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Teoria geral do processo
Aula 1: Fundamentos do Direito Processual Contemporâneo
Apresentação
Vamos nos familiarizar com termos próprios do Direito Processual, bem como identi�car os meios para a resolução
adequada dos con�itos.
Em seguida, falaremos sobre o acesso à justiça – princípio fundamental do Direito Processual – e como o Direito brasileiro
vem lidando com as di�culdades na implementação concreta dessa garantia.
Objetivo
Identi�car as principais ferramentas para a adequada resolução dos con�itos;
Categorizar as teorias unitarista e dualista da teoria geral do processo;
Demonstrar a relevância do acesso à justiça na compreensão do processo contemporâneo.
Ferramentas para resolução dos con�itos e teorias unitarista e
dualista
Antes de falarmos em teoria do processo, precisamos identi�car algumas palavras que terão signi�cado muito importante para
nós. Inicialmente, vamos introduzir o conceito de “interesse”.
 Interesses
 Clique no botão acima.
São os interesses que nos movem em todas as atividades do dia a dia. Estes se projetam em diversos planos: Pessoal,
familiar, patrimonial, social, cultural etc. Numa vida em sociedade, e sobretudo no atual momento de nossa civilização,
quando �camos grande parte do nosso tempo conectados, ainda que virtualmente, é razoavelmente comum que, vez
por outra, esses interesses entrem em con�ito.
Dessa forma, o con�ito de interesses é o ponto inicial do estudo do Direito Processual, pois a partir do momento em
que dois ou mais interesses entram em rota de colisão precisamos organizar as possíveis soluções para essa questão.
A primeira solução que podemos dar a esse con�ito é chamada de absorção. Isso se dá quando uma ou ambas as
partes resolvem não levar adiante aquela disputa. Isso pode acontecer por vários motivos: Falta de recursos materiais
ou de tempo, exame do custo benefício (aquela “batalha” não vale a pena) etc. Nessas hipóteses, temos o que o nosso
Código de Processo Civil chama de renúncia (art. 487, III do CPC).
A segunda hipótese, que é a mais comum hoje em dia, é a instauração de um processo perante o poder judiciário.
Nessa situação temos a con�guração da lide, ou seja, o con�ito de interesses quali�cado por uma pretensão resistida,
que ao ser levado ao exame do Poder Judiciário se transforma em uma demanda.
E aqui, vamos fazer uma pausa para consolidar esses conceitos:
Lide: É um con�ito de interesses quali�cado por uma pretensão resistida (ou seja, nenhuma das partes está disposta a
desistir daquele con�ito).
Demanda: É a lide levada ao exame do Poder Judiciário a �m de se obter uma solução para o caso concreto (sentença
judicial).
Finalmente, a terceira hipótese é utilizar ferramentas extrajudiciais para a resolução desse con�ito, como por exemplo
a arbitragem e a mediação. Falaremos mais sobre esses institutos logo abaixo.
Soluções judiciais e extrajudiciais
Resumidamente, podemos dizer que para um con�ito resistido temos soluções judiciais ou extrajudiciais. Os meios
extrajudiciais podem ser prévios, incidentais ou posteriores, se considerados em relação ao processo judicial. Dessa forma,
podem ser antecedentes, incidentais ou sucessivos ao processo judicial.
O ideal é utilizar os meios extrajudiciais ANTES do processo, de forma
a evitar a movimentação desnecessária da máquina judiciária.
Contudo, nada impede que a tentativa de acordo ocorra durante o
processo, nas dependências do Poder Judiciário.
Nesse caso, o juiz deverá designar uma audiência para a tentativa do acordo (art. 334 do CPC) sem prejuízo de voltar a tentar a
javascript:void(0);
obtenção do consenso posteriormente, mesmo que essa audiência não seja bem-sucedida.
Principais ferramentas extrajudiciais de resolução de con�ito
Clique nos botões para ver as informações.
Este é o procedimento por meio do qual as partes envolvidas no litígio, diretamente e sem a interveniência de uma terceira
pessoa, buscam chegar a uma solução consensual. É o modelo mais simples e antigo de resolução de con�itos.
A negociação tem como principais vantagens evitar as incertezas e os custos de um processo judicial, privilegiando uma
resolução pessoal, discreta, rápida e, dentro do possível, preservando o relacionamento entre as partes envolvidas, o que é
extremamente útil, sobretudo em se tratando de negociação comercial.
Quanto ao momento, a negociação pode ser prévia ou incidental, tendo por referencial o surgimento do litígio; quanto à
postura dos negociadores, pode ser adversarial (competitiva) ou solucionadora (paci�cadora).
Contudo, muitas vezes os interessados não conseguem, sem o auxílio de um terceiro, chegar ao acordo. É aí que entram
outras duas �guras: Conciliação e mediação.
Negociação 
A conciliação está prevista no art. 165, § 2º do CPC e é utilizada para resolver questões meramente patrimoniais quando
não há um vínculo prévio entre as partes.
A conciliação ocorre, portanto, quando o intermediador adota uma postura mais ativa: Ele vai não apenas facilitar o
entendimento entre as partes, mas, principalmente, interagir com elas, apresentar soluções, buscar caminhos não
pensados antes por elas, fazer propostas; en�m, ele vai ter uma postura verdadeiramente in�uenciadora no resultado
daquele litígio a �m de obter a sua composição.
Conciliação 
Já na mediação, prevista no art. 165, § 3º do CPC, combinado com art. 1º, parágrafo único da Lei nº 13.140/2015 , o
terceiro vai apenas ouvir as versões das partes e funcionar como um agente facilitador, procurando aparar as arestas
sem, entretanto, em hipótese alguma, introduzir o seu ponto de vista, apresentar as suas soluções ou, ainda, fazer
propostas, contrapropostas, ou mesmo juízo de valor sobre o que está em discussão.
Na mediação, sempre existe um vínculo prévio entre as partes. Este pode ser de natureza social, pessoal, familiar, afetiva,
emocional etc. O mediador estará sempre focado em restaurar esse vínculo, uma vez que aquelas pessoas precisam se
relacionar por uma razão especí�ca (moram no mesmo prédio, têm �lhos em comum, são empregados da mesma
empresa, estudam na mesma escola, são irmãos e disputam os bens deixados em inventário por seu pai etc.).
Mediação 
Importante
Do ponto de vista normativo, o primeiro marco para o fortalecimento da mediação e da conciliação foi a Resolução nº
125/2010 do CNJ , que adotou as seguintes premissas:
javascript:void(0);
01
O direito de acesso à Justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, além da vertente formal perante os
órgãos judiciários, implica acesso à ordem jurídica justa.
02
Nesse passo, cabe ao Judiciário estabelecer política pública de tratamento adequado dos problemas jurídicos e dos
con�itos de interesses, que ocorrem em larga e crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito
nacional, não somente os serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante
outros mecanismos de solução de con�itos, em especial dos consensuais, como a mediação e a conciliação.
03
A necessidade de se consolidar uma política pública permanente de incentivo e aperfeiçoamento dos mecanismos
consensuais de solução de litígios.
04
A conciliação e a mediação são instrumentos efetivos de paci�cação social, solução e prevenção de litígios, e a sua
apropriada disciplina em programas já implementados no país tem reduzido a excessiva judicialização dos con�itos de
interesses, a quantidade de recursos e de execução de sentenças.
05
É imprescindível estimular, apoiar e difundir a sistematização e o aprimoramento das práticas já adotadas pelos
tribunais.
06
A necessidade de organizar e uniformizar os serviços de conciliação, mediação e outros métodos consensuais de
solução de con�itos, para evitar disparidades de orientação e práticas, bem como para assegurar a boa execução da
política pública, respeitadas as especi�cidades de cada segmento da Justiça.
Em 2015, o Código de Processo Civil, nos arts. 3°, 139, IV, 165 a 175 e 334, tratou do tema.
Ferramentas adjudicatórias
Além das ferramentas de obtençãode consenso (negociação, conciliação e mediação), temos ainda as ferramentas
adjudicatórias, ou seja, aquelas que serão utilizadas para tomar uma decisão que será imposta às partes.
Nessa categoria, encontramos a arbitragem e o processo judicial.
Arbitragem
A arbitragem, numa de�nição bem simples,
é a forma de resolução de con�itos
envolvendo direitos patrimoniais
disponíveis, em que é proferida uma
sentença por um julgador privado
escolhido pelas partes (árbitro), caso não
haja acordo entre os sujeitos.
Continue lendo...

Processo judicial
A segunda ferramenta adjudicatória é o
processo judicial, que, aliás, desde o século
XIV vem se tornando a forma
predominante de resolução de con�itos,
sob o comando do Estado-Juiz.
Continue lendo...
Acesso à justiça no processo contemporâneo
O princípio do acesso à justiça, previsto na Constituição Federal, no art. 5°, XXXV e no CPC, no art. 3°, é absolutamente
essencial ao funcionamento do Estado de direito.
Vamos falar, primeiro, desse princípio no plano constitucional. Como já mencionamos, o art. 5º, inciso XXXV, da Carta de 1988 
dispõe que nenhuma lesão ou ameaça a direito será subtraída da apreciação do Poder Judiciário. Já o art. 3° do Código de
Processo Civil diz que nenhuma lesão ou ameaça a direito será subtraída a apreciação jurisdicional.
Comparando os dois dispositivos, veri�camos facilmente que enquanto o
legislador constitucional se refere expressamente ao poder judiciário, o
legislador infraconstitucional enfatiza a apreciação jurisdicional.
Nesse sentido, é importante observar que o termo jurisdição, como já falamos acima, é utilizado pelo Código de Processo Civil
em sentido amplo, ou seja, compreendendo não apenas o processo judicial, mas também as demais ferramentas de solução
adequada dos con�itos como a mediação e a arbitragem, por exemplo.
Assim sendo, a ideia do acesso à justiça prevista na Constituição de 1988 precisa ser atualizada e ressigni�cada de forma a
contemplar as demais �guras previstas em 2015.
Atenção
Feita essa primeira observação, é preciso complementar a informação para dizer que o real signi�cado do princípio do acesso à
justiça, também chamado de princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário, signi�ca que aquele que sofreu uma lesão ou está
na iminência ou na ameaça de sofrer uma lesão pode, a qualquer momento, recorrer ao Poder Judiciário.
Isso não signi�ca, contudo, que a via judicial seja a primeira ou única capaz de resolver aquele con�ito. O fato é que se o cidadão
necessitar da proteção do Estado-Juiz nada e nem ninguém pode impedir.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON564/AULA1.HTML
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON564/AULA1.HTML
Reconhecimento da importância desse princípio
Em 1971, na cidade de Florença, Itália, com a Conferência Internacional relativa às garantias fundamentais das partes no
processo civil, teve início um movimento internacional de valorização da qualidade do acesso do cidadão ao Poder Judiciário.
No decorrer daquela década, o estudo teve continuidade, tratando dos temas da assistência judiciária aos hipossu�cientes, da
proteção aos interesses difusos e, �nalmente, da necessidade de implementação de novas soluções processuais. Esse
movimento foi, então, difundido internacionalmente por Mauro Cappelletti.
Elementos do direito ao acesso à Justiça
Sem dúvida, o acesso à Justiça é direito social básico dos indivíduos. Contudo esse direito não está restrito ao mero acesso
aos órgãos judiciais e ao aparelho judiciário estatal. Muito além disso, deve representar um efetivo acesso à ordem jurídica
justa.
Na verdade, o direito ao acesso à justiça é composto pelos seguintes elementos:
01
O direito à informação e perfeito conhecimento do direito substancial e à organização de pesquisa permanente, a
cargo de especialistas, orientada à aferição constante da adequação entre a ordem jurídica e a realidade
socioeconômica do país.
02
Direito de acesso à Justiça adequadamente organizada e formada por juízes inseridos na realidade social e
comprometidos com o objetivo de realização da ordem jurídica justa.
03 Direito à pré-ordenação dos instrumentos processuais capazes de promover a efetiva tutela de direitos.
04 Direito à remoção de todos os obstáculos que se anteponham ao acesso efetivo à Justiça com tais características.
Barreiras
Por outro lado, as barreiras que impedem ou atrapalham a garantia
plena do acesso à Justiça são de várias ordens. O primeiro deles é a
questão econômica, nela incluídos os custos e o tempo gastos
durante o procedimento. Os honorários contratuais do advogado e as
taxas judiciárias também podem impedir os mais necessitados de ver
a sua questão apreciada pelo magistrado.
A demora na prestação jurisdicional também onera economicamente o processo, seja por pressionar as partes
hipossu�cientes a abandonar suas pretensões ou por forçá-las a acabar aceitando acordo em patamar muito inferior ao dano
experimentado. A excessiva delonga das demandas também perpetua os con�itos sociais em vez de contribuir para sua
paci�cação.
Outra barreira ao acesso à Justiça é a questão geográ�ca. Con�gura-se pela di�culdade de um indivíduo, sozinho, postular
direitos da coletividade e pela dispersão das pessoas afetadas, impedindo a formulação de estratégia jurídica comum.
 
Um terceiro óbice a ser enfrentado é o de ordem burocrática. Trata-se da di�culdade de o indivíduo, muitas vezes, tendo um
único processo em toda vida, estar em juízo contra litigantes habituais. Dentro desse óbice, encontram-se também as barreiras
institucionais, representadas pela percepção da autoridade judiciária como única capaz de resolver as controvérsias e pelo
desconhecimento quanto aos ritos processuais.
Nessa con�guração, ainda, esses embaraços acabam por atingir, de forma extremamente mais gravosa, os litigantes
individuais, em especial os mais pobres, e as causas de conteúdo econômico menor.
Princípios para garantir o acesso
Tentando contribuir para melhorar a qualidade da garantia constitucional do acesso à justiça, os autores vêm a�rmando que o
desenvolvimento desejado passa, necessariamente, por quatro grandes princípios. Passemos, então, a uma breve análise
desses princípios.
 Saiba mais sobre os quatro grandes princípios
 Clique no botão acima.
Acessibilidade
O primeiro deles é a acessibilidade. Esse princípio visa assegurar que os sujeitos de direito, com capacidade de estar
em juízo, tenham meios para arcar com os custos �nanceiros do processo, bem como procedam ao correto manejo
dos instrumentos legais judiciais ou extrajudiciais, para efetivar direitos individuais e coletivos.
 
Esse princípio se expressa em três elementos, quais sejam:
O direito à informação – para o cidadão ter consciência de seus direitos e da forma de exercê-los;
A adequação do legitimado escolhido – para propor as demandas cabíveis, além de seu desempenho satisfatório
em juízo;
A estipulação dos custos �nanceiros do processo – em patamar que não di�culte ou iniba o acesso à Justiça.
 
O direito à informação deve garantir que os cidadãos conheçam os direitos que detêm e como podem fazer valê-los
em caso de violação. Isso porque a ignorância jurídica gera as “não partes”, completamente marginalizadas no que
tange ao acesso à Justiça.
O desempenho também se insere na acessibilidade. Esse preceito consiste no poder-dever das autoridades envolvidas
no processo, magistrados e promotores, em assegurar a isonomia substancial entre as partes.
Operosidade
O próximo princípio é o da operosidade, que se consubstancia no dever de atuar do modo mais e�ciente possível para
assegurar o acesso à Justiça pelas pessoas que participam da atividade judicial ou extrajudicial.
 
Há duas vertentes de aplicação: Objetiva e subjetiva. No plano subjetivo, é concretizada por meio de uma atuação ética
de todos os sujeitos envolvidos no processo, que devem atuar colaborativamente entre si para a democratização do
processo, além de se abster de praticar atos processuais procrastinatórios.
Por sua vez,no campo objetivo, signi�ca a necessidade de utilização dos instrumentos mais e�cazes pelas partes,
pautando eticamente a escolha de meios, voltando-se a otimizar a produtividade. Em última análise, o que se pretende
é a conjugação ideal do binômio celeridade-e�ciência, auxiliando-se a constante busca pela verdade real e pela
conciliação.
O magistrado deve superar a ideia de que o cidadão é um mero destinatário da tutela, dando atenção à sua condição
concreta como ser humano, com todos os elementos que o cercam.
Importante também, ainda no ponto da operosidade, destacarmos os mecanismos adequados de soluções de
controvérsia. É o investimento nos ditos equivalentes jurisdicionais, em especial a conciliação e a mediação,
permitindo-se que se solucionem os litígios mais rapidamente e, acima de tudo, alcançando o escopo de promover a
participação social.
Utilidade
O terceiro princípio é o da utilidade. Por ele, deve-se assegurar que o processo garanta ao vencedor tudo aquilo que lhe
é de direito, do modo mais rápido e proveitoso possível e com o menor sacrifício para a parte vencida.
Para se alcançar a utilidade do processo, devem ser considerados os seguintes fatores:
A tentativa de harmonizar, no caso concreto, a segurança e a celeridade;
A importância da tutela antecipada para proteção de direito líquido e certo violado ou ameaçado e, desse modo,
não se apresenta razoável aguardar o �m do processo;
A priorização permanente da execução especí�ca como única forma de promover a plena satisfação com a
prestação jurisdicional;
A observância da fungibilidade da execução. Isso porque, sendo o processo instrumental em relação ao direito
material, ele não pode ser o óbice ao atingimento de resultados práticos consentâneos com a �nalidade
pretendida, seja por uma rigorosidade excessiva de seus institutos seja por uma congruência absoluta e in�exível
entre o pedido, a sentença e a execução;
O alargamento do alcance subjetivo da coisa, para que ela atinja um maior número de pessoas e, ainda, com
maior limite objetivo prático;
A imposição de limites para a incidência das nulidades processuais, tendo-se em vista o caráter instrumental do
processo e a necessária busca por sua efetividade. Não se pode permitir que as matérias processuais, encaradas
em rigidez extremada, façam o rito retroceder desnecessariamente, obstando que a atividade jurisdicional
alcance seu objetivo maior de justa composição do direito material.
Apenas a correta combinação desses aspectos pode efetivar o princípio constitucional de razoável duração do
processo, que, aliás, é um dos alicerces do processo justo, como veremos nas próximas aulas.
Essa garantia é agora constante também dos arts. 4º, 6º, 113, § 1º, 139, II, e 685, parágrafo único do CPC.
O quarto e último princípio é o da: Proporcionalidade.
Esse princípio impõe que o julgador escolha, diante de todas as soluções possíveis, a que mais esteja de acordo com
os princípios informadores do direito e com os �ns que determinado conjunto de regras visa alcançar, privilegiando, no
caso concreto, o interesse que se mostre mais valioso.
Alguns, indo um pouco além, advogam, inclusive, que os provimentos judiciais tenham como referência o
consequencialismo. A tese seria de que se priorizassem as consequências e os resultados práticos dos comandos
judiciais. Nesse sentido, a produção concreta de efeitos no particular e no sistema geral deveria ser levada em conta
pelos magistrados.
Deve-se, ainda, compreender que o movimento em prol do efetivo acesso à ordem jurídica justa visa garantir nada
menos do que um direito verdadeiramente fundamental de todos os jurisdicionados, e se compatibiliza com os demais
princípios constitucionais que serão examinados nas próximas aulas.
Atividade
1. (PGFN - ESAF - Procurador - 2012) A partir das célebres lições de Mauro Cappelletti a respeito das ondas renovatórias do
processo civil, podemos aferir a tendência mundial em conferir aos cidadãos o amplo acesso à justiça, em especial daqueles
desprovidos de recursos materiais, a tutela dos interesses transindividuais, a busca de mecanismos extraprocessuais de solução
dos con�itos e, por �m, um processo cuja organização interna proporcione mecanismos para torná-lo mais simples e efetivo.
Atento a tais movimentos renovatórios, o legislador brasileiro instituiu os Juizados Especiais Federais, sobre os quais é possível
a�rmar que:
a) Caracterizado por possuir competência absoluta no foro onde houver Vara do Juizado Especial, quando da sua instalação, a ele são
remetidas todas as demandas que se subsumam à sua competência. Trata-se de comezinha regra que excepciona o princípio da
Perpetuatio Jurisdictionis.
b) Lavrado um auto de infração fiscal e regularmente notificado o contribuinte, é possível que se insurja contra tal ato administrativo,
postulando a decretação de sua nulidade, por meio de demanda ajuizada perante o Juizado Especial Federal, desde que respeitado o
limite de alçada.
c) Por ter competência limitada a 60 salários mínimos, as condenações pecuniárias realizadas nos Juizados deverão ser honradas sempre
por meio de RPV – Requisição de Pequeno Valor.
d) Não se admite a interposição de recursos contra decisões interlocutórias, mas apenas para impugnar decisões definitivas.
e) Só se admite na qualidade de rés nos Juizados Federais as pessoas jurídicas de direito público.
2. Assinale a opção que melhor de�ne a mediação:
a) Atividade imposta às partes, que se obrigam a obedecer a decisão do mediador.
b) Sinônimo para conciliação, não havendo nenhuma diferença entre os institutos.
c) Atividade desempenhada pelo árbitro.
d) Atividade vedada no direito brasileiro.
e) Atividade de um terceiro neutro e imparcial que não tem o poder de decidir o conflito.
3. Existe alguma hipótese de mediação extrajudicial obrigatória no direito brasileiro?
a) Sim, expressamente prevista no CPC.
b) Sim, expressamente prevista na Lei nº 13.140/2015.
c) Sim, expressamente prevista na Resolução nº 125/2010 do CNJ.
d) Não, embora possa ser determinado pelo juiz.
e) Não, pois o que o legislador exige, no máximo, é o comparecimento à primeira sessão.
4. O princípio da inafastabilidade ou princípio do controle jurisdicional expresso na Constituição Federal garante: 
a) A todos o acesso ao Poder Judiciário.
b) Às partes a ampla defesa.
c) A todos o juiz natural.
d) A todos o juiz imparcial.
e) Ao juiz o poder diretivo do processo. 
5. Submetido acordo ao juiz, pode ele rejeitar a homologação?
a) Não, a homologação é automática.
b) Não, pois o CPC proíbe o juiz de recusar homologação.
c) Não, pois existe Resolução do CNJ que impede o juiz de recusar homologação se as partes já estão de acordo.
d) Sim, caso seja constatado vício de consentimento.
e) Sim, se o juiz entender que o acordo não é bom para uma das partes.
Notas
Arbitragem
Assim, o árbitro, necessariamente, vai decidir o con�ito, caso uma solução consensual não seja alcançada.
O foco principal no procedimento arbitral é a busca de um mecanismo mais ágil e adequado para a solução de con�itos, em
uma fuga ao formalismo do processo tradicional, com a vantagem, ainda, de o árbitro poder ser uma pessoa especialista na
área do litígio apresentado, ao contrário do juiz, que nem sempre tem a experiência exigida para resolver certos assuntos que
lhe são demandados.
Aqui, as partes maiores e capazes, divergindo sobre direito de cunho patrimonial, submetem o litígio ao terceiro (árbitro), que
deverá, após regular procedimento, decidir o con�ito. Há aqui a �gura da substitutividade, existindo a transferência do poder de
decidir para o árbitro.
A arbitragem pode ser convencionada antes (cláusula compromissória), ou depois (compromisso arbitral) do litígio, sendo
certo, ainda, que o procedimento arbitral pode se dar pelas regras ordinárias de direito ou por equidade, conforme a expressa
vontade das partes.
- Observação
Não custa lembrar que o artigo 18 da Lei da Arbitragem (Lei nº 9.307/1996 , com as alterações introduzidas pela Lei nº
13.129/2015 ), a�rmatextualmente que o árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que ele proferir não �ca sujeita a
recurso ou à homologação pelo Poder Judiciário. Esse dispositivo está em perfeita consonância com o art. 515 do CPC, que diz
ser a sentença arbitral um título executivo judicial.
Mas também existem diferenças signi�cativas entre o árbitro e o juiz, principalmente o poder atribuído a eles. As decisões do
juiz têm autoexecutoriedade, ou seja, são coercíveis, ao passo que o árbitro, mesmo ostentando poder decisório, não podem
implementar concretamente, apenas com sua autoridade, tais decisões. Desse modo, caso a decisão arbitral não seja
voluntariamente cumprida, será necessária a expedição de carta arbitral, na forma dos arts. 260 e 237, IV do CPC.
Pelo sistema atual, caso seja descumprida uma decisão do árbitro, deve a parte interessada recorrer ao Poder Judiciário a �m
de emprestar força coercitiva ao respectivo comando, por meio da chamada Carta Arbitral, prevista no art. 237, IV, do CPC, c/c
22-C da Lei nº 9.307/96.
Processo judicial
Palavra que vem do latim jurisdictio (que etimologicamente signi�ca dizer o direito), a jurisdição tem como principal objetivo a
obtenção da paci�cação social e consiste em um poder e dever do Estado, pois se por um lado corresponde a uma
manifestação do poder soberano do Estado, impondo suas decisões de forma imperativa aos particulares, por outro,
corresponde a um dever que o Estado assume de dirimir qualquer con�ito que lhe venha a ser apresentado.
Referências
Hoje em dia entendemos a função judicial sob o prisma constitucional, como o instrumento de aplicação no caso concreto das
normas constitucionais, com o objetivo de concretizar a vontade do legislador e buscar, da melhor forma possível, uma solução
paci�cadora para aquele con�ito.
BRASIL. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.
Acesso em: 14 fev. 2020.
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.307/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9307.htm. Acesso em: 14 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.129/2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13129.htm.
Acesso em: 14 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº 13.140/2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm. Acesso
em: 14 fev. 2020.
BRASIL. Resolução nº 125/2010. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-
content/uploads/2016/03/resolucao_125_29112010_11032016150808.pdf. Acesso em: 14 fev. 2020.
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil. São Paulo: Saraiva, 2015.
CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. Acesso à Justiça: Juizados Especiais Cíveis e ação civil pública. 2. ed. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Forense, 2007.
FUX, Luiz. Teoria geral do processo civil. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016.
GRECO, Leonardo. Instituições de Direito Processual Civil. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. I.
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de; GAIO JUNIOR, Antonio Pereira. Teoria geral do processo civil. Rio de Janeiro: Grupo
GEN, 2018.
PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de Direito Processual Civil Contemporâneo. São Paulo: Saraiva, 2019.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 57. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. I.
Próxima aula
Distinção das fontes do Direito Processual;
Evolução do Direito Processual brasileiro.
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Para aprofundar os conhecimentos adquiridos nesta aula, assista ao vídeo da OAB/MG com a palestra de Francisco Maia Filho
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sobre Arbitragem e novas formas de solução de con�itos. Acesso em: 14 fev. 2020.
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