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Psicopatologia II TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Lembrando: Os manuais fazem uma descrição ateórica, isso significa que eles descrevem os comportamentos que caracterizam a psicopatologia, com o intuito de favorecer a padronização dos critérios diagnósticos para possibilitar o diálogo entre os diferentes profissionais da aérea. Neste sentido eles descrevem os SINTOMAS. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE “a ANSIEDADE é um estado de humor negativo caracterizado por sintomas corporais de tensão física e apreensão em relação ao futuro” (APA,2002, p.125) Vale lembrar: A ANSIEDADE é uma emoção que em quantidade moderada é benéfica. O desempenho social, físico e intelectual é ampliado e orientado pela ansiedade, sem ela poucas pessoas realizariam seus feitos TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Dois componentes da experiência de ANSIEDADE PATOLÓGICA: Percepção das sensações fisiológicas: palpitações, sudorese, coração acelerado, etc. Percepção de um estado nervoso e assustado (terror e medo) A ansiedade afeta o pensamento, a percepção e aprendizado. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE “O MEDO é a reação de alarme imediata ao perigo. Como a ansiedade o medo pode ser benéfico. Ele nos protege gerando uma resposta massiva no sistema nervoso central, que juntamente com outros sentidos subjetivos de terror, nos motiva a escapar (fugir) ou, se preciso atacar (lutar)” (p.126) TRANSTORNOS DE ANSIEDADE ESTADOS ANSIOSOS produzem: Confusão e distorção da percepção em relação a: tempo, espaço, pessoas e significado das experiências. Interfere na aprendizagem, diminui a concentração, reduz a capacidade da memória, perturba as associações. Atenção seletiva. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Epidemiologia: Um dos grupos mais comuns de doenças psiquiátricas. Estudo de comorbidade revelou que em cada 4 pessoas 1 satisfaz o critério diagnostico de pelo menos um dos transtornos. Mulheres tem maior probabilidade do que os homens Critérios socioeconômicos interferem na incidência: menor número em status mais alto. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNO DO PÂNICO: Quando a reação de medo e desespero acontecem de forma espontânea, repetitiva e desproporcional e alcança um pico em minutos. A ansiedade aparece de forma rápida e intensa, diferente da ansiedade generalizada que é livre e flutuante. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNO DO PÂNICO Epidemiologia – mais comum no sexo feminino, proporção de 3 para 1 para aqueles que apresentam agorafobia. Idade de início de 15 a 25 anos, relato subjetivo de xperiências ansiosas na infância. TRANSTORNOS DE ANSIEDADE TRANSTORNO DO PÂNICO Inicio no final da adolescência e começo da vida adulta O primeiro ataque costuma a ser espontâneo. O primeiro ataque deve ser inesperado e sem indicadores para satisfazer o critério diagnóstico. O ataque começa com um período de 10 minutos de sintomas rapidamente crescentes, dura em média 20 a 30 minutos. Desaparecem de forma rápida ou gradual. Os sintomas mentais costumam ser medo intenso e sensação de morte ou tragédia, acompanhados de sintomas físicos. Pacientes podem apresentar ansiedade antecipatória de novos ataques Critérios DSM V TRANSTORNO DO PÂNICO Medo e desconforto intenso. 4 ou mais de 13 sintomas que atingem o máximo em 10 minutos. Palpitações e taquicardia Sudorese Tremores ou abalos Dispnéia ou sensação de respiração curta Sensação de sufocação Dor ou desconforto torácico Náuseas ou desconforto abdominal Sensação de tontura, instabilidade, cabeça oca, desmaios Parastesias (anestesia ou formigamento) Calafrios ou ondas de calor Desrealização ou despersonalização Medo de perder o controle ou enlouquecer Medo de morrer AGORAFOBIA No DSMV o transtorno do pânico e a agorafobia foram separados em diagnósticos independentes. Pessoas com agorafobia preferem ser acompanhados por amigos ou membros da família em situações ansiedade iniciada ao estar em locais, lugares ou situações das quais escapar seja difícil . São evitados os lugares e situações que predisponham o ataque: estar fora de casa, estar com uma multidão, numa fila, estar numa ponte, elevador, viajar de avião, trem, onibus. Evitação de lugares e situações específicas ou suportada com acentuado sofrimento ou com ansiedade. TRANSTORNO DE ANSIEDADE Transtornos podem co-ocorrer, isso significa a conjugação de 2 ou mais transtorno ao mesmo tempo, chama-se comorbidade. Pacientes com transtorno do pânico e agorafobia costumam apresentar sintomas depressivos, risco de suicídio e dificuldade no trabalho, dificuldade conjugal, no trabalho, financeira, abuso de álcool e outras substâncias. FOBIAS Realizar diagnóstico diferencial em relação a fobia especifica e social. FOBIA ESPECÍFICA – Se a esquiva se limita a uma ou algumas situações específicas. FOBIA SOCIAL – Se a esquiva se limita a situações sociais. FOBIA ESPECÍFICA - DSMV Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p.ex. voar, alturas, animais, tomar injeção, ver sangue). O objeto ou situação fóbica quase que invariavelmente produz uma resposta de medo ou ansiedade. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade e sofrimento. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao contexto sociocultural. FOBIA ESPECÍFICA - DSMV E. O medo e ansiedade ou esquiva é persistente com duração mínima de 06 meses. F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do sujeito. G. A perturbação não é mais bem explicada por sintomas de outro transtorno mental. FOBIA SOCIAL (TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL) DSMV a. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais: manter um conversa, encontrar pessoas que não são familiares, ser observado (comendo, bebendo, ect) e situações de desempenho diante do outro (proferir palestras, etc) TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO Epidemiologia: acomete mais mulheres que homens. Estudos de seguimentos das populações que sofreram algum tipo de trauma oferece um panorama mais realista, por exemplo, população de adolescentes estupradas, presos, vítimas de combate da violência urbana. TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO - DSMV Critérios para adultos, adolescentes e crianças acima de 06 anos. Exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma (ou mais) das seguintes formas: Vivenciar diretamente o evento traumático Testemunhar pessoalmente o evento traumático ocorrido com outras pessoas. Saber que o evento ocorreu com pessoa próxima ou familiar Ser exposto de forma repetitiva ou extrema a detalhes aversivos do evento traumático (ex. socorristas que recolhem corpos, policiais, etc) TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO - DSMV B. Presença de um (ou mais) dos seguintes sintomas intrusivos associados ao evento traumático, começando depois de sua ocorrência: Lembranças intrusivas e angustiantes, recorrentes e involuntárias. (com criança pode ocorrer brincadeiras repetitivas) Sonhos angustiantes recorrentes nos quais o conteúdo e/ou sentimento estão relacionados com o evento. Reações dissociativas (ex. flashbacks, sujeito age ou sente como se revivesse o trauma) TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO - DSMV 4. Sofrimento psicológico intenso ou prolongado ante a algo que represente ou se assemelhe a algum aspecto do evento traumático. 5. Reações fisiológicas intensas e sinais que representem ou se assemelhem ao evento traumático. C. Evitação de estímulos associados. D. Alterações negativas em cognições e no humor associados ao evento. E. Alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao evento traumático TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Características: obsessões e compulsões recorrentes, suficientemente graves para causarsofrimento. As obsessões e compulsões consomem tempo e interferem significativamente na vida do paciente. Podem apresentar obsessões, compulsões ou ambas. Adolescentes homens são mais acometidos e, em idade adulta, tanto homens quanto mulheres têm probabilidade igual. Idade média 20 anos. Podem apresentar como co-morbidade outros transtornos de ansiedade. TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Obsessão – pensamento, sentimento, ideia ou sensação recorrente e intrusiva. A obsessão é uma atividade mental. Compulsão – comportamento consciente, padronizado, recorrente, como contar, verificar, evitar. O paciente com TOC se dá conta da irracionalidade das sensações e experimenta as obsessões e compulsões como comportamentos indesejáveis (egodistônicos). O ato compulsivo consiste em uma tentativa de reduzir a ansiedade associada com a obsessão, nem sempre com êxito. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO: TRANTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Obsessões ou compulsões. Obsessões definidas por: pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação são experimentados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento. São preocupações com excessivas com problemas da vida real A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens com outro pensamento ou ação. Reconhecimento que são produto da sua mente (não imposto a partir de fora) CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO: TRANTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Compulsões, definidas por: Comportamentos repetitivos (ex. lavar as mãos, organizar e verificar) ou atos mentais (ex. orar, contar, repetir palavras em silêncio) que a pessoa se sente compelida a realizar em resposta a uma obsessão ou com regras rigidamente aplicadas. Os comportamentos ou atos mentais visam prevenir ou reduzir o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida, entretanto, não tem conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar, são claramente excessivos. Em algum momento durante o curso o paciente tende a reconhecer que as obsessões e compulsões são excessivas e/ou irracionais. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO: TRANTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO Alteração das funções psíquicas , problemas mais comuns: 1. Contaminação: obsessão de contaminação seguida de evitação de objeto tido como contaminado. (afetos: ansiedade, vergonha, nojo) Dúvida patológica: Dúvida e compulsão para verificar (ex. desligar o forno, trancar a porta) Pensamentos intrusivos: Pensamentos repetitivos e intrusivos sem compulsão (ex. ato sexual agressivo) Simetria: Necessidade de simetria ou precisão pode levar a lentidão (ex. refeição, barbear o rosto) Outros sintomas: Obsessões religiosas, tricotilomalia (arrancar os cabelos) TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Pessoas que são ansiosas em relação a quase tudo. Preocupação excessiva sobre vários acontecimentos ou atividades na maior parte do dias nos últimos 06 meses. A preocupação é difícil de controlar e se associa a sintomas somáticos: tensão muscular, irritabilidade, dificuldade de dormir, inquietação. Trata-se de uma sensação dificil de controlar, perturbadora do ponto de vista subjetivo, que compromete àreas importantes da vida. TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Epidemiologia: 2 mulheres para cada 1 homem. Tem como co-morbidade outros transtornos mentais: fobias, transtorno do pânico ou depressivo. Como a maioria dos transtornos mentais, sua causa não é conhecida. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Ansiedade e preocupação excessiva (expectativa apreensiva) ocorre na maioria dos dias pelo período de 6 meses. O individuo considera difícil controlar a preocupação. Ansiedade e preocupação associado a pelo menos 3 ou mais dos 6 sintomas pelo período de 6 meses: Inquietação ou sensação de nervos a flor da pele Fadigabilidade Dificuldade de concentrar-se ou sensação de “branco” na mente Irritabilidade Tensão muscular Perturbação do sono
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