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ISSN 21774080
103
Investigação, 15(4):103-107, 2016
RESUMO
A lactose é o açúcar do leite, hidrolisada pela enzima lactase do intestino delgado. A deficiência dessa enzima no 
organismo denomina-se intolerância à lactose. Essa patologia pode apresentar-se de três formas e em todas elas o açúcar 
não é hidrolisado e passa pelo intestino grosso causando sinais e sintomas característicos. Este estudo teve por objetivo 
avaliar os estudos disponíveis na literatura sobre intolerância à lactose. A metodologia utilizada foi revisão de literatura 
com base nos dados atuais. Foram encontrados 24 estudos na literatura disponível entre os anos de 2008 a 2016. Os 
sinais e sintomas mais prevalentes nos intolerantes foram diarreia, distensão abdominal, cólicas e flatulências. Já em 
relação ao tratamento, constatou-se nos estudos avaliados que pode variar entre a exclusão parcial ou total de produtos 
lácteos, dependendo de cada indivíduo. Portanto, o estudo ressalta a importância do conhecimento da deficiência para 
melhor controle do estado nutricional do paciente com medidas dietoterápicas sem causar consequências em seu 
metabolismo.
Palavras-chave: Lactose; intolerância à lactose; lactase.
Laura F. Soares1*; Laira C. Peracini1; Simone de Freitas1; Fernanda P. Ferreira1; Letícia F. dos Santos1; 
Luciane C. Manhani1, Talita L. Benedeti1, Marina G. Manochio-Pina2.
ASPECTOS NUTRICIONAIS E 
METABÓLICOS DA INTOLERÂNCIA À 
LACTOSE
Nutritional Aspects and Metabolic Of Lactose Intolerance
ABSTRACT
Lactose is the milk sugar and it is hydrolyzed by the enzyme lactase in the small bowel. The lack of such enzyme 
in the body is known as lactose intolerance. This pathology may show three different variations, and in all of them, 
the sugar is not hydrolyzed, which goes through the large bowel causing its characteristic signs and symptoms. This 
study aims to evaluate the studies in the literature on intolerance lactose. Literature review of current data was the 
chosen methodology. Were found 24 studies in the available literature between the years 2008 to 2016. The signs and 
symptoms most prevalent in intolerant were diarrhea, bloating, cramps and bloating. In relation to the treatment, it 
was found in the evaluated studies that may vary between partial or full exclusion of dairy products, depending on 
each individual. Therefore, the study highlights the importance of the proper knowledge on this deficiency in order to 
better control the patient’s nutritional state through dietary therapeutic measures without causing in them unwanted 
metabolic consequences.
Keywords: ruminal acidosis, lactic acid, sheep, laminitis.
1Discente da Universidade de Franca - UNIFRAN, Franca, São Paulo, Brasil. 
2Docente da Universidade de Franca - UNIFRAN, Franca, São Paulo, Brasil.
*Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201, Parque Universitário - CEP 14.404-600, Franca – SP, email: laurafalcuci@hotmail.com
REVISÃO DE LITERATURA | CIÊNCIAS EM SAÚDE
Investigação, 15(4):103-107, 2016
ISSN 21774080
104
Investigação, 15(4):103-107, 2016
INTRODUÇÃO
A lactose é um carboidrato classificado como dissacarídeo, 
conhecido como o açúcar do leite e de alto consumo pelos 
brasileiros. Este carboidrato auxilia na absorção de alguns 
micronutrientes como o magnésio, zinco e principalmente 
o cálcio, presente no leite. É necessária a atividade da enzima 
lactase ou β-D-galactosidase para digestão e absorção do 
carboidrato (GALEGO et al., 2015). Esta enzima é responsável 
pela hidrólise da lactose em glicose e galactose, cuja absorção 
ocorre na mucosa intestinal e posterior metabolizada no fígado 
(SANTOS et al., 2014). Caso a lactose não seja hidrolisada, 
este carboidrato percorrerá diretamente para o cólon e será 
fermentada por bactérias intestinais resultando em uma alta 
produção de ácidos orgânicos e gases (SÁ et al., 2014). Além 
disso, ocorre o aumento da pressão osmótica atraindo fluidos 
para o interior do intestino. As manifestações clínicas decorrentes 
da intolerância à lactose são cólicas e distensões abdominais, 
flatulências e diarreia (GALEGO et al., 2015).
A intolerância à lactose pode se apresentar de três formas: 
primária, secundária ou congênita. A primária é caracterizada 
pela diminuição da produção de lactase devido a uma tendência 
natural com o passar dos anos, e qualquer adulto sem idade 
específica está sujeito a adquiri-la. A deficiência secundária pode 
ser temporária, ocasionada pela morte das células intestinais, 
ocorre geralmente quando a criança tem diarreia persistente 
comum no primeiro ano de vida, ou devido a outras doenças 
que destroem essas células. Após o tratamento da doença ou 
da diarreia persistente, as células intestinais se recompõem 
e voltam a produzir a enzima. Na congênita, a deficiência é 
permanente. Ela é identificada por um erro genético raro, na 
qual a criança já nasce sem a capacidade de produzir a enzima, 
ocorre principalmente em recém-nascidos prematuros (MATTAR 
e MAZO, 2010).
É importante estabelecer a diferença entre intolerância, 
sensibilidade e alergia, apesar desses termos serem usados 
como sinônimos, suas consequências e reações são diferentes. A 
alergia é uma resposta imunológica do organismo que provoca 
sintomas como edema, congestão respiratória, coceira e vômitos. 
A sensibilidade é uma resposta anormal do organismo e seus 
sintomas são semelhantes aos da alergia. Já a intolerância é uma 
reação adversa do organismo que envolve digestão, absorção e 
metabolismo de algum componente alimentar (GASPARIN et al., 
2010).
Os testes mais utilizados para diagnosticar a intolerância 
incluem o teste de hidrogênio expirado, o teste do pH fecal 
e o teste de tolerância oral à lactose. O diagnóstico será 
dado de acordo com os resultados obtidos em cada teste. O 
tratamento da intolerância à lactose será instituído de acordo 
com a deficiência do intolerante e, após, dado o diagnóstico. A 
restrição parcial ou total (temporária) da ingestão do leite e seus 
derivados são suficientes para controlar os sintomas causados 
(TUMAS e CARDOSO, 2008). Dessa forma, é fundamental o papel 
do nutricionista, pois a alimentação é a base do tratamento. Seu 
conhecimento possibilita adaptações nutricionais necessárias 
para evitar a ocorrência dos sintomas e a progressão da doença. 
Exerce a função, também, de ensinar o paciente a ler e interpretar 
rótulos de produtos industrializados, evitando alimentos que 
contêm grandes quantidades de lactose (CAVALHEIRO, 2014). 
Entretanto, a falta de conhecimento adequado dos profissionais 
sobre essa condição e seu manejo nutricional, pode estar 
correlacionada à necessidade de mais estudos aprofundados 
sobre a doença e seus aspectos metabólicos (BAUERMANN e 
SANTOS, 2013).
Frente ao exposto, o objetivo deste estudo é avaliar as 
evidências disponíveis na literatura a propósito desta intolerância
 DESENVOLVIMENTO
 Metodologia
Realizou-se uma pesquisa bibliográfica utilizando-se as 
bases de dados Scielo, Periódicos da Capes, Pubmed e livros. 
Foram localizados trinta e um artigos, dentre esses selecionou-
se vinte e quatro em razão do conteúdo mais específico e 
relacionado ao objetivo deste estudo, saliente-se que essas 
publicações referem-se ao período de 2008-2016. Valeu-se 
dos seguintes descritores bibliográficos: lactose, intolerância 
à lactose e lactase. Os operadores boleanos foram: and e or. 
Realizou-se uma análise de categorização temática e descritiva. 
 RESULTADOS
Na tabela I, são apresentadas informações gerais sobre os 
respectivos artigos encontrados.
Autores Ano de 
Publicação
Título do Artigo
1 BACELAR JUNIOR, A.J.; 
KASHIWABARA, T.G.B.; 
NAKAOKA, V. Y.
2013 Intolerância à lactose – revisão de 
literatura.
2 BARBOSA,C.R. e 
ANDREAZZI, M.A.
2010 Intolerância à lactose e suas 
consequências no metabolismo 
do cálcio.
3 BAUERMANN, A. e 
SANTOS, Z.A.
2013 Conhecimento sobre intolerância 
à lactose entre nutricionistas.
ISSN 21774080
105
Investigação, 15(4):103-107, 2016
4 BUZÁS, G.M. 2015 A intolerância à lactose: passado 
e presente. Parte 1
5 CANANI, R.B. et al. 2016 Diagnóstico e tratamento de 
intolerância aos hidratos de 
carbono em crianças.
6 COSTA, L. e ROCHA, 
S.C.
2012 Intolerância à lactose: conduta 
nutricional no cuidado de 
crianças na primeira infância.
7 CUNHA, M.E.T. et al. 2008 Intolerância à lactose e 
alternativas tecnológicas.
8 FAEDO, R. et al. 2013 Obtenção de leite com baixo 
teor de lactose por processo 
de separação por membranas 
associadas à hidrólise enzimática.
9 FRIEDERICHI, D.C. 2013 A diversidade do gene LCT e 
a persistência da lactase na 
população brasileira.
10 GALEGO, M. et al. 2015 Estudos sobre intolerância à 
lactose.
11 GASPARIN, F.S.R. et al. 2010 Alergia à proteína do leite de vaca 
versus intolerância à lactose: as 
diferenças e semelhanças.
12 MASCARENHAS, 
M.A.C.
2012 Qualikefir avaliação de qualidade 
físico-química e sensorial em 
produtos derivados de kefir, leite 
e iogurte líquido natural.
13 MATTAR, R. e MAZO, 
D.F.C.
2010 Intolerância à lactose: mudança 
de paradigmas com a biologia 
molecular.
14 PEREIRA, M.C.S. et al. 2012 Lácteos com baixo teor de 
lactose: uma necessidade para 
portadores de má digestão da 
lactose um nicho de mercado.
15 PONTE, P.R.L. et al. 2016 Avaliação clínica, bioquímica e 
análise de polimorfismo genético 
para o diagnóstico de intolerância 
à lactose em uma população do 
nordeste do Brasil.
16 SÁ, P.T.M. et al. 2014 Aspectos etiológicos da 
hipolactasia.
17 SALOMÃO, N.A. et al. 2012 Ingestão de cálcio e densidade 
mineral óssea em mulheres 
adultas intolerantes à lactose.
18 SANTOS, F.F.P. et al. 2014 Intolerância à lactose e as 
consequências no metabolismo 
do cálcio.
19 SPADOTI, C.M. et al. 2010 Vida útil de leite desnatado e 
pasteurizado lactose hidrolisado 
microfiltrado.
20 STEFANI, G.P. et al. 2009 Presença de corantes e lactose 
em medicamentos: avaliação de 
181 produtos.
21 STEFE, C.A. et al. 2008 Probiótico, prebiótico e 
simbiótico.
22 TUMAS, R. e 
CARDOSO, A.L.
2008 Como conceituar, diagnosticar e 
tratar a intolerância à lactose.
23 WIDJAJA, L. et al., 2015 De “intolerância à lactose” a 
“nutrição lactose”
24 WORTMANN, A.C. et 
al.
2013 Análise molecular da hipolactasia 
primária do tipo adulto: uma 
nova visão do diagnóstico de um 
problema antigo e frequente.
Nota-se que, dos vinte e quatro artigos apresentados, 
a maior parte se trata dos aspectos nutricionais, incluindo 
a preocupação com a deficiência de cálcio e alternativas de 
substituições de produtos que provocam os sintomas por aqueles 
que possuem baixo teor de lactose. Os aspectos metabólicos não 
foram enfoque principal dos artigos encontrados, entretanto 
seis artigos abordaram este tema.
Intolerância à lactose
O principal carboidrato na alimentação infantil é a lactose 
devido o alto consumo de leite, mas, com o passar dos anos, sua 
ingestão diminui e consequentemente a produção de enzimas 
também. Quando há a diminuição ou a não produção das enzimas 
que degradam este carboidrato, denomina-se hipolactasia 
ou intolerância à lactose. A hipolactasia do tipo adulto é 
causada por um polimorfismo de base única (SNP) localizada a 
aproximadamente 14 Kb do sítio de início da transcrição do LCT 
(gene da lactase), dentro de um íntron do gene MCM6, sendo 
este SNP uma troca de C para T na posição -13910 (rs4988235) 
(FRIEDRICH, 2013). Pode ser determinada com a reação em cadeia 
da polimerase (BUZÁS, 2015). Já na intolerância secundária, a 
causa é por mutações na região codificadora do gene suscitada 
pelas doenças gastrointestinais (doença celíaca, síndrome do 
intestino irritável, doença de Crohn, síndrome do intestino curto 
e doenças inflamatórias do intestino), pois um dos principais 
sintomas dessas doenças é a diarreia, o que danifica as paredes 
do intestino delgado, impedindo a produção da enzima (BUZÁS, 
2015; CANANI, et al., 2016).
 Aspectos metabólicos dos sinais e sintomas
Segundo Ponte et al. (2016), os principais sintomas 
apresentados pelos pacientes intolerantes à lactose são 
flatulência (81,4%), inchaço (68,5%), borborigmos (59,3%) e 
diarreia (46,3%) em comparação com pacientes não intolerante 
à lactose.
A diarreia ocasionada no intolerante à lactose ocorre devido 
a não absorção de substâncias geradas pela falta de hidrólise 
da lactose. Essas substâncias, como a glicose e galactose, 
permanecem no intestino grosso e fazem com que uma grande 
quantidade de água permaneça nas fezes causando uma 
diarreia osmótica, devido à presença da água que não pode ser 
reabsorvida pelo organismo (TUMAS e CARDOSO, 2008). Isso 
faz com que aumente o movimento peristáltico, acelerando 
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Investigação, 15(4):103-107, 2016
o trânsito intestinal. A intensidade da diarreia depende da 
quantidade de substâncias osmóticas que o intolerante tenha 
consumido (BACELAR JUNIOR et al., 2013). 
Por não ser hidrolisada no intestino delgado, a lactose é 
conduzida até o intestino grosso. No cólon, a lactose é fermentada 
pela própria microflora intestinal produzindo ácidos láticos, 
acéticos e graxos de cadeia curta e gases como hidrogênio, 
metano e dióxido de carbono (SANTOS et al., 2014). Os ácidos 
são absorvidos pela mucosa colônica na tentativa de recuperar 
a lactose má absorvida e os gases acumulados provocam 
flatulência, cólicas caracterizadas por distensão abdominal, 
causando desconforto e agredindo a parede intestinal. Como há 
muita produção de gases, o hidrogênio e o dióxido de carbono 
também são expirados pelos pulmões (SÁ et al., 2014).
O Sistema Nervoso Central quando recebe a mensagem de 
que está ocorrendo uma irritação no intestino, provoca o vômito 
a fim de eliminar o conteúdo estomacal e este não alcançar o 
intestino, o que provocaria mais desconforto se ocorresse. Esses 
sintomas não são comuns em pessoas intolerantes, ele ocorre 
geralmente em pessoas alérgicas à proteína ou em pessoas que 
são alérgicas e intolerantes (CUNHA et al., 2008). 
Tratamento dietoterápico e outras medidas
A maioria dos intolerantes consegue tolerar cerca de 12g 
de lactose por dia (equivale a um copo de leite) e quando 
essa quantidade é consumida em porções menores ao longo 
do dia, existe maior tolerância e pode-se não apresentar as 
manifestações características (SÁ et al., 2014). Essa quantidade 
de 12g de lactose pode variar, pois cada organismo reage de uma 
forma. Além disso, existem fatores que contribuem para essa 
variabilidade como o conteúdo de gordura e osmolaridade do 
alimento, o tempo de esvaziamento gástrico e trânsito intestinal, 
a sensibilidade que a pessoa tem à distensão abdominal e a 
reação do cólon na fermentação do carboidrato (MATTAR e 
MAZO, 2010). 
O leite é um alimento rico em proteínas de alto valor 
biológico, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas como 
potássio, cálcio, fósforo, magnésio, zinco e riboflavina (B2). 
Quando há a exclusão total e definitiva do leite, o indivíduo pode 
acarretar deficiências nutricionais e desenvolver problemas 
futuros (GALEGO et al., 2015). O cálcio, mineral encontrado 
principalmente em leites e derivados, exerce várias funções 
no organismo sendo essencial seu consumo diário. A ingestão 
adequada desse mineral previne a osteoporose e ajuda no 
crescimento dos ossos do indivíduo (COSTA e ROCHA, 2012). 
Assim, a intolerância pode influenciar no consumo e na absorção 
de cálcio, seja por evitar os produtos contendo lactose (fontes 
de cálcio) ou por ter sua absorção comprometida (lactose ajuda 
na absorção do mineral) (SALOMÃO et al., 2012). Portanto, a 
restrição total e definitiva do leite não é recomendada, a fim de 
evitarem-se prejuízos ao organismo do intolerante (BARBOSAe 
ANDREAZZI, 2010).
Um dos processos citados por Faedo et al. (2013) no qual 
as indústrias alimentícias vêm investindo, é a obtenção de 
produtos lácteos com baixo teor de lactose através da separação 
de membranas associadas à hidrólise enzimática. Esses produtos 
que apresentam a lactose parcialmente hidrolisada são os 
iogurtes, coalhadas, leites fermentados e leites do tipo longa-
vida UHT integrais ou semidesnatados segundo Spadoti et al. 
(2010) e Santos et al. (2014). Outras alternativas de alimentos 
tolerados são os queijos cheddar, suíço, parmesão, prato e 
provolone, que em suas próprias composições químicas já 
possuem baixa quantidade de lactose de acordo com Pereira et 
al. (2012).Também existem preparos comerciais como cápsulas 
ou soluções da enzima que exercem a função de reposição 
enzimática da própria lactase exógena (+ β-galactosidase) 
adquirida dos fungos e leveduras. Dessa forma, as medidas 
farmacológicas ajudam na redução dos sintomas, pois são 
capazes de hidrolisar grande parte da lactose consumida 
(MATTAR e MAZO, 2010). 
Alguns alimentos funcionais como os prebióticos e os 
probióticos auxiliam na redução dos sintomas da intolerância, 
segundo Cunha et al. (2008). Outro estudo como o de Stefe 
et al. (2008) ressalta a importância dos probióticos que são 
os próprios microrganismos vivos que tem efeito sobre o 
equilíbrio bacteriano intestinal e ajuda a controlar diarreias 
(sintoma característico da intolerância). Além do mais, os 
probióticos também aumentam a digestibilidade da lactose, 
como por exemplo, os lactobacillus, que produzem a própria 
enzima β-D-galactosidase que favorecem a hidrólise do 
açúcar. O kefir de acordo com Mascarenhas (2012) é um dos 
probióticos mais utilizado pelos intolerantes, pois quando 
esse grão é adicionado ao leite ocorre a fermentação pelas 
bactérias ali presentes, degradando o açúcar e facilitando a 
digestão e o funcionamento intestinal. Já Widjaja et al. (2015) 
diz que os Bacteroides, Prevotella, Bifidobacterium, grupo 
Atopobium, Streptococcus, Lactococcus e Lactobacillus, 
Enterococcus, Clostridium, grupo Histolyticum, Lituseburense, 
Eubacterium, Peptostreptococcus e o grupo Ruminococcus 
possuem atividade β-D-galactosidase quebrando lactose em 
glicose e galactose, os seus metabólitos não serão absorvidos 
e, em consequência, irá apresentar desafio osmótico no cólon.
ISSN 21774080
107
Investigação, 15(4):103-107, 2016
Stefani et al. (2009) e Bacelar Junior et al. (2013) constataram 
que a lactose pode inteirar o produto final dos medicamentos 
e também ser utilizada como estabilizantes e edulcorantes. 
Porém, a presença deste açúcar nem sempre é visível nas bulas 
e também em rótulos de alimentos industrializados de acordo 
com Wortmann et al. (2013), causando o aparecimento dos 
sintomas nos intolerantes após a ingestão dos alimentos e/ou 
medicamentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intolerância à lactose acomete indivíduos de qualquer faixa 
etária e no mundo inteiro, por isso são fundamentais a atenção 
e os cuidados necessários sobre os aspectos e consequências 
metabólicas, as deficiências nutricionais, os sintomas causados 
e as medidas para tratamento e controle da patologia. Dessa 
forma, é indispensável que o profissional nutricionista busque 
mais conhecimentos sobre a doença para que sua atuação seja 
eficaz na intervenção e no acompanhamento das medidas 
dietoterápicas, garantindo a segurança alimentar, a qualidade 
de vida e a saúde do paciente.
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