PETIÇÃO II

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA FAZENDA 
ESTADUAL DO ESTADO BETA. 
 
Carlos, nacionalidade..., estado civil...., residente e domiciliado em..., profissão, 
endereço eletrônico..., portador do título eleitoral nº..., CPF nº..., vem, por meio 
de seu advogado, cuja procuração segue anexa, propor Ação Popular, com 
fundamento no artigo 5º, LXIII da Constituição Federal e Lei 4.717/65, em 
desfavor do Município Alfa, pessoa jurídica de direito público, CNPJ..., sede..., 
endereço eletrônico..., em face da autoridade coautora, Prefeito do Município, 
pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I - DOS FATOS 
Matéria jornalística divulgada pela mídia, o prefeito do Município Alfa, 
pertencente ao Estado Beta, foi acusado pela imprensa local de negligenciar a 
saúde pública, deixando de realizar os investimentos constitucionais obrigatórios 
nos estabelecimentos médico-hospitalares situados na região e com o objetivo 
de tirar proveito da situação para se autopromover, o prefeito instalou um grande 
painel de publicidade na encosta de um dos morros da cidade e notório ponto 
turístico. Nesse outdoor, foram mencionadas todas as ações e investimentos da 
prefeitura relacionados a área da saúde durante sua gestão. 
Ambientalistas compareceram ao local e detectaram, dentre outras 
consequências prejudiciais, que a iluminação usada no outdoor durante o 
período noturno traria resultados nocivos à biodiversidade, ameaçando a 
sobrevivência de espécies animais notívagas da região. Essa novidade se 
tornaria irreversível caso a iluminação viesse a ser utilizada por algumas 
semanas. 
. II - DO DIREITO 
Tal atitude se enquadra como ato lesivo ao meio ambiente, conforme previsão 
expressa na no artigo 5º da Constituição Federal, inciso LXXIII, que admite ação 
popular, visando anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade 
 
 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. A instalação 
de painel publicitário pelo município Alfa em área de preservação ambiental tem 
provocado um prejuízo irreparável para a flora e fauna da encosta do morro, pois 
o outdoor tem impedido a iluminação necessária para a coexistência de vida 
naquele local. 
Estamos diante de um ato lesivo previsto no art. 6º da 4.717 e art. 225 da 
Constituição Federal. 
Compete ao juiz estadual do município Alfa reconhecer a presente ação popular 
para processar e julgar atos lesivos contra o meio ambiente, conforme art. 5º da 
Lei 4.717/65. 
Está evidenciado que o Sr. Prefeito ágil com desvio de finalidade, pois se utilizou 
de dinheiro público para se promover. Os recursos públicos são escassos e cabe 
ao administrador público aplicar o dinheiro do município em benefício da 
população. Houve portanto ato nulo por parte do município, nos termos do art. 
2º da Lei 4.717/65,. 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no 
artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos; 
e) desvio de finalidade. 
 
 
IV - DO MÉRITO 
O local em que foi veiculada a propaganda é uma área de preservação ambiental 
na qual habitam diversas espécies de animais e vegetais, violando, assim, o 
meio ambiente o que provoca o desequilíbrio ecológico necessário à vida e 
direito de todos, consoante dispõe o art. 225 da CF/88. 
 
 
 
 
V - DA MEDIDA LIMINAR 
Conforme o artigo 300 do CPC/15 a tutela de urgência será concedida quando 
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. No caso em questão estão presentes os 
requisitos necessários para concessão da tutela vejamos: 
A Probabilidade do Direito pela preservação do meio ambiente que fora 
prejudicado pela instalação de placa de propaganda. O meio ambiente deve ser 
protegido e por isso que a carta máxima do país, portanto requer que seja 
deferida a presente liminar para a suspensão do ato impugnado, concordante o 
art. 5º, § 4º da Lei 4.717/65. 
Quanto ao Risco da Demora, fica evidenciado pela morte de animais e vegetais 
que ali existem, em razão da falta de iluminação natural que está sendo 
bloqueada pelas dimensões do outdoor ali afixado. Referida circunstância 
provoca grave risco de perecimento do resultado útil ao processo. 
 
VI - DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA 
A Ação Popular tem previsão no artigo 5º da CF/88 e qualquer cidadão que esteja 
regular com seus direitos políticos é parte legítima para propô-la. Diante disso o 
autor desta ação está com seus direitos políticos em dia, conforme certidão 
anexa. 
Quanto ao réu mencionado nesta ação é responsável perante a lei pelo ato lesivo 
apresentado, conforme art. 6º da Lei 4.717/65. 
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as 
entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou 
administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o 
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e 
contra os beneficiários diretos do mesmo. 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11322126/artigo-5-da-lei-n-4717-de-29-de-junho-de-1965
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11321992/par%C3%A1grafo-4-artigo-5-da-lei-n-4717-de-29-de-junho-de-1965
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104081/lei-da-a%C3%A7%C3%A3o-popular-lei-4717-65
 
 
VII - DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
 
1. O deferimento da medida liminar, para que o Prefeito determine a retirada 
do outdoor; 
2. Decretação de nulidade do ato que determinou a instalação do outdoor, 
visto que contém vício de ilegalidade e desvio de finalidade, com base no 
art. 2º da Lei 4.717/65; 
3. A citação do réu para responder, querendo; 
4. A intimação do Ministério Público, nos termos do artigo 5º, §1º da Lei 
7.347/85, para acompanhar todos os atos e termos da presente ação; 
5. A total procedência da ação; 
6. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a 
documental, testemunhal; 
7. A condenação do réu ao pagamento dos honorários advocatícios nos 
parâmetros previstos no art. 85, § 2 do CPC; 
8. Por fim reque o ressarcimento do erário público do dinheiro gasto para 
veiculação da propaganda publicitária, citação das pessoas e reparação 
do meio ambiente. 
 
Atribui-se à causa valor correspondente ao conteúdo da demanda (art. 14 da Lei 
4.717/565). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
Município Alfa, data. 
Advogado 
OAB