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Oncologia Neutropenia febril Introdução A neutropenia febril é a urgência oncológica mais comum. A neutropenia é quando os neutrófilos estão abaixo de 1500 células/mm3. Conceitos A neutropenia grave é grave porque a chance do paciente ter infecção é muito alta. Epidemiologia/ Etiologia É mais comum nos tumores hematológicos como o linfoma e a leucemia, mas também acontece nos tumores sólidos. Há quimioterápicos que causam mais neutropenia que outros. Infecções: O agente infeccioso pode ser transmitido de pessoa a pessoa ou pelo meio ambiente, mas o principal pela flora endógena. Com a baixa da imunidade, gera-se uma situação de desequilíbrio e bactérias que antes não causariam infecção, agora passam a ser agentes infecciosos. O foco infeccioso é detectado na minoria dos casos. Agentes infecciosos mais comuns No século passado os principais eram gram negativos, principalmente as Pseudomonas. Nos últimos anos vem mudando por alguns fatores como: Os dois últimos fatores fazem a seleção das bactérias e fazem com que tenha mais gram positivas. E no cenário atual é mais comum as gram positivas. Sendo a mais comum delas o S. epidermidis que apesar de mais comum não gera infecções muito graves. Tem que ter duas hemoculturas positivas porque somente uma hemocultura positiva pode ser contaminação. As outras não são tão comuns, mas pode gerar infecções mais graves. - Causa rara - Risco aumenta com a duração e a severidade - Febre após os primeiros 5 a 7 dias. As células brancas que são os leucócitos e dentre esses o neutrófilo que é responsável pela defesa do nosso organismo. É raro ter uma neutropenia febril que comece com o fungo sendo o agente. Normalmente, é em casos de neutropenias prolongadas ou mais severas (<100) e nesses casos tem que pensar que o fungo pode ser o agente da infecção. O Herpes zoster no paciente imunosuprimido/comprometido ele pode se apresentar de forma extensa, ocupando dois ou mais dermátomos. Os outros vírus também são herpes viroses humanas, e normalmente quando eles aparecem é por reativação viral, ou seja, o paciente já teve no passado e com a baixa da imunidade eles reativam. Fisiopatologia A quimioterapia não é seletiva, age em todas as células que estão se multiplicando, não somente nas células tumorais. Por exemplo: - O bulbo capilar e por isso o cabelo pode cair. - As células da medula: hemácias, plaquetas e leucócitos. - As células da mucosa e o paciente pode ter mucosite. Somados a: Tudo isso favorece a infecção e ao quadro de neutropenia febril. Queda dos neutrófilos (neutropenia) e os neutrófilos que existem podem ser desfuncionantes e tem a quebra da barreira mucosa. Por exemplo, imunidade baixa e mucosa do intestino alterada favorece com que as bactérias do intestino possam chegar a corrente sanguínea e causar uma infecção. Principalmente nos casos de neoplasias hematológicas, como o linfoma e a leucemia que são alterações na própria célula de defesa. Pode haver alterações na produção anticorpos ou destruição dos complexos imunes. Defeitos na própria célula no caso de leucemia e do mieloma. O corticoide em doses altas pode causar uma situação de imunossupressão. Historia clínica detalhada Exemplo de um paciente que recebe a quimioterapia a cada 21 dias. A quimioterapia pode causar neutropenia e o nadir, ou seja, a fase mais critica é entre o 10º e o 14º dia após a quimioterapia. Começa com o nível de neutrófilos bons (valor normal) e começa a cair, entorno do 10º dia alcança o valor mais baixo e logo volta a recuperar. É nesse nadir que acontece a neutropenia e tem maior risco a infecção. Quadro clínico O período preconizado é que a quimioterapia tenha sido nas ultimas 6 semanas. O paciente pode ou não apresentar sintomas infecciosos. Os leucócitos estão baixos, então a resposta inflamatória está diminuída. Sempre estar atento porque o paciente neutropénico o que pode parecer uma simples febre pode ser uma infecção bem mais séria. Diagnóstico diferenciais Quais são as hipóteses diagnosticas de febre associada a historia recente de quimioterapia? A paciente pode ter feito quimioterapia e não estar neutropenica. Normalmente a febre tumoral acontece quando tem um grande volume de doença ou doença metastática (que não é o caso da paciente). Diagnóstico Qual é o exame que confirma o diagnóstico de neutropenia febril? HEMOGRAMA COMPLETO. O hemograma descreve a contagem dos neutrófilos. Diagnóstico: constatar a febre + contagem de neutrófilos. Em seguida: Buscar sinais de infecção grave. O cateter de longa permanência que aplica quimioterapia fica como um botão de baixo da pele, por isso que tem que procurar ativamente, porque se o paciente estiver vestido não dá para ver. Além do hemograma tem que pedir função renal e hepática, coletar hemocultura (2 pares de diferentes sítios) e se o paciente tiver cateter venoso de longa permanência tem que coletar hemocultura do cateter. Se o cateter estiver infeccionado tem que tira-lo em algumas situações porque em caso contrario não vai melhorar. As situações são as seguintes: Para saber se a infecção é do cateter, já que se coleta hemocultura do cateter e hemocultura periférica, tem que avaliar o tempo de crescimento da bactéria. Quando a infecção é do cateter o crescimento da bactéria crescer primeiro com a diferença de pelo menos 120 minutos em relação à hemocultura periférica. Além disso, também pode pedir urocultura em casos de sintomas urinarios ou pacientes idosos que fazem ITU com menos sintomas, radiografia de tórax em casos de sintomas respiratorios e nos casos que cursam com diarreia tem que investigar para Clostridium. Os pacientes imunosuprimidos com diarreia tem que pedir a pesquisa de Clostridium difficile nas fezes. Estratificação de risco Muito importante! Escore de MASCC: É importante por os pacientes de baixo risco se pode tentar fazer um tratamento ambulatorial em alguns casos específicos. A neutropenia severa e se espera que seja prolongada, não está no escore, mas já é um fator de risco. Um exemplo é a leucemia, já que as quimioterapias causam uma neutropenia prolongada. Paciente com leucemia mesmo com MASCC de baixo risco tem que internar. Tratamento IMPORTANTISSÍMO: Se o lugar de trabalho o hemograma demora mais de uma hora tem que começar o antibiótico empírico e depois se o paciente não estiver neutropénico suspende. PRECISA COMEÇAR O ATB NA PRIMEIRA HORA. Porque pode ser por um patogeno que tenha uma virulencia alta e pode causar uma infecção grave. O atraso no começo do antibiotico pode ter como consequencia o óbito. Se o paciente é de baixo risco, em algumas situações, pode se considerar o tratamento ambulatorial. Se o paciente é de alto risco sempre se interna Inicia-se com cobertura anti- pseudomonas já que a pseudomona é uma das infecções mais graves, então cobre o paciente da infecção mais mórbida. Na pratica se utiliza mais os dois primeiros. Em alguns casos se associa a cobertura para gram- positivos com vancomicina já no primeiro momento. Em casos: Caso grave, que o paciente está chocado que precisou de noradrenalina tem ampliar o espetro antimicrobiano. Quando tem infecção de um sitio que o principal causador é um gram positivo como na infecção cutânea ou de cateter venoso central. Não é só a mucosite grave que é indicação de vancomicina. A principal bactéria é o S. viridans e a cobertura que se utiliza anti- pseudomona cobre o S. viridans também, mas se o paciente está utilizando a profilaxia com quinolonas existe uma seleção,uma resistência microbiana e então nesses casos se utiliza a vancomicina. Nos casos de pneumonia por causa do pneumococo. Febre persistente Se o paciente tiver persistência da febre apesar do antibiótico. Na persistência da febre, se coleta novas culturas. Coletar novas culturas e ampliar espectro. Cefepime ou tazocin cobrem gram negativos e vancomicina cobre gram positivos. Troca o cefepime ou tazocin por carbapenémicos e continua com a vancomicina. 5 a 7 dias mantendo febre tem que pensar em fungo. Investigar os focos profundos (pulmões e seios da face). Pede tomografia de seios da face e tomografia de tórax. . Pede-se tomografia porque o paciente neutropénico, por exemplo, pode não fazer infiltrado típico da pneumonia, pode ter alterações discretas que o raio x não consegue detectar. Tem que começar a pensar em tirar o cateter central já que a paciente está mantendo febre. Se a cultura e o antibiograma permita isso. Paciente baixo risco pode começar o tratamento endovenoso e passar a via oral para continuar de forma ambulatorial. O caso da nossa paciente é o de febre persistente. Nos casos que começa imediatamente com a vancomicina se após 48 a 72 horas não se confirmar uma infecção por gram positivos, pode suspender a vancomicina. Quando suspender o antibiótico? 2 hemogramas acima de 500 para confirmar a recuperação medular. Tratamento ambulatorial nos seguintes casos: Dá o tratamento e já marca o retorno em 2 dias para reavaliar, fazer um novo exame físico e coletar novos exames. Caso contrario o interna. Atua na medula estimulando a produção de granulocitos, ou seja, neutrofilos. Não está indicado em todos os casos, apenas nos casos de neutropenia grave. Uso profilático em casos que a quimioterapia vai causar uma neutropenia severa ou que a chance de ter neutropenia febril é acima de 20%. Acaba de fazer a quimioterapia e fica alguns dias usando granulokine para que os neutrofilos não diminuam. PONTOS IMPORTANTES
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