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Imunologia Livro

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Imunologia
1ª edição
2017
Imunologia
3
Palavras do professor
A Imunologia é uma disciplina necessária para entender como os meca-
nismos de defesa dos organismos vivos funcionam para protegê-los de 
uma invasão por agentes que podem causar doenças e danos. Estudar 
imunologia é compreender como o organismo se mantém vivo e com 
saúde, e, ainda, entender os mecanismos relacionados às doenças, que se 
desenvolvem quando o sistema imune falha de alguma forma. 
Nossas discussões iniciam com o estudo sobre como funciona o Sistema 
Imune (de defesa) e o papel da Imunidade Inata e da Adquirida. Também 
discutiremos sobre o sistema linfático, seu papel na imunidade e as 
células e moléculas envolvidas na defesa. Afinal, é importante entender 
como acontecem as doenças e como podemos ser saudáveis.
Lembre-se que a abordagem da disciplina, nesse contexto, faz-se no 
sentido de formar profissionais que ao longo de sua formação procurem 
seu próprio caminho entre os temas estudados e as experiências cotidianas.
Bons estudos!
1
4
Unidade 1
Noções Básicas de Imunologia, 
Anatomia do Sistema Imune e a 
Imunidade Inata 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade você aprenderá sobre as principais características do 
sistema imune, ou seja, nosso sistema de defesa, assim como os órgãos 
que fazem parte do sistema linfático além das principais barreiras de 
penetração dos microrganismos patogênicos (aqueles causam doenças) 
no organismo. Todos esses conceitos são extremamente importantes 
para que você consiga entender todas as demais aulas de Imunologia.
Objetivos de Aprendizagem
• Abordar noções de imunologia.
• Compreender o sistema linfático: órgãos e tecidos linfoides primá-
rios e secundários.
• Conhecer as células do sistema imune: mononucleares, polimor-
fonucleares, células acessórias e, suas respectivas funções. 
• Conhecer os mecanismos da imunidade inata: barreiras fisioló-
gicas, células e moléculas envolvidas.
5
Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
1.1 Conceitos Iniciais 
O sistema imune é o nosso sistema de defesa, ele protege o organismo das agressões externas e internas. As 
agressões externas mais comuns como os microrganismos patogênicos, são: vírus, bactérias, fungos, proto-
zoários e helmintos, toxinas bacterianas e de animais peçonhentos. As agressões internas podem aparecer e 
dependem de cada indivíduo, como por exemplo, o aparecimento de tumores e doenças autoimunes (ABBAS e 
cols, 2015).
 O sistema imune exerce um papel importante nos transplantes de órgãos, isso porque eles contribuem para a 
aceitação ou rejeição. Ele participa das reações alérgicas, quando se manifesta de forma exagerada, e das imuno-
deficiências quando há falta na produção e/ou ativação de um componente imunológico (ABBAS e cols, 2015).
Nosso sistema imune é muito inteligente e é ensinada a não atacar órgãos e substâncias próprias do nosso corpo 
e é capaz de reconhecer microrganismos invasores e atacá-los, isso porque ele diferencia o próprio do não 
próprio, ou seja, o “self” do “not self” (ABBAS e cols, 2015). 
A resposta coordenada contra patógenos e substâncias estranhas é chamada de Resposta Imune. Essa resposta 
reúne uma variedade de células de defesa e órgãos do sistema linfático que estão envolvidos na imunidade, mas, 
cada um com sua função biológica (ABBAS e cols, 2015).
1.2 História da Imunologia
Um dos primeiros relatos da imunologia ocorreu no século XVIII na Inglaterra. O médico Inglês Edward Jenner 
enfrentava uma epidemia de varíola, uma doença com alto índice de morte, principalmente em crianças. Naquela 
época, o médico Edward Jenner, fez algumas observações e percebeu que as mulheres que ordenhavam vacas não 
eram contagiadas quando havia um surto de varíola, porém tinham frequentemente lesões nas mãos seme-
lhantes às pústulas da varíola (JANEWAY e cols, 2014). 
Pústula é uma inflamação purulenta aguda, circunscrita da pele ou mucosa, em que o pus se 
acumula entre o epitélio e o conjuntivo adjacente, formando uma pequena elevação amare-
lada (BRASILEIRO, 2000). 
Glossário
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Figura 1 - Inoculação de lesão da varíola em uma criança, por Dr Edward Jenner
Fonte: Edward Jenner, in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. 
Disponível em: <https://www.infopedia.pt/$edward-jenner>. Acesso em: Fev. de 2017. 
Para testar sua teoria esse médico inoculou, em um menino de 8 anos, material raspado da lesão bovina. Algum 
tempo depois inoculou o menino com um raspado de lesão humana e o menino não adoeceu. Essa técnica foi 
denominada de variolação. Ele prosseguiu com a técnica de variolação em milhares de pessoas. O trabalho de 
Edward Jenner representou a primeira tentativa de controle de infecção. Atualmente essa prática é denominada 
de vacinação (PEAKMAN e cols., 1999). A seguir, observe na Figura 2, um exemplo de infecção por varíola.
Figura 2 – Infecção com varíola
Fonte: Criança com varíola, Bagladesh, 1973. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Var%C3%ADola#/media/
File:Child_with_Smallpox_Bangladesh.jpg>. Acesso em: Jan. de 2017.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Você sabia que a varíola foi classificada como uma das doenças mais devastadoras da história 
da humanidade. Por isso, cientistas do mundo todo se reuniram na tentativa de eliminação 
da doença através da vacinação em massa contra a varíola. Mas, somente em 1980, ela foi 
considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
1.3 Imunidade Inata
A imunidade inata ou natural é a linha de defesa inicial e consiste em mecanismos de defesa pré-existentes 
como as barreiras anatômicas, pele e mucosas, além de substâncias secretadas nos tecidos e células de defesa 
presentes no organismo vivo (ABBAS e cols, 2015).
1.3.1 Barreiras fisiológicas
A pele é a principal barreira contra a entrada de microrganismos, desde que esteja sem cortes ou lesões, caso 
contrário torna-se uma porta de entrada aos microrganismos. A pele é rica em ácidos graxos e ácido lático 
que conferem pH ligeiramente ácido, de 4,5 a 6,0. Além disso, a pele possui uma microbiota própria, ou seja, 
é povoado por microrganismos não patogênicos que vivem em harmonia com o organismo vivo e devido a sua 
presença competem por espaço e alimento com o microrganismo patogênico (ABBAS e cols, 2015). 
A preservação dessa barreira (pele) é essencial para um bom estado de saúde. Por isso, é importante higienizar a 
pele, mas, sem exagero. Os banhos devem ser com água morna e a higienização deve ocorrer sem o uso exage-
rado de sabonetes e/ou antissépticos. O uso de hidratante deve ser diário para evitar o ressecamento da pele e 
consequentemente o aparecimento de lesões, sejam superficiais ou profundas. A seguir, observe na Figura 3, a 
estrutura da pele, que é um dos componentes da imunidade inata, funcionando como uma barreira física e suas 
camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
Figura 3 - Estrutura da pele, barreira fisiológica de imunidade inata
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Anatomy_The_Skin_-_NCI_Visuals_Online.jpg
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Também participam da imunidade inata e constituem importante barreira à entrada de microrganismos as 
mucosas e suas secreções, como: muco, lágrimas, saliva, secreções gástricas e urogenitais.
As mucosas são ricas em muco, que é uma secreção espessa que tem a capacidade de reter o microrganismo . 
Além disso, são ricos em células ciliadas (pelos bem curtos) que capturam o microrganismo invasor e removem 
partículas indesejáveis. Algumas secreções produzidas por células desses sistemas possuem ainda enzimas, 
que também contribuem para a destruição demicrorganismos, além de possuírem, em alguns casos, como 
no estômago, pH muito ácido, que acabam por impedir a sobrevivência da grande maioria de patógenos que 
penetram, por exemplo, pela boca.
As mucosas do sistema respiratório, digestório e urogenital são ricas em muco ou secreções. A secreção vaginal, 
por exemplo, confere um pH ligeiramente ácido (5,0) que acaba por proteger da invasão de alguns patógenos. 
Por outro lado as mucosas também possuem uma microbiota natural (microrganismos não patogênicos que 
vivem harmonicamente com o hospedeiro). A microbiota natural presente na uretra também protege a bexiga 
de infecções, uma vez que competem por espaço e alimento, impedindo o estabelecimento de patógenos. Entre-
tanto se os patógenos ultrapassarem as barreiras fisiológicas, encontrarão uma variedade de células de defesa 
que não medirão esforços para eliminá-los (COICO & SUNSHINE, 2010). 
A seguir, observe na Figura 4, como o muco, produzido por células do epitélio nasal é capaz de reter microrga-
nismos e impedir sua penetração através do epitélio.
Figura 4 - Representação de secreção de mucosa nasal-muco. 
Fonte: http://www.fitonasal2act.com/how-does-the-nose-work/the-nasal-mucosa/
1.4 Células 
As principais células da imunidade inata são: macrófagos, neutrófilos e células Natural Killer (NK). Os macró-
fagos são fagócitos que aparecem logo abaixo das mucosas e exercem importante papel na eliminação dos 
patógenos por fagocitose. A fagocitose é um evento complexo que culmina com a morte do patógeno devido à 
geração de espécies reativas de oxigênio e às vezes de nitrogênio, somadas as enzimas lisossomais, que destroem 
os patógenos que foram ingeridos. Os produtos tóxicos mais importantes são:
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
• Peróxido de hidrogênio e aníon superóxido;
• Ácido hipocloroso;
• Óxido nítrico (ABBAS e cols. (2015).
A seguir, observe na Figura 5, como ocorre a geração de espécies reativas do oxigênio no interior de fagócitos 
como macrófagos e neutrófilos.
Figura 5 - Principais espécies reativas do oxigênio (ROS) geradas no interior de fagócitos
Fonte: https://www.rndsystems.com/resources/articles/reactive-oxygen-species-ros
Os macrófagos, por sua vez, são capazes de secretar citocinas (proteínas de defesa) que atraem outras células 
como os neutrófilos para o local da lesão ou infecção. O acúmulo de células de defesa desencadeia o processo 
inflamatório no local e é essencial para o sucesso na eliminação dos patógenos (ABBAS e cols, 2015). A seguir, 
observe na Figura 6, o processo de fagocitose que ocorre no interior de fagócitos, englobamento de pató-
genos e destruição. 
Figura 6 - Fagocitose
Fonte: Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fagocitose#/media/File:Amoeba_fagocitose.jpg>. 
Acesso em: Jan. de 2017. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Nas infecções virais as principais células de defesa são as células NK, conhecida também como “Natural Killer”. 
Essas são capazes de reconhecer facilmente células infectadas por vírus e produzir citocinas que culminem com 
a morte desse tipo de patógeno (ABBAS e cols, 2015).
Outras substâncias como as proteínas do sistema complemento também fazem parte da imunidade inata. 
Essas proteínas aparecem no plasma sanguíneo e podem ser ativadas diretamente pela presença de patógenos, 
levando a lise das células microbianas (ABBAS e cols, 2015). O sistema complemento será abordado detalhada-
mente na Unidade 4.
 A imunidade inata e os componentes apresentados compreendem o inicio da resposta 
imune contra patógenos, aproximadamente as primeiras 12-24 horas. A sua ativação nas 
primeiras horas após o contato com o microrganismo patogênico, pode em alguns casos, 
eliminar o agente e até controlar infecções. Entretanto muitos patógenos podem sobreviver 
e/ou resistir aos mecanismos de imunidade inata ou natural e assim sendo multiplicar-se e 
invadir células e órgãos do hospedeiro. Quando isso acontece o organismo está preparado 
para lançar mão de mecanismos específicos que compreendem a imunidade específica ou 
adquirida que acontecerá nos dias seguintes a entrada do patógeno.
Quando isso acontece o organismo está preparado para lançar mão de mecanismos específicos que compre-
endem a imunidade específica ou adquirida que acontecerá nos dias seguintes a entrada do patógeno (ABBAS 
e cols, 2015). A seguir, observe no Quadro 1, o resumo comparativo entre os componentes da imunidade inata 
e adquirida. 
Quadro 1 - Principais componentes da imunidade inata e imunidade adquirida
INATA ADQUIRIDA
Barreiras físicas e 
químicas
Pele, epitélio das mucosas, 
substâncias químicas 
antimicrobianas
Linfócitos nos epitélios, 
anticorpos secretados nas 
superfícies epiteliais
Proteínas sanguíneas Complemento
Anticorpos 
(Imunoglobulinas)
Células
Fagócitos (macrófagos, 
neutrófilos), células NK
Linfócitos T e B
Citocinas
Fonte: (ABBAS e cols, 2015). 
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
1.4.1 Células do Sistema Imune
Conforme citado anteriormente, é importante saber que algumas células que participam da imunidade (sistema 
imune) estão no sangue e têm papel fundamental na eliminação dos patógenos. 
As células do sangue são divididas em glóbulos vermelhos e glóbulos brancos. Os glóbulos vermelhos compre-
endem as hemácias ou eritrócitos, sua principal função é o transporte de oxigênio e gás carbônico. Os glóbulos 
brancos compreendem os leucócitos e participam da resposta imune natural ou adquirida. Ainda podemos citar 
as plaquetas ou trombócitos que estão envolvidas na coagulação sanguínea (ABBAS e cols, 2015).
As células sanguíneas são derivadas de um precursor comum: a célula tronco. Essa por sua vez dará origem a 
uma célula progenitora linfoide e outra mieloide. Algumas diferenciações acontecerão até a geração de células 
maduras e aptas a exercer função biológica. O processo contínuo de diferenciação e maturação das células 
sanguíneas, acontece na medula óssea (interior dos ossos longos) e é conhecido por hematopoiese (ABBAS e 
cols, 2015). 
As principais células que participam da imunidade são os leucócitos, classificados da seguinte forma:
• Granulócitos: possuem grânulos no citoplasma;
• Agranulócitos: não possuem grânulos;
• Polimorfonucleares: possuem o núcleo dividido e/ou segmentado;
• Mononucleares: núcleo sem segmentação.
A seguir, observe no Quadro 2, as características de cada um dos leucócitos que participam das respostas imune 
inata e adquirida.
Quadro 2 - Principais características dos leucócitos
Neutrófilos
São células polimorfonucleadas com 2 a 5 lobos. Seu citoplasma contém 
grânulos ricos em enzimas digestivas. São fagócitos de vida curta, sobrevivem 
de 12 a 24 horas. São as primeiras células de defesa a migrarem para o local da 
lesão e/ou inflamação e capazes da fagocitar grande quantidade de patógenos. 
Essenciais no combate às infecções, principalmente as bacterianas. São os 
leucócitos mais abundantes no sangue, de 60-70% do total.
Eosinófilos
São células polimorfonucleadas com 2 lobos. Seu citoplasma contém grânulos 
acidófilos, a eosina. Participam ativamente da resposta imune contra as 
parasitoses. Participam das reações de hipersensibilidades (alergias). São 
leucócitos que aparecem em pequena quantidade no sangue de 2 a 4%.
Basófilos
São células polimorfonucleadas com 2 lobos. Seu citoplasma contém 
grânulos grandes basófilos, a histamina e heparina. Participam das reações 
de hipersensibilidades (alergias), com número aumentado em exames tipo 
hemograma. São os leucócitos menos abundantes de 0,5 a 1% somente.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Monocitos/
Macrófagos
São células mononucleares de tamanho grande.Seu núcleo é denteado com 
formato de rim. Após 1 a 2 dias saem do sangue e migram para os tecidos e 
recebem nomes diferenciados como: macrófagos alveolares nos pulmões, 
histiocitos no tecido conjuntivo, células mesangiais no rim, células de Kupffer 
no fígado, células da microglia no tecido nervoso. São fagócitos importantes no 
controle das infecções, mas também funcionam como células apresentadoras de 
antígeno e se comunicam com os linfócitos. Compreendem 3 a 8% do total de 
leucócitos sanguíneos.
Linfocitos
São células mononucleares de tamanho pequeno. Seu núcleo é redondo e 
possuem citoplasma escasso. Não possuem grânulos. São as principais células da 
imunidade adquirida. Compreendem 20-40% do total de leucócitos sanguíneos. 
Aparecem em grande quantidade nos órgãos linfóides. Subdividem-se em 
linfócitos T e B.
Figura 7 - Apresentação dos leucócitos mono e polimorfonucleares encontrados
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/294047/
Linfócitos T
Os linfócitos T (LT) são maturados no Timo e formam subgrupos de linfócitos 
T auxiliares e citotóxicos. São as principais células da imunidade adquirida ou 
específica. Possuem receptores específicos denominados TCR (receptor de célula 
T) e são células de vida longa. Os marcadores CD4 caracterizam os LT auxiliares e 
os CD8 os linfócitos T citotóxicos. Os linfócitos T são responsáveis por desenvolver 
a imunidade celular, através da produção de uma variedade de citocinas que 
ativam outras células de defesa. Alguns se transformam em LT de memória.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Linfócitos B
Os linfócitos B (LB) são maturados na medula óssea e são responsáveis por 
desenvolver a imunidade humoral. Diferenciam-se em plasmocitos quando 
produzem grande quantidade de anticorpos. Possuem receptores específicos 
denominados BCR (receptor de célula B ou anticorpo de membrana) e são 
células de vida curta. Muitos dos LB se transformam em plasmáticos para que 
possam produzir grandes quantidades de anticorpos (proteínas de defesa), em 
contrapartida, alguns se transformam em LB de memória.
Figura 8 - Diferença entre LT e LB. Receptores de membrana.
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAALW0AI/introducao-imunologia?part=3
Células Natural 
Killer (NK)
São células da imunidade inata. São efetivas no combate a células infectadas por 
vírus, pois possuem receptores específicos para esse reconhecimento. Participam 
também da “vigilância imunológica”, pois, rastreiam o organismo vivo na busca 
de células alteradas, como células neoplásicas. Matam esse tipo de célula 
alterada com eficácia através da liberação de grânulos de ação lítica.
Mastocitos
São células que aparecem no tecido conjuntivo. É uma célula grande com 
núcleo oval e excêntrico, possuem grânulos basofilicos ricos em histamina. 
Participam ativamente das reações alérgicas e são responsáveis pela 
sintomatologia nesses casos.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Células Dendriticas
São células que aparecem nos órgãos linfoides em grande quantidade, fazem 
um tipo de fagocitose, a pinocitose. Capturam antígenos proteicos e são células 
apresentadoras de antígeno. Todas essas células em conjunto participam da 
Resposta Imune exercendo funções específicas, mas que complementam ação de 
cada uma delas, pois o objetivo principal é a eliminação do patógeno.
Figura 9 - Processo de hematopoiese que acontece na medula óssea
Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/02/09/aplasia-da-medula-ossea/
Fonte: elaborado pela autora (2017).
1.5 Sistema linfático ou linfóide
O sistema linfático é formado por vasos e órgãos linfoides. Os vasos linfáticos se assemelham aos vasos sanguí-
neos, entretanto, originam-se nas extremidades, drenam o liquido intersticial (entre as células), formando a linfa. 
A linfa é composta por grande quantidade de proteínas, lipídeos e linfócitos. De forma unidirecional a linfa é 
transportada até os vasos linfáticos de grande calibre: ducto linfático direito e ducto torácico. Ambos desem-
bocam seu conteúdo na junção das veias subclávia e jugular, chegando, portanto à corrente sanguínea (ABBAS 
e cols, 2015). A seguir, observe na Figura 11, a junção das veias subclávia e jugular, e, o ducto torácico drenando 
linfa para dentro da veia subclávia.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Figura 10 - Vasos do sistema linfático
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:2203_Lymphatic_ 
Trunks_and_Ducts_System.jpg>. Acesso em: Jan. de 2017.
1.5.1 Órgãos linfoides primários
Os órgãos linfoides primários são o timo e a medula óssea. Eles têm a função de geração e a maturação de 
células sanguíneas que participam da imunidade (ABBAS e cols, 2015).
O timo é um órgão bilobado (dois lobos ou porções) localizado acima do coração. É um órgão revestido por 
cápsula e dividido internamente em lóbulos, os quais possuem duas regiões: córtex e medula. O córtex tímico 
situa-se na região mais periférica e possui um maior número de células, denominadas de timócitos e ainda são 
imaturas. A medula tímica é a região mais interna e possui um número menor de células.
As células precursoras saem da medula óssea e migram para o timo para se transformarem em linfócitos T 
maduros (LT). Na infância o timo é um órgão grande e muito ativo, capaz de maturar grande quantidade de LT. 
A partir, da puberdade o timo começa a involuir até a idade adulta (25-30 anos) e o número de células matu-
radas também diminui. Para que os LT sofram maturação eles passam por um processo rigoroso denominado 
de “Educação Tímica”. Nesse processo cerca de 90-95% dos timócitos morrem por apoptose e apenas 5-10% 
tornam-se LT maduros que irão povoar os órgãos linfoides secundários. 
A medula óssea é um órgão linfoide primário responsável pela geração e maturação de células sanguíneas e 
também de linfócitos B (LB). Os LB também passam por um processo rigoroso de maturação antes de serem 
distribuídos aos órgãos linfoides secundários. A seguir, observe na Figura 12, a morfologia do timo (órgão linfoide 
primário), assim como a localização anatômica e corte histológico. 
16
Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imune 
e a Imunidade Inata 
Figura 11 - Timo – Órgão Linfoide primário 
Fonte: Lumem. Disponível em: <https://courses.lumenlearning.com/ap2/chapter/anatomy-of-the-lymphatic-and-
-immune-systems/>. Acesso em: Fev. 2017.
1.5.2 Órgãos linfoides secundários
Os órgãos linfoides secundários são responsáveis pelo contato com os antígenos e por desenvolver a resposta 
imune contra patógenos. Consideram-se órgãos linfoides secundários os: linfonodos, baço e MALT (tecido 
linfoide associado a mucosas) que compreendem as tonsilas, adenoide e placa de Peyer. A seguir, no Quadro 3, 
são descritas as características desses órgãos.
Quadro 3 – Carcaterísticas dos órgãos linfóides secundários 
Linfonodos
São órgãos ovoides em forma de feijão, estão localizados ao longo dos vasos 
linfáticos e são pequenos. Também existem centenas de linfonodos em nosso 
corpo. E ele é dividido em: região cortical (mais externa), paracortical e medular 
(mais interna). Por exemplo, na região cortical predominam os linfócitos B. Esses 
por sua vez, se distribuem em estruturas denominadas de folículos, que podem ser 
primários e contém linfócitos B virgens ou secundários que contém linfócitos B que 
já entraram em contato com microrganismos ou substâncias estranhas. Na região 
do paracortex predominam os LT. Logo, na região da medula existe uma mistura 
de LT, LB e macrófagos. Os linfonodos são responsáveis pela resposta imune contra 
patógenos que penetrarem pelas mucosas e linfa.
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Imunologia | Unidade de Estudo 1 – Noções Básicas de Imunologia, Anatomia do Sistema Imunee a Imunidade Inata 
Baço
É um órgão linfoide situado atrás do estômago, ele é dividido em polpa vermelha e 
polpa branca. A polpa vermelha é rica em eritrócitos e macrófagos e é responsável 
pela destruição de hemácias velhas e defeituosas (função hematológica). A polpa 
branca é rica em linfócitos T e B e é responsável pela resposta imune contra 
patógenos que penetrarem pelo sangue.
MALT (tecido 
linfoide associado 
à mucosa)
é um aglomerado de células como linfócitos B e T que aparecem no trato 
gastrointestinal, respiratório e urogenital. Esse aglomerado celular se faz 
necessário, pois, se situam em regiões estratégicas do organismo, já que são 
considerados portas de entrada de patógenos. As tonsilas e adenoides também 
são consideradas estruturas do tipo MALT. Contém aglomerados de LB e LT e nos 
defendem de patógenos que penetram pelo nariz e pela boca. As placas de Peyer 
são estruturas do tipo MALT que aparecem no intestino delgado.
Fonte: elaborado pela autora (2017).
A seguir na Figura 13 observe a localização e distribuição dos órgãos linfoides primários e secundários do 
sistema linfático.
Figura 12 - Órgãos linfoides primários e secundários
Fonte: https://courses.lumenlearning.com/ap2/chapter/anatomy-of-the-lymphatic-and-immune-systems/
No sistema linfóide secundário, as células do sistema imune, especificamente os linfócitos, realizam o reconhe-
cimento dos antígenos e ativam os mecanismos de defesa do organismo. 
18
Considerações finais
Nesta unidade você aprendeu os conceitos iniciais sobre o nosso sistema 
imune. Estude com bastante atenção tudo que lhe foi passado, pois você 
sempre precisará lembrar desses conceitos para entender as próximas 
aulas de Imunologia. Esta aula pode ser muito útil para você entender 
resumidamente que:
• Imunidade Inata: é inespecífica e também é a primeira linha 
defesa contra os patógenos e os principais componentes são: ele, 
mucosas, células e algumas citocinas.
• Imunidade Adquirida: é específica, faz memória imunológica e 
aparece após a ativação da imunidade inata.
• Fagocitose: é um processo de imunidade inata e elimina grande 
parte dos patógenos.
• Células de Defesa: aparecem no sangue e linfa, entre elas: 
neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, macrófagos, LT, LB, 
mastocitos, células dendríticas e células NK.
• Órgãos Linfoides: são divididos em primários: timo e medula 
óssea; e secundários: linfonodos, baço e MALT.
Até a próxima unidade!
Referências bibliográficas
19
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Mole-
cular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
BEJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2002. 
BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo Patologia. 6.ed.Rio de Janeiro: Guana-
bara-Koogan, 2000.
CALICH, V.; VAZ, C. Imunologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2009. 
JANEWAY. C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. SHLOMCHIK, M. Imunobiologia: 
o sistema imune na saúde e na doença. 8. ed. São Paulo: Artes Médicas, 
2014. 
ROITT, I. M.; DELVES, J. P. Fundamentos de Imunologia. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 
STITES, D; TERR, A. Imunologia Médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2004. 
2
21
Unidade 2
Imunidade Específica ou 
Adquirida 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade você aprenderá sobre como os antígenos e os receptores 
presentes em diferentes tipos celulares são capazes de reconhecê-los e 
desenvolver uma resposta imune específica e eficiente a ponto de eliminar 
o patógeno. Todos esses conceitos são extremamente importantes para 
que você consiga entender todas as demais aulas de Imunologia.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os principais conceitos de antígenos, das moléculas 
receptoras de antígenos: MHC, TCR, anticorpos, das respostas 
primária e secundária.
22
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.1 Antígenos
Os antígenos são substâncias que podem se ligar aos receptores de linfócitos T (TCR) e receptores de linfócitos 
B (BCR ou imunoglobulinas). É qualquer substância capaz de ser reconhecida pelo Sistema Imunológico (SI) 
(JANEWAY e cols.2014). Neste contexto, antígenos como: patógenos em geral e suas toxinas são capazes de esti-
mular a resposta imune inata e adquirida.
Entretanto algumas substâncias estranhas não podem ser consideradas antígenos e são chamadas de haptenos. 
Os haptenos são estruturas simples, que interagem com o SI, mas não induzem Resposta Imune, são substâncias 
estranhas como: poeira, medicamentos, poluentes, entre outros (ABBAS e cols, 2015).
A seguir, observe no Quadro 1, as características dos antígenos.
Quadro 1 - Características dos antígenos
Estranheza 
Devem ter composições diferentes das substâncias próprias do organismo 
vivo.
Composição Química
Na maioria são ricos em proteínas, mas podem conter também carboidratos 
e lipídeos. As proteínas são as moléculas orgânicas mais complexas do 
organismo vivo e são capazes de ativar a resposta mediada por linfócitos 
(imunidade especifica).
Tamanho
Devem ter tamanho mínimo de 10.000 daltons, são substâncias pequenas 
e não são capazes de estimular linfócitos, portanto, não são considerados 
antígenos, mas haptenos.
Complexidade 
Molecular
Depende da estrutura química, as proteínas são as moléculas orgânicas mais 
complexas, portanto excelentes antígenos.
Fonte: elaborado pela autora (2017).
2.1.1 Epítopos ou determinantes antigênicos
Devido à complexidade molecular dos antígenos, esses possuem pequenas regiões capazes de direcionar a 
resposta imune. Essas regiões são chamadas de epítopos ou determinantes antigênicos. Tais regiões podem 
conter cerca de 15-20 aminoácidos em sua composição. Dessa forma, os determinantes antigênicos podem ser 
classificados em:
• Linear ou sequencial: quando a sequência de aminoácidos, em sua estrutura primaria, é o epítopo.
• Conformacional: depende da estrutura tridimensional da molécula, estrutura secundária e terciária.
A proteína albumina apresenta 8 epítopos, ou seja, ela é capaz de estimular a resposta imune de linfócitos, a 
partir, 8 regiões diferentes. A resposta imune desencadeada pela ativação de LT e LB resulta na produção de anti-
corpos com a capacidade de se ligar em até 8 regiões diferentes do mesmo antígeno. A seguir, observe na Figura 
1, o exemplo da proteína albumina (ABBAS e cols, 2015).
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Figura 1 - A molécula de albumina e seus 8 epítopos
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Epitope.png>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
Na Figura 2, observe os quatro epítopos de uma determinada proteína de membrana.
Figura 2 - Epítopos de uma proteína de membrana 
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Membrantopologie-LHBsAg.jpg>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
24
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.2 Resposta imune primária e secundária
Para entender como as respostas imune primária e secundária acontecem, observe o seguinte exemplo de uma 
situação experimental.
Um cientista quer observar a resposta imune de um camundongo de laboratório a um determinado antígeno 
(A). Para isso, ele injeta uma proteína estranha no animal e diariamente colhe amostras de sangue para deter-
minar se o animal desenvolveu resposta imune, através da quantificação de proteínas de defesa (anticorpos) 
em resposta a tal proteína. Após a 1ª injeção de antígeno (A), o animal demora alguns dias para a produção de 
anticorpos e o pico dessa produção acontece cerca de 7 dias após a aplicação do antígeno (A), esta é chamada 
de resposta imune primária. Passados 30 dias o cientista faz uma segunda injeção do antígeno e percebe que o 
animal produz grande quantidade de anticorpos nas primeiras 24 horas após a injeção. Essa produção de anti-
corpos se mantém elevada por vários dias/meses e somente mais tarde começa a cair, por isso, esta é chamada 
deresposta imune secundária. Se o cientista injetar outra proteína (B), juntamente com a 2ª injeção da proteína 
(A), o animal produzirá resposta secundária para a proteína (A) e resposta primária para a proteína B. Observe esse 
processo na Figura 2, a seguir.
Figura 3 - Representação esquemática da resposta imune primária e secundária frente à injeção de antígeno A e B
Fonte: Muskingum University. Disponível em: <http://muskingum.edu/~brianb/CellPhys/Lect18/sld012.htm>. 
Acesso em: Fev. de 2017.
Esse padrão de resposta acontece graças ao que chamamos de memória imunológica, 
quando o sistema imune reconhece o mesmo antígeno após um determinado tempo. Se 
outras injeções da mesma proteína forem feitas no animal, este responderá como resposta 
secundária novamente. Por esses motivos ficamos protegidos do mesmo agente infeccioso 
e, por exemplo, não temos, em alguns casos, em alguns casos, a mesma doença duas vezes. 
25
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.3 MHC - (MAJOR HISTOCOMPATIBILTY COMPLEX)
Para que os linfócitos T possam nos defender contra os patógenos, em geral, eles devem reconhecer o antígeno 
que está invadindo o organismo vivo. Para isso, essa célula necessita que o antígeno seja apresentado a ele por 
outras células do organismo vivo. As células nucleadas apresentam antígenos aos LT através dos receptores 
denominados MHC.
MHC é a abreviatura de “major histocompatibilty complex”, ou seja, o complexo de histocompatibilidade principal. 
A função principal desse receptor, é a de apresentação de antígenos, por isso, existem 2 classes de MHC envol-
vidas nesse evento:
• MHC de classe 1 (MHC 1): aparece nas células nucleadas e podem apresentar peptídeos que contém 
os epítopos antigênicos de pequeno tamanho, preferencialmente de antígenos intracelulares, como os 
vírus e bactérias intracelulares.
• MHC de classe 2 (MHC 2): aparece somente em células especializadas, chamadas de células apresenta-
doras de antígenos (APCs), como os macrófagos, LB e células dendriticas. Esses receptores apresentam 
peptídeos com epítopos de maior tamanho e de qualquer origem
A seguir, observe na Figura 4, que ambos receptores MHC 1 e MHC 2, têm estruturas diferentes.
Figura 4 - Estrutura dos receptores de MHC1 MHC2
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MHC_classe_1_i_2.jpg>. 
Acesso em: Jan. de 2017.
As células com MHC 1 apresentam primordialmente antígenos para LT citotóxicos e as com MHC 2 para LT auxi-
liares (ABBAS e cols, 2015). 
26
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.4 TCR (receptor de célula T)
Esse receptor aparece na superfície de linfócitos T e é essencial para a resposta imune. É formado por 2 cadeias 
polipeptídicas com uma região transmembrana, uma região constante e outra variável. É usado para reco-
nhecer os antígenos (peptídeos) apresentados por MHC. Ele está na membrana de linfócitos T associado a outro 
complexo denominado CD3, que auxilia na ativação dos LT após a interação TCR-MHC (ABBAS e cols, 2015). A 
seguir, observe na Figura 5, estrutura do receptor do linfócito T, chamado de TCR. 
Figura 5 - Estrutura do TCR
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1394733/
2.5 Anticorpos
Os anticorpos são glicoproteínas de defesa produzidos por LB ou plasmócitos, “são proteínas plasmáticas, da família 
das Imunoglobulinas, que reagem especificamente com antígenos” (JANEWAY e cols. 2014). E sendo essenciais 
na resposta imune contra patógenos. Os anticorpos são proteínas bifuncionais tendo uma região que se liga ao 
antígeno (peptídeo) e outra que se liga às membranas celulares e exerce função efetora (ABBAS e cols, 2015).
Os anticorpos são proteínas grandes e contêm 4 cadeias polipeptídicas, sendo 2 cadeias leves e 5 cadeias 
pesadas. Contém uma região constante (função efetora) e uma região variável (liga-se ao antígeno), possuem 
também uma região de dobradiça que facilita a adaptação do anticorpo ao patógeno. 
A seguir, observe na Figura 6, a estrutura do anticorpo, mostrando as cadeias leves em amarelo e as pesadas em 
verde. A região variável da molécula e a região constante. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Figura 6 - Estrutura do anticorpo 
Fonte: http://pt.slideshare.net/labimuno/antgeno-anticorpo
Os anticorpos ainda são divididos em 2 regiões, tais como:
• Fração Fab: que liga ao antígeno, onde se encontra a porção variável da molécula. 
• Fração Fc: que se liga aos receptores na superfície de células de defesa, onde se encontra a porção cons-
tante da molécula.
Essas frações foram identificadas após experimentos que se iniciaram em 1959. Cientistas ao digerir a molécula 
de anticorpo com as enzimas papaína e pepsina, perceberam que a molécula de anticorpo apresentava frações 
com atividade biológica diferente, conforme citado anteriormente. A seguir, observe na Figura 7, as frações Fab 
e Fc, após a digestão enzimática com pepsina e papaína.
Figura 7 - Fração Fab (ligação ao antígeno) e Fc (ligação a células de defesa), 
após a digestão enzimática com pepsina e papaína
Fonte: XXX
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Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
As moléculas de anticorpo possuem ainda uma região de dobradiça, composta por um pequeno segmento de 
aminoácidos, o que permite que essas moléculas se acomodem melhor ao se ligarem-se aos antígenos, forne-
cendo flexibilidade aos anticorpos.
As moléculas de anticorpo possuem ainda regiões hipervariáveis na fração Fab. Essas regiões podem ser chamadas 
também de regiões de determinação da complementariedade (CDR) nas cadeias leves e pesadas. Tais regiões 
participam da ligação ao antígeno de forma mais específica e coesa. Essas variações são importantes devido a 
grande variabilidade de antígenos existentes no ambiente (BENJAMINI e cols., 2002).
2.5.1 Isótipos ou classes de anticorpos/imunoglobulinas
Existem 5 isótipos ou classes de anticorpos/imunoglobulinas (Ig), de acordo com o tipo de cadeia pesada que elas 
possuam, tais como: 
• IgG - cadeia pesada tipo gama
• IgM cadeia pesada tipo mu
• IgA cadeia pesada tipo alfa
• IgD cadeia pesada tipo delta
• IgE cadeia pesada tipo epsilon
É importante saber que cada isótipo exerce uma função biológica diferente. A seguir, observe no Quadro 2, as 
especificidades das funções biológicas dos isótipos.
Quadro 2 – Função Biológica dos Isótipos
IgG
• Presente em grande quantidade no soro ou plasma sanguíneo;
• Principal anticorpo produzido na resposta imune secundária;
• Único anticorpo capaz de atravessar a placenta e proteger o feto; 
• Anticorpo com maior meia-vida, se mantem na circulação por cerca de 30 dias;
• Capaz de fixar complemento.
IgM
• Presente em grande quantidade no soro ou plasma sanguínea;
• Principal anticorpo produzido na resposta primária;
• Ideal na defesa contra bactérias;
• Capaz de fixar complemento.
IgA
• Presente em grande quantidade nas secreções das mucosas como: saliva, muco, suco gástrico, 
lúmen intestinal.
• Aparece na forma de dimero nas secreções e monomerica no sangue;
• Anticorpo neutralizante de mucosa.
29
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
IgE
• Anticorpo presente no soro ou plasma em quantidade mínima
• A sua concentração serica aumenta quando há infecções parasitarias, a IgE é o anticorpo que 
nos defende contra esses patógenos;
• Maior quantidade em pessoas alérgicas; 
• Aparece fixo na superfície de mastócitos e basófilos.
IgD
• Presente na superfície de linfócitos B;
• Juntamente com IgM de superfície formam o BCR;
Fonte: elaborado pela autora (2017).
Observe na figura 8, os isotipos das imunoglobulinas. IgG, IgD e IgE são monômeros; IgA é um dímero e IgM é 
um pentâmero.
Figura 8 - Isótipos das imunoglobulinas. 
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABRjcAI/aula-5-anticorpos-estrutura-funcao
30
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.5.2 Funçõesdos anticorpos
Os anticorpos exercem funções importantes na imunidade. Eles são essenciais para auxiliarem as células de 
defesa na eliminação dos patógenos. As principais funções são: neutralização de antígenos, opsonização e 
fixação de complemento. A seguir, conheça cada uma das funções.
Neutralização de antígenos: os anticorpos secretados em grande quantidade e liberados no sangue são 
capazes de neutralizar antígenos pequenos como: vírus, toxinas bacterianas e venenos. A neutralização de vírus, 
por exemplo, impede a infecção e penetração desses em outras células hospedeiras, controlando a infecção. A 
seguir, observe na Figura 9, a neutralização de antígeno, toxina, por anticorpos.
Figura 9 - Representação da neutralização de antígeno, toxina, por anticorpos
Fonte: https://kiputsc.wordpress.com/tag/immunology/page/2/
Opsonização: é a fagocitose facilitada. Essa facilitação se dá pela presença de anticorpos das classes IgG e IgM 
ligados aos epítopos do patógeno pela fração Fab. Os fagócitos como os macrófagos e neutrófilos possuem 
receptores para a porção efetora denominada de fração – Fc. Dessa forma, o patógeno é fagocitado rapidamente 
e posteriormente é eliminado. A seguir, observe na Figura 10, a opsonização (fagocitose facilitada) por anticorpos 
do tipo IgG.
Figura 10 - Representação da opsonização (fagocitose facilitada) por anticorpos do tipo IgG
Fonte: Molecular Biology for Masters. Disponível em: <http://mol-biol4masters.masters.grkraj.org/html/Cell_And_Mole-
cular_Immunology2-Innate_Humoral_And_Cell_Mediated_Immunity.htm>. Acesso em: Fev. de 2017.
31
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
Fixação de complemento: os isótipos IgG e IgM são capazes de fixar ou ativar o sistema complemento quando 
ligam-se aos patógenos pela fração Fab. Essa ativação leva a morte de patógenos, especialmente bactérias 
(JANEWAY e cols, 2014). Na Unidade 4, estudaremos sobre a ativação do complemento.
2.5.3 Isótipos na resposta imune primária e secundária
Durante a resposta primária são produzidas pequenas quantidades de IgM e após a IgG também é produzida. 
Durante a resposta secundária a produção de IgM se mantém a mesma da resposta primária, entretanto a 
produção de IgG é elevada. Essa última confere proteção ao organismo vivo com muita eficiência. Esse padrão 
de resposta também pode ser percebido quando há a inoculação de vacinas em indivíduos saudáveis. As vacinas 
possuem antígenos atenuados, em sua maioria, e ativam a resposta imune primária normalmente. A seguir, 
observe na Figura 11, os isotipos das imunoglobulinas nas respostas primária e secundária.
Figura 11 - Isótipos de imunoglobulinas nas respostas primária e secundária
Fonte: ABBAS e cols, (2015).
32
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
2.6 Tipos sanguíneos
 Você sabe como o tipo sanguíneo de um indivíduo é determinado?
O tipo sanguíneo é determinado geneticamente devido à presença de antígenos ou aglutinogênio na membrana 
plasmática das hemácias e pela presença de anticorpos ou aglutininas no plasma sanguíneo. A seguir, observe 
no Quadro 3, os tipos sanguíneos, os antígenos presentes na superfície de hemácias, os anticorpos presentes no 
plasma sanguíneo e a genética de grupo sanguíneo (JANEWAY e cols, 2014).
Quadro 3 - Tipos sanguíneos, antígenos, anticorpos e genótipo 
TIPO SANGUÍNEO ANTÍGENO ANTICORPO GENÓTIPO
A A Anti-B IaIa ou Iai
B B Anti-A IbIb ou Ibi
AB A e B sem IaIb
O sem Anti-A e Anti-B ii
Fonte: elaborado pela autora.
Observe na figura 12, como ocorre a determinação da tipagem sanguínea. Os indivíduos que pertencem ao 
grupo A, apresentam antígenos A na superfície das suas hemáceas. Os indivíduos do grupo B, apresentam antí-
genos B; os do grupo AB, apresentam os dois antigenos e os indivíduos do grupo O, não apresentam antígenos. 
Para a tipagem sanguínea, estes antígenos são reconhecidos por anticorpos específicos.
Figura 12- representação esquemática dos antígenos e anticorpos para a determinação do grupo sanguíneo
Fonte: Curiosando. Disponível em: <https://curiosoando.com/que-tipos-de-sangre-son-los-mas-raros>. 
Acesso em: Fev. 2017.
33
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
O fator Rh é um importante antígeno que pode estar presente na superfície das hemáceas dos indivíduos, apre-
sentando importância clínica nas reações transfusionais e na doença hemolítica do recém-nascido. A seguir, 
observe na Figura 13, a reapresentação esquemática da presença do antígeno D nas hemáceas.
Figura 13 - representação esquemática do antígeno D (fator Rh) 
na superfície das hemácias, determinando se Rh+ ou Rh-
Fonte: Galeon. Disponível em: <http://sistemaaborh.galeon.com/images.jpg>. Acesso em: Fev. 2017.
 Você sabia que a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) acontece devido a anticorpos 
maternos contra o feto? A DHRN acontece devido à incompatibilidade do fator Rh da mãe 
e do filho (feto). Esse caso ocorre, principalmente quando a mãe é RH negativo, o pai é Rh 
positivo e gera um filho Rh positivo.
Ainda sobre a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), é importante saber que a sensibilização acontece por 
ocasião da 1ª gestação. Isso porque no momento do parto a mãe entra em contato com os eritrócitos do filho que 
possuem o fator Rh (Rh+) na superfície. Ao entrar em contato com essas células a mãe começa a produzir anticorpos 
anti-fator Rh do isótipo IgG. Esses anticorpos são capazes de atravessar a placenta. Em uma 2ª gestação quando 
os anticorpos IgG anti-Rh atravessarem a placenta e o feto for Rh+, esses anticorpos se ligarão ao antígeno Rh dos 
eritrócitos. Logo, os eritrócitos do feto serão então destruídos progressivamente. O recém-nascido terá consequ-
ências com a diminuição no transporte de oxigênio e icterícia, conhecida como DHRN ou eritroblastose fetal. Ao 
nascer ele deverá sofrer transfusão sanguínea para a eliminação dos anticorpos provenientes da mãe (JANEWAY e 
cols, 2014). Atualmente existe tratamento eficaz para evitar consequências ao feto. A mãe pode ser tratada com 
imunoterapia, que consiste na administração de anticorpos prontos, os quais neutralizarão os anticorpos que a mãe 
produziu contra o fator Rh do filho (IgG). A mãe Rh negativo deve receber a imunoterapia logo após o 1º parto, para 
que, eventualmente em uma segunda gestação o feto não sofra de DHRN.
34
Imunologia | Unidade de Estudo 2 – Imunidade Específica ou Adquirida
A seguir, observe na Figura 14, como ocorre de incompatibilidade de fator Rh da mãe (negativo) e do filho (positivo).
Figura 14 - DHRN, incompatibilidade no fator Rh da mãe e do feto
Fonte: http://pt.slideshare.net/bionara/para-3s-aula-1-do-segundo-bimestre-alelos-mltiplos-e-abo-abril-2013
A tipagem sanguínea é realizada para determinar o grupo sanguíneo de uma pessoa através de uma reação 
imunológica chamada de aglutinação direta, ou seja, uma reação de um antígeno com o seu anticorpo específico.
É solicitada em casos de transfusão, doação de sangue e órgãos, cirurgias, gestação e, em situações nas quais a 
compatibilidade do sangue envolva riscos para a saúde.
35
Considerações finais
Nesta unidade você aprendeu os conceitos iniciais sobre imunidade 
Específica ou Adquirida. Estude com bastante atenção tudo que lhe 
foi passado, pois você sempre precisará lembrar desses conceitos para 
entender as próximas aulas de Imunologia. Esta aula pode ser muito útil 
para você entender resumidamente que:
• Antígenos são substâncias que podem se ligar aos receptores de 
linfócitos T (TCR) e receptores de linfócitos B (BCR);
• Haptenos são estruturas simples, que interagem com o SI, mas 
não induzem Resposta Imune;
• MHC complexo de histocompatibilidade principal, moléculas que 
estão associadas com a apresentação de antígeno aos LT; 
• TCR receptor de célula T. Receptor de membrana de linfócitos T e 
que reconhecem os antígenos apresentados por MHC;
• Anticorpos proteínas de defesa produzidas por LB e plasmocitos,constituem-se em 5 classes: IgG, IgM, IgA, IgE e IgD; e cada uma 
das classes exerce função biológica distinta;
• As funções dos anticorpos, são: neutralização, opsonização, 
ativação de complemento.
• A tipagem sanguínea é realizada utilizando, principalmente, o 
sistema ABO e fator Rh.
Até a próxima unidade! 
Referências bibliográficas
36
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Mole-
cular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
BEJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2002. 
JANEWAY. C.; TRAVERS, P.; WALPORT, M. SHLOMCHIK, M. Imunobiologia: 
o sistema imune na saúde e na doença. 8. ed. São Paulo: Artes Médicas, 
2014. 
38
Palavras do professor
Na Unidade 1, exploramos os principais conceitos de Imunologia.
Na Unidade 2, aprendemos sobre os receptores de antígenos, MHC, TCR 
e anticorpos. 
Para que a nossa defesa contra os patógenos seja eficaz, é necessária a 
participação de uma variedade de células, receptores e citocinas, cada 
qual com sua função bioló’gica e ação no momento certo.
Em um primeiro momento, o reconhecimento do antígeno é fundamental 
para que haja ativação celular com posterior produção de proteínas de 
defesa e eliminação do patógeno invasor.
Nesta unidade, entenderemos como o patógeno é reconhecido e poste-
riormente eliminado.
3
39
Unidade 3
Imunidade Celular 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, você aprenderá sobre a resposta imune celular, as células 
e os receptores, que estão presentes em diferentes tipos de celulas. Elas 
são capazes de reconhecê-los e desenvolverem uma resposta imune 
específica e eficiente a ponto de eliminar o patógeno.
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentar antígenos e reconhecimento pelos linfócitos T, cito-
cinas, ação de linfócitos T e células acessórias, seleção clonal.
• Estudar sobre a resposta imune contra agentes patogênicos: intra 
e extracelulares.
40
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
3.1 Entrada de patógenos
O início da resposta imune acontece a partir da entrada de patógenos no organismo vivo pelas portas de entrada. 
Veja na Figura 3.1 as principais portas de entrada do organismo. 
Figura 3.1: Principais portas de entrada nos organismos vivos.
Legenda: Pele. Gatrointestinal. Trato respiratório.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
Os patógenos invadem o organismo rompendo as portas de entrada, por meio da pele ou das mucosas, devido a 
um ferimento ou lesão, chegando ao subepitélio.
No subepitélio, os patógenos irão se deparar com as células dendríticas do sistema imune inato. Essas células 
são fagócitos e apresentadoras de antígenos (APC) para os linfócitos T (LT), as quais irão capturar o antígeno por 
fagocitose e se locomoverem até um vaso linfático, para então chegarem aos linfonodos (órgãos linfoides secun-
dários) mais próximos do local onde ocorreu a infecção e mostrar o antígeno capturado para os LT.
Se por acaso os antígenos conseguirem invadir o sangue, eles serão transportados até o baço (órgão linfoide 
secundário) e apresentados para os LT.
Observe na Figura 3.2 como se dá a entrada de patógenos no organismo e o início da resposta imune específica 
nos linfonodos e no baço.
Figura 3.2: Entrada de patógenos no organismo e o início da resposta imune específica 
nos linfonodos e no baço.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
41
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
3.2 Células dendríticas
As células dendríticas que aparecem na epiderme, também chamadas de células de Langerhans, são imaturas e 
ainda não são capazes de exercer a função de célula apresentadoras de antígeno (APC). 
Entretanto, elas capturam os antígenos que invadiram a pele e têm a capacidade de se movimentar pela derme 
até alcançar um vaso linfático, quando são levadas ao linfonodo regional mais próximo. Essa movimentação 
acaba por induzir o amadurecimento dessa célula em uma competente APC. 
A entrada no linfonodo acontece pelo vaso linfático aferente, e as células dendríticas que capturaram os antí-
genos agora são capazes de processarem e apresentarem os peptídeos em sua superfície via receptores de MHC 
I e/ou MHC II. Essas células também são capazes de compartilhar os antígenos capturados com outras APCs que 
vivem nos linfonodos, como os macrófagos e o linfócito B (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 2015).
A seguir, observe na Figura 3.3 como acontece o processo de amadurecimento das células dendríticas em APC, que 
migram da pele para os linfonodos. Na pele, são imaturas e durante seu trajeto até o linfonodo transformam-se 
em células dendríticas maduras, agora capazes de exercer função de APC.
Figura 3.3: Amadurecimento das células dendríticas em APCs da epiderme ao linfonodo.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
As células dendríticas possuem uma importância significativa na resposta imune, pois são as únicas APCs capazes 
de processar e apresentar peptídeos para os LT virgens. Esses são linfócitos recém-maturados no timo e farão o 
reconhecimento de antígenos pela primeira vez por meio do TCR.
A apresentação e o reconhecimento de antígenos (peptídeos) requerem ainda a expressão de correceptores pela 
APC e pelo LT. Quando a combinação de ambas é perfeita, os LT são ativados e esses se multiplicam intensa-
mente por mitose. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Os linfonodos ficam povoados por uma grande quantidade de células, as quais, por sua vez, saem do órgão e 
migram para o local da infecção na tentativa de controlar a infecção que iniciou nesse local. Quando elas chegam 
ao local da infecção, os LT já ativados reconhecem peptídeos apresentados por outras APCs – como os macrófagos. 
A seguir, observe na Figura 3.4 o processamento e a apresentação de antígenos, pelas células dendríticas, aos 
linfócitos T virgens e sua ativação em linfócitos maduros. 
Figura 3.4: Processamento e apresentação de antígenos pelas células dendríticas no linfonodo.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
3.3 Processamento e apresentação de antígenos por APC
As células APCs (macrófagos, células dendríticas e LB) processam e apresentam antígenos de maneira diferen-
ciada. A seguir, observe atentamente as especificidades desse processo e apresentação.
Células dendríticas
As células dendríticas são as únicas APCs que apresentam antígenos para os LT virgens. Elas englobam os antí-
genos pela pinocitose (um tipo de fagocitose de partículas líquidas) e os processam no espaço intracelular, apre-
sentando-os ao LT, ligados às moléculas de MHC I ou MHC II. 
• LT: tem na sua superfície um receptor que reconhece o antígeno ligado ao MHC, denominado TCR. Ainda 
para o reconhecimento desses antígenos pelos LT, é expresso também o receptor CD28 na superfície do 
LT e o respectivo ligante do receptor, chamado B7, na superfície da APC. Assim, neste contexto, para que 
o LT reconheça o antígeno e se ative e se prolifere, são necessários dois sinais: 1- a interação das molé-
culas MHC com o receptor do LT (MHC-TCR); 2- a interação do coestimulador CD-28 com seu ligante 
B7 (B7-CD28). Agora, em grande quantidade e ativados, os LT são capazes de exercer funções de defesa 
importantes (como destruir células infectadas e estimular outras células do sistema imune, por exemplo).
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
• Macrófagos: são potentes fagócitos. Eles fagocitam os patógenos de qualquer origem e têm uma 
capacidade microbicida potente pela geração de espécies reativas do oxigênio e do nitrogênio, além 
da presença de enzimas lisossomais (as quais também participam da digestão - processamento - do 
patógeno). Os macrófagos apresentam antígenos via MHC I ou MHC II, e também expressam correcep-
tores para a ativação de LT. A resposta imune induzida por eles é celular, quando há ativação de outras 
células de defesa, por meio das citocinas que eles secretam.
• LB: são células APCs que capturam antígenos via imunoglobulina (Ig) de superfície. Esses antígenos 
são detamanho pequeno, como vírus e toxinas. O processamento é pouco eficiente, e a apresentação 
acontece via MHC I ou MHC II ao LT auxiliar. Os correceptores também são expressos, e a resposta 
imune é direcionada para a produção de anticorpos, denominada resposta imune humoral (ABBAS; 
LICHTMAN; PILAI, 2015). 
A seguir, observe na Figura 3.5 a ilustração da apresentação de antígenos pelas APCs e seus respectivos meca-
nismos efetores.
Figura 3.5: Apresentação de antígenos pelas APCs e seus respectivos mecanismos efetores.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
3.4 Citocinas e funções efetoras dos LT
A apresentação dos antígenos pelas APCs pode ser feita aos LT auxiliares (CD4, que já falamos na Unidade 1) ou 
citotóxicos (CD8). Algumas citocinas são produzidas durante essa interação, como a interleucina 1 (IL-1), que é 
sintetizada por macrófagos, e células dendríticas que ativam os LT a produzirem interleucina 2 (IL-2). Essa última 
induz à multiplicação (proliferação) de LT e LB. Dessa forma, a geração de linfócitos é essencial para uma resposta 
imune celular e humoral eficiente. 
Os LT auxiliares são capazes de ativar outras células da imunidade estimulando outros macrófagos. Os LB e 
demais LT (CD4 e CD8) são importantes no controle do patógeno invasor.
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Os antígenos apresentados por macrófagos via MHC II são reconhecidos por LT auxiliares 
(CD4), estimulam a resposta celular e aumentam a ativação de macrófagos e o seu poder 
de fagocitose.
• Os antígenos apresentados por LB via MHC II são reconhecidos por LT auxiliares 
(CD8) e estimulam resposta humoral pela produção de anticorpos que combatem o 
patógeno invasor.
• Os antígenos apresentados por células dendríticas são reconhecidos por LT auxiliares 
virgens e podem estimular qualquer tipo de resposta imune, seja ela celular ou humoral.
• Os antígenos apresentados por células nucleadas via MHC I são reconhecidos por LT 
citotóxicos e estimulam resposta imune celular citotóxica, induzindo a lise de células 
hospedeiras infectadas por patógenos intracelulares.
A seguir, observe na Figura 3.6 a apresentação de antígenos ligados em MHC I e II e suas respectivas funções efetoras.
Figura 3.6: Apresentação de antígenos por MHC I e II e as funções efetoras.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
3.5 Subgrupos de LT auxiliares (CD4): Th1 e Th2
A ativação de LT auxiliares virgens resulta na diferenciação e multiplicação em subgrupos de LT denominados LT 
auxiliares tipo 1 (Th1 ou Ta1) ou tipo 2 (Th2 ou Ta2). Essa diferenciação depende do tipo de citocina secretada no 
local da ativação (órgão linfoide). 
Para a diferenciação de LT em Th1, é necessária a secreção de interferon gama (IFN-γ) e interleucina 12 (IL-12), 
enquanto para a diferenciação em Th2 são produzidas interleucinas 4, 5 e 10, principalmente. Quando os linfó-
citos Th1 são ativados, eles induzem a resposta celular. 
A citocina como o IFN-γ induz a ativação dos macrófagos e aumenta a capacidade microbicida dessas células. 
Essas células também ativam a produção de anticorpos IgG que participam efetivamente da opsonização de 
patógenos. Linfócitos Th1 são capazes ainda de estimular outros fagócitos, como os neutrófilos. Esses eventos 
aumentam a resposta inflamatória no local da lesão e potencializam a eliminação de patógenos.
Observe na Figura 3.7 como os Th1 ativam macrófagos, LB e neutrófilos. 
Figura 3.7: Linfócitos Th1 que, por meio das citocinas secretadas, ativam os macrófagos, LB e neutrófilos.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
Os linfócitos Th2, quando ativados, induzem a resposta humoral. As citocinas como IL-4 induzem a produção de 
anticorpos neutralizantes do tipo IgG. A produção de IgE também é predominante e esses participam da resposta 
imune contra parasitas intestinais com mastócitos e eosinófilos, os quais são ativados por IL-5. Por outro lado, 
os IL-4 e IL-10 suprimem a ativação de macrófagos e diminuem a fagocitose e opsonização por macrófagos 
(CALICH; VAZ, 2009). 
46
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Observe na Figura 3.8 a ação de células Th2 na ativação dos LB e a ação de macrófagos.
Figura 3.8: Linfócitos Th2 que, por meio das citocinas secretadas, ativam os LB, eosinófilos e mastócitos.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
A ativação de linfócitos Th1 também induz a resposta celular mediada por LT citotóxicos (CD8), os quais se tornam 
citotóxicos somente após a ativação por IL-2. Eles reconhecem as células-alvo (infectadas) por meio da apresen-
tação de antígenos por MHC 1. 
Os LT e os citotóxicos, após a ativação por IL-2, produzem enzimas digestivas chamadas perforinas e granzimas: 
as perforinas abrem canais (poros) na membrana plasmática das células-alvo, e as granzimas (proteínas menores) 
passam pelos poros e, ao chegarem ao núcleo celular, ativam a apoptose da célula-alvo (célula hospedeira e 
patógeno intracelular morrem). 
Figura 3.9: Ação de LT citotóxicos para a indução da morte das células-alvo por apoptose.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
47
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
3.6 Resposta imune celular contra patógenos
A resposta imune contra uma grande variedade de patógenos envolve a ativação de uma variedade de células 
de defesa. Os LT são as células centrais da imunidade, já que os LT auxiliares (CD4) irão ativar ou desativar uma 
variedade de células de defesa (linfócitos, macrófagos, neutrófilos, entre outras). Para facilitar seu entendimento, 
dividimos os patógenos em intra e extracelulares (JANEWAY et al., 2014).
3.6.1 Resposta imune contra patógenos intracelulares
A resposta mediada pelas células T é extremamente efetiva no mecanismo de defesa contra agentes intrace-
lulares (vírus, bactérias intracelulares, entre outros). As células T auxiliares (CD4) podem exercer sua função por 
meio da citotoxicidade mediada por células CD8+ ou pela secreção de citocinas, que vão ativar macrófagos para 
destruir os agentes intracelulares pela ação dos radicais intermediários do oxigênio e/ou nitrogênio, conforme 
estudamos na Unidade 2. 
A seguir, observe na Figura 3.10 o resumo das principais células da imunidade contra patógenos intra e extracelulares.
Figura 3.10: As principais celulas da imunidade contra patógenos intra e extracelulares.
Fonte: Portal Biomédico. Disponível em: <http://portalbiomedico.net/imunidade-humoral-e-imunidade-celular/>. 
Acesso em: jan. 2017.
48
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
3.6.2 Resposta imune contra vírus
Na fase inicial das infecções virais, o controle dessas infecções é feito pelas citocinas do tipo interferon, como 
o interferon-alfa e beta (ou tipo 1). Quando as células são infectadas pelos vírus, elas começam a secretar esse 
tipo de interferon, assim ele não só protege a célula infectada pelo vírus, como também interage com aquelas 
próximas, não infectadas, inibindo a replicação viral em ambas as células.. 
O interferon-gama, por sua vez, também nos defende contra infecções virais, com a ativação dos macrófagos e 
de células NK (Natural Killer) – ambos são capazes de eliminar células infectadas por vírus pela ação da perforina 
e granzima, induzindo a morte celular. 
As células NK reconhecem células infectadas por vírus, quando essas falham em apresentar antígenos por MHC 
I. Entenda melhor a seguir:
• Células nucleadas de nosso corpo: apresentam frequentemente antígenos endógenos por MHC I. Esses 
antígenos são peptídeos provenientes de proteínas mal formadas no citoplasma celular. 
• LT ou outra célula imunológica: não reconheceram os peptídeos apresentados, já que esses são próprios 
do organismo. No caso da infecção por vírus, esses infectam células nucleadas do organismo e, em muitos 
casos, algumas partículas virais são processadas em organelas denominadas proteassoma. Os peptídeos 
virais são em seguida apresentados por MHC I pela célula infectada. Nesse caso,as células T CD8 reco-
nhecem a célula infectada e a eliminam com o vírus. 
Observe na Figura 3.11 o processamento e a apresentação de antígenos virais aos LT CD8, os quais reconhecem 
a célula infectada. 
Figura 3.11: Apresentação e processamento de antígenos virais aos LT CD8.
Fonte: <http://www.nature.com/nri/journal/v12/n12/images/nri3339-f1.jpg>.
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Entretanto, alguns vírus produzem substâncias que impedem a célula hospedeira de apresentar peptídeos via 
MHC I, controlando-a. É nesse momento que as células NK conseguem exercer seu papel na imunidade: elas 
são imunovigilantes, isto é, percebem que há algo errado, principalmente quando as células nucleadas não 
expressam MHC I + peptídeos. Isso ocorre por meio dos seus receptores de membrana, pois observam as células 
nucleadas uma a uma. Portanto, caso exista alguma célula que não expresse MHC I, as células NK são ativadas via 
receptor “killer” e liberam perforina e granzima, matando a célula-alvo por apoptose (ABBAS; LICHTMAN; PILAI, 
2015; BENJAMINI; COICO; SUNSHINE, 2002). 
A seguir, observe na Figura 3.12 como as células NK reconhecem as células infectadas (células-alvo).
Figura 3.12: Ação das células NK e seus receptores. 
Legenda: Morte da célula-alvo por perforina e granzima.
Fonte: Labroots. Disponível em: <https://www.labroots.com/trending/immunology/3188/supercharging- 
natural-killer-cells-kill-cancer>. Acesso em: Jan. 2017.
Embora as células NK sejam de imunidade inata, elas são muito eficazes na eliminação de células infectadas por 
vírus e células neoplásicas, as quais produzem citocinas. A IL-12 tem um importante papel na fase inicial, pois, 
sendo produzida por macrófagos e outras APCs, estimulam as células NK a exercer citotoxicidade e também a 
produzir citocinas como o interferon-gama. 
Conforme mencionamos anteriormente, o interferon gama aumenta a capacidade microbicida dos macrófagos. 
Por isso, existe uma cooperação celular importante entre células NK e macrófagos. Cabe ressaltarmos que uma 
mesma citocina exerce vários efeitos biológicos diferentes, em diversos tipos celulares. Os anticorpos também 
serão produzidos na defesa contra vírus (imunidade humoral), mas esse conteúdo iremos abordar na Unidade 4. 
A seguir, observe na Figura 3.13 que, no diagrama A, encontramos a ação das interleucinas interferon gama e 
IL-12, e na ativação de macrófagos e na inflamação. Já em B, temos a ação da IL-2 na multiplicação de linfócitos.
50
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Figura 3.13: Participação de células da imunidade inata e adquirida na defesa contra patógenos intracelulares
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
Um exemplo de resposta imune contra vírus acontece com o Vírus da Imunodeficiência Adquirida (HIV). Ele 
infecta predominantemente os linfócitos TCD4, que ficam suscetíveis à destruição pelo vírus e a todos os meca-
nismos de defesa imunológicos existentes no organismo, como:
• Ação dos LT citotóxicos.
• Ação de células NK.
• Produção de anticorpos anti-HIV.
Dessa forma, grande número de linfócitos TCD4 morre e o indivíduo desenvolve uma supressão na resposta 
imune contra qualquer outro patógeno. Esses indivíduos se tornam imunodeficientes e acabam por ter mais 
sensibilidade aos agentes infecciosos. 
Observe na Figura 3.14 o desenvolvimento da resposta imune contra o HIV a qual, em organismos não infec-
tados, consegue eliminar com facilidade..
51
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Figura 3.14: Resposta imune celular e humoral anti-HIV.
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
3.6.3 Resposta imune contra bactérias
A resposta imune contra bactérias pode ser dividida em bactérias intracelulares e extracelulares. A seguir, deta-
lhamos como a resposta imune acontece contra esse tipo de patógeno:
• Bactérias intracelulares: acontece de forma semelhante à resposta contra os vírus, com a participação 
de macrófagos e fagocitose, LTCD4 e LTCD8, por citotoxicidade.
• Bactérias extracelulares: são as mais frequentes. Os principais mecanismos de defesa estão relacio-
nados com a imunidade inata e a produção de anticorpos. Conforme mencionamos anteriormente, os 
principais mecanismos envolvidos são:
 » Fagocitose.
 » Ativação do sistema complemento;
 » Produção de citocinas.
As proteínas de fase aguda como a proteína C reativa (PCR), produzida principalmente por células hepáticas, 
exercem ação variada contra as bactérias, incluindo a ativação das proteínas do sistema complemento. 
As citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral (TNF), IL-1 e IL-6, são as mais importantes. Elas 
são produzidas na fase inicial da infecção e são responsáveis, por exemplo, pelo aparecimento da febre. É impor-
tante lembrar que a febre alta é um mecanismo de defesa que inibe a multiplicação bacteriana. Essas citocinas 
aumentam a permeabilidade vascular, facilitando a passagem de fagócitos (neutrófilos) dos vasos para o sítio da 
infecção, resultando na destruição das bactérias.
52
Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Outras citocinas produzidas nas fases iniciais da infecção interferem na resposta imune adaptativa: como 
exemplos, citamos a IL-12, produzida por macrófagos, que tem papel importante na diferenciação de células 
Th0 para Th1; já a IL-4 estimula a diferenciação de células Th0 para Th2, que vão colaborar com o linfócito B na 
produção de anticorpos (CALICH; VAZ, 2009; BENJAMINI; COICO; SUNSHINE, 2002). 
A seguir, observe na Figura 3.15 quais citocinas pró-inflamatórias são produzidas na resposta imune contra 
bactérias, em especial as Gram negativas.
Figura 3.15: Produção de citocinas pro-inflamatórias durante a infecção por bactérias Gram negativa. 
Fonte: Abbas; Lichtman; Pilai (2015).
3.6.4 Resposta imune contra protozoários
Os protozoários são agentes infecciosos intracelulares que infectam o hospedeiro por um longo período de 
tempo, pois possuem mecanismos que lhes permitem escapar das agressões mediadas pelo sistema imune. 
As infecções por protozoários somente causam doença em uma parcela dos indivíduos infectados, visto que o 
sistema imune não permite, na maioria das vezes, a multiplicação dos protozoários e a disseminação da infecção. 
Dessa forma, esses agentes podem permanecer no hospedeiro por toda a vida, até sem causar doença, a não ser 
que esse equilíbrio seja perdido por queda de imunidade ou por uma resposta imune exacerbada contra outro 
patógeno. Vários componentes da resposta imune inata participam do mecanismo de defesa contra os protozo-
ários, mas esses micro-organismos escapam dessa defesa. 
A resposta adaptativa contra os protozoários ocorre após a apresentação de antígenos por macrófagos e células 
dendríticas, via MHC II para as células T. Como outras células podem ser infectadas, os macrófagos e as células 
dendríticas também expressam moléculas de MHC I. Isso porque nas infecções por protozoários existe também a 
ativação das células TCD8/citotóxicas. 
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Imunologia | Unidade de Estudo 3 – Imunidade Celular 
Você sabia que as infecções causadas por agentes intracelulares é uma resposta imune 
predominantemente do tipo Th2 maléfica? Isso porque aumenta a susceptibilidade às infec-
ções e permite a multiplicação e disseminação do parasita. Um exemplo disso são as leish-
manias, que são suscetíveis à ação de neutrófilos, células com grande potencial de produzir 
peróxido de hidrogênio. Ao penetrar no hospedeiro, infectam os macrófagos e escapam da 
ação de neutrófilos.
3.7 Regulação da resposta imune celular e humoral
Além dos linfócitos Th1 e Th2, outros subtipos de LT foram descritos. Dessa forma, observe no Quadro 1 como 
agem os linfócitos Th17 e os LT reguladores.
Quadro 1: Ação dos linfócitos Th17 e Tregs na imunidade.
Linfócitos T tipo 17
(Th17)
Os Th17 representam um novo subtipo de LT efetores importantes na proteção 
contra infecção por micro-organismos extracelulares. Os LTh17 produzem 
citocinas IL-22,IL-26 e citocinas da família IL-17, potentes indutoras da 
inflamação, induzindo à infiltração celular e produção de outras citocinas 
pró-inflamatórias. A produção desregulada de IL-17 está associada a várias 
condições autoimunes, como: esclerose múltipla, doença intestinal inflamatória, 
psoríase e lúpus. Em pacientes com artrite reumatoide, níveis aumentados de IL-17 
foram encontrados no líquido sinovial, onde atua como um importante fator na 
ativação dos osteoclastos e reabsorção óssea.
Linfócitos T 
reguladores (Tregs)
As células Tregs representam de 5 a 10% do total de LT CD4+ no sangue periférico, 
podendo também ser isoladas diretamente do timo. Essas células presentes 
no timo são células virgens que, quando são maturadas, se tornam ativadas, 
adquirindo características de células de memória. As células Tregs expressam 
os receptores CD25 e CD45RO, cuja função é de ser imunorreguladora e 
apresentam como característica básica a capacidade de produção de citocinas 
imunossupressoras como IL-4, IL-10 e TGF-beta. Atuam em uma complexa rede 
de mecanismos reguladores destinados a assegurar a modulação das respostas 
imunológicas frente aos diversos antígenos provenientes de agentes infecciosos, 
além de tumores e alérgenos.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Por fim, lembre-se de que a resposta imune contra os patógenos deve ser eficiente para a eliminação do micro-
-organismo, mas sem exagero, para que não haja dano ou lesão tecidual no hospedeiro. Nesse contexto, é essen-
cial que a resposta imune seja regulada. Por esse motivo, as células de defesa devem interagir entre si por meio 
das citocinas por elas secretadas.
54
Considerações finais
Nesta unidade, você aprendeu os conceitos principais sobre imunidade 
celular, afinal o reconhecimento do antígeno é fundamental para que 
haja ativação celular, com posterior produção de proteínas de defesa e 
eliminação do patógeno invasor. 
Estude com bastante atenção tudo o que lhe foi passado, pois você 
sempre precisará se lembrar desses conceitos para entender as próximas 
aulas de Imunologia. Esta aula pode ser muito útil para você entender 
resumidamente que:
• As células apresentadoras de antígeno (APCs) são células especia-
lizadas, tais como: macrofagos, células dendríticas e linfócitos B.
• Os antígenos penetram pela mucosa e alcançam os vasos linfá-
ticos, seguindo para os linfonodos e MALT.
• Os antígenos que penetram pela corrente sanguínea alcançam o 
baço.
• Os linfócitos T auxiliares são centrais na resposta imune e se 
subdividem em Th1 e Th2.
• Os linfócitos T auxiliares reguladores e Th17 também são essen-
ciais na resposta imune.
• Os linfócitos T auxiliares ativam outras células de defesa por 
meio das citocinas secretadas por eles, os quais direcionam uma 
resposta imune celular e humoral.
Até a próxima unidade!
Referências bibliográficas
55
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Mole-
cular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
BEJAMINI, E.; COICO, R.; SUNSHINE, G. Imunologia. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2002. 288 p. 
CALICH, V.; VAZ, C. Imunologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2009. 323 p.
JANEWAY, C. et al. Imunobiologia: O Sistema Imune na Saúde e na Doença. 
8. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2014. 868 p.
57
Palavras do professor
Prezados alunos,
Vamos relembrar o que já estudamos até aqui?
Na Unidade 1, exploramos os principais conceitos de Imunologia.
Na Unidade 2, aprendemos sobre os receptores de antígenos, MHC, TCR 
e anticorpos. 
Para que a nossa defesa contra os patógenos seja eficaz, é necessária a 
participação de uma variedade de células, receptores e citocinas, cada 
qual com sua função biológica e ação no momento certo.
Em um primeiro momento, o reconhecimento do antígeno é fundamental 
para que haja ativação celular com posterior produção de proteínas de 
defesa e eliminação do patógeno invasor.
A ativação na produção de anticorpos específicos contra o patógeno dá 
início à imunidade humoral, tema da nossa quarta unidade de estudos.
4
58
Unidade 4
Imunidade Humoral 
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, conheceremos um pouco mais sobre a resposta imune 
humoral, a produção de anticorpos de diferentes classes, sua função 
biológica e ainda entenderemos o papel do sistema complemento.
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a produção de anticorpos e funções biológicas. 
• Estudar sobre o sistema complemento.
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Imunologia | Unidade de Estudo 4 – Imunidade Humoral 
4.1 Linfócitos B (LB) e anticorpos (imunoglobulinas)
Os LB são responsáveis pela imunidade humoral, caracterizada pela produção e liberação de anticorpos capazes 
de neutralizar ou até mesmo auxiliar na destruição dos antígenos. Eles precisam ser ativados para que se multi-
pliquem (expansão clonal) e se diferenciem em plasmócitos, os quais são capazes de produzir grande quantidade 
de anticorpos com afinidade aos epítopos dos antígenos. 
Por meio de seus receptores de membrana, o BCR (Ig de superfície-IgD e IgM) liga-se ao epítopo antigênico, 
desencadeando uma sequência de eventos intracelulares dos LB. Veja na Figura 4.1 a seguir como eles atuam:
Figura 4.1: Receptores para antígenos.
Legenda: Linfócito T (LT) com receptor de células T (TCR) e LB com BCR (imunoglobulina de superfície).
Fonte: Elsevier et al. (2016).
Os LB funcionam também como células apresentadoras de antígeno, após interiorizarem e processarem o Ag 
ligado ao receptor de superfície (BCR). Os peptídeos gerados pelo processamento são expressos na membrana 
dos LB ligados MHC 2, para apresentação aos LT auxiliares (CD4). 
Os LT, por sua vez, reconhecem pelo TCR os peptídeos apresentados. A interação do MHC-TCR dá início à expansão 
clonal e produção de citocinas por LT, agora Th2 que propiciam uma resposta imune humoral, com produção de 
grande quantidade de anticorpos. 
60
Imunologia | Unidade de Estudo 4 – Imunidade Humoral 
Figura 4.2: Ativação dos LB na resposta imune humoral. 
Legenda: Expansão clonal. Secreção de anticorpos. Mudança de classe. Anticorpos e afinidade. LB de memória.
Fonte: Elsevier et al. (2016).
A interação de LB-LT é chamada de cooperação T-B e também requer a participação de correceptores. Nesse 
caso, são o CD40 e seu ligante CD40L os correceptores mais frequentes na interação.
Figura 4.3: APCs e LT. 
Legenda: Célula dendrítica e LT com MHC e TCR, além dos correceptores B7 e CD28. LB e LT com MHC 
e TCR e correceptores CD40 e CD40L.
Fonte: Elsevier et al. (2016).
A resposta humoral pode ser dependente da ativação de lT ou não. O tipo de ativação dependerá da natureza do 
antígeno. Essa resposta frente a antígenos proteicos requer o reconhecimento do antígeno pelos LT auxiliares e 
sua cooperação com os LB, estimulando a expansão clonal dos LT e LB, a mudança de classe de imunoglobulinas, 
a maturação de afinidade e a diferenciação em LB de memória.
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Imunologia | Unidade de Estudo 4 – Imunidade Humoral 
Por outro lado, antígenos T independentes podem estimular a produção de anticorpos na ausência total de LT. 
Esses antígenos são usualmente moléculas não proteicas, mas de natureza polissacarídica ou lipídica, estimulam a 
produção de Ig de baixa afinidade – pertencentes, na sua maioria, à classe IgM. Como geralmente não há ativação 
de LT, não serão geradas as citocinas necessárias para a mudança de classe, maturação de afinidade ou formação 
de LB de memória. Raramente na resposta a antígenos T independentes ocorre mudança para outros isótipos.
Um exemplo da importância da resposta a antígenos T independentes é a imunidade humoral frente a polissa-
carídeos bacterianos, um mecanismo decisivo na defesa do hospedeiro contra infecções por bactérias encapsu-
ladas. Outro exemplo de resposta são os anticorpos naturais, presentes na circulação (aqueles contra antígenos 
glicolipídicos A e B do grupo sanguíneo) de indivíduos normais e produzidos aparentemente sem exposição anti-
gênica: muitos deles reconhecem carboidratos com baixa afinidade.

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