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RECURSO ESPECIAL DIREITO CONSTITUCIONAL PEÇA 4

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR DA __ª TURMA DA __ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PERNANBUCO
Processo nº XXXXXXXXXXXXXXXX
Luiz Augusto, já qualificado nos autos da Ação Popular Constitucional com pedido de tutela provisoria de urgencia antecipada de numero em epigrafe que move em face do ato praticado pelo Senhor Jacinto Jacaré, Prefeito Municipal de São Caetano/PE, vem respeitosamente e tempestivamente, também já qualificados nos autos, por via de seu procurador que subscreve, com base no artigos 5º, incisos XXXV,LV e 93, inciso IX ambos estes da Constituição Federal/1988, e nos artigos 994º, 1.003º e 1.029º do Código de Processo Civil vêm respeitosamente à Vossa Excelência, inconformados com o teor da sentença proferida em Embargos de Declaração, interpor:
RECURSO ESPECIAL
pelos motivos de fato e fundamentos jurídicos apontados nas razões recursais, que seguem, anexas , a serem remetidas ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Requer-se a intimação da parte contrária para apresentação, seguem anexos os comprovantes de recolhimentos das guias referentes ao preparo recursal, dispensado o recolhimento de porte de remessa e retorno, conforme disposto o art. 1.007, caput e parágrafo terceiro do CPC/15,
Termos em que,
 Pede deferimento
São Caetano, 16 de Maio de 2020
Assinatura do Advogado
OAB nº
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
Apelante: Luiz Augusto
Apelado: Jacinto Jacaré e outros
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
COLENDA CÂMARA,
ÍNCLICITOS JULGADORES.
I – DO CABIMENTO E TEMPESTIVIDADE
DA TEMPESTIVIDADE 
Nos termos do artigo 219 e 1.003 § 5 do CPC/15, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluído o dia do começo e incluindo o dia do vencimento nos termos do Art. 204 do CPC/15.
Dessa forma, considerando a data da decisão publicada e o presente advogado intimado por meio eletrônico tem-se por tempestivo o presente recurso, devendo ser acolhido. 
DO CABIMENTO
Nos termos do artigo 1.029 do CPC/15 este recurso é cabível quando esgotadas todas as possibilidades de recursos, merece ser reconhecido por preencher todos os pressupostos processuais. E conforme o artigo 105, III, da CF/88: - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
II – DO PREPARO
	
Conforme o artigo 5 º, LXXIII, da CF/88:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
Estes referidos artigos da Constituição contem a chamada imunidade constitucional da Ação Popular. As custas processuais por terem natureza de taxa, não pode o Poder Público cobrar qualquer tipo de valor, desde que comprovada a má-fé. Entretanto, o requerido é cidadão e parte legitima desta ação como já demonstrado desde a inicial, gozando da gratuidade das taxas recursais. 
Na lei da Ação Popular (4717/65), o § 3, dispõe que a prova de cidadania para ingresso em juízo será feita com o titulo de eleito, que foi disposto na inicial, comprovando que o Sr. Luiz Augusto prospera ser imune da taxa recusar, por comprovar ser cidadão, parte legitima e demonstrar na inicial e em embargos o vicio do decreto municipal.
 III - DO PREQUESTIONAMENTO
Exige-se, para o acolhimento de Recurso Especial, que a matéria tenha sido prequestionada, como expõe o artigo 1025 do CPC/15:
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.
Este requisito foi cumprido já que o competente Tribunal a quo manisfestou-se sobre a matéria decidindo que a devolução dos valores aos cofres públicos não era cabível, não aplicando corretamente o artigo 11 da Lei 417/65.
II – SINTESE DA DEMANDA (FATOS)
Luis Augusto, comerciante, da cidade de São Cateano/PE, ficou inconformado com uma decisão do Prefeito Municipal Jacinto Jacaré, que por meio de um Decreto Municipal numero 01/2019 transferiu a cobrança do serviço de estacionamento em locais públicos, denominado “Zona Azul”, sem a devida licitação (modalidade imposta aos entes públicos para realizar a denominada concessão de serviços públicos), para uma associação de comerciantes locais (ACSC-PE), cujo presidente, Sr. Sombra, é seu amigo pessoal e principal colaborador de sua campanha eleitoral. 
Promovida a Ação Popular a qual foi julgada improcedente pelo juiz de primeiro grau e, em sede de Apelação, foi julgada procedente. Contudo, o Tribunal anulou o Decreto nº 01/2019 como foi requerido, mas nada foi dito a respeito da devolução do dinheiro pago à associação durante a época em que explorou ilegalmente o serviço público de “Zona Azul” no município. 
Foi oposto Embargos de Declaração da decisão do Tribunal de Justiça, em que os Desembargadores acolheram o recurso e complementaram a decisão, no entanto, eles julgaram ser impossível a devolução dos valores recebidos irregularmente pela associação ré, em razão de a Lei da Ação Popular prever apenas a anulação do ato ilegal realizado, não a reparação dos danos decorrentes desse ato.
III- DO MÉRITO RECURSAL
RAZÕES DA REFORMA
	
A Lei 4717/65, conhecida como Lei da Ação Popular, em seu artigo 11 prevê que:
  Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
O artigo em tela é claro em seu preceito final que ao julgar procedente a Ação Popular que decretar a invalidade do ato, será condenado a restituir perdas e danos. Em sede de impugnação foi julgado procedente a invalidação do decreto, entretanto no Embargo não foi reconhecido o ressarcimento dos danos. Consta em anexo nesses autos, que em poucos meses que a Associação explorou o serviço público, recebeu mais de 3 (três) milhões de reais, e teve um gasto pouco superior a 10 (dez) mil reais com despesas de impressões dos cartões de estacionamento e pagando salário de fiscais.
Ora nobre julgador, a Lei Federal é muita clara ao dispor que deve Sr devolvido aos cofres públicos os valores utilizados quando ato é considerado invalido. O decreto municipal foi totalmente em desacordo com os princípios do funcionalismo publico, tanto que, foi admitido em sede recursal seu vicio. O uso indevido por parte da Associação frente ao uso imoderado de recursos públicos mostra-se totalmente cabível a reparação de perdas e danos a sociedade de São Caetano estado de Pernambuco. É inadmissível, que esse recurso ao ser apreciado nesse douto tribunal superior, não reconheça que o Tribunal de Justiça do Estado do Pernambuco, não aplicou de forma correta o artigo 11 da Lei de Ação Popular. 
 III – DOS PEDIDOS
		Posto isso, os recorrentes pugnam pelo conhecimento desse recurso, pois é cabível e tempestivo, e no julgamento de seu mérito pelo provimento para:
a) Reforma da decisão em sede de Embargo de Declaração que não julgou procedentea devolução dos valores aos cofres públicos.
b) Julgar procedente o pedido de devolução frente ao artigo 11 da Lei 4717/65.
Requer-se a condenação das partes recorridas em custas e honorários advocatícios recursais, na forma do artigo 85, parágrafo 11, do CPC/15.
 
Diante do exposto,
Pede Deferimento.
São Caetano, de Maio de 2020
Assinatura do Advogado(a)
OAB número:

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