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Julia Helena R.A: 2594891 Turma: 003105B02 1) Mário possuía uma dívida referente a um empréstimo (mútuo) verbalmente acordado com André no valor de 30 mil reais. Após muita negociação, Mário comprometeu-se a pagá-la a partir do mês subseqüente. Por cautela, os advogados das partes elaboraram instrumento particular para formalizar a transação, minuta que foi devidamente assinada por todos os envolvidos e duas testemunhas. Apesar do acordo entabulado, o débito não foi pago no vencimento. Assim, André ajuizou execução de título extrajudicial em face de Mário. Regularmente citado, Mário não efetuou o pagamento no prazo legal, tão pouco apresentou qualquer defesa, tendo sido penhorado um veículo de sua propriedade no importe de 35 mil reais. Tal ato fora regularmente averbado no DETRAN. Apesar disso, dias após, Mário vendeu referido veículo ao seu cunhado (Pedro), que levou o carro para sua cidade. Na qualidade de advogado de André, informe ao cliente qual a medida judicial adequada ao caso em tela, salientando ainda qual o meio processual adequado para tal alegação e as conseqüências jurídicas do pedido. Fundamente sua reposta no CPC/15. (5 pontos) R. A conduta de Mário em vender o referido veículo ao seu cunhado consiste em fraude a execução conforme o artigo 792, IV do Código de Processo Civil: Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução: IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência; Além de ser ato atentatório à dignidade da justiça, quem frauda a execução pode sofrer efeitos extra penais, tipificado no artigo 179 do Código Penal. Assim, se o executado aliena bens com o intuito de não pagar a divida, tal alienação é ineficaz perante o exeqüente, por ter um caráter fraudulento. Desse modo o bem permanece como garantia de satisfação da divida. Ademais a medida judicial adequada será a incidência de uma Petição, no processo de execução, indicando a caracterização de uma fraude (nesta a má fé é presumida) através da alienação do automóvel pelo devedor, quando já existia demanda contra ele em curso. 2. Em 10 de dezembro de 2017, Dirceu alugou um imóvel para fins residenciais pelo prazo de 30 meses, registrando como fiador no contrato de locação sua tia, Dilma. Após ficar desempregado em junho de 2019, Dirceu não conseguiu mais efetuar os pagamentos dos aluguéis e condomínio, permanecendo inadimplente em suas obrigações por 8 meses seguidos, quando simplesmente abandonou o imóvel sem deixar notícia. Ao tomar conhecimento do abandono do imóvel, Michel (locador) lhe procura, na qualidade de advogado, para saber quais providências judiciais pode adotar. Na mesma reunião, Michel ainda lhe informa que Dilma possui um imóvel residencial (apartamento), local onde mora com sua família na Zona Sul de São Paulo. Na qualidade de advogado (a) de Michel (locador), descreva qual a medida judicial adequada para cobrança de aluguel e demais encargos acessórios (multa moratória, multa compensatória, condomínio, etc.), bem como se é possível a penhora do imóvel de Dilma, o qual é utilizado como moradia da família. Fundamente as respostas na legislação em vigor. (5 pontos) R. Temos como medida judicial adequada para cobrança de aluguel e demais encargos acessórios a ação autônoma fundada em titulo executivo extrajudicial como previsto no artigo 784: Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio; Sendo o contrato de fiança uma garantia de satisfação ao credor por uma obrigação assumida pelo devedor, caberá ao credor (locador Michel), notificar a fiadora da responsabilidade do pagamento de toda a divida, antes de executar o título. Mesmo sendo utilizado como moradia da família, o imóvel de Dilma se encaixa em uma exceção à impenhorabilidade, sendo possível sua penhora para satisfazer o crédito: Súmula 549 - É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. (Súmula 549, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 19/10/2015) Vale ressaltar que a fiadora Dilma tem até a contestação da lide para exigir que sejam primeiro executados os bens do devedor como dispõe o artigo 827 do Código Civil. https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27549%27).sub.#TIT1TEMA0 https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27549%27).sub.#TIT1TEMA0
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