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PSICOLOGIA E DIREITO CIVIL
PSICOLOGIA: Ciência que trata dos estados e processos mentais, do comportamento do ser humano e de suas interações com um ambiente físico e social.
DIREITO CIVIL: é o ramo do Direito que engloba o conjunto de normas jurídicas responsáveis por regular os direitos e obrigações de ordem privada em relação as pessoas, seus bens e suas relações. É o principal ramo do Direito Privado.
   Na esfera Civil, nada mais natural que a Psicologia faça parte deste ramo do Direito, pois além deste ser do ramo privado, ele regula as relações entre as pessoas e os bens (coisas). Portanto nada mais natural que a presença de um a ciência que estude o comportamento do ser humano, revelando-o como um indivíduo capaz de produzir ações e provocar reações.
 
 A psicologia manifesta - se com frequência no Direito de Família (como na formação e dissolução do vínculo familiar (casamento e divórcio) e na adoção), assim como no Direito das Sucessões (herança). Outras áreas de reconhecimento da Psicologia no Direito Civil: Direito Consumerista (ou do Consumidor) ; Direito das Obrigações; Direito de Empresa; Direito de vizinhaça; Responsabilidade Civil. 
 A Psicologia jurídica é ferramenta mais que importante no Direito Civil brasileiro, visto que sem a mesma o indivíduo poderia usar-se de artifícios para manipular uma causa em seu favor fingindo um falso estado psicológico, fazer uso de jogos emocionais ou até mesmo de engenharia social em seu proveito, ela garante a igualdade na litigância e a veracidade da coisa julgada.
  Winnicott e Bowlby (apud MYERS, 2012) desenvolveram suas teorias conforme o contexto social em que estavam inseridos. Da época de suas colaborações até os tempos atuais, muitas configurações familiares diversas foram ganhando espaço na sociedade, tornando o conceito de família mais elástico e relativo. Atualmente observamos diversas configurações de pessoas unidas pelo vínculo da afinidade e afeto. Com a inserção cada vez maior da às uniões homoafetivas, bem como o aumento de divórcios e diminuição do tempo médio de um relacionamento conjugal, o conceito de família se expandiu, não se limitando ao paradigma pai, mãe e filhos. Avós, tios, padrastos e madrastas se fazem cada vez mais presentes no cenário familiar e trazem à tona novas configurações em que vínculos se estabelecem e norteiam a dinâmica familiar. Dias (2007) denominou essas diferentes configurações de famílias, resultado dos divórcios e novas uniões, como família mosaico.
 
 
 FORMAÇÃO E ROMPIMENTO DE VÍNCULO FAMILIAR
 
 Nos séculos anteriores as famílias eram formadas por causa de interesses 
políticos e de manutenção de posse, seguindo o modelo patriarcal onde 
predominavam a dominação masculina e a submissão feminina, e ao longo do tempo foi sendo substituída pela família moderna onde predomina a satisfação dos impulsos afetivos . As mudanças ocorridas transformaram os papeis familiares que antes eram bem delimitados e nítidos, hodiernamente é função da família como um todo zelar pelos seus integrantes e por isso a intensidade e profundidade dos laços afetivos é tão relevante quanto a dos laços sanguíneos. 
 A formação de vínculos se dá através de um continuum que tem como aspectos positivos a corresponsabilidade, tolerância, segurança, etc. Mas esse processo pode incluir aspectos negativos que podem gerar mágoa frustração e ressentimentos e podem causar a dissolução dos laços afetivos. 
 Os vínculos são formados de aspectos conscientes e inconscientes com referências internas e externas, cada família tem uma dinâmica própria. É no interior dos lares dessas famílias onde são forjados os mitos familiares. Esses mitos familiares são valores, tradições, crenças compartilhados pelo grupo que tem função organizativa para o funcionamento, manutenção e relação da família com o meio exterior. O conteúdo do mito é tido como sagrado ou tabu, como um dogma familiar ele não pode ser questionado para que assim se mantenha constante e equilibrado o vínculo familiar . 
 Pode -se entender como colusão como o processo que acontece desde a
escolha do parceiro até o aprofundamento da relação conjugal. Ambos depositam no outro a esperança da libertação de temores e culpas originados em outros relacionamentos e a cura de suas lesões e frustrações quando essas expectativas não se concretizam surgem conflitos, frustrações e mágoas. Geralmente o que une as pessoas é o desejo de construir algo em conjunto e se o conteúdo desses desejos não forem compartilháveis isso gera a dissolução da união. 
 Muitas vezes a solução judicial é o único caminho encontrado para resolver os conflitos o casal ignora suas motivações próprias e recorrem a racionalização para lidar com os conflitos que surgem quando marido e a mulher buscam a satisfação de necessidades pessoas e sociais que são impossíveis no casamento. Tornando assim os laços familiares sobrecarregados e esses laços geralmente não estão preparados para suportar o peso dessa carga e acabam se dissolvendo. 
 
 
 
 FILHOS: DISPUTA DE GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS 
 O papel do Psicólogo Judiciário nas disputas de guarda dos filhos e programação das visitas quando o casal se separa é, atualmente, reconhecida e até mesmo obrigatória, tanto que sua atuação tem sido institucionalizada na estrutura judiciária mediante a instalação de serviços psicossociais forenses, como serventias de quadros próprios, aparelhadas para as suas atribuições específicas. Ao disciplinar a guarda de filhos, o Código Civil determina no art. 1583 que a guarda será unilateral ou compartilhada sendo destacada no artigo subsequente a importância da guarda compartilhada e os deveres parentais, usando - a como norte para as decisões sobre as responsabilidades dos pais em relação aos filhos visando divisão equilibrada do tempo com o pai e a mãe.
 A decisão quanto à guarda e as visitas não vêm do psicólogo, ele apenas fornecerá dados que embasarão a decisão do Juiz. A psicologia contribui ao dizer que existem duas pessoas que personificam duas funções dentro da família, a mãe e o pai, um não substitui o outro, por isso a criança deve ter acesso aos dois e às suas linguagens que são parte simbólica e parte da carga genética dela mesma. A Constituição Federal afirma no art. 227 que é dever de todos, família, Estado e sociedade, a proteção à criança e ao adolescente, ficando nitidamente demonstrado que, em uma separação, o cuidado do operador do direito deve guiar -se pela proteção de todos os envolvidos na disputa judicial, especialmente crianças e adolescentes.
 Para facilitar o diálogo entre pai e mãe e criar um contexto favorável ao bem estar dos filhos, é desejável que se utilize a estratégia da conciliação ou da mediação, pois, na guarda compartilhada, os pais participarão conjuntamente. E é neste cenário da disputa pela guarda e de ver de visitas que pode aparecer a alienação parental.
 ALIENAÇÃO PARENTAL
 A alienação parental é, em si , um fator desestabilizante, que prejudica o desenvolvimento dos filhos envolvidos, bem como também o alienado e o alienador,impedindo que prossigam com suas vidas e elaborem o luto pela separação. Porém antes mesmo de se falar em alienação parental é preciso que se conheça não só o conceito do instituto, como também suas consequências jurídicas. 
 Há que se ter cautela quanto à a legação de forma indiscriminada quanto à ocorrência da alienação parental, para que essa não se torne uma bandeira ou argumento de vingança de casais em litígio. O importante não é apenas o que se faz, mas o modo como a ação é praticada. A alienação parental consiste em programar uma criança para que ela odeie um de seus genitores sem justificativa , por influência do outro genitor com quem a criança mantém um vínculo de dependência afetiva e estabelece um pacto de lealdade inconsciente.
 O profissional da psicologia e o operador do direito de vem ter claro os aspectos nem sempre manifestos, uma vez que na disputa pela guarda dos filhos podem estar latentes características que levem à alienação parental. Buscar o equilíbrio contribui para minimizar essa possibilidade. A sentença judicial visa solucionar conflitos e não perpetuá-los. A interdisciplinaridade com a psicologia jurídica auxilia a revelar motivações e comunicações latentes de um indivíduo em determinada ação, como nos conflitos familiares.
 As consequências para o alienado podem ser tão prejudiciais que necessitem de tratamentos médicos e psicológicos de custos e levados, que constituem dano material. Em muitas ocasiões, o dano moral mostra -se notório, pelo prejuízo ocasionado no círculo de relacionamento, também cabendo a reparação.
 A hipótese de a pessoa que pratica a alienação parental desconhecer que emite esse comportamento e algo a se considerar é a reabilitação do alienante, da mesma maneira que existe a preocupação em se provocar alterações comportamentais em pessoas com outros tipos de disfunções. Sem orientação especializada, persistirá comunicando- se de modo inadequado, com prejuízo para todos os envolvidos.
 PAPEL E IMPORTÂNCIA DO PSICÓLOGO NO PROCESSO DE ADOÇÃO 
 Os desafios do psicólogo é saber que neutralidade absoluta não existe, entender que os seres humanos são capazes de ressignificar, é se permitir trazer “incertezas ” ao processo. É conhecer os limites do saber, é enxergar com uma visão ampliada, trabalhar seus próprios preconceitos cotidianos, desenvolver uma atuação transdisciplinar, enxergar os modelos e tendências reducionistas, elementares, é usar uma lupa com humanidade. É saber que ele traga certezas para respaldar atitudes jurídicas em um campo com infinitas possibilidades de mudança e aprendizado que envolve é a alma humana, e saber lidar com o estresse, lidar com as exigências e poder “educar” o judiciário se houver chances, é não perder jamais as esperanças e a sensibilidade no trato humano.
 O psicólogo, perito da vara da infância, deve emitir um parecer favorável ou desfavorável quanto a habilitação ou processo de adoção daquela pessoa ou casal e para isso se respalda em teorias cientificas psicológicas. O processo de habilitação e feito em forma de entrevista psicológica, pode variar entre uma ou mais, são verifica dos estrutura familiar dos requerentes, comportamento, crenças pensamentos, medos, inseguranças, preconceitos,se as expectativas condizem com a realidade, perfil da criança desejada, os motivos dele, o que pensam da paternidade, maternidade e educação e a motivação verdadeira ( inconsciente) que leva o requerente a pleitear a adoção, que deve ser baseada em cima de um desejo legítimo de ter um filho, não outro motivo como de uma simples companhia. Filho não deve ser visto como companhia, pois ele é quem precisa de companhia e cuidados. 
 As técnicas de avaliação são diversas, ele pode utilizar um teste projetivo de personalidade para análise mais aprofundada dos requerentes, entrevistas, teste do HTTP, realizar reuniões, colher dúvidas sobre os sentimentos que surgem no processo de “gestação emocional ”, com a espera do filho adotivo. O psicólogo e de extrema importância, ele vai nortear o juiz e os promotores sobre a realidade emocional dos futuros pais, suas reais intenções com a adoção e o preparo desses em desenvolverem a complicada tarefa de educar. O juiz baseará sua sentença em cima dos laudos da equipe multidisciplinar, na qual o psicólogo está inserido em seu papel fundamental. As partes devem ter empatia e demonstrar firmeza e humildade em sua postura, lembrar que está avaliando, mas que tem interesse em ajudar no amadurecimento dos envolvidos. Assim ele consegue cooperação e até faz “amigos”.

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