Prévia do material em texto
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS CURVAS DE PRESSÃO REQUERIDA NA PRODUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO Arnoldo Duarte Benther Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil. Orientadores: José Luis Drummond Alves Paulo Couto Rio de Janeiro Julho de 2014 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS CURVAS DE PRESSÃO REQUERIDA NA PRODUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO Arnoldo Duarte Benther DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL. Examinada por: ________________________________________________ Prof. José Luis Drummond Alves, D.Sc. ________________________________________________ Prof. Paulo Couto, Dr.Eng. ________________________________________________ Prof. Virgílio José Martins Ferreira Filho, D.Sc. ________________________________________________ Prof. Sergio Augusto Barreto da Fontoura, Ph.D. ________________________________________________ Prof. Luis Carlos Baralho Bianco, Ph.D. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL JULHO DE 2014 iii Benther, Arnoldo Duarte Análise do Comportamento das Curvas de Pressão Requerida na Produção de Poços de Petróleo / Arnoldo Duarte Benther. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2014. XVI, 136 p.: il.; 29,7 cm. Orientadores: José Luis Drummond Alves Paulo Couto Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de Engenharia Civil, 2014. Referências Bibliográficas: p. 134-135. 1. Análise Nodal. 2. Acoplamento Reservatório e Poço. 3. Análise de Sistemas de Produção. I. Couto, Paulo et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Titulo. iv A minha esposa e filho, Renata Figueiredo Accetta Benther e Davi Accetta Benther, e aos meus pais, Jorge Soares Benther e Sadamar Duarte Benther. v Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.) ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS CURVAS DE PRESSÃO REQUERIDA NA PRODUÇÃO DE POÇOS DE PETRÓLEO Arnoldo Duarte Benther Julho/2014 Orientadores: Paulo Couto José Luis Drummond Alves Programa: Engenharia Civil Este trabalho descreve uma metodologia para analisar o comportamento das curvas de pressão requerida em poços de petróleo durante a sua produção. Para tanto foi utilizada a seguinte metodologia: Análise Nodal de sistemas de produção em poços produtores de petróleo. Esta metodologia permitiu determinar a vazão de fluxo na qual os poços tem potencial de produzir, considerando a geometria do poço e as limitações de completação, as perdas de cargas e potenciais cenários de regimes de escoamento. Foram realizadas análises de cenários que incluem variações do corte de água, do diâmetro da tubulação, da pressão do reservatório e da razão gás-óleo para dois tipos de poços com geometria vertical e horizontal, em dois reservatórios distintos. As conclusões gerais deste trabalho são que a parcela de perda de pressão hidrostática tem uma influência importante dentro do cálculo representando cerca de 92% de todas as perdas de carga durante o escoamento. O diâmetro da tubulação tem uma influência significativa conforme a vazão aumenta induzindo um aumento na perda de pressão por atrito. Já a variação da razão de gás-óleo e corte de água mostraram também ganhos e perdas significativas devido às suas influências na densidade do fluido. vi Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.) ANALYSIS OF THE BEHAVIOR OF THE OUTFLOW PERFORMANCE RELATIONSHIP IN THE PRODUCTION OF OIL WELLS Arnoldo Duarte Benther July/2014 Advisors: Paulo Couto José Luis Drummond Alves Department: Civil Engineering This work describes a methodology to analyze the behavior of the vertical lift performance curves in oil wells during its production. To achieve this goal the following methodology was used: Nodal Analysis of production systems in oil producing wells. This methodology enabled determining the rate of flow in which the wells has the potential to produce, considering the well geometry and completion limitations, pressure losses and potential scenarios of flow regimes. Different scenarios were studied which included changes in water cut, pipe diameter, reservoir pressure and gas-oil ratio for two types of vertical and horizontal wells geometry in two distinct reservoirs were made. The general conclusions are that the hydrostatic pressure loss has a major influence in the calculation representing about 92% of all pressure losses during flow. The pipe diameter has a significant influence as the flow rate increases resulting in an increase in friction pressure loss. The variation of the gas-oil ratio and water cut also showed significant gains and losses respectively due to their influences on the fluid density. vii SUMÁRIO ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................. IX ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................... XIII NOMENCLATURA .................................................................................................... XIV – INTRODUÇÃO .......................................................................................17 CAPÍTULO 1 1.1 Objetivo do Trabalho ................................................................................................ 18 – REVISÃO TEÓRICA ..............................................................................19 CAPÍTULO 2 2.1 Escoamento em Dutos .............................................................................................. 19 2.1.1 A equação geral de energia ............................................................................ 19 2.1.2 Escoamento monofásico ................................................................................ 26 2.1.3 Calculo da pressão transversa ........................................................................ 29 2.2 Propriedades dos Fluidos .......................................................................................... 38 2.2.1 Modelo Black-Oil .......................................................................................... 38 2.2.2 Modelo composicional ................................................................................... 38 2.3 Variáveis do Escoamento Multifásico ...................................................................... 39 2.3.1 Razão de Líquido (Liquid Holdup) ................................................................ 39 2.3.2 Razão de Líquido sem escorregamento (No-Slip Liquid Holdup) ................. 40 2.3.3 Densidade....................................................................................................... 40 2.3.4 Velocidade ..................................................................................................... 42 2.3.5 Viscosidade .................................................................................................... 43 2.4 Padrões de Escoamento ............................................................................................ 44 2.5 Desempenho de um Reservatório de Petróleo ..........................................................48 2.5.1 Previsão da curva IPR para Poços de Petróleo .............................................. 50 – ANÁLISE DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO ...............................................55 CAPÍTULO 3 3.1 Análise Nodal ........................................................................................................... 57 – MODELAGEM DE RESERVATÓRIOS E POÇOS.....................................62 CAPÍTULO 4 4.1 Introdução da Ferramenta de Software Prosper ....................................................... 62 4.2 Modelagem Experimental ......................................................................................... 63 4.2.1 Pressão de reservatório .................................................................................. 65 4.2.2 Modelagem da IPR dos reservatórios ............................................................ 66 4.2.3 Modelagem de Poços ..................................................................................... 68 viii – RESULTADOS E DISCUSSÕES ...............................................................82 CAPÍTULO 5 5.1 Poço 1 ....................................................................................................................... 83 5.2 Poço 2 ....................................................................................................................... 88 5.3 Poço 3 ....................................................................................................................... 93 5.4 Poço 4 ....................................................................................................................... 98 5.5 Comparativo dos Casos Base .................................................................................. 103 5.5.1 Interpretações dos Resultados obtidos considerados como Casos Base ...... 103 5.5.2 Resumo do estudo comparativo entre os Casos Bases ................................. 111 5.6 Estudos de Sensibilidades ....................................................................................... 113 5.6.1 Poço 1 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório . 115 5.6.2 Poço 2 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório . 119 5.6.3 Poço 3 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório . 123 5.6.4 Poço 4 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório . 127 - CONCLUSÕES .....................................................................................131 CAPÍTULO 6 6.1 Considerações Finais .............................................................................................. 131 6.2 Proposta para Trabalhos Futuros ............................................................................ 133 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................134 CAPÍTULO 7 APÊNDICE A – TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES ...........................................136 ix ÍNDICE DE FIGURAS Figura 2.1: Balanço de Forças. (Adaptado de Beggs, 2003) .......................................... 22 Figura 2.2: Diagrama de Moody – Fatores de atrito escoamento em tubulações (White, 2006, p. 349). .................................................................................................................. 27 Figura 2.3: Volume de controle do balanço de momento. Adaptado de Mukherjee & Brill (1999) ..................................................................................................................... 28 Figura 2.4: Esquemático da transferência de calor no poço para a formação (Nascimento, J. C., 2013) ............................................................................................... 31 Figura 2.5: Esquemático de escoamento de dois fluidos imiscíveis com densidades diferentes (Beggs, 2003) ................................................................................................. 39 Figura 2.6: Padrões de escoamento em dutos verticais. Mukherjee & Brill (1999) ....... 45 Figura 2.7: Padrões de escoamento em dutos horizontais. Mukherjee & Brill (1999) ... 46 Figura 2.8: Modelo de IPR Linear. ................................................................................. 51 Figura 2.9: Curvas IPR - Modelos Linear, Vogel, Fetkovich, Klins e Wiggins............. 53 Figura 3.1: Perdas de pressão em um sistema de produção completo (Adaptado de Beggs, 2003). .................................................................................................................. 56 Figura 3.2: Localização de vários nós em um sistema de produção (Beggs, 2003). ...... 58 Figura 3.3: Determinação da capacidade de fluxo. ........................................................ 60 Figura 3.4: Sistema de produção simplificado (Beggs, 2003). ....................................... 61 Figura 4.1: Interface da ferramenta de software PROSPER. ......................................... 63 Figura 4.2: IPR do Reservatório 1. ................................................................................. 67 Figura 4.3: IPR do Reservatório 2. ................................................................................. 67 Figura 4.4: Geometria do riser de produção do Poço 1. ................................................ 69 Figura 4.5: Geometria da coluna de produção do Poço 1. .............................................. 69 Figura 4.6: Gráfico de Comprimento Vertical x Comprimento Total do Poço 1. .......... 70 Figura 4.7: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 1. ..................................................... 70 Figura 4.8: Geometria do riser de produção do Poço 2. ................................................ 72 Figura 4.9: Geometria da coluna de produção do Poço 2. .............................................. 72 x Figura 4.10: Gráfico de Comprimento Vertical x Comprimento Total do Poço 2. ........ 73 Figura 4.11: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 2. ................................................... 73 Figura 4.12: Geometria do riser de produção do Poço 3. .............................................. 75 Figura 4.13: Geometria da coluna de produção do Poço 3. ............................................ 75 Figura 4.14: Gráfico de Desvio do Poço 3. .................................................................... 76 Figura 4.15: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 3. ................................................... 76 Figura 4.16: Geometria do riser de produção do Poço 4. .............................................. 79 Figura 4.17: Geometria da coluna de produção do Poço 4. ............................................ 79 Figura 4.18: Gráfico de Desvio do Poço 4. .................................................................... 80 Figura 4.19: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 4. ................................................... 80 Figura 5.1: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 1. .............................. 83 Figura 5.2: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 1 com a mudança da vazão líquida. ............................................................................................. 84 Figura 5.3: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 1. .............................................................................................. 85 Figura 5.4: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 1. ................................... 86 Figura 5.5: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 2. .............................. 88 Figura 5.6: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 2 com a mudança da vazão líquida. ............................................................................................. 89 Figura 5.7: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 2. ..............................................................................................90 Figura 5.8: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 2. ................................... 91 Figura 5.9: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 3. .............................. 93 Figura 5.10: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 3 com a mudança da vazão líquida. ............................................................................................. 94 Figura 5.11: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 3. .............................................................................. 95 Figura 5.12: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 3. ................................. 96 Figura 5.13: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 4. ............................ 98 xi Figura 5.14: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 4 com a mudança da vazão líquida. ............................................................................................. 99 Figura 5.15: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 4. ............................................................................ 100 Figura 5.16: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 4. ............................... 101 Figura 5.17: Comparativo entre as Perdas de Pressões, Drawdowns e Pressões de Reservatório. ................................................................................................................. 103 Figura 5.18: Comparativo entre as Temperaturas dos Poços no reservatório, Árvore de Natal e Superfície. ........................................................................................................ 105 Figura 5.19: Comparativo das Velocidades Superficiais na Árvore de Natal e Superfície. ...................................................................................................................................... 106 Figura 5.20: Comparativo das Razões de Líquido através da Tubulação. ................... 107 Figura 5.21: Comparativo das Viscosidades na Árvore de Natal e Superfície............. 108 Figura 5.22: Comparativo das Curvas VLP. ................................................................ 109 Figura 5.23: Comparativo das Curvas VLP, somente a parcela gravitacional. ............ 110 Figura 5.24: Comparativo das Curvas VLP, somente a parcela de atrito. .................... 110 Figura 5.25: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. .................................................................................................... 115 Figura 5.26: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. ............................................................................................. 116 Figura 5.27: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2.200 psi. .................................................. 117 Figura 5.28: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1.200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). ............... 118 Figura 5.29: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. .................................................................................................... 119 Figura 5.30: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. ............................................................................................. 120 Figura 5.31: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. ................................................... 121 xii Figura 5.32: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). ................ 122 Figura 5.33: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. .................................................................................................... 123 Figura 5.34: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. ............................................................................................. 124 Figura 5.35: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. ................................................... 125 Figura 5.36: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). ................ 126 Figura 5.37: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. .................................................................................................... 127 Figura 5.38: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. ............................................................................................. 128 Figura 5.39: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. ................................................... 129 Figura 5.40: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). ................ 130 xiii ÍNDICE DE TABELAS Tabela 2.1: Valores de coeficientes de transferência de calor típicos. ........................... 35 Tabela 2.2: Valores empíricos de b. ............................................................................... 53 Tabela 4.1: Dados dos reservatórios. .............................................................................. 64 Tabela 4.2: Dados operacionais de produção do Poço 1. ............................................... 68 Tabela 4.3: Perfil e desvio do Poço 1. ............................................................................ 71 Tabela 4.4: Dados operacionais de produção do Poço 2. ............................................... 71 Tabela 4.5: Perfil e desvio do Poço 2. ............................................................................ 74 Tabela 4.6: Dados operacionais de produção do Poço 3. ............................................... 74 Tabela 4.7: Perfil e desvio do Poço 3. ............................................................................ 77 Tabela 4.8: Dados operacionais de produção do Poço 4. ............................................... 78 Tabela 4.9: Perfil e desvio do Poço 4. ............................................................................ 81 Tabela 5.1: Padrão de escoamento do Poço 1. ............................................................... 83 Tabela 5.2: Resultados da simulação do Poço 1. ............................................................ 87 Tabela 5.3: Padrão de escoamento do Poço 2. ............................................................... 88 Tabela 5.4: Resultados da simulação do Poço 2. ............................................................ 92 Tabela 5.5: Padrão de escoamento do Poço 3. ............................................................... 93 Tabela 5.6: Resultados da simulação do Poço 3. ............................................................ 97 Tabela 5.7: Padrão de escoamento do Poço 4. ............................................................... 98 Tabela 5.8: Resultados da simulação do Poço 4. .......................................................... 102 xiv NOMENCLATURA A - Área do duto AL - Área do líquido Cp - Calor específico d - Diâmetro do duto e - Energia específica f - Fator de atrito fo - Fração de óleo fw - Fração de água g - Aceleração da gravidade Gr - Número deGrashof h - Coeficiente de transferência de calor h - Entalpia especifica h - Hora HL - Liquid Holdup com escorregamento (fração de líquido) J - Índice de Produtividade k - Condutividade térmica L - Comprimento Lw - Perdas irreversíveis m - Massa ʋ - Velocidade Pr - Número de Prandtl P - Pressão Q - Taxa de transferência de calor qg - Vazão de gás qL - Vazão de líquido qmax - Vazão máxima r - Raio do duto xv NRe - Número de Reynolds T - Temperatura S - Entropia U - Coeficiente geral de transferência de calor V - Volume Letras Gregas ϴ - Ângulo de inclinação com a horizontal ʋ - Velocidade µ - Viscosidade β - Coeficiente de expansão térmica λL - Liquid Holdup sem escorregamento (fração de líquido) ρ - Massa específica τ - Tensão de cisalhamento σ - Tensão superficial Subscritos b - Bolha c - Revestimento ci - Revestimento interno cime - Cimento co - Revestimento externo e - Formação f - Fluido g - Gás i - Inicial L - Líquido m - Mistura xvi n - Sem escorregamento o - Óleo s - Sistema t - Parede da coluna de produção ti - Referente ao interior da coluna to - Referente ao exterior da coluna w - Água w - Parece do poço wf - Fundo do Poço Abreviaturas IPR - Comportamento do Fluxo de Entrada (Inflow Performance Relationship) VLP - Desempenho de Elevação Vertical (Vertical Lift Performance) RGO - Razão Gás-Óleo 17 – INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 A presença de escoamento multifásico em tubulações é bastante comum em diferentes atividades industriais, como química, geração de vapor para energia elétrica, petróleo, entre outras. Na indústria do petróleo a ocorrência de escoamento multifásico é comum em todo o transporte dos fluidos, desde a produção até a venda. Esse tipo de escoamento será estudado desde a rocha reservatório até às unidades de separação, passando pela coluna de produção, risers1 e linhas de transferências. Escoamento multifásico pode ser caracterizado como o escoamento simultâneo de duas ou mais fases com propriedades distintas e imiscíveis na tubulação. No caso de escoamento óleo-água-gás temos a presença de duas interfaces, líquido-líquido-gás, apesar da mistura ser considerada bifásica (Costa & Silva, Borges Filho & Pinheiro, 2000). O escoamento de hidrocarbonetos ocorre devido à redução de pressão e temperatura, fazendo com que o gás antes em solução no óleo seja liberado e venha ser produzido junto com óleo e água provenientes da formação (Mukherjee & Brill, 1999). O correto entendimento do comportamento da mistura multifásica desde o reservatório, passando pelo poço e coluna de produção até chegar no sistema de separação é de fundamental importância para a avaliação do retorno econômico do campo, como por exemplo, a determinação da queda de pressão, fração de líquido, medições de vazões, 1 Um tubo ou conjunto de tubos flexíveis ou rígidos usados para transferir fluidos produzidos a partir do fundo do mar para as instalações de superfície e transferir injeção ou fluidos de controle a partir das instalações de superfície para o fundo do mar. 18 dimensionamento do sistema de produção, processamento e gerenciamento da produção (Bannwart et al., 2005). A diferença de densidade entre as fases que compõem a mistura em escoamento multifásico pode fazer com que as fases escoam em velocidades relativas diferentes. A utilização das correlações e modelos mecanicistas juntamente com a introdução dos computadores pessoais no início dos anos 80 deram origem aos simuladores de escoamento multifásico em poços de petróleo, cujo objetive básica é a determinação do gradiente dinâmico de pressão e temperatura, ou seja, determinar a pressão e temperatura em diferentes pontos do sistema de produção. 1.1 OBJETIVO DO TRABALHO Este trabalho tem como objetivo analisar a influência da geometria do poço, de parâmetros do reservatório e dos fluidos produzidos sobre as curvas de pressão requerida para a produção de poços de hidrocarbonetos. Para se atingir este objetivo, a seguinte metodologia é utilizada: análise do comportamento do escoamento multifásico em poços produtores de petróleo, analisada ao variar os parâmetros e propriedades físicas do fluido e sistema de produção, utilizando-se a metodologia de Análise Nodal. Cenários fictícios, mas representativos de bacias brasileiras são analisados e comparados entre si e com seus casos bases para contribuir com a identificação das variações e impactos de cada grandeza e suas influencias cruzadas. São analisadas variações do corte de água, do diâmetro da tubulação, da pressão do reservatório e da razão gás-óleo para dois tipos de poços, com geometria vertical e horizontal, em dois reservatórios distintos. 19 – REVISÃO TEÓRICA CAPÍTULO 2 Neste capítulo são apresentadas as leis de conservação de massa, momento e energia para o escoamento monofásico de fluidos Newtonianos em dutos circulares em regime permanente unidimensional. São também apresentadas modificações que ocorrem nestas equações para o escoamento multifásico de óleo, água e gás, assim como os aspectos teóricos relacionados ao estudo do escoamento multifásico em poços. Em seguida, são brevemente descritas as referências encontradas sobre o emprego da Técnica da Análise Nodal como método de solução para problemas de escoamento e otimização da produção de petróleo a partir dos reservatórios. A Técnica da Análise Nodal, metodologia de solução proposta neste trabalho, possui, dentre outros, o objetivo de preencher as lacunas deixadas pelas soluções analíticas clássicas na solução de problemas de escoamento e otimização de produção em sistemas de produção e no acoplamento poço-reservatório de petróleo. 2.1 ESCOAMENTO EM DUTOS A base para o estudo do cálculo de escoamento de fluidos em tubulações envolve as leis de conservação de massa, momento e energia. Aplicação destas leis permite determinar mudanças de velocidade, pressão e temperatura dos fluidos na tubulação. 2.1.1 A equação geral de energia A base teórica para a maioria das equações de escoamento é a equação geral de energia, uma expressão para o balanço e conservação de energia entre dois pontos em um sistema (Wylen, 1995). A equação de energia é desenvolvida primeiramente, usando os princípios de termodinâmica e então é modificada para a forma de equação de gradiente de pressão. 20 O balanço de energia em regime permanente afirma que a energia de um fluido entrando no volume de controle, mais qualquer trabalho exercido no ou pelo fluido, mais qualquer calor adicionado ou removido do fluido, deve ser igual à energia saindo do volume de controle. (2.1) onde, é a energia interna, é a energia de expansão ou compressão, é a energia cinética, é a energia potencial, é o calor adicionado ao fluido e é o trabalho realizado no fluido pelo meio. Dividindo-se a equação 2.1 pela unidade de massa para obter energia por unidade de massa e reescrevendo da forma diferencial temos: 0 (2.2) Esta forma da equação de balanço de energia é difícil de aplicar por causa do termo de energia interna, e é comumente convertida para um balanço de energia mecânica, utilizando-se as relações bem conhecidas da termodinâmica. (2.3) e, (2.4) ou, (2.5) onde, é a entalpia, é a entropia e é a temperatura. 21 Substituindo-se a equação 2.5 na equação 2.2 e simplificando os termos, temos: 0 (2.6) Para um processo irreversível a desigualdade de Clausius afirma que: (2.7) ou, (2.8) onde são as perdas irreversíveis, como atrito. Utilizando-se essa relação e assumindo que nenhum trabalho é realizado no fluido ou pelo fluido, a equação 2.6 torna-se: 0 (2.9) Se considerarmosuma tubulação inclinada com um ângulo com a horizontal, sin . Multiplicando a equação 2.9 por , temos: sin 0 (2.10) A equação 2.10 pode ser resolvida para gradiente de pressão e, se a perda de pressão é considerada como sendo positiva na direção do escoamento, temos: sin (2.11) 22 onde, ≡ é o gradiente de pressão devido ao cisalhamento viscoso ou perdas por atrito. Em escoamentos dentro de tubulações horizontais, a perda de energia ou pressão é causada pela mudança da energia cinética e perdas por atrito somente (Beggs, 2003). Já que a maioria do cisalhamento viscoso ocorre nas paredes da tubulação, a razão da tensão de cisalhamento e energia cinética por unidade de volume 2⁄ reflete a importância relativa da tensão de cisalhamento para o total de perdas. Esta razão forma um grupo adimensional e define o fator de atrito. ⁄ (2.12) Para avaliar a tensão de cisalhamento, um balanço de força entre as forças de pressão e a tensão de cisalhamento pode ser formado, conforme Figura 2.5: Figura 2.1: Balanço de Forças. (Adaptado de Beggs, 2003) (2.13) ou, (2.14) 23 Substituindo a equação 2.14 na equação 2.12, temos: (2.15) Esta equação é comumente conhecida como equação de Fanning. Em termos de um fator Darcy-Wiesbach ou de atrito de Moody, 4 , e (2.16) O fator de atrito para escoamento laminar pode ser determinado analiticamente pela combinação da equação 2.16 com a equação de Hagen-Poiseuille para escoamento laminar (Beggs, 2003): (2.17) ou, (2.18) Equacionando as expressões para gradiente de pressão por atrito, temos: (2.19) O grupo adimensional, ⁄ , é a razão das forças inerciais do fluido e as forças viscosas e é conhecido como número de Reynolds. É utilizado como parâmetro para distinguir entre escoamento laminar e turbulento. Para cálculos de engenharia o ponto de transição entre escoamento laminar e turbulento é o número de Reynolds 2.100 para escoamento em tubulação circular (White, 2006). 24 A habilidade de prever o comportamento do escoamento numa condição de escoamento turbulento é o resultado direto de estudos experimentais extensivos dos perfis de velocidade e gradientes de pressão. Estes estudos tem demonstrado que ambos, perfil de velocidade e gradiente de pressão, são características muito sensíveis à parede da tubulação. Uma aproximação lógica para definir fatores de atrito é começar com um caso mais simples, por exemplo, uma parede de tubulação lisa, proceder para uma parede parcialmente irregular, e finalmente uma parede completamente irregular (Beggs, 2003). Para paredes lisas, muitas equações tem sido desenvolvidas, cada válida para uma variedade de números de Reynolds. A equação que é mais comumente usada já que é explicita em e também cobre uma variedade ampla de número de Reynolds, 3.000 3 10 , foi apresentada por Drew, Koo e McAdams (1930). 0,0056 0,5 . (2.20) Uma equação proposta por Blasius (1913) pode ser usada para número de Reynolds até 100.000 para tubulações lisas. 0,316 . (2.21) A parte interna da parede de uma tubulação normalmente não é lisa, e em escoamento turbulento a rugosidade pode ter um efeito definido no fator de atrito e consequentemente no gradiente de pressão. A rugosidade da parede é uma função do material, do método da fabricação e do ambiente que o mesmo foi exposto. Microscopicamente a rugosidade da parede não é uniforme. Protuberâncias, entalhes, e outros, variam em altura, largura, comprimento, forma e distribuição. 25 Análises dimensionais sugerem que o efeito da rugosidade não é devido à sua dimensão absoluta, mas principalmente para suas dimensões relativas ao diâmetro interno da tubulação, ⁄ . Em um escoamento turbulento o efeito da rugosidade da parede tem demonstrado ser dependente de ambas rugosidade relativa e número de Reynolds. Se a subcamada laminar que existe na camada fronteiriça é espessa suficientemente, então o comportamento é similar ao de uma tubulação lisa. A espessura da subcamada é diretamente relacionada ao número de Reynolds. Os famosos experimentos com grão de areia de Nikuradse (1933) formaram a base para obter o fator de atrito para tubulações rugosas. O fator de atrito deve ser calculado explicitamente a partir de: 1,74 2 log (2.22) A equação que é usada como a base do fator de atrito moderno foi proposta por Colebrook e White (1939). 1,74 2 log , (2.23) O fator de atrito não pode ser extraído diretamente da equação de Colebrook. Rearranjando a equação conforme a seguir, um procedimento de tentativa e erro pode ser usado para solucionar a equação do fator de atrito. , , (2.24) 26 Os valores de são estimados e então é calculado até e chegarem a uma tolerância aceitável utilizando-se um método iterativo. Uma equação de fator de atrito explicita foi proposta por Jain (1976). Foi identificado que para uma variedade de rugosidade relativa entre 10 e 10 e uma variedade de número de Reynolds entre 5 10 e 10 os erros eram entre 1,0% quando comparado com a equação de Colebrook. 1,14 2 log , . (2.25) Se um valore de rugosidade não está disponível, recomenda-se um valore de 0,0006 . 2.1.2 Escoamento monofásico A lei de conservação do momento para um volume de controle estacionário estabelece que a diferença entre a quantidade do momento linear que entra e que sai, somada a quantidade de momento linear acumulada, equivale ao somatório das forças que atuam no volume de controle. Considerando as equações apresentadas anteriormente para avaliar o fator de atrito em um escoamento monofásico, a equação de gradiente de pressão pode ser desenvolvida combinando as equações 2.11 e 2.16. sin (2.26) onde o fator de atrito, , é função do número de Reynolds e rugosidade da tubulação. Esta relação é demonstra no diagrama de Moody. 27 Figura 2.2: Diagrama de Moody – Fatores de atrito escoamento em tubulações (White, 2006, p. 349). O gradiente de pressão total pode ser considerado por ser composto de três componentes distintos (Beggs, 2003), que são: (2.27) onde, ⁄ sin é o componente de energia potencial. Também é referido como componente hidrostático como é o único componente que aplicaria na condição de escoamento zero; ⁄ 2⁄ é o componente devido as perdas por atrito; e ⁄ ⁄ é o componente devido as mudanças de energia cinética ou aceleração. A equação 2.26 se aplica a qualquer fluido em regime permanente, escoamento em uma só dimensão onde , e possa ser definido. A definição das três variáveis é o que mais dificulta a descrição em escoamento bifásico. Em um escoamento bifásico pode 28 ser descrito em função de outras variáveis além do número de Reynolds e rugosidade relativa. Aplicando este princípio de controle da Figura 2.3 para o escoamento permanente unidimensional, tem-se: sin (2.28) onde, é a pressão, é a tensão de cisalhamento do fluido com a parede do duto, é a gravidade, é o ângulo de inclinação do duto com a horizontal e é a área do duto. Figura 2.3: Volume de controle do balanço de momento. Adaptado de Mukherjee & Brill (1999) Para escoamento de fluidos Newtonianos, é dada por: (2.29) A perda por atrito ocorre devido ao contato do fluido com as paredes da tubulação corresponde de 5% a 20% da perda total de pressão em dutos verticais e inclinados. Além das características do fluido, a perda por atrito é função do diâmetro e rugosidade da tubulação. O gradiente devido à elevação equivale ao peso da coluna hidrostática do 29 fluido dentro da tubulação. Em geral corresponde por 80% a 95% da perda de pressão total em tubulações verticais. Por último, a perda por aceleração ocorre quando os fluidos variamde velocidade no interior da tubulação e é geralmente desprezível e se torna importante em escoamento de fluidos compressíveis em pressões relativamente baixas (Beggs & Brill, 1978). 2.1.3 Calculo da pressão transversa O cálculo da pressão transversa no escoamento de um fluido bifásico escoando envolve o uso de um procedimento iterativo ou de tentativa e erro, se as temperaturas ou inclinação da tubulação mudar com a localização ou distância. Para esse cálculo a tubulação é subdividida em segmentos de pressão ou comprimento, e as propriedades do fluido e gradiente de pressão são avaliadas em condições médias nos incrementos de pressão, temperatura, inclinação. A precisão do cálculo da pressão transversa aumenta conforme o número de segmentos aumentam, mas também a quantidade de cálculos que devem ser feitos. Os incrementos devem ser menores em pressões baixas onde as mudanças de pressão são mais significativas. Os incrementos não devem ser maiores que 1/10 do incremento na pressão (Beggs, 2003). 2.1.3.1 Procedimento para incremento de comprimento da tubulação 1. Comece com o valor da pressão conhecida, , na localização selecione um incremento de pressão ∆ . 2. Comece na localização onde a pressão é conhecida, estime um incremento no comprimento, ∆ , correspondente ao incremento de pressão ∆ . 3. Calcule a pressão média, e para casos não-isotérmicos, a média da temperatura no incremento. A temperatura pode ser função da localização. 4. A partir de dados de laboratório ou correlações empíricas, determine o fluido necessário e as propriedades do PVT nas condições médias de pressão e temperatura determinadas no passo 3. 30 5. Calcule o gradiente de pressão, ⁄ , no incremento nas condições médias de pressão, temperatura e inclinação da tubulação utilizando a correlação de gradiente de pressão apropriada. 6. Calcule o incremento de comprimento correspondente ao incremento de pressão, ∆ ∆ / ⁄ . 7. Compare os valores estimados e calculados de , ∆ , obtidos nos passos 2 e 6. Se eles não são suficientemente próximos, estime um novo incremento de comprimento e vá para o passo 3. Repita o passo 3 ao 7 até que os valores estimados e calculados estejam suficientemente próximos. 8. Ajuste ∑∆ e ∑∆ . 9. Se ∑∆ é menos que o comprimento total da tubulação, retorne ao passo 2. Se ∑∆ é maior que o comprimento total da tubulação, interpole entre os dois últimos valores de para obter a pressão no final da tubulação. 2.1.3.2 Procedimento para incremento de perda de pressão 1. Comece com o valor da pressão conhecida, , na localização selecione um incremento de comprimento ∆ . 2. Estime o incremento de pressão, ∆ , correspondente ao incremento no comprimento, ∆ . 3. Calcule a pressão média, e para casos não-isotérmicos, a média da temperatura no incremento. A temperatura pode ser função da localização. 4. A partir de dados de laboratório ou correlações empíricas, determine o fluido necessário e as propriedades do PVT nas condições médias de pressão e temperatura determinadas no passo 3. 5. Calcule o gradiente de pressão, ⁄ , no incremento nas condições médias de pressão, temperatura e inclinação da tubulação utilizando a correlação de gradiente de pressão apropriada. 6. Calcule o incremento de pressão correspondente ao incremento de comprimento, ∆ ∆ ⁄ . 7. Compare os valores estimados e calculados de , ∆ , obtidos nos passos 2 e 6. Se eles não são suficientemente próximos, estime um novo incremento de 31 pressão e vá para o passo 3. Repita o passo 3 ao 7 até que os valores estimados e calculados estejam suficientemente próximos. 8. Ajuste ∑∆ e ∑∆ . 9. Se ∑∆ é menos que o comprimento total da tubulação, retorne ao passo 2. 2.1.3.3 Transferência de Calor A transferência de calor entre o poço e a formação é proporcional à diferença de temperatura entre o fluido dentro da coluna de produção e a formação, no ponto de seção transversal perpendicular à direção do fluxo de calor. Figura 2.4: Esquemático da transferência de calor no poço para a formação (Nascimento, J. C., 2013) A transferência de calor é determinada conhecendo-se a geometria do poço, a diferença de temperatura entre o fluido na coluna e a formação, e o coeficiente geral de transferência de calor. A transferência de calor para escoamento bifásico pode ser muito importante quando calculando o gradiente de pressão em poços geotérmicos, poços com injeção de vapor, gasodutos de gás úmido em locações offshore. Em geral, para cálculos de troca de calor, 32 é preferível assumir distribuição de temperaturas conhecidas, todavia para sistemas de componentes múltiplos é necessário a temperatura de entrada ou de saída. Para efetuar cálculos de transferência de calor primeiramente é necessário mudar a equação de balanço de energia para uma equação de balanço de calor (Beggs, 2003). Combinando-se as equações 2.3 e 2.30 e assumindo que nenhum trabalho é feito sobre o fluido ou pelo fluido ( 0 : 0 (2.30) Se entalpia especifica e o termo de adição de calor são expressados como calor por unidade de massa, então a energia mecânica equivalente da constante de calor, , deve ser introduzida. 0 (2.31) Expressando a elevação em termos de comprimento da tubulação e ângulo, e resolvendo para gradiente de entalpia especifica: (2.32) O calor adicionado ao sistema por unidade de comprimento / é negativo uma vez que o calor é perdido para o ambiente quando a temperatura fluido é maior que a do ambiente. O gradiente de perda de calor pode ser expressado como: (2.33) 33 onde, é a temperatura média do fluido, é a temperatura média do ambiente, é a temperatura média na parede da tubulação, é o coeficiente geral de transferência de calor, r , r são os raios externos e internos da tubulação, é o diâmetro externo da tubulação = 2 , é odiâmetro interno da tubulação = 2 , e é a vazão mássica total. Coeficiente de transferência de calor O coeficiente geral de transferência de calor pode ser a combinação de vários coeficientes que depende do modo de transferência de calor e configuração da tubulação. Para tubulações aparentes haverá perda de calor por convecção entre o fluido e a parede da tubulação, e perda de calor por condução pelas paredes, e por convecção novamente para o ambiente. (2.34) onde, U é o coeficiente geral de transferência de calor, é a Resistência para transferência de calor por condução da tubulação para o solo, é a Resistência para transferência de calor por condução através da parede da tubulação e revestimentos, e é a Resistência para transferência de calor por convecção entre o fluido e a parede da tubulação. ⁄ ⁄ (2.35) ⁄ ⁄ (2.36) 0,027 . / (2.37) (2.38) 34 onde, é a Profundidade a partir da superfície até o centro da tubulação, é a Condutividade térmica da terra, é o Diâmetro interno da tubulação, é a Condutividade térmica da tubulação, é a Condutividade térmica do fluido, é o Número de Prandtl = k⁄ , é o Calor especifico em pressão constante e é o Número de Nusselt. O Número de Prandtl é um número adimensional, a razão do momento de difusividade (Viscosidade Cinemática) para difusividade térmica (White, 2006). O Número de Nusselt é a razão das trocas de calor convectiva para condutiva através da superfície de referência (DeWitt, 2007). O coeficiente de transferência de calor é usado para calcular a perda de calor na tubulação de superfície ou subsuperfície e não deve ser confundindo com a condutividade térmica para um tipo especifico de tubulação. Este coeficiente considera a transferência de calor através da tubulação, anular (em um poço) e isolamento (se presente) para o meio. A transferência de calor por convecção forçada e livre, condução e radiação devem sertodos contabilizados no valor do coeficiente de transferência de calor. Dutos enterrados com isolamento podem ter coeficientes de transferência de calor tão baixos como 0,60 W/m2K, enquanto que não isolados, dutos aparentes podem ter valores superiores a 568 W/m2K (Beggs, 2003). Os valores típicos para dutos individuais são mostrados na Tabela 2.1. 35 Tabela 2.1: Valores de coeficientes de transferência de calor típicos. Tipos Valores (W/m2K) Tubulação enterrada de Aço Carbono 1,00 Tubulação aparente de Aço Carbono 16,00 Riser de Aço Carbono em meio com água 18,00 Riser de Aço Carbono em meio com ar 5.60 Tubo flexível em meio com água 2.80 Transferências de calor em um poço A perda de calor por convecção dentro da tubulação é dada por: 2 (2.39) onde é o coeficiente de transferência de calor por convecção, calculado pela correlação de Ditus & Bolter (1930). (2.40) onde é a condutividade térmica do fluido. A condução de calor ocorre na parede da coluna de produção, parede do revestimento e na cimentação. A condução de calor por ser calculada através da Lei de Fourier, escrita em termos de coordenadas radiais da seguinte forma: 2 ∆ (2.41) 36 Integrando a equação e considerando constante temos as três equações de condução de calor. Na parede da coluna de produção, temos: ∆ (2.42) Na parede do revestimento, temos: ∆ (2.43) Na cimentação, temos: ∆ (2.44) No espaço anular estão presentes três modos de transferência de calor: Condução, radiação e convecção. Segundo Hasan & Kabir (1991), em sistemas de produção a diferença de temperatura entre a parede da coluna de produção e a parede do revestimento é desprezível, e o mecanismo de maior influência é a convecção. Em poços submarinos, quanto mais próximo do leito marinho maior será a diferença de temperatura e troca de calor. Os autores recomendam o uso da seguinte equação: , , (2.45) onde corresponde ao coeficiente de transferência de calor por convecção no anular, é o número de Grashof e representa a relação entre as forças viscosas e empuxo (convecção natural). É utilizado para representar a movimentação do fluido no anular como resultado da convecção natural, dado por: 37 (2.46) onde an é o volume específico do fluido no anular,  é o coeficiente de dilatação térmica, é a viscosidade cinemática no anular, e g é a aceleração da gravidade. Assim, a transferência de calor no anular é expressa por: 2 ∆ (2.47) Na formação o mecanismo de transferência de calor ocorre por condução radial em regime transiente. Ramey (1962) propôs uma solução discreta para avaliar tal fenômeno. Seu modelo propõe soluções que variam de acordo com a condição de contorno do reservatório. Ramey observou que para um tempo de produção maior que uma semana as soluções propostas convergiam. Assim Ramey propôs o seguinte modelo: ∆ (2.48) onde é a condutividade térmica da formação, e é chamada de função do tempo, para tempos de produção maiores que uma semana, é dado por: 0,405 ln (2.49) onde é o tempo de produção adimensional dado pela expressão e é a difusividade térmica da formação. 38 Hasan & Kabir (1991) propuseram a seguinte aproximação para , válida para qualquer tempo de produção: 1,5 → 1,1281 1 0,3 (2.50) t 1,5 → f t 0,4063 0,5 ln t 1 , (2.51) 2.2 PROPRIEDADES DOS FLUIDOS 2.2.1 Modelo Black-Oil O modelo Black-Oil é comumente utilizado pela grande maioria das ferramentas de software de engenharia na simulação de reservatórios e escoamento multifásico. O termo Black-Oil refere-se a qualquer fase líquida que contenha gás dissolvido, assim como, para hidrocarbonetos produzidos de reservatórios de óleo. Na modelagem Black- Oil a mistura de hidrocarboneto é dividida em quatro componentes, óleo morto, gás dissolvido, gás livre e água (Mukherjee & Brill, 1999). A hipótese fundamental deste modelo é a de que não há mudança na composição química de cada componente. 2.2.2 Modelo composicional O modelo composicional considera propriedades físico-químicas mais complexas, no qual o equilíbrio líquido-vapor não é somente função da pressão e temperatura, mas também da composição de cada componente presente no hidrocarboneto. Tem como objetivo calcular as propriedades físicas de cada componente líquido e gasoso para determinação da transferência de massa entre as fases (Mukherjee & Brill, 1999). O modelo composicional é considerado mais preciso que o modelo Black-Oil, em contrapartida é considerado mais caro computacionalmente. 39 2.3 VARIÁVEIS DO ESCOAMENTO MULTIFÁSICO A introdução de uma segunda fase ao escoamento complica a análise do gradiente de pressão. O gradiente de pressão é aumentado para a mesma vazão mássica, e o escoamento pode desenvolver uma natureza pulsante. Os fluidos podem se separar devido às diferenças de densidade e escoamento em velocidades diferentes na tubulação. Uma interface irregular pode existir entre o liquido e o gás. Propriedades como a densidade, velocidade e viscosidade, que são relativamente simples para fluidos individuais tornam-se muito difíceis de serem previstas. 2.3.1 Razão de Líquido (Liquid Holdup) A Razão de líquido é a fração de um segmento da tubulação que é ocupado pelo líquido em um determinando momento. Isto é: í çã çã (2.52) Figura 2.5: Esquemático de escoamento de dois fluidos imiscíveis com densidades diferentes (Beggs, 2003) O valor de razão de líquido não pode ser calculado analiticamente. Este deve ser determinado a partir de correlações empíricas e é função de variáveis como propriedades do gás e líquido, regime de escoamento, diâmetro da tubulação e inclinação. 40 A fração do segmento ocupada por gás é chamado de razão de gás (Gas Holdup) e é expressada da seguinte forma: 1 (2.53) 2.3.2 Razão de Líquido sem escorregamento (No-Slip Liquid Holdup) É a razão de volume de líquido em um segmento da tubulação que existira se o gás e o líquido viajassem com a mesma velocidade dividida pelo volume do segmento da tubulação. (2.54) onde, é a soma da vazão de óleo e água, e é a vazão de água. 1 (2.55) 2.3.3 Densidade Todas as equações de escoamento requerem que uma densidade para o fluido esteja disponível. A densidade está envolvida na avaliação das mudanças totais de energia devido às mudanças de energias potenciais e cinéticas. Cálculo das mudanças na densidade devido as variações de pressão e temperatura necessita de uma equação de estado para o fluido que está sendo considerado. Para dois fluidos imiscíveis, óleo e água simultaneamente, a definição de densidade torna-se mais complexa. A densidade de uma mistura de gás e óleo escoando é muito difícil de ser avaliada por causa da separação gravitacional e ao escorregamento das fases envolvidas. 41 A densidade de uma mistura óleo/água pode ser calculada a partir das densidades do óleo e da água e vazões de escoamento se for assumido que não há escorregamento entre as fases. (2.56) onde, (2.57) e, 1 (2.58) O cálculo da densidade de uma mistura gás/líquido necessita do conhecimento da razão de líquido (Liquid Holdup). Equação para a densidade bifásica tem sido utilizada. (2.59) A equação 2.59 é comumente utilizada para determinar o gradiente de pressão devido à mudança da elevação. (2.60) A equação 2.60 tem como principal premissa a não ocorrência de escorregamento entre as fases durante o escoamento. (2.61) Já a equação 2.61 é utilizada para definir a densidade da mistura usada no cálculo do termo de perda por atrito e número de Reynolds. 42 2.3.4 Velocidade Muitas correlações bifásicas são baseadas numa variávelchamada velocidade superficial, A velocidade superficial de uma fase do fluido é definida como a velocidade que a fase exibiria se estivesse escoando sozinha através de toda seção transversal da tubulação. A velocidade superficial do gás é calculada a partir de: ⁄ (2.62) A área real na qual o gás escoa é reduzida pela presença do líquido para . Entretanto a velocidade real do gás é calculada como: ⁄ (2.63) onde é a área da tubulação. As velocidades superficial e real de um líquido são similarmente calculadas conforme: ⁄ (2.64) ⁄ (2.65) Considerando que ambos e são menores que um (1,0), as velocidades reais são maiores que as velocidades superficiais. A velocidade da mistura bifásica é calculada baseado na vazão total pela equação: 43 (2.66) O escorregamento também é um fator importante a ser considerado e é calculado a partir da diferença entre a velocidade real do gás e do líquido. (2.67) Considerando as definições anteriores para as varias formas de velocidades, uma alternativa para a ausência de escorregamento e razão de líquido real são: (2.68) e, (2.69) 2.3.5 Viscosidade A viscosidade de um fluido em movimento é usada para determinar o número de Reynolds e também outros números adimensionais usados como parâmetros de correlação. O conceito de viscosidade bifásica é complexo e definido de formas distintas por aqueles que a estudaram. (2.70) A equação 2.70 tem como principal premissa a não ocorrência de escorregamento entre as fases durante o escoamento. 44 (2.71) (2.72) As equações 2.71 e 2.72 utilizam a razão de líquido e a razão de gás para determinar a viscosidade devido à mudança da elevação. A viscosidade de uma mistura óleo/água é usualmente calculada usando-se as frações de óleo e água escoando na mistura como fatores de ponderação. A equação mais usada é: (2.73) As viscosidades do gás natural, óleo e água são estimadas a partir de correlações empíricas se medidas não estão disponíveis. 2.4 PADRÕES DE ESCOAMENTO Em escoamento simultâneo de gás e líquido em uma tubulação, as fases encontram-se em configurações distintas. Estas se diferenciam pela distribuição na interface gás- líquido, resultando em diferentes padrões de escoamento. Os padrões de escoamento dependem de uma combinação de diversos fatores, são eles, vazões de líquido e de gás, geometria da tubulação, diâmetro e angulações, propriedades físico-químicas dos fluidos, densidades, viscosidades e tensão superficial (Shoham, 2006). Diversas classificações de padrão de escoamento existem atualmente, entretanto, a classificação de maior relevância na indústria do petróleo foi proposta por Taitel & Dukler (1980). Ambos classificaram os padrões de escoamento e identificaram a 45 existência de quatro padrões principais em tubulações verticais: Escoamento por bolhas, escoamento por golfadas, escoamento por transição e escoamento anular. Figura 2.6: Padrões de escoamento em dutos verticais. Mukherjee & Brill (1999) Padrão de escoamento por bolhas Ocorre geralmente no fundo do poço e é caracterizado pela dispersão da fase gasosa na fase líquida em forma de pequenas bolhas, sendo o líquido a fase continua. Neste tipo de escoamento o gradiente de pressão sofre pouca influência da presença de gás. Padrão de escoamento por golfadas Caracterizado pelo escoamento de gás sob forma de golfadas com diâmetro similar ao da coluna de produção. A golfada de gás escoa pelo centro sendo separado da parede da tubulação por um pequeno filme de líquido. Ambas as golfadas, de gás e de líquido, possuem efeito significativo no gradiente de pressão. Padrão de escoamento por transição O aumento de velocidade superficial de líquido e gás em relação ao regime de golfadas conduz a um padrão instável e desordenado, em que existe um movimento oscilatório de liquido para cima e para baixo dentro da coluna de produção. Neste padrão a mistura gás-líquido pode apresentar-se de forma contínua. 46 Padrão de escoamento anular Caracterizado pela presença de uma fase contínua de gás que escoa pelo centro da tubulação carregando pequenas gotículas de líquido. Este padrão é comum em poços que produzem com alta razão-gás-óleo, e a fase gasosa que controla o gradiente de pressão. Em tubulações horizontais ou levemente inclinadas, os padrões de escoamento são classificados em três tipos principais: Segregado, Intermitente e Distribuído. Esses três tipos principais possuem subdivisões, descritas a seguir. Figura 2.7: Padrões de escoamento em dutos horizontais. Mukherjee & Brill (1999) Padrão de escoamento Segregado-Estratificado Total separação entre as fases devido a diferença de densidade das mesmas. A fase líquida escoa pela parte inferior enquanto a fase gasosa pela parte superior da tubulação. Padrão de escoamento Segregado-Ondulado Total separação entre as fases devido a diferença de densidade das mesmas. Neste padrão de escoamento existe a formação de ondas causada pela tensão de cisalhamento entre a fase líquida e gasosa, ocorrendo então arraste da fase líquida pelo gás. 47 Padrão de escoamento Segregado-Anular Ocorre na presença de altas vazões de gás. O gás então escoa pelo centro da tubulação e o líquido pelo espaço entre a tubulação e o gás. Padrão de escoamento Intermitente-Tampão Marcado pela coalescência das bolhas de gás, quando a velocidade superficial do gás aumenta formando bolhas alongadas em forma de balas que na maioria dos casos escoa na parte superior da tubulação. Padrão de escoamento Intermitente-Golfadas Com o aumento da velocidade do gás no escoamento ondulado, as ondas passam a ocupar, em alguns casos, toda a seção transversal da tubulação, formando as golfadas. Padrão de escoamento Distribuído-Bolha O efeito gravitacional faz com que as bolhas discretas se dispersem em direção ao topo da tubulação com a fase líquida contínua. Padrão de escoamento Distribuído-Nevoeiro Escoamento de gás e líquido com altas velocidades superficiais. Todo o líquido encontra-se disperso no núcleo gasoso. 48 2.5 DESEMPENHO DE UM RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO Um dos principais componentes de um sistema de produção é o reservatório. Em um sistema de produção os fluidos escoam do reservatório até o separador na superfície passando pelo poço e pelas linhas de produção. Ao escoamento dentro do reservatório dá-se o nome de escoamento em meios porosos. O comportamento do fluxo em meios porosos é de fundamental importância para os projetos de sistemas de produção, pois a partir desta é possível determinar e tornar ótimas as variáveis relacionadas a produção, antecipar o comportamento e avaliar a necessidade e eficácia de um método de elevação (Adalberto, 2006). Em geral, a modelagem do escoamento em meios porosos é determinada através de simuladores numéricos de reservatórios que subdividem o meio poroso e as características do reservatório em pequenas células, com propriedades distintas, e com o auxílio de uma grade quantidade de equações que representam o fluxo que resolvem simultaneamente as interações entre as muitas células que compõem um modelo de reservatório (Ertekin, 2001). Para tal, uma grande quantidade de dados é necessária, como propriedade das rochas, dos fluidos, da geologia e histórico de produção e tempo de simulação. Uma alternativa é a utilização de modelos empíricos que são capazes de representar as características do reservatório com bons resultados na avaliação do escoamento em meios porosos, utilizando-se dados de testes de campo. O fluxo para o poço irá depender do drawdown2 ∆ ou queda de pressão no reservatório, dada pela diferença entre a pressão média do reservatório e a pressão defundo do poço . 2 A diferença entre a pressão estática do reservatório e a pressão do fundo do poço em condição de fluxo. 49 ∆ (2.74) A relação entre fluxo e queda de pressão que ocorre no meio poroso pode ser muito complexa e depende de parâmetros como propriedade das rochas e fluidos, regime de fluxo, saturação na rocha, compressibilidade dos fluidos, dano na formação ou estimulação, turbulência, e mecanismos de produção do reservatório. Também depende da pressão do reservatório, e dependendo do mecanismo pode reduzir com o tempo ou acumulo de produção. O componente reservatório será sempre o componente à montante. Desta forma, dificilmente a pressão de reservatório será escolhida como nó de pressão, entretanto a pressão sandface3 pode ser escolhida. Isto isolará os efeitos da queda de pressão através das perfurações ou gravel pack4. O fluxo a partir do reservatório para dentro do poço tem sido chamado de Fluxo de Entrada (Inflow Performance) por Gilbert e o gráfico de vazão de produção versus pressão de fundo fluente é chamado de Comportamento do Fluxo de Entrada (Inflow Performance Relationship) ou IPR. Se todas as variáveis da equação de fluxo pudessem ser calculadas, as equações resultantes da integração da Lei de Darcy poderiam ser usadas para quantificar a IPR. Infelizmente, informação suficiente raramente existe para cumprir isto e, desta forma, métodos empíricos devem ser usados para prever a vazão de fluxo para o poço. Os métodos empíricos precisam de pelo menos um teste de poço para prever a IPR do poço. 3 A interface física entre a formação e o poço. O diâmetro do poço nesta interface é uma das dimensões utilizadas nos modelos de produção para avaliar o potencial de produtividade. 4 Método de controle de produção de areia da formação, além de garantir a estabilidade, filtrar areia com o mínimo prejuízo para a produtividade do poço. 50 2.5.1 Previsão da curva IPR para Poços de Petróleo No escoamento de fluido monofásico incompressível a IPR pode ser representada pela Lei de Darcy, dada pela equação: (2.75) onde, é a vazão de líquido nas condições padrão, é o índice de produtividade do poço, é a pressão média do reservatório e é a pressão de fundo fluente. Vogel (1968) documentou os resultados de um estudo onde utilizou um modelo matemático de reservatório para calcular a IPR para poços de petróleo produzindo de reservatórios saturados. O estudo lidou com diversos reservatórios hipotéticos incluindo aqueles com a mais ampla variação de características de óleo, permeabilidade relativa, espaçamento de poços e fator de skin5. A equação final para o método de Vogel foi baseada no cálculo feito para 21 condições de reservatório. Embora o método tenha sido proposto para reservatórios saturados, ele tem se demonstrado aplicável para qualquer reservatório no qual a saturação de gás aumenta com o decréscimo da pressão. O método original de Vogel não considerou os efeitos de fator de skin diferentes de zero, porém uma modificação posterior por Standing (1971) estendeu método para aplicações em poços com dano ou estimulação. O método de Vogel foi desenvolvido usando o modelo de reservatório proposto por Weller para gerar IPRs para uma vasta faixa de condições. Os resultados então foram 5 É uma queda de pressão adimensional causada por uma ou mais restrições ao fluxo próximo ao poço. 51 traçados de forma adimensional para pressão e vazão. A pressão adimensional é definida como pressão de fundo de poço dividida pela pressão média do reservatório , é ⁄ . A vazão adimensional é definida como a vazão resultante da pressão de fundo de poço , dividida pela vazão máxima se a pressão fosse zero naquele ponto ou AOF (Absolute Open Flow6), isto é ⁄ . Foi identificado que a assinatura gráfica da IPR em unidades adimensionais era similar para condições distintas de reservatório. A vazão máxima do reservatório ocorre quando é nula e é considerado um valor teórico conhecido com Absolute Open Flow (AOF). 2.5.1.1 IPR Subsaturada A IPR monofásica é conhecida como IPR subsaturada, representada por uma linha reta de inclinação 1⁄ , conforme Figura 2.8 e ocorre quando ambos e encontram-se acima da pressão de bolha . Figura 2.8: Modelo de IPR Linear. 6 Vazão máxima de que um poço poderia teoricamente entregar se pressão zero fosse aplicada na interface poço-reservatório. P re ss ão Vazão Modelo de IPR Linear AOF 52 O modelo linear oferece bons resultados para o escoamento em reservatórios de óleo subsaturado com acima da pressão de bolha , baixa razão de Gás-Liquido (RGL) e alta produção de água (Ahmed, 2011). 2.5.1.2 IPR Saturada Quando a pressão de reservatório encontra-se abaixo da pressão de bolha e o gás é liberado do óleo aumentando a sua saturação de gás e permeabilidade relativa no meio poroso, o óleo então sobre redução da sua saturação, permeabilidade relativa e aumento da viscosidade. Desta forma a IPR passa a não ter mais um comportamento linear. O índice de produtividade deixa de ser contante, uma vez que a energia do reservatório para produção de óleo agora também é gasta na produção de gás. Já que o índice de produtividade deixa de ser constante, neste caso, o modelo linear não é mais válido (Prado, 2008). Os modelos empíricos para IPR saturadas são dados pelas correlações propostas por Vogel (1968), Klins (1989), Wiggins (1992) e Fetkovick (1973). Tais correlações foram desenvolvidas a partir de simulações numéricas de reservatório e testes de produção em reservatórios de gás em solução cuja a pressão de reservatório era abaixo da pressão de bolha . A relação entre vazão líquida e pressão é dada pela equação a seguir: ⁄ 1 b ⁄ 1 b ⁄ (2.76) onde b é uma constante que possui diferentes valores de acordo com o modelo. Os valores de b são apresentados na Tabela abaixo. 53 Tabela 2.2: Valores empíricos de b. Modelo Valores Vogel -0,2 Fetkovich 0 Klins -0,1225 Wiggins a -0,72 Wiggins b -0,52 Figura 2.9: Curvas IPR - Modelos Linear, Vogel, Fetkovich, Klins e Wiggins. Estes modelos são válidos somente para os casos em que a pressão de reservatório está abaixo da pressão de bolha . Nos casos onde a pressão de reservatório está acima da pressão de bolha e a pressão de fundo fluente é maior a pressão de bolha utiliza-se a IPR de composição combinada (IPR subsaturada e IPR saturada). No caso de reservatórios subsaturados, isto é quando a pressão de reservatório está acima da pressão de bolha , dois casos testes devem ser considerados para aplicar os métodos. A pressão de fundo fluente para o teste pode ser tanto acima ou abaixo da P re ss ão Vazão Modelos Empíricos Vogel Fetkovich Klins Wiggins Linear 54 pressão de bolha. As equações podem ser deduzidas considerando o índice de produtividade constante para e utilizando a equação 2.76 para . Também é considerado que a IPR completa é contínua, isto é as inclinações dos dois segmentos são iguais na . A IPR a partir da pressão de bolha pode ser rescrita conforme a seguir: 1 b 1 b (2.77) Para o ponto de interseção com a pressão de bolha tem-se: (2.78) A vazão máxima é determinada conforme a seguir: (2.79) 55 – ANÁLISE DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO CAPÍTULO 3 A elevação de hidrocarbonetos é o ramo da engenharia de petróleo responsável por extrair o óleo do reservatório e fazer com que este chegue até a unidade de produção, onde finalmente passará pelo processamento primário para a separação do óleo, água e gás. Poços de produção são perfuradose completados com o objetivo de mover hidrocarbonetos da sua locação original no reservatório para tanques de estocagem ou linhas de venda. O transporte de fluidos requer energia para vencer as perdas por atrito e gravitacional até chegar à superfície. Este caminho desde o reservatório o fluido deve viajar através da formação, completação, tubulações até passar por separadores. Para que ocorra o fluxo de fluidos num sistema de produção, é necessário que a energia dos fluidos no reservatório seja capaz de superar as perdas de carga nos diversos componentes do sistema. Os fluidos têm de escoar do reservatório para os separadores na superfície, passando pelas tubulações de produção dos poços, pelos equipamentos de cabeça de poço e pelas linhas de surgência. Para uma pressão de superfície existe uma pressão de fundo fluente que é função da diferença da pressão hidrostática e as perdas por atrito. O ponto de equilíbrio exige que, para uma determinada vazão, a pressão na qual o poço necessita para fluir seja a mesma que o reservatório entrega o fluido, considerando nesta análise que o sistema esteja operando em regime permanente, ou seja, condição na qual as pressões não variam ao longo do tempo. A figura 3.1 mostra um sistema de produção complexo, ilustrando um número dos componentes onde ocorrem perdas de pressão que vão desde o reservatório até o separador. 56 Figura 3.1: Perdas de pressão em um sistema de produção completo (Adaptado de Beggs, 2003). Inicializando do reservatório, são eles: = Perda de pressão em meios porosos = Perda de pressão através dos canhoneados = Perda de pressão através das restrições = Perda de pressão através da válvula de segurança = Perda de pressão através de chokes7 superficiais = Perda de pressão em linhas de fluxo = Perda de pressão total na tubulação de produção = Perda de pressão total em linhas de fluxo A perda de pressão no sistema total em qualquer momento será a diferença entre a pressão inicial e final, . Esta diferença, ou perda de pressão total, é o 7 Dispositivo que incorpora um orifício que é usado para controlar a vazão de fluido ou a pressão do sistema a jusante. Também conhecido com válvulas de controle de vazão. 57 somatório de todas as perdas de carga que ocorrem em todos os componentes do sistema de produção. Como a perda de pressão em cada componente varia em função da vazão, a vazão será controlada pelos componentes selecionados no sistema de produção. A seleção e dimensionamento dos componentes individuais do sistema de produção é uma etapa muito importante, todavia devido às interações entre os componentes a variação na perda de pressão de um pode mudar o comportamento da perda de pressão em todos os outros. Isto ocorre porque o fluido quando em movimento é compressível e por esta razão a perda de carga em um componente em particular depende não somente da vazão, mas também da pressão média que existe no componente. Devido a esta inter-relação, o projeto final do sistema de produção não pode ser separado em sistemas independentes como por exemplo: desempenho do reservatório e desempenho do sistema de tubulações, e estudados independentemente. A quantidade de óleo e gás fluindo dentro do poço a partir do reservatório depende da perda de carga do sistema de tubulações e a perda de carga depende da quantidade de fluido passando por ele. Desta forma o sistema de produção completo deve ser analisado como uma unidade. A vazão de produção e a capacidade de entrega de um poço podem ser frequentemente restringidas de forma severa pelo desempenho de um único componente do sistema. Se o efeito de cada componente do sistema completo pudesse ser isolado, o desempenho do sistema poderia ser otimizado de maneira mais econômica. 3.1 ANÁLISE NODAL A abordagem de análise de sistemas, frequentemente chamada de Análise Nodal, tem sido aplicada por muitos anos para analisar o desempenho de sistemas composto por componentes que interagem entre si. Circuitos elétricos, redes complexas de tubulações e sistemas de bombas centrífugas são todos analisados utilizando este método. A 58 aplicação em sistemas de poços produtores foi proposta pela primeira vez por Gilbert em 1954 e discutida por Nind em 1964 e Brown em 1978. O procedimento consiste em selecionar um ponto de divisão ou nó no poço e dividir o sistema neste ponto. As localizações mais comumente utilizadas como nós são mostradas na figura abaixo. Figura 3.2: Localização de vários nós em um sistema de produção (Beggs, 2003). Todos os componentes a montante do nó compõem a seção de fluxo de entrada, enquanto que a seção de fluxo de saída é composta por todos os componentes a jusante do nó. A relação entre vazão e perda de carga deve estar disponível para cada componente do sistema. A vazão através do sistema pode ser determinada assim que os requisitos a seguir forem satisfeitos: 1. Fluxo entrando no nó é igual ao fluxo saindo do nó; 2. Somente uma pressão pode existir no nó. 59 Em um tempo particular na vida do poço, sempre existirão duas pressões que permanecem conhecidas e não são funções da vazão. Uma dessas pressões é a pressão média do reservatório , e a outra é a pressão de saída do sistema. A pressão de saída é geralmente a pressão do separador , mas se o poço é controlado por um choke de superfície a pressão conhecida de saída pode ser a pressão de cabeça de poço . Uma vez que o nó está selecionado, o nó de pressão é calculado em ambas as direções iniciando-se das pressões conhecidas. Da seção de fluxo de entrada até o nó ∆ ó (3.1) Da seção de fluxo de saída até o nó: ∆ ó (3.2) A perda de carga, ∆ , em qualquer componente varia com a vazão, . Entretanto, um gráfico da pressão do nó versus a vazão vai produzir duas curvas, a interseção das curvas vai entregar as condições que satisfazem os requisitos 1 e 2, listados anteriormente. O procedimento é ilustrado na figura abaixo: 60 Figura 3.3: Determinação da capacidade de fluxo. O efeito de cada mudança em quaisquer componentes do sistema pode ser analisado se a pressão do nó e vazão for recalculada usando as novas caraterísticas do componente alterado. Se uma alteração for feita a montante do nó a curva de descarga mantém-se inalterada. Se uma alteração for feita a jusante do nó a curva de influxo mantém-se inalterada. Entretanto, se qualquer uma for alterada, a interseção será deslocada, e uma nova capacidade de fluxo e pressão do nó existirá. As curvas também serão deslocadas se qualquer uma das pressões fixas for alterada, o que pode ocorrer com a depleção ou mudanças nas condições de separação. O escoamento em um poço a partir do fundo do poço até a superfície é chamado de Desempenho de Elevação Vertical (Vertical Lift Performance) ou VLP. O gráfico de vazão por pressão de fundo fluente é chamado de vários nomes, como: curva VLP, curva de elevação, curva de entrega, curvas de pressão requerida, para listar apenas alguns. VLP IPRPr es sã o d e Fu n d o d e P o ço , P w f Vazão, q 61 O procedimento pode ser ilustrado considerando-se um sistema de produção simples como mostrado na figura abaixo e selecionando a cabeça de poço como nó de solução. Figura 3.4: Sistema de produção simplificado (Beggs, 2003). Da seção de fluxo de entrada até o nó: ∆ ∆ (3.3) Da seção de fluxo de saída até o nó: ∆ (3.4) 62 – MODELAGEM DE RESERVATÓRIOS E CAPÍTULO 4 POÇOS Neste capítulo serão apresentados os dados utilizados para a modelagem dos 4 tipos de poços e 2 tipos de reservatórios para os experimentos realizados na ferramenta de software PROSPER. Primeiramente será apresentado a ferramenta de softwarePROSPER, no segundo momento serão apresentadas as propriedades dos reservatórios, a metodologia utilizada para estimar as pressões de reservatório virgens hipotéticas, as propriedades dos fluidos. Por último serão apresentados os modelos de poços e as características dos equipamentos utilizados, assim como as trajetórias até os reservatórios. 4.1 INTRODUÇÃO DA FERRAMENTA DE SOFTWARE PROSPER O PROSPER é uma ferramenta de software desenvolvida pela empresa Petroleum Experts há mais de 20 anos para a indústria de petróleo e possui atualizações periódicas. A sede da empresa é em Edimburgo no Reino Unido. PROSPER é um elemento fundamental no pacote de ferramentas Intergrated Production Model (IPM), conforme definido pela desenvolvedora, ligado a ferramenta GAP, programa de otimização de rede de produção para a modelagem de sistemas de produção e ao MBAL, ferramenta de engenharia e modelagem de reservatório, para fazer a modelagem completa do sistema totalmente integrado e previsão de produção. O PROSPER uma ferramenta mundialmente difundida e considerada na indústria como referência para estudo de desempenho, modelagem e otimização de poços produtores e injetores, desta forma não carece de validação acadêmica. A versão utilizada nesta dissertação é a 11.5 datada de 27 de Janeiro de 2010. O sistema operacional mínimo requerido é o Windows XP e não necessita de recursos de informática muito avançados. A ferramenta disponibiliza soluções para a engenharia de produção e/ou reservatório na predição do comportamento da hidráulica e temperatura quando do escoamento em tubos e dutos. Além de recursos para o cálculo de sensibilidades nos mais diversos 63 parâmetros. Possui uma interface intuitiva e com um fluxo de trabalho simples que facilita a modelagem e a obtenção de resultados. Figura 4.1: Interface da ferramenta de software PROSPER. 4.2 MODELAGEM EXPERIMENTAL Para elaborar resultados no simulador foram utilizados dados hipotéticos de reservatórios de óleo e poços de produção offshore8 com diferentes condições operacionais. O objetivo é identificar as principais variações considerando diferentes cenários de aplicação e comparando os resultados obtidos a partir das simulações. As características dos reservatórios denominados de reservatório 1 e 2 são discutidas a seguir: 8 Offshore é um termo da língua inglesa cujo significado literal é “afastado da costa”. 64 Tabela 4.1: Dados dos reservatórios. Dados de Entrada Reservatório 1 Reservatório 2 Unidades Tipo de Modelo Black-Oil Black-Oil - Razão-Gás-Óleo 360 | 64 360 | 64 scf/STB | Nm3/Nm3 Grau API 20 | 934 20 | 934 API | kg/m3 Densidade do gás 0,70 0,70 - Densidade da água 1,03 1,03 - Índice de Produtividade 5 | 0,11 5 | 0,11 STB/dia/psi | Nm3/(d.kPa) Pressão de reservatório 2.627 | 18.011 3.337 | 22.906 psi | kPa Temperatura do reservatório 120 | 49 120 | 49 ºF | ºC Pressão de bolha 2.316 | 15.867 2.316 | 15.867 psi | kPa Viscosidade do Óleo 11,18 | 0,01118 12,06 | 0,01205 Centipoise | Pa.s Fator de Formação do Óleo 1,16799 1,16393 BBL/STB | m3/Nm3 Compressibilidade do Óleo 7,07x10-6 | 1,02x10-6 5.56x10-6 | 8,07x10 -7 1/psi | 1/kPa Viscosidade do Gás 0,02030 | 2,03x10-5 0,02388 | 2,38x10-5 Centipoise | Pa.s Fator de Formação do Gás 0,00481 | 0,00483 0,00396 | 0,00398 ft3/scf | m3/Nm3 Fator Z 0,77023 0,80553 - Viscosidade da Água 0,62 | 0,00062 0,62 | 0,00062 Centipoise | Pa.s Fator de Formação da Água 1,00 1,00 BBL/STB | m3/Nm3 Correlações utilizadas: Standing (1990) para o cálculo de , e . E Beggs et al. (1976) para a viscosidade do óleo. 65 4.2.1 Pressão de reservatório Para este projeto, por se tratar de um modelo hipotético, a pressão de reservatório foi estimada com base nas profundidades de lâmina de água e da formação desde o leito marinho até o reservatório. Para isso foram utilizados os gradientes de água e de rocha sem sobrepor o gradiente de fratura. O gradiente de pressão hidrostática9 é de 0,43 psi/ft ou 1,42 psi/m, o gradiente litostático é de 1,00 psi/ft ou 3,28 psi/m e o gradiente de fratura entorno de 0,65 psi/ft ou 2,13 psi/m. Para fins de estudo utilizaremos um gradiente de 90% do gradiente de fratura10, pois o intuito é estimar uma pressão de reservatório abaixo da pressão necessária para fraturar o reservatório, levando-se em consideração que o reservatório encontra-se em equilíbrio. ∗ 1,42 ∗ 2,13 ∗ 0,90 (4.1) Para o reservatório 1: 500*1,42 + 1.000*2,13*0,90 = 2.627 psi ou 18.011 kPa Para o reservatório 2: 1.000*1,42 + 1.000*2,13*0,90 = 3.337 psi ou 22.906 kPa onde, é a profundidade vertical da lâmina de água e é a profundidade vertical do leito marinho até o reservatório. 9 O gradiente de pressão de hidrostática é uma quantidade dimensional expressa em unidades de pressão por unidade de distância para uma coluna de água a uma dada profundidade. 10 O gradiente de pressão de fratura é uma quantidade dimensional expressa em unidades de pressão por unidade de distância para induzir fraturas na rocha a uma dada profundidade. 66 4.2.2 Modelagem da IPR dos reservatórios Este estudo não tem como objetivo estudar as particularidades e nuanças de uma modelagem de curvas de influxo de reservatório, desta forma para fins de estudo foi identificada a modelagem de IPR mais simples, onde os dados principais são as pressões de reservatórios, temperaturas dos reservatórios, razão-gás-óleo, as propriedades dos fluidos, corte de água inicial e índice de produtividade hipotético de 5 STB/dia/psi (0,11 Nm3/(d.kPa)) conforme descritos na Tabela 4.1. Nota-se que neste tipo de modelagem a IPR apresenta-se como uma reta com coeficiente angular negativo igual ao índice de produtividade até atingir a pressão de bolha, onde adquire uma curvatura regida pela equação de Vogel (1968). O método utilizado para a obtenção das propriedades dos fluidos foi o Black-Oil. Para a viscosidade do óleo foi escolhida a correlação de Beal (1946), pois se trata de um artigo que estuda o comportamento da viscosidade de ar, água, gás natural, petróleo e seus gases associados nas condições de temperatura e pressão de campos de petróleo. Para o cálculo da razão de solubilidade, fator volume-formação do óleo e pressão de bolha foi utilizada a correlação proposta por Standing (1990). O poço foi modelado com intervalo produtor em poço aberto, pois de certa forma é a condição inicial de qualquer poço e por introduzir a menor quantidade de incertezas em uma modelagem hipotética de poços. Não foi modelada a função de controle de areia, pois demandaria uma modelagem extremamente complexa das perdas de pressão que não é o foco deste estudo. O tipo influxo do reservatório foi descrito com proveniente de apenas um ramo, isto é, o poço penetra o reservatório apenas uma vez e produz desta seção. Não foi considerada a presença de cone de gás devido ao fato de ambos os reservatórios hipotéticos estarem acima da pressão de bolha na condição inicial. 67 4.2.2.1 Reservatório 1 Figura 4.2: IPR do Reservatório 1. 4.2.2.2 Reservatório 2 Figura 4.3: IPR do Reservatório 2. 68 4.2.3 Modelagem de Poços As características dos poços denominados de poço 1, 2, 3 e 4 são discutidas a seguir: 4.2.3.1 Poço 1 O primeiro cenário trata-se de um poço offshore vertical com lamina de 500 m, considerada rasa e com profundidade de 1.000 m do leito marinho até o reservatório 1. Este poço produz por elevação natural com RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3. Os demais dados operacionais são apresentados na Tabela 4.2. Tabela 4.2: Dados operacionais de produção do Poço 1. Dados de Entrada Valores Unidades Comprimento da Coluna de Produção 1.000 m Comprimento verticalda Coluna de Produção 1.000 m Comprimento do riser 500 m Comprimento vertical do riser 500 m Temperatura ambiente na superfície 68 | 20 ºF | ºC Temperatura no leito marinho 40 | 4 ºF | ºC Temperatura do reservatório 120 | 49 ºF | ºC Diâmetro interno da coluna de Produção 4,89 | 0,12421 in | m Diâmetro interno do riser 5,00 | 0,12700 in | m Rugosidade da coluna de Produção 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Rugosidade do riser 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Pressão no Separador na Superfície 130 | 795 psi | kPa 69 Figura 4.4: Geometria do riser de produção do Poço 1. Figura 4.5: Geometria da coluna de produção do Poço 1. 70 Figura 4.6: Gráfico de Comprimento Vertical x Comprimento Total do Poço 1. Figura 4.7: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 1. 71 Tabela 4.3: Perfil e desvio do Poço 1. Profundidade Medida (m) Profundidade Vertical (m) Deslocamento Acumulado (m) Ângulo (°) 0,00 0,00 0,00 0,00 500,00 500,00 0,00 0,00 1.500,00 1.500,00 0,00 0,00 4.2.3.2 Poço 2 O segundo cenário trata-se de um poço offshore vertical com lamina de 1.000 m, considerada profunda e com profundidade de 1.000 m do leito marinho até o reservatório 2. Este poço produz por elevação natural com RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3. Os demais dados operacionais são apresentados na Tabela 4.4. Tabela 4.4: Dados operacionais de produção do Poço 2. Dados de Entrada Valores Unidades Comprimento da Coluna de Produção 1.000 m Comprimento vertical da Coluna de Produção 1.000 m Comprimento do riser 1.000 m Comprimento vertical do riser 1.000 m Temperatura ambiente na superfície 68 | 20 ºF | ºC Temperatura no leito marinho 40 | 4 ºF | ºC Temperatura do reservatório 120 | 49 ºF | ºC Diâmetro interno da coluna de Produção 4,89 | 0,12421 in | m Diâmetro interno do riser 5,00 | 0,12700 in | m Rugosidade da coluna de Produção 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Rugosidade do riser 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Pressão no Separador na Superfície 130 | 795 psi | kPa 72 Figura 4.8: Geometria do riser de produção do Poço 2. Figura 4.9: Geometria da coluna de produção do Poço 2. 73 Figura 4.10: Gráfico de Comprimento Vertical x Comprimento Total do Poço 2. Figura 4.11: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 2. 74 Tabela 4.5: Perfil e desvio do Poço 2. Profundidade Medida (m) Profundidade Vertical (m) Deslocamento Acumulado (m) Ângulo (°) 0,00 0,00 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00 0,00 0,00 2.000,00 2.000,00 0,00 0,00 4.2.3.3 Poço 3 O terceiro cenário trata-se de um poço offshore horizontal com lamina de 500 m, considerada rasa e com profundidade vertical de 1.000 m do leito marinho até o reservatório 1. Este poço produz por elevação natural com RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3. Os demais dados operacionais são apresentados na Tabela 4.6. Tabela 4.6: Dados operacionais de produção do Poço 3. Dados de Entrada Valores Unidades Comprimento da Coluna de Produção 1.270 m Comprimento vertical da Coluna de Produção 1.000 m Comprimento do riser 500 m Comprimento vertical do riser 500 m Temperatura ambiente na superfície 68 | 20 ºF | ºC Temperatura no leito marinho 40 | 4 ºF | ºC Temperatura do reservatório 120 | 49 ºF | ºC Diâmetro interno da coluna de Produção 4,89 | 0,12421 in | m Diâmetro interno do riser 5,00 | 0,12700 in | m Rugosidade da coluna de Produção 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Rugosidade do riser 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Pressão no Separador na Superfície 130 | 795 psi | kPa 75 Figura 4.12: Geometria do riser de produção do Poço 3. Figura 4.13: Geometria da coluna de produção do Poço 3. 76 Figura 4.14: Gráfico de Desvio do Poço 3. Figura 4.15: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 3. 77 Tabela 4.7: Perfil e desvio do Poço 3. Profundidade Medida (m) Profundidade Vertical (m) Deslocamento Acumulado (m) Ângulo (°) 0,00 0,00 0,00 0,00 500,00 500,00 0,00 0,00 1.224,62 1.224,62 0,00 0,00 1.259,98 1.259,96 1,19 1,93 1.286,13 1.285,98 3,79 5,72 1.311,73 1.311,05 8,98 11,68 1.337,16 1.335,48 16,04 16,12 1.354,05 1.351,24 22,11 21,08 1.370,60 1.366,15 29,29 25,72 1.409,72 1.399,58 49,61 31,29 1.434,13 1.419,58 63,61 34,98 1.449,50 1.431,16 73,71 41,11 1.464,49 1.440,95 85,06 49,22 1.478,88 1.448,97 97,01 56,13 1.499,89 1.458,57 115,70 62,81 1.512,68 1.463,20 127,62 68,78 1.521,86 1.465,63 136,48 74,65 1.764,11 1.499,61 376,33 81,94 1.768,41 1.500,00 380,61 84,80 1.770,00 1.500,00 382,20 90,00 78 4.2.3.4 Poço 4 O quarto cenário trata-se de um poço offshore horizontal com lamina de 1000 m, considerada profunda e com profundidade vertical de 1000 m do leito marinho até o reservatório 2. Este poço produz por elevação natural com RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3. Os demais dados operacionais são apresentados na Tabela 4.8. Tabela 4.8: Dados operacionais de produção do Poço 4. Dados de Entrada Valores Unidades Comprimento da Coluna de Produção 1270 m Comprimento vertical da Coluna de Produção 1000 m Comprimento do riser 1000 m Comprimento vertical do riser 1000 m Temperatura ambiente na superfície 68 | 20 ºF | ºC Temperatura no leito marinho 40 | 4 ºF | ºC Temperatura do reservatório 120 | 49 ºF | ºC Diâmetro interno da coluna de Produção 4,89 | 0,12421 in | m Diâmetro interno do riser 5,00 | 0,12700 in | m Rugosidade da coluna de Produção 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Rugosidade do riser 0,0006 | 1,52x10-5 in | m Pressão no Separador na Superfície 130 | 795 psi | kPa 79 Figura 4.16: Geometria do riser de produção do Poço 4. Figura 4.17: Geometria da coluna de produção do Poço 4. 80 Figura 4.18: Gráfico de Desvio do Poço 4. Figura 4.19: Gráfico de Gradiente térmico do Poço 4. 81 Tabela 4.9: Perfil e desvio do Poço 4. Profundidade Medida (m) Profundidade Vertical (m) Deslocamento Acumulado (m) Ângulo (°) 0,00 0,00 0,00 0,00 1.000,00 1.000,00 0,00 0,00 1.724,62 1.724,62 0,00 0,00 1.759,98 1.759,96 1,19 1,93 1.786,13 1.785,98 3,79 5,72 1.811,73 1.811,05 8,98 11,68 1.837,16 1.835,48 16,04 16,12 1.854,05 1.851,24 22,11 21,08 1.870,60 1.866,15 29,29 25,72 1.909,72 1.899,58 49,61 31,29 1.934,13 1.919,58 63,61 34,98 1.949,50 1.931,16 73,71 41,11 1.964,49 1.940,95 85,06 49,22 1.978,88 1.948,97 97,01 56,13 1.999,89 1.958,57 115,70 62,81 2.012,68 1.963,20 127,62 68,78 2.021,86 1.965,63 136,48 74,65 2.264,11 1.999,61 376,33 81,94 2.268,41 2.000,00 380,61 84,80 2.270,00 2.000,00 382,20 90,00 82 – RESULTADOS E DISCUSSÕES CAPÍTULO 5 Neste capítulo serão apresentados os resultados e discussões sobre as simulações realizadas no PROSPER. Primeiramente serão apresentadas as comparações entre os perfis de pressão, temperatura e as curvas Vertical Lifting Performance (VLP), obtidas pelo simulador para as correlações empíricas. No segundo momento a mesma análise será conduzida para avaliar a variação de parâmetros e propriedades físicas e os seus resultados. Para o cálculo das curvas Vertical Lifting Performance (VLP), tanto para os equipamentos de superfície quando para os de subsuperfície, foi utilizada a correlação de Beggs & Brill (1973), por ser a mais difundida e por ser a de maior aplicação no meio acadêmico. A correlação de Beggs & Brill pode ser utilizada tanto em escoamento horizontal, vertical e inclinado. Foi desenvolvida a partir de dados experimentais em tubos de acrílico de 1,00 e 1,50 polegadas que podia ser inclinado em qualquer ângulo. O ar e a água foram os fluidos utilizados. As vazões líquidas e gasosas foram variadas para permitir que todos os padrões de escoamento pudessem ser observados variando-se a angulação do tubo. Esses resultados foram então correlacionados para a identificação dopadrão de escoamento em um determinado segmento da tubulação por onde ocorre o deslocamento de fluidos, as perdas por atrito e gravitacionais. 83 5.1 POÇO 1 O poço 1, com lâmina de água de 500 m, é um poço vertical com 1.000 m de trajetória na formação até o reservatório 1 com pressão de 2.627 psi ou 18.011 kPa. O reservatório subsaturado com óleo de grau API de 20 e RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3 apresenta-se sem corte de água. Pressão de superfície no separador de 130 psi ou 795 kPa. Tabela 5.1: Padrão de escoamento do Poço 1. Local Padrão de Escoamento Separador - Riser Escoamento por transição Árvore de Natal - Coluna de Produção Escoamento por transição Figura 5.1: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 1. O ponto interseção é considerado o ponto ótimo de operação, por garantir uma maior estabilidade para o sistema como um todo, para a condição simulada. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Acoplamento VLP vs. IPR VLP IPR 84 Figura 5.2: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 1 com a mudança da vazão líquida. Na condição estática, isto é, com o poço fechado sem produção de líquidos na superfície, o reservatório precisa vencer uma coluna hidrostática de aproximadamente 1.930 psi ou 13.307 kPa. Está é a condição inicial do poço antes de começar a fluir e tem como base os fluidos esperados na coluna e riser de produção. Uma vez entrado em regime de fluxo, existe a adição da perda de pressão por atrito, isto ocorre devido ao atrito entre os fluidos em movimento e as paredes da tubulação e riser de produção, além das restrições como válvulas, chokes e etc. Fatores como viscosidade, temperatura e pressão dos fluidos que compõem o escoamento são agentes diretos das perdas deste tipo. A perda de pressão gravitacional é a maior das perdas em todo o sistema. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Comparativo de Perdas de Pressão Atrito Gravidade 85 Figura 5.3: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 1. Na condição de escoamento em regime permanente, nota-se que a perda de temperatura ocorre diferentemente do gradiente de temperatura do sistema de produção. Enquanto que o gradiente de temperatura do sistema é regido pela formação, leito marinho e superfície, o fluido escoando pela tubulação interage até certo ponto com o meio, porém de forma menos intensa em virtude da vazão ser suficientemente alta para garantir um comportamento quase que linear do reservatório até a superfície. 0 250 500 750 1000 1250 1500 0 20 40 60 80 100 120 P ro fu n d id ad e (m ) Temperatura (°F) Perfil de Temperatura Fluido Produzido Gradiente de Temperatura LDA RESERVATÓRIO ROCHA 86 Figura 5.4: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 1. Na condição de fluxo para a solução do nó da análise nodal, tem-se um total de perdas de 1.167,60 psi, ou 8.050 kPa distribuídos em 1.076,95 psi ou 7.425 kPa referente a coluna hidrostática e 90,65 psi ou 625 kPa referente ao atrito devido ao escoamento. 0 250 500 750 1000 1250 1500 0 200 400 600 800 1000 1200 P ro fu n d id ad e (m ) Pressão (psia) Perfil de Perda de Pressão Atrito Gravidade LDA RESERVATÓRIO ROCHA 87 Tabela 5.2: Resultados da simulação do Poço 1. Dados de Entrada Valores Unidades Nó de solução Fundo do Poço Vazão Líquida 5.637,60 STB/dia Vazão de Óleo 5.637,60 STB/dia Vazão de Água 0 STB/dia Vazão de Gás 2.030,00 1000 scf/dia Pressão no nó de solução 1.298,49 psi Perda de pressão por atrito 90,65 psi Perda de pressão por gravidade 1.076,95 psi Viscosidade do líquido na árvore de natal 63,53 centipoise Viscosidade do gás na árvore de natal 0,011664 centipoise Velocidade superficial do líquido na árvore de natal 2,894 ft/s Velocidade superficial do gás na árvore de natal 5,11 ft/s Tensão interfacial na árvore de natal 17,2727 dina/cm Pressão na árvore de natal 433,96 psi Temperatura na árvore de natal 94,37 °F Viscosidade do líquido na superfície 130,2197 centipoise Viscosidade do gás na superfície 0,010854 centipoise Velocidade superficial do líquido na superfície 2,709 ft/s Velocidade superficial do gás na superfície 18,724 ft/s Tensão interfacial na superfície 21,1857 dina/cm Pressão na superfície 130 psi Temperatura na superfície 75,31 °F 88 5.2 POÇO 2 O poço 2, com lâmina de água de 1.000 m, é um poço vertical com 1.000 m de trajetória na formação até o reservatório 2 com pressão de 3.337 psi ou 22.906 kPa. O reservatório subsaturado com óleo de grau API de 20 e RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3 apresenta-se sem corte de água. Pressão de superfície no separador de 130 psi ou 795 kPa. Tabela 5.3: Padrão de escoamento do Poço 2. Local Padrão de Escoamento Separador - Riser Escoamento por transição Árvore de Natal - Coluna de Produção Escoamento por transição Figura 5.5: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 2. O ponto interseção é considerado o ponto ótimo de operação, por garantir uma maior estabilidade para o sistema como um todo, para a condição simulada. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Acoplamento VLP vs. IPR VLP IPR 89 Figura 5.6: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 2 com a mudança da vazão líquida. Na condição estática, isto é, com o poço fechado sem produção de líquidos na superfície, o reservatório precisa vencer uma coluna hidrostática de aproximadamente 2.553 psi. Está é a condição inicial do poço antes de começar a fluir e tem como base os fluidos esperados na coluna e riser de produção. Uma vez entrado em regime de fluxo, existe a adição da perda de pressão por atrito, isto ocorre devido ao atrito entre os fluidos em movimento e as paredes do sistema de produção e demais equipamentos. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Comparativo de Perdas de Pressão Atrito Gravidade 90 Figura 5.7: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 2. Na condição de escoamento em regime permanente, nota-se que a perda de temperatura ocorre diferentemente do gradiente de temperatura do sistema de produção. Enquanto que o gradiente de temperatura do sistema é regido pela formação, leito marinho e superfície, o fluido escoando pela tubulação interage até certo ponto com o meio, porém de forma menos intensa em virtude da vazão ser suficientemente alta para garantir um comportamento quase que linear do reservatório até a superfície. 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 0 20 40 60 80 100 120 P ro fu n d id ad e (m ) Temperatura (°F) Perfil de Temperatura Fluido Produzido Gradiente de Temperatura LDA RESERVATÓRIO ROCHA 91 Figura 5.8: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 2. Na condição de fluxo para a solução do nó da análise nodal, tem-se um total de perdas de 1.777,65 psi ou 12.256 kPa, distribuídos em 1.665,34 psi ou 11482 kPa referente a coluna hidrostática e 112,31 psi ou 774 kPa referente ao atrito devido ao escoamento. 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 0 500 1000 1500 2000 P ro fu n d id ad e (m ) Pressão (psia) Perfil de Perda de Pressão Atrito Gravidade LDA RESERVATÓRIO ROCHA 92 Tabela 5.4: Resultados da simulação do Poço 2. Dados de Entrada Valores Unidades Nó de solução Fundo do Poço Vazão Líquida 6.960,10 STB/dia Vazão de Óleo 6.960,10 STB/dia Vazãode Água 0 STB/dia Vazão de Gás 2.506,00 1000 scf/dia Pressão no nó de solução 1.912,49 psi Perda de pressão por atrito 112,16 psi Perda de pressão por gravidade 1.669,43 psi Viscosidade do líquido na árvore de natal 41,32 centipoise Viscosidade do gás na árvore de natal 0,012629 centipoise Velocidade superficial do líquido na árvore de natal 3,665 ft/s Velocidade superficial do gás na árvore de natal 2,438 ft/s Tensão interfacial na árvore de natal 12,9835 dina/cm Pressão na árvore de natal 840,96 psi Temperatura na árvore de natal 98,25 °F Viscosidade do líquido na superfície 160,3527 centipoise Viscosidade do gás na superfície 0,010686 centipoise Velocidade superficial do líquido na superfície 2,754 ft/s Velocidade superficial do gás na superfície 18,762 ft/s Tensão interfacial na superfície 21,4811 dina/cm Pressão na superfície 130 psi Temperatura na superfície 66,94 °F 93 5.3 POÇO 3 O poço 3, com lâmina de água de 500 m, é um poço horizontal com 1.270 m (TVD 1.500 m) de trajetória na formação até o reservatório 1 com pressão de 2.627 psi ou 18.011 kPa. O reservatório subsaturado com óleo de grau API de 20 e RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3 apresenta-se sem corte de água. Pressão de superfície no separador de 130 psi ou 795 kPa. Tabela 5.5: Padrão de escoamento do Poço 3. Local Padrão de Escoamento Separador - Riser Escoamento por transição Árvore de Natal - Coluna de Produção Escoamento por transição Figura 5.9: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 3. O ponto interseção é considerado o ponto ótimo de operação, por garantir uma maior estabilidade para o sistema como um todo, para a condição simulada. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Acoplamento VLP vs. IPR VLP IPR 94 Figura 5.10: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 3 com a mudança da vazão líquida. Na condição estática, isto é, com o poço fechado sem produção de líquidos na superfície, o reservatório precisa vencer uma coluna hidrostática de aproximadamente 1.930 psi. Está é a condição inicial do poço antes de começar a fluir e tem como base os fluidos esperados na coluna e riser de produção. Uma vez entrado em regime de fluxo, existe a adição da perda de pressão por atrito, isto ocorre devido ao atrito entre os fluidos em movimento e as paredes do sistema de produção e demais equipamentos. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Comparativo de Perdas de Pressão Atrito Gravidade 95 Figura 5.11: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 3. Na condição de escoamento em regime permanente, nota-se que a perda de temperatura ocorre diferentemente do gradiente de temperatura do sistema de produção. Enquanto que o gradiente de temperatura do sistema é regido pela formação, leito marinho e superfície, o fluido escoando pela tubulação interage até certo ponto com o meio, porém de forma menos intensa em virtude da vazão ser suficientemente alta para garantir um comportamento quase que linear do reservatório até a superfície. 0 250 500 750 1000 1250 1500 0 20 40 60 80 100 120 P ro fu n d id ad e (m ) Temperatura (°F) Perfil de Temperatura Fluido Produzido Gradiente de Temperatura LDA RESERVATÓRIO ROCHA 96 Figura 5.12: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 3. Na condição de fluxo para a solução do nó da análise nodal, tem-se um total de perdas de 1.151,74 psi ou 7.941 kPa, distribuídos em 1.067,29 psi ou 7.359 kPa referente a coluna hidrostática e 84,45 psi ou 582 kPa referente ao atrito devido ao escoamento. 0 250 500 750 1000 1250 1500 0 200 400 600 800 1000 1200 P ro fu n d id ad e (m ) Pressão (psia) Perfil de Perda de Pressão Atrito Gravidade LDA RESERVATÓRIO ROCHA 97 Tabela 5.6: Resultados da simulação do Poço 3. Dados de Entrada Valores Unidades Nó de solução Fundo do Poço Vazão Líquida 5.685,60 STB/dia Vazão de Óleo 5.685,60 STB/dia Vazão de Água 0 STB/dia Vazão de Gás 2.047,00 1000 scf/dia Pressão no nó de solução 1.282,63 psi Perda de pressão por atrito 84,50 psi Perda de pressão por gravidade 1.067,47 psi Viscosidade do líquido na árvore de natal 64,56 centipoise Viscosidade do gás na árvore de natal 0,011634 centipoise Velocidade superficial do líquido na árvore de natal 2,920 ft/s Velocidade superficial do gás na árvore de natal 5,424 ft/s Tensão interfacial na árvore de natal 17,4557 dina/cm Pressão na árvore de natal 416,91 psi Temperatura na árvore de natal 94,33 °F Viscosidade do líquido na superfície 134,7376 centipoise Viscosidade do gás na superfície 0,010826 centipoise Velocidade superficial do líquido na superfície 2,257 ft/s Velocidade superficial do gás na superfície 15,560 ft/s Tensão interfacial na superfície 21,2348 dina/cm Pressão na superfície 130 psi Temperatura na superfície 73,92 °F 98 5.4 POÇO 4 O poço 4, com lâmina de água de 1.000 m, é um poço horizontal com 1.270 m (TVD 2.000 m) de trajetória na formação até o reservatório 2 com pressão de 3.337 psi ou 22.906 kPa. O reservatório subsaturado com óleo de grau API de 20 e RGO de 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3 apresenta-se sem corte de água. Pressão de superfície no separador de 130 psi ou 795 kPa. Tabela 5.7: Padrão de escoamento do Poço 4. Local Padrão de Escoamento Separador - Riser Escoamento por transição Árvore de Natal - Coluna de Produção Escoamento por transição a partir da profundidade TVD de 1.718,50 m até a superfície / Escoamento distribuído do reservatório até a profundidade TVD de 1.718,50 m Figura 5.13: Análise Nodal – Acoplamento VLP vs. IPR do Poço 4. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Acoplamento VLP vs. IPR VLP IPR 99 O ponto interseção é considerado o ponto ótimo de operação, por garantir uma maior estabilidade para o sistema como um todo, para a condição simulada. Figura 5.14: Comparativo das perdas de pressão por atrito e gravidade no Poço 4 com a mudança da vazão líquida. Na condição estática, isto é, com o poço fechado sem produção de líquidos na superfície, o reservatório precisa vencer uma coluna hidrostática de aproximadamente 2.553 psi ou 17.602 kPa. Está é a condição inicial do poço antes de começar a fluir e tem como base os fluidos esperados na coluna e riser de produção. Uma vez entrado em regime de fluxo, existe a adição da perda de pressão por atrito, isto ocorre devido ao atrito entre os fluidos em movimento e as paredes do sistema de produção e demais equipamentos. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Comparativo de Perdas de Pressão Atrito Gravidade 100 Figura 5.15: Comparativo entre o perfil de temperatura do fluido produzido e o gradiente geotérmico para o Poço 4. Na condição de escoamento em regime permanente, nota-se que a perda de temperatura ocorre diferentemente do gradiente de temperatura do sistema de produção. Enquanto que o gradiente de temperatura do sistema é regido pela formação, leito marinho e superfície, o fluido escoando pela tubulação interage até certo ponto com o meio, porém de forma menos intensa em virtude da vazão ser suficientemente alta para garantir um comportamento quase que linear do reservatório até a superfície. 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 0 20 40 60 80 100 120 P ro fu n d id ad e (m ) Temperatura (°F) Perfil de Temperatura Fluido Produzido Gradiente de Temperatura LDA RESERVATÓRIO ROCHA 101Figura 5.16: Gradiente de perda de carga por tipo para o Poço 4. Na condição de fluxo para a solução do nó da análise nodal, tem-se um total de perdas de 1.834,16 psi ou 12.646 kPa, distribuídos em 1.687,33 psi ou 11.634 kPa referente a coluna hidrostática e 146,83 psi ou 1.012 kPa referente ao atrito devido ao escoamento. 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 0 500 1000 1500 2000 P ro fu n d id ad e (m ) Pressão (psia) Perfil de Perda de Pressão Atrito Gravidade LDA RESERVATÓRIO ROCHA 102 Tabela 5.8: Resultados da simulação do Poço 4. Dados de Entrada Valores Unidades Nó de solução Fundo do Poço Vazão Líquida 6.351,90 STB/dia Vazão de Óleo 6.351,90 STB/dia Vazão de Água 0 STB/dia Vazão de Gás 2.287,00 1000 scf/dia Pressão no nó de solução 2.052,28 psi Perda de pressão por atrito 171,43 psi Perda de pressão por gravidade 1.749,80 psi Viscosidade do líquido na árvore de natal 31,26 centipoise Viscosidade do gás na árvore de natal 0,012919 centipoise Velocidade superficial do líquido na árvore de natal 3,363 ft/s Velocidade superficial do gás na árvore de natal 1,775 ft/s Tensão interfacial na árvore de natal 11,9123 dina/cm Pressão na árvore de natal 950,29 psi Temperatura na árvore de natal 96,41 °F Viscosidade do líquido na superfície 1.258,73 centipoise Viscosidade do gás na superfície 0,01067 centipoise Velocidade superficial do líquido na superfície 3,039 ft/s Velocidade superficial do gás na superfície 20,682 ft/s Tensão interfacial na superfície 21,5089 dina/cm Pressão na superfície 130 psi Temperatura na superfície 66,16 °F 103 5.5 COMPARATIVO DOS CASOS BASE 5.5.1 Interpretações dos Resultados obtidos considerados como Casos Base Nesta seção será discutido o comparativo entre os resultados dos quatro poços (caso base) simulados para identificar as similaridades e as particularidades de cada modelo. A Figura 5.17 apresenta um comparativo entre as perdas de pressão por atrito, gravidade e aceleração para cada um dos poços hipotéticos simulados, na sua condição de vazão sem restrição considerando uma pressão de superfície de 130 psi ou 795 kPa. Figura 5.17: Comparativo entre as Perdas de Pressões, Drawdowns e Pressões de Reservatório. Como pode ser observado na análise comparativa da Figura 5.17, os drawdowns ou as quedas de pressão medida no fundo de cada poço a partir da condição estática até atingir o escoamento máximo, na condição de vazão sem restrição, são muito similares com uma média de 1.367 psi ou 9.425 kPa, variando entre o valor mais baixo de 1.329 psi ou 9.163 kPa e mais alto de 1.425 psi ou 9.825 kPa. 0 1000 2000 3000 4000 Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 P R ES SÃ O ( P SI A ) Perdas de pressão Pressão de Superfície Perda por Aceleração Perda por Atrito Perda por Gravidade Drawdown Pressão de Reservatório 104 Ainda na análise da mesma figura, é possível observar que a parcela de perda de pressão por aceleração, ⁄ ⁄ , é insignificante em todos os casos, com uma média de 0,91 psi ou 6 kPa e variando entre o valor mais baixo de 0,66 psi ou 4 kPa para o Poço 3 e mais alto de 0,90 psi ou 6 kPa para o Poço 2. A parcela de perda de pressão por atrito, ⁄ 2⁄ , é regida principalmente pelo regime de escoamento em cada segmento das tubulações, equipamentos como válvulas e restrições, e risers, além das mudanças das propriedades dos fluidos com as mudanças de pressão e temperatura durante o escoamento até atingir a superfície. Um fator importante em virtude dos longos comprimentos das tubulações e dutos é a rugosidade de cada material em contato com os fluidos. Quanto maior a velocidade dos fluidos maior a perda de pressão em um determinado segmento. O diâmetro da tubulação tem um relação inversa com a perda por atrito, isto é, quanto maior o diâmetro menor a perda. Nas simulações feitas para os quatro poços as perdas deste tipo tiveram uma média de 109 psi ou 751 kPa, variando entre 85 psi ou 586 kPa e 147 psi ou 1.013 kPa. Dependendo das interações entra a viscosidade do fluido, rugosidade dos materiais, pressão e temperatura, emulsão e outras impurezas ou questões de garantia de escoamento, as perdas por atrito podem ser muito significativas ao ponto de exigir a injeção de produtos químicos como redutores de arrasto e inibidores de incrustações. É importante obter uma amostra composicional dos hidrocarbonetos presentes no reservatório que se deseja produzir para analisar todas as tendências que podem impactar na garantia de escoamento, tais tendências devem ser levadas em consideração na modelagem de um poço mais indicado para explotar as reservas e garantir uma vida economicamente longa de produção. A parcela de perda de pressão por gravidade é em geral a mais significativa em poços de petróleo devido ao fato dos reservatórios estarem em altas profundidades em relação ao nível do mar, nos casos de operações no mar, e em relação ao solo, nos casos de operações em terra. Nos quatro modelos de poços hipotéticos simulados esta parcela representa mais de 90% de todas as perdas que ocorrem durante o escoamento. A ordem de grandeza da perda de pressão gravitacional varia entre 1.072 psi ou 7.391 kPa para os Poços 1 e 3 (ambos com profundidade vertical de 1.500 metros a partir da superfície), e 105 1.679 psi ou 11.576 kPa para os Poços 2 e 4 (ambos com profundidade vertical de 2.000 metros a partir da superfície). Dependendo o reservatório e da profundidade do poço para atingi-lo, a perda de pressão gravitacional pode ser significativa no projeto do poço, pois dependendo da depletação e do ingresso de água, o poço em questão pode ter uma vida produtiva reduzida se um método de elevação artificial não for adequadamente considerado. Figura 5.18: Comparativo entre as Temperaturas dos Poços no reservatório, Árvore de Natal e Superfície. A Figura 5.18 compara as temperaturas em três pontos distintos do sistema de produção em estudo para cada poço simulado. São eles: 1) Reservatório; 2) Árvore de Natal, e; 3) Superfície. Entender o perfil de temperatura através do sistema de produção é importante pois serve como embasamento para as considerações de garantia de escoamento, pois é possível identificar tendências de formação de parafina, caso o tipo de óleo tenha essa tendência, formação de hidratos e formação de emulsão, quando combinados com a produção de água do reservatório. 0 20 40 60 80 100 120 Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 Te m p er at u ra ( °F ) Comparativo das Temperaturas No Reservatório Na Árvore de Natal Na Superfície 106 Para os quatro poços estudados as temperaturas na árvore de natal e na superfície são muito similares, isso se dá ao fato da vazão na condição sem restrição garantir uma velocidade de escoamento alto o suficiente para que a troca de calor não ser tão significativa ao ponto de prejudicar o escoamento. As quedas de temperatura tem um comportamento quase que linear do poço até a superfície, passando pela árvore de natal onde ocorre a menor temperatura do meio de 40ºF ou 4°C, temperatura média para as profundidades de lâmina de água modeladas. Figura 5.19: Comparativo das Velocidades Superficiais na Árvore de Natal e Superfície. 0 5 10 15 20 25 Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 V el o ci d ad e (f t/ s) Velocidades Superficiais Líquido na árvore de natal Líquido na superfície Gás na árvore de natal Gás na superfície 107 Figura 5.20: Comparativo das Razões de Líquido através da Tubulação. A análise da Figura 5.19 auxilia no entendimento do comportamento das velocidades e principalmente as velocidades relativas dos fluidos que compõem o escoamento desde o reservatório até a superfície. Combinando com as pressões de fundo de poço fluente apresentadas na Figura 5.17 é possível concluir que os Poços 1 e 3 estão produzindocom uma pressão de fundo muito abaixo da pressão de bolha, enquanto que os Poços 2 e 4, por serem mais profundos possuem pressões de fundo próximas a da pressão de bolha. Em outras palavras, os Poços 1 e 3 possuem mais gás na coluna de produção desde a interface com o reservatório no fundo do poço em comparação com os Poços 2 e 4. Tal fato é reforçado pelo comparativo da Figura 5.20. Note que ambos os Poços 1 e 3 iniciam com uma Razão de Líquido de 76%, enquanto que os Poços 2 e 4 iniciam com uma Razão de Líquido de 99%. O volume que ocupa a parcela de gás é diretamente proporcional a pressão que a mesma se encontra em um determinado local da tubulação por onde escoa. Quanto mais próximo da superfície, menor a pressão e maior o volume que o gás tende a ocupar enquanto que a parcela líquida tende a ocupar o mesmo volume. Este comportamento é explicitamente descrito na análise velocidades superficiais da Figura 5.19, a velocidade do líquido é basicamente a mesma desde o reservatório, passando pela árvore de natal até chegar a superfície. Em contrapartida a velocidade do gás varia drasticamente começando muito baixa próxima ao reservatório onde ocupa um volume menor, devido a pressão ser maior que da superfície onde atinge valores velocidades quase que 20 vezes maiores em virtude da liberação do gás 0 250 500 750 1,000 1,250 1,500 1,750 2,000 20% 40% 60% 80% 100% P ro fu n d id ad e (m ) Razão de Líquido versus Profundidade Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 108 conforme a pressão diminui. Está mudança de velocidades e volumes influencia diretamente no tipo de escoamento presente em determinado segmento do sistema de produção. A Figura 5.21 compara as viscosidades simuladas durante o escoamento de hidrocarbonetos a partir do reservatório até a árvore de natal e superfície. As viscosidades observadas para o gás são muito baixas, em torno de 0.01 cP e não sofrem significativa alteração na ordem de grandeza. Já as viscosidades do óleo sofrem uma grande influência conforme a pressão cai e o gás se desassocia do óleo, o tornando mais denso. A variação observada foi de 11 cP no reservatório, para 63 cP para os Poços 1 e 3, e 41 cP para os Poços 2 e 4 na árvore de natal, até atingir os valores máximos de 130 cP para os Poços 1 e 3, e 160 cP para os Poços 2 e 4 na superfície. Uma mudança de mais de 10 vezes na viscosidade. Figura 5.21: Comparativo das Viscosidades na Árvore de Natal e Superfície. 0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0 40 80 120 160 Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 V is co si d ad e d o G ás ( cP ) V is co si d ad e d o L íq u id o ( cP ) Viscosidades Líquido na árvore de natal Líquido na superfície Gás na árvore de natal Gás na superfície 109 O comparativo da Figura 5.22 demonstra as particularidades das VLPs ou Curvas de Pressão Requerida para os quatro poços simulados. A Figura 5.22 foi separada em duas outras figuras para facilitar a interpretação conforme à seguir. Figura 5.22: Comparativo das Curvas VLP. Na Figura 5.23 foram representadas somente as parcelas gravitacionais das curvas VLPs para os quatro poços simulados na condição sem restrição (caso base). Nota-se que na condição de estática, isto é, vazão zero, os Poços 1 e 3 partem da mesma pressão de 1.930 psi ou 13.307 kPa, descontando-se o valor de 130 psi ou 795 kPa referente a pressão de superfície, obtém-se 1.800 psi ou 12.411 kPa. Esta pressão representa a coluna hidrostática de petróleo a 20°API para a profundidade de 1.500 metros, conforme as propriedades dos fluidos utilizados como entrada para a simulação. A mesma analogia pode ser feita para os Poços 2 e 4, com pressão estática de 2.556 psi ou 17.623 kPa, subtraindo-se 130 psi ou 795 kPa obtém-se 2.426 psi ou 16.727 kPa para a coluna hidrostática de petróleo a 20°API e profundidade de 2.000 metros. A diferença entre as pressões de reservatório e as pressões hidrostática é a energia que o reservatório tem em relação ao sistema de produção para induzir o fluxo surgente sem a necessidade de elevação artificial. 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Curvas VLP Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 110 Figura 5.23: Comparativo das Curvas VLP, somente a parcela gravitacional. Ainda na Figura 5.23 nota-se uma ligeira diferença entre a condição estática e vazão de aproximadamente 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia nas curvas dos Poços 1 e 3, e 2 e 4. Isto se dá ao fato do gradiente geotérmico ter uma variação menor nos poços mais profundos fazendo com que a propriedade do fluido, viscosidade, ser ligeiramente menor e mais propicia ao escoamento em baixas vazões. Para vazões acima de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia a curva de perda gravitacional é muito semelhante e sem maiores mudanças. Figura 5.24: Comparativo das Curvas VLP, somente a parcela de atrito. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Curvas VLP ‐ Componente Gravitacional Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 0 50 100 150 200 250 300 350 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Curvas VLP ‐ Componente Atrito Poço 1 Poço 2 Poço 3 Poço 4 111 A Figura 5.24 compara as parcelas de perdas por atrito que foram descriminadas das Curvas VLP. Nota-se que a perda por atrito somente acontece quando há fluxo, uma vez o poço fechado essa parcela tende a zero. Além disso é possível observar uma correlação das perdas entre os Poços 1, 2 e 3, com uma ligeira diferença. Tal observação é coerente com o regime de escoamento estimado pela simulação em todos os três casos, isto é, escoamento por transição. Em outras palavras nos três poços a maior velocidade superficial de líquido e gás conduz a um padrão desordenado, em que existe um movimento oscilatório de liquido dentro da coluna de produção. Neste padrão a mistura gás-líquido e suas propriedades podem apresentar-se de forma contínua. O mesmo não é observado no Poço 4 que possui uma perda de pressão por atrito significativamente maior quando comparado com os outros três poços. O Poço 4 apesar de também fluir parcialmente num regime de escoamento por transição, somente se comporta como tal a partir da profundidade vertical de 1.718,50 metros até a superfície, abaixo deste ponto o poço encontra-se num regime de escoamento distribuído a partir do reservatório até a profundidade vertical de 1.718,50 metros. Neste tipo de regime tanto o gás quanto o líquido escoam com altas velocidades superficiais. O efeito gravitacional na parte horizontal e inclinada do poço faz com que as bolhas discretas se dispersem em direção ao topo da tubulação com a fase líquida contínua gerando uma significativa perda. 5.5.2 Resumo do estudo comparativo entre os Casos Bases Com a análise comparativa entre os Casos Bases para os quatro poços hipotéticos em dois reservatórios com propriedades de fluidos similares, porém com profundidades e pressões distintas foi possível extrair algumas importantes similaridades e particularidades. A principal similaridade identificada é a contribuição direta da profundidade do poço, independente do seu tipo (se horizontal ou vertical), com a perda de pressão por gravidade. Neste mesmo tópico foi possível notar que existe uma variação significativa da perda de pressão gravitacional em vazões muito baixa, para os quatro poços simulados esta região vai até a vazão de aproximadamente 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia, onde ocorre uma queda importante desta perda de aproximadamente 800 112 psi ou 5.516 kPa o que aumenta o potencial de escoamento. Tal fenômeno ocorre pois em vazões abaixo de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia ocorre uma segregação quase que total do gás e do óleo, fazendo com que uma coluna de óleo pesadose acumule na tubulação aumentando a perda gravitacional. Nesta região é comum a ocorrência de golfadas e instabilidade de fluxo podendo até chegar ao ponto de matar o poço. As propriedades dos fluidos e a parcela de água tem uma influência direta na parcela gravitacional das perdas. A pressão do reservatório e o drawdown exercido durante a produção influencia a razão de líquido desde a interface com o reservatório até a superfície. O regime de escoamento tem uma parcela significativa nas perdas gravitacionais e principalmente por atrito, que por sua vez é diretamente relacionado com as viscosidades, velocidades superficiais e pressões em cada segmento do sistema de produção. A parcela de perda por aceleração é insignificante para os quatro tipos de poços simulados. Observou-se também um comportamento similar para poços verticais e horizontais para as premissas e condições impostas aos poços simulados. 113 5.6 ESTUDOS DE SENSIBILIDADES Conforme demonstrado no subcapitulo 5.5 “Comparativo dos Casos Base” e reforçado na seção 5.5.2 “Resumo do estudo comparativo entre os Casos Bases” não foi possível notar diferenças significativas nos comportamentos entre os poços verticais e horizontais para as premissas utilizadas na modelagem destes. Este tipo de análise é também conhecida na indústria como Estudo de Sensibilidade, onde um parâmetro é variado por vez e os demais mantidos fixos conforme o Caso Base. Com isso é mais clara a identificação do desvio gerado pelo parâmetro que se pretende estudar. Foram simuladas condições diferentes daquelas utilizadas como Caso Base. Variações como corte de água, diâmetro da tubulação, pressão de reservatório, razão gás-óleo com o intuito de identificar as mudanças e desvios do Caso Base. A variação no corte de água simula o comportamento esperado no escoamento do poço no caso em que uma frente de água atingisse o mesmo. E com isso identificar se o poço ainda seria surgente para cortes de água elevados e se um método de elevação artificial seria necessário para gerenciar uma longa vida útil produtiva para o poço entre outros fenômenos. Já a variação no diâmetro da tubulação permite identificar o diâmetro ideal para o escoamento do tipo de fluidos esperados e suas quantidades, permitindo assim prever “gargalos” e a melhor completação para otimizar a produção. A simulação de diferentes pressões de reservatório favorece o entendimento do comportamento da curva IPR, potencialmente geradas pelo declínio na pressão do compartimento devido a pouco suporte ao gerenciamento da pressão de reservatório (aquífero fraco, ausência de capa de gás, ausência ou ineficiência na injeção de água, 114 etc). Está análise pode também ajudar na identificação de quando o poço deixaria de ser surgente e necessitaria de um método de elevação artificial. Por final, a variação da razão gás-óleo favorece o entendimento do comportamento do poço no caso de mudança do RGO em caso da pressão do reservatório atingir a pressão de bolha devido a uma forte depletação do mesmo ou ausência de suporte da pressão do reservatório. Pode também funcionar como um indicador de método de elevação artificial, “gas-lift”, quando se injeta gás na tubulação para reduzir a densidade da coluna e consequentemente otimizar a produção. Todas essas sensibilidades foram feitas para os quatro poços e seus resultados demonstrados a seguir. 115 5.6.1 Poço 1 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório 5.6.1.1 Caso Base versus Cortes de Água A Figura 5.25 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 1 para cortes de água distintos, Caso Base com Corte de 0% (referência), Corte de 25% e de 50%. É possível observar uma queda na vazão líquida produzida de aproximadamente 4% e 14% respectivamente, ou 240 STB/dia ou 38 m³/dia e 805 STB/dia ou 128 m³/dia. Nota-se também um aumento na perda de carga na ordem de 350 psi ou 2.413 kPa devido à densidade da mistura ser maior conforme a quantidade de água aumenta. Figura 5.25: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Corte de Água IPR Caso Base VLP Caso Base VLP Corte de 50% VLP Corte de 25% 116 5.6.1.2 Caso Base versus Diâmetros de Tubulação A Figura 5.26 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 1 para diferentes diâmetros de tubulação, Caso Base com 4.89 in (referência), 3,50 in e 5,00 in. É possível notar que até a vazão de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia seria praticamente indiferente a mudança do diâmetro da tubulação, entretanto para vazões acima desta a perda por atrito é acentuada conforme a vazão aumenta. Neste sentido para a vazão ótima (5.637 STB/dia ou 899 m³/dia) acontece com o diâmetro de 4,89 in ou 5,00 in. Com uma redução para 3,50 in (de aproximadamente 28%) a partir do Caso Base ocorre uma redução de 8,34% (470 STB/dia ou 75 m³/dia) na vazão líquida devido ao maior atrito. Outro ponto interessante é que para vazões menores que 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia, a tubulação de 3,50 in apresentou-se melhor que as demais. Figura 5.26: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Diâmetro da Tubulação IPR Caso Base VLP Caso Base Tubulação de 3 1/2" Tubulação de 5" 117 5.6.1.3 Caso Base versus Pressões de Reservatório A Figura 5.27 apresenta o comportamento da curva IPR do Reservatório 1 em relação a curva VLP do Poço 1 para diferentes pressões de reservatório, Caso Base com 2.627 psi ou 18.011 kPa (referência), Pressão de Bolha de 2.316 psi ou 15.968 kPa e 2.200 psi ou 15.168 kPa. Esse tipo de análise permite simular diversos cenários, entre eles: Potencial declínio da pressão de reservatório, redução da entrega do poço devido a problemas próximo a região do poço, ponto limite onde um método de elevação artificial faz-se necessário ou quando uma manutenção da pressão do reservatório deveria entrar em operação (por exemplo, injeção de água). Nota-se que com a queda da pressão do reservatório a vazão líquida cai significativamente, ao ponto de chegar próximo de um possível caso com duas soluções (abaixo da pressão de 2.200 psi ou 15.168 kPa), o que induziria uma instabilidade ao regime de escoamento. Uma queda de 427 psi ou 2.944 kPa (16%) em referência ao Caso Base acarretaria uma redução de 33% na vazão líquida ou 1.900 STB/dia ou 303 m³/dia. Demonstrando a clara relação entre produção e pressão do reservatório. Figura 5.27: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2.200 psi. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Pressão de Reservatório IPR Caso Base VLP Caso Base IPR para Pr = Pb IPR para Pr = 2200 psia 118 5.6.1.4 Caso Base versus Razões de Gás A Figura 5.28 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 1 para diferentes razões gás-óleo, Caso Base com 360 scf/STB ou 64 Nm3/Nm3 (referência), 800 scf/STB ou 142 Nm3/Nm3 e 1.200 scf/STB ou 213 Nm3/Nm3. Nota-se uma melhora no desempenho na vazão do poço entre 360 scf/STB e 800 scf/STB, porém pouca mudança é perceptível entre 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. O que demonstra que uma razão gás-líquido na ordem de 800 scf/STB seria o ideal para a operação deste poço, com um ganho de aproximadamente 5% (270 STB/dia ou 43 m3/dia). Com mais gás a densidade da mistura de fluidos na coluna de produção é reduzida na ordem de 480 psi ou 3.309 kPa. Um comportamento similar teria ométodo de elevação artificial por gas-lift. Esta redução na coluna hidrostática garantiria uma vida longa produtiva para o poço mesmo com pressões de reservatórios mais baixas. Figura 5.28: Sensibilidade do Poço 1 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1.200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Razão de Gás IPR Caso Base VLP Caso Base VLP RGO = 800 scf/bbl VLP RGO = 1200 scf/bbl 119 5.6.2 Poço 2 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório 5.6.2.1 Caso Base versus Cortes de Água A Figura 5.29 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 2 para cortes de água distintos, Caso Base com Corte de 0% (referência), Corte de 25% e de 50%. É possível observar uma queda na vazão líquida produzida de aproximadamente 10% e 25% respectivamente, ou 700 STB/dia ou 112 m3/dia e 1.700 STB/dia ou 271 m³/dia. Nota-se também um aumento na perda de carga na ordem de 417 psi ou 2.875 kPa devido à densidade da mistura ser maior conforme a quantidade de água aumenta. Figura 5.29: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Corte de Água IPR Caso Base VLP Caso Base VLP Corte de 25% VLP Corte de 50% 120 5.6.2.2 Caso Base versus Diâmetros de Tubulação A Figura 5.30 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 2 para diferentes diâmetros de tubulação, Caso Base com 4.89 in (referência), 3,50 in e 5,00 in. É possível notar que até a vazão de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia seria praticamente indiferente a mudança do diâmetro da tubulação, entretanto para vazões acima desta a perda por atrito é acentuada conforme a vazão aumenta. Neste sentido para a vazão ótima (6.904 STB/dia ou 1.101 m³/dia) acontece com o diâmetro de 4,89 in ou 5,00 in. Com uma redução para 3,50 in (de aproximadamente 28%) a partir do Caso Base ocorre uma redução de 8,22% (567 STB/dia ou 90 m³/dia) na vazão líquida devido ao maior atrito. Figura 5.30: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Diâmetro da Tubulação IPR Caso Base VLP Caso Base Tubulação de 3 1/2" Tubulação de 5" 121 5.6.2.3 Caso Base versus Pressões de Reservatório A Figura 5.31 apresenta o comportamento da curva IPR do Reservatório 2 em relação a curva VLP do Poço 2 para diferentes pressões de reservatório, Caso Base com 3.337 psi (referência), Pressão de Bolha de 2.316 psi e 2.200 psi. Nota-se que com a queda da pressão do reservatório a vazão líquida cai significativamente. Para os casos simulados abaixo de 2.500 psi ou 17.237 kPa não existe solução e indica que o poço não seria capaz de fluir naturalmente necessitando assim de um método de elevação artificial. Figura 5.31: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Pressão de Reservatório IPR Caso Base VLP Caso Base IPR para Pr = Pb IPR para Pr = 2200 psia 122 5.6.2.4 Caso Base versus Razões de Gás A Figura 5.32 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 2 para diferentes razões gás-óleo, Caso Base com 360 scf/STB (referência), 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. Nota-se uma melhora no desempenho na vazão do poço entre 360 scf/STB e 800 scf/STB, porém pouca mudança é perceptível entre 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. O que demonstra que uma razão gás-líquido na ordem de 800 scf/STB seria o ideal para a operação deste poço, com um ganho de aproximadamente 5% (360 STB/dia ou 57 m³/dia). Com mais gás a densidade da mistura de fluidos na coluna de produção é reduzida na ordem de 480 psi ou 3.309 kPa. Um comportamento similar teria o método de elevação artificial por gas-lift. Esta redução na coluna hidrostática garantiria uma vida longa produtiva para o poço mesmo com pressões de reservatórios mais baixas. Figura 5.32: Sensibilidade do Poço 2 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Razão de Gás IPR Caso Base VLP Caso Base VLP RGO = 800 scf/bbl VLP RGO = 1200 scf/bbl 123 5.6.3 Poço 3 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório 5.6.3.1 Caso Base versus Cortes de Água A Figura 5.33 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 3 para cortes de água distintos, Caso Base com Corte de 0% (referência), Corte de 25% e de 50%. É possível observar uma queda na vazão líquida produzida de aproximadamente 5% e 15% respectivamente, ou 265 STB/dia ou 42 m³/dia e 860 STB/dia ou 137 m³/dia. Nota-se também um aumento na perda de carga na ordem de 377 psi ou 2.599 kPa devido à densidade da mistura ser maior conforme a quantidade de água aumenta. Figura 5.33: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Corte de Água IPR Caso Base VLP Caso Base VLP Corte de 25% VLP Corte de 50% 124 5.6.3.2 Caso Base versus Diâmetros de Tubulação A Figura 5.34 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 3 para diferentes diâmetros de tubulação, Caso Base com 4.89 in (referência), 3,50 in e 5,00 in. É possível notar que até a vazão de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia seria praticamente indiferente a mudança do diâmetro da tubulação, entretanto para vazões acima desta a perda por atrito é acentuada conforme a vazão aumenta. Neste sentido para a vazão ótima (5.685 STB/dia ou 907 m³/dia) acontece com o diâmetro de 4,89 in ou 5,00 in. Com uma redução para 3,50 in (de aproximadamente 28%) a partir do Caso Base ocorre uma redução de 9,62% (500 STB/dia ou 80 m³/dia) na vazão líquida devido ao maior atrito. Outro ponto interessante é que para vazões menores que 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia, a tubulação de 3,50 in apresentou-se melhor que as demais. Figura 5.34: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Diâmetro da Tubulação IPR Caso Base VLP Caso Base Tubulação de 3 1/2" Tubulação de 5" 125 5.6.3.3 Caso Base versus Pressões de Reservatório A Figura 5.35 apresenta o comportamento da curva IPR do Reservatório 1 em relação a curva VLP do Poço 3 para diferentes pressões de reservatório, Caso Base com 2.627 psi (referência), Pressão de Bolha de 2.316 psi e 2.200 psi. Nota-se que com a queda da pressão do reservatório a vazão líquida cai significativamente, ao ponto de chegar próximo de um possível caso com duas soluções (abaixo da pressão de 2.200 psi), o que induziria uma instabilidade ao regime de escoamento. Uma queda de 427 psi ou 2.944 kPa (16%) em referência ao Caso Base acarretaria uma redução de 34% na vazão líquida ou 1.920 STB/dia ou 306 m³/dia. Demonstrando a clara relação entre produção e pressão do reservatório. Figura 5.35: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. 0 500 10001500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Pressão de Reservatório IPR Caso Base VLP Caso Base IPR para Pr = Pb IPR para Pr = 2200 psia 126 5.6.3.4 Caso Base versus Razões de Gás A Figura 5.36 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 3 para diferentes razões gás-óleo, Caso Base com 360 scf/STB (referência), 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. Nota-se uma melhora no desempenho na vazão do poço entre 360 scf/STB e 800 scf/STB, porém pouca mudança é perceptível entre 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. O que demonstra que uma razão gás-líquido na ordem de 800 scf/STB seria o ideal para a operação deste poço, com um ganho de aproximadamente 5% (291 STB/dia ou 46 m³/dia). Com mais gás a densidade da mistura de fluidos na coluna de produção é reduzida na ordem de 485 psi ou 3.344 kPa. Um comportamento similar teria o método de elevação artificial por gas-lift. Esta redução na coluna hidrostática garantiria uma vida longa produtiva para o poço mesmo com pressões de reservatórios mais baixas. Figura 5.36: Sensibilidade do Poço 3 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 2000 4000 6000 8000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Razão de Gás IPR Caso Base VLP Caso Base VLP RGO = 800 scf/bbl VLP RGO = 1200 scf/bbl 127 5.6.4 Poço 4 – Caso Base e BS&W, Diâmetro, RGO e Pressão de Reservatório 5.6.4.1 Caso Base versus Cortes de Água A Figura 5.37 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 4 para cortes de água distintos, Caso Base com Corte de 0% (referência), Corte de 25% e de 50%. É possível observar uma queda na vazão líquida produzida de aproximadamente 9% e 22% respectivamente, ou 592 STB/dia ou 94 m³/dia e 1.481 STB/dia ou 236 m³/dia. Nota-se também um aumento na perda de carga na ordem de 403 psi ou 2.779 kPa devido à densidade da mistura ser maior conforme a quantidade de água aumenta. Figura 5.37: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Corte de Água de 25% e 50%. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Corte de Água IPR Caso Base VLP Caso Base VLP Corte de 25% VLP Corte de 50% 128 5.6.4.2 Caso Base versus Diâmetros de Tubulação A Figura 5.38 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 4 para diferentes diâmetros de tubulação, Caso Base com 4.89 in (referência), 3,50 in e 5,00 in. É possível notar que até a vazão de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia seria praticamente indiferente a mudança do diâmetro da tubulação, entretanto para vazões acima desta a perda por atrito é acentuada conforme a vazão aumenta. Neste sentido para a vazão ótima (6.729 STB/dia ou 1.073 m³/dia) acontece com o diâmetro de 4,89 in ou 5,00 in. Com uma redução para 3,50 in (de aproximadamente 28%) a partir do Caso Base ocorre uma redução de 8,74% (588 STB/dia ou 94 m³/dia) na vazão líquida devido ao maior atrito. Figura 5.38: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com Tubulação de 3 1/2” e 5”. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Diâmetro da Tubulação IPR Caso Base VLP Caso Base Tubulação de 3 1/2" Tubulação de 5" 129 5.6.4.3 Caso Base versus Pressões de Reservatório A Figura 5.39 apresenta o comportamento da curva IPR do Reservatório 2 em relação a curva VLP do Poço 4 para diferentes pressões de reservatório, Caso Base com 3.337 psi (referência), Pressão de Bolha de 2.316 psi e 2.200 psi. Nota-se que com a queda da pressão do reservatório a vazão líquida cai significativamente. Para os casos simulados abaixo de 2.500 psi ou 17.237 kPa não existe solução e indica que o poço não seria capaz de fluir naturalmente necessitando assim de um método de elevação artificial. Figura 5.39: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, IPR para Reservatório com Pressão de Bolha e com 2200 psi. 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Pressão de Reservatório IPR Caso Base VLP Caso Base IPR para Pr = Pb IPR para Pr = 2200 psia 130 5.6.4.4 Caso Base versus Razões de Gás A Figura 5.40 apresenta o comportamento da curva VLP do Poço 4 para diferentes razões gás-óleo, Caso Base com 360 scf/STB (referência), 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. Nota-se uma melhora no desempenho na vazão do poço entre 360 scf/STB e 800 scf/STB, porém pouca mudança é perceptível entre 800 scf/STB e 1.200 scf/STB. O que demonstra que uma razão gás-líquido na ordem de 800 scf/STB seria o ideal para a operação deste poço, com um ganho de aproximadamente 3% (233 STB/dia ou 37 m³/dia). Com mais gás a densidade da mistura de fluidos na coluna de produção é reduzida na ordem de 750 psi ou 5.171 kPa. Um comportamento similar teria o método de elevação artificial por gas-lift. Esta redução na coluna hidrostática garantiria uma vida longa produtiva para o poço mesmo com pressões de reservatórios mais baixas. Figura 5.40: Sensibilidade do Poço 4 com IPR e VLP do Caso Base, VLP com RGO de 800 scf/STB e 1200 scf/STB (aproximação de elevação artificial por gás). 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 P re ss ão ( p si a) Vazão Líquida (STB/dia) Sensibilidade para Razão de Gás IPR Caso Base VLP Caso Base VLP RGO = 800 scf/bbl VLP RGO = 1200 scf/bbl 131 - Conclusões CAPÍTULO 6 6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Análise Nodal é uma técnica necessária e simples de ser realizada em sistemas de produção e tem uma grande importância por estar diretamente ligada a extração de hidrocarbonetos dos reservatórios já desenvolvidos ou em fase de estudo de viabilidade. Ferramentas de software comerciais já difundidas e comprovadas como eficientes pela indústria podem ser usadas para simular tanto sistemas simples compostos de dezenas de poços até centenas ou milhares destes de forma rápida e com um aceitável nível de assertividade. Sua aplicação permite otimizar a produção do ativo em estudo, identificando “gargalos” e prevendo potenciais cenários que podem ser trabalhados com antecedência. Para a implantação desta técnica, o engenheiro de petróleo, produção ou reservatórios, de posse dos dados suficientes para a modelagem pode com um grau de certeza que vai depender da quantidade e qualidade das informações e premissas disponíveis para a modelagem, pode desenvolver cenários diversos, visualizar os comportamentos esperados no escoamento e prever a produção oriunda de cada poço e seu reservatório. Os estudos apresentados nesta dissertação mostraram diversos resultados interessantes, comprovando a importância em se aprimorar o processo de modelagem e análise nodal onde é possível realizar o acoplamento reservatório (IPR) e poço (VLP), desta forma considerando as características de cada parte do sistema de produção e isolando as particularidades e desenvolvendo metodologias de mitigação especificas. Observou-se que a parcela de perda de pressão hidrostática tem uma influência importante dentro do cálculo da curva VLP do poço, representando cerca de 92% de todas as perdas de carga durante o escoamento. Todo o poço produtor tem como premissa vencer a pressão exercida pela coluna de fluidos dentro da tubulação a partir 132 do reservatório até a superfície. Os demais 8% da perda de carga total são distribuídos entre perdas por atrito (7%), perdas pela aceleração (insignificante) e da pressão no manifold11 na superfície (1%). O diâmetroda tubulação tem uma influência significativa conforme a vazão aumenta induzindo um aumento na perda de pressão por atrito, porém para cada tipo de óleo, vazão esperada, e frações de água, óleo e gás, existe um diâmetro ideal. Nos casos simulados para vazões até 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia não haveria ganho significativo entre um diâmetro e outro, todavia para vazões abaixo de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia e pressões de reservatório abaixo de 2.500 psi ou 17.237 kPa o poço com diâmetro de 3,50 in ainda conseguiria fluir naturalmente, algo que seria impossível com os demais. Entretanto para vazões acima de 2.000 STB/dia ou 319 m³/dia haveria uma perda de até 10% na vazão líquida que no tempo acumularia uma perda significativa e reduziria o fator de recuperação dos reservatórios. Já a variação da razão de gás-óleo e corte de água mostraram ganhos e perdas significativas devido as suas influencias na densidade do fluido escoado. A razão de gás-óleo apresentou-se ideal em 800 scf/STB ou 142 Nm³/Nm³ para todos os tipos de poços estudados, esta relação poderia ser utilizada para modelar um método de elevação artificial por gas-lift. Em contrapartida o aumento no corte de água induziria um aumento da densidade da mistura dentro do sistema de produção e teria um efeito inverso ao demonstrado pelo aumento do RGO. Este estudo abordou sucintamente que a Análise Nodal de sistemas de produção pode agregar um valor importante para o entendimento das condições possíveis para diversos tipos de cenários e desta forma favorecer a tomada de decisões, definição de tipo de completação mais recomendado e otimização de poços existentes. 11 Manifold tem a função de receber a produção do Óleo ou Gás das Arvores de Natal molhadas instaladas em um determinado campo que esteja sendo explorado e geralmente fica localizado na superfície. 133 6.2 PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS Realizar comparações com outros simuladores de uso comercial e com dados de campo ou experimentais. Realizar comparações com outras correlações de cálculo de perda de carga durante escoamento multifásico. Realizar sensibilidades com diferentes tipos de óleos. Identificar a correlação que melhor se aplicaria aos hidrocarbonetos encontrados no Brasil. Incluir estudos com métodos de elevação artificial e comparativos entre eles. Utilizar um simulador número de reservatório e estudar cenários de longo prazo com mudanças nas condições de escoamento, permeabilidade, saturações e outras grandezas do reservatório e suas implicações diretas na IPR. 134 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO 7 AHMED, T., McKINNEY, P.D. Advanced Reservoir Engineering. Elsevier Inc., 2005. AMIX, J. W., Bass, D.M., Jr. & Whiting, R.L. Petroleum Reservoir Engineering. McGraw Hill, 1960. BEAL, C. The Viscosity of Air, Water, Natural Gas, Crude Oil and its Associated Gases at Oil Field Temperatures and Pressures. Trans., AIME (1946) 165, 94-98. BEGGS, H. DALE. Production Optimization Using NODALTM Analysis. OGCI and Petroskills Publications, Tulsa, Oklahoma, 2008. BEGGS, H.D., BRILL, J.P. A study of two phase flow in inclined pipes. Journal of Petroleum technology, 13 (October 1973). p.607. BORGNAKKE, CLAUS., SONNTAG, RICHARD., WYLEN, GORDON VAN. Fundamentos da Termodinamica Classica, 1995. BRILL, J.P. AND BEGGS, H.D. Two phase flow in pipes. Tulsa, Oklahoma: University of Tulsa, 1978. DAKE, L.P. Fundamentals of Reservoir Engineering. Elsevier, 1st ed, The Hague, The Netherlands, 1978. DREW, T. B., KOO. E.C. & MCADAMS, W. H. Trans. Am. Inst. Chem. Engrs., 28, 1930. ERTEKIN, TURGAY., ABOU-KASSEM, J.H. & KING, G.R., Basic Applied Reservoir Simulation. SPE Textbook Series Vol. 7. 2001. FETKOVICH, M. J. The Isochronal Testing of Oil Wells. Society of Petroleum Engineers, 1973. INCROPERA, FRANK P.; DEWITT, DAVID P. Fundamentals of Heat and Mass Transfer (6th ed.). Hoboken: Wiley. pp. 490, 515. 2007. JOSHI, S.D. Horizontal Well Technology. PennWell Books, Tulsa, Oklahoma, 1991. KLINS, M. A., Inflow Performance Relationships for Damaged or Improved Wells Producing Under Solution-Gas Drive. Society of Petroleum Engineer, 1989. NASCIMENTO, J. C. Dissertação de Mestrado – Simulador de Escoamento Multifásico em Poços de Petróleo (SEMPP). UFRN, 2013. NIND, T. E. W. Principles of Oil Well Production. McGraw-Hill, 1964. 135 PATTON, D. and GOLAND, M. Generalized IPR curves for predicting well behavior. Petroleum Engineering International, 52(7), 74–82., 1980. PRADO, M. Two Phase Flow and Nodal Analysis. MSc Lecture Material. African University of Science and Technology, 2008. ROSA, A.J., CARVALHO, R.S., XAVIER, J.A.D. Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Editora Interciência Ltda., Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2006. STANDING, M. B. Inflow Performance Relationships for Damaged Wells Producing by Solution-Gas Drive. Journal of Petroleum Technology, 1971. SWAMEE, P.K.; JAIN, A.K. Explicit equations for pipe-flow problems. Journal of the Hydraulics Division (ASCE) 102 (5): 657–664, 1976. VOGEL, J.V. Inflow Performance Relationships for Solution Gas Drive Wells. Journal of Petroleum Technology. 1968. WHITE, FRANK M., Fluid Mechanics. McGraw-Hill., 2006. WIGGINS, M. L., Analytical Inflow Performance Relationships for Three-Phase Flow in Bounded Reservoirs. Society of Petroleum Engineers, 1992. 136 APÊNDICE A – TABELA DE CONVERSÃO DE UNIDADES Grandeza Unidade de Entrada Multiplicador Unidade de Saída Aceleração ft/s² 0.30480 m/s² Compressibilidade 1/psi 0.14504 1/Kpa Condutividade BTU/hr/ft/F 1.73073 W/m/K Diâmetro inches 0.02540 m Entalpia BTU/lb 2.32600 J/g.m Entropia BTU/lb.R 4.18680 J/g.K Volume de Gás scf 0.02832 Nm3 Massa lbm 0.45359 Kg Volume de Óleo STB 0.15899 Nm3 Força lbf 4.44822 N Comprimento feet 0.30480 m Fator de Formação do Gás ft3/scf 1.00507 m3/Nm3 Vazão de Gás MMscf/dia 28.17400 1000m3/d Razão Gás-Óleo scf/STB 0.17720 m3/m3 Vazão de Líquido STB/dia 0.15899 Sm3/day Fator de Formação do Óleo RB/STB 1.00000 m3/m3 Gravidade do Óleo API 141500.00000 Kg/m3 Pressão psi 6.89476 kPa Índice de Produtividade (Gás) MMscf/dia/psi 4084.63000 m3/(d.kPa) Índice de Produtividade (Óleo) STB/dia/psi 0.02310 m3/(d.kPa) Velocidade ft/s 0.30480 m/sec Viscosidade centipoise 0.00100 Pa.s