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Modelo: Parecer psicológico

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Parecer psicológico 
Identificação 
Este parecer é apresentado a pedido da Associação de Psicólogos de Gotham 
(APG), como meio de expressar nosso repúdio á decisão da promotoria de 
Gotham City em manter Arthur Fleck permanentemente internado no manicômio 
Asilo Arkham. Este parecer foi elaborado pelo psicólogo brasileiro Kelvy Kellen 
de Oliveira CRP 01 0000. 
Descrição da Demanda 
A promotoria de Gotham City decidiu na última sexta feira, vinte de junho de 1982, 
estender a internação de Arthur Fleck no manicômio Asilo Arkham de forma que 
fosse permanente, alegando que ele é um perigo á sociedade. Mas deve-se 
considerar que Arthur Fleck foi diagnosticado com Transtorno Depressivo de 
episódio recorrente e com características psicóticas (F33.3)1, do qual fazia um 
controle muito preciso com psicofarmacos. Arthur reclamou na assistência social 
que os medicamentos já não estavam surtindo efeito, ao invés de uma nova 
consulta ele recebeu a notícia que as verbas para saúde haviam sido diminuídas 
e que seu medicamento poderia faltar, então a patologia de Arthur não estava 
sendo tratada no momento que cometeu os crimes, Gauer (2001) cita em seu 
artigo a relação entre depressão e violência, dizendo como a depressão altera a 
neuroquímica cerebral, fazendo as vezes o indivíduo se sentir recompensado por 
comportamentos violentos. 2 Precisamos falar também sobre a reforma 
psiquiátrica, que como Pitta (2011) diz em seu trabalho, possibilitou diversos 
avanços na luta antimanicomial, possibilitou que os pacientes pudessem ser 
tratados em casa com assistência dos Centros de Atenção psicossocial - CAPS, 
serviços residenciais terapêuticos e outros serviços ambulatoriais de referência 
e não presos, como qualquer criminoso. 3 
Analise 
Considerando o que foi trago na demanda, deve-se questionar algumas coisas 
quanto a decisão da promotoria: Que por irresponsabilidade do estado o paciente 
se viu desamparado, e incapaz de continuar seu tratamento medicamentoso, e 
sua patologia estava fora de seu controle, sendo assim sua internação como 
forma de punição passa por cima do Código Penal Brasileiro: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo 
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o 
 
1 American Psychiatric Association [APA] (2014). DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed. 
 
2 Gauer Chittó, Gabriel., Personalidade e conduta violenta. Civitas - Revista de Ciências 
Sociais</i>[enlinea]. 2001, 1(2), 45-65[fecha de Consulta 20 de 
Noviembre de 2019]. ISSN: 1519-6089. Disponivel em: 
<https://www.redalyc.org/pdf/742/74210205.pdf 
 
3 PITTA, Ana Maria Fernandes. Um balanço da reforma psiquiátrica brasileira: instituições, atores 
e políticas. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 
12, p. 4579-4589, Dec. 2011. Available from 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 
81232011001300002&lng=en&nrm=iso. Acesso em 20 nov. 2019. 
 
https://www.redalyc.org/pdf/742/74210205.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/742/74210205.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/742/74210205.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/742/74210205.pdf
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caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 4 
 
Também devemos considerar, o próprio caráter da internação que de acordo com 
a LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001, Art. 4° “A internação, em qualquer de suas 
modalidades, só será indicada quando os recursos extra hospitalares se 
mostrarem insuficientes” seguindo pelo parágrafo 1° “O tratamento visará, como 
finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.”,5 assim é 
totalmente antiético, desumano e irresponsável o estado punir o cidadão por algo 
causado por uma consequência psicopatológica que não foi devidamente 
assistida quando esse é o dever do estado, como dito no Art. 3° “É 
responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a 
assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos 
mentais...”. Considerando que foi apresentado, a APG se posiciona contra a 
decisão de internar Arthur Fleck permanentemente. 
Sete Lagoas, MG 
25/05/1982 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 BRASIL. Decreto-Lei 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União, 
Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. 
 
5 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Lei nº 10.216, Lei da Reforma Psiquiátrica de 06 de abril de 
2001. Diário Oficial da União. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.216-2001?OpenDocument
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