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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB Universidade do Estado de Pernambuco - UPE Curso de Administração Pública ANÁLISE GRÁFICAS EM NOSSO DIA A DIA TABIRA - PE Maio de 2020 DAMIÃO PARNAÍBA DO NASCIMENTO ÉRICA DE LIMA TELES JOCINEIDE NEUZA DOS SANTOS REGINA CRISTIANE CAITANO CIRINO SOUZA TANIERY DE SOUSA DINIZ ANÁLISE GRÁFICAS EM NOSSO DIA A DIA Trabalho apresentado ao Francisco de Assis Filho da disciplina de Matemática para Administradores, do Curso de Administração Pública da Universidade do Estado de Pernambuco - UPE, com objetivo de fins avaliativos. TABIRA - PE Maio de 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................................... 13 ANEXOS........................................................................................................................................14 3 INTRODUÇÃO A Reforma da Previdência é um projeto que tem como objetivo fazer alterações no sistema previdenciário do Brasil. No ano de 2016 com PEC 287/2016, iniciou-se a discussão dessa proposta, tendo como presidente regente da república Michel Temer. Nesta proposta o objetivo era fazer alterações no sistema previdenciário do Brasil, assim com a implementação dessas alterações, o governo analisava a possibilidade de evitar uma crise futura na economia brasileira, tendo em vista que as aposentadorias ocupavam cerca de 52% dos gastos da União, mas este projeto não teve sucesso (não teve a quantidade de votos suficientes para ser aprovado) e foi suspenso até o ano de 2018. Em 2019 esse tema voltou a ser discutido com a entrada do então Presidente da República (Jair Messias Bolsonaro) no governo, tornando-se assim um assunto de grande repercussão nacional, gerando opiniões divergentes, parte da população a favor da reforma, e parte contra. O Senado aprovou a reforma em 2 de outubro de 2019, no entanto só foi sancionada pelo Presidente do Brasil em dezembro do mesmo ano. No início foi aprovada a proposta que alterou a PEC, para que fossem inclusas novas regras para os trabalhadores que fossem ligados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e para os servidores públicos civis. Depois foi aprovado pela Câmara e pelo Senado o projeto da lei que altera as regras para pensões militares. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo analisar as principais causas que influenciam na reforma da presidência do Brasil com bases no estudo de gráficos e apresentar argumentos a respeito dos tópicos abordados. 4 DESENVOLVIMENTO Um estudo publicado pelo Instituto de Ensino e Pesquisa ( INSP ), realizado por meio de gráficos, mostram os desafios da reforma da previdência no Brasil. Nele, são apresentadas análises com base na leitura gráfica que ilustram as rápidas transformações da população brasileira, como o envelhecimento da população, baixa natalidade, aumento da expectativa de vida, a situação do Brasil em relação a outros países, os desequilíbrios de gastos, dentre outros aspectos e, observando projeções futuras mostram a importância de uma urgente reforma previdenciária. Os gráficos são expostos a seguir com detalhamento a respeito dos termos abordados. Taxa de Envelhecimento da População – O brasileiro envelhece depressa Figura 1: Taxa de envelhecimento da população. Fonte: ONU. Em 1950, a população brasileira era uma das mais jovens do mundo. No final do século 21, será uma das mais velhas. É uma das transições etárias mais aceleradas já registradas. Dentre as nações mais populosas, a França tinha a maior proporção de idosos em 1950, cerca de 16% da população com 60 anos ou mais. Brasil e Angola estavam entre os mais jovens, com menos de 5% da população idosa e metade da população com menos de 20 anos. Com isso, acontece uma mudança no perfil da população, com menos jovens entrando no mercado de trabalho e mais idosos vivendo mais tempo e precisando da aposentadoria para sobreviver. 5 Taxa de Fecundidade – As brasileiras têm menos filhos Figura 2: Taxa de fecundidade no Brasil. Fonte: ONU. A tendência de queda na chamada taxa de fecundidade é mundial, mas foi relativamente abrupta no Brasil. As famílias brasileiras estão tendo cada vez menos filhos, isso é um dos motivos da redução e envelhecimento da população no futuro. A taxa de fecundidade mede a quantidade de filhos por mulher em idade reprodutiva. Em 1960 as mulheres tinham, em média, 6,3 filhos ao longo da vida. Essa quantidade reduziu rapidamente no Brasil e, em 2010, já era menor que a taxa de reposição da população que é de 2,1. Isso significa que a população no Brasil vai parar de crescer e envelhecer. Cresce o esforço para pagar aposentadorias Figura 3: Redução das pessoas ativas. Fonte: ONU. 6 O sistema previdenciário brasileiro exige que os trabalhadores paguem, pelos tributos, as pensões a quem se aposentou. Como há cada vez menos pessoas em idade ativa para cada uma na faixa da inatividade, a mobilização de recursos para cumprir esse pacto tende a subir. O sistema previdenciário é do tipo contributivo, ou seja, os segurados ativos devem uma contribuição que é descontada de seu salário e canalizada para pagar os inativos (aposentados/pensionistas). No gráfico é possível observar a redução de pessoas em idade ativa, consequência das situações apresentadas nos gráficos anteriores, o que faz crescer o esforço para pagar aposentadorias, de 9,2 em 1980 para 8,0 em 1997, e caiu para 5,0 em 2017, que é a quantidade de hoje, e, seguindo a tendência, cairá para 2,5 em 2040 e 1,6 em 2060. Expectativa de vida do brasileiro – Os sexagenários vivem mais Figura 4: Aumento na expectativa de vida. Fonte: ONU. Os brasileiros que na atualidade completam 60 anos não vão morrer antes dos 80 anos, em média. Essa expectativa de vida dos sexagenários cresceu ao longo das últimas décadas. O rápido envelhecimento da população também é explicado pelo aumento da expectativa de vida, sobretudo entre os mais velhos no Brasil. Em 1991, os homens poderiam se aposentar por idade aos 65 anos e viveriam, em média, por mais 12 anos, até os 77 anos. Já em 2017, homens de 65 viverão até os 82 recebendo o benefício de aposentadoria. Considerando mulheres com 60 anos, quando também podem se aposentar por idade, o ganho de expectativa de vida desde 1991 é de 6 anos. As mulheres que se aposentam hoje viverão, em média, mais 24 anos, até os 84. No Brasil, cada vez mais idosos vivem mais tempo. 7 Aposentados mais jovens Figura 5: Aposentadoria mais cedo. Fonte: ONU. Os brasileiros atingem as condições para a aposentadoria integral mais jovens do que cidadãos de outros países. Supondo uma pessoa que começa a trabalhar ininterruptamente aos 20 anos, a idade para aposentadoria integral no Brasil é muito inferior à de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Se no Brasil uma mulher nessas condições pode se aposentar com o benefício integral a partir dos 53 anos, na Polônia, com a idade mais baixa para aposentaria feminina, ela tem direito ao benefício integral 5 anos mais tarde, aos 58. Para os homens, a idade de aposentadoria integral na maioria dos países é próxima aos 65 anos. Déficit da Previdência – Aumenta o gasto nacionalcom aposentados Figura 6: Déficit da Previdência. Fonte: ONU. 8 Uma parcela crescente de toda a renda gerada no país é destinada ao sistema previdenciário. As contribuições específicas para o regime não acompanham esse ritmo, o que impulsiona o chamado déficit da Previdência. Considerando apenas o regime de previdência para trabalhadores do setor privado, sob o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com benefícios previdenciários têm crescido muito mais rápido que a arrecadação. Em 2017, os desembolsos chegaram a 8,5% do PIB e o déficit, a parte dos benefícios que excede a arrecadação, atingiu R$ 182,4 bilhões. Incluindo os regimes de previdência dos funcionários públicos, chamados de regimes próprios, nas esferas federal, estadual e municipal, o gasto previdenciário foi de 14% do PIB em 2017. Gastos da União – Previdência comprime outras despesas sociais Figura 7: Gastos da União. Fonte: ONU. A elevada participação dos gastos com aposentadoria no orçamento do governo federal redunda em fatias reduzidas para outras finalidades, como saúde e educação. Os gastos com a aposentadorias do INSS e servidores públicos federais correspondem a mais da metade das despesas primárias obrigatórias do governo. Somado ao gasto com BPC (Benefício de Prestação Continuada) e programas de assistência social, como o Bolsa Família, cerca de 59% do orçamento do governo é comprometido. O gasto com salário dos servidores chega a 15%. Já para a educação, excluindo salários dos servidores, são destinados 3% dos gastos. 9 Gastos da Previdência brasileira destoa no mundo Figura 8: Taxa de envelhecimento da população. Fonte: ONU. A relação entre o gasto com previdência e a proporção de pessoas com 60 anos ou mais no Brasil diverge do registrado nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Gasta-se com previdência no Brasil uma proporção do PIB similar à de países como Alemanha e Japão (cerca de 10% em 2013). No entanto, o Brasil ainda é um país mais jovem, com menos da metade da fatia de idosos daquelas nações. O regime brasileiro também gasta mais que os de países com perfil etário similar, como Turquia e México. Há desigualdade no setor privado Figura 9: Desigualdade no setor privativo. Fonte: ONU. 10 As pessoas que se aposentam por tempo de contribuição têm mais renda e trabalha menos do que quem se aposenta por idade. Os mais pobres trabalham mais tempo e recebem pensão menor. As aposentadorias por tempo de contribuição ocorrem quase 8 anos antes do que a por idade no caso dos homens e 7 anos antes para as mulheres. Além disso, as pessoas que trabalham mais tempo recebem benefício que é quase metade do auferido por quem se aposenta antes. Há desigualdade entre o setor público e o privado Figura 10: Desigualdade no setor público e priva Fonte: ONU. O esforço da sociedade para pagar a um funcionário público federal inativo é mais de dez vezes o feito para honrar a aposentadoria de um trabalhador do setor privado. Analisando as informações no gráfico (figura 10) vemos: ➢ Setor privado (INSS): ➢ Paga R$: 557,2 bilhões em benefícios; ➢ Arrecadação de 67% de fontes diretas (empregados, empresas ou entidades equiparadas, dos trabalhadores e demais segurados); ➢ Déficit de 33% que será coberto por recursos da união, estados, Distrito Federal e municípios, forma indireta, ou seja, o próprio estado é obrigado a cobrir o déficit com o pagamento dos benefícios; ➢ 34.497.835 de beneficiários; ➢ Valor Médio do benefício mensal de R$: 1.200,00; ➢ Deste, a sociedade vai pagar (de forma indireta) R$: 441,00 por cada beneficiário. 11 ➢ Setor público (União, Civis): ➢ Paga R$: 82,3 bilhões em benefícios; ➢ Arrecada 41% de fontes diretas; ➢ Déficit de 51% pago pela sociedade de forma indireta; ➢ 722.970 de beneficiários; ➢ R$: 9.179 Valor médio de benefício mensal R$: 9.179,00. Deste, a sociedade vai pagar (de forma indireta) R$: 5.589,00 Ainda que represente um valor nominal elevado, o déficit no INSS é proporcionalmente menor do que o de sistemas de aposentaria de servidores públicos. No caso dos funcionários públicos federais, sem considerar os militares, o déficit representa 59% do valor pago em pensões. A quantidade de pensionistas do INSS, que ganham em média R$ 1.200 mensais, é 35 vezes a de servidores públicos inativos. O valor que a sociedade transfere para cobrir o déficit por servidor inativo é quase 5 vezes o benefício mensal de um aposentado pelo setor privado. Segundo o direito previdenciário, a seguridade social será financiada por toda a sociedade de forma direta e indireta. ➢ Forma direta: contribuições que são diretamente arrecadadas dos empregados, empresas ou entidades equiparadas, dos trabalhadores e demais segurados, destinadas ao pagamento dos beneficiários (pensões, benefícios), tanto no setor privado como no público. ➢ Forma indireta: contribuições previstas na lei orçamentária anual, sendo realizada por meio dos orçamentos fiscais da União, Estados do Distrito Federal e Municípios. Na hipótese dos recursos obtidos por fontes próprias (forma direta) não serem suficientes, o déficit será coberto por verbas prevista no orçamento da seguridade social. Ou seja, a sociedade paga. Nova proposta A nova proposta aborda como principias características o tempo de contribuição, a idade mínima e outras características. O link em anexo (anexo 1) mostra a todas a mudanças e novas alterações disponíveis no portal do governo. 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Brasil é um dos poucos países do mundo onde é possível aposentar-se sem idade mínima. Ao mesmo tempo, nossa população envelhece rapidamente. Por isso, é tão importante estabelecer regras que permitam continuar pagando os benefícios sociais a todos. Os trabalhadores que ainda não começaram a trabalhar vão se aposentar aos 65 anos (homens) e aos 62 (mulheres). Poderá se aposentar quem atingir essas idades e tiver contribuído por 20 anos (homens) e 15 anos (mulheres). Na transição, a idade mínima de aposentadoria por idade, pelo INSS, para quem já trabalha, subirá aos poucos. As novas regras sobre o tempo de contribuição e a transição também estão previstas para quem está próximo de se aposentar. Quem já trabalha e contribui para o INSS ou é funcionário público terá regras de transição. Outras categorias especiais, como a dos professores, também passarão por mudanças. A Nova Previdência traz mudanças importantes para quem ainda não começou a trabalhar e para quem já contribui para o INSS ou para os sistemas de aposentadoria dos servidores públicos. Para quem já está no mercado de trabalho, foram criadas regras de transição. O objetivo é diminuir o impacto das mudanças e otimizar o futuro da população brasileira. Considerando todos os aspectos abordados, principalmente o envelhecimento da população e quantidade de pessoas ativas trabalhando no futuro, torna-se necessária a reforma da previdência para o equilíbrio das contas públicas. No entanto, a proposta deve respeitar os direitos adquiridos pela sociedade (direitos sociais) como o fator mais importante. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS INSPER. Entenda a reforma da Previdência em 10 infográficos. 2019. Disponível em: https://www.insper.edu.br/conhecimento/conjuntura-economica/reforma-previdencia-brasil-em- graficos/. Acesso em: 10 de maio de 2020. JUSBRASIL. Reforma da Previdência: explicação descomplicada. 2018. Disponível em: https://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/413444226/reforma-da-previdencia-explicacao- descomplicada. Acesso em: 10 de maio de 2020. PORTAL DO GOVERNO BRASILEIRO. Nova Previdência. S/A. Disponível em: https://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/. Acesso em: 10 de maio de 2020. PORTAL UOL. Reforma da previdência. 2019. Disponível em:https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/22/quando-sera-necessario-fazer-nova- reforma-da-previdencia.htm. Acesso em: 10 de maio de 2020. WIKIPÉDIA. Reforma da Previdência Social no Brasil. 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_da_Previd%C3%AAncia_Social_no_Brasil. Acesso em: 10 de maio de 2020. https://www.insper.edu.br/conhecimento/conjuntura-economica/reforma-previdencia-brasil-em-graficos/ https://www.insper.edu.br/conhecimento/conjuntura-economica/reforma-previdencia-brasil-em-graficos/ https://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/413444226/reforma-da-previdencia-explicacao-descomplicada https://alestrazzi.jusbrasil.com.br/artigos/413444226/reforma-da-previdencia-explicacao-descomplicada http://brasil.gov.br/ https://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/ http://economia.uol.com.br/temas/reforma-da-previdencia https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/22/quando-sera-necessario-fazer-nova-reforma-da-previdencia.htm https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/22/quando-sera-necessario-fazer-nova-reforma-da-previdencia.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Reforma_da_Previd%C3%AAncia_Social_no_Brasil 14 ANEXOS Anexo 1- Nova Previdência. Detalhamento completo da proposta disponível em: https://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/. https://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/