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Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia ANATOMIA FISIOLÓGICA SISTEMA REPRODUTOR FEMININO FUNÇÕES REPRODUTORAS FEMININAS: 1. Ovulação 2. Ciclo Menstrual 3. Período da Menopausa ESTRUTURAS REPRODUTORAS INTERNA : Vagina, Útero, Ovários e Tuba Uterina GENITÁLIA FEMININA EXTERNA: Púbis, Prepúcio, Clitóris, Grandes lábios, Meato urinário, Pequenos lábios, Introito vaginal, Hímen, Períneo, Ânus VAGINA: A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante. A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais. A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozoides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê. A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo- mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia UTERO: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio. OVÁRIOS: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gaemta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias. TUBAS UTERINAS: são dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero. Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia MENSTRUAÇÃO É um sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário na mulher, que se manifesta aproximadamente a cada mês e tem início na menarca e término na menopausa. MENARCA – significa a primeira menstruação. Acontece em média entre os 11 e 14 anos, mas sua ocorrência é a aceitável dos 9 aos 16 anos. MENACME – é o período reprodutivo da mulher CLIMATÉRIO – tem início o declínio progressivo da atividade gonadal da mulher. Este período de sua vida é o da transição entre o ciclo reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo (senilidade) (Síndrome Climatérica = conjunto de sintomas que se manifestam no climatério) MENOPAUSA – significa última menstruação. É o evento marcante do climatério. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos de idade e só pode ser diagnosticada após 12 meses consecutivos de amenorreia. Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia MENOPAUSA PRECOCE – ocorre quando a última menstruação natural acontece antes dos 40 anos Período perimenopausa = período que se inicia antes da menopausa com ciclos menstruais irregulares e termina 12 meses após a menopausa Período pós-menopausa = período que se inicia após a última menstruação e vai até o final da vida Fisiologia do CICLO MENSTRUAL – no ciclo menstrual humano normal, há produção hormonal cíclica ordenada e proliferação paralela do revestimento uterino em preparo para implantação do embrião. O ciclo menstrual normal pode ser dividido em duas fases: o ciclo ovariano (fases folicular e lútea) e o ciclo endometrial (fases proliferativa e secretora). CICLO MENSTRUAL (Ciclo sexual mensal feminino) = se caracteriza por uma ordenada sequência de eventos que ocorrem em diversos níveis do eixo hipotálamohipófise-ovário, de forma cíclica e modificações fisiológicas no organismo que são consequentes a estes eventos. DURAÇÃO DO CICLO MENSTRUAL 21 a 35 dias DURAÇÃO DO FLUXO MENSTRUAL 2 a 6 dias PERDA SANGUÍNEA 20 a 60 mL FASES DO CICLO OVARIANO Folicular e Lútea FASES DO CICLO UTERINO Proliferativa, Secretora e Menstrual a duração do ciclo menstrual é determinada pela variação na duração da fase folicular, ou seja, o tempo necessário para que o folículo se desenvolva e atinja sua maturidade. O primeiro dia da menstruação é considerado o primeiro dia do ciclo menstrual EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIOS Os principais hormônios envolvidos no ciclo menstrual são: GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofina) = é um dos principais produtos de secreção do hipotálamo e é responsável pela regulação da secreção de gonadotrofinas (FSH e LH) pela hipófise anterior (adenohipófise). O GnRH deve ser secretado de maneira pulsátil para uma função adequada, ou seja, precisa ser secretado em uma faixa crítica de amplitude e frequência. O GnRH produzido pelo hipotálamo alcança a hipófise anterior pela circulação porta- hipofisária FSH ( Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante) = as gonadotrofinas são sintetizadas de maneira pulsátil pelos gonadotrofos e são responsáveis pela estimulação da foliculogênese, ovulação e regulação da produção dos hormônios esteróides pelos ovários. Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia Estrogênio e Progesterona = são os principais hormônios esteroides secretados pelo ovário. - estrogênio = ação no desenvolvimento folicular e endometrial, além da produção de LH no meio do ciclo - progesterona = ação na manutenção do arcabouço endometrial e pela retroação negativa sobre a secreção hormonal hipotalâmica CICLO OVARIANO 1. FASE FOLICULAR – é a primeira do ciclo menstrual = nessa fase ocorre uma sequência ordenada de eventos que assegura o recrutamento de uma nova coorte de folículos para a seleção do folículo dominante. Duração = 10 a 14 dias Crescimento e desenvolvimento folicular = folículo primordial, folículo pré antral, folículo antral e folículo dominante (O desenvolvimento folicular é um processo contínuo que só interrompe quando a reserva ovariana chega ao fim, da menarca à menopausa) -F primordial = recrutamento inicial não depende da regulação hormonal -F primário = o F primordial torna-se um F primário com a multiplicação das células da granulosa. Células do estroma se diferenciam em teca interna e teca externa. -F pré antral = o crescimentodo folículo passa a ser acelerado pelo FSH e ele progride até o estágio pré antral. O oócito é maior e envolto pela zona pelúcida. A partir desta fase, o crescimento do folículo passa a ser dependente das gonadotrofinas produzidas pela hipófise. As células da granulosa são capazes de sintetizar esteróides. São produzidos mais estrogênios do que androgênios e progestogênios. Nesta etapa ocorre a aromatização (conversão de androgênios em estrogênios). FSH é responsável pelo estímulo à atividade da aromatase, pela proliferação das células da granulosa, pelo crescimento do folículo e pela produção de estrógenos (obs: o aumento dos níveis de FSH e de estrógenos que estão sendo produzidos estimula um aumento do número de receptores de FSH) -F antral = há um aumento na produção do líquido folicular, formando uma cavidade e dá origem ao folículo antral. Na presença de FSH, o ESTROGÊNIO passa a ser a substância dominante no líquido folicular. (Na ausência de FSH o q prevalece é o androgênio) Seleção do folículo dominante = a seleção do folículo destinado a ovular vai do 5º ao 7º dia do ciclo. O folículo dominante é o que possui maior afinidade pela enzima aromatase (maior produção de estradiol, maior nº de receptores de FSH) -F pré ovulatório (Folículo de Graaf) = células da granulosa maiores e das teca mais vascularizadas. Produz quantidades cada vez maiores de estrogênio e os níveis aumentam rapidamente, atingindo seu pico 3 dias antes da ovulação. Um dia depois que o pico de Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia estradiol é atingido, acontece o pico do LH que promove a luteinização das células da granulosa no folículo dominante, que resulta na produção de progesterona. O aumento na produção de progesterona começa a ser detectado 12 a 24 horas antes da ovulação. Aumenta de novo FSH e LH e as células da teca passam a produzir androgênios (estimula a libido da mulher) 2. FASE OVULATÓRIA Ovulação = maturação do folículo dominante e rotura folicular. O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico de LH do meio do ciclo, o qual é precedido por um aumento acelerado do nível de estradiol. Ocorre 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de LH e cerca de 10 a 12 h após o seu pico máximo. No momento da ovulação ocorrem 3 fenômenos principais: Recomeço da meiose (o oócito permanece no estágio diplóteno da meiose I até a onda de LH, quando ocorre a retomada da meiose e o oócito torna-se apto para fertilização). A meiose só se completa após a penetração do espermatozóide) Luteinização Ovulação 3. FASE LÚTEA – é normalmente fixa e dura 14 dias. Aumento dos níveis de progesterona. Pico máximo = 8º dia após a ovulação O oócito liberado, a estrutura dominante passa a chamar corpo lúteo ou corpo amarelo (pigmento amarelo = luteína). Ao final da fase lútea, a regressão do corpo lúteo leva a uma queda dos níveis de estradiol, progesterona e inibina A. CICLO UTERINO Endométrio – divisão morfofuncional: Camada funcional = 2/3 superiores do endométrio, tem como função prepararse para implantação do embrião (2 camadas = mais profunda / camada esponjosa e mais superficial / camada compacta) Camada basal = 1/3 inferior do endométrio, é responsável pela regeneração do endométrio após a menstruação 1 FASE PROLIFERATIVA – no início da fase folicular possui cerca de 2mm de espessura e atinge cerca de 10 mm no período pré ovulatório (intensa atividade mitótica nas glândulas e no estroma endometrial) 2 FASE SECRETORA – atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. O estroma permanece alterado até o sétimo dia após a ovulação, quando se inicia edema progressivo do tecido (secreção glandular e edema no estroma) Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia 3 ENDOMÉTRIO MENSTRUAL – se caracteriza por uma ruptura irregular do endométrio. Redução da produção de estrogênio e progesterona (infiltração leucocitária e reação decidual do estroma) MUCO CERVICAL: Sob efeito do ESTROGÊNIO = torna-se mais fluido, comparável à clara do ovo, e adquire capacidade de formar filamentos, tornando-se elástico Sob o efeito da PROGESTERONA = apresenta-se espesso, turvo e perde a distensibilidade TEMPERATURA: Fase Folicular – variam entre 36 e 37 graus Fase Lútea – aumenta a temperatura basal = aumento de 0,3 a 0,5 graus. Há um aumento na temperatura basal 2 a 3 dias após ovular e a temperatura segue alta até a próxima menstruação, quando volta a cair. SINTOMAS - perda de sangue pela vagina - dor abdominal - alterações de humor - mamas sensíveis - cansaço - sensação de inchaço - irritabilidade Os distúrbios do ciclo menstrual, e da mesma forma, distúrbios da fisiologia menstrual podem causar vários estados patológicos, incluindo infertilidade, abortamento recorrente e neoplasia maligna. SÍNDROME PRÉ MENTRUAL (ou TPM) = é um grupo de sintomas que ocorrem nas mulheres entre a ovulação e a menstruação (principal causa é a alteração hormonal durante o período menstrual que interfere no sistema nervoso central) Os sintoma podem ser físicos e/ou emocionais: dor nas mamas, músculos ou pelve, dor de cabeça letargia, alterações de apetite, ganho de peso constipação, retenção hídrica, inchaço, distenção abdominal ansiedade acne, insônia, irritabilidade, depressão dificuldade de concentração Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia GAMETOGÊNESE FEMININA Também chamada de ovogênese ou ovulogênese é o processo no qual ocorre a formação dos óvulos. - tem início antes do nascimento da mulher (durante o seu desenvolvimento embrionário, mais ou menos no terceiro mês de sua vida intrauterina) No início da fase fetal, as ovogônias (2n), células precursoras dos gametas femininos, sofrem mitoses, multiplicando-se. Após o nascimento, por volta do terceiro mês de vida, as ovogônias param de se dividir, crescem, duplicam seus cromossomos e entram na prófase I da meiose, quando passam a ser chamadas de ovócitos primários ou ovócitos I. Os ovócitos primários permanecem dessa forma até que a mulher atinja a puberdade. Ao nascer, a menina já tem seus ovócitos primários formados no interior de seus ovários, mas mais da metade deles se degenera ao longo da vida da mulher. Ao atingir a puberdade, a menina terá a sua primeira menstruação, chamada de menarca, e passará a apresentar ciclos menstruais que duram aproximadamente 28 dias. Em cada ciclo menstrual, um dos ovócitos primários entra no período de maturação, lembrando que esse processo se repetirá até a chegada da menopausa, que é quando cessam definitivamente os ciclos menstruais. Durante a maturação do ovócito primário, ocorre o término da divisão I da meiose, formando células de tamanhos diferentes, sendo uma delas grande, chamada de ovócito secundário ou ovócito II (n); e a outra pequena, chamada de corpúsculo polar I ou primeiro glóbulo polar, que se degenera logos após a sua formação. O ovócito secundário inicia a segunda fase da meiose, mas para na metáfase II, ocorrendo então o que chamamos de ovulação, na qual o ovócito secundário será liberado no ovário e encaminhado para a tuba uterina. Esse ovócito secundário que foi liberado é chamado de óvulo, e a sua meiose se completará somente se houver fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Quando o ovócito secundário (óvulo) não é fecundado, ele se degenera 24 horas após ser liberado. Mas quando ocorre fecundação por um espermatozoide, o ovócito secundário termina a segunda divisão da meiose, com a liberação do segundo glóbulo polar, também chamado de corpúsculo polar II. Assim como o corpúsculopolar I, o corpúsculo polar II também se degenera. Além de formar gametas, a ovulogênese também está associada a todas as modificações hormonais que preparam o útero da mulher para uma possível gravidez, e uma delas é o espessamento da parede uterina para receber o embrião. Caso o óvulo não seja fecundado por um espermatozoide, a ovulogênese não se completa, ocorrendo a descamação da parede uterina, que chamamos de menstruação. Se houver a fecundação do óvulo, não ocorrerá a menstruação, havendo então uma gravidez. Eliane Zoccaratto Tavares – Med. Turma I FMPFM – Fisiologia HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE HIPOTÁLAMO – Parte do DIENCÉFALO situada na base do cérebro; tem muitas funções importantes. Grupamento de células nervosas que atua como principal ligação entre nervos e hormônios; produz fatores de liberação (hormônios regulatórios) que se dirigem à hipófise FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO: Controle do sistema nervoso autônomo Regulação da temperatura corporal • Regulação do comportamento emocional Regulação do sono e da vigília Regulação da ingestão de alimentos Regulação da ingestão de água Regulação da diurese Regulação do sistema endócrino Geração e regulação de ritmos cardíacos HIPÓFISE (GLÂNDULA PITUITÁRIA) – glândula mestra, controla outras glândulas (endócrinas).