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ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA PROFESSORA Dra. Carmem Patrícia Barbosa Quando identi� car o ícone QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Acesse o seu livro também disponível na versão digital. Google Play App Store 2 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação Cep 87050-900 - Maringá - Paraná - Brasil www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BARBOSA, Carmem Patrícia. Anatomia Humana Aplicada à Educação Física. Carmem Patrícia Barbosa. Maringá - PR.:Unicesumar, 2019. 204 p. “Graduação em Educação Física - EaD”. 1. Anatomia . 2. Educação Física . 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1754-0 CDD - 22ª Ed. 613.7 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha Catalográica Elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Minco�, James Prestes, Tiago Stachon, Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de Design Educacional Débora Leite, Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho, Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima, Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia, Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey, Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira, Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas, Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo. Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecília Rafael Lopes, Projeto Gráico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Rossana Costa Giani, Revisão Textual Silvia Caroline Gonçalves, Ariane Andrade Fabreti, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e proissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando proissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualiicado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modiicou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), signiica possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desaiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desaios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou proissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desaios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e proissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. boas-vindas Débora do Nascimento Leite Diretoria de Design Educacional Janes Fidélis Tomelin Pró-Reitor de Ensino de EAD Kátia Solange Coelho Diretoria de Graduação e Pós-graduação Leonardo Spaine Diretoria de Permanência autora Dra. Carmem Patrícia Barbosa Possui graduação em Fisioterapia pela UniversidadeEstadual de Londrina (1997). Especialização em Morfoi siologia Aplicada à Educação Corporal e à Reabilitação pela Universidade Estadual de Maringá (2000). Mestrado (2003) e doutorado (2013) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá - Área de Concentração em Biologia Celular. Foi professora das disciplinas de Anatomia Humana, Fisiologia Humana, Cinesiologia e Biomecânica e Bases Neurofuncionais do Movimento no Unicesumar (Centro de Ensino Superior de Maringá) de 2002 a 2013. Professora Adjunto A de Anatomia Humana na Universidade Estadual de Maringá desde 2012. Tem experiência com os cursos de Medicina, Educação Física, Odontologia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Nutrição, Biomedicina e Estética. Foi membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Unicesumar e faz parte do corpo editorial da Revista Saúde e Pesquisa, Revista de Iniciação Cientíi ca do Unicesumar e da Revista Arquivos do MUDI-UEM. Link: <http://lattes.cnpq.br/9374304100882579>. apresentação do material Anatomia Humana Aplicada à Educação Física Dra. Carmem Patrícia Barbosa A Anatomia Humana (que do grego signiica “cortar em partes”) estuda a constituição e o desenvolvimento do ser humano. O seu desenvolvimento esteve dire- tamente relacionado ao ato de dissecar, por meio do qual o corpo é metodicamente exposto por incisões cirúrgicas, mantendo a sua organização natural e pos- sibilitando a associação entre forma e função. O surgi- mento do microscópio favoreceu estudos especíicos e desenvolveu a embriologia, a citologia e a histologia (ramos da Anatomia). Embora o estudo anatômico fosse, inicialmente, feito por comparação com animais (Anatomia Compa- rativa), na atualidade, ele é realizado em cadáveres humanos considerados “normais”, uma vez que as doenças são estudadas pela patologia e outras ciências. O conceito de normalidade em Anatomia deve con- siderar variações anatômicas individuais e diferenças morfológicas em decorrência da passagem do estado vivo ao cadavérico. Assim, é necessário considerar os conceitos idealístico e estatístico. Enquanto o primeiro considera normal aquilo que é melhor para o desem- penho da função da estrutura anatômica, o segundo airma ser normal aquilo que ocorre com a maioria das pessoas (WATANABE, 2000). Por exemplo, conside- ra-se normal ter cinco dedos em cada mão para que a função de pinça ina seja possível (conceito idealístico) e porque quase todos têm esta quantidade de dedos na mão (conceito estatístico). Ao se comparar diferentes pessoas, no entanto, po- de-se observar que existem várias diferenças entre elas. Quando estas não prejudicam a função da es- trutura, diz-se que são apenas “variações anatômi- cas”. No entanto quando atrapalham a função, são ditas “anomalias” e, inclusive, podem ser chamadas de “monstruosidades” se impedirem que o indivíduo permaneça vivo (WATANABE, 2000). Os diferentes tons de pele são variações anatômicas, um olho míope é uma anomalia e gêmeos siameses (xifópagos) repre- sentam uma monstruosidade. Fatores como idade, sexo, grupo étnico e biótipo podem gerar variações corpóreas. É normal, por exemplo, que um japonês tenha cabelos lisos e pele clara, mas não são normais tais características em uma pessoa negra; é normal que um bebê não tenha dentes, mas não é normal que isto ocorra em um adulto. Uma das maiores diiculdades encontradas no estudo da Anatomia Humana é a nomenclatura anatômica. Isto porque cientistas e proissionais da área da saúde usam uma linguagem própria ao se referirem às estru- turas do corpo humano e à forma como a dissecção é feita. Essa nomenclatura engloba termos normal- mente originados do grego, do latim e de outras lín- guas e, em conjunto, recebe o nome de Terminologia Anatômica. O seu objetivo é padronizar os nomes dados às estruturas do corpo nos diversos centros de estudos e pesquisas no mundo (DI DIO, 2002). Ela consta de mais de 6 mil termos esporadicamente revistos e atualizados, os quais podem ser abreviados para facilitar o seu uso prático e que são traduzidos pelas sociedades de Anatomia de cada país. No Brasil, a terminologia é traduzida pela Comissão de Terminologia Anatômica da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA) (CFTA, 2001). Os termos relacionam-se à forma da estrutura (músculo deltoide, por exemplo), à sua situação (artéria vertebral), à sua função (glândula lacrimal) e outras peculiaridades (FREITAS, 2004; TORTORA et al., 2010). A im de evitar erros em relação à nomenclatura e ao posicionamento do corpo, a posição anatômica de descrição, ou posição de referência, foi instituída. Nela, supõe-se que o cadáver está em posição ortostática (em pé), com a cabeça em nível horizontal, olhos para frente, pés apoiados no chão e voltados à frente, membros superiores ao lado do corpo com as palmas voltadas para frente (MO- ORE et al., 2014). As várias regiões do corpo são denominadas como cabeça, pescoço, tronco, mem- bros superiores e inferiores. A cabeça apresenta o crânio facial (viscerocrânio) e o crânio neural (neurocrânio). Enquanto o facial é anterior, menor, constituído por 14 ossos e cujas funções incluem abrigar e proteger os órgãos dos sentidos e possibilitar a fonação e a mastigação, o crânio neural é posterior, maior, constituído por oito ossos, os quais se relacionam à proteção do sistema nervoso (TORTORA et al., 2010). A parte posterior do pescoço é chamada de nuca, e o tronco é subdi- vidido em tórax (superiormente ao músculo diafragma), abdome (entre o músculo diafragma e a abertura superior da pelve) e pelve (entre os ossos do quadril). Os membros superiores e inferiores subdividem-se em cíngulo (região conectada ao tronco) e parte livre. O cíngulo do membro superior é a cintura escapular e a sua parte livre inclui braço, antebraço e mão (sendo palma a sua parte anterior, e dorso, a posterior). O cíngulo do membro inferior é a cintura pélvica e a sua parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo o dorso a sua parte superior, e planta, a inferior) (FREITAS, 2004). A partir da posição anatômica de descrição, supõe-se a existência de planos imagi- nários que tocam externamente o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Os planos superior (cranial), inferior (podálico), laterais (direito e esquerdo), anterior (ventral) e posterior (dorsal) auxiliam a denominar estruturas. Por exemplo, as clavículas são estruturas superiores ao joelho, pois se localizam mais próximas ao plano superior; o osso occipital é posterior em relação ao osso frontal, uma vez que está mais próximo ao plano posterior. Complementarmente, planos de secção (sagital, transversal e coronal) foram adotados (FREITAS, 2004). Enquanto o pla- no sagital divide estruturas em porções direita e esquerda (antímeros), o coronal divide em porção anterior e posterior (paquímeros), e o transversal divide em porção superior e inferior (metâmeros). Termos anatômicos como lexão, extensão, abdução, adução, rotação medial e lateral, supinação e pronação descrevem movimentos (MOORE et al., 2014; TORTORA et al., 2010). Tais movimentos ocorrem em um plano (sagital, coronal ou transversal) e por meio de linhas imaginárias denominadas eixos, as quais são perpendiculares aos planos. A lexão e a extensão, por exemplo, ocorrem no plano sagital e no eixo coronal; a abdução e a adução ocorrem no plano coronal e no eixo sagital; as rotações medial e lateral ocorrem no plano transversal e no eixo longitudinal (GRABINER et al., 1991). Embora a Anatomia possa ser estudada do ponto de vista radiológico, antropo- lógico, de imagem, artístico, regional, clínico e outros, neste livro, estudaremos a Anatomia sistêmica (de cada sistema do corpo) e a Anatomia voltada ao movimento. Em cada unidade, será apresentada uma introdução (apresentando inicialmente o tema), um desenvolvimento (em que o conteúdo programático será abordado), considerações inais (que resumirãoos estudos teóricos e práticos do tema) e ati- vidades de estudo (para reforço e memorização do conteúdo apresentado). Desejo que você se apaixone pela Anatomia Humana e que tenha a consciência de que é impossível ser um bom proissional de Educação Física sem conhecê-la profundamente. Esta ciência está diretamente relacionada à constituição e ao fun- cionamento do corpo humano. De igual modo, desejo que você descubra que é possível gerar modiicações benéicas no corpo e minimizar as maléicas a partir dele. Bom estudo! UNIDADE I APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO 16 Sistema Circulatório 28 Sistema Circulatório Linfático 36 Sistema Respiratório 45 Considerações i nais 51 Referências 52 Gabarito UNIDADE II SISTEMAS DIGESTÓRIO E ENDÓCRINO 58 Sistema Digestório 70 Sistema Endócrino 78 Considerações i nais 83 Referências 84 Gabarito UNIDADE III APARELHO UROGENITAL 90 Sistema Urinário 96 Sistema Genital Masculino 104 Sistema Genital Feminino 111 Considerações i nais 116 Referências 116 Gabarito UNIDADE IV APARELHO LOCOMOTOR 122 Sistema Esquelético 134 Sistema Articular 140 Sistema Muscular 157 Considerações i nais 162 Referências 163 Gabarito UNIDADE V NEUROANATOMIA APLICADA AO MOVIMENTO 168 Tecido Nervoso 172 Sistema Nervoso Central 182 Sistema Nervoso Periférico 190 Sistema Nervoso Autônomo 195 Considerações i nais 200 Referências 201 Gabarito 202 Conclusão geral sumário Professora Dra. Carmem Patrícia Barbosa Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Sistema circulatório • Sistema linfático • Sistema respiratório Objetivos de Aprendizagem • Estudar os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes do sistema circulatório: sangue, coração e vasos sanguíneos. • Entender os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes do sistema linfático: linfa, capilares, vasos, ductos e troncos linfáticos, linfonodos, baço, timo, tonsilas. • Descrever os principais aspectos morfológicos e funcionais dos componentes do sistema respiratório: nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios/árvore brônquica, pulmões/ alvéolos pulmonares, pleuras, divisões do sistema respiratório, cavidade torácica e mediastino. APARELHO CARDIORRESPIRATÓRIO unidade I INTRODUÇÃO A vida, de fato, é um milagre, e a sua continuidade depende da manutenção das células em perfeito equilíbrio. Assim, para que a homeostasia corpó- rea seja possível, todos os sistemas do corpo agem em conjunto, desem- penhando funções especíicas e coordenadas. Neste contexto, o aparelho cardiorrespiratório e o sistema nervoso se destacam, pois permitem que nutrientes e oxigênio sejam encaminhados às células ao mesmo tempo em que delas são retirados materiais residuais produzidos pelo metabolismo normal (como metabólitos e gás carbônico), mantendo o meio intracelular constante. Para tanto, o sistema nervoso controla as condições intracelulares e possibilita adaptações no aparelho cardiorrespiratório. Coração, vasos sanguíneos e pulmões agem em conjunto, enviando sangue oxigenado ao corpo e reoxigenando o sangue vindo do corpo por meio da hematose que ocorre no pulmão. O objetivo desta unidade é estudar detalhadamente as estruturas anatômicas que compõem o aparelho cardiorrespiratório, pormenorizando as suas funções. Este conhecimento preparará você para compreender as alterações desencadea- das pela prática de exercícios físicos, ou seja, entender conceitos especíicos que você verá posteriormente na Fisiologia do Exercício. De maneira geral, o aparelho cardiorrespiratório é composto pelos sistemas circulatório e respiratório. No entanto o sistema circulatório é subdividido em sistema circulatório sanguífero (destinado à circulação do sangue e composto pelo sangue, pelo coração e pelos vasos sanguíneos) e sistema vascular lin- fático (destinado à circulação da linfa e composto pela linfa, pelos órgãos linfoides e vasos linfáticos). Nosso objetivo é que você se conscientize de que o(a) professor(a) de Educação Física precisa ter amplo conhecimento sobre esses sistemas, uma vez que a contração muscular efetiva e, consequentemente, a rea- lização de movimentos harmônicos e precisos necessários à prática do exercício físico dependem integralmente da atuação de tais sistemas. Portanto, aproveite bem os conhecimentos aqui oferecidos, dedique-se e tenha um ótimo estudo. 16 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Caro(a) aluno(a), o sistema circulatório possibilita a circulação dos líquidos, também chamados humo- res corpóreos. Assim, quando o líquido é represen- tado pelo sangue, denomina-se sistema circulatório sanguíneo; quando o líquido é representado pela linfa, denomina-se sistema circulatório linfático. FUNÇÕES O sistema circulatório sanguíneo está relacionado a diversas funções, como nutrição, oxigenação e dre- nagem de substâncias tóxicas produzidas pelas célu- las. Além disso, o sangue contribui para o controle da temperatura corpórea, relaciona-se à defesa imunoló- gica (por meio das células brancas), à coagulação san- guínea (pelas plaquetas), à distribuição de hormônios pelo corpo e à administração de medicações endove- nosas (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). COMPONENTES Sangue O sangue apresenta uma coloração avermelhada devido, principalmente, à hemoglobina presente em uma de suas células, as hemácias. Assim, ele é Sistema Circulatório EDUCAÇÃO FÍSICA 17 constituído por uma parte líquida chamada plasma sanguíneo e uma parte celular formada pelas hemá- cias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos). Enquanto as hemácias realizam o transporte de gases pela corrente sanguínea, os leucócitos possibi- litam a defesa imunológica, pois realizam fagocito- se ou produzem substâncias capazes de inviabilizar células invasoras ( por exemplo, vírus, bactérias ou mesmo células anômalas). Por sua vez, as plaquetas atuam na coagulação do sangue (FREITAS, 2004). Coração Embora saibamos que a função de controle geral do corpo é de responsabilidade do cérebro, mui- tas pessoas ainda cometem o equívoco de atribuir ao coração funções relacionadas às emoções (como amor, ódio e perdão). Na verdade, este órgão estu- dado pela cardiologia desempenha apenas a função de atuar como uma “bolsa” ou um “saco” capaz de se dilatar para se encher de sangue e de se contrair para mandar o sangue contido em seu interior a regiões especíi cas. É um órgão ímpar, localizado no centro da cavi- dade torácica, entre os dois pulmões (em uma região chamada mediastino). Ele i ca posterior ao osso es- terno e às cartilagens costais, anterior às vértebras torácicas e superior ao músculo diafragma. A sua constituição é predominantemente mus- cular e ele é oco. Apresenta 12 cm de comprimento, 9 de largura e 6 de espessura, e pesa 250 gramas nas mulheres e 300 gramas nos homens. Tem forma de uma pirâmide, com o ápice apontando para baixo e para a esquerda, e a base apontando para cima e para a direita. Os principais vasos sanguíneos que chegam e saem do coração o fazem pela base do ór- gão (DI DIO, 2002). O coração apresenta três camadas: endocárdio (in- ternamente), pericárdio (externamente) e mio- cárdio (entre as anteriores). O endocárdio forra as cavidades e as válvulas do coração. O pericárdio, constituído por tecido conjuntivo i broso e subdivi- dido em pericárdio i broso e seroso, tem por função i xar e proteger o coração. O miocárdio é o tecido muscular estriado cardíaco e a sua espessura varia de acordo com a câmara cardíaca avaliada. Assim, é mais i no nos átrios e mais espesso nos ventrículos. Dele emergem os septos cardíacos, os músculos pec- tíneos e os músculos papilares pelos quais as cordas tendíneas se prendem (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Figura 1 - Posição e forma do coração 18 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃOFÍSICA Os septos cardíacos dividem o coração em qua- tro câmaras cardíacas. Os átrios são superiores e menores; os ventrículos são inferiores e maiores. Na face anterior dos átrios estão localizadas as aurícu- las, cuja função é aumentar ligeiramente a capacida- de de armazenamento de sangue do órgão. O septo atrioventricular é horizontal e divide o coração em parte superior e inferior. Os septos in- teratrial e interventricular são verticais e dividem, respectivamente, os átrios e os ventrículos direitos e esquerdos. A face externa do coração apresenta uma quantidade variável de gordura e de sulcos que mar- cam o limite externo entre estas câmaras cardíacas. É importante destacar que o treinamento físi- co pode modii car a espessura do miocárdio, assim como as doenças podem alterar a sua estrutura exi- gindo, inclusive, transplante cardíaco (DÂNGELO; FATTINI, 2011). O sangue circula entre as câmaras cardíacas, passan- do por orifícios chamados óstios, os quais apresen- tam dispositivos orientadores da corrente sanguínea, chamados valvas cardíacas. As principais são as val- vas atrioventricular direita, atrioventricular esquer- da, valva do tronco pulmonar e valva da aorta. Tais estruturas, por sua vez, são constituídas por lâminas de tecido conjuntivo chamadas válvulas, folhetos ou cúspides. Elas impedem o rel uxo de sangue e se não estiverem em perfeito funcionamento, podem de- sencadear sopro cardíaco (WATANABE, 2000). Figura 2 – Coração em corte coronal Figura 3 – Valvas cardíacas, músculos papilares e cordas tendíneas Valva átrioventricular esquerda Valva átrioventricular direita Cordas tendíneas Septo interventricular Músculos papilares EDUCAÇÃO FÍSICA 19 A circulação do sangue (ou seja, sua passagem pelo coração e vasos sanguíneos) se faz por meio de duas correntes que partem ao mesmo tempo do coração. A primeira é chamada de pequena circu- lação, ou circulação pulmonar, e tem por objeti- vo oxigenar o sangue. Para tanto, o sangue sai do ventrículo direito pelo tronco pulmonar e se diri- ge aos pulmões, onde ocorre a hematose. O san- gue oxigenado volta ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares e é lançado no ventrículo esquerdo. A segunda é chamada de grande circulação, ou cir- culação sistêmica, e tem por objetivo distribuir o sangue oxigenado e rico em nutrientes ao corpo e dele remover o CO 2 e os produtos residuais. Para tanto, o sangue sai do ventrículo esquerdo pela ar- téria aorta, se dirige aos tecidos do corpo e retorna ao coração pelas veias cavas que desembocam no átrio direito do coração, de onde o sangue é dirigido ao ventrículo direito (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Bulhas cardíacas e sopro O barulho característico do coração (“tum-tá, tum-tá, tum-tá”...) ocorre devido aos fecha- mentos consecutivos das valvas do coração. Durante a sístole, os ventrículos se contraem comprimindo o sangue que, devido à pressão no ventrículo, tende a reluir do ventrículo para o átrio. Assim, o sangue turbilhona-se contra as valvas atrioventriculares, as quais se fecham fortemente para impedir tal reluxo. O fechamento dessas valvas gera uma vibração, que é convertida em som pela caixa torácica. Este som é chamado de primeira bulha car- díaca (é o “tum”). No entanto os ventrículos continuam a se contrair até que a pressão em seu interior seja maior do que a pressão dentro do tronco pulmonar e da artéria aorta. Isto faz com que as valvas semilunares pul- monares e aórticas se abram. À medida que o sangue vai saindo dos ventrículos para as artérias, elas se distendem para acomodar o sangue, e isto aumenta a pressão dentro delas ao mesmo tempo em que diminui a pressão no ventrículo. Então, para impedir que o sangue relua das artérias para o ven- trículo, ocorre o forte fechamento das valvas semilunares. Este fechamento gera a segunda bulha cardíaca (é o som do “tá”). Fonte: Pazin-Filho, Schmidt e Maciel (2004). SAIBA MAIS Figura 4 – Tipos de circulação Em azul, notar a circulação de sangue venoso na pequena circulação ou circulação pulmonar Em rosa, notar a circulação de sangue arterial na grande circulação ou circulação sistêmica 20 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA A inervação do coração é diferente daquela em ou- tros órgãos do corpo, uma vez que ela se dá por duas maneiras: pela inervação extrínseca e pela inervação intrínseca. A inervação extrínseca é realizada pelo sistema nervoso autônomo (SNA) por meio de seus componentes simpáticos (que lhe causam taquicar- dia) e parassimpáticos (que lhe causam bradicardia). Essa inervação é necessária às demandas do dia a dia, pois, por ela, o SNA possibilita ao coração adap- tações e reações conforme ocorrem modiicações do ambiente (WATANABE, 2000). A inervação intrínseca (sistema de condução do coração ou complexo estimulante do coração) não é feita por elementos nervosos, e sim, por ibras mus- culares cardíacas especiais que formam o tecido no- dal capaz de gerar impulsos eletroquímicos que, por sua vez, se propagam pelo coração, causando a con- tração deste. Esta inervação é considerada o marca- -passo do coração. É interessante salientar que a atividade elétrica do coração gera uma corrente elétrica que pode ser de- tectada na superfície do corpo e registrada pelo ele- trocardiograma (ECG). Alterações neste exame po- dem diagnosticar doenças cardíacas. Estas doenças também podem ser previamente identiicadas por meio da aplicação de um teste de esforço, avaliando, assim, a resposta do coração ao exercício físico. Vasos sanguíneos As artérias, as veias e os capilares possibilitam o transporte de sangue pelo corpo e, por isto, cons- tituem os vasos sanguíneos. Artérias e veias têm suas paredes formadas por três camadas sobrepos- tas. A mais externa, chamada de túnica adventícia, dá resistência ao vaso; a média apresenta músculo liso, possibilitando vasoconstrição e vasodilatação; a túnica íntima (ou endotélio) é formada por uma camada de células que possibilitam o deslizamento do sangue (FREITAS, 2004). Os vasos sanguíneos apresentam particularidades estruturais diretamente relacionadas às funções que desempenham na mecânica circulatória. Grande par- te destas diferenças se devem ao fato de que o sangue que circula pelas artérias transita com maior pressão do que o sangue que circula no sistema venoso. As veias, por exemplo, têm paredes mais inas e maior luz (ou seja, o espaço para o sangue circular é maior) por que por elas deve retornar ao coração o mesmo volu- me de sangue que saiu pelas artérias. Na circulação venosa, todavia, a pressão é praticamente irrelevante, e o retorno venoso ocorre de modo passivo, ou seja, sem um órgão análogo ao coração para mandá-lo de volta para bombeá-lo contra a ação da gravidade. As artérias são tubos cilíndricos, elásticos, de direção centrífuga (pois levam sangue para fora do coração) e responsáveis por transportar sangue rico em O 2 e nutrientes para as células. Todavia as artérias pulmonares representam uma exceção, pois condu- zem sangue venoso aos pulmões (DI DIO, 2002). São menos numerosas do que as veias, têm pul- sação, normalmente são mais profundas para ica- rem protegidas e evitar que uma ruptura cause um luxo ininterrupto de sangue ou uma hemorragia. No entanto podem apresentar parte do seu trajeto supericialmente (como a artéria radial). Podem ser acompanhadas por veias satélites, se comunicar entre si por anastomoses e se ramiicar emitindo ramos terminais (quando a artéria deixa de existir) ou ramos colaterais (quando a artéria continua a existir, mas emite um ramo com direção oblíqua ou a 90º; quando o ramo forma um ângulo obtuso, é chamado de ramo recorrente). Assim, as artérias, geralmente, começam de grande calibre e diminuem de diâmetro à medida que se ramiicam. EDUCAÇÃO FÍSICA 21 Os capilares sanguíneos têm diâmetro microscó-pico e ligam as arteríolas às vênulas. As suas paredes são muito delgadas e, por isso, permitem a passagem de substâncias através de suas paredes, ou seja, per- mitem trocas entre sangue e tecido por meio do lí- quido intersticial (microcirculação), sendo, por isso, conhecidos como vasos de troca. Os capilares apresentam vasomotricidade, ou seja, fazem vasodilatação e vasoconstrição de ma- neira inl uenciada por substâncias químicas libe- radas pelas células endoteliais (óxido nítrico, por exemplo). São considerados os vasos mais numero- sos do corpo, mas dependendo da atividade meta- bólica do tecido, pode haver mais deles ou menos. Assim, nos músculos, no fígado, nos rins e no SNC, os quais têm alta atividade metabólica, há mais ca- pilares do que nos tendões e ligamentos. Ademais, eles podem apresentar poros (sendo chamados de fenestrados), podem ter interrupções em suas pare- des (sendo chamados de sinusoides) ou podem ter parede sem poros ou interrupções (sendo chamados de contínuos) (TORTORA; DERRICKSON; WER- NECK, 2010). As veias conduzem o sangue em direção centrí- peta, ou seja, por elas o sangue chega ao coração. Ex- ceto pelas veias pulmonares, que conduzem sangue arterial para o coração, as demais fazem a drenagem (ou retorno venoso) coletando sangue rico em CO 2 e metabólitos dos tecidos. Estes vasos não têm pulsação, normalmente são menos espessos do que as artérias e, por isso, não re- sistem a pressões muito altas e tendem a colaborar (as suas i nas paredes i cam aderidas). As veias podem ser superi ciais ou profundas, as quais se comunicam por meio das veias comunicantes ou perfurantes. O calibre das veias pode aumentar gradativamente, elas podem apresentar válvulas para impedir o rel u- xo do sangue e o leito venoso é praticamente o do- bro do leito arterial. Vale lembrar que veias, artérias e nervos se unem formando feixes vásculo-nervosos (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Figura 5 – Diferenças entre artérias e veias O sangue não se distribui igualmente a todos os órgãos do corpo, pois o l uxo sanguíneo depende da demanda funcional. Desta for- ma, em repouso, a maior parte do volume de sangue (64%) permanece nas veias e vênulas sistêmicas. As artérias sistêmicas têm 13%, os capilares sanguíneos têm 7%, os vasos pulmo- nares, 9% e o coração, 7%. Todavia este estado pode ser totalmente alterado em condições especíi cas, como exercício físico e estresse. Como visto, veias e vênulas sistêmicas atuam como reservatório de sangue a partir do qual este sangue pode ser rapidamente redirecio- nado em casos, por exemplo, de hemorragia ou de atividade muscular intensa. Para tanto, ocorre venoconstrição para ajudar a contraba- lancear a queda na pressão arterial. As prin- cipais veias e vênulas do corpo que realizam tal função são as do fígado, do baço e da pele. Fonte: Moore et al. (2014). SAIBA MAIS 22 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Principais vasos sanguíneos do corpo Coração De maneira geral, o coração é irrigado pelas artérias coronárias, ramos da parte ascendente da artéria aorta. Geralmente, a coronária esquerda é mais ca- librosa e tem maior área de distribuição de sangue. A drenagem do coração é feita por várias veias cardíacas que se abrem no seio coronário (a prin- cipal veia do coração), o qual desemboca no átrio direito (WATANABE, 2000). Cabeça e pescoço A vascularização da cabeça e do pescoço depende das artérias carótidas comuns e subclávias, as quais se originam do arco da aorta. O tronco braquio- cefálico (localizado à direita desse arco) emite a artéria carótida comum direita e a artéria subclá- via direita. As artérias carótida comum esquerda e subclávia esquerda surgem do próprio arco da aorta. As artérias carótidas comuns se bifurcam em artéria carótida interna (que entra no crânio irri- gando estruturas como a retina e o encéfalo) e arté- ria carótida externa (que irriga estruturas da face e do couro cabeludo). A região posterior do encéfalo é irrigada pelas artérias vertebrais (ramos das arté- rias subclávias). O retorno venoso da cabeça e do pescoço depen- de dos seios venosos da dura-máter e de veias su- peri ciais que desembocam na veia jugular interna. Esta veia se une à veia subclávia, formando a veia braquiocefálica. As veias braquiocefálicas direita e esquerda se anastomosam formando a veia cava su- perior que, por sua vez, desemboca no átrio direito do coração (DANGELO; FATTINI, 2011). Figura 6 – Vascularização venosa da cabeça e do pescoço. EDUCAÇÃO FÍSICA 23 Tórax A irrigação do tórax é feita pela parte torácica da ar- téria aorta por meio de ramos viscerais e parietais, como as artérias esofágicas, pericárdicas, medias- tinais, bronquiais, frênicas superiores, subcostais e intercostais posteriores. As artérias subclávia e axilar também participam da irrigação da parede torácica. A drenagem do tórax é feita por várias veias que drenam para a veia ázigo, a qual conduz sangue ve- noso até a veia cava superior (MOORE et al., 2014). Figura 7 – Vascularização arterial da cabeça e do pescoço Abdome A irrigação do abdome é feita pela parte abdominal da artéria aorta que emite ramos viscerais e parietais, como as artérias epigástrica superi cial, epigástrica in- ferior, musculofrênica, 10ª e 11ª artérias intercostais posteriores, subcostal, circunl exa ilíaca profunda, cir- cunl exa ilíaca superi cial, frênicas inferiores, tronco celíaco, mesentérica superior, mesentérica inferior, su- prarrenais médias, renais, gonadais e ilíacas comuns. Estas últimas se ramii cam em artérias ilíacas externas (que vão aos membros inferiores) e ilíacas internas (que irrigam bexiga urinária, útero e próstata). A drenagem venosa das vísceras abdominais é feita, principalmente, pela veia porta e pela veia cava inferior (DI DIO, 2002). 24 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Pelve A parede e vísceras da pelve são irrigadas pela arté- ria ilíaca interna. As principais artérias da pelve são umbilical, obturatória, sacral mediana, retal supe- rior, gonadal, do ducto deferente, ramos prostáticos, vesical superior e inferior e uterina. Os plexos venosos pélvicos são formados por veias que circundam as vísceras pélvicas (plexo re- tal, vesical, prostático, uterino, vaginal). As veias iliolombares, sacral mediana e sacrais laterais tam- bém são importantes nesta drenagem. Em última instância, as veias ilíacas interna e externa se unem na pelve para formar a veia ilíaca comum. As veias ilíacas comuns direita e esquerda se anastomosam formando a veia cava inferior, que recebe outras tributárias e desemboca no átrio direito do coração (FREITAS, 2004). Membro superior Os membros superiores são irrigados pelas arté- rias subclávias, as quais, na região axilar, passam a ser chamadas de artérias axilares, e no braço, são chamadas de artérias braquiais. As braquiais se ramiicam em artérias ulnar e radial (na altura da fossa cubital). Veias profundas e supericiais drenam o membro superior. Por exemplo, as veias cefálica, basílica, ra- dial e ulnar. Por im, e como já visto anteriormente, as veias subclávias se unem às jugulares formando as veias braquiocefálicas, as quais se unem formando a veia cava superior (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Membro inferior Os membros inferiores são irrigados pelas artérias ilíacas externas, as quais atravessam o ligamento inguinal e passam a ser chamadas de artérias femo- rais. Estas passam à região poplítea (posterior ao joelho) e recebem o nome de artérias poplíteas, as quais se bifurcam em artérias tibial anterior, tibial posterior e ibular. Veias profundas e supericiais drenam o membro inferior, como as veias tibial anterior, tibial poste- rior, ibular, safena magna e safena parva. Em última instância, drenam para a veia femoral, atravessam o ligamento inguinal e passam a ser chamadas de veias ilíacasexternas. Estas se unem às veias ilíacas inter- nas formando as veias ilíacas comuns, as quais se unem formando a veia cava inferior (DI DIO, 2002). EDUCAÇÃO FÍSICA 25 Figura 8 – Ilustração esquemática das principais veias 26 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Figura 9 – Vascularização arterial do corpo humano Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 164-165). EDUCAÇÃO FÍSICA 27 CURIOSIDADES O retorno venoso dos membros inferiores ocorre contra a ação da gravidade. É possibilitado por fato- res como o gradiente de pressão entre a cavidade to- rácica e a abdominal durante a respiração, a ação de “esponja venosa” das plantas dos pés, a ação massa- geadora dos músculos do membro inferior sobre os vasos e a pulsação das artérias adjacentes, transmi- tindo o pulso para a parede da veia acompanhante (veia satélite). Além disso, as veias dos membros in- feriores têm válvulas que ajudam no direcionamento do sangue. No entanto permanecer em pé por muito tempo pode fazer com que o sangue se acumule nas veias, causando dilatação, insuiciência valvular e varizes. Tal fato faz com que haja reluxo do sangue, estase sanguínea e edema. A ressuscitação cardiopulmonar (compressão cardíaca associada à ventilação artiicial dos pul- mões) é útil para manter o sangue oxigenado até que o coração volte a bater. Isto porque o coração ica posicionado entre a coluna vertebral e o osso ester- no, ou seja, duas estruturas rígidas que podem ser comprimidas, ajudando o coração a bombear san- gue para a circulação sistêmica (FREITAS, 2004). O envelhecimento altera progressivamente o sis- tema circulatório gerando, por exemplo, a diminui- ção no tamanho das ibras musculares cardíacas, a perda de força muscular do coração, a redução da frequência cardíaca máxima, o aumento da pressão sistólica e a diminuição da complacência arterial. O exercício físico tem sido apontado como capaz de minimizar tais ocorrências e, por isto, ele é mun- dialmente visto como uma das melhoras formas de prevenção às doenças cardiocirculatórias. 28 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Sistema Circulatório Linfático EDUCAÇÃO FÍSICA 29 Como visto anteriormente, o sistema linfático per- tence ao sistema circulatório. O que o diferencia do sistema circulatório sanguíneo é o fato de que a linfa é o líquido circulante no sistema linfático enquanto o sangue é o líquido circulante no sistema sanguí- neo. Como o sistema sanguíneo foi estudado na aula anterior, a presente aula enfatizará os componentes, as funções e os principais detalhes do sistema circu- latório linfático. DEFINIÇÃO O sistema linfático auxilia o sistema venoso a dre- nar a linfa dos tecidos para a circulação sanguínea. É constituído por uma vasta rede de vasos (capila- res, vasos e ductos linfáticos) que se distribuem por todo o corpo captando líquido tecidual que não re- tornou aos capilares sanguíneos. Assim, além da linfa, esse sistema apresenta tecidos e órgãos lin- foides, como baço, timo, linfonodos e tonsilas, os quais estão distribuídos por praticamente todo o corpo (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014; MO- ORE et al., 2014). FUNÇÕES A principal função do sistema linfático é drenar o excesso de líquido intersticial para os vasos linfá- ticos mantendo, assim, a homeostasia dos l uidos do corpo, e também participar ativamente da imu- nidade corpórea, uma vez que esse sistema está relacionado à produção e à maturação de células imunológicas. Figura 10 – Visão geral do sistema linfático 30 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Adicionalmente, o sistema linfático se relaciona à absorção e ao transporte das gorduras dos alimen- tos por meio dos capilares lácteos, os quais recebem todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvi- dos pelo intestino. Após essa absorção, o quilo (linfa drenada do intestino delgado com aparência leitosa) é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais para o ducto torácico e o sistema venoso. Em outros teci- dos, a linfa é um líquido amarelo-claro translúcido (DANGELO; FATTINI, 2011). COMPONENTES Linfa A linfa é um líquido incolor presente no espaço in- tersticial, resultante das trocas entre o sangue dos capilares e o tecido. Em termos de composição, ela se parece com o plasma sanguíneo, porém é mais rica em água, tem menos proteínas e não tem hemá- cias ou plaquetas. Como o sistema linfático não dispõe de um ór- gão central bombeador de linfa (como o coração), a sua circulação depende dos mesmos mecanismos que auxiliam o retorno venoso e, por isto, o seu luxo é lento nos períodos de inatividade física, mas au- menta com o exercício, o peristaltismo e os movi- mentos respiratórios (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Capilares, vasos e ductos linfáticos Quando a linfa intersticial é recolhida pelos ca- pilares linfáticos, ela passa a ser chamada de lin- fa circulante. Embora estes capilares sejam os de menor calibre do sistema linfático, eles são muito importantes, pois recolhem também diversas mo- léculas do líquido intersticial que não retornam aos capilares sanguíneos (como proteínas, por exem- plo). Para tanto, são mais calibrosos e têm maior permeabilidade do que os capilares sanguíneos (são fenestrados, pois apresentam espaço entre as suas células; não têm membrana basal e as bordas de suas células endoteliais icam em posição dife- renciada como uma porta vaivém unidirecional). Além disso, para garantir um luxo unidirecional da linfa em direção ao capilar sanguíneo, eles ter- minam em fundo cego e dispõem de válvulas que os estreitam, dando-lhes o aspecto de “rosário” ou “colar de conta”. Os capilares linfáticos são abundantes na pele e nas mucosas, mas não existem nos dentes, nos ossos, na medula óssea vermelha, no sistema nervoso cen- tral, nos tecidos avasculares (cartilagem, epiderme e córnea do bulbo) e no músculo estriado esquelético (mas existem no tecido conjuntivo que os envolve). Eles se unem para formar os vasos linfáticos. Os vasos linfáticos podem ser supericiais ou pro- fundos. Os supericiais anastomosam-se livremente e drenam para os profundos, que também recebem a drenagem dos órgãos internos. Eles tornam-se pro- gressivamente maiores e atravessam os linfonodos antes de desembocar nos troncos linfáticos. Os principais troncos linfáticos são: intestinal (recebe linfa dos órgãos abdominais), lombar (drena membros inferiores e alguns órgãos pélvicos), subclá- vio (drena membros superiores, parte do tórax e do dorso), jugular (drena cabeça e pescoço) e broncome- diastinal (drena tórax). Estes troncos drenam para o ducto linfático direito ou para o ducto torácico. O ducto linfático direito é um pequeno vaso (1,0 cm de comprimento) formado pela união dos tron- cos subclávio, jugular e broncomediastinal direito. Ele desemboca na junção da veias subclávia direita e jugular interna direita. Já o ducto torácico é maior (45 cm de comprimento) e recebe a linfa dos troncos lombares e intestinal, atravessa o músculo diafragma EDUCAÇÃO FÍSICA 31 e recebe vasos linfáticos que drenam a metade es- querda do tórax. Também recebe o tronco subclávio esquerdo e o tronco jugular esquerdo e desemboca na veia subclávia esquerda. Assim, o ducto torácico recolhe a linfa de todo o corpo, menos do membro superior direito e da metade direita da cabeça, do pescoço e do tórax (que é recolhida pelo ducto lin- fático direito). Por im, a linfa é direcionada às veias e passa a circular junto com o plasma, retornando à corrente sanguínea (FREITAS, 2004). Baço Figura 11 – Capilares, vasos e ductos linfáticos Figura 12 - Localização in situ dos órgãos do sistema digestório O baço é o maior órgão linfoide (10 cm), com forma elíptica e cor vermelho-escura. Localizado à esquer- da da cavidade abdominal, ica quase completamen- te recoberto pelo estômago e é envolto pelo peritô- nio viscerale por uma cápsula de tecido conjuntivo ibroso. Internamente, apresenta polpa vermelha (mais abundante) e branca (por dentro da vermelha, com grande quantidade de linfócitos e macrófagos). Ele atua produzindo linfócitos e plasmócitos, maturando linfócitos B, armazenando plaquetas, destruindo células sanguíneas velhas (hemocatere- se), produzindo células sanguíneas (hemopoiese) e como reservatório de sangue (é capaz de liberar cerca de 200 ml para a circulação sistêmica em si- tuações de emergência, como uma hemorragia, por exemplo). Normalmente, esse sangue ica na polpa vermelha e é liberado pela contração das células musculares lisas presentes em sua cápsula. Este órgão pode aumentar de tamanho em de- Linfonodos Os linfonodos são pequenas porções de tecido linfoi- de localizadas ao longo dos vasos linfáticos de todo o corpo. Eles são envoltos por uma cápsula ibrosa, se apresentam em grupos supericial e profundo e atuam como órgãos iltradores da linfa antes de esta adentrar o sistema venoso. Isto porque dentro deles existem células imunológicas (como macrófagos e linfócitos) hábeis em destruir microrganismos, toxinas, células anômalas e partículas estranhas (WATANABE, 2000). 32 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA corrência de algumas doenças infecciosas (esple- nomegalia), pode ser rompido devido a traumas abdominais, obrigando a realização de sua remo- ção cirúrgica (esplenectomia) a im de evitar san- gramento intraperitoneal e morte por hemorragia. Nesta situação em especíico, fígado, medula óssea vermelha, linfonodos e tonsilas podem assumir as suas funções, embora as funções imunes possam permanecer debilitadas por algum tempo. Quando se faz exercício físico extenuante sem um bom preparo físico, o baço pode causar dor na região lateral esquerda do abdome. Isto porque durante o exercício, ele necessita cumprir várias de suas funções ao mesmo tempo, ou seja, realizar hemocaterese, hemopoiese e liberar sangue extra à circulação periférica para suprir a necessidade dos músculos em exercício. Todavia a continuidade do exercício muda a constituição do sangue (aumen- tando, por exemplo, a quantidade de eritrócitos e otimizando o transporte de O 2 para os músculos). Respirar intensamente e diminuir a intensidade do exercício podem ajudar a melhorar o desconforto (DI DIO, 2002). Timo O timo é uma massa linfoide envolta por uma cáp- sula de tecido conjuntivo, localizada, em parte, na região inferior do pescoço (anterior e lateralmente à traqueia) e em parte na cavidade torácica (posterior- mente ao osso esterno, no mediastino). Linfócitos T necessitam dele para amadurecer e, quando madu- ros, o deixam e são transportados aos linfonodos, ao baço e aos outros tecidos linfáticos. Este órgão também produz o hormônio timosina, que estimula o crescimento de linfócitos nos tecidos linfáticos do corpo, atuando, assim, como glândula endócrina. Embora algumas de suas células continuem a se proliferar durante toda a vida, o timo é maior na infância, pois, gradativamente, é substituído por tecido conjuntivo e gordura, de forma que as suas funções são assumidas por outros órgãos. Este fato justiica o pouco conhecimento que a maioria das pessoas tem a respeito deste órgão (FREITAS, 2004). Figura 13 – Baço Figura 14 – Timo EDUCAÇÃO FÍSICA 33 Nódulos linfáticos Nódulos linfáticos são massas de tecido linfático não revestidas por tecido conjuntivo. Enquanto al- guns deles são pequenos e solitários, outros formam grandes agregações (tonsilas, nódulos linfáticos do íleo e do apêndice vermiforme). Nos segmentos gastrointestinais, eles são conhe- cidos como placas de Peyer e podem estar espalhados pela mucosa que reveste os sistemas genital, digestó- rio, urinário e respiratório. Neste caso, são chama- dos de tecido linfático associado à mucosa (MALT) (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Tonsilas Tonsilas são pequenas massas de tecido linfoide lo- calizadas em várias regiões do corpo, por exemplo, na parte nasal da faringe (tonsila faríngea), próximo ao óstio faríngeo da tuba auditiva (tonsila tubária), na raiz da língua (tonsila lingual), na fossa tonsilar (tonsila palatina) e na laringe (tonsila laríngea). O conjunto destas é conhecido como anel linfático, o qual se relaciona à imunidade, representando a pri- meira defesa do organismo. Quando as tonsilas são ativadas, elas intensi- icam a produção de anticorpos, icam dolorosas e hipertroiadas. A hipertroia da tonsila tubária e faríngea, por exemplo, recebe o nome de adenoi- de e pode diicultar o funcionamento da tuba au- ditiva, da qualidade da voz e da respiração nasal. Assim, o indivíduo desenvolve respiração bucal e passa a roncar enquanto dorme. A hipertroia da tonsila palatina (popularmente chamada de ami- dalite) também diiculta a deglutição (WATANA- BE, 2000). Figura 15 – Tonsilas Tonsila faríngea Tonsila palatina Tonsila lingual 34 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA PRINCIPAIS LINFONODOS DO CORPO Cabeça Incluem os linfonodos occipital, mastoideos, pré-auriculares, parotídeos e linfo- nodos da face (infra-orbitais, mandibulares e bucinatórios) (MOORE et al., 2014). Figura 16 – Principais linfonodos do corpo humano EDUCAÇÃO FÍSICA 35 Pescoço Incluem os linfonodos submandibulares, submen- tuais, cervicais supericiais, cervicais profundos su- periores, cervicais inferiores e cervicais superiores (FREITAS, 2004). Tórax Os linfonodos do tórax podem ser parietais ou vis- cerais. Os parietais incluem os linfonodos paraester- nais, estercostais e frênicos. Os viscerais incluem os mediastinais anteriores e posteriores e os traqueo- bronquiais (MOORE et al., 2014) Abdome e pelve Os linfonodos do abdome e da pelve também podem ser parietais ou viscerais. Os parietais in- cluem os linfonodos ilíacos comuns, ilíacos ex- ternos e internos, sacrais e lombares. Os viscerais incluem os celíacos, mesentéricos e inferiores (FREITAS, 2004). Membros superiores Os principais linfonodos dos membros superiores são os supratrocleares, deltopeitorais e axilares) (DI DIO, 2002). Membros inferiores Os principais linfonodos dos membros inferiores são os poplíteos, os inguinais supericiais e profun- dos (DANGELO; FATTINI, 2011). DISSEMINAÇÃO DO CÂNCER Células cancerígenas podem se disseminar pelo cor- po por proximidade ou por metástase (neste caso, por meio do sangue ou da circulação linfática). A disseminação pelo sangue (hematogênica) é a via mais comum de propagação de sarcomas (tumores mais malignos que ocorrem predominantemente no fígado e nos pulmões). A disseminação linfática é a via mais comum de disseminação de carcinomas (tumores menos malignos). Quando a metástase ocorre por via linfática, os linfonodos cancerosos icam aumentados, mais irmes, são insensíveis (pouco dolorosos) e ixos às estruturas próximas. É importante diferenciar tais alterações daquelas que ocorrem em decorrência de quadros infecciosos, em que os linfonodos tornam- -se aumentados, no entanto, moles, móveis e muito dolorosos (MOORE et al., 2014). LINFANGITE, LINFADENITE E LINFEDEMA Linfangite é caracterizada como a inlamação secun- dária dos vasos linfáticos. Linfadenite é a inlamação secundária dos linfonodos (conhecida popularmen- te como íngua). Linfedema é um tipo de edema que ocorre quando a linfa não é drenada adequadamen- te (MIRANDA NETO; CHOPARD, 2014). Você sabia que o envelhecimento pode al- terar o funcionamento do sistema linfático? É comum, por exemplo, que a produção de células imunológicas diminua e que a produ- ção de anticorpos contra o próprio organismo aumente, fazendo com que haja, respectiva- mente, debilidade imunológica e maior índice de doenças autoimunes. REFLITA 36 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Sistema Respiratório EDUCAÇÃO FÍSICA 37 Nesta última aula da unidade, o sistemarespiratório será abordado de maneira correlacionada aos siste- mas sanguíneo e linfático. Assim, será realizada uma abordagem bem direcionada referente à sua deini- ção, função e divisão, aos seus componentes e às suas relações com o exercício físico. Também serão citadas algumas de suas aplicabilidades práticas. Será muito bom se você puder realizar a leitura do material com- plementar a im de enriquecer o seu aprendizado. DEFINIÇÃO E FUNÇÃO O sistema respiratório é um conjunto de estruturas anatômicas as quais, em conjunto, captam o ar do meio ambiente e o transportam ao órgão respirató- rio para que a hematose ocorra (o O 2 do ar inspirado difunde-se dos alvéolos pulmonares para as células, e o CO 2 resultante do metabolismo celular é trazido das células aos pulmões para ser eliminado com o ar expirado) (DANGELO; FATTINI, 2011). DIVISÃO As estruturas anatômicas que compõem o sistema respiratório podem ser dividas em porção de condução e porção respiratória. A porção de condução é formada por órgãos tubulares que levam o ar inspirado até a porção respiratória e o trazem de volta para ser expirado. Ela é composta por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e todas as suas ramiicações. Já a porção respiratória é representada exclusivamente pelos pulmões, pois é onde ocorrem as trocas gasosas ou hematose. Adicionalmente, as estruturas anatômicas do siste- ma respiratório podem ser agrupadas em via aérea superior (do nariz à laringe) e via aérea inferior (da traqueia aos pulmões) (FREITAS, 2004). COMPONENTES Nariz Como a primeira estrutura do sistema respiratório, a sua função é captar o ar do meio ambiente, iltrá-lo, aquecê-lo e umidiicá-lo. Além disso, o nariz permi- te o olfato, recebe e elimina as secreções dos seios paranasais e do ducto lacrimonasal. Está localizado no plano mediano da face, aci- ma do palato duro, e é composto por uma parte externa e pela cavidade nasal. Apresenta estrutura ósteo-cartilagínea, sendo que os seus ossos exter- nos incluem os nasais e as maxilas, e os seus ossos internos incluem o etmóide, o vômer e as conchas nasais inferiores. Figura 17 - Sistema respiratório 38 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Externamente, o nariz é subdividido em raiz (superiormente), base (inferiormente), ápice (ponto projetado mais anteriormente), dorso (entre a raiz e o ápice), asa (lateralmente) e narinas (aberturas se- paradas por um septo que fazem a comunicação da cavidade nasal com o meio externo). A cavidade nasal pode ser dividida em vestíbu- lo (anteriormente e com pelos chamados vibrissas), região respiratória (inferiormente) e região olfató- ria (concha nasal superior e terço superior do septo nasal). A cavidade nasal é dividida pelo septo nasal em porções direita e esquerda. Este septo apresenta uma parte cartilagínea (cartilagem do septo nasal) e uma parte óssea (formada pelos ossos etmóide e vômer). O termo cavidade nasal pode ser usado para toda a cavidade ou para cada parte. Figura 18 – Cavidade nasal Fonte: Colicigno et al. (2009, p. 172). EDUCAÇÃO FÍSICA 39 Dentro da cavidade nasal existem as conchas nasais, que delimitam espaços chamados meatos. Toda esta região é muito vascularizada e nela, a ruptura de va- sos pode causar sangramento nasal, também conhe- cido como epistaxe. Os seios paranasais, ou seios da face, desem- bocam nos meatos, lançando neles as suas secre- ções. Esses seios são cavidades que alguns ossos do crânio (frontal, maxila, esfenoide, etmoide) apre- sentam e, por isto, são chamados de pneumáticos. Cada osso pneumático apresenta o seu próprio seio (seio frontal, seio maxilar, seio esfenoidal e seio ou células etmoidais). Eles tornam a cabeça mais leve, estão relacionados à ampliação da voz e ajudam a aquecer e a umidiicar o ar. Os seios contêm ar e são recobertos por mucosa respirató- ria (DI DIO, 2002). Faringe É uma estrutura músculo-membranácea que se inicia na base do crânio e termina ao nível da 6ª vértebra cervical, onde continua com o esôfago e mantém contato com a coluna vertebral. Como a faringe ica localizada posteriormente à cavidade nasal, à cavidade oral e à laringe, ela apresenta três partes sem limites precisos entre elas: a parte nasal (que se comunica com a cavidade nasal), a parte oral (que se comunica com a cavidade oral) e a par- te laríngea (que se comunica com a laringe). Assim, a faringe se associa aos sistemas respiratório e di- gestório, sendo um canal comum à passagem de ar e alimento. Inclusive, os músculos da faringe apre- sentam movimentos peristálticos, possibilitando a deglutição dos alimentos. Na porção nasal da faringe existe uma aber- tura chamada óstio faríngeo da tuba auditiva, que comunica a parte nasal da faringe com a cavida- de timpânica da orelha média. Esta comunicação serve para igualar a pressão do ar atmosférico à pressão do ar de dentro da cavidade timpânica. Também serve para drenar muco e perilinfa dos ca- nais semicirculares (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Figura 19 – Faringe e seus principais acidentes anatômicos 40 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Laringe A laringe é um órgão que se localiza no plano me- diano e anterior do pescoço, à frente da faringe, en- tre a 3ª e a 6ª vértebras cervicais. Ela dá continuidade à traqueia e serve como via aerífera, permitindo a passagem do ar da faringe para a traqueia. Além dis- so, é considerada o órgão da fonação, uma vez que dentro dela estão as pregas vocais. Ela é constituída por cartilagens, ligamentos, membranas e músculos estriados esqueléticos que atuam sobre as pregas vocais ou na movimentação da laringe durante a deglutição. As suas nove cartila- gens são ímpares (como a cartilagem tireoidea, a cri- coidea e a epiglótica) ou pares (como a aritenóidea, a corniculada e a cuneiforme). A cartilagem tireoidea é a maior delas. Ela é constituída por duas lâminas que se unem, formando, assim, a proeminência la- ríngea (popularmente conhecida como “gogó” ou “pomo-de-Adão”). A cartilagem epiglótica lembra uma folha e protege a entrada da laringe contra a entrada de alimentos durante a deglutição (WATA- NABE, 2000). Figura 20 – Sistema Respiratório Humano SISTEMA RESPIRATÓRIO HUMANO EDUCAÇÃO FÍSICA 41 Traqueia A traqueia é uma estrutura mediana no pescoço que representa a continuação direta da laringe. A sua função é servir como via aerífera, conduzindo ar da laringe até os brônquios principais. Ela inicia na região cervical, mas segue em direção ao tórax, passando anteriormente ao esôfago. A sua estrutura cilíndrica é ibrocartilagínea (anéis incompletos de cartilagem em forma de “C” se sobrepõem e se ligam por meio dos ligamentos anulares). Enquanto tais anéis lhe dão rigidez e im- pedem que as suas paredes colabam, o seu tecido elástico lhe possibilita a mobilidade e a lexibilidade necessárias à respiração e à deglutição. A sua pare- de posterior (parede membranácea) é formada por músculo liso (músculo traqueal) e tecido conjuntivo. Antes de se dividir nos brônquios principais direito e esquerdo, a traqueia sofre um leve des- vio à direita, fazendo com que o brônquio prin- cipal esquerdo seja mais longo do que o direito. No ponto de sua bifurcação, a traqueia apresenta uma crista interna chamada carina. Internamen- te, este órgão é revestido por mucosa e apresenta células ciliadas que auxiliam na limpeza das vias aéreas. O cigarro faz com que as células ciliadas percam a mobilidade de seus cílios e que as glân- dulas traqueais se tornem hiperativas e passem a secretar muco em excesso. Por isso, fumantes crônicos têm muita secreção e diiculdade em fa- zer a boa higiene traqueobrônquica (DANGELO; FATTINI, 2011). Figura 21 – Traqueia e brônquios 42 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA Brônquios Os brônquios possuem estruturas e funcionamen-to semelhantes à traqueia, porém ao invés de anéis cartilagíneos, eles apresentam placas irregulares de cartilagem. Após a sua origem, são chamados de brônquios principais. As suas primeiras ramiicações são os brônquios lobares (os quais ventilam os lobos pul- monares) e depois os brônquios segmentares (que vão até os segmentos broncopulmonares, sofrem várias divisões e terminam nos alvéolos, formando a árvore brônquica). O brônquio principal direito é mais vertical, mais calibroso e mais curto do que o esquerdo, de forma que ele é mais facilmente obstru- ído por corpos estranhos que passam pela traqueia (MOORE et al., 2014). Pulmão Os pulmões são os principais órgãos da respiração, pois é dentro deles que ocorre a hematose. In vivo, são esponjosos, macios, leves e elásticos. Ao nasci- mento, são rosados, embora se tornem acinzentados e com manchas devido à inalação de diversas partí- culas durante a vida. Eles icam alojados na cavidade torácica e en- tre eles há uma região central chamada mediastino, onde se localizam importantes estruturas anatômi- cas, como o coração e os seus grandes vasos, a tra- quéia,o esôfago, o timo, os brônquios principais etc. Este órgão tem forma cônica, com uma região superior chamada ápice e uma região inferior cha- mada base (como esta se apoia sobre o múscu- lo diafragma, pode também ser chamada de face diafragmática). Além dessa, o pulmão tem a face costal (em contato com as costelas) e a medial ou mediastinal (voltada ao mediastino e com uma abertura chamada hilo pulmonar, por onde entram e saem estruturas como brônquios, artérias, veias e vasos linfáticos). O direito pulmão é maior, mais pesado, mais curto e mais largo do que o esquerdo devido à po- sição do coração (o pulmão esquerdo chega a ser 10% menor do que o direito). Além disso, o pulmão direito apresenta três subdivisões chamadas lobos (superior, médio e inferior) enquanto o esquerdo apresenta apenas duas (lobo superior e inferior). A separação dos lobos pulmonares ocorre por fendas profundas chamadas issuras (no pulmão direito existem as issuras oblíqua e horizontal, e no pulmão esquerdo existe apenas a issura oblíqua). Por im, o pulmão esquerdo apresenta uma projeção chamada língula do pulmão (DI DIO, 2002). Figura 22 – Pulmão direito e esquerdo EDUCAÇÃO FÍSICA 43 Pleura e cavidade pleural Pleura é um saco seroso que reveste os pulmões. É constituída por dois folhetos, a pleura pulmonar ou visceral e a pleura parietal. A primeira reveste a superfície do pulmão, penetrando, inclusive, as suas issuras. A segunda recobre a face interna do tórax e o músculo diafragma. Ambas são contínuas entre si por meio de um espaço chamado cavida- de pleural, onde existe uma pequena quantidade de líquido que permite o deslizamento entre elas durante os movimentos respiratórios (MOORE et al., 2014). Figura 23 – Pleuras e cavidade pleural 44 ANATOMIA HUMANA APLICADA À EDUCAÇÃO FÍSICA MECÂNICA RESPIRATÓRIA Para que a respiração normal em repouso ocorra, a contração do músculo diafragma é a única necessá- ria. Ele se contrai, se projeta em direção à cavidade abdominal comprimindo as vísceras ali localizadas e aumentando a pressão nesta região. Por outro lado, a pressão no tórax diminui, fazendo com que o ar en- tre, a favor do gradiente de pressão, do meio externo (onde é maior a pressão) para a cavidade torácica (onde a pressão é menor). Assim ocorre a inspira- ção. A expiração normal ocorre na sequência e não necessita da contração de nenhum músculo respira- tório, pois a própria elasticidade do tecido pulmonar faz com que o ar saia quando a pressão interna e ex- terna se igualarem. Se a inspiração ou a expiração forem forçadas (por exemplo, em exercício físico intenso ou em caso de doença respiratória), vários outros músculos passam a agir, como os intercostais externos e alguns músculos do pescoço, a exemplo do esternocleido- mastoideo e dos escalenos (ajudando na inspiração) e dos músculos intercostais internos e dos abdomi- nais (ajudando na expiração). O sistema nervoso (controle nervoso) e os es- tímulos químicos (controle químico) controlam a mecânica respiratória. O controle nervoso de- pende da medula espinal e do tronco encefálico; o controle químico se baseia na concentração dos gases O 2 e CO 2 . Assim, modiicações sobre a fre- quência e o volume respiratório são responsáveis por ajustes essenciais da mecânica respiratória que, por sua vez, depende das condições do in- divíduo (como temperatura ambiental, esforço físico e doenças) (TORTORA; DERRICKSON; WERNECK, 2010). Assim inalizamos o nosso estudo sobre o sistema respiratório em termos anatômicos e funcionais. Lembre-se de que sua atuação é essencial ao fun- cionamento do corpo como um todo e determina a efetividade da prática do exercício físico. Figura 24 – Principais músculos da respiração Os problemas respiratórios são responsáveis pela má qualidade de vida de muitas pessoas no mundo (no Brasil, estima-se que um em cada cinco brasileiros possui alguma doença respiratória). Dentre as mais comuns estão a asma alérgica, a bronquite crônica, a rinite e o enisema pulmonar. Embora a maioria das pessoas com disfunção respiratória pen- se que não pode fazer exercícios físicos, o exercício supervisionado e bem orientado ajuda a diminuir o cansaço, a indisposição e a fadiga. Desta forma, a adoção de um estilo de vida mais ativo é importante para evitar o agravamento dessas doenças. Fonte: a autora. SAIBA MAIS 45 considerações inais A manutenção das adequadas oxigenação e nutrição tecidual, e a drenagem efe- tiva das células dependem do funcionamento do sistema circulatório em atuação conjunta com o sistema respiratório e sob o rigoroso controle do sistema nervoso. Embora tais sistemas possam ser acometidos por diversas doenças, pesquisas têm comprovado que a prática de exercícios físicos especíicos e supervisiona- dos têm minimizado os danos morfofuncionais que esses sistemas podem sofrer em decorrência da inatividade física. Todavia é essencial que os proissionais di- retamente ligados ao condicionamento físico desses sistemas ( por exemplo, o proissional de Educação Física e o isioterapeuta) tenham pleno conhecimento histológico, anatômico e isiológico a im de prevenir e tratar disfunções incapa- citantes desses sistemas. Ademais, faz-se necessário que tais proissionais tenham total conhecimento acerca das modiicações que o exercício físico é capaz de gerar sobre tais estrutu- ras. O coração é um bom exemplo de órgão que pode ser modiicado pelo treina- mento. Ele se fortalece, aumenta a sua força de contração, ejeta maior quantidade de sangue a cada batimento cardíaco (aumenta o volume de ejeção), podendo, in- clusive, bater menos vezes por minuto mantendo a mesma quantidade de sangue ejetado (atletas, por exemplo, têm menor frequência cardíaca e maior volume de ejeção). Ao contrário, pessoas sedentárias têm elevada frequência cardíaca para manter o volume de ejeção, pois o miocárdio é menos forte. O exercício físico também está relacionado às modiicações que ocorrem no funcionamento do sistema linfático. Os movimentos e as contrações musculares estimulam a circulação da linfa, ao passo que esta é lentiicada pelo imobilismo. Por isso, as contrações musculares são ditas auxiliares da drenagem linfática e favorecedoras da homeostasia corpórea. O sistema respiratório é grandemente otimizado pela prática regular do exer- cício. Tal fato pode ser visto ao se comparar atletas e indivíduos sedentários no que se refere aos volumes e às capacidades pulmonares, os quais são avaliados por um exame chamado espirometria. Neste exame, é possível mensurar as quan- tidades de ar que entram e saem dos pulmões a cada inspiração e/ou expiração normais ou forçadas. Além disso, todos os músculos respiratórios são fortaleci- dos peloexercício físico. Portanto, um(a) bom(a) professor(a) de Educação Física deve conhecer em profundidade o aparelho cardiorrespiratório. 46 atividades de estudo 1. Em relação ao sistema circulatório, leia as airma- ções a seguir: I) A irrigação do membro superior depen- de das artérias carótidas comuns direita e esquerda. II) A irrigação do membro inferior depende da artéria aorta (parte descendente abdo- minal), a qual se bifurca originando a arté- ria ilíaca comum (direita e esquerda). As artérias ilíacas comuns se ramiicam origi- nando as artérias ilíacas externa e interna. A externa passa o ligamento inguinal e, na coxa, passa a ser chamada de femoral. Na altura da fossa poplítea, recebe o nome de artéria poplítea, a qual se bifurca em tibial anterior, tibial posterior e ibular. Tais arté- rias irrigam todo o membro inferior (inclu- sive os pés). III) Na grande circulação, o sangue sai do ven- trículo esquerdo pela artéria aorta e transi- ta pelo corpo oxigenando todas as células. Em contrapartida, capilares teciduais cap- tam o CO2 produzido pelo metabolismo das células, se anastomosam, originam vênulas e veias de calibre cada vez maior até retornarem ao átrio direito do coração pelas veias cavas superior e inferior. IV) O vaso que mantém relação com o ventrí- culo esquerdo do coração é o tronco pul- monar. Já o vaso que mantém relação com o ventrículo direito do coração é a artéria aorta. V) A irrigação da cabeça depende das artérias subclávias direita e esquerda. É correto o que se airma em: a) I e II, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) II e V, apenas. e) III e IV, apenas. 2. O sistema respiratório é essencial à manutenção da vida e, por isso, conta com estruturas especia- lizadas responsáveis pelas funções de condução do ar e de trocas gasosas. Com base nesta air- mação, leia as airmações a seguir: I - É prática relativamente comum a nível hospitalar a realização de traqueostomia em pacientes que apresentem importante condição clínica impossibilitadora da res- piração (o edema de glote é um exemplo). Em caso de traqueostomizar o paciente, um dos problemas que este apresenta é a impossibilidade de fonação em decorrên- cia das pregas vocais serem seccionadas durante o procedimento cirúrgico. II - As tonsilas linguais, faríngeas, palatinas, tubárias e laríngeas têm por função pro- duzir anticorpos para proteger o corpo contra microrganismos que possam cau- sar malefícios. Juntas, elas formam o anel linfático, uma importante estrutura do sistema linfático, que se posiciona próxi- mo às cavidades nasal e oral, e à farínge e à laringe. III - Em ordem, as estruturas anatômicas que o ar percorre dentro do sistema respira- tório são: vestíbulo do nariz, cavidade na- sal, laringe, faringe, traqueia, brônquios principais, brônquios segmentares, brô- nquios lobares, bronquíolos e alvéolos pulmonares. IV - As pleuras revestem e protegem os pul- mões. Enquanto a pleura pulmonar é mais externa e mantém contato com a parede do tórax, a pleura parietal ica bastante aderida ao parênquima pulmonar, pene- trando, inclusive, as issuras do pulmão. V - O pulmão direito é maior do que o pulmão esquerdo. 47 atividades de estudo É correto o que se airma em: a) I e II, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) II e V, apenas. e) IV e V, apenas. 3. O sistema circulatório depende da ação de bom- ba do coração e da capacidade dos vasos em conduzir sangue arterial e venoso pelo corpo. Assim, artérias e veias participam da grande e da pequena circulação. Com base nesta airmação, leia as airmações a seguir: I - A pequena circulação manda sangue aos pulmões a im de possibilitar a hematose. II - As principais artérias que irrigam o cora- ção são as coronárias (direita e esquerda). III - A principal veia que drena a cabeça e o pescoço é a veia subclávia. IV - Os átrios são as maiores câmaras cardí- acas. A sua função é ejetar sangue para fora do coração e, por isso, são chamados de câmaras de ejeção. V - A pequena circulação tem por objetivo oxigenar e nutrir as células do corpo e delas remover todo o gás carbônico e as impurezas. É correto o que se airma em: a) I e II, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) II e V, apenas. e) III e IV, apenas. 4. O sistema linfático é auxiliar do sistema venoso, uma vez que ambos realizam a drenagem celu- lar. Com base nesta airmação, leia as airmações a seguir: I - O pulmão direito apresenta apenas dois lobos e uma única issura. II - Ao contrário do proposto anteriormente, o pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos e uma única issura. III - Os linfonodos são estruturas de iltragem da linfa. Eles dispõem de células imuno- lógicas (como os linfócitos), as quais são capazes de destruir microrganismos, células anômalas ou mesmo moléculas grandes e inúteis. IV - Apesar de existir poucos vasos linfáti- cos dispersos pelo corpo, eles são muito abundantes nos ossos e nas cartilagens. V - O ducto linfático direito e o ducto torácico drenam a linfa para as principais artérias que chegam ao coração. Assim, o sistema linfático auxilia a irrigação que o sistema arterial realiza. É correto o que se airma em: a) I e II, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) II e V, apenas. e) III e V, apenas. 48 atividades de estudo 5. Observe a imagem a seguir, leia as airmações e assinale a alternativa que contém as proposições corretas: a) O região representada pelo número 1 é responsável pelo olfato. b) O número 2 representa a parte laríngea da faringe. c) O número 3 representa a faringe. d) O número 4 representa o brônquio princi- pal esquerdo. e) O número 5 representa o brônquio princi- pal direito. 49 LEITURA COMPLEMENTAR Leia o artigo a seguir que trata da inl uência do exercício físico sobre os parâmetros respi- ratórios de pacientes submetidos à hemodiálise. RESUMO Modelo do estudo: Estudo experimental. Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) refere-se a um diagnóstico sindrômico de perda progressiva e irreversível da função renal. O paciente submetido à hemodiálise pode apresentar limitações na capacidade funcional, função pulmo- nar e força muscular respiratória, com consequentes prejuízos na qualidade de vida. Objetivo: Avaliar os efeitos de um programa de exercício físico sobre a função pulmonar, capacidade funcional, qualidade de vida e dor, em pacientes que realizam hemodiálise. Metodologia: Participaram do estudo 28 pacientes de ambos os sexos, com idade entre 40 e 60 anos, em programa de hemodiálise no Instituto do Rim da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente-SP. A força muscular respiratória foi avaliada pela manovacuometria, a capacidade funcional, pelo TC6’, a qualidade de vida, pelo questionário KDQOLSF, a função pulmonar, pela espirometria e a dor, pela EVA. Após as avaliações, os pacientes iniciaram o programa de exercícios, que foi desenvolvido três vezes por semana, durante 40 minutos em hemodiálise, por oito semanas. Ao i nal do programa, os pacientes foram reavaliados. Resultados: Não houve diferença signii cativa dos valores da CVF e VEF1 pré e pós-programa de exercícios, assim como do Índice de Tiff enau. O valor da PImax pós-programa foi signii - cativamente maior que o obtido na avaliação pré-programa. Para a variável PEmax, não foi encontrada diferença signii cativa. As avaliações da capacidade funcional inicial e i nal não apresentaram diferenças signii cativas (p>0,05). A avaliação da qualidade de vida, quanto aos domínios das áreas especíi cas da DRC, mostrou que houve signii cância estatística, ao com- parar a lista de sintomas e problemas com a sobrecarga da DRC e papel proi ssional. Os indi- cadores relativos à dor foram reduzidos, após o programa (p<0,05). Discussão: O DRC enfrenta situações complexas de dependência física, social e i nanceira. Apesar de não apresentar resultados estatisticamente signii cativos em todas as
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