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ESTUDO DE CASOS CLÍNICOS: Anti-inflamatórios Profa. Luciane Lima 1. Você, como profissional da área da saúde, recebe um paciente que, mesmo sob analgésicos e antibioticoterapia preventiva, relata dor no local onde há poucos dias foi realizada uma cirurgia dentária. Veja como foi esse atendimento: Seu desafio diante da situação é responder as seguintes questões: a) Em caso de prescrição de um anti-inflamatório não esteroidal (AINE), qual seria a sua opção? Qual o motivo da sua escolha? Baseado no que eu pesquisei, existe os chamados AINEs atípicos, que se diferenciam dos AINEs por não possuírem a ação anti-inflamatória, porém desempenham função analgésica e antipirética. E no caso em questão, na anamnese não foi notado a existência de sinais de infecção, então eu escolheria o paracetamol ou a dipirona para o tratamento. Mas se a questão pede de fato um AINE, o mais apropriado – embora exista riscos por se tratar de um paciente hipertenso – o Naproxeno. b) Descreva como alguns AINEs podem ser perigosos para pacientes com problemas cardíacos. Os AINEs inibem a produção de prostaglandinas, por meio da ação sobre as enzimas COX-1 e COX-2. As PGs são fundamentais no processo de resposta inflamatória, além de serem importantes fisiologicamente na modulação da dilatação vascular renal e sistêmica, na filtração glomerular, na secreção tubular de sódio e água, no sistema renina-angiotensina-aldosterona e na proteção da mucosa gástrica. No entanto, a inibição de sua formação pode levar a vários efeitos colaterais, entres eles a hipertensão arterial. Os AINEs podem causar alteração da função renal, desequilíbrio eletrolítico, além de afetar a eficácia da terapia anti-hipertensiva, também podem interferir na ação dos diuréticos, pois reduzem a eficácia na secreção de sódio, podendo provocar um aumento na pressão arterial e afetar a atividade da renina plasmática, a qual controla o sistema renina-angiotensina-aldosterona. 2. A asma é uma doença caracterizada pela obstrução variável ao fluxo aéreo e pela hiper-reatividade ou hiper-responsividade bronquial, em decorrência da inflamação da mucosa brônquica, com sintomas intermitentes ou persistentes. Para tratar a doença, é importante controlar a inflamação e a hiper-responsividade brônquica. Os medicamentos mais utilizados e eficazes, como anti-inflamatórios, consistem nos glicocorticoides que ajudam na supressão da inflamação das vias aéreas. Nesse contexto: Elabore uma cartilha de orientação aos pacientes quanto ao modo de ação dos glicocorticoides no controle das crises de asma. Cartilha na próxima página -> -> -> Cartilha de Modo de ação dos glicocorticoides no controle das crises de asma. Os corticoides inalatórios agem como medicamentos anti- inflamatórios com objetivo de evitar crises de asma. Eles agem sob as células do epitélio brônquico suprimindo a transcrição de genes envolvidos na resposta inflamatória. Desta forma, ocorre então a redução de liberação de citocinas, enzimas, peptídeos e moléculas de adesão que são responsáveis pelo recrutamento de células inflamatórias. O início da recuperação da inflamação na mucosa respiratória é rápido, mas a eliminação da inflamação por completo pode demorar meses, por isso a necessidade da manutenção da medicação a longo prazo do corticoide inalatório para obtenção de um efeito mais sustentado. São objetivos principais do tratamento o alívio ou a minimização dos sintomas; a maximização da função pulmonar; a prevenção das exacerbações e a manutenção com a dose mínima eficaz do profilático, para minimizar os efeitos adversos do tratamento. A seleção do tratamento farmacológico é feita com base na gravidade da doença. Como a asma é uma condição dinâmica, assim como crônica, os planos devem acolher as variações interpessoais, assim como a variabilidade da doença com o tempo. Um aspecto essencial de qualquer tratamento é o de monitorar o efeito do tratamento (medidas de função pulmonar e sintomas) e sua adaptação à variabilidade da doença. Os medicamentos para o controle da asma incluem os controladores ou profiláticos e os sintomáticos ou aliviadores. Profiláticos são os medicamentos administrados diariamente, a longo-prazo, para alcançar e manter o controle da doença. Os sintomáticos atuam rapidamente, para aliviar a broncoconstrição durante as exacerbações. Os medicamentos profiláticos podem ser administrados pela via oral ou inalatória. A grande vantagem de liberar a droga diretamente nas vias aéreas, através da inalação, é que concentrações eficazes são ali alcançadas, minimizando ou evitando os efeitos colaterais sistêmicos. São vários os sistemas de inalação disponíveis, a saber, aerossol pressurizado dosimetrado, espaçadores ou câmaras de inalação, com ou sem máscara facial, inaladores de pó (uni ou multidoses) e solução ou suspensão para nebulização. A escolha do dispositivo inalador deve basear-se nos aspectos de eficácia de liberação da droga, custo-efetividade, segurança e conveniência, ou seja, adaptação às habilidades técnicas de execução por parte da criança.