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FACULDADE LEONARDO DA VINCI CIÊNCIA E PROPRIEDADE DOS MATERIAIS PROFESSORA: RENATA BIANCO ACADÊMICO: JOÃO VICTOR BÖLL DE SOUZA (EME - 0183) ESTRUTURA CRISTALINA Timbó, 22 de abril de 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 2.1 Definições .................................................................................................... 4 2.2 Célula Unitária ............................................................................................. 6 2.3 Sistema Bravais ......................................................................................... 10 2.3.1 Célula Cúbica Simples (CS) ..........................................................................12 2.3.2 Célula Cúbica de Corpo Centrado (CCC) ....................................................13 2.3.3 Célula Cúbica de Face Centrada (CFC) .......................................................13 2.4 Sólidos Cristalinos e Amorfos ................................................................. 14 2.4.1 Sólidos Cristalinos ........................................................................................15 2.4.2 Sólidos Amorfos ...........................................................................................17 2.5 Monocristais e Policristais ....................................................................... 18 2.6 Propriedades Mecânicas do Grafite ......................................................... 20 3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 22 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 23 1 INTRODUÇÃO Através do trabalho a seguir, apresentam-se as características atômicas dos elementos e a sua organização dentro das estruturas cristalinas. Identificam-se os modelos pelos quais as estruturas são definidas e relacionadas no espaço tridimensional, relatando também a forma como são analisadas. Esse trabalho tratará sobre as estruturas cristalinas e suas ramificações, como por exemplo, as células unitárias que é definida pelo sistema de Bravais, os sólidos cristalinos, expondo e exemplificando seus quatro tipos, os sólidos amorfos, os monocristais e policristais de uma forma bem didática e simplificada. E de forma homogênea será apresentado durante o trabalho, as propriedades mecânicas dos elementos abordados e, um detalhamento, mais aprofundado, das propriedades mecânicas do grafite no último tópico do respectivo estudo. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Definições A estrutura cristalina é a distribuição atômica nos cristais, ou a ordem geométrica dos pontos reticulados que formam o cristal. Ela é designada pelo sistema de Bravais e um conjunto de posições de um ou mais átomos. Figura 1: Pintura Bird, fish de Maurits C Escher (quadrado adicionado graficamente) Disponível em: https://mcescher.com/wp-content/ uploads/2019/06/e110.jpg Acesso em: 13/04/2020 A fim de tornar mais tangível a sua compreensão, utilizaremos a pintura de Escher, Bird, fish, 1961. Ao desenhar um quadrado com uma dimensão correta sobre a pintura, obtemos um “molde” que, se repetido, diversas vezes, podemos reproduzir a pintura nas duas dimensões, x e y. Mas, ao acrescentar o quadrado, deve ser levado em consideração duas condições: a geometria e a dimensão. Basicamente, a estrutura cristalina pode ser pensada como um conjunto de átomos, moléculas ou íons, mantidos dentro de um pequeno quadrado, como utilizado anteriormente, e estão localizados em áreas específicas do quadrado. Os átomos neste quadrado representam o menor grupo de átomos repetidos em toda a molécula. Isso significa que, cada átomo do quadrado continua se repetindo, mantendo a conectividade com todo o composto. O arranjo comum e a ordem dos átomos na estrutura estão intimamente relacionadas com as propriedades naturais do cristal. A estrutura cristalina é única e especifica para o material. Em outras palavras, isso quer dizer que, nenhum composto tem a organização exatamente como outro. Basicamente, a estrutura cristalina é um “cartão de identificação” do composto. Como um exemplo de estrutura cristalina, podemos adotar a do carbono, ilustrando como o arranjo dos átomos definem as propriedades do cristal. O carbono é encontrado na natureza de três formas, essas por sua vez, são significativamente diferentes, devido à sua estrutura cristalina. Deste modo, o diamante e o grafite usado no lápis, são dois tipos totalmente diferentes de carbono. E temos a terceira forma, o fulereno, também diferente dos mencionados anteriormente. Figura 2: Forma alotrópica do Diamante, Grafite e Fulereno Disponível em: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2016/ 02/alotropia.jpg Acesso em: 11/04/2020 A questão é que, cada um desses tipos de carbono (Figura 2), possuem diferentes propriedades devido à sua estrutura cristalina e o arranjo dos átomos dentro do quadrado. Para análise, o modo que o material se comporta é determinado pela ordem dos átomos no interior da sua estrutura cristalina. Ademais, o tamanho dos átomos, íons, ou moléculas na estrutura, é relativamente proporcional ao tamanho da estrutura cristalina. Por exemplo, pequenos átomos necessitam de pequenas estruturas cristalinas, assim como, de maneira análoga, os átomos maiores, precisam de estruturas maiores. Confirmando assim, que o arranjo atômico determina as propriedades do material. Com o intuito de exemplificar essas diferenças nas propriedades, podemos levar em consideração a condutividade elétrica, usando como exemplo, as duas das estruturas cristalinas do carbono citadas anteriormente, onde o grafite, por sua vez, conduz a corrente elétrica, já o diamante, é um isolador. 2.2 Célula Unitária As estruturas dos sólidos podem ser entendidas como se fossem similares pedaços de um papel de parede (Figura 3). O papel de parede, possui um design padrão repetitivo que se estende de uma borda a outra. Os cristais, têm um semelhante design padrão de repetição, porém, o seu design se estende tridimensionalmente, não somente no plano bidimensional (Figura 4). Figura 3: Imagem de uma sala com papel de parede Figura 4: Cubo 3D (recorte da figura 3 e (retângulo adicionado graficamente) quadrado adicionados graficamente) Disponível em: https://static3.tcdn.com.br/img/img_ Disponível em: https://pngimage.net/wp-content/ /580806/papel_de_parede_doris_3759_1_2019 uploads/2018/05/cubo-3d-png-2.png 0521103538.jpg Acesso em: 12/04/2020 Acesso em: 12/04/2020 Podemos assim, definir um pedaço de papel de parede e um cristal tridimensional pela especificação de tamanho, conteúdo da unidade repetitiva e a forma como essas unidades se acumulam para formar o papel de parede e o cristal. Chamamos está unidade repetitiva como célula unitária. Essas, são definidas pelo conteúdo dos pontos de rede, arestas, que descrevem a localização das partículas dentro da célula unitária. Para exemplificar como definir está unidade repetitiva dentro do elemento, vamos imaginar, primeiramente, em um plano 2D. Imagine que você tenha quatro bolinhas de gude. Ao coloca-las sobre uma mesa, de quais maneiras você pode organiza-las de forma simétrica?Lembrando que, elas devem estar em contato uma com as outras, para minimizar a área de ocupação. Eficientemente, existem dois modos, o quadrado e o hexagonal (Figura 5 e 6). Figura 5: Círculos organizados de modo Figura 6: Círculos organizados de forma quadrado (quadrado e letras adicionados hexagonal (organizado, paralelogramo e graficamente) letras inseridos graficamente) Disponível em: https://sociedadmatematica Disponível em: https://sociedadmatematica cantabria.es/Probl_Olimpiada/Image75.gif cantabria.es/Probl_Olimpiada/Image75.gif Acesso em: 21/04/2020 Acesso em: 21/04/2020 A primordial diferença, é a quantia de contatos que cada círculo faz. Por exemplo, no modo quadrado, o círculo D, faz contato com dois círculos, B e C, já no modo hexagonal, ele está em contato com A, B e C. Também é aparente, que o segundo modo, cobre uma área menor, contém menos espaço vazio entre os círculos, e, portanto, é o arranjo mais eficiente. Se sairmos do “mundo das bolinhas” e adentrarmos o dos átomos, verificamos que os átomos, sendo idênticos e unidos, principalmente, por forças de dispersão completamente não direcionais, buscam uma estrutura na qual ocorre o maior número de contato direto possível entre os átomos, logo, o modo de organização hexagonal, naturalmente, é o preferido pelos átomos. A estrutura hexagonal (Figura 7) representa a forma do carbono grafite, que formam folhas bidimensionais. Cada átomo do carbono, dentro desse esquema, faz contato, ligação, com outros três átomos. Representamos um átomo de carbono qualquer, como sendo o círculo D, ligado com os outros três átomos, A, B e C, assim como demonstrado no modo hexagonal usado anteriormente na Figura 6. A B C D A B C D Figura 7: Estrutura bidimensional de carbono grafite (letras adicionadas graficamente) Disponível em: https://computerworld.com.br/wp-content/uploads/2016/02/grafeno.jpg Acesso em: 21/04/2020 As folhas são ligadas por forças de dispersão fracas, permitindo que as folhas deslizem umas sobre as outras e assim, dão origem às propriedades de lubrificação e desgaste das camadas do grafite. O fator de empacotamento, é diretamente afetado em relação as ligações químicas entre os átomos, pois, ele define o quanto do volume da célula está sendo ocupado por átomos. Seu fator, é calculado pela razão entre o número de átomos por célula multiplicados pelo volume do átomo, e o volume da célula. Fator de Empacotamento = Nº Átomos/ Célula. Volume do Átomo Volume da Céula As ordens subjacentes, camadas, de um sólido cristalino pode ser representada por uma matriz de pontos regularmente espaçados que indicam os locais das unidades estruturais básicas do cristal. Essa matriz é chamada de treliça de cristal. As redes de cristal podem ser pensadas como sendo construídas a partir de unidades repetidas contendo apenas alguns átomos. Figura 8: Círculos alinhados (formas geométricas e círculos desalinhados graficamente) Disponível em: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/bWCFS96vZ-xU-M6zrkYy- vTsVtIcsPhr7A8Pr_F_v259oeA2QDsJTwDsDdRCrfO4B19-eEUb8UfKf5f00SXD0lC 0KoViAT4Vt6KNtpGJ9BFu5AqRIeYgGubZROq6QLSbxQhIA46gpkCK Acesso em: 21/04/2020 Para demonstrarmos, o recorte dos átomos em uma matriz de pontos, utilizaremos as figuras que discutimos anteriormente, com algumas modificações. Figura 9: Círculos organizados de modo Figura 10: Círculos organizados de forma quadrado (quadrado adicionado gráfica- hexagonal (paralelogramo inserido gráfica- mente) mente) Disponível em: https://sociedadmatematica Disponível em: https://sociedadmatematica cantabria.es/Probl_Olimpiada/Image75.gif cantabria.es/Probl_Olimpiada/Image75.gif cAcesso em: 21/04/2020 Acesso em: 21/04/2020 Analogamente, as formas geométricas, são os “contornos” da célula unitária. Observe que nessas duas redes, os vértices das formas, estão centralizados em um ponto de rede. Isso significa que, um átomo, ou molécula, localizados neste ponto, são compartilhados com suas células vizinhas. Como é demonstrado mais claramente na Figura 9 em uma célula bidimensional, a célula unitária detém a “propriedade” de apenas um quarto (1/4) de cada átomo, ou molécula, portanto, nesse exemplo, a célula unitária possui apenas um átomo/molécula. Pois, se calcularmos a quantidade de átomos, nesta célula unitária, pela “propriedade” do átomo na célula, obtemos 4 x ¼ = 1. Atualmente, sabemos da existência de sete células unitárias que, são estabelecidas no espaço tridimensional. Entre esse grupo, existem duas classificações, primitivas, que dispõem apenas de um átomo por célula unitária e não primitivas, que possuem mais de um átomo por célula. Essa classificação resulta em quatorze padrões de unidades cristalinas, designado Sistema de Bravais. 2.3 Sistema Bravais Existem sete sistemas cristalinos exclusivos. O mais simples e mais simétrico, o sistema cúbico, que tem a simetria de um cubo. Os outros seis sistemas são: tetragonais, ortorrômbicos, monoclínicos, triclínicos, hexagonais e romboédricos (também conhecidos como, trigonais). Figura 11: Os 7 sistemas cristalinos relacionados com seus eixos e ângulos Disponível em: https://docplayer.com.br/docs-images/40/4937664/images/page_15.jpg Acesso em: 19/04/2020 No entanto, essa ainda não é a melhor solução para uma classificação com relação à simetria. Às vezes, faz sentido, não usar uma célula unitária primitiva, mas uma que se encaixe melhor na simetria do problema. Com esse pensamento, temos a necessidade de falar sobre o Sistema de Bravais que nos traz, 14 configurações cristalinas diferentes. Em 1848, o físico e cristalógrafo francês Auguste Bravais (1811-1863) estabeleceu que, no espaço tridimensional, apenas quatorze redes diferentes podem ser construídas. Todos os materiais cristalinos reconhecidos até agora se encaixam em algum desses arranjos. Figura 12: As quatorze redes cristalinas que compõem o Sistema de Bravais Disponível em: https://cristais2014.files.wordpress.com/2014/12/redes_de_bravais.jpg Acesso em: 18/04/2020 O sistema de cristal cúbico, também conhecido como, sistema isométrico, caracteriza-se por seus três eixos cristalográficos equivalentes, perpendiculares entre si. A = B = C α = β = γ = 90° Figura 13: Esqueleto de um cubo (eixos e letras adicionados graficamente) Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/75/ Simple_cubic_crystal_lattice.svg/1024px-Simple_cubic_crystal_lattice.svg.png Acesso em: 18/04/2020 2.3.1 Célula Cúbica Simples (CS) Este arranjo atômico, é uma configuração simples, primitiva, existe um átomo em cada vértice do cubo. Um parâmetro de grande importância no estudo das estruturas cristalinas é o parâmetro de rede (A). Nesse caso, o parâmetro é dado pelo tamanho da aresta do cubo, ou seja, A=2.R, onde R é o raio atômico, como pode-se ver na Figura 14. Está célula possui oito átomos “encostados”, porém, cada um só dispõe, cerca de um oitavo (1/8) do seu volume, totalizando assim, somente um átomo por célula. O volume da celula unitária é calculadapor V= A³. O fator de empacotamento da CS, é de 52%, ou seja, aproximadamente metade da célula unitária é ocupada por átomos, o restante, é espaço vazio. B A ’ C α β γ q Figura 14: Célula unitária cúbica simples (letras e linhas adicionadas graficamente) Disponível em: https://image.slidesharecdn.com/introductionmaterial170516140412/95/ introduction-material-science-39-638.jpg?cb=1494943490 Acesso em: 18/04/2020 2.3.2 Célula Cúbica de Corpo Centrado (CCC) Neste arranjo estrutural existe um átomo em cada vértice de um cubo e um outro átomo no centro do mesmo. Está célula possui dois átomos por célula. O parâmetro de rede neste caso é calculado a partir do valor da diagonal principal (Dp) do cubo e de uma das faces do mesmo, resultando na equação, A=4R/√3 O fator de empacotamento da célula CCC, é de 68%. Figura 15: Célula unitária cúbica de corpo centrado (letras e linhas adicionadas graficamente) Disponível em: https://image.slidesharecdn.com/introductionmaterial170516140412/95/ introduction-material-science-39-638.jpg?cb=1494943490 Acesso em: 18/04/2020 2.3.3 Célula Cúbica de Face Centrada (CFC) Este arranjo caracteriza-se por exibir os mesmos átomos nos vértices encontrados nos outros dois arranjos cúbicos e mais um átomo em cada face do cubo. Neste caso existe um total de quatro átomos no interior da célula unitária. A c A c A c R c R c A c A c A c Dp c O parâmetro de rede no caso da estrutura CFC pode ser obtido através da diagonal da face (Df). A= 2√2R. O fator de empacotamento da célula CFC é cerca de 74%. Figura 16: Célula unitária cúbica de face centrada (letras e linhas adicionadas graficamente) Disponível em: https://image.slidesharecdn.com/introductionmaterial170516140412/95/ introduction-material-science-39-638.jpg?cb=1494943490 Acesso em: 18/04/2020 2.4 Sólidos Cristalinos e Amorfos Para definir um sólido, é necessário verificar a periodicidade da ordem geométrica, relativa ordenação espacial dos seus átomos ou moléculas numa estrutura em três dimensões, tridimensional. Os sólidos constituem uma série de propriedades distintas dos líquidos e gases, umas das mais evidentes é a capacidade de suportar tensões, tanto no sentido paralelo como no perpendicular. A natureza dos átomos que compõem a substância, a forma como se ordenam e as forças de ligação entre eles, definem a sua resistência oferecida antes da deformação ou ruptura. Portanto, as substâncias são consideradas sólidas de acordo com a sua definição, se são cristalinas ou amorfas. Figura 17: Estrutura de um solido cristalino e um sólido amorfo, respectivamente Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/90/Crystalline _or_amorphous.svg/200px-Crystalline_or_amorphous.svg.png Acesso em: 19/04/2020 Df 2.4.1 Sólidos Cristalinos As substâncias cristalinas são caracterizadas por uma periodicidade perfeita, ou quase perfeita, em sua estrutura atômica. A perfeição dessa periodicidade nos cristais é bastante significativa, já que há um número relativamente pequeno de imperfeições, como átomos de impureza, vazios na rede ou deslocamentos, podem produzir mudanças notáveis no comportamento físico do material. Existem quatro tipos de sólidos cristalinos, são eles: cristais metálicos, cristais iônicos, cristais covalentes e cristais moleculares. Os cristais metálicos, consistem em cátions metálicos cercados por um "mar" de elétrons móveis. Esses elétrons, também chamados de elétrons deslocalizados, não pertencem a nenhum átomo, mas, são capazes de se mover por todo o cristal. Como resultado, os metais são bons condutores de eletricidade e calor. Figura 18: Rede cristalina metálica com elétrons livres capazes de se mover entre os átomos do metal positivos (legendas adicionadas graficamente) Disponível em: https://images.educamaisbrasil.com.br/content/banco_de_imagens/guia-de- estudo/D/ligacoes-metalicas-mar-de-eletrons-quimica.jpg Acesso em: 19/04/2020 A estrutura do cristal iônico, se baseia em alternar cátions com carga positiva e ânions com carga negativa. Os cristais iônicos são duros, quebradiços e têm altos pontos de fusão. Os compostos iônicos não conduzem eletricidade como sólidos, sua condutividade aumenta de forma proporcional à sua temperatura ou, quando são fundidos ou em solução aquosa. elétrons livres átomos positivos Figura 19: Estrutura Cristalina do NaCl, cloreto de sódio (legendas adicionadas graficamente) Disponível em: https://atlas-content-cdn.pixelsquid.com/ assets_v2/148/1481293173278905460/jpeg-600/G03.jpg Acesso em: 19/04/2020 Um cristal covalente, compõe-se em átomos nos pontos de rede do cristal, com cada átomo sendo covalentemente ligado aos átomos vizinhos mais próximos, hidrogênio ou ametais, pois se trata de ligações covalentes. A rede ligada covalentemente, é tridimensional e contém um número muito grande de átomos. Os cristais covalentes, são duros e quebradiços, com pontos de fusão e ebulição extremamente altos. Sendo compostos de átomos e não de íons, eles não conduzem eletricidade em nenhum estado, sendo assim, comportam-se, geralmente, como isolantes elétricos devido à essa ausência de cargas elétricas. Figura 20: Estrutura cristalina do diamante, esferas representam átomos iguais Disponível em: https://www.ufmt.br/ufmtciencia/images/ uploads/diamante.png Acesso em: 19/04/2020 Na Cl Os cristais moleculares, geralmente consistem em moléculas nos pontos de rede do cristal, mantidas juntas por forças intermoleculares relativamente fracas. Essas moléculas são interligadas entre si por forças de Van der Waals ou, em determinados casos, por pontes de hidrogênio, ligação entre o hidrogênio e um átomo mais eletronegativo. Alguns cristais moleculares, como o gelo, têm moléculas unidas por ligações de hidrogênio. Em todos os casos, as forças intermoleculares que mantêm as partículas unidas são muito mais fracas que as ligações iônicas ou covalentes, como resultado, os pontos de fusão e ebulição dos cristais moleculares são muito menores. Na falta de íons ou elétrons livres, os cristais moleculares são maus condutores elétricos. Figura 21: Estrutura do cristal de gelo Disponível em: https://miro.medium.com/max/860/1*3B iFiBfUvhHEXwJX7nzo9w.jpeg Acesso em: 19/04/2020 2.4.2 Sólidos Amorfos Por outro lado, em sólidos amorfos, átomos e moléculas podem estar firmemente ligados entre si, mas têm pouca ou nenhuma regularidade, ou periodicidade geométrica, na maneira que os átomos estão dispostos no espaço. Entre esses sólidos, destacam-se os plásticos, os vidros e os sabões. Essas substâncias são consideradas como líquidos super-resfriados. Como exemplo, um vidro é um sólido que foi resfriado muito rapidamente para formar cristais “ordenados”. Quase qualquer substância pode solidificar na forma amorfa, se quando estiver na fase líquida, for resfriada com rapidez suficiente para causar essa ordenação nos cristais. Alguns sólidos, no entanto, são intrinsecamente amorfos, porque seus componentes não podem se encaixar bem o suficiente para formar uma rede cristalina estável ou contêm impurezas que perturbam a rede. Figura 22: Estrutura amorfa do SiO2, vidro (legendas adicionadas graficamente) Disponível em: http://www.materials.unsw.edu.au/sites/default/ files/network%20modifiers.png Acesso em: 19/04/2020 2.5 Monocristais e Policristais Podemos traduzir monocristal, do grego mónos, único, ou seja, único cristal. Deste modo, pode-se fazer uma analogia com os estados dentro de um país, aonde os estados representam um monocristal, e as pessoas que habitam o determinado estado, os cristais do monocristal. De maneira, grosseira, podemosdizer que, as pessoas dos devidos estados, possuem um “padrão cultural” semelhante, assim como, os padrões de repetição do cristal que encontramos em um monocristal. Utilizamos o estado de Santa Catarina para representar um monocristal (Figura 23). Na Si O Figura 23: Mapa de Santa Catarina (colorido graficamente) Disponível em: https://pngimage.net/wp- content/uploads/2018/06/mapa-santa-catarina-png-4.png Acesso em: 20/04/2020 Já na ótica dos policristais, utilizando da mesma analogia citada anteriormente. Conceituamos um policristal como um país, que é formado por um aglomerado de estados, monocristais. Ou seja, encontramos dentro de um policristal, vários padrões de repetição diferentes. Como pode-se visualizar na Figura 24, Santa Catarina está inclusa entre os estados que compõem o Brasil. Figura 24: Mapa Político do Brasil (cores e legenda adicionadas graficamente) Disponível em: https://www.nicepng.com/png/full/415- 4158606_mapa-do-brasil-preto-e-branco-png-brazil.png Acesso em: 20/04/2020 Santa Catarina A definição do monocristal neste meio em que se encontra, chamamos de grão. O tamanho e a orientação dele é muito importante na metalurgia, pois pode influenciar nas propriedades mecânicas dos componentes. Podemos modificar essas propriedades, tamanho e forma, dos grãos por meio de tratamentos térmicos e deformações plásticas, deformação não recuperável e permanente. 2.6 Propriedades Mecânicas do Grafite Quando falamos em grafite, automaticamente referenciamos ao lápis ou lapiseira que temos em nossos estojos, afinal de conta, o termo grafite é derivado da palavra grega graphein, que significa escrever. Ele é tipicamente preto acinzentado, opaco e possui um brilho preto radiante. Ele é um material bem distinto, pois possui as propriedades de um metal e de um não metal. Embora ele não seja elástico, possui uma boa flexibilidade. Suas propriedades dão a ele, uma alta condutividade elétrica e térmica. É quimicamente inerte, ou seja, inativo. Ademais, é altamente refratário, mantem sua resistência em altas temperaturas. Como o grafite, possui baixa adsorção de raios-X e nêutrons, é muito valioso em aplicações nucleares. A estrutura cristalina do grafite é responsável por essa combinação incomum de propriedades. Os átomos de carbono são arranjados de hexagonal em um sistema de anéis planares, que formam camadas, folhas. Essas camadas, são empilhadas paralelamente umas com as outras. Os átomos dentro dos anéis, são ligados covalentemente, enquanto as ligações entre as camadas, são frágeis, pois são ligadas pelas forças de Van der Waals, dipolo induzido, devido aos anéis de carbono serem apolares. O grafite possui um alto grau de anisotropia, ou seja, as propriedades físicas se modificam conforme a direção aplicada, causado por dois tipos de ligação que atuam em diferentes direções cristalográficas. Figura 25: Representação esquemática da Figura 26: Ponta de um lápis (escritas inseri- estrutura química do grafite (escritas inseri- das graficamente) das graficamente) Disponível em: http://proec.ufabc.edu.br/ Disponível em: https://miro.medium.com/max gec/wp-content/uploads/2019/05/materiais /3840/1*TZY9XaiPpDZxM2VOk-lIuA.jpeg -de-carbono.png Acesso em: 21/04/2020 Acesso em: 21/04/2020 Quando utilizamos o lápis corretamente, com um ângulo próximo aos 90º, em relação a folha, percebemos a maciez do grafite, ao desgastar suas camadas na folha. Por outro lado, ao aplicarmos uma força de forma incorreta sobre a ponta, ângulos próximos a 180º em relação a folha, notamos que facilmente o grafite se quebra, pois nesse sentido, as ligações do carbono são fracas. Além das propriedades no ramo da caligrafia, o grafite é um ótimo aliado na luta contra o maior vilão da eficiência, na maioria dos sistemas mecânicos, o atrito. O grafite é utilizado como lubrificante, com o objetivo de aumentar a vida útil do sistema em que é aplicado, diminuindo o desgaste dos equipamentos. Como as forças fracas de Van der Waals, controlam a ligação entre cada camada, elas podem deslizar uma contra a outra, tornando assim, o grafite um lubrificante ideal. Anéis com ligações covalentes (fortes) Ligação dipolo induzido entre as camadas (fraca) 3 CONCLUSÃO O desenvolvimento do presente estudo, possibilitou uma análise da maneira que a organização dos átomos, moléculas ou partículas, definem as estruturas cristalinas e como estão intimamente ligadas as propriedades naturais, tornando a estrutura cristalina única e especial para cada elemento. Além disso, também permitiu a visualização estrutural de cada célula unitária, demonstrando a organização e o espaço em que cada átomo, molécula ou partícula, ocupa em um estabelecido espaço tridimensional, definido pelo fator de empacotamento. De um modo geral, as estruturas cristalinas, possuem derivações, entre cristalinas, que possuem um padrão periódico perfeito em sua estrutura atômica, e as amorfas, que podem ter suas ligações firmes, porém, têm pouca ou nenhuma regularidade. Alguns elementos, são essencialmente amorfos por não se encaixarem bem o suficiente para formar uma rede cristalina ou possuem impurezas que perturbam a rede. Diante do exposto, verifica-se que o estudo apresentado, trouxe relevantes informações sobre as estruturas cristalinas e a sua intima relação com as propriedades dos matérias, como pode ser analisado no tópico 2.6, onde foram abordadas as propriedades mecânicas do grafite, que possui uma combinação incomum de propriedades, devido a sua estrutura cristalina. Além disso, entendemos durante o trabalho, propriedades distintas dos elementos, como condutividade elétrica do grafite e o isolamento elétrico do diamante, dois materiais que possuem o mesmo elemento básico, o carbono. Confirmando assim, que as estrutura cristalinas dos materiais, intrinsecamente, o arranjo atômico dos elementos, determinam as propriedades físicas dos materiais. REFERÊNCIAS Disponível em: https://www.if.ufrj.br/~capaz/fmc/cap3-estrutura.pdf Acesso em 11/04/2020 Disponível em: http://www.explicatorium.com/cfq-9/estrutura-dos-solidos.html Acesso em: 11/04/2020 Disponível em: https://knoow.net/cienciasexactas/quimica/cristais-moleculares/ Acesso em: 12/04/2020 Disponível em: http://www.trajanocamargo.com.br/wp-content/uploads/2012/05/ Estrutura_Cristalina_materialdeapoio1.pdf Acesso em: 18/04/2020 Disponível em: http://www.trajanocamargo.com.br/wp-content/uploads/2012/05/ Estrutura_Cristalina_materialdeapoio2.pdf Acesso em: 18/04/2020 Disponível em: http://estagionaobra.blogspot.com/2013/03/hoje-na-aula_2926.html Acesso em: 18/04/2020 Disponível em: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6416-estrutura- cubica-de-corpo-centrado-ccc#.XqDR82ZKhhF Acesso em: 18/04/2020 Disponível em: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6417-estrutura- cubica-de-face-centrada-cfc Acesso em: 18/04/2020 Disponível em: https://www.antonioguilherme.web.br.com/blog/materiais-eletricos-e- magneticos/estrutura-da-materia/arrumacao-dos-elementos-basicos/cristais/ Acesso em: 19/04/2020 Disponível em: http://nerdssedivertemmais.blogspot.com/2012/08/estrutura- cristalina-i.html Acesso em: 21/04/2020 Disponível em: http://www.fem.unicamp.br/~caram/capitulo3.pdf Acesso em: 21/04/2020 Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/169458/mod_resource/ content/1/aula%203%20Estrutura%20cristalina.pdf Acesso em: 21/04/2020 Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/26210/1/Compen sa%C3%A7%C3%A3oatritocontrole_Santos_2018.pdf Acesso em: 21/04/2020 Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/4977/5888.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 21/04/2020
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