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Fios de Sutura Cirúrgica

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Afonso Vicentini 
FIOS E AGULHAS CIRÚRGICAS E SUTURA
Síntese: aproximação de bordas de tecidos seccionados ou ressecados 
· Visa, pela manutenção da contiguidade dos tecidos, facilitar processo INICIAL da cicatrização 
· Mantida às custas de materiais que resistam à tração e tensões que ocorrerão nas fases iniciais da formação de cicatriz 
· Material utilizado será substituído pela PRÓPRIA CICATRIZ 
Fio: deve desaparecer da estrutura assim que sua presença for dispensável (quando a resistência do tecido obtida pela cicatrização e com auxílio da sutura for suficiente para manter sua função) 
· ENQUANTO O FIO PERDE RESISTÊNCIA, A CICATRIZ ATUA NO SENTIDO INVERSO! 
O fio cirúrgico deve:
· Ser flexível para um fácil manuseio;
· Ter resistência a tração (o fio precisa deslizar pelos tecidos) e torção (realização e fixação do nó);
· Ter baixa reação tecidual (hipoalergênico) para uma melhor cicatrização;
· Ser armazenado com segurança para manter-se estéril e não oferecer risco de contaminação;
· Fio de sutura deve ser tão forte quanto o tecido que está sendo suturado.
Características:
· CAPILARIDADE: capacidade do fio captar e absorver líquidos e também microrganismos. 
· Fios multifilamentares: maior capilaridade e aderência microbiana; 
· RESISTÊNCIA À TRAÇÃO: quantidade de peso necessária para a ruptura de um fio, dividida pelo seu diâmetro 
· FORÇA DO NÓ: força necessária para causar deslizamento parcial ou completo do nó. Quanto mais áspero for o fio > o coeficiente de atrito e mais fácil será a fixação do nó, com menor deslizamento. 
· Fios multifilamentares: maior coeficiente de atrito = fixação mais segura do nó (apesar de deslize mais difícil) 
· Fios monofilamentares: bom deslize do nó e fixação menos segura (dar mais nós!). 
· ELASTICIDADE: propriedade de recuperar a forma e comprimento originais após estiramento. MENOR possibilidade de ruptura das bordas ou de estenose de sutura vascular 
· PLASTICIDADE: propriedade do fio manter nova forma após tração ou deformação CONTRÁRIO de memória.
· MEMÓRIA: capacidade de retornar à sua forma original após manipulação Manuseio mais difícil e maior dificuldade de fixar o nó dado. Mais memória: polipropileno 
· DIÂMETRO: medida do calibre do fio em milímetros e expressa em número de zeros por convenção. Quanto menor o diâmetro transversal, maior o número de zeros. Nem todos os fios com o mesmo número de zeros possuem o mesmo diâmetro. A resistência à tração observada sobre o nó é proporcional ao diâmetro 
· 0 = 3,5 décimos de mm de diâmetro 
· Fios finos (quatro zeros ou mais): estruturas delicadas 
· Fios grossos (1 ou 0): tecidos com grandes tensões
FIO IDEAL, POSTULADOS DE VAN WINKLE E HASTING:
· fio de sutura deve ser tão forte quando o tecido que está sendo suturado;
· A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo ganho de resistência da cicatriz;
· As alterações biológicas provocadas no processo de cicatrização pelo fio de sutura devem ser conhecidas.
Tipos de fios de sutura: Há tipos de fios de sutura para diferentes situações e devem ser sempre escolhidos por profissionais capacitados. Os fios mais finos geralmente são indicados para regiões mais delicadas, já os mais grossos não costumam ser absorvidos pelo organismo e são indicados para regiões que possuem uma recuperação mais lenta. Os tipos de fios de sutura mais utilizados são:· nylon;
· poliéster;
· poliglactina (PGA);
· polipropileno;
· poliglecapron.
· categute cromado;
· categute simples;
· seda;
· algodão;
· poliglicólico;
Classificação do fio:
Quanto à natureza:
· Sintéticos:
· Poliglecaprone (Monocryl ou Caprofyl) 
· Polidioxanona (PDS) 
· Poliamida/Náilon (Mononylon) 
· Polipropileno (Prolene) 
· Poliglactina (Vicryl) 
· Poliéster (Ethibond, Mersilene)
· Naturais:
· Algodão (Stupack, Polycot)
· Linho
· Seda
· Categute simples
· Categute cromado
· Aço inoxidável (Aciflex)
Quanto à estrutura:
· Monofilamentares: cada fio é composto de um único filamento. São menos maleáveis, e possuem mais memória, o que causa maior dificuldade em confeccionar o nó. Tem menor trauma tecidual (menor atrito), carreiam menos microrganismos e são impermeáveis à água e a líquidos corporais. 
· Poliglecaprone (Monocryl ou Caprofyl) 
· Polidioxanona (PDS) 
· Aço inoxidável (Aciflex) 
· Poliamida/Náilon (Mononylon) 
· Polipropileno (Prolene) 
· Multifilamentares: cada fio é composto por vários filamentos trançados ou torcidos entre si. Tem maior flexibilidade e maleabilidade, o que resulta em menor memória e fácil manuseio e nó. Tem maior trauma tecidual e maior isco de infecções (acúmulo de resíduos nos filamentos). 
· Algodão (Stupak, Polycot) 
· Linho 
· Seda 
· Poliéster (Ethibond, Mersilene) 
· Categute simples e cromado 
· Poliglactina (Vicryl) 
Quanto à absorção:
· Absorvíveis: Fios flexíveis, constituídos de colágeno proveniente de animais (categute) ou polímero sintético (poliglactina, polidioxanona, ácido poliglicólico, poliglecaprone). Perdem gradualmente sua resistência à tração: os de origem natural-animal são fagocitados, já os de origem sintética são hidrolisados. Os fios degradam-se e são assimiladas pelos tecidos em cicatrização. 
ORDEM DECRESCENTE DE RESISTÊNCIA: PDS > Vicryl > categute cromado > Monocryl > categute simples 
Os fios absorvíveis são: 
· Categute simples 
· Categute cromado 
· Poliglecaprone (Monocryl ou Caprofyl) 
· Polidioxanona (PDS) 
· Poliglactina (Vicryl) 
· Inabsorvíveis: Fio que resistem à digestão enzimática em tecido animal vivo, isto é, permanecem por mais tempo. Podem ser revestidos de silicone, teflon, para reduzir fricção na passagem pelos tecidos. Podem ser corados com corantes para facilitar a visualização em campo obrigatório. São divididos em dois grupos:
· Sofrem biodegradação após anos: perda gradual da resistência tênsil – Seda e nylon
· Se mantem indefinidamente: algodão, poliéster, polipropileno, linho e aço. 
Os fios inabsorvíveis são:
· Algodão (Stupak, Polycot) 
· Linho 
· Seda 
· Aço inoxidável (Aciflex) 
· Poliamida/Náilon (Mononylon) 
· Polipropileno (Prolene) 
· Poliéster (Ethibond, Mersilene) 
NYLON: Mais utilizado na sutura de pele
· Composição: obtido a partir de monômeros diferentes de poliamida. Caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. É biologicamente inerte. É indicado para suturas de pele. 
· Origem: sintético
· Construção: mono ou multifilamentar
· Cor: preto e incolor
· Esterilização: cobalto 60
· Resistência tensil: 1 dia = 100% / 1 ano
· Absorção: degrada-se 20% ao ano
· Processo de absorção: degrado enzimaticamente e metabolizado pelo organismo
· Benefícios:
· Ótima tolerância tissular e resistência tênsil;
· Pode ser usado basicamente em todos os tipos de sutura
· Monofilamentar, superfície lisa, pouco atrito, facilita a retirada dos pontos
· Ideal para fechamento da pele
· Desvantagens:
· Baixo coeficiente de fricção, necessita de vários nós para oferecer segurança nos pontos de sutura;
· Pouco maleável, dificulta as manobras de sutura
· Pouca memória
AGULHAS:
· Os fios cirúrgicos são utilizados soltos, para nós manuais, ou com auxílio de agulhas. Tem por função promover a passagem do fio pelo tecido com o menor trauma possível. Dividem-se em fundo (região em contato com o fio), corpo e ponta.
· Formato: retas ou circulares. Redondas tem curvatura relacionada à fração de um círculo (1/4, 3/8, ½, 5/8). Diferentes curvaturas facilitam determinado movimento durante sua utilização. Sua ponta pode ser triangular (cortante), redonda ou espatulada. Seu corpo varia entre retangular, redondo e espatulado.
· Agulhas cortantes facilitam a técnica cirúrgica em tecido resistentes, como a derme. Porém, tecidos nobres como o fígado ou córnea podem exigir menos trauma local, indicação de utilização de agulhas rombas e espatuladas.
· Função: transfixar o tecido sendo guia para o fio de sutura
SUTURA:
Ato de aproximar estruturas (tecidos histológicos), através da utilização de material cirúrgico. 
· Antigamente: fios cirúrgicos e nós
· Atualmente: outros materiais - colas, selantes, adesivos, grampos. 
EfeitosBásicos:
1. Síntese (aproximação)
· Tensão da sutura -> cicatrização primária da ferida
2. Recobrimento das estruturas em planos anatômicos imediatamente abaixo dessa.
3. Hemostático: decorrente da tensão dos pontos, da aproximação dos tecidos e do recobrimento dos planos. 
Condições para uma boa síntese:
· Antissepsia
· Apresentação adequada das bordas
· Hemostasia prévia
· Escolha do material adequado: o mais delicado possível, porém que cumpra a sua utilidade de maneira eficaz
· Quantidade de pontos: mínimo para que haja síntese, recobrimento e hemostasia. 
Técnica de sutura:
· Agulha está posicionada em 90° (para evitar traumas) em relação ao porta-agulhas
Suturas básicas:
· Suturas separadas:
· Pontos simples comum e invertido: No ponto simples, a derme deve ser transposta pela agulha em sua totalidade. A agulha penetra a pele a 90° e, na outra derme em sua totalidade, sai através da pele. A distância entre a entrada da agulha e a incisão em uma borda e a saída na outra deve ser a mesma.
· Sutura Donatti: Procede-se a primeira parte como no ponto simples. Porém, deve ocorrer o retorno da agulha para a borda inicial, em plano intradérmico e à frente do passo inicial. “longe-longe” “perto-perto”. – Em locais de maior tensão. O início da sutura não difere do ponto simples; após isso, antes do nó, o fio retorna à borda inicial em plano superficial e à frente do anterior.
· Ponto em ângulo ou Ponto de Gilles: A agulha penetra a pele pela epiderme em uma das bordas; e na borda contra-lateral a passagem do fio é totalmente intradérmica, de forma horizontal. O fio não é exteriorizado nessa borda; finaliza com a agulha retornando verticalmente e ao lado de sua entrada, também intradérmica.
· Suturas continuas:
· Chuleio: ponto simples, seriados e sem interrupção. O nó é realizado no início e no fim da sutura.
· Ponto em U horizontal interno (intradérmico): A sutura intradérmica é realizada por passagem do fio de forma horizontal, em plano mais superficial possível. A passagem do fio contra-lateral deve ser realizada no mesmo nível do termino da passagem imediatamente anterior. O fio deve ser cruzado. Pode ser exteriorizado, com ou sem nó externo, nas 2 extremidades. O fio é passado horizontalmente em casa uma das bordas, sem cruzar, de forma mais superficial possível. A entrada da agulha deve ser realizada em mesmo nível da saída na borda oposta.
NÓS CIRURGICOS:
· Realizados: mãos ou com auxílio do porta-agulhas
· Importância: hemostasia e síntese
· Atenção aos itens:
· Não deve ser cruzado – risco de rompimento;
· O primeiro nó não deve estar frouxo;
· Forças iguais em ambos os braços do fio;
· Na execução do segundo nó evita-se a tração do primeiro já executado;
· O número de nós varia com o tipo de fio empregado e com o tipo de tecido.
· Quantidade de pontos
· Local anatômico e sua função, calibre e tipo de fio
· Respeitando sempre os 3 objetivos básicos de uma sutura. O mesmo deve se estabelecer o tempo da retirada dos pontos.
· Depois de 8h não pode mais dar ponto, porque pode contaminar.
· Curativo oclusivo: libera fibrina

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