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Petição NPJ - Embargos de Terceiros - Pablo Neves Chaves

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EXCELENTÍSSINO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA– PR
A advocacia não é profissão de covardes
- Sobral Pinto
ROSA, nacionalidade, casada, exercendo a profissão de, devidamente inscrita no CPF/MF nº, CIRG nº, residente e domiciliada à Rua, nº, bairro, na cidade de Londrina-PR, CEP, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com fulcro nos arts. 319, 674 e 676, todos do Código de Processo Civil, os presentes:
EMBARGOS DE TERCEIROS
Em face de CRISTIANO, menor impúbere, neste ato representado por sua genitora MARGARIDA, nacionalidade, estado civil, exercendo a profissão de trabalhadora rural, devidamente inscrito no CPF/MF nº, CIRG nº, residente e domiciliado à Rua, nº, bairro, na cidade de Londrina-PR, CEP.
1- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Nos termos do art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil a Embargante afirma, para os devidos fins e sob as penas da Lei, não possuir condições de arcar com o pagamento das custas e demais despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, pelo que requerer o benefício da gratuidade da justiça.
Junta à presente comprovante de isenção de imposto de renda e informa que possui renda mensal de aproximadamente R$ XXX. 
2- DOS FATOS
A Embargante é casada com Francisco em regime de comunhão parcial de bens há quase 30(trinta) anos. Ocorre que seu marido Francisco foi intimado da decisão que penhorou o imóvel em que vivem juntos, mas o mesmo se manteve inerte, ou seja, tomou conhecimento da intimação e não tomou providência alguma sobre tal situação.
Entretanto, o imóvel penhorado era de propriedade do genitor da Embargante, tendo ela adquirido a propriedade por herança, há aproximadamente 9(nove) anos, após o falecimento de seu pai. 
Em prosseguimento, foi realizada a avalição do imóvel, no valor equivalente a R$300.000,00 (trezentos mil reais) e, ante o silêncio de Francisco, o Juízo determinou que o imóvel fosse levado a leilão, sendo que Francisco foi devidamente intimado e nada fez a respeito, ocorrendo assim o leilão e bem sendo arreatado, ficando apenas pendente de assinatura da carta de arrematação de tal imóvel.
A Embargante foi pega de surpresa, só tomando conhecimento que a sua casa seria leiloada às vésperas da hasta/leilão.
Ocorre Excelência, que a Embargante e seu cônjuge encontram-se em profunda dificuldade financeira, pois toda a safra da qual retiram o sustento da terra fora consumida pelo fogo, que possivelmente foi causado por grileiros que invadiram a mata nativa vizinha de sua propriedade. Diante do ocorrido, registraram um boletim de ocorrência de nº, ora em anexo, bem como a situação foi noticiada em várias mídias da região, (prints em anexo). 
3- DOS DIREITOS
Os Embargos de Terceiros são cabíveis para alegar a impenhorabilidade do bem de família, como pode ser demonstrado no presente caso, pois a dívida não se originou de alguma das exceções à impenhorabilidade.
O bem foi recebido por herança do pai da Embargante, portando, é um bem considerado incomunicável, como podemos ver no art. 1.668, inciso I, do Código Civil:
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
Assim, o imóvel tem a proteção da impenhorabilidade do bem de família, conforme disposição da Lei 8.009/90, ao dispor:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Reforçando o entendimento, entende o Superior Tribunal de Justiça:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÓRIO NO CÓDIGO CIVIL DE 1916. OMISSÃO OU OBSCURIDADE NO JULGADO. INOCORRÊNCIA.
FUNDAMENTAÇÃO SUCINTA, MAS SUFICIENTE. PROCURAÇÃO SEM OBSERVÂNCIA DE FORMALIDADE LEGAL. AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO DE FIRMA DA ASSINATURA. IRRELEVÂNCIA. AUTENTICIDADE COMPROVADA POR PROVA PERICIAL GRAFOTÉCNICA. CESSÃO DE QUOTAS DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA ENTRE SÓCIOS CÔNJUGES CASADOS SOB O REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS. NULIDADE DA DOAÇÃO. COMUNICABILIDADE, COPROPRIEDADE E COMPOSSE INCOMPATÍVEIS COM A DOAÇÃO ENTRE OS CÔNJUGES. SUCESSÃO HEREDITÁRIA.
ASCENDENTE VIVO AO TEMPO DO FALECIMENTO. ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. EXCLUSÃO DO CÔNJUGE, A QUEM SE RESERVA A MEAÇÃO.
DEFERIMENTO DA OUTRA PARTE AO HERDEIRO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL PREJUDICADO.
1- Ação ajuizada em 08/10/2004. Recurso especial interposto em 10/09/2015 e atribuído à Relatora em 25/08/2016.2- Os propósitos recursais consistem em definir: (i) se houve omissão ou obscuridade relevante no acórdão recorrido; (ii) se era exigível o reconhecimento de firma na procuração outorgada pela falecida que serviu de base à cessão de quotas que se pretende nulificar; (iii) se foi nula a doação de bens havida entre os cônjuges casados em regime de comunhão universal de bens, seja ao fundamento de impossibilidade do objeto, seja ao fundamento de desrespeito ao quinhão de herdeiro necessário.3- Não há omissão no julgado que, conquanto de modo sucinto e se valendo de fundamentação per relationem, efetivamente se pronuncia sobre as questões suscitadas pela parte.4- A procuração outorgada pelo mandante sem que tenha sido reconhecida a firma de sua assinatura não invalida, por si só, o mandato, especialmente se a dúvida eventualmente existente acerca da autenticidade do documento vier a ser dirimida por prova suficiente, como a perícia grafotécnica.5- É nula a doação entre cônjuges casados sob o regime da comunhão universal de bens, na medida em que a hipotética doação resultaria no retorno do bem doado ao patrimônio comum amealhado pelo casal diante da comunicabilidade de bens no regime e do exercício comum da copropriedade e da composse.6- Na vigência do Código Civil de 1916, a existência de descendentes ou de ascendentes excluía o cônjuge sobrevivente da ordem da vocação hereditária, ressalvando-se em relação a ele, todavia, a sua meação, de modo que, reconhecida a nulidade da doação entre cônjuges casados sob o regime da comunhão universal de bens, deve ser reservada a meação do cônjuge sobrevivente e deferida aos herdeiros necessários a outra metade.7- O provimento do recurso especial por um dos fundamentos torna despiciendo o exame dos demais suscitados pela parte. Precedentes.8- Recurso especial conhecido e parcialmente provido, a fim de julgar procedente o pedido formulado na petição inicial e declarar a nulidade da doação realizada entre os cônjuges.(REsp 1787027/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/02/2020, DJe 24/04/2020)
Em razão dos fatos acima narrados, evidencia-se que a Embargante está sofrendo grave lesão em seu direito de posse, haja vista que está adquiriu o imóvel como herança de seu genitor, falecido há aproximadamente 9(nove) anos, estando, portanto, amparada pela legislação mencionada, em especial o disposto no art. 674 do Código de Processo Civil, que preceitua: 
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
Igualmente, deve-se considerar o disposto no art. 678 do Código de Processo Civil, com o objetivo de afastar a restrição invasiva imposta sobre o imóvel da Embargante:
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegraçãoprovisória da posse, se o embargante a houver requerido.
4 – DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
· Seja deferido o pedido da gratuidade da justiça, por não possuírem condições financeiras para arcar com as despesas e custas processuais, sem prejuízo do próprio sustento e de seus familiares;
· Sejam os presentes Embargos recebidos, em seu efeito suspensivo, para fins de suspender a ação executiva e manter a posse em favor da Embargante;
· A citação dos Embargados para responder, querendo, nos termos do art. 667, §3º, do CPC;
· A total procedência da ação para julgar procedentes os pedidos formulados nesta ação, extinguindo-se a penhora em debate e, por conseguinte, desfazendo-se a ordem de constrição;
· Protesta o alegado por todos os meios de provas admitidos, em especial, depoimento pessoal, prova documental, prova pericial e oitiva de testemunhas;
· A condenação do Embargado ao pagamento de honorários advocatícios e sucumbência;
· Intimação do Ministério Público para intervir no feito.
Dá-se à causa o valor de R$300.000,00
Termos em que,
Pede deferimento.
Campo Grande, 26 de maio de 2020.
Pablo Neves Chaves
OAB/MS

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