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HIDROCEFALIA Definição: Acúmulo do líquido cefalorraquidiano (LCR ou líquor) nas cavidades ventriculares cranianas, causando aumento na pressão intracraniana sobre o cérebro lesões no tecido cerebral. Líquido Cefalorraquidiano Funções: - Banha o cérebro e a medula espinhal a fim de evitar eventuais traumas ou choques sobre o SNC; - Protege mecanicamente o cérebro, amortecendo choques contra a superfície interna do crânio; - É produzido e absorvido pelos ventrículos localizados no crânio; - Atua como veículo para fornecer nutrientes ao cérebro e também remover resíduos do mesmo. Epidemiologia - Atinge em torno de 1 a 3 pessoas a cada 1000 nascimentos; - 60% dos casos afeta RN e, 40%, idosos; - Hidrocefalia como defeito único 0,9 – 1,5/1000 nascimentos, mais comum no sexo masculino. - Hidrocefalia + espinha bífida 1,3- 2,9/1000 nascimentos, mais comum no sexo feminino. - 80-90% dos RN com defeito do tubo neural apresentam hidrocefalia. Classificação Hidrocefalia obstrutiva (não comunicante): há um bloqueio no sistema ventricular do cérebro, impedindo que o LCR flua normalmente pelo cérebro e pela medula espinhal. Hidrocefalia não obstrutiva (comunicante): é o resultado do aumento excessivo do LCR (casos raros) ou, ainda, da diminuição da capacidade dos vasos sanguíneos em absorver o LCR. Hidrocefalia de pressão normal (comunicante): afeta principalmente pessoas idosas. Ela é resultado de um trauma ou doença, mas as causas exatas ainda não estão totalmente claras. Fisiopatologia ventrículos banhados pelo LCR ⇩ Aumento quantidade do LCR 1- Bloqueio parcial ou total do fluxo liquórico; 2- Aumento na produção do LCR; 3- Dificuldade na sua reabsorção. ⇩ Dilatação ventricular ⇩ Compressão cérebro contra o crânio - HIC Etiologia ➧ Congênita ➧Infecções intra-uterinas (toxoplasmose, varíola, meningite, estafilocócica, sífilis) ➧Obstrução pós-hemorrágica Fatores de Risco ➧ RN - Desenvolvimento anormal do SNC, que pode obstruir o fluxo de LCR; - Espinha bífida; - Sangramento dentro dos ventrículos - possível complicação de parto prematuro; - Infecção no útero durante a gravidez (rubéola ou sífilis) inflamação nos tecidos cerebrais do feto. - Lesões ou tumores no cérebro ou na medula espinal; - Infecções no SNC, como meningite bacteriana ou caxumba; - Sangramento no cérebro decorrente de AVE ou traumatismo craniano; - Outras lesões traumáticas do cérebro. Caracterização Clínica ➧Sinais de HIC- letargia, bradicardia, vômitos, irritabilidade; ➧ ADNPM; ➧Falta de apetite; ➧ Déficit no tônus muscular e fraqueza muscular; ➧ Convulsões. Diagnóstico ➧ Pode ser detectada antes mesmo do nascimento, por meio de ultrassonografias periódicas. ➧ Exame neurológico clínico: testes de força muscular, reflexo, sensibilidade ao tato, audição, coordenação, equilíbrio, humor, entre outros; - Neuroimagem: ultrassons, ressonância magnética e tomografia computadorizada. Tratamento ➧ Objetivos: reduzir e prevenir danos cerebrais melhorando e corrigindo o fluxo de LCR. ➧ Shunt do LCR para outra parte do corpo, como para a região abdominal (absorvido); ➧ Tratamento cirúrgico: Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP) ou para o espaço subaracnóide. ➧ Ventriculostomia endoscópica (TVE): alivia a pressão sem substituir o shunt; ➧ Remoção ou cauterização das partes do cérebro que produzem LCR; ➧ Tratamento intraútero: derivação para o líquido aminótico ou drenagem ventricular fetal; ➧ Medicamentos: reduzirem a produção do LCR (Furosemida). Posterga o procedimento cirúrgico. Prognóstico ➧ Índice de sequelas elevado; ➧ Sequelas estão na dependência da causa: distúrbios de memória, capacidade diminuída de raciocínio e concentração, problemas de coordenação e na capacidade de motivação e organização; ➧ Efeitos físicos como problemas de visão e puberdade precoce também podem ocorrer. Fisioterapia ➧ Trabalhar o ADNPM; ➧ Controle de cabeça e tronco; ➧ Equilíbrio; ➧ Uso de órtese; ➧ Alongamento; ➧ Fortalecimento muscular; ➧ Descarga de peso, prevenir contratura muscular e problemas respiratórios; ➧ Fisioterapia Respiratória.