Prévia do material em texto
Hidrocefalia 1 Hidrocefalia Natasha Ferreira - ATM25 INTRODUÇÃO é um acúmulo anormal de líquor (>500ml) nos ventrículos cerebrais Ocorre alteração no balanço de produção e reabsorção do líquor → acarreta em aumento da pressão intracraninana Relacionada com demências reversíveis PRINCÍPIOS DA PRESSÃO INTRACRANAIANA Lei de Pascal: a alteração de pressão produzida num líquido em equilíbrio transmite integralmente a todos os pontos do líquido e às paredes do recipiente No sistema liquórico acontece o mesmo, se eu tenho um aumento de pressão desse sistema, seja por um tumor, sangramento ou por aumento de volume de LCR, terei um aumento de pressão em todas partes e direções desse sistema fechado A PIC é a soma de todos volumes dos componentes intracranianos: Cérebro (1400ml) Sistema arterial e venoso (150ml) LCR (150ml) HIC → aumento da PIC >15mmHg COMPLACÊNCIA CEREBRAL Qualquer hidrocefalia não necessariamente terá sintomas Inicialmente o paciente tá bem pois tem equilíbrio, entretanto a complacência vai diminuindo à medida que o volume de liquido aumenta (aumentando a PIC) Ela também ajuda na questão de que se houver uma mínima retirada de líquido já irá retirar o paciente dos sintomas e salvá-lo EPIDEMIOLOGIA Hidrocefalia do adulto 3,4 procedimentos/100.000 hab/ano; Sem diferença entre sexo; Hidrocefalia 2 Principais causas: TCE, Meningites, HSA, Tumor cerebral. Hidrocefalia da criança No RN as suturas estão abertas, sendo seu primeiro sinal o abaulamento das fontanelas Assim, crianças tem um mecanismo compensatório a mais, tolera-se mais a dilatação ventricular, até as suturas fecharem, tornando-se então igual ao adulto ETIOLOGIA Infecções intrauterinas rubeola, citomegalovírus, toxoplasmose Trauma HSA, hemorragia ventricular Malformação congênita Sd. Dandy Walker, estenose de aqueduto e Chiari (cerebelo invagina para dentro do 4º ventriculo) Adquiridas tuberculose, meningite, pós hemorragia ventricular pós tumor de fossa posterior (meduloblastoma, astrocitoma, ependimoma) Malformação artériovenosa, hemorragia, rotura aneurismática CLASSIFICAÇÃO EVOLUÇÃO 1. AGUDA → alta pressão, secundária à doença aguda (não compensa) Sintomas de HIC cefaleia piorar pela manhã (PIC atinge o seu valor máximo), exacerba com o esforço físico, tosse, espirro ou qualquer manobra que eleve a pressão intratorácica subitamente nausea/vômito Tríade de cushing (bradicardia + hipertensão + depressão respiratória) irritabilidade, sonolência, convulsões, confusão mental comprime o quiasma óptico → papiledema, estrabismo, nistagmo, amauróticos e midriáticos paralisia do abducente (VI) Principais causas HSA (51%) TCE (16%) Meningites (5%) Tumores cerebrais (9%) 2. CRÔNICA Hidrocefalia de pressão normal (HPN) ou normobárica Hidrocefalias comunicantes → 47% de todas as hidrocefalias Dilatação crônica dos ventrículos → complacência “dura mais” pacientes >60 anos Sintomas progressivos: “Tríade de Hakim e Adams” Ataxia de marcha Incontinência urinária Demência/declínio congitivo → reversível (diagnóstico diferencial de outras demências como Alzheimer) Hidrocefalia 3 Todo paciente que chega ao consultório com quadro de déficit cognitivo progressivo deve ser investigado para causas reversíveis de demência Para saber isso faz o TAP teste (punção + teste de marcha) O que investigar Hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12 neurossífilis complexo demência-HIV hidrocefalia normobárica tumores cerebrais, hematoma subdural crônico intoxicações crônicas (álcool, anticolinérgico, psicotrópicos e hipnóticos) OBSTRUÇÃO 1. OBSTRUTIVA Bloqueio do Aqueduto de Sylvius TC → dilatação dos ventrículos laterais e do 3º ventrículo 4º ventrículo inalterado, por isso é chamada de hidrocefalia triventricular principal causa → meningite quadro inflamatório do aqueduto de Silvyus TC → “Teddy Bear Face” 2. COMUNICANTE Desabsortiva, pois não consegue absorver o líquor no plexo coroide Não consigo absorver o líquido que é produzido → produz e esse líquor volta, mas gradativamente ele vai fazer um sistema retrógrado que vai dilatar todos os ventrículos levando a hidrocefalia Crônica com obstrução parcial da circulação normal do LCR Idiopática → relacionada a processos normais de envelhecimento cerebral, devido a reabsorção deficiente do LCR pelas granulações aracnoide oclusão do espaço subaracnóide ao longo do troncocerebral TC → “Mickey Mouse Ears” geralmente eu tenho o 3º/4º dilatados, hidrocefalia tetraventricular principais causas sequelas tardias AVC, TCE, HSA, meningite… sintomas progressivos → hidrocefalia crônica CLÍNICA come pouco reação pupilar lenta mudança do nível de consciência (ativa → prostada) crônico → clínica arrastada, alteração do formato do crânio e cérebro evolução rápida → sinais de HIC cefaleia, vômito, tríade de cushing (bradicardia + hipertensão + depressão respiratória) irritabilidade, sonolência, convulsões, confusão mental pepiledema, estrabismo, nistagmo, ataxia, paralisia do abducente (VI) EXAME FÍSICO Hidrocefalia 4 dilatação das veias do escalpe tamanho anormal da cabeça em relação ao corpo → circunferência cefálica fontanela anterior → tensa, abaulada e não pulsátil (TAN) sinal de Macewen → som de pote percutido no osso sinal do sol poente → olhos rodados para baixo, esclera visível pela íris criança e adulto DIAGNÓSTICO clinica + sintomas + imagem TC → urgência avalia o tamanho do 4º ventrículo aumentado → comunicante diminuido → obstrutiva RNM avalia malformações e tumorações alargamento dos ventrículos edema transependimário 3º e 4º ventrículos abaulados corpo caloso afilado temporal precoce >2mm ⚠ mensura o grau de alargamento dos ventrículos → >0,3 ⚠ Ângulo corpo caloso → quanto mais agudo maior a hidrocefalia (B) MANEJO CLÍNICO acetazolamida 50mg/Kg/dia EC: diarreia, artralgia diuréticos CIRÚRGICO shunts (drenagem do líquor) 1º DVE (H. aguda) deve ser externa porque tem bactéria (caso de meningite) tratar a meningite e depois faz difinitiva 2º Derivações definitivas DVP → ventrículo-peritoneal DVA → atrio-peritoneal (sepse aguda) Ventriculopleural (empiema) Hidrocefalia 5 3º ventriculostomia endoscópica Hidrocefalia obstrutiva ⚠ Após colocado o DVP ele fica para vida COMPLICAÇÕES Mal funcionamento infecção várias cirurgias complicação no sitio de implantação desconexão hiperdrenagem ou drenagem insuficiente