Buscar

Acórdão - STJ - substituição de penhora

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.547.429 - SP (2019/0213144-6)
 
RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN
AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO 
PROCURADOR : ANDRÉA ALIONIS BANZATTO E OUTRO(S) - SP157027 
AGRAVADO : VESPER SAO PAULO S.A 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
AGRAVADO : CLARO S.A 
ADVOGADOS : RENATA CUNHA SANTOS PINHEIRO - RJ126462 
 ANDREA DE SOUZA GONÇALVES - RJ163879 
 MARIA FERNANDA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA - 
RJ189458 
 VICTOR MORQUECHO AMARAL E OUTRO(S) - RJ182977 
EMENTA
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO DE BENS À 
PENHORA. CARTA FIANÇA. DIREITO DE RECUSA DA FAZENDA 
PÚBLICA. ORDEM LEGAL. 
1. O acórdão recorrido consignou: "O recurso não merece provimento, pois, por 
força da alteração do art. 9º, inc. II, da Lei de Execuções Fiscais, conferida pela 
Lei nº 13.043/2014, passou-se a admitir o oferecimento da carta fiança ou seguro 
garantia à execução fiscal. Isto porque, como as normas processuais são de 
caráter geral, a sua aplicação é subsidiária quando não houver previsão específica 
na Constituição Federal, no Código Tributário Nacional ou na legislação fiscal 
regulamentadora. Assim, prevalece o artigo 9º, inciso II, da Lei nº 6.830/80, 
alterado pela Lei nº 13.043/14, que possibilita ao executado oferecer carta fiança 
em valor correspondente ao montante do débito, com os acréscimos legais, a 
título de garantia do Juízo, ficando descartada a aplicação dos artigos do art. 835 
e 848, do CPC, até porque, cuida-se de garantia originária e não de substituição, 
consoante a jurisprudência do STJ: (...) Assim, injustificada a recusa da 
Municipalidade pautada na inobservância da ordem contida no art. 11, da LEF, e 
na ausência de demonstração de inviabilidade da realização do depósito em 
dinheiro por parte da executada, já que a execução também deve observar o 
princípio da menor onerosidade (CPC, art. 805)" (fls. 114, e-STJ).
2. A irresignação merece prosperar.
3. A situação não é sobre substituição, e sim oferecimento em garantia logo após 
a citação do devedor, mas a solução deve ser idêntica. 
4. Segundo definido pela Primeira Seção do STJ, em julgamento submetido ao rito 
do art. 543-C do CPC/1973, é possível rejeitar pedido de substituição da penhora 
quando descumprida a ordem legal dos bens penhoráveis estatuída no art. 11 da 
LEF, além de nos arts. 655 e 656 do CPC, mediante a recusa justificada da 
exequente (REsp 1.090.898/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 
31/8/2009). 
5. Por outro lado, encontra-se assentado o entendimento de que a fiança bancária 
não possui o mesmo status que o depósito em dinheiro. Precedentes: AGRG 
NOS EARESP 415.120/PR, REL. MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA 
FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 27/5/2015; AGRG NO RESP 1.543.108/SP, 
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 1 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
REL. MINISTRO HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 
23/9/2015; e RESP 1.401.132/PE, REL. MINISTRO MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 12/11/2013.
6. Nos EREsp 1.077.039/RJ ficou registrado que a substituição da penhora de 
dinheiro por qualquer outro bem só pode ser feita a pedido da Fazenda Pública, 
ou, se por iniciativa do devedor, apenas quando este demonstrar, com provas 
concretas, devidamente apreciadas pelo juízo competente, a sua necessidade 
imperiosa, isto é, para afastar a ocorrência de dano desproporcional.
7. É correto afirmar que o legislador estabeleceu a possibilidade de garantia da 
Execução Fiscal por quatro modos distintos: a) depósito em dinheiro, b) 
oferecimento de fiança bancária ou seguro-garantia, c) nomeação de bens 
próprios à penhora, e d) indicação de bens de terceiros, aceitos pela Fazenda 
Pública. Note-se que, também na redação do art. 9º, a primeira modalidade de 
garantia é justamente o depósito em dinheiro. Tal situação encontra justificativa 
plenamente razoável, à luz do art. 20º da LINDB e do princípio segundo o qual a 
execução se faz no interesse do credor, no sentido de que o processo deve 
propiciar ao titular de uma pretensão assistida pelo ordenamento jurídico, 
preferencialmente, a respectiva satisfação pelo modo idêntico ao que a obrigação 
seria naturalmente cumprida e, como se sabe, o meio ordinário de quitação das 
obrigações pecuniárias é o pagamento em dinheiro. 
8. A única equiparação feita no art. 9º é a de que se assemelham à garantia 
mediante penhora (de bens próprios ou de terceiros) as garantias consistentes na 
efetivação de depósito em dinheiro ou oferecimento de fiança bancária.
9. Na Lei 6.830/1980 não se encontram dispositivos outros que possam ao menos 
sugerir que fiança bancária e dinheiro representem bens do mesmo status.
10. A lei estipula que tanto o depósito em dinheiro quanto a fiança bancária são 
meios de garantia da Ação de Execução Fiscal, da mesma forma que a penhora 
dos bens listados no art. 11 da LEF. Note-se que nivelar dinheiro e fiança 
bancária à penhora é fenômeno absolutamente distinto de equiparar o dinheiro à 
fiança bancária.
11. Não há como falar em maior liquidez quando o dinheiro – instrumento próprio 
para quitação das obrigações fiscais – não é oferecido para garantir a Execução 
Fiscal e existe a recusa do ente fazendário sob o argumento de se preferir 
dinheiro a fiança bancária. É evidente que nesse hipótese haverá menor liquidez.
12. Não consta, no acórdão recorrido, motivação pautada em elementos 
concretos que justifiquem, com base no princípio da menor onerosidade, a 
exceção à regra.
13. O órgão colegiado criou na verdade o inexistente princípio da maior 
conveniência em favor do devedor.
14. Dito de outro modo, a garantia da Execução Fiscal por fiança bancária ou 
seguro-garantia não pode ser feita exclusivamente por conveniência do devedor, 
quando a Fazenda Pública recusar em detrimento do dinheiro o que só pode ser 
admitido se a parte devedora, concreta e especificamente, demonstrar a 
necessidade de aplicação do princípio da menor onerosidade.
15. Agravo em Recurso Especial conhecido para dar provimento ao Recurso 
Especial, nos termos da fundamentação supra.
ACÓRDÃO
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 2 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, 
acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: ""A Turma, por 
unanimidade, conheceu do agravo para dar provimento ao recurso especial, nos termos do 
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell 
Marques, Assusete Magalhães e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator." 
 
Brasília, 17 de dezembro de 2019(data do julgamento).
MINISTRO HERMAN BENJAMIN 
Relator
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 3 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.547.429 - SP (2019/0213144-6)
RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN
AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO 
PROCURADOR : ANDRÉA ALIONIS BANZATTO E OUTRO(S) - SP157027 
AGRAVADO : VESPER SAO PAULO S.A 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
AGRAVADO : CLARO S.A 
ADVOGADOS : RENATA CUNHA SANTOS PINHEIRO - RJ126462 
 ANDREA DE SOUZA GONÇALVES - RJ163879 
 MARIA FERNANDA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA - 
RJ189458 
 VICTOR MORQUECHO AMARAL E OUTRO(S) - RJ182977 
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se 
de Agravo contra inadmissão de Recurso Especial (art. 105, III, "a", da CF) interposto contra 
acórdão assim ementado: 
AGRAVO DE INSTRUMENTO Execução Fiscal Carta Fiança 
Recusa do Município Descabimento Carta fiança equivale ao depósito em 
dinheiro, nos termos do arts. 9º, §3º, 15, I, da LEF Garantia que atende os 
requisitos legais - Decisão mantida - Recurso desprovido.
A parte, nas razões do seu Recurso Especial, alega violação dos arts. 9º e 11da Lei 6.830/1980. Sustenta:
No entanto, dispõe o artigo 11 da LEF: 
Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte 
ordem:
I - dinheiro;
(...)
Em tal dispositivo, está claro a determinação de que a penhora 
obedecerá a ordem de seus incisos, sendo o dinheiro seu primeiro inciso. Ou seja, 
a lei claramente assegura ao Ente Público a preferência pelo dinheiro.
Com a alteração feita pela Lei 13.043/14, o artigo 9º da LEF 
passou a dispor:
Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e 
multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado 
poderá:
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 4 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em 
estabelecimento oficial de crédito, que assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; 
(...)
Como se observa, mesmo com a alteração no artigo 9º da referida 
lei, a ordem em que as modalidades de garantia estão dispostas continua 
conferindo preferência ao dinheiro.
Tal preferência se dá devido ao fato de o dinheiro ter liquidez no 
mercado, sendo assim totalmente possível sua conversão em renda do Município. 
Isto pois deve-se objetivar, nas Execuções Fiscais, a satisfação do crédito 
fazendário com a maior brevidade possível.
demonstrasse a impossibilidade de depósito em dinheiro. O Seguro 
Garantia está sendo usado pelas empresas grandes devedoras sem qualquer 
critério, sem considerar o valor do débito, em enorme prejuízo ao credor.
Sendo assim, não pode o v. acórdão negar a recusa do Município, 
uma vez que tal recusa, além dos motivos que a justificam serem fundamentados 
em lei, é baseada numa preferência em que a própria lei confere à 
Municipalidade. (fls. 120-122, e-STJ)
Contrarrazões às fls. 125-135, e-STJ.
É o relatório. 
 
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 5 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.547.429 - SP (2019/0213144-6)
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os autos 
foram recebidos neste Gabinete em 11.10.2019. 
O acórdão recorrido consignou:
O recurso não merece provimento, pois, por força da alteração do 
art. 9º, inc. II, da Lei de Execuções Fiscais, conferida pela Lei nº 13.043/2014, 
passou-se a admitir o oferecimento da carta fiança ou seguro garantia à execução 
fiscal. Isto porque, como as normas processuais são de caráter geral, a sua 
aplicação é subsidiária quando não houver previsão específica na Constituição 
Federal, no Código Tributário Nacional ou na legislação fiscal regulamentadora. 
Assim, prevalece o artigo 9º, inciso II, da Lei nº 6.830/80, alterado pela Lei nº 
13.043/14, que possibilita ao executado oferecer carta fiança em valor 
correspondente ao montante do débito, com os acréscimos legais, a título de 
garantia do Juízo, ficando descartada a aplicação dos artigos do art. 835 e 848, do 
CPC, até porque, cuida-se de garantia originária e não de substituição, consoante 
a jurisprudência do STJ:
(...)
Assim, injustificada a recusa da Municipalidade pautada na 
inobservância da ordem contida no art. 11, da LEF, e na ausência de 
demonstração de inviabilidade da realização do depósito em dinheiro por parte da 
executada, já que a execução também deve observar o princípio da menor 
onerosidade (CPC, art. 805). (fls. 114, e-STJ)
A irresignação merece prosperar.
A situação não é sobre substituição, e sim oferecimento em garantia logo após a 
citação do devedor, mas a solução deve ser idêntica. 
Segundo definido pela Primeira Seção do STJ, em julgamento submetido ao rito 
do art. 543-C do CPC/1973, é possível rejeitar pedido de substituição da penhora quando 
descumprida a ordem legal dos bens penhoráveis estatuída no art. 11 da LEF, além de nos 
arts. 655 e 656 do CPC, mediante a recusa justificada da exequente (REsp 1.090.898/SP, 
Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJe 31/8/2009). 
Por outro lado, encontra-se assentado o entendimento de que a fiança bancária 
não possui o mesmo status que o depósito em dinheiro. Nesse sentido:
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 6 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA 
DE DINHEIRO. PRETENSÃO DE SUA SUBSTITUIÇÃO POR FIANÇA 
BANCÁRIA. GARANTIAS DE NATUREZAS DIVERSAS. ACÓRDÃO 
PARADIGIMA: ERESP. 1.077.039/RJ, REL. MIN. MAURO CAMPBELL 
MARQUES, REL. P/ACÓRDÃO MIN. HERMAN BENJAMIN, DJE 
12.04.2011. JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL QUE SE FIRMOU NO 
MESMO SENTIDO DO ACÓRDÃO EMBARGADO. SÚMULA 168 DO STJ. 
FALTA DE COTEJO ANALÍTICO E AUSÊNCIA DE SIMILITUDE 
FÁTICA ENTRE OS ACÓRDÃOS CONFRONTADOS. AGRAVO 
REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A egrégia 1a. Seção desta Corte Superior, ao julgar o EREsp. 
1.077.039/RJ, de Relatoria do eminente Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, sendo Relator para o Acórdão o ilustre Ministro HERMAN 
BENJAMIN, julgado em 09.02.2011, consolidou o entendimento de que a penhora 
de dinheiro e a fiança bancária não possuem o mesmo status, de maneira que a 
substituição da penhora não deve ocorrer de forma automática; essa substituição 
somente é admissível em casos de grande especificidade, o que não ocorre na 
hipótese vertente.
2. Dessa forma, não estando configurada a divergência 
jurisprudencial, impõe-se a incidência da Súmula 168 do STJ, que dispõe que não 
cabem Embargos de Divergência, quando a jurisprudência do Tribunal se firmou 
no mesmo sentido do acórdão embargado.
3. A admissão dos Embargos de Divergência reclama a 
demonstração do dissídio na forma prevista pelo RISTJ, com a demonstração das 
circunstâncias que assemelhem os casos confrontados, bem como pela juntada de 
certidão ou de cópia integral do acórdão paradigma, ou, ainda, a citação do 
repositório oficial de jurisprudência que o publicou, o que não ocorreu na espécie.
4. Agravo Regimental desprovido, em face dos óbices 
procedimentais apontados.
(AgRg nos EAREsp 415.120/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO 
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 27/5/2015).
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. SUBSTITUIÇÃO DE 
DINHEIRO POR FIANÇA BANCÁRIA. VEDAÇÃO. PRECEDENTES. 
EXCEPCIONALIDADE NÃO EFETIVAMENTE DEMONSTRADA.
1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do EREsp 
1077039/RJ, sedimentou entendimento de que o dinheiro e a fiança bancária não 
apresentam o mesmo status, de modo que uma vez efetuada a penhora sobre 
numerário, ainda que decorrente de procedimento efetivado direto em instituições 
bancárias, não é possível sua substituição por fiança bancária.
2. A fiança bancária prevalecerá sobre o dinheiro apenas em 
caráter excepcional, ou seja, quando estiver comprovada, de forma irrefutável, 
perante a autoridade judicial, a necessidade de aplicação do princípio da menor 
onerosidade (art. 620 do CPC), o que não ocorreu na espécie.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1.543.108/SP, Rel. Ministro HUMBERTO 
MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe 23/9/2015).
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 7 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO 
ART. 535, CPC. EXECUÇÃO FISCAL. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA DE 
DINHEIRO POR FIANÇA BANCÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. ARTS. 9º, §§ 
3º, e 4º, e 15, I, DA LEI 6.830/1980.
1. Não viola o art. 535, do CPC, o acórdão que decide de forma 
suficientemente fundamentada, não estando obrigada a Corte de Origem a emitir 
juízo de valor expresso a respeito de todas as teses e dispositivos legais invocados 
pelas partes.
2. "O fato de o art. 15, I, da LEF prever a possibilidade de 
substituição da penhora por depósito ou fiança bancária significa apenas que o 
bem constrito é passível de substituição por um ou por outro. Não se pode, a partir 
da redação do mencionado dispositivo legal, afirmar genericamente que o dinheiro 
e a fiança bancáriaapresentam o mesmo status. [...] regra geral, quando o juízo 
estiver garantido por meio de depósito em dinheiro, ou ocorrer penhora sobre ele, 
inexiste direito subjetivo de obter, sem anuência da Fazenda Pública, a sua 
substituição por fiança bancária" (EREsp 1077039 / RJ, Primeira Seção, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, Rel. p/acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em 
09.02.2011).
3. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1.401.132/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 12/11/2013).
Nos EREsp 1.077.039/RJ, ficou registrado que a substituição da penhora de 
dinheiro por qualquer outro bem só pode ser feita a pedido da Fazenda Pública, ou, se por 
iniciativa do devedor, apenas quando este demonstrar, com provas concretas, devidamente 
apreciadas pelo juízo competente, a sua necessidade imperiosa, isto é, para afastar a 
ocorrência de dano desproporcional.
É correto afirmar que o legislador estabeleceu a possibilidade de garantia da 
Execução Fiscal por quatro modos distintos: a) depósito em dinheiro, b) oferecimento de 
fiança bancária ou seguro-garantia, c) nomeação de bens próprios à penhora, e d) indicação 
de bens de terceiros, aceitos pela Fazenda Pública. Note-se que, também na redação do art. 
9º, a primeira modalidade de garantia é justamente o depósito em dinheiro. Tal situação 
encontra justificativa plenamente razoável, à luz do art. 20º da LINDB e do princípio segundo 
o qual a execução se faz no interesse do credor, no sentido de que o processo deve propiciar 
ao titular de uma pretensão assistida pelo ordenamento jurídico, preferencialmente, a 
respectiva satisfação pelo modo idêntico ao que a obrigação seria naturalmente cumprida e, 
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 8 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
como se sabe, o meio ordinário de quitação das obrigações pecuniárias é o pagamento em 
dinheiro. 
A única equiparação feita no art. 9º é a de que se assemelham à garantia 
mediante penhora (de bens próprios ou de terceiros) as garantias consistentes na efetivação de 
depósito em dinheiro ou oferecimento de fiança bancária.
Não encontrei, na Lei 6.830/1980, dispositivos outros que possam ao menos 
sugerir que fiança bancária e dinheiro representem bens do mesmo status.
A lei estipula que tanto o depósito em dinheiro quanto a fiança bancária são 
meios de garantia da Ação de Execução Fiscal, da mesma forma que a penhora dos bens 
listados no art. 11 da LEF. Note-se que nivelar dinheiro e fiança bancária à penhora é 
fenômeno absolutamente distinto de equiparar o dinheiro à fiança bancária.
Não há como falar em maior liquidez quando o dinheiro – instrumento próprio 
para quitação das obrigações fiscais – não é oferecido para garantir a Execução Fiscal e existe 
a recusa do ente fazendário sob o argumento de se preferir dinheiro a fiança bancária. É 
evidente que nesse hipótese haverá menor liquidez.
Não consta, no acórdão recorrido, motivação pautada em elementos concretos 
que justifiquem, com base no princípio da menor onerosidade, a exceção à regra.
O órgão colegiado criou na verdade o inexistente princípio da maior 
conveniência em favor do devedor.
 Dito de outro modo, a garantia da Execução Fiscal por fiança bancária ou 
seguro-garantia não pode ser feita exclusivamente por conveniência do devedor, quando a 
Fazenda Pública recusar em detrimento do dinheiro o que só pode ser admitido se a parte 
devedora, concreta e especificamente, demonstrar a necessidade de aplicação do princípio da 
menor onerosidade.
Diante do exposto, conheço do Agravo em Recurso Especial para dar 
provimento ao Recurso Especial, nos termos da fundamentação supra.
É como voto.
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 9 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
 
 
Número Registro: 2019/0213144-6 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.547.429 / 
SP
Números Origem: 05005447320098260564 20814755120178260000 500544/2009 5005442009 
5005447320098260564 564.01.2009.500544 564012009500544 910/2009 9102009
PAUTA: 19/11/2019 JULGADO: 19/11/2019
Relator
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. NICOLAO DINO DE CASTRO E COSTA NETO
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO 
PROCURADOR : ANDRÉA ALIONIS BANZATTO E OUTRO(S) - SP157027 
AGRAVADO : VESPER SAO PAULO S.A 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
AGRAVADO : CLARO S.A 
ADVOGADOS : RENATA CUNHA SANTOS PINHEIRO - RJ126462 
 ANDREA DE SOUZA GONÇALVES - RJ163879 
 MARIA FERNANDA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA - RJ189458 
 VICTOR MORQUECHO AMARAL E OUTRO(S) - RJ182977 
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Dívida Ativa
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 10 de 5
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA TURMA
 
 
Número Registro: 2019/0213144-6 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 1.547.429 / 
SP
Números Origem: 05005447320098260564 20814755120178260000 500544/2009 5005442009 
5005447320098260564 564.01.2009.500544 564012009500544 910/2009 9102009
PAUTA: 17/12/2019 JULGADO: 17/12/2019
Relator
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. NÍVIO DE FREITAS SILVA FILHO
Secretária
Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI
AUTUAÇÃO
AGRAVANTE : MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO 
PROCURADOR : ANDRÉA ALIONIS BANZATTO E OUTRO(S) - SP157027 
AGRAVADO : VESPER SAO PAULO S.A 
ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - SE000000M
AGRAVADO : CLARO S.A 
ADVOGADOS : RENATA CUNHA SANTOS PINHEIRO - RJ126462 
 ANDREA DE SOUZA GONÇALVES - RJ163879 
 MARIA FERNANDA DUARTE SIROTHEAU DA COSTA - RJ189458 
 VICTOR MORQUECHO AMARAL E OUTRO(S) - RJ182977 
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Dívida Ativa
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na 
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, conheceu do agravo para dar provimento ao recurso 
especial, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."
Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães e 
Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.
Documento: 1890524 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 25/05/2020 Página 11 de 5

Continue navegando