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APS-TRIBUNAL DE NUREMBERG

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UNP- UNIVERSIDADE POTIGUAR
ANTONIA ELENISSE LOPES DA SILVA MEDEIROS
202009261
TRIBUNAL DE NUREMBERG
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA- APS
MOSSORÓ
2020
TRIBUNAL DE NUREMBERG
No dia 1° de Setembro de 1939, as tropas alemãs invadem a Polônia. Dias depois a França e Grã-Bretanha entram na guerra. Dava-se início ao maior conflito pela qual a humanidade já passou. A Segunda Guerra Mundial durou 6 anos. A população mundial mal havia se recomposto do choque da Primeira Guerra Mundial e já estava sendo encaminhada para um novo conflito, ainda pior que o primeiro. Os números não são precisos mais estima-se que mais de 70 a 85 milhões de pessoas tenham morrido na guerra mais mortal da história. Desrespeito a diversos princípios do direito de guerra, marcaram a Segunda Guerra Mundial. O conflito foi fortemente marcado por inovações em termos de combate: o envolvimento de populações civis nos confrontos; violações às garantias fundamentais da pessoa humana e a tecnologia, que mais uma vez influenciou as proporções da guerra. Com a capitulação das potências do eixo e o fim do conflito, em 1945, as nações aliadas empreenderam esforços para que os atos de barbaridade cometidos fossem devidamente julgados e punidos. Em Maio de 1945, os representantes das quatro potências aliadas, liderados pelo representante norte-americano Robert Jackson, iniciaram as discussões para a criação de um Tribunal Militar Internacional para julgar os criminosos de guerra e do III Reich. O principal objetivo americano para a conferência claramente abordado por Jackson em um relatório. Durante as negociações muitas foram as discussões sobre os detalhes da declaração. Os britânicos apoiaram os americanos. Os franceses fizeram algumas considerações a respeito das regras jurídicas, já que os respectivos delegados eram peritos em Direito Internacional. Os soviéticos propuseram algumas condições quanto aos crimes, insistindo que “ qualquer definição do crime deve ser explicitamente restrita aos atos agressivos cometidos pelos nazistas e aliados”. Na verdade estavam ansiosos para julgar os líderes nazistas. Em Julho do mesmo ano, não parecia haver nenhum acordo em vista. Foi quando Jackson anunciou que: “[...] a conferência havia chegado a um acordo, com base na proposição norte-americana, para o estabelecimento de um processo coletivo para os grandes criminosos de guerra, perante um Tribunal Militar Internacional”. Com a capitulação das potências do Eixo e o fim do conflito, em 1945, as nações Aliadas empreenderam esforços para que os atos de barbaridade cometidos fossem devidamente julgados e punidos. Houve, porém, a especial preocupação, ainda que questionável, de que os julgamentos contassem, efetivamente, com motivações jurídicas, e não políticas, não constituindo uma “justiça de vencedores”.
Em 08 de Agosto de 1945, os países vencedores, Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética a proposta da conferência de Londres, de criação de um Tribunal Militar Internacional, para julgar os criminosos de guerra, na declaração de 05 de Junho de 1945, referente à derrota da Alemanha. Assim nascia o Tribunal de Nuremberg para julgamento e punição daqueles considerados como “criminosos de guerra” pelos vencedores, devendo simbolizar a vontade de todos os povos e não somente dos membros que compunham a corte.
O artigo 6º do Estatuto do Tribunal estabelece a sua jurisdição para julgar: crimes contra a paz, crimes de guerra, crimes contra a humanidade, sendo que, a acusação formulou o seu pedido de condenação em todas as modalidades criminosas definidas no estatuto. O Estatuto 7° e 8° que mesmo se tratando de chefes de Estados ou funcionários, estes deverão ter o mesmo tratamento com relação à pena. Porém se estes estivessem agindo conforme as instruções de seus superiores, não serão insetos da responsabilidade, mas a pena poderá ser reduzida. O Ministério Público foi composto Robert Jackson dos Estados Unidos, Sir Hartley Shawcross, pela Grã-Bretanha, General R. A Rudenko, pela União Soviética e Franços de Menthon, pela França. Eles tinham a função de recolher as acusações e de instaurar o processo contra os grandes “criminosos de guerra”. O Estatuto descreveu ainda as competências do Tribunal (art. 17), como deverão ser conduzidos os debates (art.18), a administração das provas (art.19, 20 e 21) e as fases do processo (art.24), bem como suas últimas disposições, o Estatuto trata do julgamento e a pena dos acusados.
A cidade de Nuremberg não foi escolhida por acaso. Foi ali que Adolf Hitler havia reunido seus simpatizantes para numerosos congressos e promulgado as primeiras leis antissemitas. Assim, a instalação do Tribunal tinha um caráter simbólico de marcar o fim do nazismo e as consequências das políticas adotadas pelo Partido Nacional-Socialista e seus adeptos. Outro elemento considerado foi o fato de que o palácio de justiça da cidade havia sido pouco destruído pela guerra e oferecia uma boa estrutura para receber tanto os prisioneiros quanto aqueles que acompanhariam os julgamentos. O promotor americano Jackson indicou o palácio da justiça em Nuremberg, pois se tratava de um edifício com estrutura adequada para acomodar o Tribunal. Pela primeira vez na história foi feito o uso de tradução simultânea com fones de ouvido. O Tribunal de Nuremberg julgou 199 homens, sendo 21 deles líderes nazistas. Dentre os réus julgados e condenados estava o braço direito de Adolf Hitler, Hermann Goering. Criador dos campos de concentração e fundador do Gestapo. Foi o primeiro a depor, o dramático egocêntrico está feliz ao reconhecer orgulhosamente seu papel na ascensão do nacional Socialismo. Hans Frank, govenador geral na Polônia ocupada e torturador da Cracóvia. Julius Streicher, o rançoso antissemita e fundou o jornal nazista “ Der Stürmer”. Em 16 de Outubro de 1946, à 1 da manhã, os condenados subiram ao patíbulo construído na prisão de Nuremberg. Hermann Goering escapou da forca tomando uma cápsula de cianureto em sua cela. O Tribunal de Nuremberg inaugurou uma nova era para o Direito Internacional e os crimes de guerra ao mostrar que a justiça poderia ser aplicada em qualquer território.
 
 Os advogados de defesa eram todos alemães, portanto, também considerados nazistas e assassinos pelas autoridades dos países aliados vencedores. Além desse estigma, os advogados alemães, no aspecto técnico da defesa, também enfrentaram dificuldades como a adoção de um sistema misto de procedimento – o sistema jurídico adotado foi a mistura do sistema anglo-saxão (Common Law) e do sistema romano-germânico (Civil Law) privilegiam-se o sistema inglês-americano, situação que dificultou a atuação desses advogados que não tinham qualquer familiaridade com tal sistema Por outro lado, a acusação era formada por membros dos países vencedores e esses já possuíam vasto material documental probatório - documentos, relatórios e vídeos das práticas nazistas – razão pela qual a prova documental foi privilegiada em relação à prova testemunhal. Importante, ainda, destacar que para a defesa não se disponibilizou tempo hábil para análise dos fatos, das provas e para preparação de suas teses e que esta era obrigada a adaptar-se às inovações processuais, criadas pela corte no decorrer do processo.120 Um aspecto que a defesa buscou explorar e que, se aceito, poderia ter excluído ou, ao menos, atenuado a punição imposta aos acusados foi o Princípio do Líder – fundamento do partido, da organização e de todo o regime nacional-socialista. O Fuhrerprinzip e a influência sobrenatural de Hitler sobre os comandados e sobre todo o povo alemão eram marcantes no III Reich. Outra questão que restringiu a defesa foi a proibição do uso de fatos comprometedores, a moral dos países aliados, como, por exemplo, os ataques maciços da Grã-Bretanha contra cidades alemãs que mataram milhares de civis, ou da União Soviética contra a Polônia e os Países Bálticos.121 Portanto, restava claro que o que se estava sendo julgado era o regime nazista e não só a pessoa dos acusados.Acentuamos que os advogados alemães foram constantemente hostilizados pela imprensa e pelos próprios membros do Tribunal e das autoridades de ocupação que os consideravam nazistas e cidadãos de segunda classe. Destaca-se, nesse sentido, que os ataques aos advogados de defesa perduraram até que o Tribunal, em reconhecimento à atuação ética desses profissionais, que repreendeu as autoridades de ocupação e informou que não mais permitiria qualquer ataque da imprensa ou de qualquer outra autoridade aos advogados, notificando oficialmente o Comando Militar Aliado, instalado na Alemanha, de que os advogados encontravam-se sob a proteção do Tribunal. Durante quase 11 (onze) meses, enfrentaram pressões e agressões pessoais, bem como hostilização dos próprios membros do Tribunal, em meio às dificuldades técnicas decorrentes do emprego de um sistema procedimental desconhecido, de falta de tempo para análise das provas, inclusive a falta de credibilidade de seus próprios clientes que não acreditavam ter coragem de enfrentar juízes e promotores dos países vencedores, ou seja, não acreditavam num desempenho autônomo. Ao final do Julgamento, ao contrário de todas as expectativas mais otimistas, constatou-se que esses advogados cumpriram exemplarmente seu múnus publicus e além da defesa dos seus clientes, atuaram na defesa do homem comum alemão cuja reputação também estava no banco dos réus. Salienta-se que a linha de defesa dos advogados alemães resumiu-se nas 400 sessões públicas do Tribunal de Nuremberg e em adotar uma posição que protegesse o homem comum da Alemanha e defendesse a reputação do país, vez que vedada a utilização de argumentos mais jurídicos, tais como violações aos princípios basilares do direito - como da legalidade e da anterioridade da lei penal, do juiz natural - o estrito cumprimento da lei e o uso de fatos e argumentos comprometedores à moral dos países aliados. Certamente que a oportunidade de defesa e o reconhecimento ao trabalho dos defensores, bem como a garantia de atuação autônoma foi mais um legado positivo do Tribunal de Nuremberg à comunidade internacional que, em meio às apontadas ilegalidades do Tribunal, acabaram também por atribuir-lhe ao mesmo uma justificativa ética-moral.
Auguste Comte contribuiu significativamente para o Direito através do pensamento positivista em meados do século XIX, pois o filósofo ao incorporar esse pensamento, possibilitou enxergar o Direito como ciência e prática com fins de construir uma ciência democrática e justa. Foi através do positivismo que a sociedade europeia se consolidou por meio de um plano teórico e prático. Em outras palavras, foi uma ruptura do pensamento, que por vezes, chegava a atribuir “justiça” à punição divina. Era comum haver julgamentos baseados em princípios metafísicos, o que veio a mudar com a introdução do positivismo abandonando a teologia e a metafísica.
Ao pensar o tribunal de Nuremberg sob a influência do positivismo, podemos perceber como se fez importante, uma vez se tratar de um acontecimento inédito na história e que podia aflorar todo tipo de vieses morais e ideológicos. Foi necessário haver métodos condizentes com a ciência em questão, que diz respeito ao Direito. Se não fosse assim, quem sabe o que poderia ter ocorrido após as execuções dos respectivos responsáveis pela guerra, ou melhor dizendo, os subjugados de guerra. Como a Alemanha estaria sendo vista até hoje pelo que aconteceu em seu território?! Será que o mundo voltaria a ver a Alemanha e aliados com bons olhos após tudo que aconteceu?!
Para alguns réus envolvidos, o julgamento era incompreensível, uma vez que agiram conforme respectiva legislação de seus países, e acreditava-se no direito a guerra. Embora tivesse havido anteriormente pactos e acordos em prol de evitarem a segunda guerra mundial, estes não foram suficientes, culminando na eclosão da mesma gerando milhões de mortes e prejuízos irreparáveis, o que não se repetiu após o término da segunda grande guerra. Pois foi dessa tragédia humanitária que se fez necessário a criação da declaração Universal dos Direitos Humanos, que prioriza o direito à vida em detrimento do direito a guerra. Em termos mais simples, fez-se necessário uma legislação universal em prol da vida, da liberdade, sem distinção de raça, cor, cultura ou gênero.
Observa-se com isso, que a lei requer ser interpretada de acordo, e em harmonia, com a sociedade para evitar fenômenos como nazismo e fascismo. Para alguns críticos do assunto, há controversas em relação aos julgamentos, uma vez que os vencedores instituíram o tribunal para punir os crimes de guerras cometidos pelos réus de Nuremberg, os vencedores não tiveram que responder igualmente para o mundo pelos seus próprios atos de guerra, sob a justificativa de autodefesa, como no caso de Hiroshima e Nagasaki.
Portanto, é através de um olhar positivo do Direito, que a democracia deve prevalecer imparcialmente diante dos acontecimentos, observando e analisando todos os fatos e acontecimentos pois, uma visão parcial dos acontecimentos, resumindo os envolvidos a "vilões" e "heróis”, só revela que ainda há muito a se alcançar, uma vez que as atrocidades foram cometidas por ambas as partes. Embora comparar as vítimas do holocausto às vítimas da bomba atômica possa gerar muitas discussões complexas, em detrimento de quem foi pior, ou quem fez por merecer, uma coisa é certa, muita gente inocente morreu em ambos os lados, e elas mereciam justiça. E nada mais sensato que evitar que acontecimentos assim se repitam, se fazendo necessário se manter vigilante e contrário a qualquer tipo de ideologia fascista ou nazista.
Referências bibliográficas:
http://www.history.com/topics/world-war-ii/nuremberg-trials
https://www.ushmm.org/outreach/en/article.php?ModuleId=10007722
http://law2.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/nuremberg/nuremberg.htm
http://nuremberg.law.harvard.edu/ http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/24054/o-tribunal-de-nuremberg
http://www.unifieo.br/pdfs/marketing/EdiFIEO%20-%20Novas%20tend%C3%AAncias%20na%20jurisprudencia%20internacional%20sobre%20G3%20(1).pdf

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