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Resenha I

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Karolliny Abreu de Queiroz
Resenha- 3º capitulo do livro “A cidade na história: suas origens, transformações e perspectiva”
MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectiva. São Paulo, 1998. 742p.
A obra a ser resenhada é o capítulo 3 do livro “A cidade na história: suas origens, transformações e perspectiva”; o capitulo 3 se chama “Formas e modelos ancestrais”. O livro contém 742 páginas e foi publicado em janeiro de 1998, pelo autor Lewis Mumford, através da editora Martins Fontes.
Sinopse: Mais do que uma história das formas e funções da cidade através dos tempos, esta obra é um retrato arrojado e imaginativo do desenvolvimento do homem como ser religioso, político, econômico, cultural e sexual. É uma história cativante do passado e do presente turbulento também uma profecia para o futuro da cidade e da civilização humana.
O capítulo 3 é separado por tópicos o primeiro deles e chamado de “cidades da planície”, nele é falado que nenhuma cidade antiga foi completamente desenterrada, elas poderiam revelar muitas coisas, tornaram-se local de moradia, o que impedia a escavação. 5mil anos de história urbana se encontram espalhadas por sítios parcialmente explorados. As cidades parecem ter surgido em alguns vales de rios: o Nilo, o Tigre, o Eufrates, o Indo, Huangho. Os pântanos eram drenados para que se pudesse usar o solo que lhes rendia colheitas 100 vezes maiores que a sementeira original. Os rios foram as primeiras autoestradas. Apesar da aldeia ter conseguido uma estabilidade interior que a cultura urbana conheceria raramente, a aldeia se sentia a mercê das questões naturais: tempestades ou secas, sem poder buscar auxilio. A transformação de aldeia foi uma mudança de direção e finalidade, com um novo sistema de organização. Moradores da mesopotâmia passaram a construir redes locais de irrigação, canais e locais de moradia junto de represas. Eles inspirariam não somente a mais antiga arquitetura monumental de tijolo do Egito, como na astronomia, na escrita, na organização militar dentre outros. A vida eterna era o maior bem imaginável. No Egito os mortos e até gatos domésticos eram mumificados para assegurar sua existência futura. 
O segundo tópico tinha o nome de “O enigma das ruinas”. Foi dito que nada era semelhante a registros dos primeiros 4mil anos da cidade; há trechos que permanecem em branco. Podemos ver na passagem de aldeias para a cidade o aumento da área e da população. Micenas, a cidade mais rica da Grécia continha 485 ares; mais perto de uma cidadela que de uma cidade desenvolvida. A cidade representava um novo grau de concentração humana. É mostrado um aumento da área destinada a produção de alimento. É difícil de se estimar a população das cidades antigas. Eram limitadas pela dificuldade de transporte, cerca de 2 até 20mil pessoas. Há um fator condicionante no tamanho das cidades: não só a disponibilidade de água e comida, mas a variação do sistema de comunicação. As cidades não cresciam além das distancias de caminhada ou de audição, até que fosse criado sistemas de comunicação em XIX o crescimento das cidades era limitado.
Chamado de “Urbanismo e monumentalidade” o terceiro tópico relata sobre os caracteres que designam “templos”, “torre”, “água”, “jardins”, “bosques”, “estrada”, “mercado”, encontram-se graficamente claros em Ur e Kish, como desenhos ou símbolos: não porem na cidade. A terra cultivada é representada como um retângulo de 15 quadrados ou as maras retangulares de arado num campo retangular aberto de um lado, a cidade, entretanto, é um retângulo com duas linhas verticais interiores ou um bloco em forma de L, com uma ligeira elevação. O que é chamamos de arquitetura monumental é a expressão do poder com a finalidade de produzir um terror respeitoso. Para proteger a cidadela havia uma muralha íngreme; esteticamente dividia a cidade e o campo. Os portões possuíam símbolos como no palácio, leões, enormes imagens magicas. Nas cidades antigas a vida e a energia humana era traduzida em forma de arte, numa escala que antes havia sido inatingível. Os grandes arquétipos do inconsciente, reis semelhantes a deuses, touros alados, homens com cabeça de falcão, mulheres com formas de leoas exageradamente ampliadas, brotavam em argila, pedras, cobre e ouro, os reis precisam de constante atenção para exercer os poderem que reclamavam, então precisava de muitas pessoas.
O último tópico a ser resumido é o de número 4 que recebeu o nome de “Rio, estrada e mercado”: A cidade continuara a aumentar. O primeiro meio de transporte em massa, as vias aquáticas, não foi atoa que o primeiro crescimento das cidades teve lugar em vales e rios. Depois o burro, o cavalo, o cavalo, o veículo de roda e finalmente a estrada calçada ampliaram os domínios do transporte e derem a cidade comando sobre homens e recursos em áreas distantes. Funções do mercado- fornecimento, armazenagem, distribuição. O que dá ao mercado um lugar permanente na cidade é uma população suficientemente grande para oferecer um meio de vida a mercadores. O mercado surgiu inicialmente para regular a troca local muito antes de qualquer “economia de mercado”.
Lewis Mumford (1895-1990) foi filósofo, historiador das técnicas e da cultura, sociólogo e analista do urbanismo contemporâneo. A sua obra multifacetada abrange mais de seis décadas, e a sua vida repartiu-se pelo estudo do pensamento utopista (História das Utopias, 1922), da evolução paranoica da sociedade industrial (The Myth of the Machine, 1967-70), das etapas essenciais da transformação humana (In the Name of Sanity, 1954, e The Transformations of Man, 1956) e das cidades (The Culture of Cities, 1938, e The City in History, 1961). Entre os anos 30 e 60, colaborou, como crítico e publicista, com a New Republic e a New Yorker, e leccionou na Universidade de Stanford, afirmando-se como teorizador generalista num meio em que dominavam já as especializações académicas.

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