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TRABALHO DO ESTÁGIO CARÊNCIAS NUTRICIONAIS (3)-convertido

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
LIGIA MARCIA DA SILVA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2020 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
LIGIA MARCIA DA SILVA ROCHA 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCIPAIS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NO BRASIL 
 
 
Trabalho de Estágio Supervisionado 
em Saúde Publica do Curso de 
Nutrição da Universidade Paulista - 
UNIP 
Orientadora: Prof.ª Patrícia Villela 
 
 
 
 
RIBEIRÃO PRETO 
2020
SUMÁRIO 
1.HIPOVITAMINOSE A ............................................................................................... 6 
1.1 Região de maior prevalência ................................................................................. 6 
1.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos .............................................................. 6 
1.3 Principais funções ................................................................................................... 6 
1.4 Fonte alimentar ....................................................................................................... 6 
1.5 Recomendações diárias segundo as DRIs..............................................................6 
1.6 Principais conseqüências ........................................................................................ 7 
1.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................... 8 
2. DEFICIÊNCIA DE TIAMINA...................................................................................9 
2.1 Região de maior prevalência....................................................................................9 
2.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos .............................................................. 9 
2.3 Principais funções ................................................................................................... 9 
2.4 Fonte alimentar ....................................................................................................... 9 
2.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ............................................................. 9 
2.6 Principais conseqüências.......................................................................................10 
2.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................. 10 
3. DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO .................................................................... 10 
3.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 10 
3.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos.............................................................11 
3.3 Principais funções ................................................................................................. 11 
3.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 11 
3.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ........................................................... 11 
3.6 Principais conseqüências ...................................................................................... 12 
3.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência................................12 
4. DEFICIÊNCIA DE IODO........................................................................................12 
4.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 12 
4.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos...............................................................12 
4.3 Principais funções ................................................................................................. 12 
4.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 13 
4.5 Recomendações diárias segundo as DRIs..............................................................13 
4.6 Principais conseqüências ........................................................................................ 13 
4.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência ............................. 13 
5. DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA).....................................14 
5.1 Região de maior prevalência ............................................................................... 14 
5.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos ............................................................ 14 
5.3 Principais funções ................................................................................................. 14 
5.4 Fonte alimentar ..................................................................................................... 14 
5.5 Recomendações diárias segundo as DRIs ........................................................... 15 
5.6 Principais conseqüências ...................................................................................... 15 
5.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência..............................16 
6. DEFICIÊNCIA DE ZINCO......................................................................................16 
6.1 Região de maior prevalência.................................................................................16 
6.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos..............................................................16 
6.3 Principais funções...................................................................................................17 
6.4 Fonte alimentar.......................................................................................................17 
6.5 Recomendações diárias segundo as DRIs.............................................................17 
6.6 Principais conseqüências........................................................................................17 
6.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência...............................17 
REFERÊNCIAS.............................................................................................................18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
1.Hipovitaminose A 
1.1 Região de maior prevalência 
 A informação sobre deficiência de vitamina A no Brasil é um problema de 
saúde pública e provém de inquéritos nutricionais em diversas regiões de São Paulo, 
Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri), e estados da Região Nordeste 
como Pernambuco, Paraíba, Ceará, Bahia e também a região Norte como o Amazonas. 
(SCHIMTZ,2007) 
1.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 O Brasil é um dos países mais afetados da região das Américas. Essa deficiência 
acomete principalmente as crianças da faixa etária pré-escolar (2 a 6 anos), gestantes e 
lactentes.(COZZOLINO,2013) 
1.3 Principais funções 
 Suas principais funções no organismo são: atuar no bom funcionamento do 
sistema visual, participar dos processos de defesa do organismo, atuar na diferenciação 
celular contribuindo para a redução da mortalidade e da morbidade por doenças 
infecciosas.(COZZOLINO, 2013) 
1.4 Fonte alimentar 
 A vitamina A pré-formada encontra-se no fígado, gema de ovo, leite e produtos 
lácteos. No leite humano, o conteúdo de vitamina A varia de 40 a 70 µg ER/100 ml, 
sendo esta a melhor fonte de vitamina para o lactente, nos carotenóides variam de 20 a 
40 µg/100 ml e está presente em folhas de cor verde-escura (como o caruru), os frutos 
amarelo-alaranjados (como a manga e o mamão), as raízes de cor alaranjada (como a 
cenoura), tomate é importante fonte de licopeno, pigmento carotenóide com importante 
função antioxidante. óleos vegetais (dendê, pequi e pupunha). (COZZOLINO,2013) 
1.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
7 
 
 Segue abaixo a tabela de recomendações atuais, que incluem dois valores de 
referência (RDA e UL): 
Categoria RDA UL 
Lactentes 
0-6 meses 
7-12 meses 
 
400* 
500* 
 
600 
600 
Crianças 
1-3 anos 
4-8 anos 
 
300 
400600 
900 
Homens 
9-13 anos 
14-18 anos 
 
600 
900 
 
1700 
2800 
Mulheres 
9-13 anos 
14-18 anos 
 
600 
700 
 
1700 
2800 
Gestantes 
≤ 18 anos 
 
750 
 
2800 
Lactantes 
≤ 18 anos 
 
1200 
 
2800 
*AI (adequate intake) – quantidade estimada; RDA – quantidade recomendada; UL – 
limite máximo de ingestão 
Fonte: Institute of Medicine – Dietary Reference Intake, 2001 
1.6 Principais conseqüências 
 A deficiência crônica de vitamina A ainda é um dos mais resistentes problemas 
nutricionais e é responsável por uma série de problemas de saúde como à cegueira 
noturna, ressecamento da conjuntiva, ressecamento da córnea, lesão da córnea 
evoluindo até situações mais graves como xerofitalmia, perda da visão e interfere no 
metabolismo do ferro. (COZZOLINO, 2013) 
8 
 
 A relação da deficiência de vitamina A com a mortalidade materna também vem 
sendo descrita, principalmente nas regiões menos desenvolvidas, considerando que a 
ingestão regular e adequada dessa vitamina ou de beta-caroteno, por mulheres em fase 
reprodutiva, pode diminuir marcadamente a mortalidade relacionada à gravidez, a 
anemia na gestação, quando combinada ao tratamento para verminose, e o percentual de 
cegueira noturna que mesmo sendo reconhecida há muitos anos, a cegueira noturna em 
gestantes disseminou-se em vários países no mundo e, somente nos últimos anos, 
passou a ser vista como problema de saúde pública.(COZZOLINO,2013) 
1.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 A fortificação de alimentos com vitamina A constitui-se em uma intervenção a 
médio e a longo prazos, já tendo sido realizadas experiências com vários alimentos 
como o açúcar, o trigo, a farinha de milho e o arroz.(SCHMITZ,2007) 
 No Brasil, por intermédio da Portaria nº 2160, de 29 de dezembro de 1994, do 
Ministério da Saúde, foi instituído o Programa de Combate à Deficiência de Vitamina A 
através de suplementação periódica da população de risco com doses à curto prazo, 
sendo essa uma das estratégias mais utilizadas para prevenir e controlar a Deficiência de 
Vitamina A. Segue abaixo a tabela com a dosagem de Suplementação de Vitamina A 
feita pelo Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A no Brasil: 
(SCHMITZ,2007) 
Esquema de fornecimento de suplementos de vitamina A para prevenir deficiência 
de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto 
imediato, antes da alta hospitalar 
Período Dose Freqüência 
Crianças: 6-11 meses 100.000 UI Uma dose 
Crianças: 6-11 meses 200.000 UI Uma dose a cada 6 meses 
Puérpera no pós-parto 
imediato antes da alta 
hospitalar 
200.000 UI Uma dose 
 
9 
 
2. Deficiência de tiamina 
2.1 Região de maior prevalência 
 No Brasil desde 2006, têm sido notificados casos de Beribéri nos estados do 
Maranhão e Tocantins e em 2008, foram identificados casos suspeitos de Beribéri em 
indígenas das etnias Ingaricó e Macuxi, no município de Uiramutã/Roraima, entre os 
anos de 2006 e 2015, foram confirmados 2.201 casos de Beribéri nos Estados do 
Maranhão, Roraima e Tocantins, tendo 48 óbito.(PADILHA,2011) 
2.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 Para essa carência, os dados existentes referem-se à incidência de adultos jovens 
do sexo masculino, com capacidade de causar surtos e epidemias com o adoecimento e 
óbito em curto período de tempo.(PADILHA,2011) 
2.3 Principais funções 
 Conhecida também como tiamina, ela tem entre suas funções o metabolismo dos 
carboidratos, lipídios e proteínas e a estimulação de nervos periféricos agindo de forma 
essencial no sistema nervoso.(COZZOLINO,2013) 
2.4 Fonte alimentar 
 A vitamina B1 é encontrada numa variedade de fontes animais e vegetais como 
carnes, vísceras (especialmente o fígado, coração e rins), gema de ovo, leite e grãos 
integrais.(COZZOLINO,2013) 
2.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
 Segue abaixo tabela com doses diárias de Tiamina segundo as DRIs: 
Tiamina (mg/dia) 
Idade Mulher Homem 
19 a 30 0,9 1,0 
31 a 70 0,9 1,0 
>70 0,9 1,0 
10 
 
2.6 Principais conseqüências 
 A deficiência de Tiamina no organismo pode levar de dois a três meses para se 
manifestar à doença denominada beribéri, que afeta os sistemas nervoso provocando 
síndrome neurológica e cardiovascular, sendo uma doença que apesar de facilmente 
tratável, pode levar a óbito. Como a maioria das doenças nutricionais, grande parte dos 
surtos de beribéri associa-se a situações de insegurança alimentar e nutricional, que 
podem ser agravados com o consumo de bebidas alcoólicas e alimentação baseada em 
elevado teor de carboidratos simples e também a alguns grupos de risco 
específicos.(COZZOLINO,2013) 
2.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 Desde 2011, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição 
(CGAN/DAB/SAS) desenvolveu o Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, 
Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de Beribéri, que foi lançado em 2012, com 
o objetivo de adoção das medidas de detecção, prevenção e controle da doença em 
tempo oportuno, orientando aos profissionais de saúde de toda a rede de atenção do 
SUS e de seu Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em especial àqueles que atuam 
na atenção básica, vigilância epidemiológica e que permanecem em contato direto com 
as populações sob risco, e destaca os aspectos relativos à vigilância epidemiológica, 
assistência e atenção nutricional do Beribéri. 
3. DEFICIÊNCIA DE ÁCIDO FÓLICO 
3.1 Região de maior prevalência 
 Tendo em vista que o ácido fólico é um nutriente de grande importância no 
desenvolvimento do feto a região mais afetada é o Nordeste do Brasil com alta 
prevalência devido a falta de nutrientes necessários na alimentação. 
(COZZOLINO,2013) 
3.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 As pessoas em risco maior de desenvolver essas carências são as nutrizes, os 
adolescentes, as crianças menores de 5 anos de idade, crianças que não são 
11 
 
amamentadas adequadamente, idosos e doentes de modo geral e nas gestantes porque a 
falta desse micronutriente interfere diretamente no estado nutricional podendo causar 
nascimento de bebes com defeitos no tubo neural e anemia megaloblástica na mãe. 
(COZZOLINO,2013) 
3.3 Principais funções 
 O ácido fólico é importante para produção de ácido desoxirribonucléico (DNA) 
e ácido ribonucléico (RNA) e pertence ao complexo B e é essencial para uma gestação 
sadia e desenvolvimento normal do ser humano, com papel importante na construção e 
manutenção de novas células, e constituição de glóbulos vermelhos e brancos na medula 
óssea. (COZZOLINO,2013) 
3.4 Fonte alimentar 
 O ácido fólico esta presente nos seguintes alimentos: couve crua, rúcula crua, 
feijões, espinafre, tomate, brócolis. (COZZOLINO,2013) 
3.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
 A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a dose de 400µg 
(0,4mg), diariamente, por pelo menos 30 dias antes da concepção até o primeiro 
trimestre de gestação para prevenir os defeitos do tubo neural e durante toda a gestação 
para prevenção da anemia, e para as mulheres com antecedentes de malformações 
congênitas recomenda a dose de 5 mg/dia a fim de reduzir o risco de recorrência de 
malformação. 
Valores de referência das recomendações diárias (DRIs) de folato para crianças de 
1 a 8 anos 
Idade EAR RDA UL 
1 a 3 anos 120 µg 150 µg 300 µg 
4 a 8 anos 160 µg 200 µg 400 µg 
12 
 
3.6 Principais conseqüências 
 A deficiência de ácido fólico provoca defeitos abertos do tubo neural, 
diminuição do crescimento, anemia megaloblástica e outros distúrbios sanguíneos, 
glossites e distúrbios no trato gastrointestinal.(COZZOLINO,2013) 
3.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 Considerando essas evidências, o Ministério da Saúde junto com a Resolução 
ANVISA RDC n.º 344, de 13 de dezembro de 2002 vem desenvolvendo estratégias para 
o controle e a prevenção destas deficiênciasnutricionais, com a implantação da 
fortificação de alimentos como as farinhas de trigo e milho ácido fólico devendo conter 
no rótulo a informação de “fortificada com ferro e ácido fólico”onde cada 100g do 
produto deve fornecer 4,2 mg de ferro, que representa 30% da ingestão diária 
recomendada (IDR) de adulto (14mg) e 150mcg de ácido fólico, o que representa 37% 
da IDR de adulto (400mcg). (UEHARA,2010) 
4. DEFICIÊNCIA DE IODO 
4.1 Região de maior prevalência 
 A deficiência de Iodo acontece principalmente nas regiões montanhosas ou 
sujeitas a freqüentes inundações, que retiram o iodo do solo, prejudicando, dessa 
forma,a adequada ingestão desse mineral por parte da população. (SCHMITZ,2007) 
4.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 É considerado grupos de ricos gestantes porque a deficiência de iodo durante a 
gestação está associada a uma série de riscos ao feto e ao bebê, crianças porque 
estacarência pode contribuir para o aumento na mortalidade infantil, além das situações 
de hipotireoidismo, bócio, retardo do desenvolvimento e do crescimento físico, adultos: 
nesta fase, os indivíduos podem apresentar bócio e suas complicações, como a 
compressão da traquéia, problemas na respiração e na deglutição, além de dor 
local.(SCHMITZ,2007) 
4.3 Principais funções 
 Sua importância é necessário para a síntese de hormônios tireoidianos que irão 
regular as funções do organismo adequado funcionamento da glândula tireóide, sua 
deficiência pode levar ao bócio. (COZZOLINO,2013) 
13 
 
4.4 Fonte alimentar 
 Todas as fontes alimentares de iodo como vegetal e animal varia muito, sendo 
proporcional ao seu conteúdo no solo e na água da região as fontes de origem animal do 
iodo são os peixes como sardinhas, atum, ostras e moluscos. (COZZOLINO,2013) 
 
4.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
 Segue abaixo tabela com recomendação de iodo (VIEIRA,2008) 
Idade Quantidade 
1 a 12 anos 50µg 
2 a 6 anos 90µg 
7 a 12 anos 120µg 
A partir de 12 anos, adolescente e 
crianças 
150µg 
Gestantes e lactentes 200µg 
4.6 Principais conseqüências 
 Deficiência de Iodo pode causar retardo mental e danos cerebrais no 
mundo,sendo responsável pela redução do crescimento e do desenvolvimento infantil, 
trazendo sérias conseqüências às crianças, tais como: baixa estatura, apatia, atraso no 
desenvolvimento cerebral, prejuízos à capacidade motora, à fala e à audição, entre 
outros, nas gestantes a deficiência de iodo está associada a uma série de riscos ao feto 
como abortos, natimortos, anomalias congênitas levando a danos cerebrais irreversíveis 
na criança por isso a importância da função tireoidiana adequada na mãe para a 
sobrevivência e o desenvolvimento satisfatório do feto.(SCHMITZ,2007) 
 Já em adultos podem apresentar bócio e suas complicações, como a compressão 
da traquéia, problemas na respiração e na deglutição, além de dor local. Alguns 
sintomas de hipotireoidismo, como lentidão de movimentos, fadiga, letargia, cansaço 
excessivo e capacidade mental diminuída podem ser encontrados. (COZZOLINO,2013) 
4.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 A deficiência de iodo por ser considerada um problema de Saúde Publica no 
Brasil, várias ações vêm sendo desenvolvidas para controlar desde 1953 quando foi 
14 
 
promulgada a Lei nº 1.944, que determinava obrigatória a iodação do sal para consumo 
humano nas áreas de bócio endêmico, em maio de 2003 passa vigorar a Resolução 
Sanitária RDC nº 130, que diminuiu os teores para 20 a 60 miligramas de iodo por 
quilograma de sal, hoje tem o Programa Nacional para Prevenção e Controle dos 
Distúrbios por Deficiência de Iodo que é coordenado pelo Ministério da Saúde, 
estimulando ao consumo do sal iodado como estratégia de prevenção e controle. 
(SCHMITZ,2007) 
 
5. DEFICIÊNCIA DE FERRO (ANEMIA FERROPRIVA) 
5.1 Região de maior prevalência 
 Visto que o ferro é um mineral de grande importância e sua deficiência causa 
anemia varias regiões do Brasil tem sido atingida como a nordeste, norte e sul, vários 
fatores estão incluídos como a mal alimentação.(PINTO,2008) 
5.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 O fero é um mineral muito importante no organismo e sua deficiência causa 
problemas de saúde como anemia ferropriva e são atingidos com mais freqüência 
crianças especialmente em idade pré-escolar, adolescentes e mulheres 
grávidas.(PINTO, 2008) 
5.3 Principais funções 
 O ferro é um nutriente fundamental para todo o organismo, pois participa de 
processos vitais, como no transporte de O2 do pulmão aos tecidos, na reserva muscular 
de oxigênio, nos sistemas que intervêm no metabolismo energético, na síntese de 
proteínas dos ácidos nucléicos e das mitoses celulares.(RODRIGUES, 2011) 
5.4 Fonte alimentar 
 O ferro disponível nos alimentos é encontrado em duas formas: ferro heme, 
advindo da das carnes vermelhas, principalmente fígado de qualquer animal e outras 
vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus e ferro 
não-heme, advindo de produtos vegetais como agrião, couve, cheiro-verde, taioba; as 
15 
 
leguminosas (feijões, fava, grão-de-bico, ervilha, lentilha); grãos integrais. 
(COZZOLINO,2013) 
5.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
 Segue abaixo a tabela com a recomendações de ferro. 
 
5.6 Principais conseqüências 
 As principais consequências da deficiência de ferro são anemia, deficiência 
cognitiva e de desempenho físico e aumento das mortalidades materna e infantil. Essa 
carência está associada a prejuízos no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças, 
16 
 
comprometendo a capacidade de aprendizagem, além da diminuição da imunidade 
celular, que resulta em menor resistência às infecções. (RODRIGUES,2011) 
 
5.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 Em agosto de 2001, o Ministério da Saúde decidiu tornar obrigatório a 
fortificação com ferro de todas as farinhas de trigo e milho disponíveis para a venda no 
mercado brasileiro, com valor correspondente a 30% da IDR de ferro, representando 4,2 
mg de ferro em 100 g de farinha. (SCHMITZ,2007) 
 E também criou o Programa Nacional de Suplementação de Ferro propõe à 
adição preventiva para todas as crianças de 6 a 18 meses com ferro; grávidas a partir da 
20ª semana de gestação com ferro e ácido fólico e mulheres até o terceiro mês após 20 o 
parto e pós aborto com ferro; como regra, crianças devem ser suplementadas 
continuamente de 6 a 18 meses, porém, se a criança não estiver em aleitamento materno 
exclusivo, a suplementação poderá ocorrer dos 4 aos 18 meses de vida. Nos casos em 
que a suplementação seja introduzida tardiamente, especificamente a partir dos 12 
meses, é aconselhado que a criança perdure no programa por um semestre. 
(SCHMITZ,2007) 
 
6. DEFICIÊNCIA DE ZINCO 
 
6.1 Região de maior prevalência 
 A deficiência de zinco é considerada um problema nutricional mundial, porque 
o zinco é um mineral que não é produzido pelo organismo humano, então precisa ser 
adquirido através da alimentação, então as regiões mais pobres do país passa ser 
afetadas com essa deficiência devido a qualidade da alimentação, como as regiões norte 
e nordeste. (MAFRA,2014) 
 
6.2 Gênero e faixas etárias mais acometidos 
 Os grupos de maior risco para a deficiência de zinco são as crianças, idosos, 
mulheres grávidas, vegetarianos, pessoas com dieta para emagrecimento, alguns grupos 
de atletas, pessoas hospitalizadas e institucionalizadas, indivíduos com doenças crônicas 
inflamatórias. ( CESAR,2005) 
17 
 
6.3 Principais funções 
 O zinco é um mineral essencial que atua em diversas funções do organismo pelo 
fato de ser cofator de enzimas e proteínas, como a anidrase carbônica, a fosfatase 
alcalina, as carboxipeptidases, a álcool desidrogenase, a superóxido dismutase, a 
proteína C quinase, a ácido ribonucléico polimerase e a transcriptase reversa, sendo 
assim é indispensávelem atividades do sistema imune, prevenção de formação de 
radicais livres, crescimento estatura, desenvolvimento sexual e cognitivo e síntese de 
DNA.(COZZOLINO,2013) 
 
6.4 Fonte alimentar 
 As principais fontes de zinco são os produtos de origem animal como ostras, 
fígado, carne de boi, carnes escuras de aves, carne de vitela, caranguejo e ovos. Os 
cereais integrais têm um alto conteúdo de zinco, mas a presença de fatores 
antinutricionais diminui a biodisponibilidade dessas fontes, enquanto os cereais 
refinados apresentam teores muito baixos de zinco. (COZZOLINO,2013) 
 
6.5 Recomendações diárias segundo as DRIs 
 A recomendação deste nutriente para a população sadia é de 8mg/dia para 
mulheres e 11mg/dia para homens e em algumas fases da vida, as necessidades deste 
mineral estão aumentadas, como na gestação, infância e puberdade.(MAFRA,2004) 
 
6.6 Principais conseqüências 
 Os sinais e sintomas clínicos da deficiência de Zn incluem, diminuição do 
apetite e paladar (hipogeusia), diminuição das funções cognitivas, acrodermatite 
enteropática (alopecia, diarreia e lesões na pele), deficiências no sistema imune e 
diminui a concentração do hormônio de crescimento. (COZZOLINO,2013) 
 
6.7 Medidas tomadas pelo governo em relação a essa carência 
 No tratamento da carência recomenda a dose de zinco elementar, 1-2mg/kg/dia 
por via oral e correção dietética adequada e na diarréia aguda se prescreve 20mg/diapara 
crianças acima de seis meses de idade e metade da dose para aquelas abaixo dessa 
idade. (COZZOLINO,2013) 
18 
 
REFERÊNCIAS 
CESAR, Thais Borges; WADA, Silvia Regina; BORGES, Renata Gracioso. Zinco 
plasmático e estado nutricional em idosos. Rev. Nutr., Campinas , v. 18, n. 3, p. 357-
365, June 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext 
&pid=S1415-52732005000300008&lng=en&nrm=iso>. access on 06 Apr. 2020. 
https://doi.org/10.1590/S1415-52732005000300008. 
 
COZZOLINO, Silvia Francisco; COMINETTI, Cristiane. Bases bioquímicas da 
nutrição. Barueri,SP: Manole,2013. Acesso em 05 de abril de 2020. 
 
MAFRA, Denise; COZZOLINO, Sílvia Maria Franciscato. Importância do zinco na 
nutrição humana. Rev. Nutr., Campinas , v. 17, n. 1, p. 79-87, Mar. 2004 
. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S1415-
52732004000100009&lng=en&nrm=iso>. Access on 06 Apr. 
2020. https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000100009. 
 
PADILHA, Estela Maura et al . Perfil epidemiológico do beribéri notificado de 2006 a 
2008 no Estado do Maranhão, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 27, n. 
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