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RESUMO CONCLUÍDO- PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA 1 1

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PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
(uma perspectiva crítica em psicologia)
Resumo do Capítulo 1
A psicologia surgiu num período de ascensão da burguesia, onde era dada ênfase na razão humana, na liberdade e na possibilidade de transformação do mundo real, esses fatores permitiram a instauração de uma ciência racional, cujo conhecimento era construído pela experiência e pela razão, sem interferência de crenças ou valores.
Wundt, entre 1832-1920, distinguiu a psicologia como uma ciência, cujo objeto próprio era a experiência consciente, concebia o indivíduo ao mesmo tempo como criatura e criador, onde o pensamento humano era produto da natureza e criação da vida mental.
Percebe-se que a psicologia já trazia características da contradição do ser humano, visando solucionar essa contradição Wundt propôs duas concepções de psicologia: a experimental e a social.
Além dessas abordagens existiam várias outras (comportamental, Gestalt, psicanálise, etc.) que ocorriam no balanço entre o pêndulo dicotômico interno/externo; natural / social; psíquico / orgânico; comportamento / vivências subjetivas, o problema é que em qualquer lado desse pêndulo dicotômico, a compreensão do psicológico é incompleta, pois sempre ficará faltando algo do outro lado.
É preciso assumir esse movimento existente no interior do fenômeno, para avançar no sentido da compreensão, uma possibilidade de superar esse dicotomismo surge com Vigotski entre 1896 - 1934 a psicologia sócio-histórica, cujos fundamentos epistemológicos e teóricos trouxeram consigo a possibilidade de crítica concebe o homem como um ser ativo, social, cuja produção histórica resulta na sociedade, as ideias como representações da realidade material e a história como movimento contraditório dos indivíduos.
Para que a psicologia chegasse ao que é atualmente, foi necessário abandonar a visão abstrata do fenômeno psicológico, vivia-se em uma realidade que não precisava da psicologia, pois era regida pela vontade divina onde cada pessoa já nascia com seu lugar estático determinado na sociedade, onde a fé e os dogmas religiosos ofereciam ideias prontas a serem adotadas pela população, em contrapartida a essa situação surge a perspectiva liberal, rompendo a estabilidade do mundo e valorizando o individualismo.
Esse movimento ocorreu por necessidade do capitalismo, que precisava do indivíduo como um ser ativo, produtivo e consumidor, desse modo a vida coletiva foi dando espaço para a vida privada, tanto fisicamente como interiormente, surgindo um mundo interior repleto de sentimentos e subjetividades com uma noção de “eu” singular, abrindo espaço para o aparecimento de uma ciência que estudasse essas particularidades, a psicologia tornou-se necessária.
O fenômeno psicológico, como qualquer fenômeno, não tem forca motriz própria na relação com o mundo material e social em que se desenvolvem as possibilidades humanas, há um corpo biológico que se instituiu como elemento básico da relação e é nele que se processara o que estamos chamando de fenômeno psicológico, nessa relação com o mundo, através da atividade dos sujeitos, torna-se essencial para que algo ocorra em nós.
As ideias do liberalismo foram responsáveis pela concepção do fenômeno psicológico que se tornou dominante na psicologia, um fenômeno psicológico é algo bio-psico-social, que envolve a interação entre as pessoas, referindo-se a um indivíduo que é agente e sujeito ao mesmo tempo; é interno e externo, sendo um fenômeno humano relacionado com o “eu”, a psicologia sócio-histórica defende que esse fenômeno se desenvolve ao longo do tempo, não sendo pertencente à natureza humana, refletindo a condição social, econômica e cultural do período em questão, seria uma subjetividade concebida como algo que se constitui na relação com o mundo material e social, existindo devido à atividade do homem.
Percebe-se, então, que essa abordagem da psicologia está inserida em uma perspectiva crítica, porque não se pode pensar na realidade social como algo exterior ao homem, já que os mundos sociais e psicológicos caminham juntos em seu movimento, ela exige uma definição de ética e visão política sobre a realidade, na qual se insere o objeto de estudo e trabalho.
Outro ponto de sua crítica é que ela permite romper com uma tradição classificatória e estigmatizadora, da ciência e da profissão, há anos essa ciência tem contribuído para responsabilizar os sujeitos por seus sucessos e fracassos, falando da vida como um todo, das condições econômicas e sociais de cada indivíduo.
A história da psicologia está interligada aos grupos que dominam a sociedade, vinculada aos seus interesses.
A ideologia é a transformação de ideias particulares das classes dominantes em ideias universais de todos e para todos os membros da sociedade, é algo ilusório com efeito de construir um sistema que camufla e justifica a dominação de classes.
Na época da colonização, por exemplo, o método de exploração exigia a construção de um aparelho repressivo rigoroso, refletindo em ideias psicológicas marcadas pelo “controle”, já quando o Brasil se tornou império, essas ideias se voltaram para o campo da medicina e educação.
Essa psicologia aplicada buscava aumentar o controle sobre os grupos sociais, ampliar a capacidade de produção dos trabalhadores, garantir o aprendizado das crianças, promover a higienização da sociedade, o controle de comportamento, entre outros itens, além disso, atribuiu outro sentido à palavra “normalidade”, onde o diferente não é considerado anormal, apenas menos comum.
As ideias psicológicas estiveram, nesse período, marcadas pelas finalidades de higienização moral e disciplinamento da sociedade, criaram-se então os primeiros hospícios, para alojar ou “depositar” a parte da sociedade que não se adequava aos padrões da época. A sociedade encontrava-se então dominada pela ideologia da ordem e da higienização para o progresso.
 	O final do século XIX trouxe a República, a riqueza cafeeira e o desenvolvimento do polo econômico no Sudeste e a psicologia adquiria o estatuto de ciência autônoma na Europa e, em seguida, nos Estados Unidos. 
 A industrialização no Brasil trouxe novas exigências à Psicologia que, com a experiência da Psicologia aplicada à educação, pode colaborar significativamente com o seu conhecimento, possibilitando a diferenciação das pessoas para a formação de grupos mais homogêneos nas escolas e a seleção de trabalhadores mais adequados para a empresa, seguindo o lema taylorista do “homem certo para o lugar certo”.
E foi assim que a psicologia se institucionalizou no Brasil e foi reconhecida como profissão em 1962.
 Com os conhecimentos adquiridos na Europa e Estados unidos a psicologia tornou-se uma profissão classificatória e diferenciadora, atendendo dessa forma aos interesses das classes dominantes.
Desta forma as diferenças entre os homens tomadas como naturais, tornaram-se fonte ou justificativa das desigualdades sociais, essas desigualdades são diferentes oportunidades de acesso ao que a humanidade conquistou.
De um modo geral, conclui-se que a psicologia sócio-histórica produzirá conhecimento com outros pressupostos, abandonando inclusive a neutralidade da corrente positivista, a objetividade da ciência e o idealismo, criando-se, dessa forma, a possibilidade de uma ciência crítica e uma profissão posicionada a favor de melhores condições de vida, necessárias à saúde psicológica da sociedade.
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