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Prévia do material em texto

Formação de 
Mediadores de Educação 
para Patrimônio
Emmanuel Bastos
A diversidade 
das “celebrações”
 nosso patrimônio imaterial
para Patrimônio
SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................................. 83
2. O Círio de Nazaré ........................................................................ 84
3. A Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha .... 86
4. A Festa de Iemanjá, Brasil afora ............................................... 88
5. Como patrimonializar uma celebração .................................... 91
6. Celebrar a diversidade .............................................................. 94
Referências bibliográfi cas ............................................................. 95
1.
INTRODUÇÃO 
ão nomeadas celebrações, as 
festas e rituais que marcam a 
vivência coletiva de um grupo 
social, sendo consideradas im-
portantes para a sua cultura, 
memória e identidade.  Aconte-
cem em territórios específicos e 
podem estar relacionadas à reli-
gião, à prática de determinados 
ofícios, aos ciclos do calendário etc. 
Essas celebrações são eventos de socia-
bilidade durante um determinado momento 
do ano, quando há mobilização e organiza-
ção dos indivíduos e grupos com regras di-
ferenciadas, distribuição de papéis sociais, 
preparo e consumo de bebidas e comidas, 
produção de vestuário, trajetos e percursos.
Na lista de bens culturais já inscritos no 
Livro de Registro das Celebrações do Insti-
tuto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), 
como integrantes do patrimônio imaterial 
brasileiro, estão: 
• O Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA);
• O Complexo Cultural do Boi Bumbá 
do Médio Amazonas e Parintins (AM);
• O Complexo Cultural do Bumba Meu 
Boi do Maranhão (MA);
• A Festa do Divino Espírito Santo de 
Paraty (RJ); 
• A Festa do Divino Espírito Santo de 
Pirenópolis (GO);
• As Festividades do Glorioso São Se-
bastião na Região do Marajó (PA);
• A Festa do Pau da Bandeira de Santo 
Antônio em Barbalha (CE);
• A Festa de Sant´Ana de Caicó (RN);
• A Festa do Senhor Bom Jesus do 
Bonfim (BA);
• A Procissão do Senhor dos Passos de 
Santa Catarina (SC);
• Ritual Yaokwa do Povo Indígena Ena-
wene Nawe (MT);
• Romaria de  Carros de Bois da Festa 
do Divino Pai Eterno de Trindade (GO);
• Festa do Bembé do Mercado de Santo 
Amaro (BA).
Apresentaremos, neste módulo, alguns 
exemplos de celebrações, ressaltando a di-
versidade cultural que elas representam. 
Imagine quantos povos diferentes, com 
suas respectivas culturas, que aqui já esta-
vam ou chegaram nesse território que hoje 
chamamos Brasil, contribuíram para a exis-
tência dessas celebrações. Afinal, tradições 
são inventadas, sustentadas e reinventadas 
a partir das trocas culturais entre os indivídu-
os e grupos que recebem e repassam, oral e 
gestualmente, seus pensamentos e hábitos. 
Preparem-se conhecer algumas des-
sas celebrações tradicionais que ilustram 
nosso módulo.
SE
LIGA!
Você conhece alguma das celebra-
ções citadas? Leu sobre elas? Viu na 
televisão ou no cinema? Assistiu a um 
documentário? Vivenciou de perto? 
Conhece alguma outra celebração 
que não consta nesta lista?
Compare seus conhecimentos 
prévios com o que você está desco-
brindo agora, neste módulo.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 83
2.
O CÍRIO 
DE NAZARÉ 
Círio de Nazaré ocorre 
há mais de duzentos 
anos na cidade de Be-
lém, estado do Pará. É 
considerada uma das 
maiores festividades 
católicas das Américas. 
Em razão de sua impor-
tância histórica, foi o 
primeiro bem cultural 
inscrito no Livro de Registro das Cele-
brações, pelo Iphan (2004). Depois, em 
2013, foi considerado pela Unesco (Orga-
nização das Nações Unidas para a Educa-
ção, Ciência e Cultura) como Patrimônio 
Cultural da Humanidade. 
História e mito se fundem para contar 
como a celebração começou. Por volta de 
1700, o caboclo Plácido José dos Santos 
encontrou, num igarapé, uma pequena 
imagem de Nossa Senhora de Nazaré e a 
levou para casa. No dia seguinte, ao acor-
dar, a imagem não estava onde ele havia 
colocado. Foi até o tal igarapé, o local onde 
ela havia sido encontrada, e lá estava ela. O 
fato teria ocorrido novamente nas semanas 
seguintes, até que a imagem foi levada à 
sede do Governo do Pará e ficou protegida 
por guardas. Ainda assim, ela teria voltado 
ao lugar onde foi vista pela primeira vez. Go-
tas de orvalho e carrapichos em seu manto 
eram a “prova” da sua longa caminhada. 
Seu descobridor, então, construiu uma 
pequena capela em homenagem à santa. 
84 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
2.
O CÍRIO 
DE NAZARÉ 
inscrito no Livro de Registro das Cele-
brações, pelo Iphan (2004). Depois, em 
2013, foi considerado pela Unesco (Orga-
nização das Nações Unidas para a Educa-
ção, Ciência e Cultura) como 
Cultural da Humanidade
História e mito se fundem para contar 
como a celebração começou. Por volta de 
1700, o caboclo Plácido José dos Santos 
encontrou, num igarapé, uma pequena 
imagem de Nossa Senhora de Nazaré e a 
levou para casa. No dia seguinte, ao acor-
dar, a imagem não estava onde ele havia 
colocado. Foi até o tal igarapé, o local onde 
ela havia sido encontrada, e lá estava ela. O 
fato teria ocorrido novamente nas semanas 
seguintes, até que a imagem foi levada à 
sede do Governo do Pará e ficou protegida 
por guardas. Ainda assim, ela teria voltado 
ao lugar onde foi vista pela primeira vez. Go-
tas de orvalho e carrapichos em seu manto 
eram a “prova” da sua longa caminhada. 
Seu descobridor, então, construiu uma 
pequena capela em homenagem à santa. 
84 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE84 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
A notícia do “milagre” se espalhou e a cada 
ano aumentava o número de pessoas indo 
à cabana, ofertando ex-votos para reconhe-
cer as graças alcançadas. A partir de então 
a Coroa Portuguesa decidiu aproveitar as 
peregrinações e passou a estimular a reali-
zação de grandes feiras, a fim de estimular a 
movimentação econômica para Belém. 
A palavra círio tem origem no latim e sig-
nifica “vela grande”. 
O primeiro Círio teria acontecido em junho 
de 1793. O então governador da província fi-
cou doente e prometeu que se sobrevivesse 
faria uma procissão para conduzir a imagem 
do local mítico do seu achado até a igrejinha 
construída para a sua devoção, hoje transfor-
mada na Basílica de Nazaré. Assim foi feito. 
Como a procissão inicialmente era realizada 
à noite, usavam-se os círios, ou seja, as velas. 
Mestiços e indígenas de diversos gru-
pos vinham juntar-se aos colonos locais e 
comercializar baunilha, tabaco, cacau, gua-
raná, urucum, ceras, velas e outros artigos 
religiosos. “Apesar da iniciativa do primeiro 
Círio ter partido de um governante, histori-
camente a procissão representa o predo-
mínio de uma romaria de origem popular 
sobre as fórmulas tradicionais de origem 
oficial.” (Iphan, 2006 p.18). 
A festa inicia-se oficialmente na terça-
-feira que antecede ao segundo domingo de 
outubro, estendendo-se por mais 15 dias. A 
primeira atividade é a descida da imagem 
original, que permanece durante todo ano 
no altar da Basílica de Nazaré. Ela é colo-
cada num pedestal, no altar-mor, durante 
o restante da quadra nazarena, para ficar 
mais próxima dos devotos. No último dia da 
festa, logo antes da missa do Recírio, é feita 
a celebração da subida, quando a imagem 
retoma seu lugar, até o ano seguinte.
Recírio
Uma procissão 
de despedida, 
com missa campal, 
que marca o retorno 
da santa à redoma 
de cristal.
Já a imagem peregrina segue nas 
procissões de trasladação, antes do Círio 
propriamente dito. O percurso tem aproxi-
madamente cinco quilômetros. Perpassa 
parte do centro histórico de Belém, por lu-
gares como o Mercado Ver-o-Peso. A santa 
é conduzida em carreata, da Basílica até a 
Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, 
que fica em Ananindeua, município vizinho 
de Belém. Lá, permanece durantea noite, 
acompanhada por uma vigília de fiéis. 
Depois, a imagem segue em romaria flu-
vial pelo rio Guajará, até o porto de Belém, 
acompanhada de barcos, canoas, jet skis, 
encontrando lá os moto-romeiros. 
Iluminados por velas, milhares de fiéis la-
vam a berlinda circundada por uma corda. 
O tamanho desta corda variou com o 
tempo. Hoje, mede aproximadamente 450 
metros. Ao final da procissão, os devotos 
se amontoam para retirar pedaços do sisal, 
que afirmam ser milagroso. Devotos seguem 
descalços, formando um grande cordão hu-
mano. Cerca de dois milhões de pessoas se-
guem a imagem até a Basílica de Nazaré. 
A santa repousa durante uma semana, ex-
posta ao público, até que acontece o Recírio.
A celebração possui sentidos sagrados, 
mas também profanos, numa performance 
que se interconecta. Um elemento essen-
cial é o arraial: ponto de encontro, local de 
comércio, das brincadeiras, da comida, da 
bebida e do jogo. É onde se encontram o 
velho e o novo da festa. 
O almoço do Círio ainda é muito tradicional 
para os paraenses. O pato no tucupi e a mani-
çoba são os pratos típicos servidos, num even-
to que é prática religiosa e reunião familiar.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 85
contece em Barbalha, mu-
nícipio do Cariri cearense, 
na primeira quinzena de ju-
nho, encerrando-se no dia 
13 de junho, data atribuída 
à morte do santo português. 
A festa é registrada como 
patrimônio imaterial bra-
sileiro, desde 2015. No ano 
de 2018, aproveitando os es-
tudos utilizados no dossiê do Iphan, recebeu 
também da Secretaria Estadual da Cultura o 
registro de patrimônio imaterial do Ceará. 
É a celebração da narrativa da vida e obra 
de santo Antônio de Lisboa ou santo Antônio 
de Pádua, nascido no século XIII. Reconheci-
do por sua oratória, reunia fiéis eruditos e 
populares. Foi muito importante na coloni-
zação africana pelos portugueses, sendo in-
corporado pelas culturas congo-angolanas, 
bakongos e luandas. Sua figura recebeu di-
versas patentes militares e, como tal, foi de-
votado por essa categoria profissional. 
3.
A FESTA DO PAU DA BANDEIRA 
DE SANTO ANTÔNIO DE BARBALHA
Marca também o início das festas juni-
nas, tão tradicionais no Brasil. É o período 
do solstício de inverno, quando acontecem 
as colheitas, a renovação e a preparação da 
terra para as atividades agrícolas vindouras.
Treze dias antes do dia 13 de junho, 
acontece a trezena de santo Antônio, 
momento organizado pela Igreja Matriz da 
cidade, que motiva os fiéis a refletir na fé do 
santo padroeiro da cidade. Logo após, no 
dia 13, acontece a procissão, quando a ima-
gem percorre as ruas da cidade no carro-
-andor, levado pelos fiéis. 
Há também o outro lado da festa, o 
profano, cujo corte do “pau” para o haste-
amento da bandeira de santo Antônio, em 
frente à Igreja Matriz, acontece 15 dias antes 
das festividades litúrgicas. 
Foi em 1928 que a prática se instituciona-
lizou, a partir da doação de um mastro pelo 
capitão João Teles, que era retirado do sítio 
São Joaquim, mas já acontecia há muito 
tempo. A derrubada é empreendida com um 
86 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
PARA OS
CURIOSOS
No seu bairro, cidade ou estado 
existem indivíduos ou grupos que 
se expressam por meio dessas 
manifestações culturais ou por 
outras semelhantes?
ato de louvor. Os cortadores vão em carava-
na e selecionam a madeira. O cortador e car-
regador mais experiente é eleito capitão do 
“pau”. É ele quem faz o primeiro corte sim-
bólico da derrubada e dá orientações para o 
trabalho seguir até o fim do carregamento. 
Na poeira avermelhada que se levanta, sur-
gem as brincadeiras e disputas corporais. Os 
carregadores dançam, bebem e se divertem. 
O consumo tradicional da pinga por vezes pro-
voca acidentes e acende o frequente debate 
acerca dos valores morais desses carregado-
res. Opinam Igreja e o poder público, mas os 
protagonistas da atividade reafirmam sua vi-
vacidade com o esforço do carregamento. 
O percurso do carregamento é de quase 7 
quilômetros, indo da zona rural até a praça da 
Matriz. As mulheres não participam do corte, 
mas se tornam alvo do evento, às vezes sem 
consentimento, arrastadas para o contato 
com o “pau”. Esfregar-se nele e entoar os cânti-
cos e orações para arrumar um bom casamen-
to é um dos papéis femininos correntes.
Depois do carregamento, quando che-
gam ao local da Igreja Matriz, ocorre o has-
teamento e a amarração da bandeira, que é 
confeccionada pelos devotos. A bandeira fica 
flamulando até o fim das festividades que se 
espalham por toda cidade com apresentação 
de grupos tradicionais e shows musicais. Aliás, 
esta celebração é a mistura de muitos folgue-
dos, ritmos e sons ocupando o espaço público 
de Barbalha, numa festividade onde o sagra-
do e o profano caminham de braços dados. 
Outro evento que marca a festa é a “mis-
sa regional”, com a participação de poetas, 
repentistas e violeiros que improvisam 
cânticos para o santo. Os integrantes dos 
grupos tradicionais (reisados, bandas ca-
baçais, lapinhas, penitentes, incelências 
etc.) participam do ofertório. 
A música, em especial os instrumentos 
usados pelas bandas cabaçais, como o pife 
(pífano) e a zabumba, cumprem papel fun-
damental nas atividades. Acompanham a 
missa matinal e “batem música” pela cidade, 
na zona rural e urbana. Há ainda as famosas 
quermesses, sempre presente nas festas ju-
ninas, aquecendo desde cedo o comércio 
local e a vida noturna, após a missa. 
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 87
partir da década de 1980, 
acontece uma transforma-
ção na sociedade brasileira. 
Motivados pelas lutas de re-
sistência à ditadura civil-mi-
litar, com acúmulo teórico e 
prático de estudos sobre as 
culturas afro-brasileiras e 
organizados em movimen-
tos reivindicatórios, ativis-
tas iniciam o reconhecimento da cultura 
afro-brasileira e indígena como depositá-
rias da memória de significativa parcela da 
população nacional. 
Foi a primeira vez, em 1986, dentro da 
Fundação Pró-Memória, hoje Iphan, que um 
templo afro-brasileiro foi tombado e passou 
a ser reconhecido como herança cultural na-
cional: o Ilê Axé Nassô Oká. Também conhe-
cido como Casa Branca, esse é o primeiro 
espaço de culto afro-brasileiro onde se reco-
nheceu “o valor do acervo de bens culturais 
neles encerrados” (SERRA, 2005 p.171). 
Uma das principais manifestações da 
cultura afro-brasileira é a celebração à Ie-
manjá, considerada a mãe de todos os ori-
xás, que habita as águas salgadas dos oce-
anos. Esta divindade é adorada Brasil afora, 
em várias cidades e, desde a última década, 
as festividades em torno dela vêm sen-
do reconhecidas como patrimônio cul-
tural em diferentes locais do país. 
Desde 2011, a festa realizada nas praias 
cariocas da cidade do Rio de Janeiro é regis-
trada como patrimônio imaterial estadu-
al. Sua imagem é lembrada especialmente 
no dia 31 de dezembro, quando assistimos 
ao já famoso ritual de pular as ondas durante 
a virada do ano. 
Uma das mais famosas festas de Ieman-
já é a da cidade da Salvador, no dia 2 de fe-
vereiro. Na capital baiana, Iemanjá é sincre-
tizada com Nossa Senhora dos Navegantes 
(Candeias), a “protetora dos pescadores”. 
O antigo Mercado dos Peixes do Rio Ver-
melho é o ponto de encontro de milhares 
de devotos e turistas que chegam para agra-
decer as graças alcançadas, ofertando pre-
sentes que seguirão de barco para o mar. 
Recentemente, em 1º de fevereiro de 2020, 
a celebração foi registrada como patrimô-
nio imaterial municipal. 
Numa reelaboração do simbolismo das 
águas, a festa também é realizada em lo-
cais onde não há mar. É o caso da Festa de 
Iemanjá no Lago Paranoá, em Brasília, que 
tornou-se patrimônio distrital, no ano de 
2018. Em Belo Horizonte, capital mineira, a 
celebração foi registrada pelo munícipio em 
2019 e acontece às margens da Lagoa da 
Pampulha, em um parque arborizado. 
Em Fortaleza, Ceará, os festejos para a 
orixá também foram patrimonializados pelaSecretaria Municipal de Cultura (SecultFOR). 
Orixá
Palavra em iorubá, 
que significa: ori-
cabeça; xá-deus. 
Em outras palavras, 
o deus/deusa que 
protege sua cabeça. 
Trata-se de uma 
designação genérica 
para divindades 
cultuadas por povos 
africanos trazidos 
para o Brasil, aqui 
incorporadas por 
outras matrizes 
religiosas.
4.
A FESTA DE IEMANJÁ, 
BRASIL AFORA
88 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ela acontece há pelo menos cinquenta anos, 
na Praia do Futuro, no dia 15 de agosto, em-
bora desde 2014 também se realize na Praia 
de Iracema, no dia 14. A aprovação do Com-
phic (Conselho Municipal de Proteção ao 
Patrimônio Histórico e Cultural de Fortaleza) 
ocorreu em 2017, ratificando o trabalho de 
pesquisa etnográfica para compor o dossiê 
do registro, elaborado entre 2016 e 2017. Se-
gundo Ismael Pordeus (2002), desde a década 
de 1950, Mãe Júlia Condante se estabeleceu 
em Fortaleza e institucionalizou a Umbanda, 
criando um local para cultuar Iemanjá, con-
forme foi ensinado no Rio de Janeiro. 
A União Espírita Cearense de Umbanda 
(Uecum), entidade fundada por Mãe Júlia, 
é a principal responsável pela organização 
da cerimônia. 
No dia 14 à noite, os umbandistas se 
põem a dançar, tocar e cantar na Praia de 
Iracema, maior polo turístico da capital. É, 
sobretudo, um espírito de comunhão que 
tenta quebrar barreiras do racismo arraiga-
do na sociedade brasileira.
A Umbanda representa uma religiosida-
de de acolhida dos excluídos e marginaliza-
dos, tal como Iemanjá, a mãe de todos, que 
não deixa ninguém desamparado. 
Umbanda
Religião originalmente 
brasileira que nasceu 
da miscelânea entre 
os cultos tradicionais 
indígenas (como a 
jurema sagrada, o 
terecô maranhense, 
a pajelança etc.), os 
cultos às divindades 
africanas, vindos 
especialmente da 
Bahia e do Rio de 
Janeiro, com forte 
inspiração bantu, o 
catolicismo popular 
e o espiritismo (como 
referências cristãs).
Praia de Iracema
Área considerada
“Bem de Relevante 
Interesse Cultural”, 
por meio do 
Patrimônio Histórico 
e Cultural da Secretaria 
da Cultura de Fortaleza 
(SecultFOR).
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 89
Nas primeiras horas da manhã do dia 15, 
da sede da Uecum, no centro da cidade, sai 
um cortejo em carro aberto até a Praia do 
Futuro, com a imagem de Iemanjá. Quem 
consegue segui-lo, escuta os tambores sin-
copando a marcha, enquanto mães e pais de 
santo entoam as cantigas dos orixás, cabo-
clos, pretos velhos e outros guias espirituais. 
Os participantes levam consigo as ofertas 
que serão entregues para a orixá numa jan-
gada que irá percorrer o trajeto mar adentro.
Ao longo do dia, revezam-se as músicas 
na extensa faixa de areia. Os tambores, as 
maracas e agogôs criam a orquestra semioló-
gica para evocar as entidades, compartilhan-
do conhecimento e conforto com os fiéis. 
Nas primeiras horas da manhã do dia 15, 
Em tempos de crescimento de deno-
minações religiosas que demonizam essas 
religiões de matriz indígena e africana, a 
estratégia do “povo de santo” é aparecer na 
esfera pública e tentar reafirmar sua influên-
cia na cultura nacional. 
Esses grupos têm denunciado o racis-
mo religioso (não apenas a intolerância 
religiosa, termo bastante usado até pouco 
tempo). Em outras palavras, a questão não 
é tolerar uma religião diferente. O problema 
é que as agressões, em geral, são desferi-
das especialmente contra as religiões de 
matriz afro-indígenas, diferente do que 
acontece com outras denominações que 
não são alvo desses agressores.
Além das dificuldades originadas no ra-
cismo de feição religiosa, os organizadores 
da Festa de Iemanjá sofrem também com 
questões práticas do cotidiano da cidade. 
Algumas dessas situações estão rela-
tadas no dossiê do registro, que prevê 
sugestões e indicações para dirimir os pro-
blemas que dificultam a realização da festa. 
Mesmo com algumas precariedades, é per-
ceptível a singularidade e a originalidade da 
Festa de Iemanjá em Fortaleza. 
90 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
5.
COMO PATRIMONIALIZAR 
UMA CELEBRAÇÃO
pós ilustrarmos nosso mó-
dulo com a descrição de al-
gumas dessas celebrações 
– esperamos que vocês pro-
curem conhecer as demais 
–, vamos entender como é 
possível patrimonializá-las.
Muitas manifestações 
culturais do povo brasilei-
ro só ganharam status de 
patrimônio cultural após a publicação do 
Decreto nº 3.551/2000, do Iphan, que re-
gulamentou o artigo 216 da Constituição Fe-
deral Brasileira de 1988, definindo o conceito 
de patrimônio cultural imaterial, discipli-
nando o seu registro e criando o Programa 
Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI). 
O PNPI, posteriormente, foi regulamen-
tado pela Portaria Iphan nº 200/2016, que 
criou uma Política de Salvaguarda do Pa-
trimônio Imaterial.
Antes dos anos 2000, somente a dimen-
são material do patrimônio nacional (edifi-
cações, monumentos, coleções) era oficial-
mente reconhecida e salvaguardada pelo 
Estado brasileiro, por meio do instrumento 
de tombamento, que poderia ser solicitado 
por qualquer pessoa física ou jurídica, de 
forma voluntária ou compulsória. 
A partir do Decreto nº 3.551/2000, ape-
nas pessoas jurídicas, como associações 
da sociedade civil, instituições vinculadas ao 
Ministério da Cultura e Secretarias de Cultura 
(estaduais, municipais e do Distrito Federal), 
com a anuência dos detentores das refe-
rências culturais de caráter imaterial, po-
dem solicitar o registro dessas referências. 
COMO PATRIMONIALIZAR 
UMA CELEBRAÇÃO
pós ilustrarmos nosso mó-
dulo com a descrição de al-
gumas dessas celebrações 
– esperamos que vocês pro-
curem conhecer as demais 
–, vamos entender como é 
patrimonializá-las.
Muitas manifestações 
culturais do povo brasilei-
status de 
após a publicação do 
do Iphan, que re-
gulamentou o artigo 216 da Constituição Fe-
deral Brasileira de 1988, definindo o conceito 
discipli-
Programa 
Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI). 
, posteriormente, foi regulamen-
tado pela Portaria Iphan nº 200/2016, que 
do Pa-
Antes dos anos 2000, somente a dimen-
 (edifi-
oficial-
pelo
 por meio do instrumento 
que poderia ser solicitado 
 jurídica, de 
ape-
, como associações 
da sociedade civil, instituições vinculadas ao 
Ministério da Cultura e Secretarias de Cultura 
(estaduais, municipais e do Distrito Federal), 
refe-
de caráter imaterial, po-
 dessas referências. 
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 91
Nesse sentido, a solicitação de regis-
tro deve estar acompanhada de infor-
mações históricas sobre o bem (textos, 
fotografias, ilustrações, vídeos, gravações 
sonoras etc.), além de declaração formal 
da comunidade expressando seu conhe-
cimento sobre os trâmites do registro. 
Quando o Iphan se certifica da anuência 
da comunidade, seus técnicos iniciam a ela-
boração de um dossiê detalhado, mapeando 
as informações e estudos acerca da mani-
festação cultural indicada. Depois, o dossiê 
é apresentado ao Conselho Consultivo do 
Patrimônio Cultural, órgão colegiado de 
decisão máxima dentro da instituição, for-
mado por especialistas de diversas áreas do 
conhecimento, que representam órgãos go-
vernamentais e da sociedade civil organiza-
da. Apenas após o aceite do dossiê, por parte 
do Conselho, é que o bem pode ser registrado 
em um ou mais Livros de Registro (Saberes; 
Formas de expressão; Celebrações; Lugares). 
Posteriormente é elaborado um plano 
de salvaguarda para o bem registrado. 
Esse plano tem o objetivo de possibili-
tar condições de continuidade ao bem, lis-
tando iniciativas e ações a serem tomadas 
pelo poder público, a sociedade civil e os 
seus legítimos detentores.
De acordo com as regras do Iphan, após 
dez anos do registro realizado, é necessário 
revalidar esse registro, com o objetivo de 
analisar as mudanças e permanências 
da atividade enquanto referência cul-
tural, avaliando se ela continua a ser im-
portante e quais as novas questões de sus-
tentabilidade que se colocamdepois desse 
período de tempo. O Círio de Nazaré, por 
exemplo, foi revalidado em 2016. 
Além do registro, há outros instrumen-
tos de valorização do patrimônio imate-
rial, que tanto o Estado, como os próprios 
grupos sociais detentores, pode realizar. 
PARA OS
CURIOSOS
Para saber mais detalhes sobre 
a Política de Salvaguarda do 
Patrimônio Imaterial, leia o do-
cumento Saberes, fazeres, gingas e 
celebrações: ações para a salvaguar-
da de bens registrados como patri-
mônio cultural do Brasil, 2002-2018, 
disponível em: portal.iphan.gov.br/
uploads/publicacao/sfgec.pdf
92 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
São os Inventários dos Bens Culturais, 
experiências cada vez mais participativas 
e protagonizada por agentes comunitários 
de um determinado território. Importante 
atentar ao seu papel em sua comunida-
de na observância de novos possíveis bens 
culturais de natureza imaterial.
O Iphan estabeleceu uma metodologia, 
tanto para inventários, quanto para orientar 
os estudos dos dossiês de registro que são 
aprovados. É o Inventário Nacional de 
Referências Culturais (INRC ) que serve 
de base para obtenção de dados históricos, 
socioantropológicos e ambientais, com os 
quais se avaliará quais as melhores ações 
patrimoniais a serem tomadas. 
O Iphan não é o único órgão respon-
sável pela preservação do patrimônio 
cultural no Brasil. Os estados e municípios 
brasileiros também possuem instituições 
responsáveis pela preservação patrimo-
nial, que muitas vezes replicam, adequam 
ou aperfeiçoam a legislação federal apre-
sentada, de acordo com a realidade local. 
Nesse sentido, muitos bens culturais 
podem não ser patrimonializados em âm-
bito nacional, mas podem conseguir reco-
nhecimento e proteção nas esferas estadu-
ais e municipais. Há casos, como vimos, de 
bens que “acumulam” essa proteção, em 
diferentes níveis, no país. 
Aliás, vimos ainda nesse fascículo que 
há bens que são representativos não ape-
nas para determinados grupos sociais de 
um munícipio, estado, região ou nação. 
São representativos para a história da 
humanidade. Nessas circunstâncias, a 
Unesco é a instituição internacional que se 
encarrega dos procedimentos necessários 
para a sua preservação, junto aos países 
detentores desse patrimônio.
Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 93
6. 
CELEBRAR AS 
DIVERSIDADES
ocê já percebeu que a cons-
trução de um patrimônio 
cultural não ocorre do dia 
para noite. É necessária sua 
consolidação na memória 
coletiva de um expressivo 
contingente da sociedade. O 
tempo é fator fundamental 
nesta equação, aliado a uma 
ação coletiva dos sujeitos, que dá o tom 
do que vai servir de referência, do que ele-
gemos para ser lembrado.
Sempre que imaginamos uma “festa”, 
pensamos em momentos de lazer ou des-
canso. Imaginamos uma perspectiva de 
oposição ao trabalho. Entretanto, as ativida-
des ligadas às celebrações significam mais 
do que isso. São momentos de reorgani-
zação social, de congregação e renova-
ção dos laços fraternais. Há os momentos 
oficiais, de tom formal e racional, quando o 
sagrado se expressa nas orações, nas cami-
nhadas. Mas há também momentos de brin-
cadeira, euforia e crítica às condições precá-
rias de vida de boa parte dos envolvidos. 
Em razão de nossa colonização católica 
portuguesa, as manifestações dessa origem 
já chegaram sedimentadas, mas a influên-
cia indígena e negro-africana nas práticas 
culturais, religiosas ou não, estão presentes 
em boa parte do nosso cotidiano. 
Essa diversidade de visões de mundo é a 
riqueza da cultura brasileira. É a inovação so-
ciotécnica que nos permitiu viver e sobreviver 
em meio a dificuldades do nosso território.
Por mais que o Iphan tenha sido fundado 
em 1937, somente décadas depois que os 
monumentos e símbolos negros e indíge-
nas tornaram-se, então, objetos de pre-
servação. Deste modo, o Estado começou 
a reconhecer a importância da herança que 
esses povos imprimiram à formação da so-
ciedade brasileira. 
Para Laura Cavalcanti (2019), o conceito 
de patrimônio cultural imaterial, do qual 
as celebrações fazem parte, foi o instrumen-
to sensível para a incorporação de amplos 
e diversos conjuntos de processos culturais 
nas políticas públicas relacionadas à cultura 
e à construção de referências de identidade 
e memória para diferentes grupos sociais. 
A oralidade, as formas do conhecimento 
tradicional, os sistemas de valores, os mo-
dos de vida, as expressões festivas e artís-
ticas estão agora inclusas nas políticas pa-
trimoniais. É o reconhecimento, finalmente, 
que somos grupos e sujeitos plurais, 
múltiplos e diferentes.
SE
LIGA!
Após ler esse fascículo, pense: no 
seu bairro, município ou estado 
existem celebrações que poderiam 
ser elevadas à categoria de pa-
trimônio imaterial brasileiro? 
Ou registradas como patrimônio 
imaterial estadual ou municipal? 
Como você poderia contribuir para o 
debate acerca da patrimonialização 
dessas celebrações? Mãos a obra!
94 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
REFERÊNCIAS 
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diferenças e os novos sujeitos de direito. In: 
Patrimônios. Marseille: OpenEdition Press, 
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e disputas no contexto de uma nova 
ordem discursiva. In: Antropologia e 
patrimônio cultural: diálogos e desafios 
contemporâneos. Blumenau: Nova Letra, v. 
1, 2007, p. 263-287. 
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Saberes, fazeres, gingas e celebrações: 
ações para a salvaguarda de bens 
registrados como patrimônio cultural 
do Brasil, 2002-2018. Brasília-DF: IPHAN, 
2018. http://portal.iphan.gov.br/uploads/
publicacao/sfgec.pdf
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Imaterial do Brasil. In: TAMASO, Izabela; 
GONÇALVES, Renata de Sá; VASSALLO, 
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COELHO, Geraldo. Uma crônica do 
maravilhosa. Legenda, tempo e memória 
no culto da Virgem de Nazaré. Belém: 
Imprensa Oficial do Estado, 1998.
CONNERTON, Paul. Como as sociedades 
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Pau da Bandeira de Santo Antônio 
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Cultura, 2015. Disponível em http://portal.
iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/
Dossie_festa_pau_da_bandeira_santo_
ant%C3%B4nio_barbalha.pdf
IPHAN. Dossiê de registro do Círio 
de Nazaré. Rio de Janeiro: Ministério 
da Cultura, 2006. Disponível em http://
portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/
PatImDos_Cirio_m.pdf
PORDEUS JR, Ismael. Umbanda. Ceará em 
Transe. Fortaleza: Museu do Ceará, 2002 
(Coleção Outras Histórias, v.16).
PREFEITURA DE FORTALEZA. Relatório 
de Pesquisa da Festa de Iemanjá de 
Fortaleza. Fortaleza, 2018.
SERRA, Ordep. Monumentos negros. 
Uma experiência. In: Afro Ásia, n.33, 
Salvador, 2005, 169-205
AUTOR
Emmanuel Bastos de M. Lopes 
é mestre em Antropologia pela 
Universidade Federal de Pernambuco 
(UFPE), doutorando em Antropologia 
pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA), membro do Observatório 
de Vulnerabilidades da Baía de 
Todos os Santos (OBSERVABAIA, 
PPGA_UFBA). Pesquisador sobre 
patrimônio das religiosidades 
afrobrasileiras, com experiência em 
mapeamentos, inventários sobre 
patrimônio cultural e acervos e 
coleções etnográficas. Foi professor 
substituto da Uece, departamento 
de Ciências Sociais, consultor da 
Prefeitura de Fortaleza e do Iphan-AL. 
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista 
gráfico, com extensa produção em 
projetos editoriais, sendo a maior 
parte destinada ao público infantil 
e infantojuvenil. Seu trabalho tem 
como base a pesquisa de materiais e 
estilos, envolvendo estudo de técnicas 
tradicionais de pintura, desenho, 
fotografia e colorização digital.
ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista 
gráfico, com extensa produção em 
projetos editoriais, sendo a maior 
parte destinada ao público infantile infantojuvenil. Seu trabalho tem 
como base a pesquisa de materiais e 
estilos, envolvendo estudo de técnicas 
tradicionais de pintura, desenho, 
fotografia e colorização digital.
95Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 95
Este fascículo é parte integrante do projeto 
Formação de Mediadores de Educação 
Patrimonial, em decorrência do Termo de 
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito 
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de 
Fortaleza, sob o nº 02/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br 
fundacao@fdr.org.br
EXPEDIENTE: 
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Presidente 
André Avelino de Azevedo 
Diretor Administrativo-Financeiro 
Marcos Tardin 
Gerente Geral 
Raymundo Netto 
Gerente Editorial e de Projetos 
Emanuela Fernandes 
Analista de Projetos
UNIVERSIDADE ABERTA 
DO NORDESTE (UANE)
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Gerente Pedagógica 
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Secretária Escolar
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES
DE EDUCAÇÃO PARA PATRIMÔNIO
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Coordenador Geral, Editorial e Revisor
Cristina Holanda
Coordenadora de Conteúdo 
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Diagramador 
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Produtora
ISBN: 978-85-7529-951-7 (Coleção) 
ISBN: 978-85-7529-957-9 (Fascículo 6)
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Apoio
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Estadual do Ceará

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