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Prof.ª Lorena Miranda CURSO DE ODONTOLOGIA Anatomia Morfofuncional da Cabeça e do Pescoço * Articulação Temporomandibular - ATM O sistema estomatognático é uma unidade funcional do organismo em que tecidos diferentes e variados quanto à origem e à estrutura agem harmoniosamente na realização de variadas tarefas funcionais. Fazendo parte deste sistema temos os componentes esqueletais (maxila e mandíbula), arcadas dentárias, tecidos moles (glândulas salivares, suprimento nervoso e vascular), ATM e músculos. Tais estruturas encontram-se interligados e relacionados e, quando em função, visam alcançar o máximo de eficiência com a proteção de todos os tecidos envolvidos. Fazendo parte deste complexo sistema temos a ATM, "Um conjunto de estruturas anatômicas, que com a participação de grupos musculares especiais, possibilitam a mandíbula executar variados movimentos durante a mastigação Articulação Temporomandibular - ATM Articulação Temporomandibular - ATM A Articulação Temporomandibular representa a ligação articulada da mandíbula com a base do crânio. Este por sua vez, apresenta conexões musculares e ligamentares com a região cervical que juntos formam um sistema funcional denominado sistema crânio-cervico-mandibular. As ATM`s são dois complexos articulares localizados bilateralmente no plano frontal da cabeça. São responsáveis pelos amplos movimentos que a mandíbula executa em relação aos ossos temporais. Movimentos: abertura, fechamento (oclusão), retrusão, protrusão e lateralidade. https://youtu.be/4CF8-xqvxg8 Articulação Temporomandibular - ATM Embora cada um dos complexos articulares seja uma entidade anatômica distinta, estão atrelados funcionalmente, uma vez que não é possível a realização de movimentos independentes em cada uma das articulações. Articulação Temporomandibular - ATM A articulação Temporomandibular ou ATM é uma articulação formada pela união dos ossos temporal fixado no crânio com a mandíbula (parte móvel da articulação) A Mandíbula tem a forma de “U’, único osso móvel do crânio e sustenta os dentes inferiores. A fossa mandibular no osso temporal, juntamente com a eminência articular e o côndilo, irão formar as superfícies articulares da ATM. A ATM é uma articulação deslizante e a mais utilizada do corpo. A porção articular do osso temporal é a cavidade Glenoide ou Fossa Mandibular e ou articular. A estrutura mandibular que irá se articular com a fossa mandibular do osso temporal é o processo condilar, o qual tem a forma convexa. A ATM é um tipo de articulação Sinovial. A característica única de uma articulação sinovial é a presença de um espaço chamado de cavidade articular (sinovial) entre os ossos a articulação. * Todas as articulações sinoviais são classificadas funcionalmente como diartroses. As diartroses são articulações que executam os movimentos com ampla liberdade. * As superfícies articulares da fossa mandibular e do côndilo são revertidas com tecido conjuntivo denso fibroso e não cartilagem hialina. * A cartilagem articular é avascular, ou seja, não possui irrigação sanguínea. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. O tipo de tecido que recobre a superfície articular da ATM portanto é menos suscetível ao envelhecimento e apresenta menos desgaste e maior capacidade de regeneração, sendo perfeito para articulação, já que esta é excessivamente solicitada. Pode realizar, em média, 1500 a 2000 movimentos diários. Cápsula Articular – envolve a articulação sinovial, circundando a cavidade articular e une os ossos da articulação. A cápsula articular, também formada por tecido conjuntivo denso fibroso, é unida na parte superior ao osso temporal e na parte inferior ao côndilo, mais precisamente em uma região denominada colo do côndilo. A cápsula articular é composta por duas camadas, uma cápsula fibrosa externa e uma membrana sinovial interna. A cápsula fibrosa, normalmente, consiste em tecido conjuntivo denso não modelado que se fixa ao periósteo dos ossos articulares. A flexibilidade da cápsula fibrosa permite considerável movimento na articulação, enquanto sua grande resistência à tração (resistência ao alongamento) ajuda a evitar o deslocamento do osso. A camada interna da cápsula articular, membrana sinovial, que secreta e confina o líquido sinovial ou sinóvia. A membrana sinovial é responsável por prover suprimento nutricional e metabólico para a ATM. Além da lubrificação das superfícies articulares, outra função da cápsula é proteger a articulação, resistindo a qualquer força mediana, lateral ou inferior que tende a separar e deslocar as superfícies articulares. O líquido sinovial é amarelado-claro viscoso. Consiste de ácido hialurônico e líquido intersticial filtrado do plasma sanguíneo. O líquido forma uma película fina sobre as superficies dentro da cápsula articular. Suas funções incluem a redução do atrito, por meio da lubrificação da articulação, a absorção de impactos e o fornecimento de oxigênio e nutrientes e remover dióxido de carbono e resíduos produzidos pelos condrócitos. * O líquido sinovial também contém células fagocíticas que removem impurezas e fragmentos do desgaste normal a articulação. O líquido sinovial é constantemente renovado. O líquido sinovial mantém as superfícies articulares em ambiente lubrificado, que além de impedir a adesão e o desgaste dos componentes internos da articulação, aumenta a eficiência dos movimentos articulares e colabora com a nutrição das estruturas avasculares. O disco articular é uma estrutura bicôncava oval cuja parte central é fina, denominada zona intermediária. As bordas ou bandas anteriores e posteriores são mais espessas, o que confere a este disco o formato semelhante a uma “gravata borboleta”. O formato do disco permite que a sua região central se articule perfeitamente na sua porção inferior com o côndilo, e na sua porção superior com a eminência articular do temporal. A anatomia discal contribui para estabilidade da ATM. Disco articular – o disco de fibrocartilagem separa a cavidade articular em compartimento superior e inferior. O compartimento superior (complexo temporodiscal) é limitado superiormente pela fossa mandibular do osso temporal e inferiormente pelo próprio disco articular. Ele contém 1,2 ml de fluido sinovial, e é responsável pelo movimento de translação ou deslizamento da articulação. O compartimento inferior (complexo condilodiscal) tem o disco articular como uma borda superior e o côndilo da mandíbula como uma borda inferior. Ele é ligeiramente menor, com um volume de fluido sinovial médio de 0,9 ml e permite movimentos rotacionais. O disco é uma estrutura ovulada, fina, dividido em parte central e periférica. O disco é composto de tecido conjuntivo denso fibroso e proteoglicanos cartilaginoides, sem nervos e vasos sanguíneos. Tem a capacidade de absorver choques de diversas forças que atuam na ATM durante atividade funcionais e parafuncionais. O disco torna mais congruentes as superfícies articulares do temporal e da mandíbula. Estabiliza o côndilo na fossa. Ligamentos – juntamente com os músculos, os ligamentos proporcionam estabilidade à articulação. Temporomandibular – porção externa oblíqua outra interna horizontal. Porção externa – parte da superfície exterior do tubérculo articular e do processo zigomático inferiorposterior até a superfície externa do côndilo. A porção interna parte da superfície externa do processo zigomático, horizontal e posteriormente, até o polo lateral do côndilo e a parte posterior do disco articular. * A porção oblíqua impede a queda do côndilo e limita a extensão da abertura da boca. A porção horizontal limita o movimento posterior do côndilo e do disco, além de proteger o músculo pterigoideo lateral contra distensões. Protege tecidos retrodiscais dotraumatismo causado pelo deslocamento posterior do côndilo. Ligamentos posteriores, tecidos retrodiscais ou zona bilaminar – são formados por tecido conjuntivo especializado e ocupam o espaço entre o disco e a parede posterior da cápsula articular. São formados por duas lâminas de tecido conectivo denso: uma superior e uma inferior (zona bilaminar). A porção superior é rica em elastina e liga-se desde o disco articular até o temporal, sendo esta porção a única estrutura capaz de tracionar o disco posteriormente. A porção inferior é rica em fibras colágenas e liga-se até a margem posterior da superfície articular do côndilo, tendo como ação limitar a rotação para frente do disco sobre o côndilo. Ligamentos colaterais – são ligamentos intracapsulares. Um medial e outro lateral. Os ligamentos colaterais se inserem no processo condilar, tendo como função estabilizar o disco sobre o processo condilar durante os movimentos de rotação e translação do côndilo. Ligamento Esfenomandibular - faixa fina estendendo-se inferoanteriormente da espinha do osso esfenoide até o ramo da mandíbula (língula). Ação – restringir os movimentos da mandíbula e proteger o feixe vásculo-nervoso alveolar inferior. Ligamento Estilomandibular – faixa espessa que se estende do processo estiloide do osso temporal até a margem inferoposterior do ramo da mandíbula (face medial). Ação de limitar o movimento excessivo de protrusão. Movimentos da mandíbula Abertura – se inicia com o relaxamento dos músculos elevadores ( masseter, Pt medial e fibras medias e anteriores do temporal), ao mesmo tempo contração dos músculos Pt lateral, ação forte dos músculos supra-hiódeos (digástrico), proporcionando uma trajetória condilar para frente e para baixo. Fechamento - O fechamento se inicia com o relaxamento dos músculos depressores, principalmente, o digástrico e os pterigóideos, de forma sincrônica ocorrem à contração dos músculos elevadores: masseter, pterigóideo medial, fibras anteriores e médias dos temporais, determinando o fechamento inicial com o movimento ascendente da mandíbula, levando o conjunto côndilo/disco a deslizar pela face articular em direção à porção profunda da fossa mandibular, numa trajetória para cima e para trás. Protrusão – movimento anterior da mandíbula. É o movimento mandibular na direção pósteroanterior, de aproximadamente 10mm. Músculos: Pterigoideos Laterais e Pterigoideos Médios. Os côndilos deslizam sobre a eminência articular. Retrusão - Translação Posterior da mandíbula. Côndilos se deslocam posteriormente. Músculos: Fibras Posteriores do músculo Temporal, com a ajuda dos músculos geniohioideo, digástrico e milohioideo. Lateralidade - Devido à forma anatômica do complexo temporo-mandibular, a mandíbula não apresenta movimento de lateralidade pura, desta forma, esta ação só é possível para frente e para o lado, caracterizando uma lateroprotusão. REFERÊNCIAS TORTORA, GJ; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 12 ed. Editora Guanabara Koogan. Capítulos 12 ao 15 DANGELO; FATTINI. Anatomia Humana: Sistêmica e Segmentar. 3 ed. Editora Atheneu. *
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