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A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTORICA DE VIGOTSKY

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A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA 
Parte da concepção diferente de homem e de mundo, pois cada corrente da ciência do pensamento 
tem diferenças nessas concepções. 
Para outras correntes psicológicas: o ambiente externo está posto e o indivíduo reage a este 
ambiente, de acordo com os seus processos de desenvolvimento individual. 
 Ex: 
Psicanálise – O indivíduo possui um funcionamento consciente e inconsciente que são conectados e 
responsáveis pela atividade mental do indivíduo. 
Behaviorismo - O indivíduo reage ao ambiente mas não existe um aparelho mental dentro dele, o 
comportamento se dá através das leis comportamentais (reforço, punição, extinção, etc.). 
A ideia da Psicologia Sócio-histórica é que o homem não é passivo perante ao meio; acredita que o 
comportamento é influenciado pelo contexto social no qual está inserido e no contexto histórico que 
pertence, por isso que é sócio-histórica – O indivíduo age e sobre o contexto histórico e social que 
está inserido. 
Mas por que esta teoria tem este pensamento? 
Ex: 
 Nós conseguiríamos compreender o comportamento de um indivíduo da década de 40 a 
partir do conhecimento daquela época e aplicar a um indivíduo situado em um contexto 
histórico futuro? O conhecimento da década de 40 seria suficiente para explicar o 
comportamento de um indivíduo que viveria nos anos 2000? 
 A compreensão do indivíduo que mora no Japão acerca do comportamento humano, é a 
mesma compreensão que um indivíduo que mora no Brasil tem acerca de comportamento? 
Ambos têm momentos históricos diferentes e contextos sociais diferentes. Essa diferença faz com 
que a Psicologia considere as variáveis históricas e sociais do comportamento. 
A psicologia desenvolveu-se e construí abordagens que deram prosseguimentos as já existentes. 
 A Psicologia Sócio-histórica teve a influência das teorias marxistas que defende a questão do 
homem no contexto social em suas relações de trabalho e dominação. Originou-se com a revolução 
russa de 1917 e teve seu principal pensador Lev Vygotski, entre outros. É uma nova vertente teórica 
que surgiu na União soviética, restrita até os anos 60. Explodiu na Europa e nos EUA como um anova 
possibilidade teórica. A Psicologia Sócio-histórica de Vigotski tornou-se referência para a psicologia 
do desenvolvimento, para a Psicologia social e para a Educação. 
 
Lev Vigotsky foi um psicólogo russo, também formado em direito, descoberto nos meios acadêmicos 
em 1934, após a sua morte aos 39 anos, de tuberculose. Pensador importante em sua área, foi 
pioneiro no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das 
interações sociais e condições de vida. 
Para Vygotsky: 
A Psicologia então tratava a subjetividade como algo natural, abstrato e inerente ao indivíduo, 
independente de suas vivências. O desenvolvimento era determinado pelo aparelho mental ou pelas 
leis naturais. Para Vygotsky, o local que o indivíduo se insere é mais importante; a subjetividade está 
condicionada ao contexto social e histórico que ele está inserido, é algo que vai se desenvolvendo de 
acordo com o indivíduo e de acordo com as relações que ele estabelece. O indivíduo tem uma 
consciência, que vai se desenvolvendo com a história. A subjetividade é vista então como uma 
conquista humana, resultado da atividade do indivíduo e sua ação transformadora. 
Princípios da teoria de Vigotsky: 
 Defende a teoria de que o desenvolvimento intelectual da criança ocorre em função das 
interações sociais e condições de vida. 
 O homem não é um ser passivo – entende o homem como um ser ativo, que age sobre o 
mundo em relações sociais e transforma essas ações e relações. 
 Para Vigostky: a história da sociedade e do desenvolvimento do homem caminham juntas, de 
forma que um não seria sem o outro. Estudou então o desenvolvimento infantil 
 As crianças estão em constante interação com o outro, que procura incorporá-la em sua 
cultura. Inicialmente, as respostas da criança se dá pelos processos naturais, porém é através 
da interação com os adultos que os processos psicológicos mais complexos se desenvolvem. 
 Esses processos psicológicos são interpsíquicos, ou seja, partilhados entre as pessoas – só 
podem funcionar através da interação. 
 As funções superiores – (pensamento, memória, atenção voluntária, etc.) são aquelas que 
caracterizam o comportamento social do homem – (pensamento, memória, lógica,atenção 
voluntária, etc). São formas de comportamento consciente e devem ser achadas nas relações 
sociais que o homem mantém. 
 A linguagem e o pensamento humano tem origem social. A cultura faz parte do 
desenvolvimento humano e deve ser integrada ás funções psíquicas superiores. 
 
 O homem não é um ser passivo – entende o homem como um ser ativo, que age sobre o 
mundo em relações sociais e transforma essas ações e relações. 
 Todos os fenômenos devem ser estudados coo em constante transformação, tudo muda, (ex. 
a tecnologia avança cada vez mais, programas de computadores, etc) – criação do homem, 
fruto de novas descobertas através do desenvolvimento das funções superiores 
 A construção do desenvolvimento deve ser fundamentada em algo já existente, e não em algo 
aparente – buscar a origem, a gênese do conhecimento 
 A mudança individual tem suas raízes nas condições sociais de vida. A vida é que determina a 
consciência do homem, e não o contrário. 
 Pensamento – tudo o que pensamos vem de um processo que foi desenvolvido e se 
transformando ao longo do tempo. O ser humano é visto como construções históricas e 
sociais da humanidade. E essas construções históricas vão se formando também com o 
trabalho, de acordo com Karl Marx, que defende a ideia de trabalho como atividade 
instrumental de transformação do mundo para sobrevivência. Ex: homem das cavernas, a pré-
história 
Para essas transformações, usamos as ferramentas, que é a mediação entre o homem e o mundo 
material, acompanhada por mudanças das capacidades humanas. 
Ex: A cura da aids => as capacidades humanas não atingiram ainda a cura da aids, mas num futuro as 
capacidades humanas vão evoluir de uma maneira que vão atingir a cura. 
As ferramentas são condicionadas ás capacidades humanas – humanização do ser. O trabalho, como 
atividade do homem, é uma ferramenta para o desenvolvimento das capacidades humanas. 
 
NOÇÕES BÁSICAS DA PSICOLOGIA SOCIO-HISTÓRICA NO BRASIL: IDEIAS FUNDAMENTAIS 
- Não existe natureza humana – Para a Psicologia socio-histórica significa que não existe uma 
essência eterna e universal do homem que no decorrer da vida se atualiza. Essa ideia oculta as 
condições sociais que são determinantes das individualidades. Para a Psicologia Socio-histórica, o 
indivíduo se constitui ao longo de sua vida através da relação com os outros e da interação com o 
meio 
- O desenvolvimento não é algo natural nem exclusivo da maturação do organismo, mas como um 
processo que é presente na maturação do organismo. O contato com a cultura e as relações 
permitem a aprendizagem. 
- O outro - torna-se fundamental no nosso desenvolvimento, nos orienta para a apropriação da 
cultura 
 
- Existe a Condição Humana – O homem é um ser ativo, social e histórico. Essa é a condição humana! 
Ele age e constrói sua existência a partir de uma ação sobre a realidade construindo e transformando 
através da atividade. 
- O homem é criado pelo homem – a aptidão do homem está ligada ao fato de desenvolver várias 
aptidões que foram desenvolvidas pelas gerações anteriores, através do contato com os outros 
homens e com a cultura. 
 
VISÃO DE MUNDO DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA 
O mundo psicológico seria o universo de registros e possibilidades que acompanham e possibilitam 
intervenções do ser humano no mundo. O mundo psicológico é um conjunto de arquivos que 
armazenamos e portanto temos um histórico de como podemos intervir no mundo. Se o mundo 
muda, é porque o homem mudou, e aomudar o mundo, o humano se transforma. O homem então 
intervém no mundo e também se transforma. 
Somos seres humanos que construímos instrumentos de satisfação de nossas necessidades, mas 
quais necessidades? Quais instrumentos? Dependerá do momento histórico que vivemos. As formas 
de compreender e agir tem a ver com as formas sociais que escolhemos para viver. 
 
Subjetividade social x subjetividade individual 
Os fenômenos sociais não ocorrem somente de forma individual e nem apenas de forma externa. 
Estão de forma simultânea dentro e fora dos individuos 
Subjetividade individual – define-se como a constituição da história de relações sociais do sujeito 
dentro de um sistema individual. É a constituição do indivíduo ao viver determinadas relações sociais 
em uma cultura. A partir das experiências, o indivíduo vai se constituindo e construindo sentidos para 
essas experiências que vivencia. Este espaço pessoal dos sentidos que atribuímos ao mundo se 
configura como a subjetividade individual 
Subjetividade social – formas de pensar, agir, sentir experienciadas pelo individuo e compartilhadas 
pela sociedade como um todo. A forma como o indivíduo pensa, como age e reage sobre o mundo 
também influencia a forma como a sociedade pensa, age e sente como um todo, ou seja, a 
subjetividade social influencia minha subjetividade individual e vice-versa. 
Ex: micropolítica e macropolítica – a corrupção está no nível macro, mas no micro também, o cidadão 
tem em sua cultura, em sua subjetividade um pouco dessa corrupção, está presente no indivíduo o 
favorecimento de pequenos atos corruptos. 
Micropolítica – Ação política que está para o indivíduo, como ele pensa e age sobre as ações políticas 
Macropolítica – congressos, poder executivo, como ela é executada pelas instituições em nível 
macro. 
 
PRINCÍPIOS DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA 
Principais aspectos desenvolvidos para explicar o comportamento humano como um todo: 
 - Atividade: ação do ser humano – a partir dela os humanos criam uma relação fundamental que 
permite a transformação do mundo e de si mesmo como sujeito que se insere no mundo. É o 
primeiro componente que devemos analisar para compreender a subjetividade humana. 
 - Consciência: desenvolve-se no cérebro humano como capacidade superior – formas de vida vivida 
no contexto social. Realidade objetiva e modificada. É um reflexo ativamente modificado da 
realidade objetiva vivida pelo sujeito. A formação da consciência se dá através da internalização 
constante da subjetividade do indivíduo. Tem origem na formação social, está em constante 
transformação e é mediada por emoções, sentidos e significados. 
- Identidade: organização que o sujeito faz sobre si mesmo, permite o sujeito saber-se único, 
identificar-se com o que faz e vive. Percebe-se dentro do movimento social e histórico. 
- Linguagem: instrumento fundamental para a mediação das relações sociais, onde o homem se 
individualiza e se humaniza, constrói seu significado num processo social e histórico. É a forma como 
como se comunica e o que diferencia o homem dos outros animais. Nada do que pensamos teria 
sentido sem a linguagem. As palavras têm significado ou sentidos diferentes para cada pessoa. 
- Relações pessoais: são vínculos que constituem as relações que permitem determinadas 
experiências – o mundo psicológico como um mundo de símbolos, imagens, sensações, emoções, vai 
se organizando permitindo a formação da consciência. 
 
REFERÊNCIAS 
BOCK, Ana M.B.: Psicologias – uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo, Saraiva, 2009. 
ANTUNES, Mitsuko A.M.: A Psicologia no Brasil – leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo, 
Enimarco, 1999.

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