Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM IAN CRUZ JAMILSON COSTA JEAMERSOM SANTOS LETÍCIA RODRIGUES LUIANA GONÇALVES FIBROMIALGIA MACAÉ 2020 IAN CRUZ JAMILSON COSTA JEAMERSOM SANTOS LETÍCIA RODRIGUES LUIANA GONÇALVES FIBROMIALGIA Trabalho apresentado no curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estácio Sá. Prof. Maria Da Conceição Albernaz Crespo MACAÉ 2020 Sumário 1. INTRODUÇÃO A FIBROMIALGIA ........................................................................... 3 1.1. Definição ............................................................................................................... 3 1.2. Epidemiologia .................................................................................................... 3 1.3. Patogenia ............................................................................................................ 4 2. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 4 2.1. Etiologia................................................................................................................. 4 2.2. Fisiopatologia ..................................................................................................... 6 2.3. Fatores de risco .................................................................................................. 7 2.4. Sinais e sintomas ................................................................................................ 7 2.5. Pontos de dor...................................................................................................... 8 2.6. Aspectos anatômicos .......................................................................................... 8 2.7. Especialista ........................................................................................................ 9 2.8. Diagnostico ...................................................................................................... 10 2.9. Exames ............................................................................................................. 11 3. TRATAMENTOS ................................................................................................... 11 3.1. Tratamento farmacológico ............................................................................... 11 3.2. Tratamento não farmacológico ........................................................................ 13 3.3. Cuidados de enfermagem ................................................................................. 14 4. FIBROMIALGIA COMO DOENÇA CRÔNICA .................................................. 17 4.1. Prognóstico ...................................................................................................... 17 5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 18 3 1. INTRODUÇÃO A FIBROMIALGIA 1.1. Definição A fibromialgia (FM) Pode ser definida como uma síndrome de amplificação dolorosa crônica, caracterizada por dor difusa pelo corpo, na qual a pessoa tem como principal sintoma dores no corpo durante longos períodos, com sensibilidade nas articulações, músculos, tendões e em outros tecidos moles, mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Em mais de 80% dos pacientes a dor vem acompanhada de sintomas típicos, como sono não reparador (sono que não restaura a pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória. Pesquisadores acreditam que a síndrome é causada por um descontrole na forma como o cérebro processa os sinais de dor. Ocorrendo assim uma alteração na interpretação dos estímulos recebidos pelo cérebro e também pelos receptores cutâneos, e não uma inflamação, logo o correto seria não a designar como uma inflamação (fibrosite) e sim fibromialgia (FM). E em alguns casos a fibromialgia pode desencadear um fenômeno vascular chamado Raynaud, que causa alteração da cor das mãos e dos pés em situações de estresse ou baixas temperaturas. 1.2. Epidemiologia Cerca de 30% a 50% dos pacientes possuem depressão, ansiedade, alteração do humor e do comportamento, irritabilidade ou outros distúrbios psicológicos acompanham cerca de 1/3 destes pacientes, embora o modelo psicopatológico não justifique a presença da fibromialgia A sua prevalência é de aproximadamente 2% na população geral; é responsável por aproximadamente 15% das consultas em ambulatórios de reumatologia, e 5% a 10% nos ambulatórios de clínica geral. A proporção de mulheres para homens é de aproximadamente 8 mulheres para 1 homens. A maior prevalência encontra-se entre 30- 50 anos, podendo ocorrer também na infância e na terceira idade. Pode-se encontrar 4 associada a 25% das artrites reumatóide, 30% dos lúpus eritematosos sistêmicos e 50% das síndromes de Sjogren. (Rev. Bras. Reumatol. vol.44 no.6 São Paulo nov./dez. 2004) 1.3. Patogenia A causa específica da doença é desconhecida, mas existem vários fatores que estão frequentemente associados a esta síndrome: • Genética: é uma doença muito recorrente em pessoas da mesma família, que pode ser um indicador de que existem algumas mutações genéticas capazes de causar a síndrome. • Infeções por vírus e doenças autoimunes também podem estar envolvidas nas causas de fibromialgia. • Sedentarismo, ansiedade, depressão e distúrbio do sono também podem estar ligados de alguma forma à síndrome. • Trauma físico ou emocional: a fibromialgia às vezes pode ser desencadeada por um trauma físico, o estresse psicológico também pode desencadear a condição. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Etiologia A FM pode ser desencadeada por diversos fatores. Há predisposição genética, distúrbios neuroendócrinos e psicológicos, bem como alterações no mecanismo de percepção da dor, também afetam sua manifestação. Os estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Na verdade, seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado, que ativasse todo o sistema nervoso para fazer a pessoa sentir mais dor. Desta maneira, nervos, medula e cérebro fazem que qualquer estímulo doloroso seja aumentado de intensidade. 5 A FM pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção grave. O mais comum é que o quadro comece com uma dor localizada crônica, que progride para envolver todo o corpo. O motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem fibromialgia e outras não ainda é desconhecido. Componentes Biológicos: • Genético • Sexo feminino • Trauma físico • Sono • Estresse/ desregulação neuroendrôncrina e autonômica Sedentarismo Componentes Psicológico: • Catastrofismo/ Somatização • Hipervigilancia • Depressão e ansiedade Fatores Ambientais e Socioculturais: • Experiencias psicológicos durante a infância • Satisfação com emprego • Suporte familiar Manifesta-se predominantemente em mulheres em faixa etária produtiva, no entanto, pode acometer crianças, adolescentes e idosos. 6 2.2. Fisiopatologia Apesar de acometer muitas pessoas em todo o mundo, pois sua prevalência é de 2%, sua fisiopatologia ainda é tão incerta e multicausal quanto a sua etiologia. Fatores sociais, emocionais, familiares, aliados a uma característica de maior resposta aos estímulos dolorosos, são as hipóteses mais plausíveis. Alguns autores descreveram sobre a influência que o Sistema Nervoso Central(SNC) executa na origem desta síndrome, e eles foram os que chegaram mais próximo dessa resposta. Eles demonstraram que há uma base neural para a desordem, associados a fatores genéticos e ambientais (Bradley et al. (2009)). Em uma pesquisa, na tentativa de descobrir os mecanismos responsáveis pela dor crônica na FM, com estudos de neuroimagem, pesquisadores observaram a diferença da resposta cerebral à dor entre pacientes com Fibromialgia e 15 indivíduos saudáveis. Os estudos levaram esses pesquisadores a concluir que alterações na via nociceptiva (receptor sensorial) contribui para a fisiopatologia da FM e que essas alterações resultariam na má percepção de estímulos como os térmicos, táteis e proprioceptivos, resultando na interpretação errada ou equivocada dos mesmos como sendo resultado de dores profundas. O que acontece é que algumas células do nosso próprio sistema imune ou micro-organismos invasores como bactérias e protozoários, liberam algumas substancias, como a substância P (pain ou dor), essa substancia está muito ligada a processos inflamatórios, o que é normal em um organismo saudável, porém quando a inervação dos terminais nervosos da substância P é danificada, as células pós-sinápticas compensam a perda aumentando a sensibilidade dos receptores pós-sinápticos. Essa condição é conhecida como hipersensibilidade por denervação, resulta em uma excessiva sensibilidade a dor e assim pode ser uma das causas da FM. Além disso, o desequilíbrio nos níveis de neurotransmissores envolvidos na modulação da dor, como por exemplo: aumento nos níveis de substância P (sistema excitatório) como foi descrito acima, diminuição nos níveis de serotonina (sistema inibitório), redução nos níveis de endorfinas, noradrenalina e dopamina então diretamente relacionados ao desenvolvimento da síndrome. lembrando que a substância P é mediadora das vias aferentes enquanto a serotonina interpõe-se a inibição da dor. Outro meio de explicar, e definir a alteração genética como sendo um dos maiores fatores, explicando assim a relação com um parente que tenha, ter passado para outro, ou seja herança genética, seria 7 o polimorfismo dos receptores de serotonina que podem ser responsáveis pela percepção elevada de estímulos. Voltado para o aspecto químico e chegando a uma conclusão disso tudo, a noradrenalina e a serotonina quando em baixas concentrações, são ligeiramente ligadas a FM. Concluindo que os estudos que apontam impactos no SNC, seja o mais próximo da origem da síndrome. 2.3. Fatores de risco Os médicos alertam que para alguns fatores de riscos que facilitam o surgimento de fibromialgia podem estar relacionados a: • Idade: ter acima de 45 anos. • Sexo: ser mulher dobra as chances, em especial naquela entre 20 e 50 anos. • Histórico familiar: ter algum parente com fibromialgia. • Lesões: sofrer lesões recorrentes. • Ter outros problemas de saúde: como lúpus ou artrite reumatoide. 2.4. Sinais e sintomas A dor associada à FM é constantemente descrita como uma dor presente em diversas partes do corpo, e que persistem por mais três meses. Pessoas portadoras dessa síndrome frequentemente acordam cansadas, mesmo que tenham dormido por muitas horas. O sono também é constantemente interrompido por causa da dor, e muitos pacientes apresentam outros problemas relativos ao sono, a exemplo da apneia e insônia. Além disso, alguns queixam de dor de cabeça recorrente ou enxaqueca clássica, dor pélvica e abdominal, sem causa identificada (síndrome do intestino irritável), sensação de edema e rigidez matinal. Uma proporção dos pacientes lembra que a dor é de início mais localizada em uma determinada região, principalmente na coluna cervical, envolvendo ou não os trapézios, outras vezes iniciando-se como uma cervicobraquialgia (dor no pescoço) ou como uma 8 dorsalgia (dores nas costas, região do tórax). Uma outra parte dos pacientes alega que o quadro doloroso se iniciou já de maneira difusa, afetando segmentos da coluna vertebral, membros superiores (braços e pulsos) e inferiores (cintura pélvica e coxa). A fadiga pode ser bastante significativa, com sensação de exaustão fácil e dificuldade para realização de tarefas laborais ou domésticas. Sensações parestésicas habitualmente se fazem presentes. É importante ressaltar que as parestesias nestes pacientes não respeitam uma distribuição dermatômica. Além disso, a falta de resposta a analgésicos comuns, bem como o caráter "migrante" das dores, são características peculiares da fibromialgia. Os índices de inflamação do corpo são normais, mas a percepção da dor por parte do paciente multiplica. 2.5. Pontos de dor A dor causada pela fibromialgia, apesar de ser generalizada, fica mais intensa quando se pressiona alguns pontos específicos do corpo, chamados de pontos dolorosos (que são 18) da fibromialgia: • Região occiptal (atrás da cabeça). • Cervical inferior. • Trapézio (em cima dos ombros e nas costas). • Segunda costela (condrocostal). • Supraespinal (abaixo dos ombros). • Epicôndilo lateral (no lado do cotovelo) • Glúteo. • Trocante maior (área onde o fêmur se encaixa na bacia). • Joelho. 2.6. Aspectos anatômicos A dor acomete o tecido fibroso e muscular por alteração na via nociceptiva no SNC. Tecido fibroso: 9 Apresenta grande quantidade de fibras colágenas, formando feixes com alta resistência à atração e pouco elasticidade. É tipicamente encontrado em duas situações: formando os tendões, mediando a ligação entre os músculos e os ossos, e nos ligamentos, unindo os ossos entre si. Tecido muscular: É formando por miofibrilas contrácteis e dividem-se em três tipos principais: músculo liso, músculo esquelético e músculo cardíaco. O músculo liso não apresenta estrias quando observado ao microscópio, contrai-se lentamente, mas é capaz de manter a contração ao longo de uma grande extensão. O músculo esquelético contrai-se rapidamente, mas tem pouca amplitude de extensão, e é responsável pelo movimento dos membros e das mandíbulas. Tecido nervoso: Sua organização histológica se dá pela substância cinzenta que por sua vez é formada por corpos celulares de neurônio e células da glia, e a substância branca, que é formada por prolongamentos (dentritos e axônios), encontrando também na célula da glia. Os tipos consistem em: nervos sensitivos com fibras aferentes que transmitem impulsos dos órgãos receptores até o SNC. E nervos motores com fibras eferentes, que transmitem impulsos nervosos do SNC para os órgãos efetores. 2.7. Especialista • Clínico geral • Reumatologista: especialista em artrite e outras doenças reumáticas. • Psicólogo clínico: trata transtornos mentais, principalmente com psicoterapia. • Fisiatra: restaura a função e a qualidade de vida de pessoas com deficiência física. • Fisioterapeuta: restaura a força e a função muscular por meio de exercícios. • Tratamento de dor: diminui o sofrimento e melhora a qualidade de vida de pessoas com dor. • Nutricionista: para equilibrar a dieta, e indicar alimentos que possam contribuir para o tratamento 10 2.8. Diagnostico O diagnóstico da FM é essencialmente clínico, o médico durante a consulta obtém algumas informações que são essenciais. Ao examinar, o médico pode observar uma grande sensibilidade em pontos específicos dos músculos, e estes pontos são conhecidos como pontos dolorosos, hoje não se valoriza muito a quantidade de pontos que estão dolorosos, mas a sua presença ajuda nesse diagnóstico. Uma organização médica americana chamada Colégio Americano de Reumatologia criou alguns critérios para ajudar esse diagnóstico. São eles: dor difusa, por mais de três meses no lado esquerdo e direito do corpo e dor em 11 dos 18 tender points específicos no corpo Exame físico e exames laboratoriais são usadospara auxiliar ou descartar outras patologias que podem causar sintomas semelhantes. Não há alteração dos exames que indicam inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Não existem quaisquer sinais que evidenciem alterações hemáticas, musculares, neurológicas e radiográficas, não existem aspectos histopatológicos seguros, ou seja danos aos tecidos perceptíveis com exame ao microscópio, característicos. Porém devem ser altamente analisados para descartar outras doenças. Exames de imagem devem ser interpretados com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. A FM pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como Artrite Reumatoide e Lúpus Eritematoso Sistêmico, e muitas vezes dificulta uma completa melhora destes pacientes. Os sintomas são muito similares a sintomas de outras síndromes. Geralmente diagnosticado por um reumatologista. Por isso é importante descrever durante a consulta: todos os sintomas e a intensidade da dor, falar sobre os problemas médicos que teve no passado, caso houver. Relatar todo tipo de medicamento e suplementos que usou/usa. Deve-se relatar ao médico se tem problemas ao dormir. Ele deverá perguntar também sobre eventuais sintomas de depressão e ansiedade. Buscar uma ajuda médica é essencial. 11 2.9. Exames Ainda não existem exames laboratoriais complementares que possam orientar o diagnóstico. Quando são feitos, o intuito não é identificar a doença, e sim descartar outras condições que possam provocar sintomas semelhantes. Além do exame de sangue, o médico também poderá pedir exame de Raio-X. Se o médico fizer uma boa entrevista clínica, poderá fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e descartar outros problemas. No diagnóstico diferencial, as seguintes condições devem ser lembradas, pois são condições clínicas cujos sintomas se assemelham com a doença: • Síndrome da dor miofascial; • Artrite reumatoide • Osteoartrite • Lúpus Dentre todas as enfermidades que necessitam de diagnóstico diferencial com a FM, a síndrome da dor miofascial deve estar em destaque devido a sua maior semelhança clínica com a FM. Esta é uma síndrome de dor regional, apresenta área localizada de dor chamada de trigger points (pontos específicos ou de gatilho), que algumas vezes é acompanhada, pela palpação da musculatura, de nódulos fibróticos ou bandas musculares tensas. Apresenta também zona referencial de dor profunda característica, que é agravada pela palpação dos triggers points e que deve ser completamente extensiva e localizada em uma considerável distância desses pontos. 3. TRATAMENTOS 3.1. Tratamento farmacológico Existem várias classes de medicamentos que são utilizados em conjunto com o tratamento não medicamentoso. As drogas mais utilizadas são analgésicas de ação central, incluindo algumas drogas antidepressiva e antiepilépticas que têm esta ação analgésica. Medicamentos para melhorarem o padrão do sono e “mio relaxante” também 12 são, frequentemente, utilizados isoladamente ou em conjunto com medicamentos analgésicos. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Usados no tratamento sintomático da depressão e outras síndromes depressiva. Eles têm esse nome devido a presença de três anéis de carbono. Cloridrato Duloxetina: age inibindo a recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), resultando em um aumento na neurotransmissão destas substâncias no sistema nervoso central (SNC). Milnaciprano: apresenta a propriedade de inibir a recaptação de serotonina e noradrenalina na forma equivalente. ANALGÉSICOS Diminuem ou interrompem as vias de transmissão nervosa, reduzindo a percepção de dor. Ibuprofeno: acredita-se que seus efeitos farmacológicos são devidos a ligação ciclo-oxigenase-2 (COX-2), o que diminui a síntese de prostaglandinas, envolvidas na medicação da dor, inflamação, febre e inchaço. Cetoprofeno: inibe a agregação plaquetária e a síntese das prostaglandinas (mediador químico relacionado a inflamação). ANTIEPILEPTICOS Neurotransmissor cerebral que transmite a mesma informação para todos os neurônios, reduzindo assim a excitação dos neurônios. Usados para tratar a epilepsia e alterações convulsivas. Gabapentina: está estruturalmente relacionada ao neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). Pregabalina: liga-se a uma subunidade auxiliar (proteína-2) dos canais de cálcio dependentes da voltagem do SNC. 13 3.2. Tratamento não farmacológico O tratamento de FM é mais eficaz quando unidos medicamentos e cuidados não medicamentosos. O foco é evitar a incapacidade física desses pacientes e minimizar ao máximo os sintomas com melhoria da saúde de modo geral. Pode envolver no tratamento: • Fisioterapia: uma caminhada, ao passo normal do paciente, durante 30 minutos a 1 hora todos os dias proporciona efeitos terapêuticos. A orientação de exercitar- se três vezes por semana tem sido eficaz e possibilita maior adesão ao tratamento. • Programa de exercícios e preparo físico: a atividade física apresenta um efeito analgésico; por estimular a liberação de endorfinas, funciona como antidepressivo, e proporciona uma sensação de bem-estar global e de autocontrole. • Métodos para o alívio de estresse: incluindo massagem leve e técnicas de relaxamento • Atividades aeróbicas: sem grandes impactos para o aparelho osteoarticular, como dança, natação e hidroginástica, auxiliando tanto no relaxamento como no fortalecimento muscular, reduzindo a dor e em menor grau melhorando a qualidade do sono. ajudam a melhorar a condição cardiovascular. • Terapia cognitivo-comportamental: Com ela se aprende a lidar com pensamentos negativos; manter um diário de seus sintomas e dores; reconhecer o que agrava seus sintomas; buscar praticar atividades agradáveis; estabelecer limites. Sendo uma parte importante do tratamento. Entre outras recomendações estão: • Seguir uma dieta bem balanceada, alguns alimentos são fontes de nutrientes que podem aliviar os sintomas. • Evitar cafeína pois a pessoa que sofre de fibromialgia deve evitar alimentos que contenham cafeína, teína e outras substâncias estimulantes, uma vez que podem atrapalhar o sono, que nos pacientes com a síndrome já se encontra prejudicado 14 • Manter uma boa rotina de descanso para melhorar a qualidade do sono • Acupressão e acupuntura • Yoga praticar yoga por 40 minutos duas vezes por semana é o suficiente para controlar os sintomas da fibromialgia • Hipnoterapia utiliza técnicas da hipnose para acessar o subconsciente do paciente, para tratar de trauma, fobias, vícios e até a má "digestão" emocional OBS: Os grupos de apoio podem ser uteis também para o paciente. Os casos graves de fibromialgia podem ser encaminhados a uma clínica especializada em dor. Esses tratamentos têm como objetivos aliviar a dor, melhorar a qualidade do sono, manter a manutenção ou restabelecimento do equilíbrio emocional, melhorar o condicionamento físico e a fadiga. A atitude do paciente é um fator determinante na evolução da doença. Por isso, procura-se fazer com que este assuma uma atitude positiva frente às propostas terapêuticas e seus sintomas. 3.3. Cuidados de enfermagem Mesmo fazendo um bom exame físico, eles vão fornecer poucos achados sobre a doença, pois o exame físico pode apresentar um bom aspecto geral, sem evidência de doença sistêmica, sem sinais inflamatórios, sem atrofia muscular, sem alterações neurológicas, com boa amplitude de movimentos e com força muscular preservada, apesar dos sintomas mencionados pelo paciente. O único achado clínico é a presença de sensibilidade dolorosa em determinados sítios anatômicos, chamados de "pontos dolorosos" e, por mais que, antigamente era necessário esse exame para chegar a conclusão,hoje não é tão necessário, pois pelo decorrer do trabalho é notório que não é uma questão de inflamação em determinado local do corpo, e sim uma alteração na nocicepção do SNC, mas, faz-se importante ressaltar que a dígito-pressão nesses "pontos dolorosos" de um examinador experiente dispensa o emprego do aparelho de pressão de superfície do tipo algômetro ou dolorímetro. O critério de resposta dolorosa em pelo 15 menos 11 desses 18 pontos, são recomendados como proposta de classificação, mas não devem ser considerados como essencial para o diagnóstico. (Rev. Bras. Reumatol. vol.44 no.6 São Paulo nov./dez. 2004). O quadro clínico desta síndrome costuma ser de modos e formas diferente, exigindo anamnese cuidadosa e exame físico detalhado. O sintoma presente em todos os pacientes é a dor difusa e crônica, envolvendo o esqueleto axial e periférico. Em geral, os pacientes têm dificuldade para localizar a dor, muitas vezes apontando sítios Peri-articulares, por isso são confundidas com inflamações nas articulações, e sem especificar se a origem é muscular, óssea ou articular. O caráter da dor é bastante variável, podendo ser de queimação, pontada, peso, "tipo cansaço" ou como uma contusão. É comum a referência de agravamento pelo frio, umidade, mudança climática, tensão emocional ou por esforço físico. A FM é uma doença recente, por vezes, o seu desconhecimento pelos profissionais de saúde e a falta de estudos para o estabelecimento de terapias físicas específicas para o tratamento, determina que a sintomatologia perdure por muito tempo, causando outras patologias nesse paciente, como uma ansiedade associada a uma dor crônica não tratada. Ao abordar a questão das limitações funcionais decorrentes da FM e seus impactos, torna- se necessário ampliar a perspectiva do impacto dos sintomas, pois as áreas afetadas tornam-se tão importantes quanto à doença, ou seja, ansiedade ou depressão podem se tornar um problema maior que a própria FM.. Além disso, um papel importante da equipe de Enfermagem deve ser o papel educativo, para que os ganhos da intervenção possam permanecer em longo prazo e os pacientes consigam se tornar menos dependentes dos cuidados de saúde. Incentivam-se estilos de vida mais participativos e funcionais que contribuam no restabelecimento físico e emocional do paciente. Estudos recentes indicam que o exercício aeróbico, na intensidade adequada para um indivíduo, pode melhorar a função, os sintomas e o bem estar, o mecanismo responsável pelos efeitos analgésicos ainda não está claro, mas estudos mostram que atividade física aeróbica acarreta consistente ativação do sistema opioide endógeno que, por sua vez, ocasiona aumento no limiar de dor e sua tolerância, resultando numa resposta analgésica. Outra contribuição da atividade física na diminuição da dor está relacionada com a quebra do ciclo vicioso: dor – imobilidade – dor, que proporciona ao paciente 16 encorajamento para retornar as atividades diárias. Uma pesquisa concluiu que os exercícios, ou outras formas de tratamento fisioterapêutico, aliados aos tratamentos farmacológicos, podem melhorar muito a qualidade de vida dos portadores de FM. Além disso, salientaram a importância da abordagem multidisciplinar do paciente portador desta síndrome devido à sua elevada morbidade. Os programas de fisioterapia promovem os maiores ganhos na diminuição do impacto dos sintomas da FM na vida dos pacientes, daí a importância do trabalho multidisciplinar e educativo no qual o enfermeiro ou o fisioterapeuta, participa informando e instruindo corretamente os pacientes. Para o profissional enfermeiro pode-se colocar como intervenções de enfermagem. • Orientar o paciente a reduzir o açúcar dos alimentos, para evitar o sobrepeso, o açúcar pode ser substituído por dextrose, sacarose ou mel. Os adoçantes devem ser usados com moderação. • Orientar o paciente a reduzir o sal dos alimentos, para evitar o acúmulo de líquidos no organismo, acarretando aumento da pressão arterial e sobrecarga para o sistema cardiovascular. • Orientar o paciente a reduzir a gordura doa alimentos, porque as gorduras favorecem o aumento de colesterol e o excesso de peso. • Estimular a realização de exercícios para alongamentos e fortalecimento muscular, assim como para condicionamento cardiorrespiratório. • Orientar o paciente a limitar o consumo de álcool, pois quando ingerido à noite acarreta um sono superficial, de má qualidade, apesar de acelerar o processo de adormecer. Quando usado em excesso, o álcool tem uma série de efeitos nocivos sobre o sistema neurológicos e musculoesquelético, acarretando processos dolorosos e fraqueza muscular. Além disso interfere na ação de diversos medicamentos utilizados no tratamento de fibromialgia. • Orientar o paciente a evitar situações de estresse físico e mental. • Orientar o paciente a manter acompanhamento psicológico e emocional. • Administrar analgésicos conforme prescrição médica, atentando para reações alérgicas ou manifestações gástricas. 17 Tipicamente, os pacientes com fibromialgia convivem com os sintomas por um longo período de tempo. Podem sentir que seus sintomas não têm sido considerados com seriedade. Então para que não seja uma situação tão sofrida para o paciente, os enfermeiros precisam dispensar uma atenção especial para apoiar esses pacientes e fornecer-lhes incentivo quando começam o programa de terapia. Os grupos de apoio para pacientes podem ser úteis. Ouvir com atenção as descrições dos pacientes sobre suas preocupações e sintomas é essencial para ajudá-los a fazer as mudanças necessárias para melhorar a sua qualidade de vida (Scheffer, 2005). Os procedimentos terapêuticos adotados precisam estar voltados para a minimização da ocorrência e intensidade dos sintomas. Para tanto, uma abordagem interdisciplinar que contemple os aspectos físicos, psicológicos e farmacológicos é o caminho para proporcionar aos sujeitos um melhor gerenciamento da doença. 4. FIBROMIALGIA COMO DOENÇA CRÔNICA 4.1. Prognóstico A FM é uma síndrome de longa duração com flutuações frequentes na intensidade da dor, seguindo o tratamento corretamente e tomando os devidos cuidados, os sintomas tendem a melhorar. Embora não exista cura, a FM não é uma doença progressiva, não causa danos às articulações, aos músculos, ou órgãos internos. Com o tratamento atual da FM é possível a pessoa experimentar ficar sem dor ou com a dor em um nível muito baixo. Há casos nos quais os sintomas retrocedem quase totalmente com o passar do tempo. É muito importante que a pessoa com Fibromialgia entenda que a atividade física regular terá que ser mantida para o resto da vida, pelo risco de a Fibromialgia piorar se esta atividade for interrompida. Uma questão central para os fibromiálgicos é a dificuldade para a execução de tarefas, profissionais ou do cotidiano. Queixam-se frequentemente da redução da qualidade do seu trabalho, com consequente influência em sua vida profissional e mesmo na renda familiar. Relatam também sobre a indiferença por parte de amigos e familiares, problemas conjugais e diminuição da frequência de atividades de lazer e mesmo religiosas. Cerca de 18 70% dos pacientes com FM alegam que a doença afeta negativamente a sua vida sexual, na mesma proporção para o(a) companheiro(a). Os familiares também sofrem neste convívio com os portadores de fibromialgia, devido ao intenso estresse psicológico. A gravidade da Fibromialgia pode estar também relacionada com as diversas outras doenças crônicas como a Artrite Reumatoide, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrose, Tendinites, entre outras que afetam o aparelho osteoarticular. Da mesma forma, torna-se mais grave quando associada aos distúrbios psiquiátricos como a depressão e ansiedade. 5. REFERÊNCIAS Rev. Bras. Reumatol.vol.44 no.6 São Paulo nov./dez. 2004 Motriz, Rio Claro, v.15 n.2 p.436-448, abr./jun. 2009 GOLDENBERG,D.;etal.Fibromialgia.Disponívelem: HTTP//www.reumatologia.com.br/imagens/fibro.pdf PROVENZA Jr.; et al. Projeto Diretrizes para o tratamento e diagnóstico de fibromialgia – comissão de dor, fibromialgia e outras síndromes dolorosas de partes moles SBR. Rev. Bras Reum., v. 44, supl. 1, p. S49-S59, 2004 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2541222/mod_resource/content/1/Cartilha%20 fibromialgia.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20- %20Ian/3%C2%B0%20Per%C3%ADodo%202020.1/Ensino%20Cl%C3%ADnico%20 Em%20Sa%C3%BAde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Te%C3%B3rico)/Fibro myalgia%20en.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20- %20Ian/3%C2%B0%20Per%C3%ADodo%202020.1/Ensino%20Cl%C3%ADnico%20 Em%20Sa%C3%BAde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Te%C3%B3rico)/FIBR OMIALGIA%20NA%20ASSIST%C3%8ANCIA%20DE%20ENFERMAGEM.pdf Artigo de Revisão Síndrome de Fibromialgia: fisiopatologia, instrumentos de avaliação e efeitos do exercício https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2541222/mod_resource/content/1/Cartilha%20fibromialgia.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2541222/mod_resource/content/1/Cartilha%20fibromialgia.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/Fibromyalgia%20en.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/Fibromyalgia%20en.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/Fibromyalgia%20en.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/Fibromyalgia%20en.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/FIBROMIALGIA%20NA%20ASSISTÃ�NCIA%20DE%20ENFERMAGEM.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/FIBROMIALGIA%20NA%20ASSISTÃ�NCIA%20DE%20ENFERMAGEM.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/FIBROMIALGIA%20NA%20ASSISTÃ�NCIA%20DE%20ENFERMAGEM.pdf file:///C:/Users/MM%20IMW%20Sede/OneDrive/Faculdade%20-%20Ian/3°%20PerÃodo%202020.1/Ensino%20ClÃnico%20Em%20Saúde%20Do%20Adulto%20E%20Idoso%20(Teórico)/FIBROMIALGIA%20NA%20ASSISTÃ�NCIA%20DE%20ENFERMAGEM.pdf 19 BRANDT, Ricardo. Perfil de Humor de mulheres com Fibromialgia. J.Bras. Psiquiatria vol. 60, 2011 1.1. Definição 1.2. Epidemiologia 1.3. Patogenia 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Etiologia 2.2. Fisiopatologia 2.3. Fatores de risco 2.4. Sinais e sintomas 2.5. Pontos de dor 2.6. Aspectos anatômicos 2.7. Especialista 2.8. Diagnostico 2.9. Exames 3. TRATAMENTOS 3.1. Tratamento farmacológico 3.2. Tratamento não farmacológico 3.3. Cuidados de enfermagem 4. FIBROMIALGIA COMO DOENÇA CRÔNICA 4.1. Prognóstico 5. REFERÊNCIAS
Compartilhar