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Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica Fios de sutura São materiais utilizados para manter os tecidos unidos até que a cicatrização esteja completa, além disso, também são utilizados para ligar vasos sanguíneos e fazer anastomoses. Finalidade ® Síntese cirúrgica (sutura) ® Ligadura dos vasos ® Apresentação do campo cirúrgico (quando não tem a pinça de campo): o Fixação de campos o Pontos de reparo em bordas Características dos fios ® Memoria ® Manipulação ® Reatividade tecidual ® Origem ® Capilaridade ® Cor ® Absorção ® Diâmetro ® Força de tensão ® Coeficiente de fricção ® Segurança do nó ® Elasticidade Obs.: não precisa saber quais são as características, mas sim as que diferem um fio do outro. Fio ideal 1. Resistente a trações e torções (Se tracionar ele não quebra e se rodar ele não rompe); 2. Flexível e ao mesmo tempo não elástico (Puxa o fio e ele acompanha a tração); 3. Fácil manuseio, nó fácil e firme (Consegue manipular muito bem/facilmente o fio e não solta facilmente); 4. Não facilite infecção e permaneça estável em sua presença; 5. Desperte pouca reação do organismo (Fio tem que ser de preferência inerte, não vai dar reação inflamatória no paciente); 6. Não alergênico e não mutagênico (Não cause alergia e nem câncer no paciente); 7. Fácil esterilização; 8. Baixo custo. Classificação Quantidade de Filamentos: ® Monofilamentares (Só possuem um filamento, sendo menos maleáveis. Apresentam menor potencial infeccioso); ® Multifilamentares (Vários filamentos que são torcidos ou entrançados entre sim, fazendo com que o fio tenha mais flexibilidade e seja mais fácil de manusear. No entanto, provocam mais traumas e são ásperos ao passarem pelos tecidos. Além disso, eles são mais suscetíveis a ruptura). Presença de Agulhas: ® Agulhados (90% dos fios); ® Não Agulhados (Raro). Origem: ® Sintética; ® Natural (Animal, vegetal e mineral). Durabilidade (Quanto tempo o fio dura dentro do paciente): ® Absorvíveis (É absorvido até 180 dias): fios e agulhas Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica o Curtíssimo espaço de tempo (7-10 dias); o Curto espaço de tempo (15-20 dias); o Médio espaço de tempo (60-90 dias); o Moderado espaço de tempo (90-120 dias); o Longo espaço de tempo (90-180 dias). ® Inabsorvíveis (Só é absorvido após 180 dias) Biodegradáveis ou não. Reação Tissular (Pode causar uma reação inflamatória ou não): ® Desprezível; ® Mínima; ® Moderada. Obs: fio multifilamentado existe risco alto de ocorrer infecções no local. Memória (Capacidade do fio voltar à sua posição inicial após serem manuseado e deformado relacionando-se com a plasticidade e com a elasticidade): Obs1: a plasticidade refere-se à possibilidade de expansão quando submetido à tração. Quanto mais estirado, menor a tendência ao retorno a sua forma original; Obs2: a elasticidade é a capacidade de retornar à forma e comprimento originais quando estirado. Ex: Náilon. ® Desprezível; ® Baixa; ® Moderada; ® Alta; ® Bastante Alta. Espessura (É medida de acordo com a força que o fio consegue suportar): ® Fios de maior diâmetro (1,2,3,4,5 e 6) e de menor diâmetro (00 ou 2-0, 000 ou 3-0, 4- 0, 5-0). Esses fios de menor diâmetro são utilizados em microcirurgia e os de maior diâmetro para a síntese de tecido ósseo. O aumento diâmetro também aumenta a força de resistência tênsil. Obs: varia com a quantidade de “0”. Quanto mais zero tem do lado esquerdo menor o diâmetro (mais fino) e quanto menos zero do lado direito maior o diâmetro (mais grosso, consegue suportar maior força tênsil Fios absorvíveis Categute simples e cromado ® É um fio biológico que conforme o tempo de absorção por fagocitose pode ser simples ou cromado (recebe uma camada de bicromato de potássio). Os que possuem absorção mais rápida, são em torno de 8 dias, e estes de absorção mais lenta, em torno de 20 dias. Possuem baixo custo; ® Menor força tênsil; ® São de fácil manipulação, não devendo ser empregados em suturas superficiais, pois possuem grande permeabilidade. Provocam uma forte reação inflamatória ao seu redor, principalmente no simples; ® Indicações categute simples: sutura peritoneal, na bolsa escrotal, no períneo e na reaproximação do tecido muscular e do tecido celular subcutâneo; ® Indicações categute cromado: anastomoses intestinais, sutura peritônio, na bolsa escrotal e no períneo; ® Desvantagens do simples: maior reação inflamatória, não usar sob tensão ou em tecidos com cicatrização lenta (pele), muita memória, quebradiço se ressecado; ® Categute cromado: mais resistente que o simples, menor reação inflamatória, reabsorve em 90 dias e possui bom nauseio. As desvantagens são: escorrega e enfraquece (molhado) e reação inflamatória que provoca irregularidade na absorção. Vicryl ® Hidrolisa-se e é completamente absorvido em torno de 60 a 90 dias; ® Comumente encontrado na cor violeta, podendo ser branco também; ® É utilizado em cirurgias gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação do tecido celular subcutâneo; ® Ácido Poligaláctico: sintético, trançado, violeta; ® Resistência tênsil: 28 a 35 dias; ® Vantagens: fácil manuseio, segurança de nós e baixa reação tecidual; ® Desvantagem: custo elevado. o Vicryl Rapide: É parcialmente hidrolisado, em 5 dias reduz 50% da força tênsil e a absorção é em 7-14 dias; o Vicryl Plus: É envolvido com uma camada de triclosan (efetivo contra S. aureus, S. epidermidis, MRSA e MRSE). Monocryl e Caprofyl ® Fio sintético monofilamentar absorvível em moderado espaço de tempo (90 a 120 dias); ® Apresenta fácil manuseio, com pouco arrasto tecidual, força tênsil regular (diminui progressivamente a partir de 3 semanas), pequeno fenômeno de memória, segurança regular dos nós e indução de pouca reação tecidual; ® Força tênsil: 21 a 28 dias (boa segurança); ® Absorção: hidrolise - 90 a 120 dias; ® Indicado tecidos de médio tempo de suporte: subcutâneo; ® Não deve ser utilizado: cardiovascular, neuro, oftalmologia. Dexon Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica ® Só é utilizado na forma multifilamentar, sendo de fácil manuseio; ® É absorvido por hidrólise química entre 50-70 dias, dependente do nível de umidade tecidual, mas apresenta perda completa de resistência tênsil a partir de quatro semanas; ® Vantagens: força tênsil praticamente inalterada por cerca de 21 dias, pequena capilaridade, baixa memória e segurança regular dos nós, mínima reação inflamatória tecidual e taxa de infecção menor; ® Desvantagens: flexibilidade é apenas regular e apresenta custo elevado; ® Indicação: sutura em praticamente todos os tecidos (peritoneal, muscular, aponeurótico, subcutâneo e pele). PSD ® Fio sintético monofilamentar absorvível em um longo espaço de tempo e com grande e duradoura força tênsil; ® Grande flexibilidade (maior que Dexon, Vicryl ou polipropileno); ® Sutura: tendões, capsula articular e parede abdominal; ® Degradação: hidrólise em 180 dias (> lenta que o Dexon e o Vicryl); ® Força tênsil: 60 a 90 dias; ® Desvantagem: difícil manuseio e elevado custo; ® Indicação: sutura de tendões, cápsulas articulares e fechamento de parede abdominal. Maxon ® É monofilamentado, muito fácil manuseio e maior segurança dos nós; ® Absorvível por hidrólise em longo espaço de tempo 150-180 dias; ® Pouca reação tecidual; ® Mais duradoura força tênsil; ® Indicação: Todos os tecidos, anastomoses e todos os planos de parede abdominal; ® Fio de mais alto custo. Fios não absorvíveis Seda ® Fio biológico multifilamentar trançado não- absorvível, obtida da larva do bicho da seda; ® É fácil de manusear, flexível, apresenta pequena memória e força tênsil que decai lentamente; ® Possui nós que se ajeitam facilmente e são seguros. Possuiresistência superior às de algodão e linho; ® Provoca grande reação inflamatória, potencializando processo infecciosos; ® Indicações: cirurgia oftálmica e microcirurgia; ® Força tênsil: 1 a 2 anos (irregular); ® Vantagens: barato, excelente manuseio, nós seguros; ® Desvantagens: mais reação tecidual que outros não absorvíveis. Pode servir de "nidus ou fontes" no sistema urinário (formação de cálculos), ou promover úlceras na luz de órgãos do sistema gastrintestinal. Algodão ® Fio biológico multifilamentar torcido não absorvível, fabricado a partir das fibras vegetais do algodão; ® É bem flexível, maleável e agradável ao tato, propiciando um nó forte; ® Caso utilizado em um local contaminado pode perpetuar um processo infecioso; ® Propicia baixa memória, mas com grande efeito de capilaridade; ® É um fio de baixo custo, sendo muito utilizado em anastomoses gastrointestinais, ligadura de vasos sanguíneos e nas camadas aponeuróticas (recobre as vísceras abdominais); ® Vantagens: macio, fácil manipulação, forte que produz nós firmes; ® Desvantagens: transportar germes por capilaridade quando em tecido úmido. Mersilene, Ethibond ® O fio mais forte, tirando o de aço, composto por poliéster não revestido; ® Apresenta força tênsil elevada e constante; ® Bom manuseio, realização segura de nó para fixação; ® Desperta pouca reação tecidual; ® Excelente para sutura de aponeurose, tendões e vasos. Mononylon ® Sintético, mono ou polifilamentar; ® Bem tolerado pelo organismo devido à pequena reação tecidual que acarreta, obtidos de manômeros de poliamida; ® Apresenta boa e duradoura força tênsil, e pouca ou nenhuma ação de capilaridade (exceto na forma multifilamentar que é menos utilizada); ® Embora seja classificado com não absorvível, na verdade esse fio sobre degradação e grau de absorção em torno de dois anos, apresentando força tênsil decrescente a partir de seis meses; ® Desvantagens: fio escorregadio, rígido, pouco flexível, com alta memória; ® Boa elasticidade, memória (3 a 4 nós). É biologicamente inerte, apresentando pouca reação; ® Degrada-se 20% ao ano, devido a enzimas e o metabolismo. Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica Prolene ® Sintético, derivado do polímero do propileno (propano). Tem a coloração azul, possui um lubrificante natural, tendo ótimo deslizamento nos tecidos; ® É extremamente liso, com coeficiente de atrito muito baixo, permitindo que ele passe suavemente entre os tecidos e seja facilmente removível; ® É praticamente inerte, promovendo mínima reação tecidual, além de resistência imutável ao longo dos anos, porém possui alto fenômeno de memória; ® Alta resistência tênsil, elasticidade, mínimo de reação tissular; ® Ótimo deslizamento nos tecidos; ® Suturas contínuas: vascular e intradérmica; ® Vantagens: retém tensão de estiramento após implantação nos tecidos, não é enfraquecido pelas enzimas teciduais: por isso usado em sutura cardiovascular. Grande flexibilidade: recomendado p/ tecidos com capacidade de elongação (pele e músculo cardíaco). Menor potencial de contaminação; ® Desvantagens: escorregadio, necessidade de múltiplos nós. Aciflex (Aço) ® Fio mono ou multifilamentar torcido ou trançado que possui uso muito restrito na atualidade, pois possui alta resistência e difícil manuseio; ® É o fio de maior força tênsil existente e o que possui menor reação tecidual. Além disso, é pouco maleável, sendo desconfortável para o paciente e para o médico; ® Apesar de ser um fio forte, ele não dura muito, fragmentando-se nos tecidos; ® Indicação: esternorrafia (sutura do esterno), ortopedia (bandas de tensão) Escolha do fio Ao longo do tempo a resistência tênsil do fio tem que ser proporcional a velocidade de cicatrização do tecido. Agulhas As agulhas cirúrgicas acompanham o fio, existem vários tipos, desenvolvidas a partir de aço inoxidável ou de material de carbono ou ferro e são utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar, servindo de guia aos fios de sutura. Além disso, elas podem ser cilíndricas (maior corte) ou triangulares. Podem ter diferentes diâmetros, curvaturas e braço único (uma única agulha no fio) ou duplo (duas agulhas no fio, uma em cada extremidade). O diâmetro delas varia de 30u (0,001 polegada), para uso em microcirurgia, a 56000u (0,45 polegada), para uso em sutura óssea. Partes da agulha ® Ponta ® Corpo ® Fundo ou olho Tipos de agulha Traumáticas: Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica ® Trauma tecidual maior devido à diferença de diâmetros entre a ponta e o corpo da agulha e o fio; ® Tecidos densos (pele) – Agulha triangular com ponta cortante. Atraumáticas: ® Fio montado de mesmo diâmetro da agulha (orifícios de entrada e saída uniformes); ® Estruturas delicadas (artéria) – Agulhas cilíndricas com ponta romba. Seleção da agulha Fatores: ® Acessibilidade do tecido a ser suturado: curvatura; ® Tipo de Tecido: traumática (Agulha cilíndrica com a ponta romba com o fio do mesmo diâmetro da agulha) x Atraumática (agulha com diferença de diâmetro entre agulha e fio); ® Diâmetro de fio de sutura. Tempos cirúrgicos ® Diérese: Momento de rompimento dos tecidos por meio de objetos cortantes; ® Exérese: Nem sempre tem; ® Hemostasia: É o processo pelo qual se detém o processo de sangramento ocasionado pela diérese; ® Síntese: Aproximação correta dos tecidos, visando apressar o processo de cicatrização. É o último tempo da cirurgia. Síntese Consiste na aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados, para que se mantenha a continuidade dos tecidos, para facilitar o processo de cicatrização. O material da síntese deve resistir à tração e tensão sofrida pela ferida e é representado pelos fios de sutura, primeiramente, tendo sua função substituída pela própria cicatriz. Síntese x Sutura ® Síntese = Aproximar bordas; ® Com sutura (Ultrapassam a linha da diérese): - Manual - Mecânica ® Sem sutura (Não ultrapassam a linha da diérese): - Adesivos (“Pontos Falsos”) - Próteses (Osteosínteses) Classificação das suturas ® Profundidade: superficial ou profunda ® Planos: total (todos os planos englobados – não é o ideal), por planos (separadamente – ideal) ® Sequencia: continua ou descontinua ® Posição: plana, evertida (elevada) ou invertida (deprimida) Princípios da síntese ® Antissepsia e Assepsia: Uma vez que a infecção promove desvios na cicatrização, podendo causar danos; ® Hemostasia Adequada: Deve ser completa e suficiente; ® Material Apropriado (Instrumental e fio): ® Pinças: - Dente de rato - Anatômica ® Manuseio correto: Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica ® Porta agulhas: o Mayo e Hegar o Mathieu o Confrontamento anatômico – plano por plano o Técnica perfeita o Boa vitalidade tecidual o Boa nutrição e hidratação do paciente Conceitos técnicos básicos ® Simetria: largura e profundidade ® A quantidade de pontos depende da tensão localizada o tecido Suturas descontinuas Nas suturas com pontos separados, ao contrário das contínuas, o eventual afrouxamento ou quebra de um nó não interfere no restante da linha de sutura, além da deposição de menor quantidade de materiais de sutura nas feridas. Também, por não serem tão impermeáveis quanto as suturas contínuas, podem permitir a drenagem de pequena quantidade de secreção eventualmente acumulada, o que pode ser vantajoso, por exemplo, quando mais em uma sutura de pele. Contudo, em algumas situações, quanto mais impermeável é a sutura, melhor, como aquelas realizadas em vísceras ocas. Sua maior desvantagem é ser mais trabalhosa e mais demorada do que as suturas contínuas. Mesmo quando utilizados pontos não-absorvíveis, estes não diminuem o diâmetro ou o comprimento das estruturassuturadas e permitem o crescimento do tecido entre os pontos, o que favorece sua utilização, por exemplo, em suturas vasculares realizadas em crianças. Vantagens: ® Afrouxamento ou quebra de um nós não afeta o restante da sutura; ® Não tão impermeável – permite drenagem; ® Menor reação de corpo estranho – menor quantidade de fio interior dos tecidos; ® Menos isquemiantes aos tecidos. Desvantagens: ® Mais trabalhosa e demorada; ® Consome mais fio. Tipos: ® Ponto Simples: É um dos mais utilizados, sendo considerado ponto universal. É ótimo para sutura de pele. ® Ponto em U vertical ou longe-longe-perto-perto (Donatti): É a associação de dois pontos simples. Cada lado da borda é perfurado duas vezes. A primeira transfixação ocorre há até 10mm da borda e inclui pele e camada superior do subcutâneo. A segunda perfuração é transepidérmica, há cerca de 2mm da borda. Esse ponto é também conhecido como “longe- longe, perto-perto”. É um ponto que promove boa hemostasia, sendo mais utilizado quando há hemorragia subdérmica e dérmica. Reduz tensão e promove boa coaptação das bordas, evitando sua invaginação, entretanto, o resultado estético é inferior. o Redução de espaço morto; o Bordas evertidas; o Maior resistência. ® Ponto em X (Sultan): Executado para que fique duas alças cruzadas. Esse ponto aumenta a superfície de apoio de uma sutura para hemostasia ou aproximação. É usado em Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica fechamento de paredes e suturas de aponeurose, músculos, e até em couro cabeludo. o Para tecidos muito resistentes e tensos; o Hemostasia importante; o Oclusão de pequenos orifícios. ® Ponto colchoeiro (Wolff ou U horizontal): É semelhante ao Donatti, diferindo na posição horizontal das alças. É usado para produzir hemostasia e em suturas com alguma tensão (como cirurgia de hérnias, suturas de aponeurose), que impede a coaptação perfeita das bordas. o Bordas evertidas; o Opção para bordas friáveis. ® Ponto Halstead o Ponto em U vertical invertido; o Aproximar subcutâneo; o Ideal para reduzir tensão sutura da pele; o Reduzir seroma/hematoma. ® Ponto lembert: o Ponto em U vertical superficial; o Ponto invaginante (bodas invertidas); o Utilizada em anastomose intestinal. ® Ponto polia o Opção para áreas de grande tensão; o Grande quantidade de fio internamente. Suturas continuas As suturas contínuas são mais rápidas e hemostáticas, mas apresentam alguns inconvenientes: utilizam quantidade maior de fios, o que pode favorecer a reação tecidual, além do fato de que, se uma única laçada se solta (ou se parte), pode ocorrer a deiscência total da ferida. Os principais tipos de suturas contínuas são: (1) chuleio simples (sutura de peleteiro); (2) chuleio ancorado (ou festonado); (3) em barra grega contínua (sutura de colchoeiro); (4) em bolsa; (5) perfurante total invaginante ou de Connel-Mayo; (6) perfurante parcial invaginante ou de Cushing; (7) total não-invaginante ou de Schmieden; (8) total não invaginante ancorada ou de Cúneo; (9) recorrente ou de Smead-Jones; e (10) intradérmica longitudinal. ® Chuleio simples (sutura de peleteiro): consiste no tipo de sutura de mais fácil e rápida execução, sendo aplicada em qualquer tecido com bordas não muito espessas e pouco separadas. É realizada pela aposição de uma sequência de pontos simples com a direção oblíqua da alça interna em relação à ferida. É bastante utilizada para sutura em crianças de difícil controle emotivo. Técnica: o chuleio simples se inicia com um ponto simples comum de fixação inicial. Feito isto, insere-se a agulha sequencialmente, sempre avante. Procede-se, então, com uma sucessão de pontos que unem as bordas da ferida, com um único fio fixado por um ponto simples no extremo Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica proximal da ferida e outro, aplicado ao final da sutura, na outra extremidade. ® Chuleio acorado (ou festonado): consiste na realização de um chuleio simples, em que o fio, depois de passado no tecido, é ancorado, sucessivamente, na alça anterior ou a cada quatro ou cinco pontos. Seu uso vem diminuindo na atualidade. ® Em barra grega (Sutura em “U” contínuo/horizontal ou sutura de colchoeiro): é formada por uma série de pontos em “U” horizontais. Pode ser empregada em diversos planos teciduais. Na pele, pode ser utilizada como sutura intradérmica ou transdérmica. ® Sutura intra-dérmica longitudinal: consiste numa sequência de pontos simples longitudinais alternados, por dentro das bordas da pele (inserindo a agulha apenas no plano subcutâneo), resultado em uma excelente coaptação das bordas, o que lhe confere um excelente resultado estético. É bastante utilizado nas cirurgias plásticas. Técnica: ela é iniciada com a introdução da agulha no ângulo proximal da ferida, linearmente à incisão (preconiza-se que os nós dados nos extremos da ferida sejam feitos apenas depois de verificada a eficácia da sutura). O restante dos pontos se realiza passando o fio, alternadamente, pelas duas bordas subcutâneas da ferida, em sentido horizontal, de uma borda para outra, avançando ao longo da mesma. Finaliza dando- se os nós em ambos os extremos da ferida. OBS1: Nó em roseta. Especialmente utilizado para ancorar as extremidades de fios em suturas intra- dérmicas, servindo como apoio à linha de sutura; é frequentemente realizado com o auxílio da extremidade de um instrumento cirúrgico. É confeccionado a partir da rotação de uma extremidade do fio em torno das presas do porta- agulha, o qual realiza a preensão da parte proximal deste mesmo seguimento e o traciona por dentro da alça anteriormente formada. Forma-se um semi-nó de contenção em alça, a maia distância entre a ponta do porta-agulha e a ponta fixa do fio. Retirada dos fios de sutura cutânea Os fios de sutura cutânea deverão ser mantidos apenas enquanto exercem a função de manter a aproximação das bordas teciduais. É totalmente irreal a fixação exata de prazos para a sua retirada, haja vista a grande variação apresentada no mecanismo de cicatrização, que obedece a inúmeros fatores extremamente individualizados. Limitaremos, aqui, a apresentar algumas orientações gerais: ® Feridas edemaciadas ou isquemiadas provavelmente apresentam alguma complicação e devem ser corretamente investigadas; ® Após a retirada dos pontos, deve-se aconselhar aos pacientes evitar movimentos bruscos ou a extensão exagerada da área onde foi realizada a sutura; Kamilla Galiza / 5º Período / Clínica Cirúrgica ® Nas áreas de grande movimentação, em que a linha de sutura fica exposta a grande tensão (por exemplo, joelho, cotovelo, punho, bem como em qualquer outra região mais próxima de articulações), as suturas cutâneas devem ser retiradas tardiamente. ® Em feridas mais extensas, recomenda-se, inicialmente, a retirada alternada dos pontos (10 a 15 dias), completando-se (o restante) alguns dias depois. Essa prática evita que ocorram deiscências parciais ou totais no plano cutâneo. Em pacientes mais idosos, é prudente se aguardar tempo um pouco maior do que em pacientes jovens; ® Em qualquer situação, entretanto, é a experiência do cirurgião que determinará a época oportuna para a retirada dos fios cutâneos.
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