nesse século XXI, com no-
vos desafios na área do conhecimento, da aprendizagem e da formação profissional.
Quais outros desafios são vivenciados pelos professores no dia a dia de sua profissão e 
que são decorrentes da sociedade do século XXI?
pensando juntos
Caro(a) aluno(a), quais seria esses desafios? Veja os exemplos a seguir:
1. Como trabalhar com o conhecimento e a informação?
2. Como o professor pode construir a sua docência em equipe com seus pares?
3. Como realizar uma docência voltada para a formação profissional na con-
temporaneidade?
4. Que atitude fundamental se exige do professor para responder a esses desa-
fios da docência?
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Estes são os desafios que eu e você devemos enfrentar, enquanto estudantes e, tam-
bém, enquanto professores. Mas, para esse enfrentamento, não estamos sozinhos, 
temos muitas metodologias, as quais serão temas das nossas próximas discussões, 
que poderão nos auxiliar nesse processo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso objetivo, ao finalizar os estudos dessa unidade, era que você compreen-
desse que a tecnologia acompanhou o homem no seu desenvolvimento desde a 
era primitiva, onde os artefatos de pedras lapidados eram utilizados na caça, na 
escavação de buracos ou no corte de objetos do dia a dia, por exemplo. É impor-
tante ressaltar que cada povo desenvolveu a tecnologia de acordo com as suas 
necessidades e com aquilo que tinha a sua disposição.
Com a evolução da sociedade, o homem adquiriu condições de desenvolver a 
tecnologia de forma mais complexa, a fim de atender outras necessidades, as quais 
foram surgindo com a sua evolução. Podemos citar, como exemplo, a canalização 
da água, que foi necessária devido à necessidade de irrigar as terras que eram cul-
tivadas e evitar que os períodos de cheia acabassem com as plantações; construção 
de barcos para navegação, que permitiu a exploração de outros continentes; a troca 
de alimentos e especiarias, que foi uma das principais causas do desenvolvimento 
da ciência; a fusão de metais, que possibilitou a manipulação do metal líquido, pro-
porcionando a construção de objetos, principalmente, de lâminas que poderiam ser 
utilizadas na caça; a invenção da roda, que modificou toda a experiência humana; 
os mapas, que possibilitaram o registro dos lugares que já haviam sido explorados, 
o que ajudou no desenvolvimento das navegações; a medida das horas, com a ob-
servação da posição do sol; a observação da lua, que possibilitou contar as semanas 
e os meses; a máquina a vapor, que foi desenvolvida e utilizada, por exemplo, para 
mover moinhos e na propulsão; e o avião, que diminuiu o tempo de viagem entre 
duas localidades, o que poderia levar meses, no período de sua invenção.
Com a evolução da sociedade, a tecnologia tem alcançado lugares antes ini-
magináveis; nesse contexto, o papel do professor muda no contexto escolar, pas-
sando este por uma ressignificação que atenda, sobretudo, as demandas educacio-
nais contemporâneas. Caro(a) aluno(a), esperamos que os conteúdos trabalhados, 
nessa unidade, levem-no a reflexão de que, apesar das mudanças tecnológicas, o 
papel do professor é fundamental dentro do contexto escolar.
32
na prática
1. Podemos definir tecnologia como um conjunto de técnicas, processos, métodos e 
ferramentas relativas à arte, educação e indústria. É um conhecimento técnico e 
científico e possui implicações em um campo específico. Partindo dessa definição de 
tecnologia, podemos dizer que a tecnologia se refere a que? Assinale as afirmativas 
em V para verdadeiro e F para falso.
( ) Artefatos e Imprensa.
( ) A Redes G e Tablets.
( ) A Rede de informação e computadores.
A afirmativa correta é:
a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) F, V, V.
e) V, V, F.
2. Leia o excerto abaixo:
A fim de que o homem seja agente do seu ambiente, Pinto (2005) defende de que 
é preciso romper com a ideia de que a tecnologia é um recurso que poucos detém 
e que os países menos desenvolvidos devem receber as inovações tecnológicas, e 
não as produzir. Essa mudança da dinâmica possibilitará que o desenvolvimento 
econômico ocorra em nível global, mas, para isso, é necessário modificar a socieda-
de. Assim, é preciso que se estabeleça uma relação entre o homem e a sociedade, 
onde este possa ter acesso aos recursos tecnológicos e possa controlar a sua rea-
lidade, mas, mais do que isso, é preciso a criação de uma consciência crítica sobre 
as mudanças da realidade (MENDONÇA, OLIVEIRA, COSTA, 2016). 
A partir da discussão que é realizada no excerto sobre a produção e utilização da 
tecnologia, leia as afirmativas e assinale a alternativa correta.
33
na prática
I - A tecnologia consiste em um recurso que poucos países detêm, dessa forma, 
é preciso que os países mais desenvolvidos cedam a tecnologia, a fim de que 
todos possam ter acesso.
II - Para que o homem possa ter acesso à tecnologia e possa controlar a sua reali-
dade, é preciso que se estabeleça uma relação entre o homem e a sociedade.
III - É preciso uma mudança na dinâmica mundial, a fim de que todos os países 
possam ter desenvolvimento econômico.
IV - Para que todos os países possam desenvolver tecnologia, é preciso um rompi-
mento de paradigma.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
3. Pinto (2005), em seus estudos, estabelece que a relação entre o homem e a técni-
ca possui, como finalidade, a utilização da técnica como base para a realização de 
mudanças no seu ambiente.
Assim, com base nessa informação, analise as asserções abaixo:
O desenvolvimento cognitivo, o domínio sobre o ambiente e a promoção de mudan-
ças no ambiente são ações que podem ser desenvolvidas por meio da relação que 
é estabelecida entre o homem e a tecnologia na educação a distância.
PORQUE
A educação a distância não se trata de um modismo tecnológico, estamos falando 
de uma modalidade de ensino que está consolidada e que possui mais de dois sé-
culos de existência. Portanto, possui condições de proporcionar o desenvolvimento 
integral dos alunos. 
34
na prática
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta 
da I.
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são proposições falsas.
4. Leia a afirmativa abaixo:
 A EaD é muito mais que a utilização da tecnologia em sala de aula, são processos 
mais complexos que envolvem interatividade, relação entre professor e aluno bem 
como o processo de ensino e de aprendizagem.
Para que a educação a distância cumpra o seu papel, é preciso que ela desenvolva 
quais capacidades, de acordo com a concepção de Niskier (1999)?
Leia as afirmativas e assinale a alternativa correta:
I - A capacidade de interiorizar os conhecimentose saber aplicá-los na prática.
II - A capacidade de enfrentar os obstáculos e resolvê-los a longo prazo.
III - A capacidade de suscitar, nos alunos, o desejo de buscar mais conhecimento.
IV - A capacidade de ter foco nos objetivos reais.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
 
35
na prática
5. Leia o excerto abaixo:
Atualmente, o conhecimento pode ser produzido em todos os lugares e podem 
ser acessados por todas as pessoas de forma imediata, em tempo real, colocando-
-nos, inclusive, em contato direto com os próprios pesquisadores e autores desses 
conhecimentos. Nenhum professor pode, atualmente, pretender dominar todo o 
conhecimento de sua área e transmiti-lo de forma organizada e resumidamente 
para seus alunos, pois estes possuem aparelhos eletrônicos, onde podem acessar, 
a todo o momento, em tempo real, os conhecimentos que estão disponíveis, assim, 
o professor não é mais a fonte do saber.
Nesse contexto, a partir da nova forma como o conhecimento se apresenta, qual é 
o papel do professor? Leia as afirmativas e assinale a alternativa correta.
a) O papel do professor é de transmissor do conhecimento.
b) O papel do professor é de investigador das condições para o processo de ensino.
c) O papel do professor é de pesquisador e aplicador de técnicas.
d) O papel do professor é de mediador entre os alunos e o conhecimento.
e) O papel do professor é de organizador do conhecimento.
36
aprimore-se
A ESCOLA E A DOCÊNCIA NO CONTEXTO DA CONTEMPORANEIDADE
O que concebemos por conhecimento, educação, saber, formação, escola, aluno 
e docente está, intimamente, ligado à ideia do desenvolvimento do ser humano. 
Nesse sentido, é preciso refletir como as instituições escolares e o docente situam-
-se frente aos novos espaços de conhecimentos políticos e sociais da contempo-
raneidade.
Vivemos em um contexto em que a realidade social e individual estão caóticas, 
imprecisas e imprevisíveis. É preciso repensar a construção do sujeito e sua cons-
tituição. De acordo com Silva (1999), o sujeito não existe se não for considerado 
como resultado de um processo, puramente, social e cultural. Nesse sentido, serão 
esses contextos que irão determinar a construção da identidade do indivíduo e sua 
inserção na vida em sociedade.
Santana e Borges (2016, p. 2) escrevem que:
 “ A sociedade globalizada caracteriza-se pela universalização de valo-res e sentidos, por outro lado, encontramo-nos em um processo cada vez mais crescente de tribalização. Trata-se da construção de uma 
subjetividade global e tribal acontecendo juntas, simultaneamente, 
num processo que estrutura o sujeito da contemporaneidade. Essa 
prática, característica deste momento de nossa história suscita que 
passemos a pensar de forma diferenciada o sujeito na escola.
Nesse contexto, deparamo-nos, cada vez mais, com problemas referentes à diver-
sidade cultural e social, e essa discussão tem ocupado a realidade da escola e da 
academia. Mergulhando nos espaços escolares, podemos perceber quão influente 
é o discurso do professor em relação às identidades culturais, e como são tratadas 
as diferenças no cotidiano escolar (SANTANA; BORGES, 2016).
Assim, os pesquisadores da área buscam argumentos que possibilitem compreen-
der a diversidade, da mesma forma como se busca conhecimento que deixe para trás 
a lógica excludente de nossa sociedade, e, neste cenário, a organização escolar, de 
acordo com Santana e Borges (2016), é a principal propagadora desse modelo.
37
aprimore-se
Nesse sentido, os referidos autores ressaltam que:
 “ Dessa forma, as ações da escola enquanto Instituição da Moderni-dade são de propagadoras dos modelos, da homogeneização das idéias e de padrões identitários que vão de encontro às multiplici-
dades e as diversidades presentes nos espaços escolares. Mais que 
isso, a escola moderna é constituída pelas práticas de saberes que 
desviam o olhar dos diversos e focam o olhar no sujeito uno (SAN-
TANA; BORGES, 2016, p. 3-4).
O professor, além de participar das discussões as quais a escola se insere na con-
temporaneidade, depara-se, também, com os desafios das tecnologias da infor-
mação e comunicação – NTIC’s. O professor, como mediador do processo de for-
mação de cidadãos críticos e reflexivos, que tenham condições de atuar em uma 
sociedade, cada vez mais, tecnológica, possui como maior desafio inserir a tecno-
logia no processo de ensino e aprendizagem.
No entanto não basta inserir as tecnologias em sala de aula, é preciso que o 
professor tenha formação para utilizar essa ferramenta como meio para que o 
processo de ensino e aprendizagem ocorra, conforme evidencia Demo (2005, p. 
12) “parece evidente a dificuldade de transformar as tecnologias em oportunida-
des de aprendizagem sem a mediação do professor. Qualquer artefato técnico im-
plantado na escola só frutifica sob a mediação do professor”.
Nesse sentido, o professor contemporâneo, que vislumbra uma educação de 
qualidade, não poderá deixar as tecnologias fora da sala de aula, uma vez que o 
aluno da sociedade contemporânea vive imerso às tecnologias, e, se a escola é re-
flexo da sociedade, a tecnologia, na educação, será um aliado do professor. 
Fonte: a autora.
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eu recomendo!
Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica
Autor: José M. Moran, Marcos T. Masetto, Marilda A. Behrens
Editora: Papirus
Sinopse: as tecnologias digitais desafiam as instituições a bus-
car alternativas ao ensino tradicional e a focar na aprendizagem 
mais participativa e integrada, com momentos presenciais e ou-
tros com atividades online. Assim, professor e alunos interagem 
virtualmente e, também, mantêm vínculos pessoais e afetivos. O risco está no 
encantamento que as tecnologias mais novas exercem em muitos jovens e adul-
tos; no uso mais para entretenimento do que para estudo e pesquisa; e na falta 
de planejamento das atividades didáticas. Sem a mediação efetiva do professor, 
a utilização dessas ferramentas na escola pode favorecer a diversão e o lazer, 
comprometendo os resultados esperados. Numa abordagem de mediação peda-
gógica, as discussões convergem a uma revisão ampla do papel do professor nos 
dias de hoje. Leitura essencial a professores de quaisquer níveis de ensino, esse 
livro procura expandir o diálogo e as análises sobre investimentos e utilizações 
tecnológicas em educação com a perspectiva de construir novas propostas.
livro
O texto escrito por Carlos Ângelo de Meneses Sousa e Lêda Gonçalves de Freitas, da 
Universidade Católica de Brasília – UCB, faz uma discussão do que se entende por 
mediação pedagógica na Educação a Distância, a partir da pesquisa das publicações 
de pesquisa exploratória realizada nos Bancos de Teses da Capes, na Biblioteca 
Digital Brasileira de Teses e Dissertações, no SciELO Brasil e no Google Acadêmico.
http://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/4188/3839
O texto escrito por Lucineia Alves, da Universidade do Rio de Janeiro, intitulado 
“Conceitos e história no Brasil e no mundo”, realiza uma retomada histórica do 
surgimento da Educação a Distância no Mundo e, depois, no Brasil, destacando as 
principais ações.
 http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf
conecte-se
2
CONCEITOS E PRINCÍPIOS DAS
METODOLOGIAS 
ATIVAS
PROFESSOR
Me. Camila Tecla Mortean Mendonça
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Princípios das Metodologias Ativas 
• PBL e ABP o que são? • Blended-learning e a Sala de aula invertida.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Conhecer os princípios das Metodologias Ativas, a fim de saber como melhor utilizá-las em sala de 
aula • Compreender que as Metodologias Ativas, PBL e ABP, podem ser utilizadas para o processo de 
ensino e de aprendizagem, visando o comprometimento do aluno no seu processo de aprendizagem 
• Compreender as metodologias ativas, Blended-learning,e a sala de aula invertida, visando a sua uti-
lização como estratégia para o processo de ensino e de aprendizagem, para melhor desempenho e 
engajamento do aluno na construção de seus conhecimentos.
INTRODUÇÃO
Dando continuidade às discussões sobre as metodologias inovadoras 
para o ensino, os nossos estudos caminham para a compreensão dos 
conceitos das metodologias ativas e como elas podem ser utilizadas no 
processo de ensino e de aprendizagem no contexto escolar.
Você, caro(a) aluno(a), já deve ter escutado falar sobre as metodo-
logias ativas e deve ter passado pelo processo de ensino e de apren-
dizagem em que as metodologias ativas foram utilizadas, no entanto, 
enquanto professores, como podemos ensinar por meio das metodolo-
gias ativas? Para responder a esta e outras questões, compreenderemos 
os princípios das metodologias ativas e como ensinar por meio delas, 
assim como conheceremos algumas dessas metodologias, suas carac-
terísticas e como funcionam.
Para que possamos entender como se dará o processo de ensino e 
de aprendizagem, conheceremos os princípios das metodologias ativas; 
nesse contexto, analisaremos a sociedade como um organismo vivo, 
em constante movimento e mudança, que, a partir das relações que são 
estabelecidas, criam novas necessidades, ou seja, uma sociedade que se 
encontra em um estágio líquido.
Os nossos estudos se encerrarão, nesta unidade, com o conheci-
mento e análise das características de algumas metodologias ativas, a 
fim de compreender a maneira de como podemos utilizá-la no proces-
so de ensino e de aprendizagem, no contexto escolar, ainda, veremos 
como o professor poderá ensinar por meio dessas metodologias. Apre-
sentaremos e caracterizaremos os métodos de Aprendizagem Baseada 
em Problemas – PBL e Aprendizagem Baseada em Projetos – ABP.
Caro(a) aluno(a), é importante ter ciência que a aplicação das me-
todologias consiste em uma estratégia que o professor utilizará para o 
processo de ensino e de aprendizagem e o seu sucesso dependerá do 
empenho tanto de professores quanto de alunos. Assim, convido-o a 
iniciar o estudo, vamos lá?
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1 
OS PRINCÍPIOS DAS 
METODOLOGIAS 
ATIVAS
As transformações sociais, econômicas, políticas, culturais e tecnológi-
cas das últimas décadas têm impactado de forma significativa a vida das 
pessoas, as relações estabelecidas entre elas, o mundo do trabalho e, por 
conseguinte, a escola. Conforme Bauman (2009), a condição sociohistóri-
ca da contemporaneidade é caracterizada pela fluidez e incerteza, onde a 
imprevisibilidade é a palavra de ordem. Nesse contexto de impermanência, 
situa-se a educação contemporânea e, mais precisamente, a escola com seus 
processos, com os sujeitos que a constituem, com as relações docente-estu-
dante-conhecimento e com as práticas docentes.
Bauman (2009) define a sociedade atual como uma “sociedade líquida”. 
Em seus estudos, o autor traz essa definição da sociedade atual em detri-
mento do estágio anterior que se constituiria como sólido. Vamos explicar 
a metáfora: Bauman (2009) define como estágio sólido o período histórico 
em que os contextos vividos eram duráveis e previsíveis. A durabilidade 
apontada pelo autor refere-se à lógica da previsibilidade. Entende-se que 
os conhecimentos adquiridos, nesse período, davam condições para que os 
sujeitos dessa sociedade pudessem resolver seus problemas pelo resto de 
suas vidas, ou seja, foi um período em que era possível estabelecer metas e 
realizar planejamento a longo prazo.
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Segundo o autor, o estágio sólido foi vencido pelo estágio líquido, pois 
considera que a sociedade vive em um estado de incerteza, imprevisibilidade e 
fluidez, uma sociedade que possui como principais características o consumo 
e o individualismo, onde o planejamento e as metas devem ser pensados a 
curto prazo. É, nesse cenário, que a sociedade atual se encontra, em conse-
quência, especificamente, a escola, com as relações que são estabelecidas entre 
os seus sujeitos (SANTOS et al., 2018).
Para Bauman (2001, p. 12),
 “ [...] a tarefa de construir uma ordem nova e melhor para subs-tituir a velha ordem defeituosa não está hoje na agenda — pelo menos não na agenda daquele domínio em que se supõe que a 
ação política resida. O “derretimento dos sólidos”, traço perma-
nente da modernidade, adquiriu, portanto, um novo sentido, e, 
mais que tudo, foi redirecionado a um novo alvo [...]. Os sólidos 
que estão para ser lançados no cadinho e os que estão derreten-
do neste momento, o momento da modernidade fluida, são os 
elos que entrelaçam as escolhas individuais em projetos e ações 
coletivas — os padrões de comunicação e coordenação entre as 
políticas de vida conduzidas individualmente, de um lado, e as 
ações políticas de coletividades humanas, de outro. 
Nesse contexto, de uma sociedade incerta, colocamo-nos a discutir sobre a 
utilização de metodologias ativas, no processo de ensino e de aprendizagem, 
por meio da sala de aula invertida, onde a aprendizagem é baseada em pro-
blemas ou em projetos, por exemplo, a fim de que essas metodologias possam 
ser um objeto de reflexão e que seja encarada como uma possibilidade real de 
implantação e utilização nos diferentes espaços educativos. Assim, ao promo-
ver o desenvolvimento dos alunos, por meio das habilidades e competências, 
com a finalidade da concretização da aprendizagem, acreditamos que o pro-
cesso de aprendizagem esteja subsidiado pelas experiências dos educandos 
(SANTOS et al., 2018). 
 Ao visar o desenvolvimento de habilidades, competências, socialização, 
descoberta, facilitação e, acima de tudo, a consolidação da aprendizagem, 
acreditamos que, para a aprendizagem encontrar-se alicerçada, ela deve ser 
contextualizada e experienciada pelos educandos. 
 
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Como ensinar por meio das metodologias ativas?
A sociedade contemporânea tem repetido o discurso, que já é um consenso so-
cial, de que a escola deve acompanhar os avanços tecnológicos e utilizá-los no 
processo de ensino e de aprendizagem, a fim de que este se torne mais dinâmico 
e produtivo. Nesse contexto, as últimas discussões sobre o contexto escolar leva-
ram à reforma da Educação e à inserção das palavras de ordem: competências 
e habilidades (SANTOS et al., 2018). Assim, temos que pensar de que forma o 
processo de ensino e de aprendizagem se dará, a fim de que as competências e 
as habilidades, que são esperadas em cada etapa da educação, sejam alcançadas?
Caro(a) aluno(a), ainda questiono você: quais saberes são necessários para a educação 
do futuro? Para responder essa questão, temos que compreender que os desafios educa-
cionais não estão somente no campo do ensino dos conteúdos, mas, sim, na adoção de 
diferentes métodos, recursos, instrumentos e técnicas de ensino.
pensando juntos
Figura 1 - Educação do futuro / Fonte: Pixabay.
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Assim, compreender os conceitos de competências e habilidades, que estão pre-
sentes nos discursos sobre a educação de nosso país, e os diferentes usos da tec-
nologia requer do professor o entendimento das relações sociais, econômicas, cul-
turais e políticas, que são estabelecidas em nossa sociedade. Quando observamos 
as tecnologias que temos à nossa disposição, percebemos que elas se modificam 
em maior velocidade do que foram criadas (SANTOS et al., 2018).
Nesse contexto, percebemos que a tecnologia de um telefone móvel, por 
exemplo, tem a sua vida útil encurtada se compararmos aos aparelhos que fo-
ram desenvolvidos no início do século XX, que prometiam durar a “vida toda”. 
Dessa forma, essa mesma relação pode ser estabelecida com o conhecimento, ou 
seja, será que os saberes aprendidos, hoje, são suficientes e vão durar a vida toda?
Para Bassalobre (2013), as exigências que são realizadas na atualidade, geram 
novas aprendizagens, assim, o novo panorama, que se apresenta para o processo 
de aprendizagem, também gera uma nova ação docente, embasado nas dimensões 
políticae ética.
Com efeito, essas exigências implicam em novas aprendizagens, no desenvol-
vimento de novas competências, em alteração de concepções, ou seja, na constru-
ção de um novo sentido ao fazer docente, imbuído das dimensões ética e política 
(BASSALOBRE, 2013).
A partir dessa perspectiva, podemos afirmar que o conhecimento necessário 
para o processo de ensino não se limita ao conhecimento dos conteúdos curri-
culares. Este se constitui como, apenas, uma parte do processo. Há a necessidade 
de os docentes buscarem novos caminhos e novas metodologias de ensino que 
foquem no protagonismo dos estudantes, favoreçam a motivação e promovam a 
autonomia destes (SANTOS et al., 2018).
Assim, atitudes como oportunizar a escuta aos estudantes, valorizar suas opi-
niões, exercitar a empatia, responder aos questionamentos, encorajá-los, dentre 
outras, são favorecedoras da motivação e da criação de um ambiente favorável à 
aprendizagem (BERBEL, 2011).
É, nessa perspectiva, que se situa o método ativo, tido, aqui, como sinônimo de 
metodologias ativas, como uma possibilidade de deslocamento da perspectiva do 
docente (ensino) para o estudante (aprendizagem), ideia corroborada por Freire 
(2015), que se refere à educação como um processo que não é realizado por outra 
pessoa, mas, sim, pelo próprio sujeito que realiza interação com outros sujeitos, 
por meio de reflexões, comportamentos e palavras.
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Figura 2 - Metodologias ativas: Aluno, Autonomia, Reflexão, Problematização, Trabalho em 
Equipe, Inovação, Professor, Mediador e Facilitador / Fonte: a autora.
O método ativo é um processo que visa estimular a autoaprendizagem e a 
curiosidade do estudante para pesquisar, refletir e analisar possíveis situações 
para tomada de decisão, sendo o professor, apenas, o facilitador desse processo 
(BASTOS, 2006, apud BERBEL, 2011).
Uma modalidade de ensino que está sendo implantada, na qual as me-
todologias ativas possuem papel central, é o ensino híbrido, misturado ou 
Blended learning. De acordo com Valente (2014b), essa modalidade de ensino 
é definida por quatro modelos:
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Figura 3 - Flex, Blended misturado, Virtual enriquecido e Rodízio / Fonte: a autora.
O modelo Rodízio está subdividido em diversos grupos, os quais são:
Figura 4 - Modelo rodízio / Fonte: a autora.
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Neste tópico de estudos iremos conceituar e discutir sobre o que são os métodos 
PBL e ABP, os quais são utilizados como parte das metodologias ativas. Bem 
difundidos na área da saúde, ambos os métodos são vistos como desafiadores, 
tendo em vista que colocam o aluno como agente do seu processo de aprendiza-
gem, exigindo deste mais responsabilidade, autonomia, dedicação e engajamento. 
Aprendizagem Baseada em Problemas – PBL
O PBL - Aprendizagem Baseada em Problemas, derivado do inglês Problem Ba-
sed Learning, consiste em um método de aprendizagem que, cada vez mais, vem 
ganhando espaço dentro das instituições escolares, dos níveis da Educação Básica 
e do Ensino Superior, no decorrer das últimas décadas. Esse método possui, como 
objetivo, a utilização da inovação como uma estratégia para o processo de ensino 
e de aprendizagem, de modo que os alunos precisem aplicar os conhecimentos 
nas soluções de problemas, ou seja, por meio de uma situação problema, que 
seja significativa para o aluno, este é desafiado a encontrar uma solução, tendo o 
respaldo do conhecimento científico (SOUZA et al. 2018).
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O QUE SÃO 
PBL E ABP?
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 “ [...] uma estratégia de método para aprendizagem, centrada no aluno e por meio da investigação, tendo em vista à produção de conhecimento individual e grupal, de forma cooperativa, e que uti-
liza técnicas de análise crítica, para a compreensão e resolução de 
problemas de forma significativa e em interação contínua com o 
professor tutor (SOUZA; DOURADO, 2015, p. 184-185).
O método PBL é desenvolvido tendo, como base, os problemas, como ponto de 
partida para processo de ensino e de aprendizagem, com a finalidade da cons-
trução e integração dos conhecimentos prévios de cada indivíduo com novos 
conhecimentos. Em suma, na concepção de Souza e Dourado (2015), o centro 
do processo é o aluno, e o professor assume o papel de facilitador do processo 
de produção do conhecimento. Os problemas, nesse contexto, são um estímulo 
ao processo de ensino e de aprendizagem bem como o desenvolvimento das 
habilidades de resolução de problemas. Por meio desse método, são mobilizadas 
outras dimensões da aprendizagem, como:
Figura 5 - Aluno, Motivação, Curiosidade, Comunicação individual e em grupo e Aprendizagem 
pelo grupo / Fonte: a autora.
Dessa forma, Souza e Dourado (2015, p. 187) completam que:
 “ O foco na problematização possibilita uma visão transdisciplinar e tem como ponto de partida o levantamento de questões e a busca de soluções para os problemas identificados nos temas curriculares 
de cada disciplina, nos respectivos níveis de aprendizagem, com a 
finalidade de produzir conhecimento. 
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A estrutura do método PBL foi desenvolvida com o intuito do aluno conseguir 
desenvolver suas habilidades e capacidades para realizar as investigações de forma 
sistemática e metódica, que ofereça a eles o aprendizado de trabalhar em grupo, a 
fim de alcançar os objetivos de forma satisfatória, complementando, assim, o apren-
dizado individual (SOUZA; DOURADO, 2015). O processo de ensino e aprendi-
zagem, por meio do método PBL, possui quatro pontos fundamentais, sendo eles:
 ■ Aluno como centro da aprendizagem;
 ■ Trabalho em grupo;
 ■ Professor como tutor;
 ■ Aprendizagem baseada em problemas.
Com o foco no aluno, como centro do processo de aprendizagem, o professor 
assume o papel de pesquisar metodologias que desenvolvam, nos alunos, as com-
petências para a problematização como componente central do método PBL.
No âmbito das metodologias ativas, o método PBL se constitui como um novo ca-
minho, fazendo parte das metodologias educacionais que são inovadoras e possuem o 
objetivo de levar o aluno ao desenvolvimento do pensamento crítico e de habilidades, 
a fim de que a solução de problemas, por meio dos conhecimentos de seu curso, seja 
realizada (SOUZA; FERREIRA; MORTEAN; SILVA, 2018).
As mesmas autoras, ainda, afirmam que:
 “ Ao contrário do modelo convencional para o processo de ensino e de aprendizagem, a PBL usa o problema para estimular, prender e iniciar a aprendizagem. Além de promover a construção dos co-
nhecimentos, objetiva também o desenvolvimento de habilidades 
e comportamentos importantes para uma prática profissional pro-
missora (SOUZA; FERREIRA; MORTEAN; SILVA, 2018, p. 2).
É sabido que uma das características do ser humano está ligada à curiosidade e 
à criatividade, assim, ao utilizar as metodologias ativas e, principalmente, a PBL, 
o professor dá oportunidade ao aluno se sentir valorizado dentro do que já é na-
tural nele, incentivando-o a utilizar esses instintos de curiosidade e criatividade 
em favor da aprendizagem, pois o objetivo da PBL é incentivar o aluno aprender 
a aprender, buscando a independência e construindo o seu meio de aproveitar 
suas capacidades em toda a sua vida. O método possui como um dos principais 
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pilares ensinar o aluno a aprender, conduzindo-o na busca e construção do co-
nhecimento, por meio das tecnologias digitais da informação e da comunicação 
(SOUZA; DOURADO, 2015).
Assim, espera-se do aluno, para que o processo de ensino e de aprendizagem 
ocorra, o esclarecimento dos conceitos desconhecidos e o estudo do problema. 
Para isso, o aluno deverá realizar uma análise do problema, partindo dos conhe-
cimentos que já possui e formular uma estratégia, ou uma meta de estudos, para 
a resolução do problema, que poderá resultar em autoaprendizagem, que, poste-
riormente, poderá ser compartilhada com o restante do grupo. Nesse contexto, 
a proposta é que se trabalhe com o método PBL, ou seja, com a proposta

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