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UNIVERSIDADE PAULISTA LIGIA MARCIA DA SILVA ROCHA PRINCIPAIS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NO BRASIL RIBEIRÃO PRETO 2020 UNIVERSIDADE PAULISTA LIGIA MARCIA DA SILVA ROCHA PRINCIPAIS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NO BRASIL Trabalho de Estágio Supervisionado em Saúde Publica do Curso de Nutrição da Universidade Paulista - UNIP Orientadora: Prof.ª Patrícia Villela RIBEIRÃO PRETO 2020 SUMÁRIO 1.HIPOVITAMINOSE A ............................................................................................... 6 1.1 Região de maior prevalência ................................................................................. 6 1.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos .............................................................. 6 1.3 Principais funções ................................................................................................... 6 1.4 Fonte alimentar ....................................................................................................... 6 1.5 Recomendações diárias segundo as DRIs..............................................................6 1.6 Principais conseqüências ........................................................................................ 7 1.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................... 8 2. DEFICIÊNCIA DE TIAMINA...................................................................................9 2.1 Região de maior prevalência....................................................................................9 2.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos .............................................................. 9 2.3 Principais funções ................................................................................................... 9 2.4 Fonte alimentar ....................................................................................................... 9 2.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ............................................................. 9 2.6 Principais conseqüências.......................................................................................10 2.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................. 10 3. DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO .................................................................... 10 3.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 10 3.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos.............................................................11 3.3 Principais funções ................................................................................................. 11 3.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 11 3.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ........................................................... 11 3.6 Principais conseqüências ...................................................................................... 12 3.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência................................12 4. DEFICIÊNCIA DE IODO........................................................................................12 4.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 12 4.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos...............................................................12 4.3 Principais funções ................................................................................................. 12 4.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 13 4.5 Recomendações diárias segundo as DRIs..............................................................13 4.6 Principais conseqüências ........................................................................................ 13 4.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................. 13 5. DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA).....................................14 5.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 14 5.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos ............................................................ 14 5.3 Principais funções ................................................................................................. 14 5.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 14 5.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ........................................................... 15 5.6 Principais conseqüências ...................................................................................... 15 5.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência..............................16 6. DEFICIÊNCIA DE ZINCO......................................................................................16 6.1 Região de maior prevalência.................................................................................16 6.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos..............................................................16 6.3 Principais funções...................................................................................................17 6.4 Fonte alimentar.......................................................................................................17 6.5 Recomendações diárias segundo as DRIs.............................................................17 6.6 Principais conseqüências........................................................................................17 6.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência...............................17 REFERÊNCIAS.............................................................................................................18 6 1.Hipovitaminose A 1.1 Região de maior prevalência A informação sobre deficiência de vitamina A no Brasil é um problema de saúde pública e provém de inquéritos nutricionais em diversas regiões de São Paulo, Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri), e estados da Região Nordeste como Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia e também a região Norte como o Amazonas. (SCHIMTZ,2007) 1.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos O Brasil é um dos países mais afetados da região das Américas. Essa deficiência acomete principalmente as crianças da faixa etária pré-escolar (2 a 6 anos), gestantes e lactentes.(COZZOLINO,2013) 1.3 Principais funções Suas principais funções no organismo são: atuar no bom funcionamento do sistema visual, participar dos processos de defesa do organismo, atuar na diferenciação celular contribuindo para a redução da mortalidade e da morbidade por doenças infecciosas.(COZZOLINO, 2013) 1.4 Fonte alimentar A vitamina A pré-formada encontra-se no fígado, gema de ovo, leite e produtos lácteos. No leite humano, o conteúdo de vitamina A varia de 40 a 70 µg ER/100 ml, sendo esta a melhor fonte de vitamina para o lactente, nos carotenóides variam de 20 a 40 µg/100 ml e está presente em folhas de cor verde-escura (como o caruru), os frutos amarelo-alaranjados (como a manga e o mamão), as raízes de cor alaranjada (como a cenoura), tomate é importante fonte de licopeno, pigmento carotenóide com importante função antioxidante. óleos vegetais (dendê, pequi e pupunha). (COZZOLINO,2013) 1.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 7 Segue abaixo a tabela de recomendações atuais, que incluem dois valores de referência (RDA e UL): Categoria RDA UL Lactentes 0-6 meses 7-12 meses 400* 500* 600 600 Crianças 1-3 anos 4-8 anos 300 400600 900 Homens 9-13 anos 14-18 anos 600 900 1700 2800 Mulheres 9-13 anos 14-18 anos 600 700 1700 2800 Gestantes ≤ 18 anos 750 2800 Lactantes ≤ 18 anos 1200 2800 *AI (adequate intake) – quantidade estimada; RDA – quantidade recomendada; UL – limite máximo de ingestão Fonte: Institute of Medicine – Dietary Reference Intake, 2001 1.6 Principais conseqüências A deficiência crônica de vitamina A ainda é um dos mais resistentes problemas nutricionais e é responsável por uma série de problemas de saúde como à cegueira noturna, ressecamento da conjuntiva, ressecamento da córnea, lesão da córnea evoluindo até situações mais graves como xerofitalmia, perda da visão e interfere no metabolismo do ferro. (COZZOLINO, 2013) 8 A relação da deficiência de vitamina A com a mortalidade materna também vem sendo descrita, principalmente nas regiões menos desenvolvidas, considerando que a ingestão regular e adequada dessa vitamina ou de beta-caroteno, por mulheres em fase reprodutiva, pode diminuir marcadamente a mortalidade relacionada à gravidez, a anemia na gestação, quando combinada ao tratamento para verminose, e o percentual de cegueira noturna que mesmo sendo reconhecida há muitos anos, a cegueira noturna em gestantes disseminou-se em vários países no mundo e, somente nos últimos anos, passou a ser vista como problema de saúde pública.(COZZOLINO,2013) 1.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência A fortificação de alimentos com vitamina A constitui-se em uma intervenção a médio e a longo prazos, já tendo sido realizadas experiências com vários alimentos como o açúcar, o trigo, a farinha de milho e o arroz.(SCHMITZ,2007) No Brasil, por intermédio da Portaria nº 2160, de 29 de dezembro de 1994, do Ministério da Saúde, foi instituído o Programa de Combate à Deficiência de Vitamina A através de suplementação periódica da população de risco com doses à curto prazo, sendo essa uma das estratégias mais utilizadas para prevenir e controlar a Deficiência de Vitamina A. Segue abaixo a tabela com a dosagem de Suplementação de Vitamina A feita pelo Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A no Brasil: (SCHMITZ,2007) Esquema de fornecimento de suplementos de vitamina A para prevenir deficiência de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato, antes da alta hospitalar Período Dose Freqüência Crianças: 6-11 meses 100.000 UI Uma dose Crianças: 6-11 meses 200.000 UI Uma dose a cada 6 meses Puérpera no pós-parto imediato antes da alta hospitalar 200.000 UI Uma dose 9 2. Deficiência de tiamina 2.1 Região de maior prevalência No Brasil desde 2006, têm sido notificados casos de Beribéri nos estados do Maranhão e Tocantins e em 2008, foram identificados casos suspeitos de Beribéri em indígenas das etnias Ingaricó e Macuxi, no município de Uiramutã/Roraima, entre os anos de 2006 e 2015, foram confirmados 2.201 casos de Beribéri nos Estados do Maranhão, Roraima e Tocantins, tendo 48 óbito.(PADILHA,2011) 2.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos Para essa carência, os dados existentes referem-se à incidência de adultos jovens do sexo masculino, com capacidade de causar surtos e epidemias com o adoecimento e óbito em curto período de tempo.(PADILHA,2011) 2.3 Principais funções Conhecida também como tiamina, ela tem entre suas funções o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas e a estimulação de nervos periféricos agindo de forma essencial no sistema nervoso.(COZZOLINO,2013) 2.4 Fonte alimentar A vitamina B1 é encontrada numa variedade de fontes animais e vegetais como carnes, vísceras (especialmente o fígado, coração e rins), gema de ovo, leite e grãos integrais.(COZZOLINO,2013) 2.5 Recomendações diárias segundo as DRIs Segue abaixo tabela com doses diárias de Tiamina segundo as DRIs: Tiamina (mg/dia) Idade Mulher Homem 19 a 30 0,9 1,0 31 a 70 0,9 1,0 >70 0,9 1,0 10 2.6 Principais conseqüências A deficiência de Tiamina no organismo pode levar de dois a três meses para se manifestar à doença denominada beribéri, que afeta os sistemas nervoso provocando síndrome neurológica e cardiovascular, sendo uma doença que apesar de facilmente tratável, pode levar a óbito. Como a maioria das doenças nutricionais, grande parte dos surtos de beribéri associa-se a situações de insegurança alimentar e nutricional, que podem ser agravados com o consumo de bebidas alcoólicas e alimentação baseada em elevado teor de carboidratos simples e também a alguns grupos de risco específicos.(COZZOLINO,2013) 2.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência Desde 2011, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS) desenvolveu o Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de Beribéri, que foi lançado em 2012, com o objetivo de adoção das medidas de detecção, prevenção e controle da doença em tempo oportuno, orientando aos profissionais de saúde de toda a rede de atenção do SUS e de seu Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em especial àqueles que atuam na atenção básica, vigilância epidemiológica e que permanecem em contato direto com as populações sob risco, e destaca os aspectos relativos à vigilância epidemiológica, assistência e atenção nutricional do Beribéri. 3. DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO 3.1 Região de maior prevalência Tendo em vista que o ácido fólico é um nutriente de grande importância no desenvolvimento do feto a região mais afetada é o Nordeste do Brasil com alta prevalência devido a falta de nutrientes necessários na alimentação. (COZZOLINO,2013) 3.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos As pessoas em risco maior de desenvolver essas carências são as nutrizes, os adolescentes, as crianças menores de 5 anos de idade, crianças que não são 11 amamentadas adequadamente, idosos e doentes de modo geral e nas gestantes porque a falta desse micronutriente interfere diretamente no estado nutricional podendo causar nascimento de bebes com defeitos no tubo neural e anemia megaloblástica na mãe. (COZZOLINO,2013) 3.3 Principais funções O ácido fólico é importante para produção de ácido desoxirribonucléico (DNA) e ácido ribonucléico (RNA) e pertence ao complexo B e é essencial para uma gestação sadia e desenvolvimento normal do ser humano, com papel importante na construção e manutenção de novas células, e constituição de glóbulos vermelhos e brancos na medula óssea. (COZZOLINO,2013) 3.4 Fonte alimentar O ácido fólico esta presente nos seguintes alimentos: couve crua, rúcula crua, feijões, espinafre, tomate, brócolis. (COZZOLINO,2013) 3.5 Recomendações diárias segundo as DRIs A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a dose de 400µg (0,4mg), diariamente, por pelo menos 30 dias antes da concepção até o primeiro trimestre de gestação para prevenir os defeitos do tubo neural e durante toda a gestação para prevenção da anemia, e para as mulheres com antecedentes de malformações congênitas recomenda a dose de 5 mg/dia a fim de reduzir o risco de recorrência de malformação. Valores de referência das recomendações diárias (DRIs) de folato para crianças de 1 a 8 anos Idade EAR RDA UL 1 a 3 anos 120 µg 150 µg 300 µg 4 a 8 anos 160 µg 200 µg 400 µg 12 3.6 Principais conseqüências A deficiência de ácido fólico provoca defeitos abertos do tubo neural, diminuição do crescimento, anemia megaloblástica e outros distúrbios sanguíneos, glossites e distúrbios no trato gastrointestinal.(COZZOLINO,2013) 3.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência Considerando essas evidências, o Ministério da Saúde junto com a Resolução ANVISA RDC n.º 344, de 13 de dezembro de 2002 vem desenvolvendo estratégias para o controle e a prevenção destas deficiênciasnutricionais, com a implantação da fortificação de alimentos como as farinhas de trigo e milho ácido fólico devendo conter no rótulo a informação de “fortificada com ferro e ácido fólico”onde cada 100g do produto deve fornecer 4,2 mg de ferro, que representa 30% da ingestão diária recomendada (IDR) de adulto (14mg) e 150mcg de ácido fólico, o que representa 37% da IDR de adulto (400mcg). (UEHARA,2010) 4. DEFICIÊNCIA DE IODO 4.1 Região de maior prevalência A deficiência de Iodo acontece principalmente nas regiões montanhosas ou sujeitas a freqüentes inundações, que retiram o iodo do solo, prejudicando, dessa forma,a adequada ingestão desse mineral por parte da população. (SCHMITZ,2007) 4.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos É considerado grupos de ricos gestantes porque a deficiência de iodo durante a gestação está associada a uma série de riscos ao feto e ao bebê, crianças porque estacarência pode contribuir para o aumento na mortalidade infantil, além das situações de hipotireoidismo, bócio, retardo do desenvolvimento e do crescimento físico, adultos: nesta fase, os indivíduos podem apresentar bócio e suas complicações, como a compressão da traquéia, problemas na respiração e na deglutição, além de dor local.(SCHMITZ,2007) 4.3 Principais funções Sua importância é necessário para a síntese de hormônios tireoidianos que irão regular as funções do organismo adequado funcionamento da glândula tireóide, sua deficiência pode levar ao bócio. (COZZOLINO,2013) 13 4.4 Fonte alimentar Todas as fontes alimentares de iodo como vegetal e animal varia muito, sendo proporcional ao seu conteúdo no solo e na água da região as fontes de origem animal do iodo são os peixes como sardinhas, atum, ostras e moluscos. (COZZOLINO,2013) 4.5 Recomendações diárias segundo as DRIs Segue abaixo tabela com recomendação de iodo (VIEIRA,2008) Idade Quantidade 1 a 12 anos 50µg 2 a 6 anos 90µg 7 a 12 anos 120µg A partir de 12 anos, adolescente e crianças 150µg Gestantes e lactentes 200µg 4.6 Principais conseqüências Deficiência de Iodo pode causar retardo mental e danos cerebrais no mundo,sendo responsável pela redução do crescimento e do desenvolvimento infantil, trazendo sérias conseqüências às crianças, tais como: baixa estatura, apatia, atraso no desenvolvimento cerebral, prejuízos à capacidade motora, à fala e à audição, entre outros, nas gestantes a deficiência de iodo está associada a uma série de riscos ao feto como abortos, natimortos, anomalias congênitas levando a danos cerebrais irreversíveis na criança por isso a importância da função tireoidiana adequada na mãe para a sobrevivência e o desenvolvimento satisfatório do feto.(SCHMITZ,2007) Já em adultos podem apresentar bócio e suas complicações, como a compressão da traquéia, problemas na respiração e na deglutição, além de dor local. Alguns sintomas de hipotireoidismo, como lentidão de movimentos, fadiga, letargia, cansaço excessivo e capacidade mental diminuída podem ser encontrados. (COZZOLINO,2013) 4.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência A deficiência de iodo por ser considerada um problema de Saúde Publica no Brasil, várias ações vêm sendo desenvolvidas para controlar desde 1953 quando foi 14 promulgada a Lei nº 1.944, que determinava obrigatória a iodação do sal para consumo humano nas áreas de bócio endêmico, em maio de 2003 passa vigorar a Resolução Sanitária RDC nº 130, que diminuiu os teores para 20 a 60 miligramas de iodo por quilograma de sal, hoje tem o Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo que é coordenado pelo Ministério da Saúde, estimulando ao consumo do sal iodado como estratégia de prevenção e controle. (SCHMITZ,2007) 5. DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA) 5.1 Região de maior prevalência Visto que o ferro é um mineral de grande importância e sua deficiência causa anemia varias regiões do Brasil tem sido atingida como a nordeste, norte e sul, vários fatores estão incluídos como a mal alimentação.(PINTO,2008) 5.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos O fero é um mineral muito importante no organismo e sua deficiência causa problemas de saúde como anemia ferropriva e são atingidos com mais freqüência crianças especialmente em idade pré-escolar, adolescentes e mulheres grávidas.(PINTO, 2008) 5.3 Principais funções O ferro é um nutriente fundamental para todo o organismo, pois participa de processos vitais, como no transporte de O2 do pulmão aos tecidos, na reserva muscular de oxigênio, nos sistemas que intervêm no metabolismo energético, na síntese de proteínas dos ácidos nucléicos e das mitoses celulares.(RODRIGUES, 2011) 5.4 Fonte alimentar O ferro disponível nos alimentos é encontrado em duas formas: ferro heme, advindo da das carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus e ferro não-heme, advindo de produtos vegetais como agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as 15 leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais. (COZZOLINO,2013) 5.5 Recomendações diárias segundo as DRIs Segue abaixo a tabela com a recomendações de ferro. 5.6 Principais conseqüências As principais consequências da deficiência de ferro são anemia, deficiência cognitiva e de desempenho físico e aumento das mortalidades materna e infantil. Essa carência está associada a prejuízos no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, 16 comprometendo a capacidade de aprendizagem, além da diminuição da imunidade celular, que resulta em menor resistência às infecções. (RODRIGUES,2011) 5.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência Em agosto de 2001, o Ministério da Saúde decidiu tornar obrigatório a fortificação com ferro de todas as farinhas de trigo e milho disponíveis para a venda no mercado brasileiro, com valor correspondente a 30% da IDR de ferro, representando 4,2 mg de ferro em 100 g de farinha. (SCHMITZ,2007) E também criou o Programa Nacional de Suplementação de Ferro propõe à adição preventiva para todas as crianças de 6 a 18 meses com ferro; grávidas a partir da 20ª semana de gestação com ferro e ácido fólico e mulheres até o terceiro mês após 20 o parto e pós aborto com ferro; como regra, crianças devem ser suplementadas continuamente de 6 a 18 meses, porém, se a criança não estiver em aleitamento materno exclusivo, a suplementação poderá ocorrer dos 4 aos 18 meses de vida. Nos casos em que a suplementação seja introduzida tardiamente, especificamente a partir dos 12 meses, é aconselhado que a criança perdure no programa por um semestre. (SCHMITZ,2007) 6. DEFICIÊNCIA DE ZINCO 6.1 Região de maior prevalência A deficiência de zinco é considerada um problema nutricional mundial, porque o zinco é um mineral que não é produzido pelo organismo humano, então precisa ser adquirido através da alimentação, então as regiões mais pobres do país passa ser afetadas com essa deficiência devido a qualidade da alimentação, como as regiões norte e nordeste. (MAFRA,2014) 6.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos Os grupos de maior risco para a deficiência de zinco são as crianças, idosos, mulheres grávidas, vegetarianos, pessoas com dieta para emagrecimento, alguns grupos de atletas, pessoas hospitalizadas e institucionalizadas, indivíduos com doenças crônicas inflamatórias. ( CESAR,2005) 17 6.3 Principais funções O zinco é um mineral essencial que atua em diversas funções do organismo pelo fato de ser cofator de enzimas e proteínas, como a anidrase carbônica, a fosfatase alcalina, as carboxipeptidases, a álcool desidrogenase, a superóxido dismutase, a proteína C quinase, a ácido ribonucléico polimerase e a transcriptase reversa, sendo assim é indispensávelem atividades do sistema imune, prevenção de formação de radicais livres, crescimento estatura, desenvolvimento sexual e cognitivo e síntese de DNA.(COZZOLINO,2013) 6.4 Fonte alimentar As principais fontes de zinco são os produtos de origem animal como ostras, fígado, carne de boi, carnes escuras de aves, carne de vitela, caranguejo e ovos. Os cereais integrais têm um alto conteúdo de zinco, mas a presença de fatores antinutricionais diminui a biodisponibilidade dessas fontes, enquanto os cereais refinados apresentam teores muito baixos de zinco. (COZZOLINO,2013) 6.5 Recomendações diárias segundo as DRIs A recomendação deste nutriente para a população sadia é de 8mg/dia para mulheres e 11mg/dia para homens e em algumas fases da vida, as necessidades deste mineral estão aumentadas, como na gestação, infância e puberdade.(MAFRA,2004) 6.6 Principais conseqüências Os sinais e sintomas clínicos da deficiência de Zn incluem, diminuição do apetite e paladar (hipogeusia), diminuição das funções cognitivas, acrodermatite enteropática (alopecia, diarreia e lesões na pele), deficiências no sistema imune e diminui a concentração do hormônio de crescimento. (COZZOLINO,2013) 6.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência No tratamento da carência recomenda a dose de zinco elementar, 1-2mg/kg/dia por via oral e correção dietética adequada e na diarréia aguda se prescreve 20mg/diapara crianças acima de seis meses de idade e metade da dose para aquelas abaixo dessa idade. (COZZOLINO,2013) 18 REFERÊNCIAS CESAR, Thais Borges; WADA, Silvia Regina; BORGES, Renata Gracioso. Zinco plasmático e estado nutricional em idosos. Rev. Nutr., Campinas , v. 18, n. 3, p. 357- 365, June 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext &pid=S1415-52732005000300008&lng=en&nrm=iso>. access on 06 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/S1415-52732005000300008. COZZOLINO, Silvia Francisco; COMINETTI, Cristiane. Bases bioquímicas da nutrição. Barueri,SP: Manole,2013. Acesso em 05 de abril de 2020. MAFRA, Denise; COZZOLINO, Sílvia Maria Franciscato. Importância do zinco na nutrição humana. Rev. Nutr., Campinas , v. 17, n. 1, p. 79-87, Mar. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S1415- 52732004000100009&lng=en&nrm=iso>. Access on 06 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000100009. PADILHA, Estela Maura et al . Perfil epidemiológico do beribéri notificado de 2006 a 2008 no Estado do Maranhão, Brasil. Cad. 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