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Anatomia II

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1261
Sistema genital masculino
CAPÍTULO 
76
O sistema genital masculino consiste no funículo espermático e escroto, 
testículos e epidídimos, ductos deferentes, próstata, glândulas seminais (ou 
vesículas seminais) e pênis.
FUNÍCULO ESPERMÁTICO
À medida que o testículo atravessa a parede abdominal em direção ao 
escroto durante a vida fetal, ele leva seus vasos, nervos e ducto deferente 
com ele. Estes se encontram no anel inguinal profundo para formar o 
funículo espermático, que suspende o testículo no escroto e se estende do 
anel inguinal profundo até a margem posterior do testículo (Fig. 76.1). O 
funículo esquerdo é um pouco mais longo que o direito. Entre o anel 
inguinal superfi cial e o testículo, o funículo se encontra anteriormente ao 
tendão do músculo adutor longo, é cruzado anteriormente pela artéria 
pudenda externa superfi cial e posteriormente pela artéria pudenda externa 
profunda. O nervo ilioinguinal se localiza inferiormente ao funículo à 
medida que atravessa o canal inguinal.
No canal, o funículo adquire as túnicas a partir das camadas da parede 
abdominal que se estendem para o interior da bolsa escrotal como as 
fáscias espermática interna, cremastérica e espermática externa (Fig. 76.2). 
A fáscia espermática interna é derivada da fáscia transversal e forma uma 
fi na lâmina frouxa ao redor do funículo espermático. A fáscia cremastérica 
contém fascículos de fi bras musculares estriadas esqueléticas unidos por 
tecido conjuntivo frouxo para formar o músculo cremaster, o qual é con-
tínuo com o músculo oblíquo interno do abdome. A fáscia espermática 
externa desce a partir dos pilares do anel superfi cial e é um fi no estrato 
fi broso contínuo acima com a aponeurose do músculo oblíquo externo do 
Músculo oblíquo 
externo do abdome
Músculo
oblíquo
externo do
abdome
Linha alba
Músculo oblíquo
externo do
abdome, aponeurose
Ligamento
inguinal
Fibras
intercrurais
Pilar lateral
Pilar medial
Funículo
espermático
Anel inguinal
superficial
Músculo oblíquo 
interno do abdome
Músculo 
cremaster
Ligamento reflexo
Ligamento fundiforme 
do pênis
Fig. 76.1 Relação do funículo 
espermático com a parede 
abdominal anterior. (De 
Sobotta 2006.)
Músculo oblíquo 
externo do abdome,
aponeurose
Anel inguinal profundo
Artérias e veias 
epigástricas inferiores
Fáscia transversal
Nervo ilioinguinal
Anel inguinal superficial
Nervo genitofemoral, 
ramo genital
Músculo oblíquo
interno do abdome
Músculo transverso
do abdome
Nervo ilioinguinal
Fáscia transversal
Artéria do ducto deferente
Ducto deferente
Plexo pampiniforme
Nervo genitofemoral, ramo genital
Músculo cremaster
Ligamento inguinal
Fáscia espermática externa
Fig. 76.2 Estruturas contidas no interior do 
funículo espermático. (De Sobotta 2006.)
SISTEMA GENITAL MASCULINO
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abdome. O funículo espermático é constituído pelo ducto deferente; artéria 
testicular e veias testiculares, artéria cremastérica (ramo da artéria epigás-
trica inferior) e a artéria para o ducto deferente (a partir da artéria vesical 
superior); ramo genital do nervo genitofemoral, nervo cremastérico e plexo 
testicular simpático (os quais estão unidos por fi lamentos originários do 
plexo pélvico, acompanhando a artéria para o ducto deferente); 4-8 vasos 
linfáticos que drenam o testículo. Todas essas estruturas estão unidas por 
tecido conjuntivo frouxo (Figs. 76.2 e 76.3A).
ESCROTO
O escroto é um saco cutâneo fi bromuscular que contém os testículos e as 
porções inferiores dos funículos espermáticos e se encontra suspenso 
abaixo da sínfi se púbica entre as faces anteromediais das coxas. Ele é cons-
tituído por pele, músculo dartos e as fáscias espermática externa, cremas-
térica e espermática interna. A fáscia espermática interna encontra-se 
frouxamente aderida à lâmina parietal da túnica vaginal (Fig. 76.3B). O 
escroto é dividido em metades direita e esquerda por uma rafe cutânea, a 
qual continua ventralmente para a face inferior do pênis e dorsalmente ao 
longo da linha mediana do períneo até o ânus. A rafe indica a origem 
bilateral do escroto a partir das intumescências genitais. O lado esquerdo 
do escroto é geralmente mais baixo, pois o funículo espermático esquerdo 
é mais longo.
A pele do escroto é fi na, pigmentada e frequentemente enrugada. Ela 
apresenta pelos escassamente espalhados e ondulados, cujas raízes são 
visíveis através da pele. Apresenta glândulas sebáceas, cuja secreção tem 
odor característico, e também numerosas glândulas sudoríparas, células 
pigmentares e terminações nervosas. Essas terminações respondem à esti-
mulação mecânica dos pelos e da pele e às variações de temperatura. Não 
há tecido adiposo subcutâneo. A aparência externa do escroto varia; quando 
quente, nos idosos e debilitados, o escroto é liso, alongado e fl ácido; no 
entanto, quando frio nos jovens e robustos, ele é curto, enrugado e inti-
mamente justaposto aos testículos devido à contração do músculo 
dartos.
O músculo dartos é uma fi na lâmina de musculatura lisa contínua 
além do escroto com as fáscias inguinal superfi cial e perineal. Ele se estende 
interiormente, até o septo do escroto, unindo a rafe à face inferior da raiz 
do pênis. O septo contém todas as lâminas da parede do escroto, exceto a 
pele. O músculo dartos encontra-se intimamente unido à pele, mas está 
ligado às partes subjacentes por tecido conjuntivo frouxo delicado. Um 
“ligamento escrotal” fi bromuscular se estende do músculo dartos até o 
polo inferior do testículo, podendo desempenhar papel na termorregula-
ção do testículo.
Suprimento vascular e drenagem linfática
As artérias que irrigam o escroto incluem os ramos pudendos externos da 
artéria femoral, os ramos escrotais da artéria pudenda interna e um ramo 
cremastérico da artéria epigástrica inferior. Densos plexos subcutâneos de 
vasos escrotais levam um substancial fl uxo sanguíneo, o que facilita a perda 
de calor. Anastomoses arteriolovenulares do tipo simples, mas de grande 
calibre, também são proeminentes. As veias seguem as artérias correspon-
dentes. A pele do escroto é drenada por vasos linfáticos que acompanham 
os vasos sanguíneos pudendos externos até os linfonodos inguinais super-
fi ciais (Fig. 76.3A).
Inervação
O escroto é inervado pelo nervo ilioinguinal, ramo genital do nervo geni-
tofemoral, dois ramos escrotais posteriores do nervo perineal e pelo ramo 
perineal do nervo cutâneo posterior da coxa. O terço anterior do escroto é 
suprido principalmente pelo primeiro segmento espinal lombar (através 
dos nervos ilioinguinal e genitofemoral), e os dois terços posteriores são 
inervados principalmente pelo terceiro segmento espinal sacral (através 
dos nervos perineal e cutâneo posterior da coxa). A linha axial ventral do 
membro inferior passa entre estas áreas, o que signifi ca que um anestésico 
espinal deve ser injetado em doses mais altas para anestesiar a região 
anterior.
TESTÍCULOS E EPIDÍDIMOS
TESTÍCULOS
Os testículos são os órgãos reprodutores masculinos primários, ou gônadas. 
Eles são órgãos elipsoides que fazem parte do sistema genital e endócrino, 
responsáveis pela produção de espermatozoides e testosterona, respectiva-
mente. Eles se encontram suspensos no escroto pelos tecidos escrotais, 
incluindo o músculo dartos e os funículos espermáticos. As dimensões 
testiculares médias são de 4-5 cm em comprimento, 2,5 cm em largura, e 
3 cm em diâmetro anteroposterior; seu peso varia de 10,5-14 g. O testículo 
esquerdo geralmente se encontra mais abaixo que o testículo direito. Cada 
testículo se localiza obliquamente no interior do escroto, com seu polo 
superior inclinado anterolateralmente e o polo inferior, posteromedial-
mente. A margem anterior é convexa, enquanto a margem posterior é quase 
reta, com o funículo espermático preso a ela. As faces anterior, medial e 
lateral e ambos os polos são convexos, lisos e cobertos pela lâmina visceral, 
lâmina parietal da túnica vaginal do testículo e tecidos escrotais, nesta 
ordem, de dentropara fora (Fig. 76.4). Cada testículo está separado de seu 
homólogo por uma rafe fi brosa mediana, a qual é defi ciente superior-
mente. A face posterior de cada testículo é apenas parcialmente coberta 
pela túnica serosa; o epidídimo se une a sua parte lateral (veja adiante). O 
testículo é revestido por três túnicas, de fora para dentro, túnica vaginal, 
túnica albugínea e túnica vasculosa (Fig. 76.4).
Túnica vaginal
A túnica vaginal é a extremidade inferior do processo vaginal do peritônio, 
cuja formação precede a descida do testículo do feto a partir do abdome 
até o escroto (pág. 1320). Após esta migração, a parte proximal da túnica, 
do anel inguinal interno até quase ao testículo, contrai-se e é obliterada, 
deixando um saco distal fechado onde o testículo se encontra embainhado. 
A túnica é refl etida a partir do testículo sobre a superfície interna do escroto 
e forma, deste modo, as lâminas visceral e parietal da túnica vaginal. A 
lâmina visceral recobre todas as faces do testículo, exceto a maior parte da 
margem posterior. Posteromedialmente, ela é refl etida para a frente como 
a lâmina parietal. Posterolateralmente, ela passa para a face medial do 
epidídimo, recobre o seio do epidídimo e em seguida segue lateralmente 
até sua borda posterior, onde ela é refl etida para a frente a fi m de se tornar 
contínua com a lâmina parietal. As lâminas visceral e parietal são contínuas 
em ambos os polos, mas no polo superior a lâmina visceral passa sobre a 
cabeça do epidídimo antes da refl exão. Existe sempre uma película muito 
fi na de líquido entre as duas lâminas da túnica vaginal. Esta camada de 
líquido pode aumentar em condições infl amatórias e neoplásicas do testí-
culo, levando a uma hidrocele (veja adiante).
A lâmina parietal, mais extensa, estende-se abaixo do testículo e sobe 
em frente e medialmente ao funículo espermático. A superfície interna da 
túnica vaginal possui um mesotélio liso e úmido: o espaço potencial entre 
suas lâminas visceral e parietal é denominado de cavidade da túnica 
vaginal.
Túnica albugínea
A túnica albugínea é um denso revestimento branco azulado do testículo, 
composto principalmente de feixes entrelaçados de fi bras colágenas. Ela é 
recoberta externamente pela lâmina visceral da túnica vaginal, exceto na 
cabeça e cauda do epidídimo e na margem posterior do testículo, onde 
vasos e nervos penetram (Fig. 76.5A e B). A túnica albugínea recobre a 
túnica vasculosa e, na margem posterior do testículo, projeta-se para o 
interior do testículo como um espesso septo fi broso incompleto, o medias-
tino do testículo, o qual se estende da extremidade superior à extremidade 
inferior do testículo. Vasos testiculares seguem em meio ao mediastino 
testicular.
Túnica vasculosa
A túnica vasculosa contém um plexo de vasos sanguíneos e delicado tecido 
conjuntivo frouxo, estende-se sobre a face interna da túnica albugínea, 
reveste os septos e, consequentemente, todos os lóbulos testiculares.
Suprimento vascular e drenagem linfática
Artérias testiculares
As artérias testiculares são dois longos e delicados vasos que se originam 
anteriormente a partir da aorta, um pouco abaixo das artérias renais. Cada 
uma segue inferolateralmente sob o peritônio parietal e sobre o músculo 
psoas maior. A artéria testicular direita se localiza anteriormente à veia cava 
inferior e posteriormente à parte horizontal do duodeno, às artérias cólica 
direita e ileocólica, à raiz do mesentério e à porção terminal do íleo. A 
artéria testicular esquerda se localiza posteriormente à veia mesentérica 
inferior, à artéria cólica esquerda e à parte inferior do colo descendente. 
Cada artéria passa anteriormente ao nervo genitofemoral, ao ureter e à 
parte inferior da artéria ilíaca externa, e segue até o anel inguinal profundo, 
penetra no funículo espermático e passa através do canal inguinal para 
chegar ao escroto (Figs. 76.3A e 76.6). Na face posterossuperior do testí-
culo, a artéria testicular se divide em dois ramos sobre suas faces medial e 
lateral: estes seguem através da túnica albugínea e se ramifi cam na túnica 
vasculosa. Ramos terminais penetram no testículo sobre sua superfície. 
Alguns penetram no mediastino do testículo e formam alças recorrentes 
antes de alcançarem sua distribuição. Capilares dispostos próximos aos 
túbulos seminíferos penetram nas camadas de tecido intersticial e podem 
formar parte da barreira hematotesticular. Eles seguem paralelamente aos 
túbulos ou através deles sem, no entanto, penetrar em suas paredes. Esses 
capilares estão separados das células germinativas e das células de susten-
tação (de Sertoli) por uma membrana basal e quantidades variáveis de 
tecido conjuntivo frouxo que contém células intersticiais: os fenômenos de 
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trocas seletivas que envolvem andrógenos e substâncias imunológicas 
ocorrem nesta região.
No abdome, a artéria testicular supre a gordura perirrenal, o ureter e 
os linfonodos ilíacos; no canal inguinal ela supre o músculo cremaster. Em 
alguns casos, a artéria testicular direita segue posteriormente à veia cava 
inferior. As artérias testiculares representam ramos aórticos esplâncnicos 
laterais persistentes que penetram no mesonefro e cruzam ventralmente à 
veia supracardinal, mas dorsalmente à veia subcardinal. Normalmente, a 
artéria esplâncnica lateral – que persiste como a artéria testicular direita 
– segue caudalmente à anastomose suprassubcardinal, a qual forma parte 
da veia cava inferior. Quando passa cranialmente à anastomose, a artéria 
testicular direita localiza-se atrás da veia cava inferior.
O testículo também recebe sangue do ramo cremastérico da artéria 
epigástrica inferior e da artéria para o ducto deferente (Fig. 76.6). Conse-
quentemente, uma obstrução na porção mais superior da artéria testicular 
no abdome normalmente não afeta o testículo, enquanto uma obstrução 
Anel inguinal
superficial
Ligamento 
suspensor do pênis
Funículo espermático
Veia testicular
Nervo genitofemoral, 
ramo genital
Nervo dorsal do pênis
Plexo pampiniforme
Ducto deferente
Artéria testicular
Fáscia profunda do pênis
Ligamento fundiforme do pênis
A
Veia dorsal superficial do pênis
Nervo ilioinguinal
Funículo espermático
Artéria cremastérica
e veia cremastérica
Artéria e veia
pudendas externas
Ramos escrotais anteriores
Veia dorsal profunda do pênis
Veia dorsal profunda do pênis
Artéria dorsal do pênis
Anel inguinal superficial, pilar medial
B
Tecido subcutâneo, 
camada 
adiposa
Canal inguinal
Anel inguinal 
superficial, 
pilar lateral
Fáscia espermática 
externa
Fáscia 
cremastérica
Epidídimo
Cabeça
Apêndice
Apêndice do testículo
Túnica vaginal, lâmina visceral
Túnica vaginal, lâmina parietal
Fáscia espermática interna
Músculo cremaster
Fáscia espermática externa
Septo do escroto
Fáscia espermática
externa
Rafe do escroto
Túnica dartos
 (fáscia superficial
do escroto), músculo dartos
Fáscia cremastérica,
músculo cremaster
Corpo esponjoso
Uretra
Corpo cavernoso
Artéria profunda
do pênis
Veia dorsal profunda do
pênis; artéria e nervo
dorsais do pênis
Nervo ilioinguinal
Músculo oblíquo
interno do abdome
Músculo oblíquo
externo do abdome,
aponeurose
Pele
Fig. 76.3 Genitália externa masculina, face 
ventral. A, Nervos e vasos expostos por 
causa da extensa remoção da pele e da 
fáscia superfi cial do pênis. As camadas do 
funículo espermático foram cortadas à 
direita: observe o plexo pampiniforme que 
circunda a artéria testicular. B, A pele do 
abdome e partes da pele do escroto foram 
removidas e o corpo do pênis foi 
seccionado, revelando a estrutura interna do 
pênis. As camadas do funículo espermático 
e as camadas de revestimento do testículo 
foram dissecadas à direita. (De Sobotta 
2006.)
Testículos e epidídimos
Artéria e veia
pudendas externas
Artéria cremastérica
e veia cremastérica
SISTEMA GENITAL MASCULINO
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na região do funículo espermático pode interferir com todos esses vasos e 
levar a um infarto.A obstrução tanto da artéria testicular como da veia 
testicular em porções mais superiores interrompe as veias acompanhantes 
da artéria, as quais se anastomosam com as veias espermáticas internas, e 
pode ser responsável pela recorrência de uma varicocele (veja adiante).
Veias testiculares
As veias testiculares emergem posteriormente do testículo, drenam o epi-
dídimo e se unem para formar o plexo pampiniforme, um componente 
principal do funículo espermático, subindo anteriormente ao ducto defe-
rente (Fig. 76.7). No canal inguinal, o plexo pampiniforme é drenado por 
três ou quatro veias que seguem até o abdome através do anel inguinal 
profundo. Dentro do abdome, essas veias se unem em duas veias, as quais 
sobem de cada lado da artéria testicular, anteriormente ao músculo psoas 
maior e ao ureter, e atrás do peritônio. A veia esquerda passa posterior-
mente à porção inferior do colo descendente e da margem inferior do 
pâncreas, e é cruzada pelos vasos cólicos esquerdos; a veia direita passa 
posteriormente à parte terminal do íleo e da parte horizontal do duodeno, 
e é cruzada pela raiz do mesentério e pelos vasos ileocólicos e cólicos 
direitos. As veias se unem para formar as veias testiculares direita ou 
esquerda: a veia testicular direita se abre na veia cava inferior em um ângulo 
agudo imediatamente inferior ao nível das veias renais e a veia testicular 
esquerda se abre na veia renal esquerda em um ângulo reto (Fig. 76.7). As 
veias testiculares contêm valvas.
As veias testiculares no escroto e no canal inguinal podem ser varicosas 
em até 15% da população masculina. De fato, entre 25-35% dos homens 
com problemas de fertilidade também podem apresentar varicocele. A 
formação de uma varicocele, quase sempre do lado esquerdo, pode ser 
causada pela junção ortogonal das veias testicular esquerda e renal. Existem 
evidências de que a presença de uma varicocele eleva a temperatura testi-
cular e impede a espermatogênese. As varicoceles também podem causar 
dor no testículo, que é frequentemente do tipo arrastado, sentida ao fi nal 
do dia após longos períodos de pé. Varicoceles podem ser tratadas cirurgi-
camente para a dor, mas o papel da cirurgia de varicocele para o tratamento 
da infertilidade masculina ainda é controverso. As varicoceles também 
podem ser tratadas por embolização radiológica da veia testicular esquerda 
através de um acesso via veia femoral direita. Após a ligação de uma vari-
cocele, o retorno venoso é feito por pequenas veias do ducto deferente, do 
músculo cremaster e dos tecidos escrotais.
Drenagem linfática
Os vasos linfáticos testiculares se iniciam em um plexo superfi cial sob a 
túnica vaginal e um plexo profundo no parênquima do testículo e do 
epidídimo. Quatro a oito ductos coletores sobem pelo cordão espermático, 
acompanham os vasos testiculares sobre o músculo psoas maior e termi-
nam nos linfonodos aórticos laterais e pré-aórticos.
Inervação
Os nervos testiculares acompanham os vasos testiculares e são derivados 
dos décimo e décimo primeiro segmentos espinais torácicos através dos 
plexos renal e aórtico autônomo. Fibras nervosas catecolaminérgicas 
formam plexos ao redor de vasos sanguíneos menores e entre as células 
intersticiais no testículo e no epidídimo.
Estrutura microscópica
A superfície do testículo é coberta intimamente pela lâmina visceral da 
túnica vaginal, uma delgada camada de tecido conjuntivo frouxo recoberta 
por células mesoteliais achatadas similares à do revestimento peritoneal e 
contínuas com este. A lâmina visceral encontra-se separada da lâmina 
parietal da túnica vaginal (a camada externa da prega dupla de peritônio 
que acompanha a descida do testículo [pág. 1320]) por um espaço poten-
cial que contém um líquido seroso, o qual atua como um lubrifi cante e 
permite o movimento do testículo dentro do escroto. A cápsula testicular 
propriamente dita – a túnica albugínea – é resistente e rica em colágeno e 
é espessada posteriormente como mediastino do testículo. Abaixo da 
túnica albugínea encontra-se uma delgada camada de tecido conjuntivo 
frouxo que contém os vasos sanguíneos superfi ciais. Os vasos sanguíneos, 
vasos linfáticos e os dúctulos eferentes entram ou saem do corpo do testí-
culo no mediastino (Fig. 76.8).
Septos que se originam do mediastino se estendem internamente para 
subdividir o testículo em aproximadamente 250 lóbulos (Fig. 76.5A) que 
diferem em tamanho; aqueles que se localizam mais centralmente são 
Fáscia cremastérica; 
músculo cremaster
Túnica vaginal, lâmina parietal
Ligamento superior do epidídimo
Seio do epidídimo
Margem posterior
Ligamento inferior 
do epidídimo
Cauda do epidídimo
Polo inferior
Margem anterior
Face lateral
Polo superior
Apêndice do epidídimo
Cabeça do epidídimo
Apêndice do testículo
Fáscia espermática interna
Fig. 76.4 O testículo esquerdo, exposto através de incisão e abertura 
da fáscia cremastérica e da lâmina parietal da túnica vaginal sobre a 
face lateral do testículo. (De Sobotta 2006.)
Funículo 
espermático
A
Mediastino do 
testículo
Cauda do epidídimo
Cabeça
do epidídimo
Lóbulos 
do testículo
Túnica 
albugínea
Septos do
testículo
Plexo 
pampiniforme
B
Cabeça do 
epidídimo
Ductos
eferentes
Túnica
albugínea
Lóbulos
testiculares
Séptulos
do testículo
Artéria
testicular
Canal 
deferente
Corpo do epidídimo
Dúctulo aberrante 
inferior
Cauda do 
epidídimo
Fig. 76.5 A, Corte vertical do testículo e do epidídimo mostra o arranjo 
dos ductos do testículo e o modo de formação do ducto deferente (B). 
(De Sobotta 2006.)
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zadas na lâmina basal até suas formas derivadas na luz do túbulo seminí-
fero – espermatócitos, espermátides e espermatozoides. Entre as espermátides 
pode haver corpúsculos residuais, estruturas esféricas derivadas do excesso 
de citoplasma das espermátides, eliminado durante a maturação e fagoci-
tado pelas células de Sertoli.
Espermatogônias
As espermatogônias, as células-tronco para todos os espermatozoides, são 
descendentes das células germinativas primordiais que migram para os 
cordões genitais do testículo em desenvolvimento (Fig. 76.9B). No testí-
culo completamente diferenciado, elas estão localizadas ao longo da 
lâmina basal dos túbulos seminíferos. Vários tipos de espermatogônias são 
identifi cados com base nas dimensões celulares e nucleares, na distribuição 
da cromatina nuclear (escura e condensada ou pálida e eucromática) e nos 
dados histoquímicos e ultraestruturais. Os três grupos básicos de esperma-
togônias são as do tipo A escuro (Ae), do tipo A pálido (Ap) e do tipo B. 
As células Ae se dividem mitoticamente para manter a população de esper-
matogônias, pequena antes da puberdade, porém aumenta sob estimula-
ção dos andróginos. As células Ae também dão origem a células Ap, que 
também se dividem mitoticamente, mas permanecem ligadas e agregadas 
por delicadas pontes citoplasmáticas. Essas células são as precursoras das 
células do tipo B, que estão comprometidas com a sequência espermato-
gênica. Em torno do tempo em que células B entram no estágio fi nal de 
síntese de DNA, sem sofrer citocinese, elas saem da lâmina basal e atraves-
sam a barreira hematotesticular para entrar na prófase meiótica como 
espermatócitos primários. Esses processos coordenados estão sob controle 
das células de Sertoli.
Espermatócitos primários e secundários
Os espermatócitos primários têm um número diploide de cromossomos, 
porém com cromátides irmãs duplicadas (o conteúdo de DNA é, portanto, 
de 4N, onde N é o conteúdo de DNA dos espermatozoides haploides) e 
estão todos em algum estágio de uma longa prófase meiótica (pág. 22) de 
aproximadamente três semanas. Os espermatócitos primários são células 
grandes com grandes núcleos redondos, onde a cromatina nuclear está 
condensada em cromátides enoveladas, fi lamentosas e escuras em diferen-
tes estágios no processo de crossing-over e de trocas genéticas entre cromá-
tides de cromossomas homólogos maternos e paternos. Essas células dãoorigem aos espermatócitos secundários, com um conjunto haploide de 
cromossomas (mas com conteúdo 2N de DNA); a divisão reducional é 
designada como meiose I. Poucos espermatócitos secundários são vistos 
em cortes histológicos de tecidos porque sofrem rapidamente a segunda 
divisão meiótica (equatorial), onde as cromátides irmãs se separam (agora, 
conteúdo de DNA é N) para formar espermátides haploides. Teoricamente, 
cada espermatócito primário produz quatro espermátides; no entanto, 
algumas se degeneram durante a maturação, de modo que sua produção 
é menor.
Espermátides
As espermátides não se dividem novamente, mas gradualmente amadure-
cem em espermatozoides através de uma série de modifi cações nucleares 
e citoplasmáticas conhecidas como espermiogênese. Todas essas alterações 
de maturação ocorrem enquanto as espermátides permanecem intima-
mente associadas às células de Sertoli e ligadas umas às outras por pontes 
citoplasmáticas. A primeira fase da espermiogênese é a fase de Golgi, onde 
enzimas hidrolíticas se acumulam em vesículas produzidas pelo complexo 
de Golgi, as quais subsequentemente coalescem em uma única e grande 
vesícula acrossômica próxima ao núcleo. O par de centríolos migra para o 
Artéria cremastérica
Artéria para o 
ducto deferente
Cauda do epidídimo
Artéria e veia testiculares
Plexo pampiniforme
Cabeça do epidídimo
Fig. 76.6 Suprimento sanguíneo arterial e drenagem venosa do 
testículo. (De Sobotta 2006.)
1
2
3
4
Fig. 76.7 Tomografi a 
computadorizada de 
múltiplas fatias 
(multislice) da veia 
cava inferior mostra a 
veia testicular 
esquerda que drena 
para a veia renal 
esquerda, e a veia 
testicular direita que 
drena diretamente 
para a veia cava 
inferior. 1. Veia 
testicular direita. 2. 
Veia cava inferior. 3. 
Veia renal esquerda. 
4. Veia testicular 
esquerda.
Fig. 76.8 Escaneamento em Doppler colorido do conteúdo escrotal 
mostra um fl uxo normal. A banda ecogênica linear (seta) vista no 
centro representa o mediastino testicular composto de material 
fi broadiposo.
Testículos e epidídimos
maiores e mais longos. Cada lóbulo contém de um a quatro túbulos semi-
níferos contorcidos, alças intensamente enoveladas cujas duas extremida-
des livres se abrem nos túbulos seminíferos retos (e assim, na rede do 
testículo) no mediastino. O tecido conjuntivo frouxo entre os túbulos 
seminíferos contém várias camadas de células mioides peritubulares con-
tráteis e agregados de células intersticiais do testículo (células de Leydig), 
produtoras de andrógenos.
Existem 400-600 túbulos seminíferos em cada testículo, cada um com 
70-80 cm de comprimento e 0,12-0,3 mm de diâmetro. Eles são pálidos 
no início da vida, mas na velhice eles contêm muita gordura e são amare-
lados. Cada túbulo é circundado por uma lâmina basal, sobre a qual se 
apoia um complexo epitélio seminífero estratifi cado que contém células 
espermatogênicas e de sustentação (células de Sertoli) (Fig. 76.9A). Quando 
ativas, as células espermatogênicas incluem desde espermatogônias locali-
SISTEMA GENITAL MASCULINO
1266
S
E
Ç
Ã
O
8
polo posterior oposto e o centríolo distal começa a gerar o axonema, um 
arranjo circular de nove pares de microtúbulos que circundam um par 
central. Na fase de capuz, a vesícula acrossômica se achata e envolve a 
metade anterior do núcleo para formar um capuz acrossômico, o qual vem 
a ocupar o futuro polo anterior do espermatozoide, mais distante do lúmen 
tubular.
Durante a fase acrossômica, a cromatina nuclear se condensa e o 
núcleo se alonga, assumindo um formato semelhante a uma ponta de 
lança. O volume citoplasmático anterior é consideravelmente reduzido, de 
modo que a parede da vesícula acrossômica é colocada em contato com a 
membrana plasmática. Uma bainha perinuclear de microtúbulos se desen-
volve a partir da borda posterior do acrossoma para formar a manchete 
(ou manguito), o qual se estende em direção ao polo posterior. O com-
plexo do axonema continua a se estender para a região da cauda em 
desenvolvimento, que agora se projeta para o lúmen tubular. A região do 
colo se forma no polo posterior do núcleo: ele contém os centríolos. As 
mitocôndrias migram através da região do colo e ao longo do axonema 
para a peça intermediária em desenvolvimento, onde se organizam em 
uma bainha helicoidal, circundando um anel de nove fi bras que se formam 
ao longo da extensão do complexo do axonema na cauda em desenvolvi-
mento. Na fase fi nal da maturação, o citoplasma em excesso é destacado 
como um corpúsculo residual fagocitado e degradado pelas células de 
Sertoli. Durante a formação dos corpúsculos residuais, as espermátides 
perdem as pontes citoplasmáticas e se separam umas das outras antes de 
serem liberadas no lúmen de seu túbulo.
Espermatozoides
Um espermatozoide liberado da parede do túbulo seminífero para seu 
lúmen não possui ainda mobilidade, porém já é maduro sob o ponto de 
vista estrutural. Sua cabeça expandida contém pouco citoplasma e está 
conectada por um curto colo estreitado à cauda. A cauda é um fl agelo 
complexo, dividido em peças intermediária, principal e terminal, que 
excede em muito a região da cabeça em volume. A cabeça tem um com-
primento máximo de aproximadamente 4 µm e um diâmetro máximo de 
3 µm, contém um núcleo alongado e achatado, com cromatina conden-
sada e intensamente corada, e está recoberto anteriormente por um capuz 
acrossômico. Este último contém fosfatase ácida, hialuronidase, neurami-
nidase e proteases necessárias para a fertilização (pág. 168). O colo tem 
aproximadamente 0,3 µm de comprimento. Em seu centro encontra-se um 
centríolo bem formado que corresponde ao centríolo proximal da esper-
mátide da qual ele se diferenciou. O complexo axonêmico é derivado do 
centríolo distal. Uma pequena quantidade de citoplasma existe no colo, 
coberto por uma membrana plasmática contínua com a da cabeça e a da 
cauda (Fig. 76.10).
A peça intermediária da cauda é um longo cilindro, de aproximada-
mente 1 µm de diâmetro e 7 µm de comprimento. Ela consiste em um 
feixe axial de microtúbulos, o axonema, externamente ao qual se encontra 
um cilindro de nove fi bras externas densas circundadas por uma bainha 
helicoidal de mitocôndrias. Na extremidade caudal da peça intermediária 
encontra-se um corpúsculo elétron-denso, denominado ânulo. A peça 
principal da cauda se torna a parte móvel da célula, com aproximadamente 
40 µm de comprimento e 0,5 µm de diâmetro e que forma a maior parte 
do espermatozoide. O axonema e as fi bras densas circunjacentes são con-
tínuos a partir da região do colo através de toda a extensão da cauda, exceto 
nos seus 5-7 µm terminais, nos quais o axonema persiste sozinho. Conse-
quentemente, a cauda tem a típica estrutura de um fl agelo, com um simples 
arranjo “nove mais dois” de microtúbulos, na porção terminal da peça 
terminal.
Células de sustentação (de Sertoli)
As células de Sertoli formam o componente celular majoritário dos túbulos 
seminíferos antes da puberdade e nos idosos. Elas são as células de suporte, 
de natureza não espermatogênica, dos túbulos seminíferos. Essas células 
têm formato global variável, estão em contato com a lâmina basal e seu 
citoplasma se estende até o lúmen do túbulo, onde suas membranas plas-
máticas apicais formam complexos recessos que acomodam as espermáti-
des até que estas estejam maduras o sufi ciente para serem liberadas como 
espermatozoides. Longos prolongamentos citoplasmáticos também se 
estendem entre as espermatogônias no compartimento basal e entre os 
espermatócitos no compartimento luminal dos túbulos. Os prolongamen-
tos das células de Sertoli adjacentes encontram-se unidos neste nível por 
junções “oclusivas” e criam uma barreira à difusão entre os compartimen-
tos extratubular e intratubular. Esta é a barreira hematotesticular que, se 
rompida por eventos traumáticos ou infl amatórios, pode permitir que 
A
B
ST
SC
ST
L
M
SG
S
SZ
L
Fig. 76.9 A, Túbulos seminíferos (ST; cortados em vários planos de 
corte), e o tecidointersticial (células de Leydig, L) do testículo. Os 
túbulos seminíferos são altamente contorcidos e revestidos por um 
epitélio estratifi cado, que consiste em células em vários estágios da 
espermatogênese e espermiogênese (coletivamente referidas como 
série espermatogênica). As células não espermatogênicas são as 
células de Sertoli. B, Túbulo seminífero humano mostra a sequência 
de diferenciação dos espermatozoides a partir das espermatogônias 
localizadas basalmente (SG). Grandes espermatócitos primários (SC) 
apresentam característica cromatina fi lamentosa em vários estágios da 
prófase da primeira divisão meiótica. Espermátides haploides, de 
tamanho menor, apresentam núcleos arredondados inicialmente, mas 
amadurecem de modo a possuir núcleos densos alongados e fl agelos 
dos espermatozoides (SZ). As células de Sertoli (S) são identifi cadas 
pelos seus núcleos ovais ou piriformes orientados perpendicularmente 
em relação à lâmina basal, e nucléolos proeminentes. O túbulo é 
circundado por células mioides peritubulares (M). Agregados de 
grandes células de Leydig endócrinas (L) são vistos no tecido 
conjuntivo intersticial.
Cabeça – 4 µm
Capuz acrossômico
Núcleo
Centríolo Colo – 0,3 µm
Peça intermediária – 7 µm
Peça principal – 40 µm
Peça terminal – 5-7 µm
Mitocôndrias em espiral
Axonema
Fig. 76.10 Os principais aspectos ultraestruturais de um espermatozoide 
maduro.
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C
A
P
ÍT
U
L
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respostas imunológicas se desenvolvam contra antígenos dos espermato-
zoides, o que resulta em subfertilidade.
O núcleo das células de Sertoli é eucromático e de formato irregular 
ou piriforme, contém um ou dois proeminentes nucléolos e usualmente 
está alinhado de modo perpendicular à lâmina basal. O citoplasma é rico 
em lisossomas, consistente com seu fenótipo fagocítico. As células de 
Sertoli proporcionam um suporte trófi co às células germinativas circunja-
centes, secretam a proteína de ligação a andrógenos e desempenham 
importante papel no controle da diferenciação e maturação de espermató-
citos e espermátides. O líquido proteináceo que elas secretam para o lúmen 
do túbulo seminífero fornece nutrientes e facilita o transporte dos esper-
matozoides para o sistema de ductos intratesticulares. As células de Sertoli 
se modifi cam consideravelmente durante o ciclo espermatogênico e res-
pondem aos hormônios hipofi sários LH (hormônio luteinizante) e FSH 
(hormônio folículo-estimulante). Elas também produzem uma substância 
hormonal, a inibina B, que pode estar envolvida em funções parácrinas 
locais.
Ciclo espermatogênico
Em todo o túbulo seminífero, a geração de células germinativas ocorre em 
um ciclo com uma periodicidade de aproximadamente 16 dias. Os estágios 
no ciclo são caracterizados pela presença de diferentes combinações de 
células dentro dos estágios do ciclo espermatogênico. A geração de um 
espermatozoide maduro a partir de uma espermatogônia necessita de 
quatro destes ciclos, ou aproximadamente 64 dias. Em corte transversal, o 
túbulo seminífero mostra mais do que uma fase do ciclo ao redor de sua 
circunferência, porque ondas de progressão através de um ciclo esperma-
togênico ocorrem em espirais ao longo de toda extensão do túbulo.
Tecido intersticial testicular
O tecido entre os túbulos seminíferos inclui vários componentes do tecido 
conjuntivo, células mioides peritubulares, vasos sanguíneos e nervos. As 
células mioides são contráteis: sua atividade rítmica pode propelir os esper-
matozoides não móveis através dos túbulos em direção à rede testicular e 
ao sistema de ductos intratesticulares. Agregados de células de Leydig se 
encontram entre os túbulos. Estas grandes células poliédricas apresentam 
núcleos excêntricos com um a três nucléolos e citoplasma palidamente 
corado que contém quantidade considerável de retículo endoplasmático 
agranular, gotículas lipídicas e inclusões cristaloides exclusivas, que 
possuem formato de agulha de até 20 µm de comprimento (cristais de 
Reinke) e função desconhecida. As células de Leydig sintetizam e secretam 
andrógenos e são estimuladas pelo LH e pela prolactina, a qual induz a 
expressão de receptores para LH. Sua atividade varia de acordo com a idade: 
estão ativas na vida fetal para o desenvolvimento do trato genital, mas 
declinam em função no pós-parto e permanecem quiescentes até o início 
da puberdade.
Alterações no testículo relacionadas à idade
Sob o ponto de vista funcional, o testículo do feto é predominantemente 
uma glândula endócrina que produz testosterona e hormônio anti-Mülle-
riano, um hormônio gonadal especifi camente fetal. Esses dois hormônios 
desempenham papéis cruciais na indução e regulação da diferenciação 
sexual masculina. Na vida pós-natal, o testículo muda gradualmente sua 
função, mas retém a capacidade de produzir testosterona e outras substân-
cias reguladoras, por exemplo o hormônio peptídico ocitocina, que atua 
de forma endócrina ou parácrina.
Os túbulos seminíferos não se tornam canalizados até aproximada-
mente o sétimo mês de gestação, embora isto possa ocorrer após este 
período. Na puberdade, o testículo se torna principalmente uma fonte de 
espermatozoides. As células de Leydig do feto, responsáveis pela diferen-
ciação da genitália masculina induzida por andrógenos, degeneram-se após 
o nascimento e são substituídas por uma população adulta de células 
produtoras de andrógenos durante a puberdade e que persistem durante 
toda a vida adulta. Os testículos crescem lentamente até a idade de 10 ou 
11 anos; nesta época há uma aceleração marcante da taxa de crescimento 
e o início da espermatogênese.
Não há uma idade defi nida para o início da progressiva involução 
testicular associada ao avanço da idade. O tamanho do testículo, a quali-
dade e quantidade do esperma, e o número de células de Sertoli e de 
Leydig têm sido relatados diminuídos nos idosos. A atividade das células 
de Leydig é regulada pelo LH. A diminuição na função das células de 
Leydig nos idosos, como parte do que tem sido descrito como processo 
normal do envelhecimento, pode ser afetada por alterações na secreção 
de LH, controlada pelo hipotálamo. O volume ocupado pelos túbulos 
seminíferos diminui, enquanto aquele ocupado pelo tecido intersticial 
permanece aproximadamente constante. A alteração histológica mais fre-
quentemente observada no testículo em envelhecimento é a variação na 
espermatogênese nos túbulos seminíferos: ela é completa, embora redu-
zida em alguns, podendo ser ausente em outros, quando pode ocorrer a 
esclerose. Nos túbulos em que a espermatogênese é completa, anormali-
dades morfológicas (p. ex., multinucleação) podem ser observadas nas 
células germinativas.
A perda de células germinativas geralmente se inicia com as espermá-
tides, e progressivamente afeta os tipos de células germinativas mais pre-
coces, isto é, os espermatócitos e espermatogônias. As células de Sertoli 
também são afetadas pelo envelhecimento e apresentam uma gama de 
alterações morfológicas, incluindo desdiferenciação, metaplasia mitocon-
drial e multinucleação. Nas células de Leydig, a quantidade de retículo 
endoplasmático liso e de mitocôndrias diminui, e as gotículas lipídicas, 
inclusões cristalinas e corpúsculos residuais aumentam; algumas células 
podem se tornar multinucleadas. Os túbulos seminíferos nos quais todo o 
epitélio tenha sido perdido foram observados em testículos em que outros 
túbulos normais foram observados. O desenvolvimento da involução 
tubular com o avançar da idade é similar ao observado após isquemia 
experimental, o que sugere que lesões vasculares podem estar envolvidas 
na atrofi a testicular relacionada à idade. Entretanto, não há modifi cações 
abruptas na função testicular equivalente ao climatério feminino.
Testículo não descido (Criptoquirdia)
No feto, os testículos estão localizados posteriormente na cavidade abdo-
minal. Sua descida para o escroto parece estar sob controle hormonal 
(gonadotrofi nas e andrógenos) (pág. 1320) e pode ser impedida em qual-
querponto ao longo de sua rota para o escroto: um testículo clinicamente 
não descido pode estar no abdome, no anel inguinal profundo, no canal 
inguinal ou entre o anel inguinal superfi cial e o escroto. Ocasionalmente, 
o testículo pode se encontrar fora de sua via normal de descida e é consi-
derado como testículo ectópico.
Um testículo não descido unilateral está presente em 3% dos meninos 
ao nascimento e em 1% dos meninos em torno de três meses de idade. A 
descida incompleta bilateral é observada em cerca de apenas 1% dos 
meninos nascidos. Os testículos não descidos podem estar associados a 
risco mais alto de infertilidade e tumores testiculares. Existem evidências 
de que a correção cirúrgica de um testículo não descido, em qualquer idade, 
pode não acarretar em melhoras na espermatogênese. O prejuízo à fertili-
dade pode ser visto em homens com testículo não descido bilateral e 
unilateralmente. A função das células de Leydig normalmente não é afetada 
pela não descida, de modo que a produção de andrógenos usualmente 
permanece dentro da faixa normal. Pacientes com um testículo não descido 
têm maiores riscos de desenvolverem tumores testiculares, particularmente 
o seminoma; esse risco é maior em testículos abdominais. A cirurgia pode 
não reduzir o risco do desenvolvimento de tumores, mas maximiza a 
chance de uma detecção precoce de qualquer tumor. Um testículo não 
descido pode normalmente ser encontrado por ultrassonografi a se ele 
estiver no canal inguinal ou próximo a este, já a laparoscopia é mais con-
fi ável na pelve. Imagens por ressonância magnética podem ajudar a loca-
lizar o testículo não observado ao ultrassom. A retenção no canal inguinal 
é frequentemente complicada por uma hérnia congênita, pois o processo 
vaginal permanece aberto; desta maneira, o testículo pode atravessar o 
canal, mas pode alcançar um local anormal.
Parte obliterada do processo vaginal
A parte obliterada do processo vaginal é frequentemente vista como um 
cordão fi broso na parte anterior do funículo espermático, estende-se da 
extremidade interna do canal inguinal – onde ela está ligado ao peritônio 
– até a túnica vaginal e pode, às vezes, desaparecer dentro do funículo. 
Entretanto, sua porção proximal pode permanecer aberta, de modo que a 
cavidade peritoneal se comunique com a túnica vaginal, ou a parte proxi-
mal do processo pode persistir, embora ela possa estar fechada distalmente 
à túnica. Ocasionalmente sua cavidade pode persistir em um nível inter-
mediário como um cisto. Quando aberto, sua cavidade pode alojar uma 
alça do intestino e formar uma hérnia inguinal indireta. O processo é 
usualmente obliterado em torno de 18 meses de idade.
Hidrocele, espermatocele e cisto 
epididimário
Na hidrocele congênita, o líquido encontra-se no espaço da túnica, o qual 
se comunica com a cavidade peritoneal através de um processo vaginal não 
obliterado. A hidrocele infantil ocorre quando o processo vaginal é oblite-
rado apenas no anel inguinal profundo ou próximo a ele. Ela se assemelha 
à hidrocele vaginal, mas o líquido se estende sobre o funículo até o canal 
inguinal. Se o processo vaginal for obliterado no canal inguinal e acima 
do epidídimo, deixando uma parte central aberta, o processo pode se 
distender como uma hidrocele do funículo encistada. Uma espermatocele 
é um cisto relacionado à cabeça do epidídimo: ela pode conter esperma-
tozoides e é provavelmente um cisto de retenção de um dos túbulos semi-
níferos, sua remoção é usualmente desnecessária e pode resultar em 
obstrução epididimária. O mesmo se aplica ao cisto epididimário simples, 
que pode ter etiologia similar à espermatocele, mas sem a presença de 
esperma em seu interior.
Apêndices testicular e epididimário
Nas extremidades superiores do testículo e do epidídimo estão dois peque-
nos corpúsculos pediculados, o apêndice do testículo e o apêndice do 
epidídimo (Fig. 76.5A e B). Eles são remanescentes embrionários do ducto 
Testículos e epidídimos
SISTEMA GENITAL MASCULINO
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paramesonéfrico (ou ducto de Müller) e do mesonefro, respectivamente. 
Eles podem sofrer torção e produzir sintomas que são difíceis de diferenciar 
da torção testicular.
Torção testicular
O testículo e o epidídimo estão usualmente fi xados a seus tecidos circun-
jacentes. Em alguns pacientes, esta fi xação pode ser insufi ciente, possibili-
tando que estas estruturas sejam capazes de girar dentro da túnica vaginal. 
Isto é denominado de torção testicular e normalmente resulta em severa 
dor escrotal, sendo considerada uma emergência cirúrgica. A torção produz 
um infarto venoso inicial, seguido de uma oclusão arterial: as alterações 
histopatológicas que levam à gangrena ocorrem no testículo se a torção 
não é revertida dentro de 4-6 horas. A fertilidade pode ser afetada por um 
episódio de torção. Outras estruturas podem também girar dentro do 
escroto, por exemplo o apêndice testicular (outrora denominado de hidá-
tide de Morgagni) e o apêndice do epidídimo: a torção dessas estruturas 
também pode resultar em dor escrotal.
Subfertilidade masculina
Aproximadamente um em cada sete casais encontrará difi culdade na con-
cepção; em aproximadamente 10% desses casais, a causa de sua subfertili-
dade será desconhecida; em 50% desses casais, a razão será devida a fatores 
masculinos. A análise do sêmen pode demonstrar diversas anormalidades, 
desde a ausência completa de espermatozoides no ejaculado (azospermia) 
até baixa quantidade de espermatozoides (oligozoospermia).
As causas da azospermia são extensas, mas podem ser classifi cadas em 
causas obstrutivas (raras) ou insufi ciência testicular. Ocasionalmente, a 
espermatogênese pode ser impedida em um ponto específi co do desenvol-
vimento, uma condição conhecida como falha na maturação.
A insufi ciência testicular é usualmente de origem testicular, pode ter 
uma etiologia genética fundamental ou pode ocorrer de maneira secundá-
ria em decorrência de uma lesão ao testículo, tal como ocorre após radio-
terapia, torção, trauma no testículo ou testículo não descido. A insufi ciência 
testicular que resulta dessas condições pode ainda estar associada a um 
aumento no FSH ou LH hipofi sários (hipogonadismo hipergonadotró-
fi co). Raramente, a insufi ciência testicular pode ser caracterizada por uma 
gama de achados histopatológicos, desde a síndrome das células de Sertoli 
(Fig. 76.12) a vários graus de hipospermatogênese. O esperma testicular 
pode ser extraído de alguns homens e injetado nos ovócitos de suas par-
ceiras, processo conhecido como injeção intracitoplasmática de esperma 
(IICE).
EPIDÍDIMO
O epidídimo se localiza posterior e ligeiramente lateralmente ao testículo, 
com o canal deferente localizado ao longo de sua face medial (Fig. 76.5A 
e B). O epidídimo apresenta uma cabeça expandida (globus major) supe-
riormente, um corpo e uma cauda (globus minor). O epidídimo é revestido 
pela túnica vaginal, não tão intimamente justaposta como no testículo, 
com excessão de sua margem posterior. Lateralmente, existe um sulco 
profundo entre o epidídimo e o testículo, o seio do epidídimo. O canal 
deferente sobe a partir da cauda do epidídimo, indo até o anel inguinal 
profundo, no interior do funículo espermático (veja adiante).
Estrutura microscópica
A espermatogênese ocorre nas partes altamente contorcidas dos túbulos 
seminíferos. À medida que estes últimos atingem os ápices dos lóbulos em 
direção ao mediastino, tornam-se menos contorcidos e formam os curtos 
túbulos retos, revestidos por um epitélio cuboide, sem a presença de células 
espermatogênicas. Os túbulos retos penetram no tecido fi broso do medias-
tino do testículo e desembocam em uma rede fechada de tubos anastomo-
sados revestidos por epitélio achatado, a rede do testículo. Na extremidade 
superior do mediastino, 12-20 dúctulos eferentes (ou túbulos eferentes) 
perfuram a túnica albugínea e saem do testículo em direção ao epidídimo. 
Os dúctulos eferentes são revestidos por epitélio pseudoestratifi cadocilín-
drico ciliado que também contém células não ciliadas mais curtas, ativa-
mente endocíticas. Externamente ao epitélio, os dúctulos eferentes são 
circundados por uma delgada túnica circular de músculo liso (Fig. 
76.11).
Inicialmente, os dúctulos eferentes são retos e se tornam maiores e 
muito contorcidos, formando os lóbulos cônicos do epidídimo, que 
formam sua cabeça. Cada dúctulo lobular tem 15-20 cm de comprimento 
e se abre em um único ducto do epidídimo, cujas circunvoluções formam 
seu corpo e sua cauda. Quando essas circunvoluções são desenroladas, o 
tubo mede mais de seis metros e aumenta em espessura à medida que ele 
se aproxima da cauda do epidídimo, onde ele se torna o ducto deferente. 
As circunvoluções são mantidas unidas por feixes de tecido conjuntivo 
fi broso. No ducto do epidídimo, a musculatura é mais espessa e o epitélio 
é do tipo pseudoestratifi cado cilíndrico estereociliado. A musculatura sofre 
contrações peristálticas para propelir os espermatozoides em direção à 
região da cauda, onde são armazenados.
Epitélio
O epitélio contém dois principais tipos celulares, as células principais e as 
células basais, e as menos comuns células apicais e células claras. As células 
principais são células cilíndricas altas com núcleos ovais e alongados, 
localizados basalmente. Elas apresentam longos e regulares microvilos 
apicais (com 15 µm de comprimento) denominados de estereocílios, assim 
chamados porque inicialmente foram considerados cílios imóveis. Essas 
células reabsorvem o líquido das secreções testiculares: aproximadamente 
90% do total são reabsorvidos no epidídimo. Elas também secretam glico-
proteínas essenciais para a maturação dos espermatozoides e fazem a 
endocitose de vários outros componentes do líquido seminal. As células 
basais se localizam entre as bases das células principais e são consideradas 
precursoras das células principais. As células apicais têm numerosas mito-
côndrias e são mais abundantes na cabeça do epidídimo. As células claras 
são colunares, mais numerosas na região da cauda e têm poucos microvi-
los, mas numerosas vesículas endocíticas e gotículas lipídicas: suas funções 
são desconhecidas.
DUCTO DEFERENTE, PARADÍDIMO E DUCTO 
EJACULATÓRIO
DUCTO DEFERENTE
O ducto deferente é a continuação distal do epidídimo e começa como um 
túbulo muscular na cauda do epidídimo. Ele tem 45 cm de comprimento 
e conduz os espermatozoides até os ductos ejaculatórios (Fig. 76.5A e B). 
Inicialmente muito tortuosa, a porção contorcida do ducto se torna mais 
ET
FCT
Fig. 76.11 Estrutura microscópica do epidídimo. ET, ducto epididimário; 
FCT, tecido conjuntivo frouxo.
Fig. 76.12 Biópsia testicular de um paciente com azospermia mostra a 
síndrome das células de Sertoli. Apenas as células de Sertoli estão 
presentes: essa doença pode também ser causada por uma deleção 
no cromossoma Y.
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retilínea à medida que ele sobe ao longo da margem posterior do testículo, 
medialmente ao epidídimo. A partir da extremidade superior do testículo, 
ele sobe na parte posterior do funículo espermático e atravessa o canal 
inguinal. No anel inguinal profundo, o ducto deferente deixa o funículo, 
curva-se ao redor da face lateral da artéria epigástrica inferior e sobe por 
aproximadamente 2,5 cm anteriormente à artéria ilíaca externa. Em seguida, 
curva-se para trás e ligeiramente para baixo obliquamente, através dos 
vasos ilíacos externos para penetrar na pelve menor. Na pelve, está locali-
zado retroperitonealmente, seguindo posterior e medialmente à artéria 
umbilical obliterada, nervo e vasos obturatórios e vasos vesicais. Ele cruza 
o ureter e curva-se acentuadamente para seguir anteromedialmente entre a 
face posterior da bexiga e a extremidade superior da vesícula seminal. Em 
seguida desce em contato com a vesícula e se aproxima gradualmente do 
ducto oposto, localizado entre a base da bexiga urinária e o reto, separado 
pela fáscia retrovesical (de Denonvillier). Na base da próstata, o ducto 
deferente se une ao ducto da vesícula seminal em um ângulo agudo para 
formar o ducto ejaculatório. O ducto deferente tem uma textura seme-
lhante a um cordão quando manipulado, por causa de suas paredes espres-
sas e do pequeno lúmen. Posteriormente à bexiga, este lúmen se torna 
dilatado e tortuoso e é denominado de ampola; além disto, onde o canal 
deferente se une ao ducto da glândula seminal, o calibre do lúmen se reduz 
novamente. Em homens com azospermia ou sem espermatozoides no 
ejaculado, a exploração testicular pode ser empreendida para excluir uma 
obstrução nos ductos.
Os ductos deferentes podem estar congenitamente ausentes, condição 
conhecida como aplasia vasal. Isto pode ocorrer em associação à fi brose 
cística: homens com ausência de ductos deferentes devem ser rastreados 
para as mutações da fi brose cística. Esta condição resulta em azospermia, 
embora a espermatogênese seja geralmente normal.
Dúctulos aberrantes
Um estreito dúctulo aberrante caudal, com fundo cego, ocorre com frequên-
cia, geralmente ligado à parte caudal do ducto epididimário ou ao início 
do ducto deferente. Não enovelado, ele varia em comprimento de 5 a 35 cm, 
pode estar dilatado próximo a sua extremidade, mas tem calibre uniforme 
no restante de sua extensão. Tem estrutura similar à do ducto deferente; 
ocasionalmente, não está ligado ao epidídimo. Um dúctulo aberrante 
rostral pode ocorrer na cabeça do epidídimo, ligado à rede do testículo. 
Dúctulos aberrantes são derivados do túbulos mesonéfricos (pág. 1305).
PARADÍDIMO
O paradídimo é uma pequena coleção de túbulos contorcidos, encontrados 
anteriormente no funículo espermático, acima da cabeça do epidídimo. 
Esses túbulos são revestidos por epitélio colunar ciliado simples e prova-
velmente representam os remanescentes do mesonefro (pág. 1305).
DUCTOS EJACULATÓRIOS
Os ductos ejaculatórios são formados, de cada lado, pela união do ducto 
da glândula seminal com a ampola do ducto deferente. Cada ducto mede 
quase 2 cm de comprimento, inicia-se na base da próstata e segue ante-
roinferiormente entre seus lobos médio e direito ou esquerdo. Eles acom-
panham o utrículo prostático para terminar no colículo seminal em dois 
orifícios semelhantes a fendas sobre a abertura do utrículo ou dentro desta. 
Os ductos diminuem e convergem em direção a suas extremidades. A 
obstrução do ducto ejaculatório é rara e pode levar à azospermia ou a uma 
severa oligospermia: ela pode ser causada por cistos congênitos, como 
cistos do ducto de Müller.
Suprimento vascular, drenagem linfática e 
inervação
Cada ducto deferente tem sua própria artéria, usualmente derivada da 
artéria vesical superior. Anastomosa-se com a artéria testicular para suprir 
também o epidídimo e o testículo. As veias drenam os ductos deferentes e 
glândulas seminais para o plexo venoso pélvico. Os vasos linfáticos drenam 
para linfonodos ilíacos externos e internos. Os ductos deferentes são iner-
vados por um rico plexo autônomo, composto principalmente de fi bras 
simpáticas originárias do plexo pélvico.
Estrutura microscópica
A parede do ducto deferente possui tecido conjuntivo frouxo externamente, 
uma espessa túnica muscular e uma túnica mucosa interna. A túnica mus-
cular é composta por fi bras musculares lisas organizadas em camadas 
longitudinal externa e circular interna. Uma camada longitudinal interna 
adicional está presente na origem do ducto, onde ele sai da cauda do 
epidídimo; todas essas camadas musculares se entrelaçam. A mucosa é 
pregueada longitudinalmente e seu epitélio é colunar e não ciliado ao 
longo da maior parte do ducto. Em direção à sua extremidade distal, um 
epitélio colunar pseudoestratifi cado aparece, cujas células mais altas apre-
sentam estereocílios imóveis (microvilos alongados), similares àqueles do 
epidídimo. O tecido conjuntivo da lâmina própria contém fi bras elásticas 
(Fig. 76.13A e B).
As paredes dos ductos ejaculatórios são delgadas e contêm uma camada 
fi brosa externa, quase ausentealém de sua entrada na próstata; uma 
camada delgada de fi bras musculares lisas, em estratos circular externo e 
um longitudinal interno; e uma mucosa revestida por um epitélio colunar 
simples. Os ductos se dilatam durante a ejaculação.
Maturação dos espermatozoides
A maturação funcional dos espermatozoides é um processo complexo. Os 
espermatozoides apresentam pouca mobilidade independente enquanto 
ainda se encontram no trato genital masculino: quando removidos do 
epidídimo, eles podem apresentar movimentos circulares ou até mesmo 
movimentos direcionais para a frente – caso sejam extraídos da cauda do 
epidídimo, próximo ao início do ducto deferente. Independentemente desta 
mobilidade imatura, os espermatozoides são transportados através do trato 
genital inicialmente por meio da ação ciliar e em seguida pelas contrações 
Ducto deferente, paradídimo e ducto ejaculatório
A
B
Fig. 76.13 Ducto deferente. A, Vista em pequeno aumento, corte 
transversal. B, Vista em aumento maior. O lúmen pregueado é 
revestido por um epitélio pseudoestratifi cado cilíndrico.
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peristálticas das paredes dos ductos. Os espermatozoides humanos não 
sofrem quaisquer alterações estruturais demonstráveis durante sua passa-
gem através do epidídimo, mas existem evidências de modifi cações bioquí-
micas e funcionais. Evidências observadas a partir de cirurgias restaurativas 
após uma vasectomia indicam que pelo menos parte do epidídimo humano 
é essencial para a aquisição da mobilidade madura.
ESTRUTURAS GLANDULARES ACESSÓRIAS
GLÂNDULAS SEMINAIS (VESÍCULAS SEMINAIS)
As duas glândulas seminais (ou vesículas seminais) são tubos saculados e 
contorcidos localizados entre a bexiga e o reto. Cada glândula tem aproxi-
madamente 5 cm de comprimento, de formato piramidal, com a base 
direcionada para cima e posterolateralmente. Em essência, a glândula 
seminal é um tubo enovelado único com divertículos irregulares, com as 
circunvoluções e divertículos conectados por tecido conjuntivo fi broso. O 
diâmetro de cada tubo é de 3-4 mm e seu comprimento desenrolado é de 
10-15 cm. O polo superior é um fundo de saco (cul-de-sac) e o polo inferior 
se estreita em um ducto reto, que se une ao ducto deferente para formar o 
ducto ejaculatório. A face anterior faz contato com a face posterior da bexiga 
e se estende desde a entrada do ureter até a base da próstata, que está inti-
mamente localizada às glândulas seminais (Figs. 74.21, 76.14A e B). A face 
posterior está relacionada ao reto, do qual está separada pela fáscia própria 
dos órgãos pélvicos (de Denonvillier). As glândulas seminais divergem em 
direção superior. A cada lado, elas estão relacionadas ao canal deferente e 
à terminação do ureter e estão parcialmente cobertas pelo peritônio; cada 
uma tem uma densa bainha fi bromuscular. A ampola do ducto deferente 
se dispõe ao longo da margem medial de cada glândula seminal e as veias 
do plexo venoso prostático, as quais drenam posteriormente para as veias 
ilíacas internas, dispõem-se lateralmente.
Suprimento vascular, drenagem linfática e 
inervação
As artérias para as glândulas seminais são derivadas das artérias vesical 
inferior e retal média. As veias e os vasos linfáticos acompanham essas 
artérias. A inervação das glândulas seminais e das glândulas bulbouretrais 
é derivada dos plexos pélvicos.
Estrutura microscópica
As glândulas seminais, juntamente com as ampolas dos ductos deferentes 
e os ductos ejaculatórios, formam uma unidade funcional que se desen-
volve lentamente até o início da puberdade. Após a puberdade, as glândulas 
seminais formam estruturas saculares que contribuem com até 85% do 
líquido seminal, e são relacionadas principalmente com a secreção de 
proteínas para a coagulação do sêmen, frutose, prostaglandinas e outras 
proteínas específi cas em um líquido alcalino, viscoso e amarelado.
A parede da glândula seminal é composta de uma camada externa de 
tecido conjuntivo, uma túnica muscular média de músculo liso (mais 
delgada que a do ducto deferente e organizada em camadas longitudinal 
externa e circular interna) e uma túnica mucosa interna com uma estrutura 
altamente pregueada e de aspecto reticulado (Fig. 76.15). O epitélio da 
mucosa, que varia de cuboide simples a colunar pseudoestratifi cado, apre-
senta típicas células secretoras de proteínas. As glândulas seminais não são 
reservatórios de espermatozoides, conforme seu nome sugere, pois os 
espermatozoides são armazenados principalmente no epidídimo. Elas se 
contraem durante a ejaculação, e sua secreção forma a maior parte do 
ejaculado.
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS
As duas glândulas bulbouretrais são pequenas massas arredondadas e ama-
reladas, um tanto lobuladas, com aproximadamente 1 cm de diâmetro. 
Elas se localizam lateralmente à parte membranácea da uretra, acima da 
membrana do períneo e do bulbo do pênis, e estão envolvidas por fi bras 
do músculo esfíncter da uretra. O ducto excretor de cada uma, com quase 
3 cm de comprimento, segue obliquamente para a frente, externamente à 
mucosa da parte membranácea da uretra, penetra na membrana do períneo 
e se abre através de um minúsculo orifício no assoalho da parte esponjosa 
da uretra, no bulbo do pênis, a aproximadamente 2,5 cm abaixo da mem-
brana do períneo. Nas décadas tardais da vida, as glândulas geralmente 
diminuem de tamanho.
A
Fundo da bexiga
Óstio do ureter
Trígono da bexiga
Óstio interno da uretra
Parte prostática 
da uretra
Próstata
Parte membranácea 
da uretra
Ducto ejaculatório
Próstata
Colo da bexiga
Ampola do ducto deferente
Glândula seminal
Ducto deferente
Bexiga Glândula seminal esquerda Reto
B
Fig. 76.14 A, Bexiga urinária, próstata, ducto deferente e glândulas 
seminais; corte oblíquo para expor a abertura do ducto ejaculador 
esquerdo na uretra. A espessura da túnica muscular da bexiga indica 
uma bexiga contraída e vazia. B, Escaneamento de uma RM axial 
mostra o sinal alto normal nas glândulas seminais em um escaneamento 
de peso T2. (De Sobotta 2006.)
Fig. 76.15 Estrutura microscópica de uma glândula seminal mostra o 
pregueamento característico de sua mucosa.
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Raiz
A raiz do pênis consiste em três massas de tecido erétil no triângulo uro-
genital, isto é, os dois ramos e o bulbo do pênis, fi rmemente fi xados ao 
arco do púbis e à membrana do períneo, respectivamente. Os ramos são 
as extremidades posteriores dos corpos cavernosos, e o bulbo é a extremi-
dade posterior dilatada do corpo esponjoso.
Cada ramo do pênis se inicia por trás, como uma estrutura abaulada 
e alongada, porém arredondada, fi rmemente fi xada na margem evertida do 
ramo isquiopúbico e coberta pelo músculo isquiocavernoso (Fig. 76.17). 
Anteriormente, converge em direção ao ramo contralateral e é ligeiramente 
aumentado posteriormente a isto. Próximo da margem inferior da sínfi se 
púbica, os dois ramos se aproximam e se continuam como os corpos 
cavernosos do corpo do pênis.
O bulbo do pênis se localiza entre os ramos e está fi rmemente unido 
à face inferior da membrana do períneo, da qual ele recebe um revesti-
mento fi broso (Figs. 76.16D e 76.17). De formato oval em corte transver-
sal, o bulbo se estreita anteriormente para o interior do corpo esponjoso, 
ponto no qual se curva para baixo e para a frente. Sua face convexa é reco-
berta pelo músculo bulboesponjoso e sua face profunda achatada é perfu-
rada pela uretra, que o atravessa para alcançar o corpo esponjoso.
Corpo
O corpo principal do pênis consiste em três massas de tecido erétil, os 
corpos cavernosos direito e esquerdo e o corpo esponjoso, de posição 
mediana, os quais são continuações dos ramos e do bulbo do pênis, res-
pectivamente (Fig. 76.17A e 76.18A e B). Eles se ingurgitam com sangue 
durante a ereção do pênis (Fig. 76.19A). O pênis é cilíndrico quando 
Estrutura microscópica
Cada glândula bulbouretral consiste em diversos lóbulos unidos por uma 
cápsula fi brosa. As unidades secretoras são principalmentede formato 
tubular. O epitélio glandular é colunar e secreta mucinas ácidas e neutras 
na parte esponjosa da uretra antes da ejaculação: essas mucinas têm função 
lubrifi cante. O ducto excretor principal é revestido por um epitélio colunar 
estratifi cado. Um tecido linfoide difuso associado a mucosas (MALT) 
encontra-se associado às glândulas.
 PÊNIS
O pênis consiste em uma raiz, fi xa no períneo, e um corpo, livre e pendu-
loso, completamente envolvido por pele.
Pele
A pele do pênis é delgada e frouxamente fi xada à túnica albugínea. No colo 
da glande, ela é pregueada para formar o prepúcio, que recobre a glande 
irregularmente. A lâmina interna do prepúcio é confl uente no colo com a 
delgada pele que recobre e se adere fi rmemente à glande, e através desta 
com a mucosa da uretra no óstio externo da uretra. Na face uretral da 
glande, uma prega mediana – o frênulo – segue da face profunda do pre-
púcio para a glande, imediatamente proximal ao óstio. A sensibilidade 
cutânea é maior na glande do pênis. O prepúcio e a glande do pênis envol-
vem uma fenda potencial, o saco prepucial, com duas fossas rasas fl anque-
ando o frênulo (Fig. 76.16).
Pênis
Posição do
corpo do períneo
A
B
Corpo do pênis
Face ventral do
corpo do pênis
Glande do pênis
Glande do pênis
Testículo
Testículo
Túber isquiático
Frênulo
Rafe
Epidídimo, ducto
deferente, vasos
sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos
C
Colo da glande
Glande do pênis
Prepúcio
Coroa da glande
D
Posição do corpo
Corpo do pênis (porções livres
do corpo esponjoso e
dos corpos cavernosos)
Bulbo do pênis (porção fixa 
do corpo esponjoso)
Ramo do pênis (porção fixa 
do corpo cavernoso) Glande
do pênis
Fig. 76.16 Estruturas no triângulo urogenital masculino. A, Vista inferior. B, Face ventral do corpo do pênis. C, Vista lateral do corpo do pênis e da 
glande. D, Vista inferior do triângulo urogenital masculino com os tecidos eréteis do pênis indicados com sobreposições. (De Drake, Vogl e Mitchell 
2005.)
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Glande do pênis
Óstio externo da uretra
Fossa navicular da uretra
Ramo do pênis (parte fixa do
corpo cavernoso)
Corpos cavernosos
Corpo esponjoso
com a uretra
Corpo do pênis 
(corte transversal)
Corpo cavernoso
Corpo esponjoso
Glândula bulbouretral no interior 
do espaço profundo do períneo
A
Rafe do períneo
Pele do pênis
Túnica dartos (músculo liso)
Fáscia do pênis (de Buck)
Túnica albugínea
Corpo cavernoso
Corpo esponjoso
Uretra
Glande do pênis
Músculo isquiocavernoso
Músculo bulboesponjoso
Músculo isquiocavernoso
Músculo bulboesponjoso
Corpo do períneo Músculo superficial transverso do períneo
Ligamento fundiforme do pênis
Ligamento suspensor do pênis
B
C
Fig. 76.17 A, Tecidos eréteis do pênis. B, Músculos no espaço superfi cial do períneo. C, Músculos e tecidos eréteis do pênis em corte. (A e B, De 
Drake, Vogl e Mitchell 2005; C, adaptado de Drake, Vogl, Mitchell, Tibbitts e Richardson 2008.)
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fl ácido, mas se torna triangular quando ereto. A face posterossuperior 
durante a ereção é denominada de dorso do pênis, e a face oposta é a face 
ventral.
Corpos cavernosos
Os corpos cavernosos formam a maior parte do corpo do pênis. Eles com-
partilham um envoltório fi broso comum, a túnica albugínea, estão em 
íntima aposição ao longo de toda a sua extensão, e são separados por um 
septo fi broso mediano. Na face uretral, sua massa combinada apresenta 
um amplo sulco mediano contíguo ao corpo esponjoso (Figs. 76.17-
76.19); dorsalmente, um sulco similar, porém mais estreito, contém o feixe 
neurovascular dorsal. Os corpos cavernosos terminam distalmente numa 
face proximal da glande do pênis, num cone arredondado, no qual cada 
um possui uma pequena projeção terminal (Fig. 76.16D).
A resistente túnica albugínea fi brosa consiste em estratos superfi cial 
e profundo. As fi bras superfi ciais seguem longitudinalmente e formam 
um tubo único que circunda ambos os corpos cavernosos, enquanto as 
fi bras profundas estão circularmente organizadas e circundam cada corpo 
cavernoso separadamente. As fi bras profundas se unem para formar o 
septo mediano do pênis, que é espesso e proximalmente completo, de 
modo que os corpos cavernosos possam estar separados proximalmente 
por 5-7 cm. Distalmente, o septo mediano consiste em uma série de faixas 
pectiniformes (semelhante a uma colmeia), o septo pectiniforme, que é 
incompleto e permite a circulação cruzada de sangue entre os dois corpos 
cavernosos.
Corpo esponjoso
O corpo esponjoso do pênis é atravessado pela uretra (Figs. 76.17A, 76.18B, 
e 76.19) e se encontra adjacente ao sulco mediano na face uretral dos 
corpos cavernosos unidos. Ele é cilíndrico, afi lando-se ligeiramente em 
direção distal, e circundado pela túnica albugínea. Próximo à extremidade 
do pênis, ele se expande na glande do pênis, que se projeta dorsalmente 
sobre as projeções terminais dos corpos cavernosos, e tem uma superfície 
côncava rasa onde eles estão fi xados. A coroa da glande se projeta de sua 
base e se sobrepõe ao colo da glande obliquamente sulcado. Numerosas 
pequenas glândulas prepuciais na coroa e no colo da glande secretam o 
esmegma, uma secreção sebácea. A fossa navicular da uretra encontra-se na 
glande e se abre através de uma fenda sagital em seu ápice ou próximo a 
ele.
Fáscia superfi cial do pênis
A fáscia superfi cial do pênis é desprovida de gordura e consiste em tecido 
conjuntivo frouxo, invadido por fi bras musculares da túnica dartos prove-
nientes do escroto. Sob o ponto de vista clínico, ela é comumente referida 
como a túnica dartos do pênis. Como na região suprapúbica da parede 
abdominal, a lâmina mais profunda é condensada para formar uma dis-
tinta bainha resistente, a fáscia do pênis (de Buck) (Fig. 76.18B). Ela cir-
cunda ambos os corpos cavernosos e se divide para envolver o corpo 
esponjoso, separando as veias dorsais superfi cial e profunda. No colo do 
pênis, ela se funde com o revestimento fi broso de todos os três corpos de 
tecido erétil. Proximalmente, ela é contínua com o músculo dartos e com 
a fáscia que reveste a região urogenital do períneo (pág. 1094).
Pênis
Veia dorsal
Óstio externo da uretra
Glande
Corpo esponjoso que 
circunda a uretra
Corpo esponjoso
com a uretra
A
B
Túnica
albugínea
Espaços cavernosos
Artéria
cavernosa
Septo
do pênis
Artéria dorsal
Nervo dorsal
Veia dorsal profunda
Veia circunflexa
Veia dorsal superficial
Fáscia do pênis 
(de Buck)
Túnica dartos
Fig. 76.18 A, Camadas do pênis e estruturas principais. B, Corte transversal do corpo do pênis.
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Ligamentos suspensores do pênis
O corpo do pênis é sustentado por dois ligamentos, os ligamentos fundi-
forme e suspensor, contínuos com sua fáscia e consistem principalmente 
em fi bras elásticas (Fig. 76.17B). O ligamento fundiforme se origina da 
parte mais inferior da linha alba e se divide em duas lamelas que acompa-
nham o pênis e se unem abaixo com o septo do escroto. O ligamento 
suspensor triangular, profundo ao ligamento fundiforme está preso supe-
riormente, na frente da sínfi se púbica, e se funde inferiormente, de cada 
lado, com a fáscia do pênis. Uma lesão no ligamento suspensor pode 
ocorrer após um trauma e resulta em angulação ventral do corpo do 
pênis.
Suprimento vascular e drenagem linfática
Artéria perineal
A artéria perineal (Fig. 76.20) se origina da artéria pudenda interna próximo 
à extremidade anterior do canal pudendo e se aproxima do escroto na 
região superfi cial do períneo, entre os músculos bulboesponjoso e isquio-
cavernoso. Além da membrana do períneo e próximo à sua base, um 
pequeno ramo transverso segue medialmente, inferior ao músculo super-
fi cial transverso do períneo, para se anastomosar com seu homônimo 
contralateral e com as artérias escrotal posterior e retal inferior; esses vasos 
irrigam os tecidos entre o ânus e o bulbo do pênis. As artérias escrotais 
posteriores, distribuídaspara a pele do escroto, a túnica dartos e os mús-
culos do períneo, são geralmente ramos terminais da artéria do períneo e 
podem também se originar de seu ramo transverso.
Artéria do bulbo do pênis
A artéria do bulbo do pênis é curta, porém larga, e segue medialmente 
através do músculo transverso profundo do períneo até o bulbo do pênis, 
onde ela penetra (Fig. 76.20) e irriga o corpo esponjoso e a glândula 
bulbouretral.
Artéria profunda do pênis (artéria cavernosa)
A artéria profunda do pênis é um ramo terminal da artéria pudenda interna 
(Fig. 76.20). Ela segue através da membrana do períneo, entra de cada lado 
no ramo do pênis e segue pela extensão do corpo cavernoso, irrigando o 
tecido erétil. Dentro de cada corpo cavernoso, as artérias profundas do 
pênis se dividem em ramos que terminam diretamente em redes capilares 
que se abrem nos espaços cavernosos ou se tornam contorcidas e um pouco 
dilatadas, caracterizando-se como artéria helicinas, que também se abrem 
nos espaços cavernosos. As artérias helicinas são mais abundantes nas 
regiões posteriores dos corpos cavernosos.
Artéria dorsal do pênis
A artéria dorsal do pênis é o outro ramo terminal da artéria pudenda 
interna (Figs. 76.20 e 76.21). Ela segue entre o ramo do pênis e a sínfi se 
púbica, em seguida perfura o ligamento suspensor do pênis para seguir ao 
longo de seu dorso até a glande, onde se bifurca em ramos para a glande 
e o prepúcio. No pênis, ela se encontra abaixo da fáscia do pênis, entre o 
nervo dorsal do pênis e a veia dorsal profunda; esta última localiza-se mais 
medialmente. Ela irriga a pele do pênis através de ramos que seguem pela 
túnica dartos. Ela dá origem a ramos circunfl exos que seguem lateralmente 
Fig. 76.19 A e B, Escaneamento em RM do pênis mostra os corpos cavernosos e o corpo esponjoso. Observe o corpo esponjoso insinuando-se 
posteriormente para o bulbo esponjoso. C, RM mostra o bulbo do pênis e a fi xação da porção posterior dos corpos cavernosos, os pilares. D e E, 
RM do pênis mostra a túnica albugínea.
Corpo 
cavernoso
Corpo 
esponjoso
Bulbo esponjoso
Próstata
Uretra prostáticaUretra 
peniana
Glândula
seminal Bexiga
Corpo cavernoso Corpo esponjoso
Bulbo do pênis
Corpo cavernosoRamo do pênis Corpo esponjosoCorpo cavernosoTúnica albugínea
Próstata Canal anal
Glande do pênis
Túnica 
albugínea
Corpo 
cavernoso
A B
C D E
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C
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pelo corpo do pênis, primeiro abaixo da fáscia do pênis e depois dentro 
desta fáscia para suprir a túnica albugínea dos corpos cavernosos, e se 
anastomosa através da túnica com o sistema cavernoso; esses ramos 
também suprem o corpo esponjoso.
Veias dorsais do pênis
As veias que drenam os corpos cavernosos emergem destes e seguem obli-
quamente pela túnica albugínea por uma série de pequenos vasos chama-
dos veias subtunicais. Estas drenam para as veias circunfl exas (Fig. 76.22), 
que seguem circunferencialmente ao redor do corpo do pênis a partir de 
sua face ventral, onde elas recebem tributárias originárias do corpo espon-
joso, até sua face dorsal, onde drenam para a veia dorsal profunda do pênis. 
As veias dorsais, superfi cial e profunda, são ímpares. A veia dorsal superfi -
cial drena o prepúcio e a pele do pênis, corre para trás no tecido subcutâneo 
e se inclina para a direita ou para a esquerda antes de se abrir em uma das 
veias pudendas externas. A veia dorsal profunda se localiza abaixo da fáscia 
do pênis, recebe sangue proveniente da glande e dos corpos cavernosos do 
pênis e segue para trás, na linha mediana entre as artérias dorsais pares; 
próximo da raiz do pênis, ela passa profundamente ao ligamento suspen-
sor, e através de uma abertura entre o ligamento arqueado do púbis e a 
margem anterior da membrana do períneo, divide-se em ramos direito e 
esquerdo, que se unem, abaixo da sínfi se púbica, com as veias pudendas 
internas e fi nalmente entram no plexo prostático.
Drenagem linfática
A pele do pênis e do períneo é drenada por vasos linfáticos que acompa-
nham os vasos sanguíneos pudendos externos até os linfonodos inguinais 
superfi ciais. Os vasos linfáticos advindos da glande seguem para os linfo-
nodos inguinais profundos e ilíacos externos. Os vasos linfáticos derivados 
do tecido erétil e da uretra peniana seguem para os linfonodos ilíacos 
internos.
Inervação
Os nervos para os corpos cavernosos consistem principalmente nos nervos 
cavernosos do pênis, que se originam do plexo pélvico e contêm compo-
nentes tanto simpáticos como parassimpáticos (Fig. 76.23). Os nervos 
cavernosos do pênis perfuram a bainha fi brosa do pênis proximalmente 
Pênis
Ramos escrotais 
posteriores
Artéria dorsal 
do pênis
Artéria do bulbo
do pênis
Nervo dorsal 
do pênis
Nervo dorsal do pênis
Nervos retais inferiores
Nervo perineal
Ligamento sacroespinal
Nervo pudendo
Artéria pudenda interna
Ligamento sacrotuberal
Músculo glúteo máximo
Ligamento anococcígeo Nervos anococcígeos
Músculo levantador
do ânus
Nervo cutâneo posterior da coxa
Artéria retal inferior
Artéria e veia
pudendas internas
Nervo dorsal do pênis
Nervo perineal
Músculo transverso
superficial do períneo
Artéria
perineal
Esfíncter externo
do ânus
Músculo
isquiocavernoso
Músculo
bulboesponjoso
Artéria perineal, ramos
escrotais posteriores
Ramos perineais, 
nervo cutâneo posterior 
da coxa
Nervo cutâneo 
posterior da coxa
Fig. 76.20 Vasos 
sanguíneos e nervos da 
região do períneo e genitália 
externa no homem adulto. O 
corpo adiposo da fossa 
isquioanal foi removido e o 
músculo glúteo máximo foi 
cortado a fi m de expor o 
trajeto do nervo pudendo e 
da artéria pudenda interna. 
(De Sobotta 2006.)
Artérias dorsais 
do pênis
Artéria circunflexa
Artéria profunda do pênis
Artéria bulbouretral
Artérias perineais
Fig. 76.21 Suprimento sanguíneo arterial do corpo do pênis.
SISTEMA GENITAL MASCULINO
1276
S
E
Ç
Ã
O
8
Artéria e veia
pudendas internas
Artéria
profunda
do pênis
Artéria e veia 
dorsais do 
pênis
Plexo 
venoso 
vesical
Artéria do bulbo
do pênis
Plexo venoso
periprostático
Artéria e veia ilíacas internas
Artéria e veia ilíacas externas
infl uxo de sangue a partir das artérias helicinas após o relaxamento da 
musculatura lisa dos corpos cavernosos. Esse infl uxo de sangue preenche 
os espaços cavernosos e leva à tumescência. A distensão resultante converte 
a tumescência em ereção através da compressão exercida sobre as veias 
dorsais do pênis, que drenam o tecido erétil, consequentemente obstruin-
do-as. Esse mecanismo é conhecido como mecanismo veno-oclusivo. O 
músculo liso dos corpos cavernosos relaxa em resposta a diversos neuro-
transmissores secretados por nervos parassimpáticos e pelo endotélio. O 
neurotransmissor mais importante que inicia a ereção do pênis parece ser 
o óxido nítrico, produzido principalmente por nervos não adrenérgicos e 
não colinérgicos no interior do pênis e que atua através de seu segundo 
mensageiro, o AMP cíclico (AMPc).
A contínua estimulação cutânea da glande e do frênulo contribui sig-
nifi cativamente para manutenção da ereção e início do orgasmo e da eja-
culação. Dessa forma, a ereção é dependente de uma resposta psicogênica 
normal à estimulação, nervos parassimpáticos intactos, musculatura lisa 
dos corpos cavernosos capaz de relaxamento, artérias capazes de liberar o 
sangue em um volume adequado e um sistema venoso normal. Após a 
ejaculação, o processo acima é invertido: a contração do músculo liso em 
resposta à estimulação simpática leva à detumescência do pênis.
A ejaculação consiste em dois processos, a emissão e a ejaculação. A 
emissão é a liberação, sob controle simpático, do líquido seminal originá-
rio dos ductos deferentes, da próstata e das glândulas seminais para o 
interior da parte prostática da uretra. A ejaculação é a expulsão do líquido 
seminal da uretra prostática para o meio externo, um fenômeno que possui 
componentes autônomos e somáticos. A primeira parte discernível do 
processo é a contração do músculo bulboesponjoso, que se contrai cerca

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