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Salvo
A expressão gênero textual é utilizada para designar os diferentes textos que utilizamos nas mais variadas situações de comunicação. Os gêneros textuais apresentam características sociocomunicativas que se realizam de maneira situada e envolvem a relação entre tema, estrutura composicional e estilo – elementos que, por sua vez, estão subordinados às esferas de comunicação nas quais os eventos comunicativos se realizam. Já a expressão tipo textual é utilizada para designar a materialidade linguística dos textos, ou seja, aquilo que envolve a organização da linguagem na estrutura textual. Essa organização, por sua vez, está relacionada aos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais e relações lógicas que formam a sequência das ideias no interior do texto. De acordo com Marcuschi (2002), os gêneros textuais seriam, portanto, uma espécie de moldura comunicativa que é preenchida por sequências tipológicas de textos.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2002.
 
A correta interpretação do texto indica que os gêneros se realizam textualmente por meio da organização tipológica. Por exemplo: em uma piada, predomina o tipo narrativo; em uma carta de solicitação, predomina a argumentação. Pensando nisso, observe a seguinte relação de tipos textuais:
1. Narração.
2. Descrição.
3. Injunção.
4. Argumentação.
5. Exposição.
Numere os conjuntos de gêneros de acordo com a relação dos tipos textuais.
(  ) Cardápio, folheto turístico, anúncio classificado.
(  ) Conto, fábula, crônica, depoimento.
(  ) Aula, resumo, texto expositivo.
(  ) Sermão, editorial de jornais e revistas, reclamação, tese.
(  ) Ordem, pedido, manual e instrução.
A seguir, marque a alternativa que corresponde à sequência numérica.
Opções de pergunta 1:
	
		a) 
	2, 1, 5, 4, 3.
	
		b) 
	4, 1, 3, 2, 5.
	
		c) 
	5, 1, 3, 2, 4.
	
		d) 
	3, 1, 4, 2, 5.
	
		e) 
	2, 1, 4, 3, 5.
Pergunta 2 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia atentamente o enunciado a seguir:
A leitura exige que o leitor estabeleça relações de proximidade com o texto. Isso não significa dizer que deve concordar com o que lê, uma vez que, como afirma Lajolo (1982), ele precisa ser dono de suas próprias vontades, entregando-se a essa leitura ou rebelando-se contra ela, propondo outra não prevista.
LAJOLO, M. O texto não é pretexto. In.: ZILBERMAN, R. (org.) Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982, p. 51- 62.
Pensando nisso, leia e interprete o poema Tecendo a manhã:
	 
Tecendo a manhã
 
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
 
MELO NETO, J. C. A educação pela pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996, p. 35.
A leitura do poema permite, a partir das ideias implícitas e explícitas que o texto apresenta, o estabelecimento de comparações entre as ações dos galos e a "formação", ou "tessitura", da manhã: por meio da ligação dos gritos dos galos forma-se uma rede, uma tenda, que se transforma na manhã.
Considerando as ideias presentes no poema, avalie as afirmações:
I. O primeiro verso é uma paráfrase do provérbio "uma andorinha sozinha não faz verão".
II. As palavras "galo" e "gritos" estão relacionadas, em um primeiro nível, ao que acontece em um aviário.
III. A palavra "entretendendo" é um neologismo e significa "divertir-se fazendo tendas".
IV. A figura do galo pode ser interpretada como uma metáfora para o trabalhador que constrói o futuro, a tenda protetora.
A seguir, assinale a alternativa correta.
Opções de pergunta 2:
	
		a) 
	I, II e III, apenas.
	
		b) 
	II, III e IV, apenas.
	
		c) 
	I e II, apenas.
	
		d) 
	I, III e IV, apenas.
	
		e) 
	III e IV, apenas.
Pergunta 3 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia atentamente o texto a seguir.
Marcos Bagno (1999) apresenta e discute a criação de oito mitos sobre o funcionamento da linguagem. Esses mitos exteriorizam o preconceito e a intolerância que rondam os acontecimentos discursivos, focando nos usos da linguagem, principalmente naqueles que não seguem o padrão estabelecido pela gramática normativa. Segundo o autor, esses mitos servem para justificar a separação social e a inferiorização de determinados grupos pelo simples motivo de não falarem "corretamente", como determinam as regras gramaticais.
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é e como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
 
As discussões de Bagno são importantes porque permitem a compreensão de que quando se diz "fulano fala 'errado'" ou "ciclano fala 'certo'" está se emitindo um juízo de valor que quase sempre exterioriza preconceitos linguísticos e culturais. Além disso, emitindo esse tipo de juízo de valor, deixa-se de avaliar a necessidade de adequação linguística aos reais acontecimentos discursivos.
 
Considerando as ideias apresentadas, avalie as seguintes assertivas e a relação estabelecida entre elas.
I. O conceito de "erro" e "acerto" em produções linguísticas (falada e/ou escritas) é muito relativo e, para que o preconceito linguístico seja vencido, precisa ser analisado nas situações reais de comunicação.
Porque:
II. Usar corretamente a língua/linguagem (falar e escrever "bem", falar e escrever "certo") está mais relacionado às situações reais de comunicação que à obediência às regras estabelecidas pela gramática normativa.
A respeito dessas assertivas, assinale a opção correta.
Opções de pergunta 3:
	
		a) 
	As assertivas I e II são proposições excludentes. 
	
		b) 
	As assertivas I e II são falsas.
	
		c) 
	As duas assertivas são verdadeiras e a segunda afirmativa justifica e complementa a primeira.
	
		d) 
	A assertiva I é uma proposição falsa e a II é verdadeira.
	
		e) 
	A assertiva II contraria a ideia expressa na assertiva I.
Pergunta 4 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia atentamente o texto a seguir para responder a questão.
	 
O sofisma da especialização 
Alguém disse que um especialista é uma pessoa que sabe cada vez mais sobre cada vez menos. A frase é engraçadinha, porém errada. Cadê o especialista que só sabe de um assunto? Certamente, não está nos empregos mais cobiçados.
Pensemos no caso dos cientistas. (...) Um cientista fez um primário e secundário genérico, uma faculdade pouco especializada e os cursos de doutorado são bastante amplos e, quase sempre, multidisciplinares. (...) No fundo, o bom cientista é um grande generalista que, além disso, domina uma área específica (...).
É a maior capacidade de pensar de forma abrangente que faz de alguém um grande cientista e não um reles operador de laboratório. Robert Merton demonstrou que a diferença entre um prêmio Nobel e outros cientistas é sua capacidade de escolher o problema certo na hora certa. Portanto, não é o conhecimento especializado – por certo necessário na pesquisa e em muitas outras áreas – que conta, mas a combinação deste com uma série de competências generalizadas. (...)
Dentre as ocupações valorizadas e mais bem remuneradas, há duas categorias. A primeira é a dos cientistas, engenheiros e muitos outros profissionais cuja preparação requer o domínio de técnicas complexas e especializadas – além das competências "genéricas". (...) Essas ocupações envolvem administrar, negociar, coordenar, comunicar-se e por aí afora. (...)
A profissionalização mais duradoura e valiosa tende a vir mais do lado genérico que do especializado. Entender bem o que leu, escrever claro e comunicar-se, inclusive em outras línguas, sãoos conhecimentos profissionais mais valiosos. Trabalhar em grupo e usar números para resolver problemas, pela mesma forma, é profissionalização. (...)
A lição é muito clara: o profissional de primeira linha pode ou não ser um especialista, dependendo da área. Pode ou não ter a necessidade de conhecer as últimas teorias da moda. Mas não pode prescindir dessa "profissionalização genérica", sem a qual será um idiota, cuspindo regras, princípios e números que não refletem um julgamento maduro do problema. Portanto, lembremo-nos: especialista não é quem sabe só de um assunto, e ser profissional não é apenas conhecer técnicas específicas. O profissionalismo mais universal é saber pensar, interpretar a regra e conviver com a exceção. 
CASTRO, C. M. O sofisma da especialização. In.: Veja, 4 de abril de 2001. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/040401/ponto_de_vista.html>. Acesso em: 05/02/2014.
Para sustentar sua tese, Cláudio de Moura Castro faz uso de argumentos e exemplos que vão desde o senso comum até argumentos de autoridade.
Pensando nisso, leia e avalie as afirmações que se seguem, colocando V quando forem verdadeiras e F quando forem falsas:
(  ) Um bom cientista é um grande generalista que, além disso, domina uma área específica.
(  ) É a capacidade de pensar de forma abrangente que faz de alguém um grande cientista, e não um reles operador de laboratório.
(  ) Os empregos mais cobiçados e valorizados são ocupados por profissionais que dominam profundamente as técnicas de suas áreas.
(  ) O profissional universal é aquele que sabe pensar sobre o assunto, interpretar a regra e conviver com a exceção.
A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Opções de pergunta 4:
	
		a) 
	V, F, V, F.
	
		b) 
	V, V, V, F.
	
		c) 
	V, V, F, V.
	
		d) 
	V, V, F, F.
	
		e) 
	F, F, V, V.
Pergunta 5 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia a crônica a seguir para responder à questão.
No aeroporto
Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne a pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vida da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono – e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia – eram respeitadas como ritos sagrados, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura de tevê. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
Objetos que viesse a nossa mão, requisitava-os. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis – porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade – e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade e seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
DRUMMOND DE ANDRADE, C. No aeroporto. In: DRUMMOND DE ANDRADE, C. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: José Aguiar, 1973, p. 1.107-1.108.
Os gêneros textuais, entendidos como formas relativamente estáveis de discurso, organizam-se a partir dos seguintes elementos:
– Tema – conteúdos ideologicamente marcados (ponto de vista e a maneira como se defende uma posição sobre determinado assunto).
– Estilo – configurações específicas das unidades e da estrutura da linguagem (escolha por uma palavra, e não outra; a forma como se organizam as ideias nas frases, para defender o que pensamos). Em outras palavras, traços da posição assumida pelo autor e indicados pela forma composicional do texto.
– Estrutura composicional – agrupa elementos das estruturas comunicativas e semióticas compartilhadas pelos textos pertencentes ao gênero – a maneira como os textos se constituem, sua forma e seus elementos.
Com base na leitura e na interpretação do trecho, especialmente do elemento "tema", avalie as afirmativas que se referem à crônica "No aeroporto".
I. A crônica apresenta e retrata a visita de um adulto ("já vivido e puído" – o avô) à casa de um bebê ("um amigo de um ano de idade" – o neto).
II. As escolhas e a apresentação das palavras e expressões tornam o texto curioso, emocionante, humorístico e reflexivo.
III. O texto envolve o leitor de tal maneira que, curioso, só consegue saber quem é a visita do narrador no último parágrafo.
IV. A cor dos olhos de Pedro é marcante para o narrador, que os descreve como "pupilas azuis", "olhos azuis" e "a sua azul maneira de olhar-me".
V. As diferentes maneiras de se referir aos olhos do bebê demonstram que o avô se sente envolvido pela sua inocência e torna-se cúmplice dele.
A seguir, assinale a alternativa correta.
Opções de pergunta 5:
	
		a) 
	III, apenas.
	
		b) 
	I, III e IV, apenas.
	
		c) 
	II, III, IV e V.
	
		d) 
	II, III e V, apenas.
	
		e) 
	I e II, apenas. 
Pergunta 6 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia o texto a seguir.
Sinais de esgotamento das ruas congestionadas aos trens lotados, passando pelos apagões e pela burocracia portuária, acumulam-se os problemas de infraestrutura
A superlotação dos transportes públicos e os congestionamentos nas cidades grandes evidenciam, de modo cotidiano, o esgotamento da infraestrutura.
Não é de agora que a escassez de obras e serviços públicos atormenta o dia a dia do cidadão. Tal carência manifestou-se de modo dramático, por exemplo, no racionamento de energia de 2001. Nos anos recentes, porém, a evidência da penúria torna-se rotineira.
A multidão que cobre todos os espaços da Estação da Sé, crucial para o metrô paulistano, e as filas de 30 km de caminhões no porto de Santos (como em 2013), atestam que o país não produziu as obras e os serviços para que pudesse funcionar sem tumultos, para nem dizer de modo eficiente.
Os exemplos não param de seacumular. Houve o caso simbólico das usinas eólicas do Nordeste, que ficaram sem uso porque estatais não deram conta de construir as linhas de transmissão de eletricidade. Há, agora, Belo Monte, cujas linhas ficarão prontas depois de concluída a hidrelétrica, essencial para o abastecimento do país.
Não falta energia elétrica, ao menos por ora. Mas as obras de melhoria do setor, da segunda metade da década passada, estão à beira de não cumprir a demanda.
O preço da energia no mercado livre chegou a um recorde neste verão. O consumo excessivo e a falta de chuvas exigem o recurso às usinas térmicas, mais caras.
Tal azar climático, por assim dizer, expõe a inépcia oficial [...].
O preço do frete de caminhões que transportam alimentos produzidos no Centro-Oeste subiu de modo relevante, devido ao reajuste do diesel e a contratos de trabalho mais decentes para os motoristas – medidas inevitáveis. Fica uma questão, contudo: por que ainda se transportam cargas, tais como grãos, em caminhões? A resposta é conhecida. Ferrovias importantes para a integração nacional ficam até décadas em construção, quando saem do papel.
Cidadãos e empresas percebem, de forma cada vez mais frequente, o resultado de anos de incúria administrativa, agravada por um programa econômico desequilibrado, com o foco no consumo. E não há sinais de melhoras no curto prazo.
SINAIS de esgotamento das ruas congestionadas aos trens lotados, passando pelos apagões e pela burocracia portuária, acumulam-se os problemas de infraestrutura. Folha de São Paulo, 9 fev. 2014. Caderno A, Opinião, p. 2.
O editorial é um gênero textual que apresenta um texto de opinião que circula em um jornal ou revista. Ele tem a função de demonstrar a opinião do veículo de comunicação que o publica, e não de uma pessoa (o jornalista que o escreve). Por isso, uma das características desse texto é não apresentar assinatura. O Manual de Redação da Folha define o editorial da seguinte maneira:
[...] texto que expressa a opinião de um jornal [...]. Seu estilo deve ser ao mesmo tempo enfático e equilibrado. Deve evitar o sarcasmo, a interrogação e a exclamação. Deve apresentar com concisão a questão de que vai tratar, desenvolver os argumentos que o jornal defende, refutar as opiniões opostas e concluir condensando a posição adotada [pelo veículo de comunicação]. (FOLHA DE S. PAULO, 2001, p. 64).
FOLHA DE S.PAULO. Manual de Redação. São Paulo: Editora PubliFolha, 2001.
Com base nas definições e características expressas no texto de exemplo, um editorial:
Opções de pergunta 6:
	
		a) 
	é coerente com a opinião dos leitores, pois seu objetivo principal é não criar polêmica entre a posição do veículo de comunicação que o publica e a opinião de seu público leitor.
	
		b) 
	defende a opinião do veículo de comunicação de maneira clara, precisa, equilibrada e respeitosa, refutando, o que é contrário, com informações e argumentos coerentes e plausíveis.
	
		c) 
	resume as principais opiniões dos leitores e as publica, por meio de um texto, para demonstrar que o veículo de comunicação se preocupa com as ideias e as posições de todos os seus leitores, de maneira a assumir um caráter pacificador.
	
		d) 
	procura retratar, em linguagem imparcial, as opiniões dos jornalistas sobre os assuntos polêmicos que estão sendo discutidos no momento em que o texto é publicado, para que os leitores fiquem informados sobre os acontecimentos.
	
		e) 
	apresenta informações contraditórias e circulares, pois sua maior função é conquistar e prender a atenção do leitor, fazendo-o acreditar que o que está lendo é a única verdade.
Pergunta 7 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia e analise o fragmento e o parágrafo a seguir:
Um parágrafo bem estruturado é aquele que apresenta um tópico frasal (também chamado de ideia principal, ideia chave ou ideia básica), em torno do qual se agregam as ideias secundárias que sustentam, ampliam, relacionam, exemplificam, conceituam e discutem ("alimentam") a ideia principal.
Para avaliar seu nível de relaxamento, você pode monitorar algumas reações fisiológicas sem uso de equipamentos especializados de biofeedback. Por exemplo, para avaliar a temperatura periférica, das mãos especialmente, você pode colocá-las em contato com o rosto. Se elas estiverem mais frias, este pode ser um sinal de estresse ou ansiedade. O ideal é que os dois mantenham temperatura similar. No entanto, para que isso ocorra, a temperatura ambiente deve estar em torno de 20 graus. Para aferir o nível de atividade eletrodérmica, você pode verificar as palmas das mãos para detectar vestígios de sudorese. E, finalmente, para avaliar a atividade cardiovascular através da frequência cardíaca, pode-se medir o pulso durante 20 segundos e multiplicar o número obtido por três, tendo assim o equivalente a 60 segundos. Esses procedimentos possibilitarão que a pessoa se conscientize de algumas funções internas que poderão facilitar o controle das reações fisiológicas e emocionais. (Rossi, 1993, p. 69).
ROSSI, A. M. Homem não chora: aprendendo a dominar o estresse do sexo masculino. Porto Alegre: Artes & Ofícios, 1993.
A seguir, com base na análise feita, avalie as afirmações:
I. O tópico frasal é a parte que compreende o último período do texto, pois apresenta sua ideia central.
II. Os complementos estão presentes em todo o parágrafo, menos no primeiro e no último período.
III. O último período é a conclusão do parágrafo, pois apresenta uma espécie de sistematização das ideias anteriores.
IV. O primeiro período do parágrafo é a ideia central, em torno da qual se agregam as demais ideias.
Assinale a alternativa correta:
Opções de pergunta 7:
	
		a) 
	I, apenas.
	
		b) 
	I e II, apenas.
	
		c) 
	I, II e IV, apenas.
	
		d) 
	I, III e IV, apenas.
	
		e) 
	II, III e IV, apenas.
Pergunta 8 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia o texto e faça o que se pede.
Às vezes se diz que nossa característica essencial é a cordialidade, que faria de nós um povo por excelência gentil e pacífico. Será assim? A feia verdade é que conflitos de toda a ordem dilaceram a história brasileira, étnicos, sociais, econômicos, religiosos, raciais etc. O mais assinalável é que nunca são conflitos puros. Cada um se pinta com as cores dos outros. (RIBEIRO, 1995, p.197-196).
RIBEIRO, D. O Povo Brasileiro – a formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Do ponto de vista da tipologia textual, esse trecho é predominantemente:
Opções de pergunta 8:
	
		a) 
	injuntivo.
	
		b) 
	narrativo.
	
		c) 
	descritivo.
	
		d) 
	argumentativo.
	
		e) 
	expositivo.
Pergunta 9 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia atentamente o texto a seguir.
Traços minimalistas surpreendem a cidade
Linhas simples e racionais da arquitetura contemporânea privilegiam conforto e funcionalidade
Entre as tradicionais casas e sobrados de uma rua tranquila no bairro Barreirinha, na Zona Norte de Curitiba, está uma construção diferente. A Casa Cubo, projeto dos arquitetos Gustavo Utrabo, Pedro Duschenes e Juliano Monteiro, causa impacto: as formas retas, cores vibrantes e janelas desalinhadas, em tamanhos e níveis diferentes das nove casas do conjunto é inspirado nos conceitos da arquitetura contemporânea.
Esse estilo retoma uma linguagem arquitetônica mais racional, com tendência ao minimalismo. Linhas e ângulos retos, poucas curvas ou elementos decorativos, uso de cimento cru e cores fortes estão entre suas características.
Além do desenho simples, uma preocupação dos arquitetos que optam por esse modelo é o foco na qualidade dos ambientes, especialmente no que diz respeito ao conforto térmico e acústico, itens que são sempre prioridade nesses projetos.
O arquiteto curitibano Marcos Bertoldi afirma que a arquitetura contemporânea oferece recursos mais modernos. Ele não acredita no resgate de antigos estilos e rechaça o neoclássico. Para Bertoldi, a arquitetura só se realiza se for contemporânea. "Temos que acompanhar o que há de melhor, porque o objetivo do arquiteto é montar um espaço de qualidade, que possa ser desfrutadocom conforto. Além disso, o desenho de um imóvel interfere na paisagem urbana. Traços originais são, inclusive, uma forma de respeitar o entorno", comenta.
Orlando Ribeiro, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea-PR), observa que os imóveis de arquitetura contemporânea usam soluções construtivas relativamente simples, mas se diferenciam por conferir mais qualidade aos ambientes criados.
"Uma abertura em posição inovadora ou o uso de grandes espaços livres proporcionam maior riqueza de detalhes e quebram o modelo tradicional. Nesse tipo de desenho, a preocupação é maior com a qualidade do espaço do que com o desenho do edifício", comenta Ribeiro. [...]
BUBNIAK, T. Traços minimalistas surpreendem a cidade. Jornal Gazeta do Povo, 9 fev. 2014. Caderno Imóveis, p. 2-3. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=1445653>. Acesso em: 20/02/2014.
A notícia é um gênero textual que tem a função de informar o leitor. Para que cumpra essa função, ela apresenta uma estrutura composicional própria e uma organização temática e estilística peculiar. A notícia precisa veicular informações fidedignas (confiáveis), apresentar um texto claro (que permita que o leitor entenda e se informe sobre o assunto tratado), privilegiar apenas um assunto (a escrita deve manter o foco e concentrar-se em apenas um assunto) e possuir um texto isento de opiniões (a notícia tem por função informar os leitores de um determinado fato, e não demonstrar a opinião de seus autores).
Com base nessas informações, avalie as afirmações abaixo e marque V se elas forem verdadeiras ou F se forem falsas.
(  ) O título e o subtítulo estão em desacordo, pois induzem o leitor a pensar que o texto tratará de temas diferentes.
(  ) O texto, ao ouvir e apresentar as opiniões de dois arquitetos, demonstra respeito pelo leitor e traz informações mais precisas, tornando-se confiável.
(  ) A organização do texto perde o foco ao falar de vários assuntos (localização do imóvel, nome de arquitetos, estilo do imóvel etc.).
(  ) O assunto do texto é apresentado com isenção de opiniões, pois a jornalista procurou apresentar o assunto sem emitir juízo de valor.
(  ) A organização do assunto permite que o leitor saiba: qual é o tema, onde está localizada e como é a casa, quem a projetou.
A seguir, assinale a sequência correta.
Opções de pergunta 9:
	
		a) 
	F, V, F, F, V.
	
		b) 
	F, V, V, F, F.
	
		c) 
	F, V, F, V, V.
	
		d) 
	F, V, F, F, F.
	
		e) 
	V, V, V, F, V.
Pergunta 10 (0.55 pontos)
 
Salvo
Leia atentamente o texto a seguir:
Alguns sonham com uma língua uniforme. Só pode ser por mania repressiva ou medo da variedade, que é uma das melhores coisas que a humanidade inventou [...]. Em uma língua uniforme, talvez fosse possível pensar, dar ordens e instruções. Mas, e a poesia? E o humor? E como os falantes fariam para demonstrar atitudes diferentes? Teriam que avisar (dizer, por exemplo, "estou irritado", "estou à vontade", "vou tratá-lo formalmente")?
E como produzir a uniformidade se a variedade linguística é fruto da variedade social? Essa é uma questão, sem dúvida, interessante. Pesquisas feitas em vários países demonstram que há uma fala de homens e uma de mulheres. A fala das mulheres é mais semelhante à norma culta do que a dos homens. Isso seria resultado de um comportamento linguístico mais "correto" por parte das mulheres. Tal distinção faz com que esperemos comportamentos diferentes por parte de homens e de mulheres [...]. Assim, tomando como base esse pensamento, o comportamento do homem, em nossa sociedade, aparenta ser menos correto do que o de uma mulher (menos gentil, menos educado, mais descuidado).
POSSENTI, S. Por que (Não) Ensinar Gramática na Escola. Campinas/São Paulo: ALB, Mercado de Letras, 1996, p. 36-37. (Adaptado).
A alternativa que melhor sintetiza o conteúdo do fragmento de texto acima é:
Opções de pergunta 10:
	
		a) 
	As variedades da língua estão ligadas às variedades sociais e culturais de tal maneira que é impossível estabelecer uma uniformização para uma ou para a outra.
	
		b) 
	Os comportamentos sociais – como ser mais ou menos "correto", mais ou menos "gentil" – necessitam de uma relação direta com as normas gramaticais.
	
		c) 
	Os homens, assim como as mulheres, adaptam sua linguagem às situações de comunicação em que se envolvem nos diferentes locais e momentos.
	
		d) 
	É a uniformização da língua que permite estabelecer o tom de beleza, musicalidade, humor e expressividade nos atos comunicativos.
	
		e) 
	A variação linguística é uma maneira de demonstrar que as pessoas têm medo de utilizar as normas estabelecidas pela gramática normativa.