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Livro- Texto - Unidade I

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Autores: Prof. Rogério Carlos Traballi
 Profa. Ivete Maria Soares Ramirez
 Profa. Regina Marques Leite
 Prof. Alexandre Saramelli
Colaboradora: Profa. Rachel Niza
Gestão e Planejamento de 
Propriedades Rurais
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Professores conteudistas
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
G393 Traballi, Rogério Carlos.
Gestão e planejamento de propriedades rurais. / Rogério Carlos 
Traballi, Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez, Regina Marques Leite, 
Alexandre Saramelli, – São Paulo: Editora Sol, 2015.
152 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXI, n. 2-049/15, ISSN 1517-9230.
1. Planejamento. 2. Propriedades rurais. 3. Faces do campo. I. 
Ramirez, Ivete Maria Soares Ramirez. II. Leite, Regina Marques. III. 
Alexandre Saramelli. IV. Título. 
CDU 342.123.5 
Rogério Carlos Traballi
Doutor em Agronomia (Unesp/F.C.A. – 2008) e mestre em 
Engenharia de Produção (2003). Possui pós-graduação lato sensu em 
Sistemas de Informação (2000) e Gramática da Língua Inlgesa (2002) 
e é graduado em Administração de Empresas pela Universidade 
Mackenzie (1990). Na Universidade Paulista (UNIP), é coordenador 
geral do curso de Agronegócio e professor. Além disso, é professor 
convidado em cursos de pós-graduação. Possui trabalhos publicados 
em amostragem de solo, engenharia de produção e aplicações com 
os softwares estatísticos e de mercado financeiro.
Ivete Maria Soares Ramirez
Cursou bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais e 
Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). É pós-graduada 
em Jornalismo Científico pelo Laboratório de Estudos Avançados de 
Jornalismo Científico da Universidade de Campinas (Labjor/Unicamp). 
Além disso, é mestranda em Educação e cursou as disciplinas 
Qualidade de Vida em Sociedades Complexas, Sustentabilidade e 
Políticas Públicas, Desenvolvimento, Meio Ambiente e Mudanças 
Ambientais Globais em nível de pós-graduação stricto senso no 
Nepam/Unicamp como aluna especial do programa de doutorado.
É autora de material didático do Ensino Médio e professora de 
Geografia do curso pré-vestibular e do Ensino Médio do Sistema de 
Ensino Objetivo. Escreveu o livro Tiwanaku: um Olhar sobre os Andes, 
editado pela Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP como 
proposta de mestrado. Atualmente, realiza trabalho de assessoria de 
coordenação do Ensino Médio no Departamento de Programação 
Geral (DPG) do Colégio Objetivo em São Paulo e em outros estados do 
Brasil. Participa de aulas online na TV Web Objetivo e faz comentários 
sobre exames vestibulares e Enem, além de ministrar encontros 
pedagógicos para professores do Ensino Médio do Sistema Objetivo de 
Ensino. Coordena também o curso de Licenciatura em Geografia, na 
modalidade de ensino a distância da Universidade Paulista (UNIP).
Regina Marques Leite
É graduada em Engenharia Florestal pela Unesp de Botucatu 
(2003), possui mestrado em Agronomia (2008) e doutorado em Ciência 
Florestal (2012), pela mesma universidade. Atualmente, leciona na UNIP 
e em outra faculdade particular. Tem experiência na área de Recursos 
Florestais e Nutrição florestal, com ênfase em uso de resíduos.
Alexandre Saramelli
Bacharel em Contabilidade pela Universidade Presbiteriana 
Mackenzie de São Paulo, mestre em Controladoria pela mesma 
universidade e doutorando em Epistemologia e História da Ciência 
na Universidade Nacional Três de Febrero, na Argentina.
Atuou em empresas nacionais e internacionais de médio e 
grande porte como contador em áreas de custos e orçamentos 
e foi consultor em sistemas de controladoria da desenvolvedora 
alemã SAP. Atualmente, é professor adjunto na Universidade 
Paulista e consultor empresarial.
Entusiasta de tecnologia da informação e ambientes 
altamente informatizados, é um incentivador da pesquisa, 
difusão e uso eficiente e intensivo das modernas ferramentas 
de gestão, “transferência de conhecimento”, ensino a distância e 
audiovisual. É autor de materiais para ensino a distância, redige 
livros didáticos e atividades de apoio educacional e instrucional, 
elabora avaliações e grava aulas em estúdio audiovisual, além de 
ser radialista e apresentador de televisão com DRT.
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Marcilia Brito
 Rose Castilho
 Lucas Ricardi
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Sumário
Gestão e Planejamento de Propriedades Rurais
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 HISTÓRICO DO SETOR RURAL .................................................................................................................... 13
1.1 Agricultura no Brasil sob a ótica da administração rural e economia rural ................ 15
1.2 Teoria da produção .............................................................................................................................. 22
1.2.1 O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, 
“dentro da porteira” e “após a porteira” ................................................................................................... 28
1.3 Cadeias produtivas (os agriclusters) ............................................................................................. 29
1.3.1 Os agronegócios e os agriclusters – modernização agrícola ................................................ 31
1.3.2 Commodities ............................................................................................................................................. 31
1.3.3 Agriclusters ................................................................................................................................................ 32
2 AS FACES DO CAMPO .................................................................................................................................... 32
2.1 Segmento “antes da porteira” e seus insumos ......................................................................... 32
2.1.1 Máquinas ....................................................................................................................................................33
2.1.2 Energia elétrica ........................................................................................................................................ 34
2.1.3 Outras fontes de energia ..................................................................................................................... 34
2.1.4 Correção e análise laboratorial do solo ......................................................................................... 35
2.1.5 Mudas e sementes .................................................................................................................................. 37
2.1.6 Inseminação artificial, matrizes e hormônios ............................................................................. 38
2.1.7 Rações ......................................................................................................................................................... 39
2.1.8 Medicamentos e outros produtos veterinários .......................................................................... 39
2.2 As relações entre os “proprietários rurais” e os “produtores de insumos” .................... 40
2.3 Outras características do setor agroindustrial “antes da porteira” .................................. 41
2.4 Segmento agroindustrial “dentro da porteira” ........................................................................ 43
2.4.1 Produção agrícola ................................................................................................................................... 43
2.4.2 Preparo do solo, plantio e cuidados com a plantação ............................................................ 43
2.4.3 Ciclos vegetativos, tipos de vegetais, viveiros e mudas .......................................................... 45
2.4.4 Colheita ....................................................................................................................................................... 45
2.5 Segmento agroindustrial “depois da porteira” ......................................................................... 46
2.5.1 Comercialização de produtos............................................................................................................. 46
2.5.2 Insumos secundários ............................................................................................................................. 46
2.5.3 Registro da agroindústria .................................................................................................................... 46
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Unidade II
3 LOGÍSTICA APLICADA AO AGRONEGÓCIO ............................................................................................. 51
3.1 O desafio moderno da logística de entregar os produtos agropecuários para os 
consumidores finais .................................................................................................................................... 51
3.2 Mercado consumidor .......................................................................................................................... 52
3.3 Conceito de agronegócio .................................................................................................................. 57
3.4 Cadeias de produção (análise de filières).................................................................................... 57
3.4.1 As cadeias de produção como ferramentas de 
análise e formulação de políticas públicas e privadas........................................................................ 61
4 PLANEJAMENTO E GESTÃO AGRÍCOLA SOB A ÓTICA 
DA ADMINISTRAÇÃO RURAL E DA ECONOMIA RURAL ....................................................................... 62
4.1 Administração do agronegócio ...................................................................................................... 65
4.2 Políticas agrícolas ................................................................................................................................. 70
Unidade III
5 O PLANEJAMENTO E A VISÃO SISTÊMICA QUE A 
CONTABILIDADE PROPORCIONA AO GESTOR .......................................................................................... 75
5.1 Cegueira organizacional e o planejamento ............................................................................... 75
5.2 O sistema contábil e as demonstrações contábeis ................................................................. 78
5.2.1 Evolução histórica .................................................................................................................................. 78
5.2.2 O processo contábil ................................................................................................................................ 80
5.2.3 O balanço patrimonial, a DRE e a integração entre essas duas demonstrações .......... 89
5.3 Contabilidade de entidades do primeiro setor ......................................................................... 98
6 ATIVOS BIOLÓGICOS E PRODUTOS AGRÍCOLAS ................................................................................102
Unidade IV
7 AVALIAÇÃO ECONÔMICA E FINANCEIRA DOS PROJETOS .............................................................109
7.1 Fatores naturais ...................................................................................................................................109
7.2 Traços culturais brasileiros que influenciam a estrutura do agronegócio ..................113
7.3 Problemas da agricultura que devem ser analisados 
para um bom planejamento ..................................................................................................................114
7.4 Subaproveitamento do espaço agrícola no Brasil ................................................................114
7.5 Armazenamento e transporte .......................................................................................................117
7.6 Herança histórica ...............................................................................................................................117
7.7 Problemas dos solos ..........................................................................................................................118
7.8 Agronegócio e meio ambiente ......................................................................................................118
8 CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS PARA UM BOM PLANEJAMENTO .........................................121
8.1 Projetos de desenvolvimento rural: antecedentes ...............................................................123
8.2 Ferramentas para o planejamento ..............................................................................................126
8.3 Qualidade ...............................................................................................................................................133
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APRESENTAÇÃO
Quando nos dedicamos a falar a respeito de gestão e planejamento das propriedades rurais, devemos 
nos preparar para o exercício de atividades rurais, como gestores, no sentido de utilizarmos devidamente 
as ferramentas dispostas para a administração de políticas agrárias e gerenciamento de nossas atividades.
A ideia é desenvolvermos uma visão holística e sistêmica da empresa rural e as atividades pertinentes 
a ela, identificando os problemas e suas possíveis soluções por meio de uma atuação crítica e criativa. Da 
mesma forma, devemos buscar as melhores oportunidades para os negócios e sugeri-las aos produtores 
rurais para que alcancem o sucesso e os lucros esperados.
Imbuídos desses propósitos, deveremos realizar o planejamento e a gestãoda produção e 
do agronegócio por meio do uso racional dos fatores de produção, organizando e estruturando as 
principais ideias e alternativas que permitam ao produtor avaliar quais os melhores caminhos a seguir 
e a viabilidade econômica, social e ambiental para que seu empreendimento atinja o sucesso desejado.
Para tanto, o gestor deve sugerir um rol de medidas técnicas, de planejamento e gerenciamento, e 
análise de investimentos, avaliando os riscos e incertezas próprios do setor e das atividades rurais, de 
acordo com os sistemas de produção, tipo de propriedade, capital disponibilizado para o investimento, e 
logística de armazenamento, de escoamento e de destinação dos produtos. Deve demonstrar ao produtor 
as vantagens e desvantagens da atividade a ser desenvolvida, bem como as tecnologias disponíveis para 
tanto, no sentido de aumentar a produção e obter uma boa produtividade.
O gestor deve considerar que a agricultura brasileira é um setor tradicional, bem como a atividade 
pecuária. No entanto, historicamente, observamos que ela registrou alterações relevantes nas últimas décadas, 
acompanhando a dinâmica da economia nacional e internacional. A agricultura procurou espaços antes não 
ocupados, diversificou-se, tornou-se mais competitiva em termos de custos, seguindo as tendências do mercado 
internacional. Houve uma maior utilização de tecnologia e investimentos para produtos de atendimento ao 
mercado, embora, muitas vezes, negligenciando os produtos de consumo básico para subsistência, que tendem 
a ser menos competitivos e menos lucrativos, constituindo-se em um dos grandes desafios não só nacionais, mas 
mundiais no que se refere ao suprimento da alimentação e do problema da fome.
Dessa forma, com nossa disciplina Gestão e Planejamento das Propriedades Rurais, procuraremos 
capacitar o aluno para o processo de tomada de decisões, planejamento e gerenciamento da organização 
do modo de produção do setor de agronegócios, independentemente do estabelecimento e dos produtos 
a serem desenvolvidos. Deve ter como competência implementar medidas que avaliem os riscos e as 
incertezas para a tomada de decisões. Sua atuação também tende a permitir a análise, caracterização e 
avaliação dos sistemas de produção que deverão ser desenvolvidos, de acordo com medidas econômicas 
que objetivem o sucesso do empreendimento.
Lembre-se que uma propriedade na qual é desenvolvido um bom planejamento tende a obter sucesso 
e lucros mais satisfatórios e gera empregos e divisas para o produtor rural, para os profissionais da área 
e do país. O planejamento e a gestão da produção rural no agronegócio, por meio de medidas racionais 
dos fatores de produção, organizando e estruturando o setor, tende a ter sucesso.
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Novas ideias são alternativas viáveis que o empresário rural deverá avaliar para implementação e 
tomada de decisões que considerem a viabilidade dos aspectos econômicos, sociais e ambientais.
O conteúdo programático a ser desenvolvido pelo curso e por esta disciplina de gestão e planejamento 
deverá contemplar:
• A Teoria da Produção.
• Planejamento e gestão agrícola na ótica da Administração Rural e da Economia Rural.
• Caracterização e avaliação da unidade de produção agrícola.
• Planejamento na atividade agrícola.
• Avaliação econômica e financeira de projetos.
Figura 1 – Animais no campo: caracterização de atividade criatória com qualidade, observando-se 
fatores como espaço, alimentação, condições naturais e adaptação das raças
INTRODUÇÃO
O planejamento e a administração de uma empresa rural para gerenciamento dos agronegócios 
devem permitir uma visão clara dos custos e saber utilizar as ferramentas disponibilizadas para a 
administração das políticas agrícolas.
O aluno, com o passar do tempo, deve desenvolver uma visão holística da empresa rural e suas 
respectivas atividades, no sentido de estimular uma atuação de forma crítica e criativa, que lhe permita 
a identificação e a solução de problemas e a realização em termos de aproveitar as oportunidades de 
implementação de negócios, exercendo as funções de planejamento, organização, direção e controle 
dos serviços gerenciais.
Devemos considerar que as condições climáticas brasileiras requerem a adoção de práticas 
diferenciadas de aplicação de defensivos, manejo integrado de pragas e nutrição correta do solo – o 
que vai exigir um trabalho do gestor integrado ao de um agrônomo – para que a atividade de cultivo 
tenha êxito, bem como a adaptação dos animais e aves aos distintos ambientes climáticos e regionais – 
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acompanhados por um veterinário ou zootécnico –, cabendo ao gestor observar os protocolos de cada 
setor e orientar o produtor rural.
No entanto, o clima não é o único problema. De acordo com dados governamentais do Ministério 
do Planejamento, Orçamento e Gestão, boa parte da área agricultável brasileira, incluindo-se de forma 
especial o Centro-Oeste do País, contém muita argila no solo, o que prejudica a produção, exigindo 
produtos adequados para correção e melhoria do desempenho. Devemos, no entanto, considerar que as 
técnicas de aplicação de produtos corretivos variam de região para região, bem como o tipo de problema a 
ser solucionado, devendo ser adequados a cada ambiente para não comprometê-lo. Essa é uma das tarefas 
do gestor: observar que essas regras sejam cumpridas. Outros fatores devem ainda ser considerados, como 
a política de preços, os impostos e a logística de armazenagem e de escoamento da produção.
Para tanto, devemos destacar que as atividades agrárias colocam o Brasil como um dos maiores 
produtores mundiais de produtos tropicais e grande exportador de commodities primárias. Assim sendo, 
é necessário dedicar muita atenção a esse setor econômico, cujos objetivos principais visam:
• Abastecer a população.
• Fornecer matérias-primas industriais.
• Gerar excedentes para exportação.
 Observação
Commodities ou commodity: mercadoria produzida em grande 
quantidade, por um número significativo de produtores e com qualidade 
uniforme, sem significativas distinções em suas características. Esses 
produtos básicos são negociados por volume em bolsas de mercadorias. 
Podem ser produtos tradicionais agrícolas ou pecuários (soja, carne, trigo, 
algodão), minerais (minério de ferro, petróleo) ou ainda produtos com 
valor agregado (transformados), como o aço, o etanol e o suco de laranja. 
Atualmente, surgem novas classificações, como crédito de carbono e 
largura de banda.
A agricultura empresarial, ou agribusiness, ocorre em estabelecimentos médios e grandes, com 
trabalho assalariado e gerenciamento de serviços realizados por profissionais qualificados. Possui acesso 
aos serviços governamentais que subsidiam pesquisas, assistência técnica, subsídios financeiros e créditos. 
Quanto à produção, esta se destina geralmente à exportação ou ainda para atender às agroindústrias, 
como as alimentícias, frigoríficas, têxteis e de etanol, entre outras.
O setor de agronegócios encontra-se em crescente ascensão na economia brasileira, acompanhando 
uma tendência da economia globalizada, portanto um futuro promissor também para a gestão rural.
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O planejamento e a administração de uma empresa rural devem ter uma visão clara dos custos e 
como utilizar as ferramentas da administração e políticas agrícolas.
O planejamento e a gestão da produção rural no agronegócio por meio do uso racional dos fatores 
de produção, organizando e estruturandoo processo produtivo, resulta em ganhos para o setor, tanto 
em qualidade quanto em lucratividade.
Figura 2 – Spa de Animais: o tratamento mais personalizado aos animais, com cuidados 
zootécnicos e veterinários, oferece resultados bastante satisfatórios ao setor pecuário
Novas ideias devem constar no planejamento do produtor rural, mediante a orientação dos 
profissionais adequados para sua área de atuação no empreendimento, como a criação animal. Para a 
tomada de decisões, deve avaliar a viabilidade econômica, social e ambiental.
O PIB do agronegócio apresenta-se em condições de crescimento, de acordo com estimativas do 
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) e da 
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Trata-se de uma taxa expressiva de expansão, sendo 
determinante para a economia do Brasil.
Dessa forma, destacamos que o setor rural brasileiro registrou alterações relevantes nos últimos 
anos, procurando espaço para expansão agropecuária, com custos mais competitivos, já que a produção 
de alimentos, atualmente, é um grande desafio para o abastecimento do mundo contemporâneo.
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Figura 3 – Propriedade rural com planejamento
Uma propriedade bem planejada e administrada como empresa rural deve ter como prioridades a 
análise dos custos, como implementar o processo produtivo e quais as ferramentas que deverão ser 
utilizadas em consonância com as regras de administração e políticas agrícolas do país em questão.
Quanto ao agronegócio brasileiro, constatamos que foi dado um salto positivo rumo à 
internacionalização. Depois de acumularem experiências, muitas empresas de grande porte, exportadoras, 
partiram para a aquisição e implantação de unidades produtivas fora do País, que seriam experiências de 
agronegócio globalizado. Isso aconteceu principalmente nos setores frigoríficos, que buscaram ganhar 
escala, se tornar mais competitivas globalmente e, de certa forma, driblar barreiras fitossanitárias e 
comerciais de países como Estados Unidos, Japão e aqueles da União Europeia. Deve-se destacar que 
essas novas multinacionais enfrentam desafios para se consolidar no exterior.
Nos Estados Unidos, a organização e o planejamento dos agronegócios servem de referência em 
termos internacionais, com elevados subsídios governamentais e previsão de safras e custos. Os belts 
(cinturões especializados) se destacam pela mecanização e técnicas avançadas criatórias e de cultivos, 
com excelentes resultados.
Figura 4 – Ranch South Fork (EUA): sede da fazenda do seriado de TV Dallas. Atualmente, é uma fonte de renda por meio do turismo
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GESTÃO E PLANEJAMENTO DE PROPRIEDADES RURAIS
Unidade I
1 HISTÓRICO DO SETOR RURAL
Nos primórdios da humanidade, o homem vivia em grupos, que migravam incessantemente em 
busca de água e alimento. Nossos ancestrais, portanto, viviam expostos às intempéries da natureza, 
como variações de temperaturas, falta ou excesso de chuvas, umidade do ar muito baixa, disponibilidade 
hídrica etc. Também não se fixavam em nenhum lugar específico, praticando o nomadismo, uma vez que 
estavam sempre caçando, pescando e coletando alimentos silvestres até que os recursos se esgotassem. 
Como não cultivavam nem criavam animais, não armazenavam alimentos, o que permitiu, com o passar 
do tempo, que começassem a sentir dificuldades para garantir a sobrevivência adequada, atingindo 
níveis críticos a ponto de impulsioná-los a outro ciclo migratório. Com os novos deslocamentos, vinham 
novas buscas pela sobrevivência. Esses grupos humanos, passam a perceber a relação entre as condições 
ambientais e a carência ou abundância de recursos naturais para satisfazer as suas necessidades.
Outra inovação em termos de hábitos alimentares foi o cozimento dos alimentos pelo uso do fogo.
Figura 5 – Casa na Espanha com um forno de barro
O senso de sobrevivência e de observação do homem permitiu que ele constatasse que os frutos 
outrora coletados de certa planta diretamente da natureza, com o passar do tempo, voltavam a se 
reproduzir. Descobriu, também, a possibilidade das sementes dos frutos gerarem novos frutos.
Quanto aos animais, foi possível observar que alguns deles eram mais dóceis e que poderiam, além 
de caçados, ser domesticados e criados para o abate. Surgia, assim, uma alternativa que substituiria o 
hábito anterior de deslocamento, ou seja, o nomadismo. Agora teriam que se fixar para domesticar e 
criar os animais e para plantar e colher os frutos do seu trabalho. Com essas ações, teríamos o que seria 
traduzido historicamente como um marco das atividades agropecuárias.
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Unidade I
Assim, constatamos que a atividade agrícola proporcionou o surgimento das grandes civilizações da 
Antiguidade, sendo que na atualidade teve influencia na criação de animais e no cultivo de vegetais. 
Embora as comunidades humanas tivessem descoberto que seria possível manter continuadamente a 
produção de vegetais, elas não desenvolveram, de imediato, tecnologias que viabilizassem o aumento 
da produção, o que tornaria possível sua fixação num mesmo local, além do fato de que muitos grupos 
seguiram se dedicando ao extrativismo.
A fixação paulatina dos grupos humanos num mesmo local, ou seja, o sedentarismo, permitiu, então, 
o surgimento de comunidades similares às que conhecemos na atualidade. Também gradualmente 
foram sendo desenvolvidas algumas tecnologias destinadas ao setor, como aragem do solo e adubação 
mediante o uso do esterco animal.
Alguns grupos de civilização mais evoluída, como os Astecas e os Maias, entre o México e a América 
Central, e os Tiwanacotas, Quíchuas, Aymaras e Incas, na América do Sul, criaram métodos próprios 
para reproduzirem seus alimentos e obterem a lã, o leite, a carne e o couro em ambientes inóspitos dos 
altiplanos mediante o uso do regadio, de canais, aquedutos e terraceamento.
Observe, a seguir, as imagens de sítios históricos e arqueológicos edificados por representantes 
desses grupos.
Figura 6 – Pirâmide Maia: a cidade ficava onde atualmente está o México
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Figura 7 – Podemos observar ruínas das edificações deixadas pela antiga civilização no sítio arqueológico
1.1 Agricultura no Brasil sob a ótica da administração rural e economia 
rural
Estima-se que o Brasil possa ocupar um lugar de maior destaque no que se refere ao âmbito 
internacional nos próximos anos, tendo-se em vista que o agronegócio tem se revelado como uma 
atividade segura, rentável e próspera, com 22% das terras agricultáveis do mundo. A política agrícola 
e a pecuária ganharam novos sistemas de produção e combates aos problemas, embora possamos 
destacar alguns obstáculos aos agronegócios, de acordo com pesquisa realizada pela Revista Exame de 
Agronegócio com 121 empresários do setor (ANUÁRIO, 2008).
Foram apontados como os grandes gargalos (entraves) dos agronegócios:
• O Custo Brasil (frete, taxas, impostos, ou seja, a carga tributária etc.).
• Barreiras comerciais (protecionismo).
• Questões ambientais.
• Questões sanitárias.
• Crédito rural.
• Seguro rural.
• Questões fundiárias.
• Tecnologia.
• Outros.
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A solução desses gargalos depende das seguintes medidas:
• Redução do Custo Brasil.
• Buscar novos mercados no exterior.
• Desenvolver um agronegócio sustentável.
• Investir mais em pesquisa e desenvolvimento.
• Diminuir o endividamento e aumentar a rentabilidade.
Tabela 1 – O agronegócio globalizado
JBS – Friboi Perdigão (atual BRF) Sadia (atual BRF)
Faturamento 4,7 bilhões de reais 6,8 bilhões de reais 9,6 bilhões de reais
Exportações 2,4 bilhões de reais 2,8 bilhões de reais 4,0 bilhões de reais
Unidades no 
exterior
Argentina, Itália, EUA e 
Austrália
Holanda, Reino Unido 
e Romênia
11 escritórios no exterior, 
fábrica na Rússia e Holanda
Fonte: Anuário... (2008).
Nosso território apresenta uma grande disponibilidade de terras férteis e agricultáveis que totalizam 
388 milhões de hectares. Destes, 90 milhões de hectares ainda não são explorados, o que denota um 
subaproveitamento do espaço rural. Dispomos também de energia solar abundante, quase 13% da água 
doce disponível no planeta, clima diversificado e chuvas regulares, fatores que, somados, credenciam 
a vocação natural de nosso País para a agropecuária e para os negócios relacionados às suas cadeias 
produtivas, de modo a tornar o agronegócio brasileiro o carro-chefe de nossa economia. Procedimentos 
e manejo adequado contribuem para resultados satisfatórios do setor agrário e dos agronegócios.
A agricultura brasileira registrou alterações relevantes nos últimos anos, procurando espaço para 
expansão com custos mais competitivos, já que a produção de alimentos, atualmente, constitui-se em 
um grande desafio mundial. Essa produção deveria atingir uma população estimada de 6,5 bilhões de 
pessoas em todo o planeta. No entanto, em várias regiões mundiais, o problema da fome tornou-se 
endêmico. Destaca-se o fato que a ênfase em distintas áreas de produção agrária é produzir para 
exportar ou para uso industrial, e não produtos para a subsistência, como ocorre em países do sudeste 
asiático e do continente africano.
A leitura do gráfico de produção nos oferece uma visão panorâmica dos produtos no Brasil, por 
Unidades da Federação, em termos regionais:
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Cereais, leguminosas e oleaginosas
Grandes regiões e unidades da federação
Participação na produção
Julho de 2014
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37,7%
Nordeste
9,0%
Centro-Oeste
41,7%
Norte
2,7%
Sudeste
9,0%
Figura 8 
O Brasil apresenta condições naturais que se manifestam de forma satisfatória para a obtenção de 
uma diversidade de produtos, como apresentado no mapa a seguir.
Figura 9 – Produção agrícola brasileira
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Por outro lado, em termos mundiais, as dificuldades impostas pelo meio natural (geada, neve, seca 
etc.) somadas às desigualdades da distribuição dos produtos destinados à alimentação, à ênfase nas 
commodities (soja, algodão, cana-de-açúcar) e associadas a uma pressão demográfica em algumas 
áreas, geram déficit de alimentos para subsistência.
Por distintas razões de ordens históricas, sociais e econômicas, o Brasil deixou de ser um país 
eminentemente rural, como o foi até a década de 1950, e passou a ser predominantemente urbano, 
tendo contribuído de forma significativa com a industrialização e o êxodo rural (evasão do campo).
Figura 10 – Evolução da população urbana
Assim sendo, seria ideal que o ser humano desse maior enfoque para formas mais eficientes de 
produzir alimentos e, de preferência, sem promover grandes impactos ambientais.
A consolidação da agricultura brasileira se estabelece com a diversificação dos nossos produtos em 
comparação aos demais países produtores agrícolas.
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Figura 11 – Evolução da população rural
De acordo com informações obtidas por meio de uma grande instituição financeira do Brasil:
O agronegócio brasileiro apresenta ampla capilaridade regional e diversidade de cultivos 
agrícolas. As regiões Centro-Oeste e Sul são as principais regiões agrícolas do País, com 
relevância na produção de grãos, carnes e leite. No Sul destaca-se também a produção 
de fumo voltado à exportação e a produção de frutas como pêssego, maçã, uva e pera. 
Essas regiões também apresentam perfil mais exportador, uma vez que as vendas externas 
do agronegócio representam, respectivamente, 86% e 53% da pauta exportadora do 
Centro-Oeste e do Sul, com destaque para soja, milho e carnes.
O Sudeste, embora não tenha participação relevante na produção de grãos, tem a pauta 
de produção mais diversificada do País. A região é forte em produtos como café, cana, suco 
de laranja, leite e carnes.
São Paulo é o estado mais diversificado do Sudeste, produzindo culturas variadas, além 
de forte presença na produção de borracha natural, com participação de quase 60% na 
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totalidade do País. Na região Sudeste, as exportações agrícolas respondem por 20% da pauta 
exportadora. A região Sudeste também conta com participação relevante do plantio de 
eucalipto, utilizado para a produção de celulose, respondendo por 52% do plantio nacional.
Na região Norte destaca-se a produção de guaraná, mandioca e frutos regionais 
(açaí, cupuaçu), além de plantas gomíferas, fibras e fármacos. Na região Nordeste, além 
dos produtos de subsistência mandioca, abóbora, feijão e fibras como algodão e caroá e 
frutas regionais, como coco e caju, destacam-se as frutas para exportação como manga, 
melão, uva, goiaba e os subprodutos do caju, como a castanha-de-caju, destinados para 
mercados internacionais como países da Europa e os EUA. O Norte-Nordeste vem ganhando 
participação na produção de grãos, carnes e café nos últimos anos, destacando-se o 
Mapitoba. As exportações agrícolas respondem por 15% da pauta exportadora do Norte e 
por 37% do Nordeste.
Fonte: Silva (2014, p.1-2).
 Observação
A região de Mapitoba é formada por parte dos estados do Maranhão 
(MA), Piauí (PI), Tocantins (TO) e Bahia (BA) e possui imensas áreas planas 
que atraíram agricultores do sul do País.
 Saiba mais
Para entender e conhecer um pouco mais sobre o Mapitoba, veja a 
reportagem do programa de TV Globo Rural:
MAPITOBA vem sendo apontada como a nova fronteira agrícola 
do país. Produção: Globo Comunicação e Participações. Rio de Janeiro: 
Globo.tv, 2013. Disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/
globo-rural /v/mapitoba-vem-sendo-apontada-como-a-nova- 
fronteira-agricola-do-pais/2515350/>. Acesso em: 26 mar. 2015.
No “reino da Mapitoba”, destaca-se o uso de novas tecnologias agronômicas no Oeste baiano, nos 
Municípios de Luiz Eduardo Magalhães e Barreiras, com as culturas de soja, milho e algodão, entre 
outras, e no Vale do São Francisco, as culturas irrigadas de frutas e em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), 
a vinicultura.
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Figura 12 – Café brasileiro, somos o maior produtor de café do mundo, mas não temos uma 
marca mundial, exportamos a matéria-prima
 Saiba mais
Para entender melhor os impactos gerados pela agricultura, leia:
OS IMPACTOS da agricultura. Cultivando, [s.d.]. Disponível em: <http://
www.cultivando.com.br/saude_meio_ambiente_agricultura_sustentavel_
impactos_agricultura.html>. Acesso em: 23 mar. 2015.
Atualmente, a produção de alimentos é realizada para uma população estimada de 6,5 bilhões de 
pessoas em todo o planeta. O Brasil se destaca por ter dimensões gigantescas, com solo, clima e água 
abundante.
O crescimento populacional em excesso tem feito com que o ser humano consuma quase tudo 
aquilo que o planeta oferece. Isso explica o impacto da produção de alimentos no mundo. O ideal seria 
que o ser humano estudasse e pesquisasse maneiras de produzir alimentos de forma eficiente e sem 
impacto na natureza. A consolidação da agricultura brasileira vem acompanhada da diversificação do 
nossos produtos. Comparado com os demais países produtores agrícolas, temos um destaque no ranking 
global e dispersão regional. Somos o maior produtor e exportador de açúcar, café e suco de laranja, 
segundo lugar em soja e primeiro em fumo, carne bovina e avícola.
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Por isso é necessário entender os sistemas e cadeias de produção.
1.2 Teoria da produção
Figura 13 – Animal sendo alimentado por meio de processo mecanizado
 Lembrete
Nos primórdios da Humanidade, o homem retirava da natureza bens 
e alimentos dos quais necessitava para satisfazer suas necessidades, não 
tendo a preocupação com a agricultura. Com a evolução do modo de vida, 
manejar a terra e os animais de forma a produzir bens e alimentos passou 
a ser imprescindível para garantir a sobrevivência.
O que é teoria?
Conforme compilação de Guimarães e Cabral (2014),
Teoria é o conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou de uma 
ciência. Teoria é uma opinião sintetizada, é uma noção geral. Do grego 
theoria que no contexto histórico significava observar ou examinar. Com 
sua evolução o termo passou a designar o conjunto de ideias, base de um 
determinado tema, que procura transmitir uma noção geral de alguns 
aspectos da realidade.
Segundo esses autores, teoria é também uma hipótese, uma conjectura, uma opinião formada diante 
de um fato. Uma teoria tenta explicar algo de difícil concretização.
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O que é produção?
Também conforme compilação de Guimarães e Cabral (2014), “do latim producto, o termo produção 
refere-se à ação de produzir, à coisa produzida, à forma de se produzir ou à totalidade dos produtos da 
terra ou da indústria”
Ainda segundo eles:
O verbo produzir, por sua vez, está relacionado com engendrar, procriar, criar, 
procurar, originar, ocasionar e fabricar. Quando se refere a um terreno, por 
exemplo, produzir significa, neste caso, dar frutos. Por outro lado, quando a 
palavra produzir se aplica a uma coisa, quer dizer render ou dar lucro.
Guimarães e Cabral (2014) explicam os recursos ou fatores de produção segundo a economia, dizendo 
que “para que se obtenha a satisfação das necessidades humanas, é necessário produzir bens e serviços. 
E a produção exigiria o emprego de recursos produtivos e bens elaborados”. Já os fatores de produção da 
economia, segundo Guimarães e Cabral (2014), “são aqueles utilizados no processo produtivo para obter 
bens e serviços, com o objetivo de satisfazer as necessidades dos consumidores”. A seguir, uma definição 
dos fatores de produção.
Fatores de produção
• Terra ou recursos naturais: água, minerais, solo.
• Recursos humanos ou trabalho: faculdades físicas e intelectuais.
• Capacidade empresarial: constitui-se daqueles indivíduos que reúnem os capitais para adquirir 
recursos produtivos e produzir bens e serviços para o mercado.
• Capital: engloba os bens e serviços necessários para a produção de outros bens e serviços, como 
máquinas, equipamentos, instalações, dinheiro, ferramentas, capital financeiro.
• Tecnologia: todos os recursos tecnológicos disponíveis para a empresa.
É importante ressaltar que cada fator de produção corresponde a uma remuneração. O aluguel 
constitui a remuneração da terra; ao trabalho corresponde o pagamento de salários; à capacidade 
empresarial corresponde o lucro; o juro paga o uso do capital; e a tecnologia é paga com “royalties”.
A produção, portanto, é o processo que transforma matérias-primas em produtos finais, com valor 
agregado, utilizando, para tanto, os bens de capital, os bens intermediários e a mão de obra.
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Figura 14 – Plantação de algodão, em Sinop (MT)
A produção econômica é obtida com a combinação de recursos naturais, equipamentos e trabalho. 
Tais elementos, pelo fato de serem necessários às produções, recebem o nome de fatores de produção e 
agrupam-se tradicionalmente em três itens.
A seguir, podemos ver uma foto com um exemplo de produção com o auxílio da tecnologia, ou a 
“Agricultura Tecnológica”, na qual são utilizados artefatos eletrônicos e sensores (alguns especialistas 
da área de eletrônica costumam denominar de “instrumentação” a adição de sensores) para obter 
informações que otimizam os esforços produtivos.
Com um artefato como esse, é possível que os responsáveis pela alimentação dos animais 
acompanhem as necessidades específicas de cada um, servindo a quantidade exata de alimentos sem 
deixar de alimentar adequadamente e muito menos desperdiçar alimentos e o tempo e esforços que são 
necessários para obtê-los.
É possível também detectar se um animal está doente em menos tempo – se ele, por exemplo, se 
recusa a ingerir alimentos, os funcionários ou um veterinário podem agir rapidamente.
Essas situações não são exatamente uma novidade e muito menos necessitam de artefatos 
eletrônicos, são muito comuns na rotina diária de um vaqueiro, que desenvolvem habilidades para 
detectar problemas com os animais apenas pela observação e pelo comportamento, mas a inserção 
desses sensores e artefatos eletrônicos pode ajudar ainda mais no trabalho e detectar problemas de 
forma antecipada.
Esses esforços de produzir mais e melhor, com menos recursos, e buscar constantemente métodos 
mais eficientes, caracteriza a produção rural.
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Figura 15 – Animal usando colar número 2 com um software em que o proprietário consegue 
saber o quanto ele está se alimentando e o custo exato da alimentação do animal
Vários fatores, como o baixo nível tecnológico – que limitava a conservação dos produtos –, 
as dificuldades de comunicação, a distribuição espacial dos grupamentos humanos e a precária 
infraestrutura, condicionaram a geração de propriedades rurais e de pequenas comunidades com 
capacidade de produzir o necessário para garantir sua sobrevivência. Para viabilizar sua preservação 
ou manutenção, tais propriedades rurais e comunidades tinham culturas diversas e criavam animais de 
vários tipos. Em geral, as comunidades produziam e também se beneficiavam de seus produtos; eram os 
primórdios das agroindústrias. Nesse período,havia propriedades rurais onde era possível criar galinhas, 
bois e cavalos, além de produzir café, milho, feijão, arroz, algodão, mandioca, frutas e hortaliças. Nessas 
propriedades, o leite das vacas era processado para a produção de queijo e manteiga, o algodão, para a 
produção de tecido, o milho era transformado em fubá e o café, torrado e moído.
A seguir, inicia-se uma atividade comercial que visava à geração de recursos para viabilizar a aquisição 
de bens e produtos não produzidos em tais propriedades. Com a ampliação desse comércio, que com o 
tempo continuou crescendo, inicia-se o agronegócio propriamente dito.
Como fruto do desenvolvimento tecnológico, os antigos conceitos de agricultura e pecuária se 
tornaram ultrapassados; surgiu, então, um novo modo de produção dos bens agropecuários.
Figura 16 – Instrumento agrícola antigo
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Figura 17 – Utilização de máquina agrícola
Figura 18 – Trator moderno
As novas tecnologias, combinadas com o êxodo rural, ou seja, com a migração da mão de obra 
excedente no campo para áreas metropolitanas, gerou profundas alterações na estrutura das 
propriedades rurais, como: dependência de serviços e insumos que não eram produzidos na propriedade; 
perda da relação em que a produção visava atender exclusivamente às necessidades da propriedade e, 
consequentemente, geração de excedentes que abastecem os mercados urbanos; especialização num 
tipo particular de cultura; troca de informações com os centros urbanos e outras propriedades.
A produção dos bens agropecuários gera a necessidade contínua de melhoria na infraestrutura, 
como estradas e armazéns, além da necessidade de conquista de novos mercados e aumento dos lucros, 
promovendo a consolidação de propriedades rurais, que se tornaram os novos centros de produção, 
principalmente para o mercado urbano. Em resumo, o campo, outrora isolado e autossuficiente, 
atualmente tem a sua produção condicionada ou regulada às demandas dos centros urbanos.
Na atualidade, a agropecuária continua a se especializar, seja nos processos produtivos ou em 
determinados ramos de comercialização dos seus produtos. Essa área se renova continuamente, de modo 
a gerar a necessidade de a agricultura evoluir para um complexo de produtores de bens e prestadores de 
serviços. Já o termo americano agribusiness, traduzido para o português como agronegócio, refere-se:
[...] ao conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a 
fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas 
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unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo 
dos produtos agropecuários tanto in natura (sem nenhum processamento) 
como também industrializados (ARAÚJO, 2009, p. 16).
Em função das características peculiares da produção agropecuária, é fundamental o estudo dos 
fatores que podem interferir na produção tanto agrícola como pecuária, sem o qual se torna impossível 
compreender a dinâmica do agronegócio. Por exemplo, a produção agropecuária é dependente do clima 
local, sendo as condições climáticas o principal fator determinante dos períodos de safra e entressafra, 
ou seja, respectivamente, determina os períodos de fartura e de escassez de produtos, embora possam 
ocorrer exceções.
Com relação ao mercado brasileiro, observa-se que não ocorrem muitas alterações no montante 
de produtos adquiridos pelos centros de consumo, ou seja, em geral, é constante. Pode-se, portanto, 
afirmar que não são observadas notáveis alterações do consumo durante o ano. Com respeito à variável 
sazonalidade, observa-se que não implica consequências para a produção. Contudo, frequentemente, 
observam-se implicações da sazonalidade na produção agropecuária, entre as quais podemos citar: a 
necessidade de armazéns para estocagem de produtos, a variação de preço ao longo do ano, a tendência 
de depreciação durante a safra e de preços mais elevados na entressafra e o período de maior utilização 
de insumos (em particular, na entressafra). Conforme o exposto, é plenamente justificável a análise das 
características peculiares do produto, visando-se determinar qual seria a época de estocá-lo ou vendê-lo, 
a fim de estrategicamente comercializá-lo em períodos de alta de preços gerada pela entressafra.
 Observação
Sazonal se refere às variações em função das estações ou épocas do ano. 
Entressafra, ao período entre uma safra e outra imediata de determinado 
produto.
Seja a respeito da agricultura ou da pecuária, seus produtos estão sob o risco de serem acometidos 
por doenças e pragas que, dependendo da intensidade e quantidade, podem comprometer tanto a 
qualidade como o total de bens produzidos, e, em casos extremos, gerar a perda total da produção.
Quanto à perecibilidade ou tendência à deterioração dos produtos agropecuários, via de regra, sua 
vida útil tende a ser curta. Tal tendência exige cuidados específicos a fim de estender sua vida útil, de 
modo a manter a “validade”. Os produtos agropecuários podem manter sua validade de alguns dias a até 
apenas algumas horas, motivo pelo qual o agronegócio revela-se intimamente dependente de outros 
setores da economia. Com relação à perecibilidade, particularmente, tal dependência está relacionada 
aos setores de transporte e de “conservação”. No caso, o setor de “conservação” depende de tecnologias 
que possibilitem aumentar o prazo de validade dos produtos e incluem exemplos do nosso dia a dia, 
como o uso de geladeiras para aumentar a vida útil de vegetais, frutas, leite etc. Tais tecnologias também 
incluem o processo de embalagem e de pasteurização do leite longa vida.
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Unidade I
 Observação
A pasteurização se refere ao processo térmico ao qual alimentos líquidos 
são submetidos a fim de reduzir a presença de agentes patogênicos, como 
bactérias, fungos e leveduras.
O prazo de validade dos produtos agropecuários é dependente tanto do setor de tecnologia como do 
de transporte. Caso certo produto possua prazo de validade de uma semana, ele não deve ficar seis dias 
sendo transportado, de modo a ter apenas um dia para ser consumido. É imprescindível um transporte 
rápido e eficiente a fim de que chegue ao consumidor sem danos e em prazo adequado para consumo.
1.2.1 O agronegócio e seus setores: “antes da porteira”, “dentro da porteira” e 
“após a porteira”
O agronegócio deve ser compreendido como um sistema composto por vários componentes de igual 
importância e interligados entre si. Portanto, é necessário que todos os interessados em atuar nessa 
área o entendam como um sistema integrado. Compreender tal visão sistêmica deve ser uma meta a 
ser atingida tanto para o grande agroindustrial como para o administrador da sua fazenda, incluindo 
também o agente público que atua na atividade agropecuária.
A fim de tornar o estudo do agronegócio menos complexo, é recomendável que adotemos uma divisão, 
puramente didática, em três setores, mas que facilitará muito a compreensão. Eles serão denominados: “antes 
da porteira”, “dentro da porteira” e “após a porteira”. O primeiro, denominado “antes da porteira”, inclui todas 
as atividades cuja finalidade seja dar suporte à produção agropecuária antes que ela venha a ocorrer de fato. 
Assim, tal setor inclui, por exemplo, os financiadores da produção e os fornecedores de insumos, sementes 
e tecnologia de modo geral. Já o segundo, denominado “dentro da porteira”, refere-se à atividade produtiva 
agropecuáriapropriamente dita, ou seja, inclui, no caso da pecuária, todo o processo de criação do rebanho e, 
na agricultura, o processo de preparo, manejo e irrigação do solo, bem como a colheita. Finalizando, o terceiro 
setor, denominado “após a porteira”, está ligado às atividades desenvolvidas após a produção, incluindo, por 
exemplo, a industrialização ou o beneficiamento, embalagem, armazenamento e distribuição dos produtos.
A partir do momento em que compreendemos o agronegócio como um sistema integrado e 
interdependente, passamos a intervir no sistema de forma global, ou seja, de modo a otimizar benefícios 
aos produtores e consumidores, fomentando assim o desenvolvimento e o progresso da sociedade brasileira. 
Contudo, não podemos nos esquecer de que, a fim de atingir tal progresso, há muitos problemas e desafios 
a serem vencidos. Tendo como objetivo tornar possível sobrepujar tais obstáculos, devemos principalmente 
analisar as cadeias produtivas e como se integram, a fim de que possamos ter conhecimento dos requisitos 
para otimizar a produção, os lucros e o consumo. Tal otimização, segundo Araújo (2009), pode ser viabilizada 
usando-se os princípios básicos da competitividade e da sustentabilidade.
A competitividade se refere à qualidade do produto propriamente dita e a seu custo no mercado 
consumidor. O mercado tende a se tornar, dia após dia, mais exigente quanto à qualidade, enquanto os 
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consumidores tendem a optar pela compra dos produtos de menor custo. Já a sustentabilidade diz respeito 
à competência da propriedade no sentido da possibilidade ou capacidade de se manter no mercado. 
Podemos, assim, concluir que há uma forte interligação entre a competitividade e a sustentabilidade, de 
modo que empresas sem competitividade estão fadadas a não conseguirem manter-se no mercado, tal 
qual aquelas indevidamente administradas, sem sustentabilidade, são incapazes de produzir produtos 
competitivos e geradores de lucro.
1.3 Cadeias produtivas (os agriclusters)
A aplicação do conceito de cadeia produtiva ao agronegócio surgiu na França, na década de 1960. 
Segundo Araújo (2009, p. 23), as cadeias produtivas devem ser consideradas “sucessões de atividades 
ligadas verticalmente, necessárias à produção de um ou mais produtos correlacionados”. Por meio da 
análise da cadeia produtiva dos produtos agropecuários, torna-se possível detectar as inter-relações 
entre os componentes particulares da cadeia analisada. Assim sendo, tal análise nos permite descrever a 
cadeia de produção como um todo, de modo a avaliar a função da tecnologia na estruturação da cadeia, 
as possibilidades de otimização e integração, a análise das políticas direcionadas ao agronegócio e as 
relações entre os insumos e os produtos deles derivados.
 Observação
O termo “cadeia de produção” (análise de filière) surgiu na Escola 
Francesa de Economia Industrial. Essa cadeia de produção pode ser dividida 
em três macrossegmentos: comercialização, industrialização e produção de 
matérias-primas.
Segundo Araújo (2009), a cadeia produtiva deve ser compreendida como um conjunto de etapas 
consecutivas pelas quais os diversos insumos são transferidos e submetidos a transformações ao 
longo de seus ciclos de produção, distribuição e comercialização de bens e serviços. O conceito 
de cadeia produtiva pressupõe a existência de grupos de trabalho nos quais cada agente ou 
conjunto de agentes é responsável pela execução de etapas específicas do processo produtivo. 
Tais grupos não se encontram restritos obrigatoriamente a uma mesma área ou localidade e 
podem incluir, além das empresas, instituições financeiras, de ensino e pesquisa, apoio técnico 
etc. (ARAÚJO, 2009).
Ao analisarmos um produto específico, tendo em mente a sua produção, normalmente não levamos 
em conta todos os possíveis agentes econômicos posicionados após a produção, fato compatível com 
a análise da produção, pois não estamos analisando sua cadeia produtiva. Segundo Araújo (2009), na 
atualidade, o agronegócio exige que os agentes posicionados após a produção venham a ser incluídos 
no processo global de produção. Tal exigência fez surgir a ideia de cadeia de valor, um novo conceito 
mais abrangente da cadeia produtiva.
Do ponto de vista econômico, mundialmente, o agronegócio é considerado um segmento de grande 
importância e valor, sendo tal representatividade variável em função da área geográfica ou do país em 
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questão. Particularmente, no Brasil, revela-se como um dos mais importantes setores da economia, 
principalmente com respeito à carta de exportação de produtos.
Na atualidade, nosso volume anual de produção de produtos agropecuários é crescente e essa 
produção tem sido absorvida tanto pelo mercado interno como pelo externo. Os produtos agropecuários 
brasileiros são reconhecidos no exterior como de boa qualidade. E nosso volume de exportações também 
é crescente ano a ano, condição essa que representa uma grande oportunidade para os produtores.
Segundo Araújo (2009), os produtores agropecuários brasileiros podem buscar apoio técnico e 
econômico tanto no Estado como na sociedade civil, por meio de serviços agropecuários disponíveis 
no segmento “antes da porteira”. Entre tais serviços, podem ser citados a extensão rural e a assistência 
técnica; o crédito e os financiamentos; os incentivos fiscais; as pesquisas agropecuárias; as comunicações; 
a infraestrutura; o fomento, o treinamento e a mão de obra; as análises laboratoriais; a vigilância e a 
defesa agropecuária; a proteção e a defesa ambiental; e a elaboração de projetos.
A elaboração do projeto agropecuário deve estabelecer metas ou objetivos da atividade em questão, 
meios a serem usados para atingi-los, comercialização da produção e público consumidor do referido 
empreendimento. Contudo, na realidade brasileira, a elaboração de tais projetos revela-se limitada, 
visto que não é uma característica comum aos brasileiros realizar estudos anteriores à implantação de 
empreendimentos, exceto na hipótese de busca de financiamentos bancários. Tal cultura “aventureira” 
tende a desaparecer, principalmente em função da competitividade crescente do agronegócio.
Tanto em nível federal como estadual, no Brasil, o Estado investe em pesquisa na área agropecuária. 
Em nível federal, destaca-se no setor de pesquisa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
(Embrapa), empresa pública federal vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Em nível estadual, representados pelos Estados da Federação, a pesquisa agropecuária é desenvolvida 
em universidades e secretarias de agricultura. Quanto à iniciativa privada brasileira, comparativamente, 
pouco investe no setor de pesquisa, pois, em geral, as empresas agropecuárias limitam-se a investir em 
pesquisas quase que exclusivamente em suas respectivas áreas de atuação.
Em resumo, o governo federal e os governos estaduais incentivam a produção da atividade 
agropecuária em todos os níveis, incluindo a orientação do que produzir, como viabilizar a produção 
e para quais possíveis mercados deveria ser canalizada a produção. Tal planificação é direcionada 
basicamente para a agricultura familiar, e o governo incentiva tal fomento, inclusive do ponto de vista 
econômico. O Ministério da Agricultura é responsável pelos programas de incentivo.
 Saiba mais
Conheça a Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ligada 
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a iniciativa Agropensa:
<https://www.embrapa.br/web/agropensa/inicial>.
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1.3.1 Os agronegócios e os agriclusters – modernização agrícola
A política agrícola e a pecuária ganharam novos sistemas de produção e combate aos problemas. Os 
agentes da modernização do campo são empresas capitalistas, que levaram estrutura administrativa e 
processo produtivo com técnicas modernas, oferecendo assistência técnica e controle de qualidade da 
produção. A determinação dos preços, entretanto, é feita pela empresa contratante, modernizando o 
modo de organização da produção rural.
As novas tecnologias incorporadas ao campo, embora tenham ampliado a produção e a produtividade, 
inserindo o País na economia moderna, levou a um processo de desruralização, o que potencializou os 
conflitos sociais.
Devemos destacar no processo produtivo: a conservação do solo; as regras para evitar a erosão; os 
métodos para manter a fertilidade e evitar assoreamento; o combate às pragas; os efeitos da aplicação 
dos praguicidas; o significado do controle biológico e sua importância em relação ao uso de agrotóxicos; 
e o significado de bioinseticidas e alguns processos para reduzir o uso dos produtos químicos nocivos 
ao nosso consumo.
A seguir, iremos estudar as commodities, uma importante definição utilizada no mercado.
1.3.2 Commodities
O termo significa mercadoria em referência aos produtos em estado bruto, in natura, ou ao que foi 
industrializado em um grau mínimo. De modo geral, são originários do cultivo ou extração e apresentam 
nível de negociação global.
São passíveis às oscilações no mercado de ações em virtude das perdas e dos ganhos e negociadas 
para exportação ou mercados futuros.
 Observação
Commodities ou commodity: mercadoria produzida em grande 
quantidade, por um número significativo de produtores e com qualidade 
uniforme, sem significativas distinções em suas características. Esses produtos 
básicos são negociados por volume em bolsas de mercadorias. Podem ser 
produtos tradicionais agrícolas ou pecuários (soja, carne, trigo, algodão), 
minerais (minério de ferro, petróleo) ou ainda produtos com valor agregado 
(transformados), como o aço, etanol, suco de laranja. Atualmente, surgem 
novas classificações como o crédito de carbono e a largura de banda.
No Brasil, representam grande riqueza para exportação, e a queda na sua negociação pode promover 
retração no PIB de um país. Destacam-se os seguintes produtos: minérios como o ferro, o manganês e o 
ouro, o energético petróleo, carnes de aves, carne bovina, café, soja, açúcar de cana, etanol, entre outros.
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1.3.3 Agriclusters
Agricluster corresponde a uma incorporação da metodologia de agribusiness, ou agronegócio, e de 
cluster, ou aglomerados locais. Corresponde a uma cadeia produtiva no campo.
Trata-se de uma produção moderna. Quando agrícola, ela é mecanizada, monitorada por satélite, 
impulsionada pela tecnologia. São verdadeiros arquipélagos de sucesso no meio rural e em várias regiões 
brasileiras.
Os agriclusters representam a construção de estratégias que devem orientar, de forma complementar, 
as macropolíticas de forma a ganhar competitividade nas regiões produtoras de agronegócios. Trata-se 
de um plano para desenvolvimento local no qual existem vários exemplos significativos como o de 
carnes, aves e suínos no sudoeste de Goiás (GO), chamado Projeto Buriti, da Perdigão, onde o produtor 
não tem um contrato e pode vender a sua parte para terceiros. O cluster não exige um alto investimento 
no setor, mas uma gestão administrativa competente.
O clima, o solo e o relevo são fatores decisivos para garantir um projeto bem-sucedido. O produtor 
que quiser começar um agronegócio deve avaliar primeiro se está no negócio certo, os encargos sociais, 
os juros e os impostos e os impactos do Custo Brasil e, acima de tudo, se o seu negócio pode participar 
dos mercados globais com sucesso.
São pré-requisitos para o sucesso do negócio: investir em alta tecnologia, pesquisa agronômica 
e pessoas qualificadas e conseguir apoio financeiro de bancos ou instituições e de universidades ou 
centros de pesquisa. A Embrapa tem condições de fornecer apoio aos produtores de agribusiness.
Uma gestão estratégica competente é a razão do sucesso. A Cooperativa dos Produtores de Nova 
Petrópolis (RS), a Piá, que fabrica leite, doces e derivados, divide seu capital em três partes: uma para 
produção agrícola, uma para industrialização e outra para os canais de distribuição dos produtos.
Não só os clusters completos fornecem bons resultados. Existem os pré-clusters, como o dos 
produtores de carne do Rio Grande do Sul, que estão em uma fase em que faltam alguns elementos de 
um cluster, como ciência, tecnologia de ponta e pesquisa, mas que exportam para diversos mercados 
vizinhos, como o da Argentina, por exemplo.
2 AS FACES DO CAMPO
2.1 Segmento “antes da porteira” e seus insumos
Do ponto de vista didático, é conveniente estudar o sistema agroindustrial de forma segmentada, 
ou seja, embora indivisível na prática, dividi-lo visando tornar mais fácil seu estudo. Como fruto dessa 
divisão, é lógico abordar inicialmente o segmento “antes da porteira”. Partindo do princípio de que os 
insumos agropecuários melhoram, facilitam ou aumentam a produção, abordaremos as relações dos 
produtores de insumos com os agropecuaristas.
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Os insumos incluem os fatores de produção, que viabilizam a elaboração de certos serviços 
ou bens. Ao aplicarmos tal conceito à atividade agropecuária, pode-se considerar que eles incluem 
todos os bens e serviços que viabilizam a otimização das atividades do setor agropecuário, entre os 
quais a disponibilidade de água, de fontes de energia, de rações, de equipamentos e maquinários e de 
implementos, sais minerais, produtos veterinários e fertilizantes. Tais insumos serão abordados a seguir 
em sua individualidade.
2.1.1 Máquinas
A produção agropecuária está fortemente vinculada à utilização de vários tipos de máquinas, que 
facilitam o exercício da atividade tanto para o produtor como para o criador, visto que há equipamentos 
empregados em ambas as atividades. Deve-se também destacar que máquinas específicas possuem seus 
próprios implementos, que são imprescindíveis para seu funcionamento, e que, para cada tipo particular 
de serviço, há um tipo específico de máquina a ser empregada.
Há um conceito errôneo relativo ao uso de máquinas e equipamentos segundo o qual seriam usados 
exclusivamente em grandes propriedades, sendo inúteis nas de pequeno porte. Os proprietários dos 
latifúndios têm mais recursos para adquirir máquinas e equipamentos adequados às suas propriedades, 
ao passo que os pequenos e médios proprietários adquirem diferentes tipos de insumos, entre os quais 
máquinas e equipamentos.
Figura 19 – Feiras de máquinas nos EUA, em 2011
Entre as categorias de máquinas mais empregadas na agropecuária, destacam-se os tratores, os 
motores fixos e as colhedoras, sendo variável e, às vezes, múltipla a função de cada um, conforme as 
necessidades dos produtores. Por exemplo: alguns utilizam tratores menores equipados com arados, para 
o preparo de solos arenosos, e, conforme a necessidade, o mesmo tipo de trator pode ser empregado 
para tracionar roçadeiras, carretas e niveladoras, além de outros serviços. Contudo, embora sua função 
seja múltipla, a mesma categoria de trator é inútil na aração mais pesada, que exige tratores maiores,com tração 4x4. Outra situação distinta é observada na necessidade de desmatar áreas de vegetação 
arbórea de pequeno ou médio porte, na qual o proprietário, a princípio, teria de empregar dois tratores 
de esteira equipados com correntes que estariam presas em cada uma das pontas dos tratores.
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Cada tipo de colhedora pode ser empregada especificamente na colheita de cana-de-açúcar, laranja 
ou grãos. No segmento das máquinas menores, podem ser citados os pivôs e as bombas de água.
É imprescindível destacar que, em primeiro lugar, a relação custo-benefício deve ser devidamente 
analisada antes de o proprietário adquirir suas máquinas e equipamentos, pois o mercado oferece um 
vasto arsenal de variada qualidade e preço.
2.1.2 Energia elétrica
É outro insumo de fundamental importância, a ponto de ser considerada a energia básica da 
sociedade. Pode-se afirmar que, sem ela, praticamente todos os meios de comunicação não funcionariam. 
A comunicação via telefonia, tanto fixa como móvel ou por meio da internet ou televisão, é no mínimo 
parcialmente dependente da energia elétrica, ou seja, sua limitação causa prejuízos às cadeias produtivas, 
pois tanto os pecuaristas como os produtores agrícolas a utilizam.
2.1.3 Outras fontes de energia
No Brasil, entre as diversas fontes de energia, as mais comuns são a hidráulica e a originária de 
usinas termelétricas. Contudo, nem sempre são as mais indicadas para empreendimentos agropecuários. 
Há fontes alternativas de energia que, embora necessitem de maiores investimentos de implantação, 
são mais adequadas para determinados empreendimentos, sem contar o fato de que há uma forte 
tendência do mercado em implantá-las. Na atualidade, a sociedade tem se preocupado com o meio 
ambiente, cobrando dos produtores uma postura que vise à conservação do planeta. Por exemplo, 
o emprego de fontes limpas de energia atende, ao mesmo tempo, a uma exigência do mercado e à 
sustentabilidade do planeta. O uso de placas que captam a luz do sol e a transformam em energia 
elétrica é um dos exemplos de fontes alternativas de energia. Assim sendo, por meio dessas placas, 
podemos empregar essa energia para realizar algumas tarefas, como aquecer a água, secar e desidratar 
produtos agrícolas, iluminar a propriedade e até mesmo gerar energia suficiente para usar bombas 
d’água e outros equipamentos menores.
Figura 20 – Painel solar da FCA-Unesp, em Botucatu
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Outra fonte alternativa de energia é proveniente do aproveitamento do vento, sendo denominada 
eólica. Atualmente, aerogeradores são movidos por meio da utilização da energia eólica. Tratam-se, na 
verdade, de grandes turbinas com formato de cata-vento ou de moinho, que ao serem devidamente 
posicionadas em áreas com muito vento produzem energia elétrica por meio de geradores. Tal fonte de 
energia tem sido utilizada para a iluminação, assim como para algumas outras tarefas da propriedade.
Figura 21 – Energia eólica sendo utilizada no Campus Querétaro, no México
Pode-se afirmar que a energia hidráulica representa uma das fontes mais utilizadas de energia 
alternativa, fato justificável em função de seu antigo e comum emprego. Deve-se ressaltar que a energia 
hidráulica é uma fonte alternativa de energia, sendo comum seu emprego em pequenas propriedades, 
particularmente na forma de carneiros hidráulicos e rodas d’água, que são comumente utilizados a fim 
de levar água para locais distantes e irrigar plantações de pequeno porte.
Também é possível, por meio de resíduos orgânicos, obter a energia de biomassa. Por exemplo, pela 
fermentação de matéria orgânica (esterco de gado bovino, suíno, caprino ou de aves), tal biomassa pode 
gerar energia a partir do biogás gerado. Para tanto, o esterco deve ser colocado em câmaras especiais, 
denominadas biodigestores, dentro dos quais ocorre a produção de biogás ou gás natural, que pode 
ser transformado em energia elétrica. Outra forma de obter energia elétrica é pela queima de resíduos 
oriundos da própria produção agropecuária. Por exemplo, ao ser colocado para queimar em fornalhas 
ou caldeiras, o bagaço da cana-de-açúcar tem potencial para gerar energia por meio de sua combustão, 
ou seja, fornecer energia pela cogeração.
2.1.4 Correção e análise laboratorial do solo
Em geral, os solos de regiões tropicais são ácidos e pobres em nutrientes, fazendo com que 
correções de pH e fornecimento de nutrientes sejam fundamentais para maior produtividade 
agrícola. Tais correções podem ser obtidas por meio do uso de calcário e de fertilizantes, a fim 
de corrigir suas deficiências e torná-los mais férteis. Na verdade, visam proporcionar melhores 
condições, de modo a permitir a otimização da produção agrícola. O processo correto para a 
correção dos solos exige análise laboratorial, para que seja possível identificar quais seriam suas 
deficiências e, assim, corrigi-las caso necessário.
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Frequentemente, os pequenos agricultores (proprietários de pequenas propriedades) fazem uso de 
corretivos sem a prévia análise do solo, apenas com base em sua experiência pessoal ou familiar ou até 
mesmo na cultura popular, muitas vezes desperdiçando recursos e desequilibrando o solo, reduzindo 
consequentemente a produtividade. Profissionais capacitados podem se utilizar das análises para fazer 
suas recomendações, aumentando, com isso, a produtividade e os lucros. Portanto, a análise laboratorial 
refere-se a uma tecnologia avançada, que o produtor agropecuário não pode dispensar para obter maior 
rendimento de sua produção. Na atualidade, o agropecuarista não deve abrir mão das novas tecnologias 
disponíveis no mercado, pois, se desejar executar um projeto de exploração agropecuária em determinada 
região cujo solo apresenta deficiências ou necessidade de correção para plantar determina cultura, tal 
projeto certamente não irá para a frente sem a devida correção do solo. Em resumo, a aplicação de 
análises laboratoriais é imprescindível para obter sucesso na execução de projetos agropecuários.
Na prática, atualmente temos recursos tecnológicos que permitem a realização de análises do solo, 
da água e dos fertilizantes, além das análises clínicas dos animais, que são voltadas à produção pecuária. 
A análise dos solos é fundamental para que sejam discriminados os tipos de corretivos necessários, a 
fim de torná-los mais férteis. Outro recurso refere-se à análise das folhas dos vegetais, cujo resultado 
obtido nos permite avaliar de quais tipos de nutrientes específicos tais vegetais necessitam. Assim 
sendo, o produtor agrícola poderá fornecer os nutrientes necessários e em quantidades adequadas para 
otimizar a produtividade agrícola. A análise adequada dos fertilizantes objetiva não somente determinar 
a qualidade de tais insumos, mas também estabelecer, de forma precisa, a quantidade necessária ao 
produtor, a fim de obter uma fertilização adequada.
Quanto às análises clínicas dos animais, estas devem ter uma finalidade preventiva, de modo a 
identificar doenças que possam estar presentes, e também curativa, para otimizar a qualidade do 
rebanho e nortear o tratamento de animais doentes. Cabe lembrar que animais portadores de doenças 
transmissíveis, como a febre aftosa, são potenciais fontes de infecção e podem, caso não sejam 
devidamente manejados, comprometer a saúde de todo o rebanho. Portanto, as análises clínicas dos 
animais são fundamentais para o pecuarista,

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