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ibet- Modulo Exigibilidade do Crédito Tributário

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MÚDULO INCIDÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Seminário II – Procedimento Administrativo Fiscal
Aluno: Luiz Arthur Medeiros Miguel
Resposta ao Questionário:
1. No art.151 do CTN, o que se significa o termo “exigibilidade”? Quando surge essa exigibilidade? Qual o efeito da suspensão da exigibilidade? Impede-se (i) lançamento, (ii) a inscrição na Dívida Ativa, (iii) a Execução Fiscal; (iv) todos esses atos (ANEXO I a IV)
Seguindo as lições de Paulo de Barros, a exigibilidade é o direito que o credor tem de postular, efetivamente, o objeto da obrigação, que por sua feita, somente se aperfeiçoa com a lavratura do ato de lançamento tributário – que é um ato antecedido pelo devido processual administrativo, onde o crédito, além de exigível, passa a se tornar exequível. 
Nesse sentir, parece que o CTN padece de imprecisão semântica ao traduzir o referido fato jurídico como “suspensão do crédito tributário”, pois, em verdade, aquilo que é suspenso é a possibilidade daquele crédito ser exigido, e não o crédito em si. A suspensão se comunica com uma função instrumental do crédito (ser cobrado, exigível), e não material (existência e validade). 
 Assim sendo, os efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, se traduzem em uma norma individual e concreta que ingressa no sistema (ainda quem de caráter provisório), que impede a produção daquela existente (ou ainda pendente) em razão do ato de lançamento sobre a obrigação tributária principal. 
Faz-se esse recorte, porque a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não se opera para suspender também a exigência de que o contribuinte adimpla com as obrigações acessórias relativas aos tributos. 
Outro efeito importante da suspensão de exigibilidade é a proibição da autoridade fiscal em instituir créditos de caráter sancionatório sobre o crédito que foi suspenso, enquanto durar essa condição. Eis que nesse caso, sobre a incidência da norma tributária, a suspensão da exigibilidade se deu pela incidência de um comando individual e concreto, de modo que a sua eventual revogação expressa ou tácita terá eficácia ex nunc. Só produzindo efeito dali para frente.
Segundo Fabiana Del Padre, em havendo decisão liminar que suspenda a exigibilidade de tal crédito, deverá a autoridade fiscal realizar o lançamento, constituindo a existência de tal crédito, à fim de se evitar a ocorrência do fenômeno da decadência, de modo que entendo que o ato de lançamento tributário continua no campo de possibilidades da autoridade fiscal mesmo diante da existência da condição suspensiva de exigibilidade.
2. Em que sentido a expressão crédito tributário foi utilizada no art. 151 do CTN? Essa expressão congrega também liames decorrentes da prática de atos ilícitos (e.g, multa por desrespeito aos deveres instrumentais?
Ao meu ver, o sentido que se pode extrair da leitura do art. 151 do CTN é que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na sustação temporária da satisfação relativa à obrigação principal – a norma jurídica tributária em sentido estrito, sem incluir em seu bojo as obrigações acessórias, que permanecem exigíveis pelo FISCO.
Tanto assim é, que o parágrafo primeiro do referido artigo faz questão de salvaguardar o cumprimento dos deveres acessórios relativos à obrigação principal, de caráter instrumental – as obrigações acessórias – pelo Contribuinte. O que, em certa medida é desejável, pois é o devido cumprimento de tais obrigações que permite que o FISCO certifique com a profundidade desejada a realidade fática da obrigação tributária em voga, atendendo de maneira satisfatória ao cânone da busca pela verdade material. 
Dessa forma, entendo que, as multas por descumprimento da obrigação acessória não se inserem no bojo dos créditos cuja exigibilidade encontra-se suspensa, pois, sem embargo, do caráter instrumental que perfaz a obrigação da qual surgiu, a multa não se insere no conceito de tributo, passível de ser suspenso por força da norma.
Nesse sentido, Fabiana Del Padre Tomé conclui:
“A suspensão da exigibilidade do crédito tributário consiste na inibição do processo de positivação das normas jurídicas veiculadoras do direito de o credor postular o recebimento do valor devido a título de tributo. Não inibe, contudo, a aplicação das normas prescritivas de deveres instrumentais. Estes permanecem exigíveis, conforme estipula o parágrafo único do art. 151 do Código Tributário Nacional.”[footnoteRef:1] [1: TOMÉ, Fabiana Del Padre. Exigibilidade do Crédito Tributário: Amplitude e Efeitos de sua Suspensão] 
 
3. As hipóteses de “suspensão da exigibilidade do crédito tributário” previstas no art. 151 do CTN são taxativas? (Vide anexo V ).
Apesar de posição jurisprudencial em sentido contrário, entendo não ser o rol descrito no art. 151 do CTN taxativo estritamente, eis que existem hipóteses, previstas pela própria norma, em que o crédito tributário é suspenso que não constam expressamente do rol do art. 151 do CTN, como é o caso do procedimento administrativo de consulta, previsto no art. 161 do CTN, onde em seu §2º, deixa expresso que, enquanto o processo administrativo de consulta estiver pendente a Fazenda Pública não pode praticar atos executivos em relação ao crédito tributário.
Dessa forma, ainda que a interpretação das hipóteses descritas no art. 151 do CTN mereçam ser interpretadas como numerus clausus, o que se percebe é que próprio ordenamento jurídico cuidou de positivar outras hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Como isso, entendo que as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário devem ser interpretadas taxativamente, todavia, isso não significa que todas essas hipóteses estejam descritas no art. 151 do CTN. 
Tal taxatividade se expressa, em especial, porque à luz da Constituição Federal a competência para editar normas relativas à obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários é reservada à Lei Complementar, conforme descrito n na alínea b, do inciso III, do artigo 146 da CF.
Isto posto, entendo que a taxatividade das hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito tributário, ainda que não se resumam àquelas descritas no art. 151 do CTN, deve ser compreendida à luz do que se prevê no CTN.
 Considerando que não houve alteração nos art. 151 do CTN, pergunta-se: 
a) A equiparação, prescrita pelo §2º do art. 835 do CPC/15, de dinheiro à fiança bancária e ao seguro garantia, tem o condão de consagrar hipótese de suspensão do crédito tributário prevista no art. 151, II, do CTN?
Ao meu ver, a resposta é negativa. E as premissas para tal resposta são duas, que serão melhor explicitadas no tópico abaixo: i)a taxatividade das hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito tributário; ii) a finalidade pela qual persiste no CPC a equiparação do dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial.
Sobre o primeiro tópico, uma leitura sistêmica do art.141[footnoteRef:2] e do art.111[footnoteRef:3] do CTN, depreende-se que o rol de hipóteses descritas no art. 151 do CTN devem ser interpretadas na forma de numerus clausus, pois expressa que o crédito tributário regularmente constituído somente tem sua exigibilidade suspensa nos casos devidamente previstos no CTN, de modo que, há de compreender que, mesmo no caso de uma Lei Complementar (como é o caso do CPC), paralela ao CTN, vir regular uma nova hipótese de causa suspensiva da exigibilidade do crédito tributário, esta não deveria ser aplicada, na medida em que violaria a hierarquia das normas, por priorizar a norma geral em detrimento da lei específica. [2:  Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias.] [3: Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
        I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
] 
Indoalém, e já adentrando naquilo que diz respeito ao art. 865 §2º do CPC, percebe-se que equiparação do dinheiro a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, é modalidade que se aplica somente para fins de substituição da penhora. O que desvela, induz à investigação científica sobre a natureza do depósito do montante integral (art. 151,II do CTN), para a análise de interpretar se tal instituto possui a mesma natureza de que a penhora, instituto de caráter instrumental previsto na lei processual. 
Para isso, em primeiro, o depósito integral da quantia merece ser observado à luz de sua instituição e sua operatividade. Ao meu ver, trata-se de norma de direito material, cujos efeitos de suspensão da exigibilidade do crédito tributário ocorrem automaticamente diante da realização de tal depósito pelo contribuinte. 
Outrossim, a exigibilidade do crédito tributário e a sua exiquibilidade não ocorrem no mesmo momento, pois a última somente ocorre no momento em que crédito é definitivamente constituído junto à Certidão de Dívida Ativa. E isso é de extrema relevância ao caso, pois, do que se examina a exigibilidade do crédito é fenômeno que antecede à sua exequibilidade. Pois bem.
Nesse sentido, a fiança bancária e o seguro garantia judicial somente se equiparam à dinheiro quando o caso concreto se tratar da substituição da penhora, que por sua vez é um ato processual constante do rito executivo. Nas palavras de Freddie Didier, “a penhora é o ato de apreensão e depósito de bens para empregá-los, direta ou indiretamente, na satisfação do crédito executado. É ato típico da execução por quantia certa”. (g.n).
Isto, posto, se revela que a penhora é um ato de caráter instrumental/processual que somente exsurge no mundo jurídico, com efeitos de garantia do juízo e do exequente, a partir do momento em que o crédito em voga se torna exequível, com todas as notas de certeza e liquidez espelhadas pelo sistema – o que não necessariamente, ocorre no caso do depósito integral da quantia.
Isso porque, o depósito do montante integral pode ocorrer de maneira voluntária, de maneira preparatória ou incidental no curso do processo administrativo fiscal, momento onde a exequibilidade do crédito tributário ainda não se aperfeiçoou, impedindo, inclusive, a propositura de Ação de Execução Fiscal – efeito este que não ocorre na hipótese ventilada. 
Á título de efeitos, enquanto o depósito integral impede a prática de qualquer ato executivo por parte do FISCO, a prestação de caução, mediante o oferecimento de fiança bancária, apenas possui o fito de garantir o débito exequendo com o escopo de viabilizar a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, à critério do juiz de Direito que pode exigi-lo a título de contracautela do juízo, em sede de análise perfunctória de ação judicial.
Ad argumentandum tantum, é desejável que se faça tal diferenciação, pois o seguro/fiança, em aspectos pragmáticos, se revela modalidade de garantia bem mais frágil ao FISCO, pois, para além de tais títulos possuírem prazo de validade, e necessitarem de renovação periódica, transmitem a um terceiro a responsabilidade pelo pagamento da quantia segurada, o que pode causar embaraço lesivo à celeridade e certeza para satisfação dos créditos tributários, que possuem posição privilegiada no ordenamento quanto à sua satisfação.
 
b) As espécies de tutela provisória previstas no CPC/15 se aplicam ao Processo Tributário? Tais medidas têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário?
Em respeito à harmonia que deve possuir o ordenamento jurídico, e de que, em sede judicial, as questões de direito material Tributário sejam discutidas sob a ritualística do CPC, entendo, serem aplicáveis as tutelas provisórias do CPC nesse orbe, todavia, com sopesamento das restrições que as normas de direito material aplicam à matéria. 
Entendo assim, pois parto da premissa, parafraseando a lição de Freddie Didier, no sentido de que a diferença entre a tutela antecipada e a tutela cautelar, é que na primeira se “satisfaz para garantir, enquanto na tutela cautelar se garante para satisfazer”.
Ainda que simplório pareça, entendo que tal premissa é de suma importância na análise da incidência das tutelas provisórias descritas no CPC, em especial quanto aos seus efeitos. Isso porque, não sendo o processo um instituto com fim em si mesmo – ou seja, o processo existe como veículo de pacificação do conflito de direito material que lhe consubstancia -, há se ter atenção àquilo que às normas de direito material que regulam determinada situação, para que seja possível fazer o recorte daqueles institutos processuais que podem veicular a solução de determinada situação, independente do nomem iuris que possuam. 
Dessa forma, entendo que no ramo do Direito Tributário não se pode falar em Tutela Provisória Antecipada, pelo fato de que não se pode atrair para o presente da decisão transitória (provisória, pois) os efeitos pretendidos no futuro (extinção da relação tributária). Não se pode soterrar precocemente uma relação que se manterá em debate na via judicial. Aliás, de nada serviria extinguir uma relação que está sujeita a renascer à depender do julgamento de mérito do feito em voga. 
Dessa forma, entendo que as decisões em sede de tutela provisória descritas no CTN somente podem vir a significar, no contexto do CTN, a paralisação do processo de positivação da obrigação tributária, o que, ocorre à titulo de garantia de satisfação do bem da vida pretendido ao fim do processo judicial, preservando o status quo da relação de direito tributário até o trânsito em julgado da predita discussão. 
Por essa inteligência, independente do nome que se adote, entendo que naquilo que diz respeito ao CTN, somente podem ser aplicadas as decisões de tutela provisória de caráter CAUTELAR, quer seja na modalidade de Urgência, quer na modalidade de Evidência.
Vale destaque, que a tutela de evidência, prescinde da demonstração de risco, pois está firmada na ideia da concretude do direito vindicado, atraindo para si, por similaridade de cabimento, o contexto que se insere nas liminares em sede de Mandado de Segurança (fundadas no direito líquido e certo), e por isso, ao meu ver, são plenamente aplicáveis aos processos judiciais que tenham o Direito Tributário como eixo de discussão da causa de pedir. 
4. Sobre o depósito judicial efetuado nos autos de uma ação declaratória proposta antes da constituição do crédito, pergunta-se: 
a) Trata-se de faculdade do contribuinte?
Ao meu ver, a resposta de tal questão depende do enfoque que se dá a tal depósito realizado nesta fase. Isso porque, por aquilo que preceitua o art. 151, incisos II e V, do CTN, tanto o depósito do montante integral do débito, quanto a liminar/ decisão de antecipação de tutela em demandas judiciais, definem-se como causas autônomas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e, sem embargo de tal dissociação, o art. 300 do CPC, §1º do CPC, estabelece que: 
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
Dessa maneira, existem duas circunstâncias que autorizariam a realização do depósito em sede de ação declaratória antes da constituição do crédito, i) a uma, o depósito voluntário do montante integral pelo contribuinte à fim suspender a exigibilidade do crédito – o que nesse momento, se trataria de uma faculdade, e; ii) a duas, em sendo uma condicionante do juízo para efeitos de garantia na concessão da medida liminar (contracautela), não identifico como sendo uma faculdade do contribuinte. 
À fim de encontrar na norma jurídica a sua devida aplicação, entendo que o mais correto para se captar a natureza do depósito seria a identificação sob a forma como ele ocorreu, isso porque, se ele decorrer da animação pelo contribuinte, e ele é apresentado em dinheiro suficiente para representara quantia integral do tributo, o mais correto seria entende-lo em sua natureza autônoma de suspensão da exigibilidade do crédito (art.151,II do CTN), pois os fatos revelam a subsunção de um direito potestativo do contribuinte.
De outro lado, se esse depósito é feito por exigência do juízo como condicionante à tutela antecipada à título de contracautela, se houve a possibilidade de ser realizado mediante caução ou fiança, entendo que tal pagamento deve não pode ser entendido como facultativo, pois, se fez exigível por um comando expresso do Estado-Juiz. 
b) Há distinção entre depósito judicial para fins do art. 151, II do CTN e a prestação de caução? 
Como acima mencionado, entendo que existe diferença entre os dois institutos. O depósito do montante integral da quantia pelo contribuinte, na forma prevista no art. 151,II do CTN é direito potestativo do contribuinte. Já, a prestação de caução, exsurge como contracautela exigida pelo Estado-Juiz, como condicionante para projeção de efeitos da Liminar/Tutela Antecipada deferida em sede judicial (Mandando de Segurança, ou Ação Declaratória).
Pelo acima exposto, se verifico que o depósito previsto no CTN é norma de direito material em favor do contribuinte, ao passo que a caução se trata de um instrumento processual, que somente incide no caso por expressa autorização do juízo competente. 
Inclusive, há casos em que o valor caucionado pode ser inferior ao montante integral da dívida em debate, o que revela que à luz da sua operatividade, também existe diferença importante que precisa ser analisada.
c) O levantamento do depósito vincula-se ao êxito (com transito em julgado) da ação proposta pelo contribuinte ou o juiz pode a qualquer tempo autorizar o levantamento? (Anexo VII)
Entendo que o levantamento do depósito está condicionada ao transito em julgado da demanda judicial, não podendo o juiz autorizar o levantamento a qualquer tempo, sem a presença de outra circunstância jurídica que admita que tal crédito se suspenda. 
Isso porque, inegavelmente, o depósito efetuado para suspender a exigibilidade do crédito tributário, também opera efeitos em favor da Fazenda Pública, Ora, a Garantia é um instituto que se opera em duas vias opostas: quem apresenta a garantia, possui a legitima expectativa de que, em sendo aceita, determinado ato não seja praticado. De outro lado, quem recebe a garantia possui a legítima expectativa de que aquela permaneça até o momento em que a mesma poderá ser acionada para satisfação da obrigação de fundo. 
A hipótese de que o depósito poderia ser levantado pelo contribuinte enquanto da discussão da matéria, desaguaria em uma, também hipotética, escolha de Sofia: i) ou se admitiria que sobre aquele crédito inexiste qualquer condição de suspensão de exigibilidade, permitindo ao Estado a adoção de todas as práticas executivas, expedição de CDA, inscrição na Dívida Ativa e etc.; ou ii) se assim não quisesse, teria que buscar na vida judicial, outro decisão perfunctória (art. 151,IV, V do CTN) que suspendesse a exigibilidade do crédito por fundamentos alheios à quantia depositada, como a presença de fummus boni iuris e periculum in mora. 
Naquilo que diz respeito ao FISCO, também a ele somente pode ser legítimo requerer o levantamento da quantia, após o transito em julgado da matéria, eis que em razão de tal fato, o depósito se converte em renda.
5- A partir da vigência do CPC/15 um novo fundamento para concessão de tutela provisória, a evidência do direito, tal como prevêm os art. 294 e 311. Pergunta-se:
a) Identifique a diferença entre tutela antecipada e tutela cautelar. É possível a concessão de tutela provisória antecipada em mandado de segurança? Ou em mandado de segurança tão somente é admissível medidas provisórias de natureza cautelar?
Apesar de estarem contidas sob o mesmo gênero de tutelas de urgência, existe sensível diferença relativas às espécies denominadas como antecipada e cautelar. Como dito em linhas anteriores, tutela cautelar é meio de preservação de outro direito, o direito acautelado, objeto da tutela satisfativa. Trata-se, então de uma tutela que se refere a outro direito, portanto, não satisfativa, dotada de referibilidade, conferindo-a ares de uma tutela de caráter processual. 
Além disso, tutela cautelar é, ainda, temporária, por ter sua eficácia limitada no tempo, perdurando o tempo necessário para a preservação a que se propõe. Cumprida sua função acautelatória, perde a eficácia, extinguindo-se a resolução da de manda principal em que se discute e/ou se efetiva o direito acautelado – o referente.
Já a tutela antecipada de urgência, tem por principal finalidade garantir a efetividade da jurisdição (os efeitos da tutela) através da aplicação antecipada dos efeitos da tutela definitiva satisfativa, conferindo eficácia imediata ao direito afirmado – o bem da vida pretendido, pelo qual entendo tratar-se de uma tutela de caráter material. 
Sobre o cabimento das decisões antecipatórias de tutela em sede de mandado de segurança, se tal de decisão se limitaria àquilo que denomina por liminar, entendo ser necessária a realização de um recorte conceitual sobre os institutos à fim de melhor compreendê-los. 
Isso porque, ao meu ver, a conceituação da decisão liminar deve ser entendida como aquela concedida in limine litis, isto é, aquele ocorrida no início do processo, sem necessidade de oitiva da parte contrária. O que em tudo traduz o significado da tutela antecipada inaudita altera pars. Nesse sentir, a liminar é categorizada por um método tipicamente cronológico, caracterizada tão somente pelo momento processual em que tal decisão foi proferida, não se tratando assim, de uma espécie substantiva de decisão. Em verdade, o marcador liminar serve como qualificação (adjetivo) da decisão em análise, de modo a permitir a verificação do momento no tempo em que tal decisão foi proferida.
Em sendo liminar um adjetivo que se atribui à decisão de tutela provisória concedida em mandado de segurança, em tese, entendo que seria possível o cabimento tanto da decisão antecipatória de tutela satisfativa, quanto da decisão antecipatória de tutela cautelar, a depender o bem da vida em discussão (direito material).
Isso porque, em que pese o art. 7º da Lei 12.016 afirmar que os efeitos da liminar teriam condão de, em tese, “suspender o ato que deu motivo ao pedido”, à luz da realidade, existem, no plexo de direitos passíveis de reclamação na via do Mandado de Segurança, diversas outras situações que não se satisfazem somente com a atividade suspensivo-acauteladora da jurisdição.
Para tanto, cabe lembrar que no tatame do mandado de segurança, é possível dialogar todo direito líquido e certo aviltado por algum ato omisso ou comissivo da autoridade coatora, e dessa forma, não são raros os casos onde a concessão de sua liminar, ou sua denegação, praticamente exaure a prestação jurisdicional, ou pelo menos a utilidade que dela esperava o Impetrante, como é o exemplo de mandado de segurança impetrado contra proibição ou negativa de autorização exarada por alguma autoridade coatora, ou pela omissão ilícita na prática de determinado ato, onde a liminar surte efeitos para determinar que assim se proceda.
Isso porque, a decisão liminar não é atividade discricionária da Justiça. É direito da parte que a reclama quando evidenciados seus pressupostos (fummus boni iuris e periculum in mora). Outrossim, seu escopo visa a garantir a eficácia do possível direito do impetrante, justificando-se pela iminência de dano irreversível se mantido o ato coator até a apreciação definitiva da causa. Por isso mesmo, não afirma direitos, nem nega poderes à Administração. Seu escopo é outro: preservar o impetrante de lesão irreparável, fazendo jus ao cânone da inafastabilidade da jurisdição.[footnoteRef:4] [4: Art. 5º, XXXV da CF:: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito] 
Nesse sentido, como não raro são os casos onde a decisão liminar assume caráter satisfativo, diante da via estreita do mandado de segurança, entendoinclusive, nesses casos, que com o cumprimento da decisão por parte do polo passivo, há perda do objeto, ocasionando a extinção do feito, eis que qualquer resistência seria inútil ante à ocorrência do fenômeno descrito pela Teoria do Fato Consumado.
b) É cabível o requerimento de liminar em mandado de segurança fundada na evidência do direito a partir da vigência do CPC/15? Ou diante das disposições da Lei Federal n.12.016/09, apenas é cabível o requerimento de liminares fundadas em urgência, a outra espécie de tutela provisória prevista no CPC/15?
Em primeiro, pela leitura do art. 311 e ss. do CPC, não verifico a definição material dos efeitos da decisão com concede tutela provisória de evidência, de modo que, faz-se possível compreender que a mesma possui tanto caráter satisfativo, tanto caráter cautelar.
Outrossim verifico pela leitura do inciso II, do artigo acima mencionado que uma das hipóteses que reclamam a possibilidade de concessão de tutela de evidência, possem estrito laço de semelhança como aquilo que denomina por direito liquido e certo, pois lá se expressa que a tutela de evidência será concedida quando “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”, decisões essas que, à luz do novo ordenamento processual, possuem natureza de norma primária, como se lei fossem.
Isto posto, a partir da leitura sistêmica do direito processual e da força integrativa que as normas codificadas no CPC infirmam sob todo o ordenamento, funcionando como cláusula de aprimoramento do objeto (instituto jurídico) integrado, entendo ser cabível a concessão de tutela de evidência em sede de mandado de segurança.
Somente para enriquecer o argumento, entendo que a tutela de evidência não se trata um tipo específico de tutela jurisdicional. Antes disso, a evidência é um pressuposto fático que autoriza a concessão da tutela jurisdicional mediante uma técnica diferenciada – que suprime a exigência de demonstração do periculum in mora-, de modo que, qualquer espécie de tutela jurisdicional encarada como resultado prático da decisão, em tese, poderia ser beneficiada por tal instituto, inclusive a liminar em mandado de segurança.
Sem embargo, entendo que fummus boni iuris e o periculum in mora são vistos como pautas 'móveis', que podem se apresentar em graus de concretude distintos e , por isso, não são suscetíveis de fixação em termos genéricos e objetivos, havendo entre eles determinado nível de permutalidade que autoriza o reclame da concessão dos efeitos da tutela provisória à luz das peculiaridades do caso concreto: quanto mais denso e concreto é o fumus boni iuris, com menor rigor se exige o periculum in mora; por outro lado, quanto mais patente é o periculum in mora, exige-se com menor rigor a concretude do fummus boni iuris. 
Partindo desse pressuposto, e se tratando de uma tutela de evidência que se fia em uma prova documental pré-constituída, e de uma tese jurídica já solidificada à luz dos precedentes cuja observância é cogente pelo juízo, entendo que não há se falar em detrimento do requisito do periculum in mora para concessão da tutela provisória, mas sim de que, que o legislador escolheu que, diante da robustez do direito vindicado, tal requisito seria despiciendo para autorizar que a jurisdição atuasse no caso concreto, evitando que as partes passassem a sofrer pelas inexoráveis mazelas do tempo.
 
6.	Dado o seguinte caso concreto: Gênesis Waves Ltda. obteve liminar em Mandado de Segurança para suspender a exigibilidade do crédito tributário que posteriormente foi “cassada” pela sentença de denegação da segurança. Pergunta- se: 
a) Na hipótese de a empresa apelar da sentença que “cassou” a liminar, o recebimento de sua apelação, nos efeitos suspensivo e devolutivo, tem o condão de afastar os efeitos da sentença e reconstituir os efeitos da liminar? Responder a pergunta considerando as disposições do CPC/15 a respeito dos efeitos da apelação (vide anexo VII). 
Como premissa para resposta de tal questão, entendo ser necessário destacar que nem todo recurso possui efeito suspensivo previsto em lei (ope legis) , todavia, em todos é possível sua obtenção no caso concreto (ope judicis), desde que preenchidos os requisitos necessários para tal, quais sejam aqueles descritos no art. 995, p. único do CPC – o que se conceitua por efeito suspensivo impróprio. 
Naquilo que diz respeito ao escopo da questão, percebe-se que a decisão que a cassou a liminar, está inserida como hipótese que avoca a incidência do art. 1012,§1ª,V, se tratando, pois, de decisão que revoga a tutela provisória. Diante de tal cenário, a sentença passa a produzir efeitos após a publicação.
Como abordado no primeiro parágrafo, o fato da sentença revogar a liminar outrora deferida, não impede que o Apelante apresente pedido ao relator (ou Tribunal) do tribunal ad quem para que a Apelação seja recebida em seu duplo efeito, conforme previsto no próprio art. 995 susomencionado, consubstanciado também no art. 1012,§3º do CPC, apresentando, nessa oportunidade, os argumentos corroborados que justifiquem a suspensão da eficácia da sentença (atribuição do efeito suspensivo ope judicis), prevista no art. 1012§4º do CPC.
Em sendo aplicado o efeito suspensivo à Apelação, suspende-se os efeitos da sentença, mas isso não significa que haja reconstituição dos efeitos da r. decisão liminar, que foi revogada (desconstituída) tornando-se assim letra morta no caso. Se trata de uma norma individual e concreta que foi revogada por outra norma possuidora das mesmas características exarada em sede exauriente, assim sendo, a Sentença de improcedência com revogação da antecipação de tutela, cuja apelação é recebida em seu duplo efeito, não tem condão de reestabelecer o teor da liminar outrora deferida tão somente por conta da atribuição do efeito suspensivo, que opera em um vetor negativo dos efeitos induzidos pela sentença, não tendo condão de criar novos efeitos não descritos no instrumento. Para que o Apelante reconstituísse os efeitos da decisão perfunctória outrora concedida, deveria interpor a apelação com pedido de tutela antecipada recursal, este sim, apto a inovar efeitos ao contexto decisório.
b) Há incidência de multa e juros moratórios em relação ao período em que o crédito tributário esteve com sua exigibilidade suspensa, por força de liminar concedida em Mandado de Segurança, posteriormente cassada por ocasião da sentença? E se a liminar foi concedida depois de vencido o prazo para pagamento do tributo? (vide anexos VIII e IX)?
Como norma de direito material inserida no art.151 do CTN, a liminar concedida em sede de Mandado de Segurança é hipótese de suspensão de exigibilidade do crédito tributário. Todavia, entendo ser importante realizar o recorte científico no sentido de denotar as diferenças conceituais entre aquilo que diz respeito à multa e aos jutos moratórios, pois ao fim do dia, são institutos distintos, e por isso, os efeitos da suspensão de exigibilidade do crédito tributário sobre eles também merecem tratamento específico. 
Naquilo que diz respeito à multa, importa destacar que tal instituto exsurge como sanção pelo descumprimento de determinada obrigação. Dessa forma, em havendo norma de caráter individual e concreta que suspende a eficácia de outra, decorrente da ocorrência do fato gerador, em meu juízo, não se pode haver aplicação de multa de ofício em tais casos, pois o descumprimento da obrigação ocorreu amparado por norma jurídica de caráter concreto, se configurando como condição suspensiva da obrigação. 
Sobre a incidência de juros moratórios, a premissa legal que adoto para tal resposta, se arvora da expressa dicção do art. 161 do CTN, no sentido de que a norma posta prescreve de maneira expressa o seguinte: 
Art. 161.O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia prevista nesta Lei ou em lei tributária (g.n)
 Partindo da premissa exposta no grifo acima, entendo que por imposição legal, os juros de mora incidem sobre o crédito tributário não satisfeito tempestivamente, estabelecendo no vencimento do pagamento da obrigação tributária o termo inicial da mora do contribuinte, objetivando com isso a compensação pela não entrada dos recursos financeiros decorrentes do adimplemento nos cofres da Fazenda.
Para além disso, conforme o enunciado pela Súmula 405 do STF[footnoteRef:5], os efeitos da revogação de medida liminar em mandado de segurança se operam ex tunc, volvendo o objeto debatido ao status quo ante da liminar outrora deferida, impondo, assim, ao contribuinte o dever de arcar com a projeção dos ônus causada pelo fato (decisão que revoga a liminar) que operam em seu desfavor. Assim sendo, a partir do momento que decisão liminar é desconstituída, o contribuinte se torna inadimplente. [5: Súmula 405 do STF: Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária.] 
Importa salientar, que os juros moratórios possuem natureza de indenização pelo retardamento do cumprimento da obrigação, possuem caráter de restituição (reequilíbrio) financeira àquele que teve de suportar o ímpeto de descumprimento do devedor, e por isso, entendo ser cabível a aplicação dos juros de mora a partir da data que o recolhimento deveria ter ocorrido. 
Diante a análise dos efeitos da concessão da decisão liminar, e a sua decorrente revogação, entendo que tal raciocínio se aplica também àqueles casos onde a liminar é ulterior ao vencimento do tributo, todavia neste caso, entendo haver a incidência da multa eis que o descumprimento inicial se deu desamparado de qualquer norma individual e concreta que legitimasse a conduta de inadimplência, sobremodo, porque a hipótese de incidência da multa (cláusula punitiva) é acionada tão logo ocorra o inadimplemento da obrigação no prazo avençado.
7.Antes de responder a esta pergunta esta pergunta, aponte a distinção entre tutela antecipada e tutela cautelar tal como colocada na resposta à questão “5.a)”. Fixados esses conceitos responda à seguinte pergunta: diante do novo cenário das tutelas provisórias do código do processo civil de 2015, a ordem judicial suspensiva da exigibilidade da obrigação tributária, tenha fundamento na urgência ou na evidência, assume natureza ou cautelar? 
Sobre o cabimento do pedido de tutela antecipada ou evidência em sede de Mandado de Segurança, naquilo que diz respeito à matéria tributária, parto da premissa de que não é o nomem iuris adotado pelo instrumento jurídico de que determina aquilo que ele é, bem como a extensão de seus efeitos. 
Afirmo isso porque, independente do nome que se atribua à tutela provisória, seus efeitos se projetam no limite estabelecido pelo direito material vindicado. Naquilo que diz respeito ao ramo Tributário, efeito promovido pela concessão da tutela provisória nas regras condutoras do processo de aplicação da regra -matriz de incidência será um só: suspender a exigibilidade da obrigação tributária nos termos do artigo 151, V do CTN. Isso porque, a extinção do crédito tributário somente acontece mediante a ocorrência dos fatos descritos no art. 156 do CTN.
Dessa forma, entendo ser indevida a inteligência de que exista possibilidade de tutela provisória de urgência em sede de discussão de matéria tributária, pois seria antijurídico trazer para o presente da decisão, os efeitos materiais daquilo que somente se aperfeiçoa quando do exame exauriente, de modo que, entendo, então, as tutelas provisórias em sede tributária possuem caráter estritamente acautelatório

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