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CASO CONCRETO 6 - DCA

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D CONST AVANÇADO 
CASO CONCRETO 6 
 
(OAB ? XIX Exame Unificado) Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa 
do Poder Executivo, importantes juristas questionaram a constitucionalidade de diversos 
dispositivos nele inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto encaminhado ao 
Congresso Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. 
Sabendo que a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso 
de constitucionalidade, o Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de 
vigência, uma Ação Declaratória de Constitucionalidade. Diante da narrativa acima, responda 
aos itens a seguir. 
 
a) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso? 
RESPOSTA: Não. Não caberia a ADC por falta de comprovação de relevante controvérsia 
perante juízes e tribunais a respeito da constitucionalidade da lei. A controvérsia existente 
no âmbito da doutrina não torna possível o ajuizamento da ADC. Com efeito, é de se 
presumir que, no primeiro dia de vigência da lei, não houve ainda tempo hábil para a 
formação de relevante controvérsia judicial, isto é, não haveria decisões conflitantes de 
tribunais e juízos monocráticos espalhados pelo País. É a própria dicção do Art. 14, III, da Lei 
nº 9.868/99 que estabelece a necessidade de comprovação da relevante controvérsia 
judicial, não sendo, por conseguinte, o momento exato de se manejar a ADC. 
b) Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de 
medida cautelar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da 
decisão do STF no âmbito dessa medida cautelar? 
RESPOSTA: Sim. Nos termos do Art. 21, caput, da Lei nº 9868/99, os efeitos da medida 
cautelar, em sede de ADC, serão decididos pelo Supremo Tribunal Federal, por decisão da 
maioria absoluta de seus membros. Tais efeitos, de natureza vinculante, serão erga omnes e 
ex nunc, consistindo na determinação de que juízes e Tribunais suspendam o julgamento dos 
processos pendentes que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação 
até seu julgamento definitivo que, de qualquer maneira, há de se verificar no prazo de cento 
e oitenta dias, nos termos do Art. 21, parágrafo único, da referida lei. Ou seja, a concessão 
da medida liminar serviria para determinar que juízes e tribunais do país não pudessem 
afastar a incidência de qualquer dos preceitos da Lei nos casos concretos, evitando, desde 
logo, decisões conflitantes. Pode o STF, por maioria absoluta de seus membros, conceder a 
medida cautelar, com efeitos ex tunc. 
 
O Governador de um Estado-membro da Federação vem externando sua indignação à mídia, 
em relação ao conteúdo da Lei Estadual nº 1234/15. Este diploma normativo, que está em 
vigor e resultou de projeto de lei de iniciativa de determinado deputado estadual, criou uma 
Secretaria de Estado especializada no combate à desigualdade racial. Diante de tal quadro, o 
Governador resolveu ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, uma Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impugnando a Lei Estadual nº 1234/15. 
Com base no fragmento acima, responda, justificadamente, aos itens a seguir 
 
a) A Lei Estadual nº 1234/15 apresenta algum vício de inconstitucionalidade? 
RESPOSTA: A referida lei estadual apresenta vício de inconstitucionalidade formal, já que 
somente lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo pode criar órgão de apoio a 
essa estrutura de poder. É o que dispõe o Art. 61, § 1º, inciso II, da CRFB/88, aplicável por 
simetria aos Estados, tal qual determina o Art. 25, caput. 
b) É cabível a medida judicial proposta pelo Governador? 
RESPOSTA: Não. A resposta deve ser no sentido de negar o cabimento da ADPF diante da 
ausência das condições especiais para a propositura daquela ação constitucional, ou seja, a 
observância do princípio da subsidiariedade, previsto no Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9882/99. A 
jurisprudência do STF é firme no sentido de que o princípio da subsidiariedade rege a 
instauração do processo objetivo de ADPF, condicionando o ajuizamento dessa ação de 
índole constitucional à ausência de qualquer outro meio processual apto a sanar, de modo 
eficaz, a situação de lesividade indicada pelo autor. 
 
(TRT 20 região 2016 ? Analista Judiciário ? Administrativa) Considere: 
I. Governador do Estado de Sergipe. 
II. Confederação Sidical ?XXX?. 
III. Procurador-Geral da República. 
IV. Mesa da Câmara dos Deputados. 
V. V. Prefeito da cidade de Lagarto. 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, possuem legitimidade ativa para propor ação 
declaratória de constitucionalidade, dentre outros, os indicados APENAS em: 
a) I, II e III. 
b) I, II, III e IV. 
c) I, III, IV e V. 
d) III, IV e V. 
e) I, III e IV

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