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FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO FIOS PARA SUTURA ▪ Fios cirúrgicos: usados em operações com finalidade hemostática e para sutura – mantem os tecidos unidos até consumar o processo natural da cicatrização. ▪ Características para classificar os fios: 1. Origem do material – biológicos, naturais ou sintéticos. 2. Possibilidade de assimilação pelo organismo – absorvíveis e não absorvíveis. 3. Propriedades físicas – configuração básica, capilaridade, calibre, força, tênsil, força do nó e memória. 4. Manuseio – flexibilidade, coeficiente de fricção, arrasto tecidual e visibilidade do fio no campo operatório. 5. Desencadeamento de reação tecidual – reação celular inflamatória e fibrosa, potencial para desenvolver infecção e alergia, e facilidade para esterilização. ORIGEM DOS FIOS CIRÚRGICOS ▪ Biológicos (ou naturais): o Oriundos de vegetais - algodão e linho. o Oriundos de animais – categute (intestino de ovinos e bovinos), colágeno e seda). ▪ Sintéticos: náilon (oriundo da poliamida), dacron (poliéster), polipropileno (poliolefina), ácido policlicólico (polímero do ácido glicólico), poliglactina (polímeros dos ácidos glicólico e lático), polidioxanona (polímero da paradioxanona). ▪ Metálicos: aço inoxidável. ASSIMILAÇÃO PELO ORGANISMO FIOS CIRÚRGICOS ABSORVÍVEIS FIOS CIRÚRGICOS NÃO-ABSORVÍVEIS ▪ Permanecem indefinidamente nos tecidos, são encapsulados (formação de tecido fibroso em sua volta). FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO CARACTERÍSTICAS DOS FIOS CIRÚRGICOS PROPRIEDADES FÍSICAS ESTRUTURA FÍSICA : ▪ Monofilamentos: único filamento -> menos maleável. (ex: categute simples e cromado, polidioxanona, colágeno, seda, náilon, polipropileno, poliéster e aço inoxidável). ▪ Multifilamentos: vários filamentos torcidos ou trançados entre si -> maior flexibilidade -> mais traumatizantes e ásperos, leva maior arrasto tecidual (ex: algodão, linho, seda, náilon, poliéster...). o são mais suscetíveis à ruptura. ABSORÇÃO DE L ÍQUIDOS E CAPIL ARIDADE ▪ Absorção: É a capacidade que um fio tem de reter líquido. ▪ Capilaridade é a forma que o líquido absorvido se propaga pela extensão do fio-> se propicia ou não o carreamento de microrganismos. ▪ Multifilamentos tem maior efeito de capilaridade que os monofilamentos. o Categute é o fio que tem mais capilaridade, o poliéster revestido por teflon ou silicone não tem esse efeito. DIÂMETRO ▪ De acordo com a indústria: ▪ 0 – 0,40 mm de milímetro de diâmetro. o Fios de maior diâmetro: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. o Fios de menor diâmetro: 00 ou 2-0, 000 ou 3- 0, 4-0, 5-0 e assim por diante até 12-0 de menor diâmetro, oscilando entre 0,001 e 0,01mm). ▪ O aumento do diâmetro é acompanhado por aumenta de sua resistência ou força tensil. FORÇA (OU RESISTÊNCIA) TÊNSIL ▪ Resistência -> é a força oposta pelos tecidos à sua junção ou reunião – força tensil é a força que “vence” a resistência. ▪ Quanto maior a força tensil de um fio = menor o diâmetro que precisa ser usado -> menor quantidade de corpo estranho nas feridas. ▪ Para sutura: uso de fios que mantenham a força tensil por maior período de tempo até a recuperação. ▪ Para tecidos com grande vascularização: não precisam de fios com grande resistência tênsil. FORÇA E SEGURANÇA DOS NÓS ▪ É a força necessária pra fazer com que um nó não sofra deslizamento ou ruptura -> resistência tênsil efetiva. ▪ Quanto maior o coeficiente de fricção -> maior a possibilidade de desfazer o nó. ▪ Deslizamento mais frequente em fios monofilamentares sintéticos. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO MEMÓRIA ▪ É a capacidade do material voltar a forma original depois de deformado -> tem características como plasticidade e elasticidade. ▪ Quanto maior a memória de um fio -> maior a rigidez e mais difícil manusear – fios de polipropileno e náilon. MANUSEIO FLEXIBILIDADE E FACILIDADE DE MANUSEIO: ▪ Relacionadas com a rigidez do fio para sutura. ▪ Manuseio mais difícil: com o aço inoxidável, que proporciona ferimentos na equipe cirúrgica e no paciente. ▪ Manuseio mais fácil: com a seda - Se relacionam diretamente à plasticidade, elasticidade e memória de um fio cirúrgico. COEFICIENTE DE FRICÇÃO: - ▪ Facilidade com que a sutura desliza através do tecido e dos nós. ▪ Quanto maior o coeficiente de fricção de um fio, maior a sua dificuldade em deslizar pelos tecidos, ocasionando maior arrasto tecidual. ▪ Quanto menor o coeficiente de fricção, mais o fio sofre deslizamento e maior a instabilidade dos nós. ▪ Alguns fios cirúrgicos são revestidos por capa protetora com o intuito de redução do coeficiente de fricção. ARRASTO TECIDUAL: ▪ Quanto mais rígido um fio ou quanto maior o seu coeficiente de fricção, maior o arrasto tecidual que irá proporcionar, interferindo com sua capacidade para deslizamento. ▪ Um fio que proporciona maior arrasto tecidual pode acarretar maior dano a esse tecido. ▪ Exemplo: a superfície de um fio multifilamentar trançado é áspera e determina dificuldade para sua passagem pelo tecido, fazendo com que se agarre a ele e o traga junto a si, arrastando-o. VISUALIZAÇÃO DO FIO NO CAMPO OPERATÓRIO ▪ Durante o ato operatório, os fios colocados em um determinado tecido podem orientar e mostrar sua exata localização. ▪ Fios nas cores verde, lilás, azul e preta podem ser mais facilmente visualizados do que os incolores. CARACTERÍSTICAS RELATIVAS À REAÇÃO TECIDUAL: INTENSIDADE DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA TECIDUAL DESENCADEADA : ▪ Fios multifilamentares acarretam maior reação tecidual. ▪ Inicia-se com a infiltração de leucócitos na área do trauma cirúrgico e com aparecimento de macrófagos e fibroblastos. ▪ Ao redor do 7º dia, surge um tecido fibroso com processo inflamatório crônico. ▪ Os fios absorvíveis, principalmente os naturais, provocam reações do tipo corpo estranho mais intensas do que os não-absorvíveis. ▪ Os fios absorvíveis sintéticos levam à pequena reação tecidual. ▪ Dentre os não-absorvíveis, náilo, polipropileno e aço inoxidável levam à mínima reação inflamatória nos tecidos. E é mais acentuada com seda, algodão e linho. ▪ A reação persiste até que o fio seja encapsulado (fios não absorvíveis) ou absorvido pelo organismo. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ABSORÇÃO X NÃO-ABSORÇÃO: ▪ Fio absorvível é aquele que se degrada e desaparece no tecido onde foi implantado. ▪ Fio não-absorvível é aquele que se mantém no local onde foi usado, mesmo depois da cicatrização tecidual. ▪ Um fio para sutura deve manter força têncil suficiente até a cicatrização completa do tecido, a partir daí ele não apresenta mais função e deve ser retirado. o Se absorvível, assim que ocorrer a sua absorção, ele para de atuar como corpo estranho, cessando sua possibilidade de propiciar multiplicação de microrganismos A absorção pode acontecer por atividade enzimática ou por hidrólise. ▪ As suturas não-absorvíveis consistem em feixes de materiais que resistem de modo eficaz à absorção, qualquer que seja o meio. ▪ Os materiais não-absorvíveis são encapsulados ou isolados pelos tecidos ao seu redor durante o processo de cicatrização. ▪ O náilon e a seda são fios não-absorvíveis biodegradáveis em cerca de 2-3 anos. POTENCIAL PARA MULTIPLICAÇÃO BACTERIANA: ▪ Todos os fios cirúrgicos diminuem a eficiência dos mecanismos de defesa humanos contra microrganismos. ▪ Os fios multifilamentares permitem o assentamento de bactérias entre seus filamentos e são os que mais propiciam a multiplicação de microrganismos. ANTIGENICIDADE E AL ERGENICIDADE ▪ Fios cirúrgicos manufaturados a partir de polímeros do ácidoglicólico não apresentam proteínas de colágeno, antígenos e pirógenos em sua superfície, e se situam junto ao polipropileno, náilon e aço monofilamentares, como os menos antigênicos e alergênicos. ▪ Os mais antigênicos e alergênicos são o categute simples e o categute cromado. ESTERIL IZAÇÃO: ▪ O fio para sutura deve ser usado dentro do limite estabelecido para a validade e não pode ser reutilizado, sob o risco de transmissão de diversas infecções. PRINCIPAIS TIPOS DE FIOS CIRÚRGICOS FIOS ABSORV ÍVEIS CATEGUTE: ▪ Fio biológico monofilamentar torcido, apresentado sob a forma simples ou sob a forma de cromado (mesmo fio, imerso em soluções com sais de cromo), originalmente formado por fibras colágenas lonitudinais obtidas da submucosa do intestino delgado de ovinos ou da camada serosa intestinal de bovinos. ▪ É cortado em fitas, que são lavadas química e fisicamente, e depois selecionadas de acordo com seu diâmetro. ▪ Depois sofre processo de esterilização por radiação iônica e é armazenado em embalagem hermeticamente fechada, pronta para uso. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ▪ No categute cromado, as fitas são tratadas com compostos crômicos, aumentando as ligações intermoleculares, assegurando sua integridade e a manutenção de sua resistência nos estágios iniciais da cicatrização. ▪ Seu índice de absorção é influenciado pelo tipo de tecido que entra em contato, assim a absorção em membranas serosas e mucosas é mais veloz do que em tecidos musculares. ▪ O categute cromado pode ser usado: o No plano total das anastomoses gastrointestinais em 2 planos. o Na sutura do peritônio. o Na bolsa escrotal e no períneo. o Não deve ser usado no plano aponeurótico ▪ O categute simples pode ser usado: o Sutura peritoneal. o Na bolsa escrotal. o No períneo. o Na reaproximação do tecido muscular e do tecido celular subcutâneo. ▪ Também pode ser usado em ferimentos nas regiões palmares e plantares, com o intuito de orientar a linha de cicatrização. ▪ A resistência tênsil dos fios se esgota totalmente em 7-10 dias (categute simples) e em 15-20 dias (categute cromado), ainda existam resquícios desses fios em até 70-90 dias, respectivamente. ▪ As embalagens deles os mantem imersos em solução alcoólica contendo álcool isopropílico (85- 90%), dietiletanolamina, benzoato de sódio e água, visto que eles se deterioram se mantidos secos. ▪ Devem ser usados logo que retirados da embalagem, com risco de perda de flexibilidade, que pode ser restaurada pela imersão em água destilada estéril ou solução fisiológica. ▪ Características indesejáveis: 1. É o fio que provoca mais intensa reação tecidual inflamatória, interferindo no processo de cicatrização (reação maior com o fio simples). 2. Absorção irregular, imprevisível e variável, pois depende da fagocitose pelos neutrófilos e macrófagos, seguida de digestão pelas enzimas proteolíticas dos lisossomos. 3. É o fio que tem menor força tênsil, exigindo-se o uso de fios com diâmetros maiores e quando embebido nos líquidos tissulares, sua força tênsil fica ainda menor e devido a isso não deve ser usado em pacientes desnutridos, sob o risco de determinar deiscência da ferida. 4. Os nós tendem a afrouxar devido à alta capilaridade que apresenta, além do fato de atrair fluidos para a feridade, a tornando edemaciada. 5. Apresenta força tensil e absorção aumentada na presença de infecção. ▪ Existe um 3º tipo de categute que possui absorção ainda mais rápida: o categute simples que recebe tratamento sob a forma de calor, que mantem sua força tênsil durante apenas 5-7 dias: ÁCIDO POLIGLICÓLICO: ▪ Tem revestimento sintético para favorecer a passagem pelos tecidos e facilitar a realização de nós. ▪ É absorvido por hidrólise química entre 50-70 dias, dependente do nível de umidade tecidual, mas apresenta perda completa da resistência tênsil a partir de 4 semanas. ▪ Vantagens: o Força tênsil inalterada por cerca de 21 dias. o Pequena capilaridade, baixa memória e segurança regular dos nós. o Mínima reação inflamatória tecidual, por não conter proteínas do colágeno, antígenos e pirógenos. ▪ Taxa de infecção menor do que os fitos de categute, constituindo o fio de escolha em feridas infectadas. ▪ Desvantagens: FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO o Flexibilidade regular (apesar de trançado). o Custo elevado. ▪ Preconizado para uso em sutura em praticamente todos os tipos de tecidos: peritoneal, muscular, aponeurótico, subcutâneo e na pele como sutura contínua intradérmica. ▪ Como não tem material proteico, o ácido poliglicólico e a poliglactina 910 não sofrem a ação das enzimas proteolíticas pancreáticas, mas amilase e lipase podem propiciar a sua desintegração, então ambos devem ser evitados em anastomoses sob ação de suco pancreático direto. POLIGLACTINA 910: ▪ Manufaturado a partir de 90% de ácido glicólico e 10% de ácido lático. ▪ É um fio multifilamentar mais flexível e maleável do que o de ácido poliglicólico. ▪ Após 4 semanas, mantém apenas 6% de sua força tênsil. ▪ A associação do ácido lático em sua composição dificulta a penetração de fluidos entre os seus filamentos e possivelmente propicia a ocorrência de resistência tênsil aumentada em relação ao fio de ácido poliglicólico. ▪ É fabricado nas cores branca e violeta, e a violeta não pode ser empregado na pele devido ao risco de levar a processo indesejado de tatuagem. ▪ O fio branco apresenta absorção mais rápida. ▪ Pode se desintegral sob a ação de enzimas pancreáticas, como amilase e lipase, devendo evitar seu uso em anastomoses pancreáticas. POLIGLECAPRONA: ▪ Fio sintético monofilamentar absorvível em moderado espaço de tempo (90-120 dias). ▪ Fácil manuseio, com pouco arrasto tecidual, força tênsil regular com diminuição progressiva a partir de 3 semanas, pequeno fenômeno de memória, segurança regular dos nós e indução de ínfima reação tecidual. ▪ Foi lançado um fio de poliglactina 910 revestido por poliglecaprona, com absorção completa entre 18 e 30 meses e com manutenção da força de tensão em 80%, 60% e 20%, por 3, 6 e 12 meses. POLIDIOXANONA: ▪ Fio sintético monofilamentar absorvível em um longo espaço de tempo e com grande e duradoura força tênsil ▪ Manufaturado a partir da polimerização da paradioxanona. ▪ Força tênsil menor do que as do ácido poliglicólico e poliglactina, mas se mantem durante mais tempo: o Pelo 14º dia de pós operatório 74% de força residual. o No 28º dia, 58%. o 6ª semana, 41%. ▪ Sua absorção completa ocorre em 180 dias (se inicia a partir de 90 dias). ▪ Pequeno grau de reação tecidual, mesmo em presença de feridas infectadas. ▪ É um dos fios que menos interferem na função dos macrófagos. ▪ Boa segurança dos nós, memória baixa, mas seu manuseio não é tão fácil quanto com os fios de ácido poliglicólico, poliglactina e poligliconato. ▪ Pode ser usado em qualquer tipo de anastomose no sistema digestório, incluindo as pancreáticas. POLIGLICONATO: ▪ Fio sintético monofilamentar absorvível por hidrólise em longo espaço de tempo (150-180 dias). FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ▪ É o fio que apresenta melhor e mais duradoura força tênsil e maior segurança em relação aos nós. o 81% no 14º dia. o 59% no 28º dia. o 30% 6 semanas. ▪ Manuseio muito fácil, maior segurança dos nós e leva e pequeno fenômeno de memória, em comparação com os de polidiocanona, poliglactina e ácido poliglicólico. ▪ Indicado para todos os tipos de tecidos, bem como para fechamentos de parede abdominal. ▪ É o fio de mais alto custo. ▪ Os fios de poligliconato, poliglecaprona e polidioxanona atravessamos tecidos com mais facilidade, produzindo menor arrasto do que aqueles de ácido poliglicólico e poliglactina, além de apresentarem menor fenômeno de capilaridade. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO FIOS NÃO-ABSORVÍVEIS: SEDA: ▪ Fio biológico multifilamentar trançado não absorvível fabricado a partir do casulo da larva do bicho-da-seda e corado de preto. ▪ Fácil manuseio, flexível, pequena memória e força tênsil que decai muito lentamente (30-40% em 6 meses). ▪ É recoberto por ceras, resinas ou outo revestimento similar, visando a não provocar arrasto e floculação nos tecidos. ▪ Seus nós se ajeitam facilmente e são seguros. ▪ Possui resistência superior à dos fios de algodão e linhoe mais inferior à dos fios não-absorvíveis sintéticos. ▪ Provoca grande reação inflamatória e pode potencializar processos infecciosos. ▪ Pode ser usada em suturas gastrointestinais e para ligadura de vasos sanguíneos. ▪ Vantagem -> baixo custo, junto ao linho e algodão, mas o uso desses fios vem diminuindo, dando lugar aos fios sintéticos. ▪ Sofre biodegradação em torno de 2 anos ALGODÃO: ▪ Fio biológico multifilamentar torcido não- absorvível fabricado a partir do algodão - Bem flexível. ▪ Possui as mesmas características do fio de seda, mas tem menos resistência e maior tendência à floculação. ▪ Os fios de algodão e linho ganham 10% de força tênsil quando umedecidos. ▪ O algodão leva a grande reação tecidual, porque ao se desfiarem, as fibras separadas aumentam a resposta tecidual global. ▪ É de fácil manuseio, seus nós são seguros, propicia baixa memória, mas com grande efeito de capilaridade; ▪ É de baixo custo -> Usado em vários procedimentos, como anastomoses gastrointestinais realizadas em 2 planos, ligadura de vasos sanguíneos e nas camadas aponeuróticas, mas devido as diversas desvantagens, tende ao desuso. ▪ Não deve ser usado em feridas contaminadas por mostrar maior tendência para o desenvolvimento de abcessos pela nidificação de bactérias entre suas fibras LINHO: ▪ Fio biológico multifilamentar não-absorvível; ▪ Ganha mais resistência quando umedecidos (como o algodão) com solução fisiológica antes de seu uso, mas com grande efeito de capilaridade. ▪ Propicia o assentamento bacteriano e pode formar pequenos focos de abscessos situados superficialmente na ferida, fazendo saliência na pele e formando pequenos seios que não cicatrizarão até que o fio de sutura seja removido. ▪ Mesmas vantagens e desvantagens do fio de algodão, tendendo também ao desuso. NÁILON: ▪ Fio sintético, polímero de poliamida, monofilamentar ou multifilamentar trançado, não- absorvível. ▪ Bem tolerado pelo organismo com pequena reação tecidual - Boa e duradoura força tênsil. ▪ Pouca ou nenhuma ação de capilaridade (a forma multifilamentar possui alto efeito de capilaridade). FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ▪ Apesar de classificado como não-absorvível, sofre degradação e algum grau de absorção em torno de 2 anos, e apresenta força tênsil decrescente a partir de 6 meses. ▪ A forma multifilamentar trançada é menos usada do que a monofilamentar. Apesar de ter menor efeito de deslizamento e ser mais maleável, seus nós apresentam tendência a se soltarem. ▪ A forma monofilamentar desliza com grande faliciliade pelos tecidos (pequeno arrasto tecidual). Mas entre suas características indesejáveis, destaca-se: 1. É um fio muito escorregadio, com os nós podendo desfazer facilmente, a menos que use muitos seminós para formar os nós, o que aumenta a quantidade de corpo estranho na ferida. 2. É rígido, pouco flexível, com alta memória. ▪ Pode ser encontrado nas cores preta, verde e azul, além da incolor - Pode ser usado em quase todos os tipos de tecidos. POLIPROPILENO: ▪ Fio sintético, fabricado com propileno polimerizado monofilamentar, não-absorvível. ▪ Extremamente liso, com coeficiente de atrito muito baixo, o que permite suave passagem pelos tecidos - Pode ser usado mesmo em áreas infectadas. ▪ Promove mínima reação tecidual e resistência imutável ao longo dos anos, porém propicia alto fenômeno de memória. ▪ Boa plasticidade, mas com elasticidade restrita -> excelente fio para implantes de próteses cardíacas e anastomoses vasculares, mantendo sua força tênsil por tempo indefinido. ▪ Encontrado nas cores azul e incolor -> Pode ser usado em quase todos os tipos de tecidos, e é considerado ideal para os chuleios intradérmicos. ▪ É um fio mais dispendioso do que o náilon monofilamentar, o que deve ser levado em consideração. POLIÉSTER: ▪ Fio sintético multifilamentar não-absorvível fabricado com fibras de poliéster trançadas. ▪ Pode ser sintetizado sem qualquer revestimento, tendendo a cortar suavemente ao passar pelos tecidos, ou com revestimentos de teflon, silicone e polibutilato (com 1 ou 2 agulhas), que não levariam a esse efeito indesejável. ▪ O fio de poliéster é o mais forte de todos os fios, exceto o de aço. ▪ Determina pouca reação tecidual -> é de excelente escolha para o fechamento de aponeuroses, pela sua resistência e integridade duradouras. ▪ Precisa em torno de 5 seminós para os tornar seguros. ▪ Média intensidade de fenômeno de memória. POLIETRAFLUOROETILENO: ▪ Fio sintético monofilamentar não-absorvível. ▪ De uso mais recente devido a mínima reação tecidual que acarreta, levando a bons resultados - Não é muito usado em nosso meio. AÇO: ▪ Fio mono ou multifilamentar torcido ou trançado. ▪ É o fio de maior força tênsil existente e o que provê menor reação tecidual. ▪ É pouco flexível e pouco maleável, sendo desconfortável para o paciente e para o cirurgião, furando seguidamente as luvas cirúrgicas e ocasionando ferimentos. ▪ Os nós comuns com esse fio não são possíveis, sendo então fixados por meio de torção FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ▪ longitudinal de suas extremidades com o uso de pinças. ▪ Muitas vezes tem que ser retirados por fazer muito volume e causar dor na parede abdominal, incomodando os pacientes. E quando há infecção, também devem ser retirados. ▪ Pode ocasionar necrose se o nó estiver muito apertado ▪ Não é muito durável, se fragmentando precocemente nos tecidos. ▪ Uma de suas poucas indicações para uso é em algumas operações ortopédicas, pois se dá muito bem para a síntese óssea. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ESCOLHA DO FIO CIRÚRGICO ▪ Características ideais: 1. Ser flexível. 2. Mostrar grande resistência à tração e à torção. 3. Ter fácil manuseio. 4. Apresentar calibre fino e regular. 5. Proporcionar facilidade para o nó cirúrgico 6. Desencadear pouca reação tecidual. 6. Ser facilmente esterilizável. 7. Não servir como nicho para o assentamento de infecções. 8. Ter baixo custo. ▪ Os fios devem ser escolhidos de acordo com cada situação e com as características e propriedades que apresentam -> fio que proporcione um apoio mecânico adequado capaz de preservar a força de uma ferida até que tenha suficiente cicatrização para suportar qualquer estresse ou sobrecarga. ▪ Devemos estar atentos para 2 situações principais: 1. Em tecidos que cicatrizam lentamente, como pele, fáscia e tendões, devem ser usados fios não-absorvíveis ou absorvíveis em longo espaço de tempo (até 6 meses). 2. Em tecidos que cicatrizam rapidamente, como estômago, intestino e bexiga, podem ser empregados fios absorvíveis em médio espaço de tempo. ▪ Suturas em tecidos potencialmente contaminados devem ser realizadas com fios absorvíveis ou não- absorvíveis monofilamentares;▪ O melhor fio é aquele que: o Apresenta maior força tênsil, permitindo que seja usado com menor diâmetro. o Propricia menor arrasto tecidual. o Permite nós cirúrgicos seguros, com mínimo fenômeno de deslizamento e memória. o Produz menor grau de reação inflamatória tecidual. o Propicia menor multiplicação de microrganismos. o É o de mais baixo custo. PADRONIZAÇÃO DE CORES PARA EMBALAGENS DE FIOS CIRÚRGICOS: ▪ A condificação universal para referência visual é aplicada tanto aos invólucros internos quanto nas caixas que os contém para rápida identificação entre os diversos fios cirúrgicos. AGULHAS CIRÚRGICAS ▪ As mais resistentes são fabricadas com puro aço inoxidável de alta qualidade, afiadas o bastante para penetrarem no tecido com trauma mínimo, e rígidas o suficiente para resistirem à curvatura. Também devem apresentam maleabilidade que permita seu arqueamento antes de quebrarem. ▪ A escolha da agulha deve levar em consideração a espessura e tipo de tecido em que será usada, a localização, o tamanho da sutura, a acessibilidade e a preferência do cirurgião. ▪ Aponeurose e pele -> agulas muito mais robustas do que o peritônio e o tecido muscular. ▪ Variações: 1. Terminação 2. O corpo 3. A ponta; ▪ As agulhas podem apresentar braço único (uma única agulha no fio) ou duplo (duas agulhas no fio, uma em cada extremidade). FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ▪ As duplas são usadas principalmente para anastomoses vasculares. HASTES OU CORPOS DAS AGULHAS: ▪ As agulhas podem ser retas ou curvas e o seu corpo pode ser arredondado, triangular ou achatado - Dentre as curvas, com regra geral, seguem a circunferência de um círculo e podem se constituir em apenas um pequeno arco ou mais da metade da circunferência. ▪ A agulha reta somente é usada na pele, sendo segura por 3 dedos (dedos indicador e médio de um lado e polegar do outro). ▪ Há um 3º tipo de agulha, chamada mista ou semicurva, que apresenta uma haste reta com extremidade curva. ▪ Dentre as curvaturas, a escolha deve ser daquela que permite maior acessibilidade em um determinado campo operatório. o 1/4 e 3/8 de círculo são usadas para procedimentos operatórios superficiais. o ½ e 5/8 de círculo se prestam à profundidade das feridas e das cavidades corpóreas por permitirem, por movimentos de pronação do punho, rotação mais fácil e segura do porta- agulhas. PONTAS DAS AGULHAS: ▪ Comumente são apresentadas em 8 tipos diferentes: 1. Cortante. 2. Cortante convencional ou triangular. 3. Cortante invertida ou triangular inversa; 4. Espatular ou hexagonal. 5. Romba. 6. Afilada ou cilíndrica. 7. Em lanceta. 8. Com ponta de precisão ou de diamente. ▪ Quanto ao formato de seu corpo e ponta, os tipos mais usados são: 1. Cilíndricas ou redondas -> com secção circular – penetram nos tecidos por divulsão, de forma atraumática; são usadas em suturas delicadas como no tubo digestório e vasos sanguíneos. 2. Triangulares e espatuladas -> com arestas cortantes e que ao penetrarem nos tecidos seccionam suas fibras; são empregadas em estruturas mais resistentes, como aponeurose e pele. 3. Mistas com corpo cilíndrico e ponta triangular. FIOS PARA SUTURA MILENA BAVARESCO ORIFÍCIOS OU OLHOS DAS AGULHAS: ▪ Presentes nas agulhas reutilizáveis. ▪ Podem ser únicos ou duplos, com 3 tipos principais: 1. Elíptico. 2. Quadrado. 3. Francês. ▪ Os fios são montados nessas agulhas levando a maior traumatismo tecidual. ▪ Um 4º tipo de orifício é usado nas agulhas de uso único e é dito atraumático. ▪ Algumas agulhas apresentam o princípio da liberação controlada, que facilita a sua separação do fio quando desejada. Sem alterar as propriedades de preensão, uma discreta e firme pressão em sentido reto no porta-agulha irá promover a liberação do fio. o Essa característica permite a realização de uma extensa linha de sutura interrompida, com mais rapidez e sem perda da qualidade. AGULHA DE DESCHAMPS: ▪ É uma agulha acoplada a uma haste, com pontas relativamente rombas, em que o fio é posicionado em sua extremidade, passado sob a estrutura desejada e depois retirado da agulha, para que se realize o nó cirúrgico. ▪ São apresentados com extremidades curvas para a direita e para a esquerda, conforme o que se deseja realizar, sendo usados durante procedimentos operatórios em diversas especialidades. ▪ São muito uteis na confecção de nós provisórios, temporários ou falsos, como nas ligaduras temporárias das artérias tireóideas inferiores, durante uma tireoidectomia subtotal.
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