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Transtorno de personalidade Rooh 2020

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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE E COMPORTAMENTO EM ADULTOS E TRANSTORNOS EMOCIONAIS E DE COMPORTAMENTO COM INÍCIO USUALMENTE OCORRENDO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
TRANSTORNOS DE
PERSONALIDADE
ENFERMAGEM
 SAÚDE MENTAL II
DRA. GRACIELA DE BRUM PALMEIRAS
Autora:
NATALINE ROBERTA C. DAL’MASO
DEFINIÇÃO
              O conceito foi descrito há milhares de anos;
              No século IV a.C., Hipócrates concluiu que toda doença se origina de um excesso ou desequilíbrio entre os quatro humores corporais: bílis amarela, bílis negra, sangue e fleuma. 
-	A profissão médica reconheceu pela primeira vez que transtornos de personalidade, além de psicose, eram uma causa de sua própria preocupação, com o reconhecimento de que um indivíduo pode se comportar irracionalmente mesmo quando os poderes do intelecto apresentam-se íntegros.
 
-	Os psiquiatras do século XIX abraçaram o termo insanidade moral, cujo conceito define o que hoje conhecemos como transtornos de personalidade.
 Agrupamento A: comportamentos descritos como estranhos ou excêntricos:
a. transtorno de personalidade paranóide;
b. transtorno de personalidade esquizóide;
c. transtorno de personalidade esquizotípica;
Agrupamento B: comportamentos descritos como dramáticos, emocionais ou irregulares:
a. transtorno de personalidade antissocial;
b. transtorno de personalidade borderline;
c. transtorno de personalidade histriônica;
d. transtorno de personalidade narcisista;
Agrupamento C: comportamentos descritos como ansiosos ou com medo: a. trantorno de personalidade de esquiva; b. transtorno da personalidade dependente; c. transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo.
PARANOIDE GRUPO A
O QUE É TPP
	Característica dominante do transtorno é uma suspeição injustificada e desconfiança das pessoas, que persiste mesmo em face de fortes evidências de que não há justificativa para as preocupações. 
Uma vez que tais indivíduos percebem ameaças como vindas de todos ao seu redor
Eles tendem a ser: ansiosos
 distantes argumentativos mal-humorados
 
 
EPIDEMIOLOGIA
Ocorre em 0,5 - 2,5% da população geral, sendo mais comum em indivíduos do sexo masculino e estudos em famílias revelaram estreita relação com Esquizofrenia e Transtornos Delirantes.
QUADRO CLÍNICO
Pacientes com este transtorno estão constantemente em guarda, vigilantes e prontos para qualquer ameaça real ou imaginária.
Eles parecem tensos e irritáveis e desenvolveram um exterior inflexível duro, tornando-se imunes ou insensíveis aos sentimentos dos outros.
Eles evitam interações com outras pessoas para não serem obrigados a abdicar de parte de seu próprio poder, e sempre acham que os outros estão lá para tirar proveito deles. 
Eles não aceitam a responsabilidade por seus próprios comportamentos e sentimentos e projetam essa responsabilidade para os outros. Eles são invejosos e hostis para com as pessoas altamente bem-sucedidas e acreditam que a única razão pela qual eles não são tão bem-sucedidos é porque foram tratados injustamente. 
Estão constantemente na defensiva. Qualquer ameaça, real ou imaginária, pode liberar hostilidade e raiva.
O desejo de represália e vingança é tão intenso, que uma possível perda de controle pode resultar em agressão e violência.
Estas explosões em geral são breves e a pessoa paranoica logo recupera o controle externo, racionaliza o comportamento e reconstrói as defesas centrais de sua personalidade padrão.
 Pelo fato de não confiarem em ninguém, estão constantemente “testando” a honestidade dos outros. 
Sua maneira intimidativa provoca exasperação e raiva em quase todos com quem entra em contato. mantêm sua autoestima atribuindo suas deficiências a outros. 
TRATAMENTO
É controlada e tratada usando terapia comportamental.
Destina-se a reduzir a sensibilidade dos críticos e trabalhar nas habilidades sociais.
A idéia da terapia comportamental é quebrar o ciclo da suspeita através do uso de técnicas de controle de ansiedade e mudanças de comportamento em certas áreas do dia a dia. 
	A cura da paranóia é muito difícil, uma vez que cresce em uma pessoa, não há cura para ela.
 O principal método de cura é :
Método psicanalítico – Comparada a outras doenças mentais, esta doença não responde imediatamente ao tratamento psicanalítico, pois, sendo suspeito, o paciente não coopera com o médico. 
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
O QUE É
	É um comportamento socialmente irresponsável, explorador e sem culpa, que reflete um descaso geral pelos direitos dos outros. Estes indivíduos exploram e manipulam os outros para ganho pessoal e não se preocupam em obedecer à lei. Eles têm dificuldade para manter um emprego consistente e desenvolver relações estáveis. 
	Nos EUA, estima-se que a prevalência varie de 3% em homens até cerca de 1% nas mulheres. O transtorno é mais comum entre as classes socioeconômicas mais baixas, principalmente entre habitantes altamente móveis de áreas urbanas empobrecidas. 
DIAGNÓSTICO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL
Há um padrão profundo de desrespeito e violação dos direitos dos outros que ocorre desde a idade de 15 anos, como indicado por três (ou mais) dos seguintes: 
 Falta de conformidade com as normas sociais com relação a comportamentos lícitos; 
Defraudação, como indicado por repetidas mentiras, uso de apelidos ou enganar os outros para lucro ou prazer pessoal; 
Impulsividade ou falha em planejar o futuro;
Irritabilidade e agressividade, como indicado por repetidas lutas ou agressões físicas;
Desrespeito imprudente pela segurança própria ou de outros; 
Irresponsabilidade consistente;
Falta de remorso;
EPIDEMIOLOGIA
Tanto fatores genéticos como ambientais abuso durante a infância contribuem para o desenvolvimento do transtorno de personalidade antissocial. Um mecanismo possível é agressividade impulsiva, relacionada com o funcionamento anormal do transportador de serotonina. Desprezo pela dor dos outros durante a primeira infância foi associada ao comportamento antissocial durante a adolescência tardia.
O que é o Transtorno de Conduta?
Caracterizado por padrões de conduta socialmente inadequados, agressivos, que violam normas sociais ou direitos individuais, sendo uma das maiores causas de encaminhamento psiquiátrico infantil. O tratamento deve ser iniciado logo nos primeiros sintomas, que podem surgir na fase infantil ou adolescente:
Agressividade excessiva,
Crueldade com outras pessoas ou animais,
Condutas incendiárias ou depredação de patrimônio,
Roubos/furtos,
Abuso sexual
Mentiras recorrentes
TRATAMENTO
Não há evidências de que qualquer tratamento específico resulte em uma melhoria de longo prazo. Assim, o tratamento visa alcançar outro objetivo a curto prazo, é indicado.
Pacientes agressivos com impulsividade proeminente e afeto variável podem se beneficiar do tratamento com terapia cognitivo-comportamental ou fármacos 
TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NARCISISTA
O QUE É
Têm um sentido exagerado de autoestima. Eles não têm empatia, são hipersensíveis à avaliação de outros e acreditam que têm o direito inalienável de receber consideração especial e que seu desejo é justificativa suficiente para possuir o que quer que procurem. o conceito de narcisismo tem suas raízes no século XIX. Ele foi observado pelos primeiros psicanalistas como uma fase normal do desenvolvimento psicossexual. 
EPIDEMIOLOGIA
Estima que o transtorno ocorre em 2 a 16% da população clínica e menos de 1% da população em geral. Ele é diagnosticado mais frequentemente em homens do que em mulheres.
Maior entre homens do que em mulheres.
TRATAMENTO
O transtorno de personalidade narcisista raramente é o principal motivo para as pessoas que procuram tratamento de saúde mental. Quando as pessoas com TPN entram no tratamento, isso é tipicamente provocado por dificuldadesde vida ou para buscar alívio para outra desordem, como transtorno depressivo maior, distúrbio por uso de substâncias, transtorno bipolar ou distúrbios alimentares. Isto é em parte porque os indivíduos com TPN geralmente têm um mau insight e falham em reconhecer que sua percepção e comportamento são inadequados e problemáticos devido à sua auto-imagem muito positiva.
DIAGNÓSTICO
Sintomas
Avaliação psicológica (entrevistas ou questionários)
Exame físico para garantir que não haja problemas fisiológicos que causam os sintomas.
O que é
A característica essencial do transtorno da personalidade histriônica é a emocionalidade excessiva e difusa e o comportamento de busca de atenção. Esse padrão surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos. Sentem-se desconfortáveis ou não valorizados quando não estão no centro das atenções. Normalmente cheios de vida e dramáticos, tendem a atrair atenção para si mesmos e podem inicialmente fazer novas amizades por seu entusiasmo, abertura aparente ou sedução. 
EPIDEMIOLOGIA
Acredita-se que a prevalência da doença seja de cerca de 2 a 3% e seja mais comum em mulheres do que em homens.
DIAGNÓSTICO
Desconforto quando eles não são o centro das atenções
Interação com os outros que é inadequadamente sedutora ou provocativa sexualmente
Mudança rápida e expressão superficial das emoções
Uso consistente da aparência física para chamar a atenção para eles mesmos
Discruso que é extremamente impressionista e vago
Autodramatização, teatralidade e expressão extravagante das emoções
Sugestionabilidade (facilmente influenciados por outras pessoas ou situações)
Interpretação dos relacionamentos como mais íntimos do que são
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
O QUE É
São personalidades do tipo "8 ou 80", sempre à beira do limite: ora explodem de raiva e tratam os outros de modo horrível e cruel, ora agem de forma extremamente afetuosa e gentil. Há um padrão de instabilidade nas relações sociais, alta impulsividade e rápida alternância de emoções. sente insegurança e perturbações em relação à autoimagem e pode também ter comportamentos constantes de infligir lesões ao próprio corpo, muitas vezes com pensamentos constantes sobre suicídio e sensação crônica de vazio. 
Existem dois padrões de comportamentos no transtorno de borderline:
 O explosivo, que nos acessos de fúria quebram o que estiver a volta
 O implosivo, que sofre de forma mais depressiva e tem maior tendência a se auto destruir. 
Em geral, o paciente Borderline busca desesperadamente não ser rejeitado, mas por sufocar o outro nas suas relações, geralmente por este motivo, acaba sendo rejeitado.
EPIDEMIOLOGIA
Estima-se que prevalência média seja de 1,6%, mas pode chegar a 5,9%. Nos pacientes tratados durante uma internação psiquiátrica por transtornos mentais, a prevalência é cerca de 20%. Cerca de 75% dos pacientes diagnosticados com esse transtorno são mulheres, mas na população norte-americana em geral, a proporção entre homens e mulheres é de 1:1.
Vamos ajudar o próximo e ser mais compreensivos e solidários com a dor alheia, para que casos como esses não se repitam!
Blogueira Aline Araújo 24 anos, cometeu suicídio dois dias após ser deixada pelo noivo as vésperas do casamento. Ex noivo afirmou que ela sofria de transtorno de Borderline.
TRATAMENTO
Pode ser tratado com uma abordagem 
psicoterapêutica e medicamentosa.
 Geralmente se utilizam antipsicóticos que diminuem os sintomas do transtorno. 
O tratamento medicamentoso pode 
aliviar
 o sintomas.
DIAGNÓSTICO
 É sub-diagnosticada ou mal diagnosticada. Um psiquiatra ou psicólogo pode diagnosticar o transtorno com base em uma entrevista completa e um exame médico abrangente. A análise clínica pode ajudar a descartar outras possíveis doenças e transtornos.O profissional de saúde mental licenciado pode perguntar sobre sintomas e histórico médico pessoais e familiares, incluindo qualquer histórico de doenças mentais. Esta informação pode ajudar o profissional a decidir sobre o melhor tratamento. É importante fazer exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças, pois as suas características são semelhantes a outras doenças, como depressão ou esquizofrenia.
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
 Transmita uma atitude de aceitação para este cliente. Sentimentos de rejeição são, sem dúvida, familiares para ele. Trabalhe no desenvolvimento de confiança. Seja honesta, mantenha todas as promessas e transmita a mensagem para o cliente de que não é ele, mas seu comportamento, que é inaceitável. Uma atitude de aceitação promove sentimentos de autoestima. A confiança é a base de uma relação terapêutica
 Mantenha um baixo nível de estímulos no ambiente do cliente (iluminação baixa, poucas pessoas, decoração simples, baixo nível de ruído). Um ambiente estimulante pode aumentar a agitação e promover um comportamento agressivo
 Observe o comportamento do cliente com frequência. Faça isso por meio de atividades de rotina e interações; evite parecer vigilante e desconfiada. É necessária observação rigorosa para que a intervenção possa ocorrer se for necessário garantir a segurança do cliente (e de outros)
Remova todos os objetos perigosos do ambiente do cliente para que ele não possa propositalmente ou inadvertidamente usá-los para causar danos a si mesmo ou aos outros
 Ajude o cliente a identificar o verdadeiro objeto de sua hostilidade. Você parece estar chateado com…. Por causa do desenvolvimento de ego fraco, o cliente pode estar fazendo mau uso do mecanismo de defesa de deslocamento. Ajudar a reconhecer isso de uma maneira não ameaçadora pode ajudar a revelar questões não resolvidas para que possam ser confrontadas
Incentive o cliente a verbalizar gradualmente sentimentos hostis. A verbalização de sentimentos em um ambiente não ameaçador pode ajudar o cliente a enfrentar questões não resolvidas
 Explore com o cliente maneiras alternativas de lidar com a frustração grandes habilidades motoras que canalizam a energia hostil para um comportamento socialmente aceitável. Atividades fisicamente intensas ajudam a aliviar a tensão reprimida
A equipe deve manter e transmitir uma atitude calma para o cliente. A ansiedade é contagiosa e pode ser transferida da equipe para o cliente. Uma atitude calma fornece ao cliente uma sensação de segurança e proteção
Disponha de equipe suficiente disponível para apresentar uma demonstração de força para o cliente, se necessário. Isso transmite ao cliente evidências de controle sobre a situação e fornece alguma segurança física para a equipe
Administre medicamentos tranquilizantes como requisitado pelo médico ou obtenha uma prescrição, se necessário. Monitore o cliente para a eficácia do medicamento, bem como para o aparecimento de efeitos secundários adversos. Agentes ansiolíticos. lorazepam, clordiazepóxido, oxazepam) produzem um efeito calmante e podem ajudar a acalmar os comportamentos hostis
AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
A Avaliação do Estado Mental é um prática do cuidado de enfermagem que tem por objetivo avaliar funcionamento emocional e cognitivo da pessoa, verificando o equilíbrio das funções mentais diante da capacidade da pessoa atuar social e profissionalmente. 
A avaliação do enfermeiro das funções mentais poderá identificar pontos fortes remanescentes do sujeito em diversas situações da vida, ajudando-o a mobilizar recursos e a utilizar seu potencial para lidar com dificuldades e conflitos. 
REFERÊNCIAS:
KAPLAN, HI, SADOCK, BJ & GREBB, JA – Compêndio de Psiquiatria: Ciências Comportamentais e Psiquiatria Clínica. 6 ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. GLEN O. GABBARD- Psiquiatria Psicodinâmica, 4ª edição. Artmed) www.psiquiatriageral.com.br
 	
Millon, T. (2004). Personality disorders in modern life (2nd ed.). Hoboken, NJ: John Wiley and Sons. 
National Institute of Mental Health. (2010). Borderline personality disorder: Raising questions, findinganswers. Retrieved October 4, 2010, from http://www.nimh.nih.gov/health/publications/borderline-personality-disorder-fact-shee
TOWNSEND, Mary C. et al., Enfermagem psiquiatrica: conceitos de cuidados na pratica baseada em evidencias. 7. ed - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. ... O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem! Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!
OBRIGADA!

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