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RESUMO DE IMUNOLOGIA

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RESUMO DE 
IMUNOLO
GIA 
Disciplina de Imunologia Básica 
William Silva ​Medicina 
- ATM 2021/1 
1o EDIÇÂO 
SUMÁRIO 
1. ​Introdução ao Sistema Imune e Imunidade Inata e Adaptativa....3 
2. ​Células do Sistema Imune............................................................7 
3. ​Órgãos do Sistema Imune...........................................................11 
4. ​Antígenos.................................................................................... 13 
5. ​Anticorpos................................................................................... 15 
6. ​Complexo de Histocompatibilidade............................................. 20 
7. ​Sistema do Complemento............................................................24 
8. ​Hipersensibilidade........................................................................28 
9. ​Vacinas........................................................................................33 
10. ​Referências Bibliográficas.........................................................36 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
2 
1. Características Gerais: 
Imunidade ​é definida como a resistência a doenças, mais especificamente às doenças 
infecciosas. O conjunto de células, tecidos e moléculas que medeiam a resistência às 
infecções é chamado de ​sistema imunológico ​e a reação coordenada dessas células e 
moléculas aos micro-organismos é conhecida como ​resposta imunológica​. A Imunologia é o 
estudo do sistema imunológico e de suas respostas aos micro-organismos invasores. A 
função fisiológica do sistema imunológico é prevenir as infecções e erradicar as 
infecções estabelecidas​. Entretanto, até substâncias estranhas não infecciosas podem 
desencadear respostas imunológicas. 
2. Imunidade Inata e Imunidade Adquirida: 
Os mecanismos de defesa do hospedeiro são constituídos pela ​imunidade inata​, responsável 
pela proteção inicial contra as infecções, e pela ​imunidade adquirida​, que se desenvolve mais 
lentamente e é responsável pela defesa mais tardia e mais eficaz contra as infecções. 
Os mecanismos da imunidade inata proporcionam uma defesa inicial efetiva. Entretanto, 
muitos micro-organismos patogênicos evoluíram, tornando-se resistentes à imunidade inata, de 
modo que sua eliminação passou a exigir mecanismos mais intensos e potentes da imunidade 
adquirida. Desse modo, as respostas imunes, Inata e Adquirida, são componentes de um 
sistema integrado de defesa, no qual numerosas células e moléculas atuam em cooperação, 
sendo a imunidade inata estimuladora e influenciadora da resposta imune adquirida. 
Figura: Os principais mecanismos das imunidades inata e adquirida. ​Os mecanismos da 
imunidade inata são responsáveis pela defesa inicial contra as infecções. Alguns previnem(ex: barreiras 
epiteliais) outros eliminam micro-organismos (fagócitos, células NK e o sistema complemento). A 
resposta adquirida se desenvolve mais tarde, sendo mediada por linfócitos e seus produtos. Os 
anticorpos bloqueiam as infecções e eliminam os micro-organismos extracelulares enquanto os linfócitos 
T erradicam os patógenos intracelulares. Fonte: Imunologia Celular e Molecular, Abbas. ​2.1 
IMUNIDADE INATA ​(Também denominada imunidade Natural ou Nativa): 
▪ Respostas imediatas que proporcionam a linha de defesa inicial contra micro- organismos. 
Consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
3 
existem até mesmo antes da infecção e que estão prontos para respostar rapidamente às 
infecções. 
▪ O sistema imunológico inato responde da mesma maneira em encontros subsequentes com o 
mesmo patógeno (pois esse sistema não possui memória imunológica), sendo de natureza 
inespecífica. 
▪ Os principais componentes do sistema imunológico natural são: 
- Barreiras Físicas e Químicas​, como epitélios e as substâncias químicas antimicrobianas 
produzidas nas superfícies epiteliais; ​- Células Fagocitárias ​(neutrófilos, macrófagos), células 
dendríticas e células NK; ​- Proteínas do Sangue​, incluindo sistema complemento e outros 
mediadores da inflamação; ​- Citocinas​, proteínas que regulam e controlam muitas atividades 
celulares. 
▪ A Reposta Imune Inata/Não Especítica consiste basicamente em dois principais tipos de 
reação: 
- Reação de Inflamação: ​Processo de recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas do 
sangue, seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para destruir os micro-organismos. Esse 
processo envolve citocinas (são produzidas por células dendríticas, macrófagos e outras) e 
outros tipos de células. Os principais leucócitos que são recrutados são os neutrófilos 
(sobrevida nos tecidos é de curta duração) e monócitos (que são transformados em 
macrófagos teciduais). Esses fagócitos expressam, em sua superfície, receptores que se ligam 
aos micro-organismos e os ingerem e receptores que reconhecem diferentes moléculas 
microbianas e ativam as células de defesa. ​- Reação de Defesa Antiviral: ​Consiste em reação 
mediada por citocinas, em que as células adquirem resistência à infecção viral, e na destruição 
pelas células NK das células infectadas por vírus. 
2.2 ​IMUNIDADE ADQUIRIDA ​(Também denominada Adaptativa ou Específica): 
▪ Respostas tardias que são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos, cuja magnitude 
e capacidade de defesa aumentam com cada exposição. Como características importantes, 
destacam-se a ​especificidade ​para moléculas distintas e sua capacidade de ​memória 
celular, ​que permite responder com mais intensidade em exposições repetidas ao mesmo 
micro-organismo. Pode ser mediada por anticorpos (imunidade humoral) ou por células 
(imunidade celular) ou ambas. 
▪ Os principais componentes são os ​linfócitos ​e seus produtos secretados, tais como 
anticorpos​. 
▪ A resposta imune adaptativa atua intensificando os mecanismos protetores da imunidade 
inata. 
▪ ​A imunidade pode ser induzida em um indivíduo pela infecção natural ou pela 
vacinação ​(Imunidade Ativa) ou conferida a um indivíduo pela transferência de anticorpos ou 
linfócitos de um indivíduo imunizado ativamente (Imunidade Passiva). 
▪ O sistema imune adaptativo utiliza ​três estratégias ​para combater os micro- organismos, 
tendo em vista que o objetivo da resposta adquirida consiste em ativar um ou mais desses 
mecanismos de defesa. 
- Os ​Anticorpos ​secretados ligam-se aos microrganismos extracelulares, bloqueando sua 
capacidade de infectar células do hospedeiro e promovendo a ingestão e destruição pelos 
fagócitos. - As ​Células T Help (TCD4) ​aumentam a capacidade microbicida dos fagócitos, que 
ingerem os microrganismos e os destroem. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
4 
- Os Linfócitos T citotóxicos (TCD8)​, no qual destroem as células infectadas por 
microrganismos que são inacessíveis aos anticorpos e à destruição fagocítica. 
▪ ​Existem dois tipos de resposta imune adaptativa​, denominados imunidade humoral e 
imunidade celular, as quais são mediadas por diferentes componentes do sistema imunológico 
e cuja função é eliminar diferentes tipos de micro-organismos. 
▪ Mediada por moléculas presentes no sangue e nas secreções das mucosas, denominadas 
anticorpos​, que são secretados por ​IMUNIDADE 
plasmócitos, originados dos Linfócitos B; ​HUMORAL 
▪ É o principal mecanismo de defesa contra micro-organismos ​extracelulares​; 
▪ ​Não ​é eficaz a Micro-organismos Intracelulares 
▪ Mediada pelos ​Linfócitos T​. 
▪ Promoveria excluir a destruição dos micro-organismos que residem nos macrófagos ou a 
destruição das células infectadas para eliminar os reservatóriosde infecção. 
▪ Os linfócitos TCD4 ativados proliferam e diferenciam-se em células ​IMUNIDADE 
efetoras cujas funções são mediadas por citocinas secretadas. ​CELULAR 
Uma das respostas das ​células T help CD4 ​é a secreção de IL-2, que é um fator de 
crescimento que atua sobre os linfócitos ativados, além de estimular sua expansão clonal. 
▪ Os linfócitos TCD8 ativados proliferam e diferenciam-se em ​Linfócitos T citotóxicos (CTL) 
que destroem as células infectadas e assim eliminam os reservatórios da infecção. 
▪ ​Principais Características da Resposta Imune: 
Especificidade 
Assegura que a resposta imunológica a determinado micro-organismo (ou antígeno não 
microbiano) seja dirigida de fato a esse micro- organismo. Diversidade ​Permite ao Sistema 
Imunológico responder a uma ​grande variedade de antígenos. 
Memória ​Aumenta a Capacidade de combater infecções 
repetidas pelo mesmo micro-organismo. 
Expansão Clonal 
Aumenta o número de linfócitos específicos para determinado antígeno para fazer frente à 
capacidade replicativa dos micro-organismos. Especialização ​Gera respostas que são ideais 
para a defesa 
contra diferentes micro-organismos. 
Contração e Homeostasia 
Permite o Sistema Imunológico recuperar-se de uma resposta, de modo que possa responder 
efetivamente a novos antígenos que encontre. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
5 
Não Reatividade ao Próprio 
Impede a lesão do hospedeiro durante as respostas a antígenos estranhos. 
Em Suma: 
Tabela: ​Síntese comparativa entre a imunidade inata e adaptativa. Fonte: Abbas 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
6 
I. Características Gerais: 
As células do sistema imune inato e adaptativo normalmente estão presentes como células 
circulantes no sangue e na linfa, como aglomerados anatomicamente definidos nos órgãos 
linfoides, e espalhadas praticamente em todos os tecidos. As células que apresentam funções 
especializadas nas respostas imunes são os ​fagócitos, células dendríticas, linfócitos e 
vários outros leucócitos. 
As principais células do sistema imunológico são os ​leucócitos​, que são classificados em 
granulócitos ​(ou polimorfonucleares) e ​agranulócitos ​(ou mononucleares). Os granulócitos 
tem forma irregular e contém grânulos no seu citoplasma, sendo representados pelos 
neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os agranulócitos não possuem grânulos (existem exceções) 
e são representados pelos linfócitos e monócitos. ​Os leucócitos se diferenciam em duas 
linhagens: a linfoide ​(origem aos linfócitos) ​e a mieloide ​(originam os granulócitos e os 
monócitos). 
II. Fagócitos 
Fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são células cuja função primária é identificar, 
ingerir e destruir micro-organismos. A função dos fagócitos é importante na resposta inata e 
também na fase efetora de algumas respostas imunológicas adquiridas. 
▪ ​NEUTRÓFILOS: ​Também chamados de Leucócitos polimorfonucleares, são produzidos na 
Medula Óssea e constituem a ​população mais numerosa de leucócitos ​circulantes (65%), 
em adultos, e mediam as fases iniciais das ​reações inflamatórias​. Um ser humano produz 
mais que 1x10​11 ​neutrófilos por dia, e cada neutrófilo circula no sangue apenas por seis horas. 
Os neutrófilos migram para os sítios de infecção após a entrada dos micro- organismos. Se um 
neutrófilo não for recrutado para o sítio de inflamação nesse período, sofre apoptose e 
geralmente é fagocitado por macrófagos. Após a entrada nos tecidos, os neutrófilos também 
atuam somente por umas horas e em seguida morrem. É importante ressaltar que eles não 
realizam a apresentação de antígenos e realizam a fagocitose ​principalmente de 
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Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
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bactérias​, sendo assim, a neutrofilia pode ser um forte indício de infecção bacteriana. 
▪ ​MONÓCITOS: ​Possuem citoplasma granular contendo lisossomos, vacúolos fagocíticos e 
filamentos de citoesqueleto​. ​Originam-se de um precursor comum na medula óssea, circulam 
no sangue, sofrem maturação e migram para os tecidos por diapedese, tornando-se ativadas. 
▪ ​MACRÓFAGOS: ​Sua função em ambas as imunidades consiste em ​ingerir 
micro-organismo ​causando sua morte, ​ingerir células mortas ​do hospedeiro como parte do 
processo de limpeza celular, além de quando ativado promover a ​secreção de citocinas ​que 
se ligam aos receptores ​amplificando a resposta protetora​, além de promover o ​reparo de 
tecidos lesionados​. Podem ser também ​apresentadores de antígenos ​(fagocitam o 
antígeno que é transformado em peptídeos dentro da via de processamento, se associando ao 
MHC e em seguida sendo apresentado ao linfócito T). Na imunidade adaptativa, os 
macrófagos são ativados por citocinas secretadas e por proteínas de membrana de linfócitos T. 
Macrófagos recebem diferentes denominações dependendo de onde estão localizados: 
histiócitos (no tecido conjuntivo), células de Küpffer (no fígado) osteoclastos (no tecido ósseo) 
célula mesangial (no glomérulo renal), células de Langerhans (na pele). 
III. Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos: 
Três tipos celulares ​pertencentes à imunidade inata que atuam em cooperação com a 
imunidade adaptativa​, tendo importantes funções na resposta imune. Possuem 
características em comum: a ​presença de grânulos citoplasmáticos preenchidos por 
vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos ​e o envolvimento nas respostas imunes 
que protegem contra ​helmintos e doenças alérgicas​. 
▪ ​MASTÓCITOS: ​Os mastócitos são células provenientes da medula óssea que estão 
presentes na pele e no epitélio das mucosas e contêm grânulos citoplasmáticos abundantes 
preenchidos por ​citocinas, histamina e outros mediadores. ​Também expressam receptores 
que reconhecem proteínas do sistema complemento e produtos microbianos. Além disso, 
essas células são importantes na ​defesa de helmintos ​e também são responsáveis pelos 
sintomas das doenças alérgicas​. Os mastócitos expressam receptores para a fração Fc de 
anticorpos IgE e IgG e geralmente são revestidos por esses anticorpos. 
▪ ​BASÓFILOS: ​Constituem menos de 1% dos leucócitos do sangue e possuem muita 
semelhança ​estrutural e funcional com os mastócitos. Sua importância na defesa do 
hospedeiro e nas reações alérgicas ainda é incerta. Entretanto, podem contribuir para as 
reações de hipersensibilidade imediata. 
▪ ​EOSINÓFILOS: ​São granulócitos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas 
danosas ​às paredes celulares de parasitas​, mas que podem lesar também o hospedeiro. 
Também estão presentes nas ​reações alérgicas ​e seu número eleva-se com a ​presença de 
helmintos​. Assim, 
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Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
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uma eosinofilia é um forte indício de uma helmintose, além de uma possível reação alérgica. 
IV. Células Apresentadoras de Antígenos (APCs): 
Possuem prolongamentos citoplasmáticos grandes e filamentosos que apreendem antígeno. 
São células especializadas em ​capturar antígenos e apresentá-los aos linfócitos e 
fornecer sinais ​que estimulem a proliferação e diferenciação desses linfócitos T. A principal 
APC envolvida no início das respostas é a ​Célula Dendrítica​, entretanto ​Monócitos, 
Macrófagos e Células B ​também apresentam antígenos aos linfócitos em diferentes tipos de 
resposta imune. As ​APCs ligam aimunidade inata à imunidade adquirida​. 
V. Linfócitos​: 
São células que reconhecem e respondem especificamente a antígenos estranhos e que são 
originárias de células tronco na medula óssea, sendo responsáveis pela especificidade e 
memória imunológica, circulando pelo sangue e pela linfa. 
▪ ​Linfócito B: ​São as únicas células capazes de ​produzir anticorpos. ​Elas reconhecem 
antígenos ​extracelulares ​e diferenciam-se em plasmócitos secretores de anticorpos, atuando 
assim como mediadores da ​imunidade humoral. 
▪ ​Linfócito T: ​São células da ​imunidade celular ​e sofrem ​maturação no Timo​. Elas 
reconhecem os antígenos de micro-organismos ​intracelulares ​e ajudam os fagócitos a 
destruí-los ou ainda matam diretamente a célula infectada. ​As Células T não produzem 
anticorpos​. Seus receptores de antígeno são moléculas de membrana (distintas dos 
anticorpos). Os linfócitos T possuem especificidade restrita para os antígenos e ​reconhecem 
peptídeos derivados de proteínas estranhas que estejam ligadas ao MHC​, que é expresso 
na superfície de outras células. As células T reconhecem e respondem somente a antígenos 
associados à superfície celular, mas não a antígenos solúveis. É importante ressaltar ​há 
diferentes populações de células T, ​alguns explicitados abaixo: 
- LT CD4 (Células T Help): ​Secretam citocinas que funcionam como “moléculas mensageiras” 
em resposta à estimulação gênica. Essas citocinas estimulam a proliferação e a diferenciação 
das próprias células T e ativam outras células, inclusive as células B e os macrófagos e outros 
leucócitos. ​- LT CD8 (Linfócitos T citotóxico): ​Destroem as células que exibem antígenos 
estranhos, como ás células infectadas por vírus e outros micro-organismos intracelulares. ​- LT 
regulatórios: ​Atuam na supressão da função de células outras células T (regulação das 
respostas imunes e manutenção da autotolerância). 
▪ ​Células NK (Natural Killer): ​É um linfócito granular originado de um progenitor linfoide, 
mas sua ação é considerada parte da imunidade inata. Sua principal função é reconhecer e 
realizar a lise de células infectadas por vírus, bactérias e protozoários, bem como células 
tumorais. Além disso, produzem IFN-gama (interferon), uma citocina que ativa os macrófagos. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
9 
EM SUMA: 
Figura: ​Exemplificando as duas linhagens e os estímulos que geram as diferenciações. Fonte: Abbas 
Figura: ​As principais células do sistema imunológico. Fonte: Abbas 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
10 
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
Os tecidos linfoides são classificados em ​órgão geradores, também chamados de órgãos 
linfoides primários​, onde os linfócitos expressam inicialmente os receptores de antígenos e 
atingem a maturidade fenotípica e funcional, e em ​órgãos periféricos, também chamados de 
órgãos linfoides secundários​, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são 
iniciadas e desenvolvidas. 
1.1 ORGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS: ​Timo, Medula Óssea, Fígado (Período Fetal) e Saco 
Vitelínico (Período Embrionário). (Fornecem estímulos para o crescimento e a maturação dos 
linfócitos e para a apresentação de antígenos próprios para o reconhecimento e seleção dos 
linfócitos em fase de maturação – a maturação é independente de antígenos. Os linfócitos 
produzidos/maturados migram para os Órgãos Linfoides Periféricos). 
Medula Óssea – Maturação das Células B Timo – Maturação das Células T 
1.2 ORGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS​: Gânglios Linfáticos, Baço, Sistema Imune 
Cutâneo e Sistema Imune de mucosas. (São os principais sítios onde ocorre a apresentação 
dos antígenos e o desencadeamento de respostas imunes. A ativação é dependente de 
antígeno) 
2. MEDULA ÓSSEA 
A medula Óssea é o sítio de geração das células sanguíneas circulantes, inclusive hemácias, 
granulócitos, monócitos e também sítio dos eventos iniciais da ​maturação da célula B​. A 
geração de todas as células sanguíneas é denominada ​HEMATOPOIESE: 
- Período Embrionário → Saco Vitelínico - Período Fetal → Fígado - Puberdade → Medula do 
osso esterno, vértebras, ossos ilíacos e costelas. 
As linhagens de células hematopoiéticas são a eritrocítica (hemácias), a megacariocítica 
(plaquetas), a granulocítica (neutrófilos, eosinófilos, basófilos), a monocítica (monócitos e 
macrófagos) e a linfocítica (linfócitos). A proliferação e maturação dessas linhagens dependem 
de citocinas, principalmente os fatores estimulantes de colônias (CSF – Colony Stimulating 
Factors), produzidos pelos macrófagos e linfócitos T. 
Quando a medula óssea é lesada ou o corre um aumento na demanda para a produção de 
novas células sanguíneas, o fígado e o baço são recrutados como locais de hematopoiese 
extramedular. 
3. TIMO 
▪ É o local de amadurecimento das células T. 
▪ É um órgão formado por dois lobos, situado no mediastino anterior. Cada lobo é subdividido 
em múltiplos lóbulos por septos fibrosos e ​cada lóbulo consiste em um córtex externo e 
uma medula interna​. 
- Córtex → Contém uma maior concentração de linfócitos T, - Medula → Presença dos 
Corpúsculos de Hassall 
▪ Os linfócitos no Timo são chamados também de ​Timócitos 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 ​
11 
▪ ​A maturação dos LT no timo começa no córtex e conforme os timócitos vão 
amadurecendo, migram em direção à medula, de modo que a medula contém a maioria 
das células T maduras. 
▪ Somente Células T maduras saem do Timo e entram no sangue e nos tecidos linfoides 
periféricos. 
▪ A atividade do timo regride progressivamente, de acordo com a idade. 
4. O SISTEMA LINFÁTICO 
Consiste em vasos especializados que drenam os líquidos dos tecidos para os gânglios 
linfáticos e desses para o sangue. É essencial para a homeostase dos líquidos teciduais e das 
respostas imunológicas. O Sistema linfático capta antígenos microbianos do sítio de entrada e 
transporta-os aos gânglios linfáticos, onde podem deflagrar a resposta imune adaptativa. 
5. GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
Os gânglios linfáticos estão situados ao longo dos vasos linfáticos e são órgãos linfoides 
secundários vascularizados e encapsulados, com características anatômicas que favorecem o 
início das respostas imunes adaptativas para antígenos transportados dos tecidos pelos 
linfáticos. 
6. BAÇO ​É o maior órgão linfoide do organismo, localizado no hipocôndrio esquerdo. O 
Sangue entra no baço por uma artéria esplênica e termina em sinusoides vasculares extensos, 
que formam a polpa vermelha. Desse modo, o Baço é altamente vascularizado, tendo como 
principal função a retirada de circulação de células sanguíneas lesionadas e senescentes e de 
partículas (como imunocomplexos e micro-organismos opsonizados), além de iniciar respostas 
imunológicas adaptativas aos antígenos capturados do sangue. 
6.1 POLPA BRANCA: ​Tem arquitetura semelhante a um Linfonodo, com regiões distintas de 
Linfócitos B e T. É responsável por promover respostas imunes adquiridas aos antígenos 
transportados pelo sangue, sendo que as disposições de células B, T e APCs promovem as 
interações necessárias para o desenvolvimento eficiente de uma resposta imune. 
6.2 POLPA VERMELHA​: Constituída por ramos arteriolares da artéria esplênica dispersos 
entre grandes números de macrófagos, eritrócitos, células dendríticas, linfócitos e células 
plasmáticas. Os macrófagos retiram micro-organismos e hemácias lesadas do sangue. O baçofunciona como filtro do sangue, retirando da circulação aqueles micro- organismos que não 
foram capturados por macrófagos e não foram levados aos linfonodos. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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1. Características Gerais: 
ANTÍGENOS são especificamente definidos como qualquer molécula que pode-se ligar 
especificamente a um anticorpo (ou com os receptores das células T, quando 
associados ao MHC). ​As moléculas características do sistema imune adaptativo são os 
anticorpos e os receptores de células T. Enquanto os componentes da imunidade inata são 
programados para o reconhecimento de padrões e assim reconhecem características 
compartilhadas por grupos de moléculas estranhas, as moléculas de anticorpos e os 
receptores de células T apresentam um alto grau de especificidade, reconhecendo ​epítopos 
ou determinantes antigênicos específicos. 
2. Definições e Conceitos Importantes: 
IMUNOGENICIADE: ​Capacidade que uma substância tem de ​induzir e reagir ​com os 
produtos de uma resposta imune celular ou humoral. Embora uma molécula que induza uma 
resposta imunológica seja normalmente chamada de Antígeno, é mais correto denominá-la 
Imunógeno. 
ANTIGENICIADE: ​Capacidade que uma molécula tem de se ​ligar ​a um dos componentes do 
sistema imune. 
EPÍTOPOS: ​São regiões de um imunógeno ativas imunologicamente que se ligam aos 
receptores de membrana antígeno-específicos dos linfócitos ou dos anticorpos secretados. 
Basicamente é o sítio de ligação (do patógeno, por exemplo) que é reconhecido por um Ac ou 
TCR capaz de gerar a resposta imune. 
HAPTENO: ​Pode agir como um epítopo e interagir com anticorpos, mas não consegue ativar a 
resposta imune. ​Desse modo são antigênicos (possuem a capacidade de se ligar), mas 
não são imunogênicos​, tendo em vista que não são capazes de induzir e reagir respostas 
imunes. 
3. Características do Antígeno: 
▪ ​Ser Estranho: ​Moléculas Reconhecidas como não-próprias são imunogênicas. 
▪ ​Complexidade e Composição Química: ​A imunogenicidade aumenta com a complexidade 
estrutural da substância. Proteínas grandes são potentes imunógenos, Carboidratos raramente 
são bons imunógenos, com algumas exceções (polissacarídeos do meningococo), já Lipídios 
são incapazes de gerar resposta imune, apenas quando conjugados. 
▪ ​Tamanho Molecular: ​Quanto maior a substância imunogênica, maior o número de epítopos 
e maior a imunogenicidade. Ainda, facilita o englobamento pelos macrófagos. 
▪ ​Genética: ​Fatores hereditários influem na resposta imune, pois as células e substâncias do 
sistema imune são determinadas geneticamente. 
▪ ​Vias de Administração: ​antígenos administrados subcutaneamente ou intradermicamente 
desencadeiam resposta imune, já por via oral ou intravenosa podem causar tolerância ou um 
desvio de um tipo de resposta para outra. 
▪ ​Dose do Antígeno​: o grau da resposta imune depende da quantidade do antígeno. Quando o 
limiar é ultrapassado, o aumento da dose geralmente leva a um aumento não proporcional da 
resposta imunológica. Entretanto, doses 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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13 
excessivas podem estabelecer um estado de ausência de resposta específica, um fenômeno 
chamado de Zona de Tolerância. 
4. Tipos de Antígenos: 
▪ ​ANTÍGENOS T-DEPENDENTES: ​São dependentes dos Linfócitos T para ativar a resposta 
imune. Os Antígenos são processados pelas APCs e há uma expressão do mesmo na 
superfície da célula. Posterior apresentação aos linfócitos T que são capazes ativar a 
diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos. 
▪ ​ANTÍGENOS T-INDEPENDENTES: ​Caracterizam-se por ser antígenos que são 
imunogênicos sem a presença dos linfócitos T, ativando diretamente os linfócitos B e 
estimulando a síntese clonal de anticorpos. 
▪ ​SUPERANTÍGENOS: ​São moléculas capazes de ativar linfócitos T e B de uma forma não 
convencional. (ligam-se fora da fenda de ligação do MHC e à cadeia β do TCR), promovendo 
uma maior estimulação do sistema imune, através da ativação policlonal. Entre os 
superantígenos estão: toxinas estafilocócicas (intoxicação alimentar e síndrome do choque 
tóxico), toxinas estreptocócicas, vírus da Raiva, vírus Epstein-Barr (mononuclease infecciosa). 
▪ ​REAÇÃO CRUZADA: ​Ocorre quando um antígeno de estrutura semelhante (heterólogo) 
reage com um anticorpo formado para outro antígeno (homólogo). Isso ocorre pela similaridade 
entre dois diferentes epítopos, ou pelo fato de dois antígenos diferentes apresentarem o 
mesmo epítopo. Geralmente as reações cruzadas têm menor afinidade de ligação do que as 
reações homólogas. 
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1. Características Gerais: 
▪ São ​EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL​. 
▪ Anticorpos (imunoglobulinas) são glicoproteínas circulantes ​produzidas em resposta à 
exposição ​a estruturas não próprias conhecidas como antígenos. 
▪ Anticorpos são ​secretados por linfócitos B maduros (plasmócitos) ​quando estes entram 
em contato com determinado antígeno. 
LB ​→ ​Plasmócito ​→ ​Anticorpo 
▪ Com a finalidade de inativar o antígeno, o anticorpo interage especificamente com o epítopo 
que estimulou a sua formação por ação direta ou por intermédio de outros componentes do 
sistema imune. 
▪ A interação Antígeno-Anticorpo é realizada por ​ligações não covalentes ​(pontes de 
hidrogênio, forças eletrostáticas, hidrofóbicas e de Van der Waals). 
▪ Anticorpos podem ​atuar distantes de seus locais de produção​. 
2. Mecanismo de Produção de Anticorpos: 
3. Estrutura 
A estrutura do anticorpo possui a forma de um “Y” e é formada por quatro cadeias 
polipeptídicas (​duas cadeias pesadas ​idênticas (H) e ​duas cadeias ​leves idênticas (L) – 
ambas ligadas por pontes dissulfeto). ​Cada cadeia possui uma região constante e outra 
variável​. 
▪ ​CADEIA PESADA: ​Determina a ​classe do anticorpo ​Há 5 tipos de cadeia pesada: ​μ ​(mü),α 
(alfa), ​δ ​(delta), ​ε ​(épsilon) e ​γ ​(gama), que diferem no tamanho, solubilidade e comportamento. 
▪ ​CADEIA LEVE: ​Há 2 tipos: κ (kappa) e ​λ ​(lambda) 
▪ ​REGIÃO VARIÁVEL (Fab): ​Onde ocorre a ​ligação com o antígeno​, ​determinando a 
especificidade ​da molécula (qual epítopo a imunoglobulina será capaz de se ligar). 
▪ ​REGIÃO CONSTANTE (Fc): ​Determina as ​funções efetoras ​(ativação do complemento, 
ligação com células NK e fagócitos). 
▪ ​DOMÍNIOS: ​São séries repetidas de cerca de 110 resíduos de aminoácido dobrados 
tridimensionalmente. 
Na Cadeia Leve existem dois domínios: um variável (VL) e um constante (CL). 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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Na Cadeia Pesada geralmente existem quatro domínios: um variável (VH) e três constantes 
(CH1, CH2 e CH3). A IgM e IgE possuem também o domínio CH4. Entre os domínios CH1 e 
CH2 existe uma região chamada dobradiça (junção), podendo aumentar ou diminuir o ângulo 
da imunoglobulina. 
EM SUMA: 
Molécula Semelhante a Letra “Y, Formada por quatro cadeias polipeptídicas: 2 leves (L) e 2 pesadas (H), 
ligadas por pontes dissulfeto. Ambos os tipos de cadeias possuem regiões constantes e variáveis. 
4. Classes das Imunoglobulinas: 
Imunoglobulina Características 
IgA 
▪ Forma ​MONOMÉRICA ou DIMÉRICA​; 
▪ Subclasses: IgA1, IgA2; 
▪ Segunda Ig mais abundante no soro; 
▪ Secretada principalmente para ​superfícies mucosas ​(leite, lágrimas, saliva, suco gástrico, 
secreção pulmonar); 
▪ Confere a ​imunidade gastrointestinal passiva da mãe para o lactente, através daamamentação; 
▪ Não fixa complemento pela via clássica, apenas pela via alternativa; 
▪ Neutraliza vírus (bastante ativa) e bactérias. 
IgD 
▪ Forma ​MONOMÉRICA​; 
▪ Baixa concentração sérica; 
▪ Se encontra na superfície de linfócitos B maduros; 
▪ Função específica desconhecida; 
▪ Não fixa complemento. 
IgE ​▪ Forma ​MONOMÉRICA​, com um domínio a mais. (CH4); 
▪ Baixa concentração sérica; níveis se elevam em ​infecções 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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parasitárias e reações de hipersensibilidade do tipo I ​(reação anafilática); 
▪ Participa de reações alérgicas e anafiláticas; 
▪ ​Ligação Fc a basófilos, mastócitos, eosinófilo 
▪ Não fixa complemento. 
IgG 
▪ Forma ​MONOMÉRICA; 
▪ Subclasses: IgG1, IgG2, IgG3, IgG4; 
▪ ​Principal Ig sérica (75%); 
▪ É a única que ​atravessa a placenta ​(IgG1, IgG3, IgG4); 
▪ Fixa complemento (exceto IgG4); 
▪ Principal imunoglobulina da ​resposta secundária ​aos antígenos; 
▪ Principal imunoglobulina nos espaços extras vasculares; 
▪ ​Imunidade neonatal. 
IgM 
▪ Forma ​PENTAMÉRICA ​com um domínio a mais (CH4)​; 
▪ Primeiro Imunoglobulina a ser produzida (a partir do 5o mês de vida fetal); 
▪ Primeira classe a ser produzida na fase aguda, ou seja, a principal na ​resposta primária ​aos 
antígenos. 
▪ É a ​melhor imunoglobulina fixadora de complemento​; 
▪ Existe como receptor nas células B. 
5. Distribuição dos Anticorpos: 
▪ ​Plasma e líquido intersticial dos tecidos: ​70 a 75% IgG; 15 a 20% IgA; 0,2% IgM; 0,004% 
IgE. 
▪ ​Secreções fluidas: ​leite, muco, etc; concentração de IgA é muito maior. 
▪ ​Superfície de células efetoras: ​células NK, mastócitos, etc – não sintetizam Ac, mas têm 
receptores específicos para sua ligação. 
▪ ​Compartimentos citoplasmáticos: ​RE, complexo de Golgi, superfície de LB. 
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6. Funções 
7. Resposta Primária x Resposta Secundária: 
Nos dois tipos de resposta, primária e secundária, há a produção dos isótipos IgM e IgG, 
porém, na resposta primária IgM é a principal Ig e a produção de IgG é menor e mais tardia. 
Na resposta secundária, a IgG é a imunoglobulina predominante. Nas duas respostas, a 
concentração de IgM sérica diminui rapidamente de maneira que, após uma ou duas semanas, 
observa-se a queda acentuada enquanto a produção de IgG é persistente . 
RESPOSTA PRIMÁRIA ​→ O primeiro contato com um antígeno, por exposição natural ou 
vacinação, leva à ativação de LB virgens, que se diferenciam em plasmócitos produtores de 
anticorpos e em células de memória, resultando na produção de anticorpos específicos contra 
o antígeno indutor. Após o início da resposta, observa-se uma fase de aumento exponencial 
dos níveis de anticorpos, seguida por uma fase denominada platô, na qual os níveis não se 
alteram. Segue-se a última fase da resposta primária, a fase de declínio, na qual ocorre uma 
diminuição progressiva dos anticorpos específicos circulantes. 
RESPOSTA SECUNDÁRIA ​→ Ao entrar em contato com o antígeno pela segunda vez, já 
existe uma população de LB capazes de reconhecer esse antígeno devido à expansão clonal e 
células de memória geradas na resposta primária. ​A resposta secundária difere da primária 
nos seguintes aspectos: a dose de antígeno necessária para induzir a resposta é menor; 
a fase de latência é mais curta e a fase exponencial é mais acentuada; a produção de 
anticorpos é mais rápida e são atingidos níveis mais elevados; a fase de platô é 
alcançada mais rapidamente e é mais duradoura e a fase de declínio é mais lenta e 
persistente​. A magnitude da resposta secundária depende também do intervalo de tempo 
desde o contato inicial com o antígeno. 
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Figura: ​As células B virgens nos tecidos linfoides periféricos são ativadas a partir do contato 
com o antígeno, proliferam e diferenciam-se em células secretoras de anticorpos e células B 
de memória. A resposta secundária é mais rápida e ocorre a partir da ativação das células B 
de memória promovendo a produção de maiores quantidades de anticorpos. 
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1. Características Gerais: 
As moléculas do MHC/HLA são ​proteínas presentes na membrana das APCs que 
apresentam antígenos peptídicos para reconhecimento pelos linfócitos T​. Sabe-se que o 
MHC é o lócus genético que age como ​principal determinante de aceitação ou rejeição de 
transplantes e tecidos. ​As moléculas codificadas nos genes do MHC são constituídas 
estruturalmente por glicoproteínas e estão divididas em três grupos: ​MHC I, MHC II ​e MHC III, 
mas os dois primeiros possuem maior relevância. Os Genes do MHC são expressos de forma 
codominante​: expressam-se os alelos herdados do pai e da mãe, maximizando o número de 
moléculas MHC disponíveis para ligação de peptídeos. Além disso, São os genes mais 
polimórficos ​presentes no genoma, o que faz com que diferentes indivíduos respondam a 
diferentes micro-organismos. 
Pode ser denominado: Complexo de Histocompatibilidade Principal (​MHC ​- Major 
Histocompatibility Complex; ou ​CHP ​- Complexo de Histocompatibilidade Principal; ou ​HLA ​- 
Human Leukocyte Antigen. 
Características da ligação dos peptídeos às moléculas do MHC: 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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2. ​Estrutura: 
MHC I ​Consiste em uma cadeia α ligada de maneira não- 
covalente a uma proteína β2microglobulina. Os domínios aminoterminais (domínios α1 e α2) formam uma 
fenda de ligação de peptídeos. O domínio α3 é constante e contém o local de ligação para o receptor do 
linfótico T CD8. Assim, os linfócitos T CD8 só podem responder aos peptídeos apresentados pelas 
moléculas de MHC I. O MHC I é responsável pela “identidade” das células de cada indivíduo. Cada um 
de nós apresenta essas moléculas diferentes, com exceção de gêmeos homozigotos. Estão presentes na 
membrana de todas as células nucleadas. 
MHC II 
Consiste em duas cadeias α e β. As regiões aminoterminais das duas cadeias (domínios α1 e β1) formam 
uma fenda maior. O domínio β2 é constante e contém o local de ligação para o receptor do linfótico T 
CD4. Assim, os linfócitos T CD4 só podem responder aos peptídeos apresentados pelas moléculas de 
MHC II. Estão presentes na membrana das células apresentadoras de antígeno (CAA). É altamente 
sintetizado na presença de interferon-γ. 
3. Funções do MHC: ​Apresentar amostras de suas proteínas na superfície das membranas 
celulares, sinalizando ao sistema imune se as proteínas sintetizadas são “próprias” ou “não 
próprias”. Realizar vigilância imunológica e controle do equilíbrio do sistema imune, marcando 
as células que devem eliminadas (não próprias) ou aceitas por ele (MHC I em todas as células 
nucleadas). Possibilitar aos LTCD4 e LTCD8 o reconhecimento de antígenos proteicos 
associados às moléculas do MHC II e MHC I, respectivamente. Participar de imunopatologias 
(doenças autoimunes, alergias, imunodefiências congênitas), além de ser fundamental para a 
sobrevivência dos indivíduos e das espécies variabilidade genética. 
4. Variação Gênica: ​Os genes do MHC são ​altamente polimórficos​, ou seja, existem 
muitos alelos diferentes entre os diversos indivíduos da população. Esses genes são 
codominantes, localizados no ​braço curto do cromossomo 6 ​nos humanos. Alguns desses 
genes são constantes na mesma espécie. No entanto, existem genes altamentevariáveis. 
Como os aminoácidos polimórficos determinam quais peptídeos são apresentados por 
determinada molécula do MHC, a existência de múltiplos alelos garante que sempre haverá 
alguns membros da população que poderão apresentar qualquer antígeno proteico microbiano. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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Propriedades das moléculas e genes do MHC: 
5. Processamento de Antígenos: ​A função básica deste sistema consiste em dar início à 
resposta imune através da apresentação ao sistema de fragmentos peptídicos do antígeno. Há 
duas vias possíveis de apresentação: a via citosólica (MHC I) e a via endocítica (MHC II). 
▪ ​VIA CITOSÓLICA (MHC I): ​As proteínas que entram nos citoplasmas das células são 
provenientes de microorganismos fagocitados ou produzida por patógenos, como os vírus, que 
residem no citoplasma das células infectadas ou ainda de genes que sofreram mutações ou 
foram alterados, no caso dos tumores. As proteínas citoplasmáticas são desdobradas , 
ubiquitinadas e degradada nos proteossomos. Os peptídeos produzidos são transportados pelo 
transportador TAP para o retículo endoplasmático (RE), onde se ligam às moléculas do MHC I 
recém-sintetizadas. Os complexos peptídeo-MHC I são transportados para a superfície celular, 
sendo reconhecidas pelas células T CD8. 
▪ ​VIA ENDOCÍTICA (MHC II): ​os antígenos proteicos são ingeridos pelas células 
apresentadoras de antígeno no interior das vesículas, onde, pela ação do lisossomo, são 
degradados em peptídeos. As moléculas de MHC II entram nas vesículas e perdem o peptídeo 
CLIP (peptídeo de cadeia constante) que ocupa a fenda da molécula recém formada. Essas 
moléculas de MHC II são capazes de ligar peptídeos derivados da proteína endocitada. Os 
complexos peptídeosMHC II são 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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22 
transportados para a superfície celular, sendo reconhecidas pelas células T CD4. 
Figura: ​Vias de processamento. ​Fonte: Imunologia Básica 
EM SUMA: 
Figura: ​Características das vias de processamento antigênico. ​Fonte: Imunologia Básica 
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1. Características Gerais: 
▪ O Sistema Complemento é um dos ​principais mecanismos efetores da imunidade 
humoral ​e também é um ​importante mecanismo efetor da imunidade inata​. 
▪ Consiste de ​proteínas séricas e de superfície celular ​que interagem umas com as outras e 
com outras moléculas do sistema imune de uma maneira altamente regulada para gerar 
produtos que têm a ​função de eliminar micro-organismos​. 
▪ É ​ativado por micro-organismos ou por anticorpos ​que estão ligados a micro-organismos 
e a outros antígenos. 
▪ A ​ativação envolve a proteólise sequencial ​de proteínas para gerar complexos enzimáticos 
com atividade proteolítica. 
▪ Os ​produtos da ativação do complemento tornam-se covalentemente ligados às 
superfícies celulares ​dos micro-organismos ou aos ​anticorpos ligados a micro-organismos 
e a outros antígenos. 
▪ Há 3 vias principais de ativação: a ​Via Clássica​, a ​Via Alternativa ​e a ​Via das Lectinas​. 
2. Vias de ativação: 
▪ ​Existem três vias de ativação do complemento: 
Via Clássica​, que é ativada por anticorpos ligados a antígenos; ​Via Alternativa​, que é ativada 
na superfície das células microbianas, na ausência de anticorpos; ​Via das Lectinas​, que é 
ativada por uma lectina plasmática, que se liga aos resíduos de manose presentes nas 
superfícies celulares microbianas. 
▪ ​O ​evento central na ativação do sistema complemento é a proteólise da proteína do 
complemento C3 ​para gerar produtos biologicamente ativos ​e a subsequente ligação 
covalente de um produto de C3, denominado C3b, às superfícies celulares ​microbianas 
ou ao anticorpo ligado ao antígeno. 
▪ ​A ativação do complemento depende da geração de dois complexos proteolíticos: a 
C3-convertase​, que cliva C3 em C3a e C3b; e a ​C5- convertase, ​que cliva C5 em C5a e C5b. 
▪ ​Todas as funções biológicas são dependentes da clivagem proteolítica de C3. 
▪ ​As vias de ativação diferem no modo como são produzidas, mas ​seguem uma sequência 
comum após a clivagem de C5​. 
2.1 VIA ALTERNATIVA: ​Consiste na proteólise de C3 e na ligação estável de C3b a superfície 
do micro-organismo, sem a participação de anticorpos. Essa ligação do C3b com o 
micro-organismo forma um substrato para a ligação do Fator B, que é degradado pelo Fator D 
em Ba e Bb. O fragmento Bb continua ligado a C3b, formando o ​Complexo C3- convertase 
(C3bBb), que cliva ainda mais moléculas C3 em C3a e C3b. Algumas das moléculas de C3bBb 
se ligam a mais um C3b, formando o complexo C5-convertase (C3bC3bBb), que por sua vez, 
irá atuar sobre 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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moléculas de C5, clivando-as em C5a e C5b, iniciando assim a etapa final de ativação do 
complemento. 
Figura: Via alternativa de ativação do complemento. ​C3 solúvel no plasma sofre lenta 
hidrólise espontânea de sua ligação tioéster interna, o que leva à formação da C3- convertase 
da fase líquida (não mostrada) e a geração de C3b. Se o C3b for depositado sobre a superfície 
de micro- organismos, ele se liga ao Fator B e forma a C3- convertase da via alternativa. Esta 
convertase cliva C3 para produzir mais C3b, o qual liga-se à superfície microbiana e participa 
da formação da C5- convertase. A C5-convertase cliva C5 para gerar C5b, iniciando as etapas 
finais da ativação do complemento que culminam na formação do MAC (complexo de ataque a 
membrana. 
2.2 VIA CLÁSSICA: ​É desencadeada quando a IgM ou algumas subclasses de IgG (IgG1 e 
IgG3) se ligam aos antígenos. As regiões Fc desses anticorpos se tornam acessíveis às 
proteínas dos complementos e duas ou mais regiões Fc se aproximam. Quando isso ocorre, a 
proteína C1 se liga a duas regiões Fc adjacentes. O C1 ligado torna-se ativo como enzima, 
resultando então na ligação e clivagem de duas outras proteínas, C4 e C2. O complexo 
resultante C4b2b se liga de modo covalente ao anticorpo e à superfície microbiana onde o 
anticorpo está ligado. Esse complexo funciona como C3-convertase, gerando C3b que se liga 
ao micro- organismo (o C3a gerado é liberado no sangue para exercer suas funções de 
quimiotaxia e anafilotoxina). Parte do C3b se liga ao complexo C4b2b, e o complexo C4b2bC3 
funciona como C5-convertase. 
2.3 VIA DAS LECTINAS: ​Ocorre na ​ausência de anticorpos ​por meio da ligação de 
polissacarídeos microbianos às lectinas circulantes, como a lectina ligadora de manose 
plasmática (MBL). A MBL é semelhante estruturalmente a um componente de C1 da vida 
clássica e serve para ativar C4. As demais etapas são subsequentes e idênticas a da via 
clássica. 
ETAPAS FINAIS DA ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO: ​As C5-convertases geradas pelas 
vias alternativa, clássica e das lectinas iniciam a ativação dos componentes finais do sistema 
complemento, que culmina na formação do complexo de ataque à membrana (MAC) com 
atividade lítica. As etapas finais 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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da ativação do complemento são iniciadas pela ligação de C5 a C5- convertase, e à proteólise 
de C5, que dá origem a C5a (funções de quimiotaxia e anafilotoxina) e C5b. Os componentes 
restantes – C6, C7, C8 e C9 – se ligam na sequência. A proteína final na via, C9, polimeriza- 
se para formar um poro na membrana celular, permitindoa passagem de água e íons, o que 
causa a morte da célula. Esse poli-C9 é chamado de complexo de ataque à membrana, e sua 
formação é o resultado final da ativação do complemento. 
3. Funções do Complemento: ​As principais funções efetoras na imunidade inata e na 
imunidade humoral são promover a ​fagocitose ​de micro-organismos sobre os quais o 
complemento é ativado, ​estimular a inflamação ​e ​induzir a lise ​desses micro-organismos. 
▪ ​Opsonização e Fagocitose: ​Os micro-organismos sobre os quais o complemento é ativado 
pela via alternativa ou clássica tornam-se recobertos por ​C3b​, iC3b ou C4b e são ​fagocitados 
pela ligação dessas proteínas a receptores específicos em macrófagos e neutrófilos​. 
▪ ​Estimulação das respostas inflamatórias: ​Os fragmentos proteolíticos ​C5a, C4a e C3a 
(ambos são produzidos por meio de proteólise) induzem a inflamação aguda por meio da 
ativação de mastócitos e neutrófilos​. Esses três peptídeos ligam-se a mastócitos e ​induzem 
sua desgranulação, com liberação de mediadores vasoativos​, como a ​histamina​, sendo 
por isso também chamados de ​anafilotoxinas. 
A ​C5a ​estimula a motilidade, a aderência às células endoteliais e induzindo o aumento da 
permeabilidade e a expressão de P-selectina, que promove a ligação de neutrófilos. A 
combinação da ação de C5a em mastócitos, neutrófilos e células endoteliais contribuem para a 
inflamação ​nos locais de ativação do complemento. É importante ressaltar ​C5a é o mediador 
mais potente, ​C4a é 20 vezes menos e C3a é 2500 vezes menos potente. 
▪ ​Citólise mediada por Complemento: ​A lise de organismos estranhos mediada por 
complemento ocorre pela formação do MAC (complexo de ataque à membrana). 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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▪ ​Outras funções: 
- As proteínas do complemento promovem a solubilização e a eliminação por fagócitos dos 
complexos antígeno-anticorpo formados; - A proteína C3d gerada a partir de C3 liga-se a CR2 
em células B e facilita a ativação dessas células e o início das respostas imunes humorais. 
EM SUMA: 
Fonte: ​Imunologia Celular e Molecular, Abbas. 
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1. Características Gerais: 
O conceito de que o sistema imune é necessário para defender o hospedeiro contra infecções 
tem sido enfatizado neste resumo. No entanto, as próprias respostas imunes são capazes de 
causar lesão tecidual e doenças. ​Os distúrbios causados por respostas imunes são 
denominados doenças de hipersensibilidade​. As doenças de hipersensibilidade são 
classificadas com base no principal mecanismo imunológico responsável pela lesão tecidual e 
pela doença: 
2. Tipos de Hipersensibilidades: 
2.1 Hipersensibilidade Imediata (Tipo I): ​É uma rápida reação vascular e do músculo liso 
mediada por anticorpos IgE e por mastócitos, em geral seguida por inflamação, que ocorre em 
alguns indivíduos expostos a determinados antígenos estranhos aos quais eles já tinham sido 
expostos. Também pode ser denominada de alergia ou atopia. Os tipos mais comuns de 
reações de hipersensibilidade imediata incluem a febre do feno, alergias alimentares, asma 
brônquica e anafilaxia. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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PRODUÇÃO E ATIVAÇÃO: ​Em indivíduos propensos a alergias, para que se inicie uma 
reação de hipersensibilidade tipo I é necessário que haja exposição a um antígeno apropriado 
e que o indivíduo responda a esse estímulo com uma produção aumentada de IgE. O alérgeno 
induz, então, uma resposta imune denominada de sensibilização ao invés da tradicional 
imunização. A sensibilização acontece na primeira vez em que o alérgeno entra no organismo 
e ocorre da seguinte maneira: as células apresentadoras de antígeno englobam a substância 
estranha fragmentando-a e expondo os epítopos na superfície celular. Os linfócitos T-auxiliares 
(LTH) reconhecem alguns desses epítopos (principalmente os linfócitos TH2), que secretam 
IL-4 e IL13, estimulando linfócitos B para se diferenciarem em plasmócitos que secretam 
grandes quantidades de IgE. Os anticorpos IgE formados possuem uma tendência muito forte 
de se ligarem a receptores para sua porção Fc, localizados em mastócitos e basófilos. Essas 
células cobertas por anticorpos se tornam sensibilizadas, pois deixam os mastócitos sensíveis 
à ativação subsequente àquele antígeno. Uma vez que a sensibilização ocorra, o indivíduo 
permanecerá assintomático até que haja uma nova exposição ao alérgeno. Em exposições 
subsequentes, antígenos multivalentes do alérgeno se ligam prontamente a mais de uma 
molécula de IgE de uma mesma célula, formando uma ligação cruzada de anticorpos IgE 
adjacentes, provocando alterações na membrana plasmática de mastócitos e basófilos. Com 
isso, ocorre o desencadeamento de dois processos paralelos e interdependentes: (1) a 
desgranulação dos mastócitos com liberação de mediadores químicos pré-formados (que 
também pode ser estimulada pela luz solar, calor, frio e traumatismos) e a (2) síntese com 
posterior liberação de mediadores secundários. Aminas vasoativas (que causam dilatação 
vascular, contração do músculo liso), proteases (podem causar dano tecidual). 
EM SUMA: 
Primeira exposição ao alérgeno → Ativação antigênica de células TH2 e estimulação da troca 
de classe IgE nos linfócitos B → Produção de IgE → Ligação de IgE pela porção Fc nos 
mastócitos → Exposição repetida ao alérgeno → Ativação dos mastócitos: liberação de 
mediadores → (1) Reação de hipersensibilidade imediata → (2) Reação de fase tardia 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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As citocinas produzidas pelos mastócitos estimulam o recrutamento de leucócitos, causando a 
reação de fase tardia. As consequências desse tipo de resposta dependem do tipo de 
alérgeno, da via de entrada e da intensidade da resposta imune. As manifestações mais 
comuns de alergia são rinite alérgica, asma brônquica e dermatite atópica (eczema). A 
anafilaxia sistêmica é a manifestação mais clássica. Há vasodilatação e exsudação de plasma 
por todo o organismo. A diminuição do tônus vascular e o extravasamento de plasma causam 
uma queda significativa na pressão arterial, podendo levar inclusive ao choque. Os efeitos 
vasculares são acompanhados pela constrição das vias aéreas, secreção de muco na árvore 
brônquica (dispneia), hipersensibilidade do trato gastrointestinal (diarreia) e urticária. 
Antibióticos beta-lactâmicos são as causas mais comuns de eventos graves. O tratamento de 
reações de hipersensibilidade visa inibir a desgranulação dos mastócitos, antagonizando os 
efeitos dos mediadores dos mastócitos e reduzindo assim a inflamação. 
2.2 Mediada por Anticorpo (Tipo II) 
A reação de hipersensibilidade tipo II caracteriza-se pelo ​ataque de anticorpos das classes 
IgG e IgM a antígenos celulares ou teciduais​. Isso diferencia a reação de hipersensibilidade 
tipo II da reação de hipersensibilidade tipo III, na qual os anticorpos são dirigidos contra 
antígenos livres no plasma. Os antígenos envolvidos na hipersensibilidade tipo II podem ser 
próprios ou não (como fármacos ou seus metabólitos). Os mecanismos efetores dessa reação 
são a fagocitose da célula, a citotoxicidade não-fagocítica e o ataque pelo sistema 
complemento pela via clássica, que tendem a destruir a célula/tecido alvo do anticorpo,ao qual 
está ligado pela sua porção Fc nos mecanismos efetores. As células envolvidas nesses 
mecanismos efetores são os fagócitos (neutrófilos, macrófagos, eosinófilos) e células NK. A 
apresentação clínica dessa reação manifesta-se em doenças como a miastenia grave, as 
reações transfusionais, a doença hemolítica do recém-nascido e reações auto-imunes aos 
tecidos celulares. 
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EM SUMA: 
Antígenos próprios ou não-próprios → Produção de anticorpos IgG e IgM→ Associação da 
porção Fc desses anticorpos aos mecanismos efetores (fagócitos, células NK e sistema 
complemento) → Destruição das células/tecido alvo. 
2.3 Mediada por Imuno-Complexo (Tipo III) 
A hipersensibilidade tipo III caracteriza-se por uma reação inflamatória induzida pela deposição 
de complexos antígeno-anticorpo em determinados locais do organismo, produzindo danos 
teciduais como resultado da ativação de mediadores séricos, como o sistema complemento. 
Os imunocomplexos podem ocasionar doenças sistêmicas, como a Doença do Soro ou 
afetando órgãos específicos, como as patologias autoimunes ou a reação de Arthus, na qual a 
deposição ocorre em pequenos vasos sanguíneos, geralmente os localizados na pele. 
Formação de Imunocomplexos: ​Ocorre da interação antígeno-anticorpo. A produção de 
anticorpos ocorre aproximadamente cinco dias após a penetração de um antígeno exógeno no 
organismo, formando-se, então, imunocomplexos na circulação. Também pode ocorrer através 
da contínua produção de anticorpos contra antígenos endógenos, localizados no sangue, em 
células ou em tecidos. ​Deposição de Imunocomplexos em Tecidos-Alvo: ​Ocorre 
dependendo de alguns fatores, como estado funcional do sistema mononuclear fagocitário que 
é responsável pela retirada dos imunocomplexos da circulação (através da captação pelas 
hemácias, que contém um receptor de C3b e posteriormente fagocitose ou destruição no baço 
e fígado), tamanho e constituição do imunocomplexo (quanto menor, mais difícil é a sua 
retirado, devido à ligação menos ávida aos eritrócitos e por não conseguirem fixar 
adequadamente o complemento), classe da imunoglobulina envolvida (a IgG é mais eficiente 
que a IgA, por exemplo) e localização (a deposição é maior em áreas mais turbulentas, onde 
há alta pressão sanguínea como em glomérulos renais, no plexo coroide e bifurcação de 
artérias, as articulações, a pele, o coração, as superfícies serosas e os pequenos vasos 
sanguíneos). 
Reação Inflamatória Causada por Imunocomplexos: ​Ainda na circulação sanguínea, os 
imunocomplexos iniciam uma reação inflamatória aguda. O evento principal dessa reação é a 
ativação da cascata do sistema complemento e consequente liberação das anafilotoxinas C3a 
e C5a, que se ligam aos seus receptores específicos na superfície de mastócitos e basófilos, 
provocando sua desgranulação. Essas células liberam o fator ativador de plaquetas (PAF), que 
induz a agregação plaquetária, e aminas vasoativas, como a histamina, responsáveis pelo 
aumento da permeabilidade vascular. Com o aumento da permeabilidade vascular, os 
imunocomplexos podem depositar-se na membrana basal das células endoteliais formando 
agregados ainda maiores e mais hábeis para ativar o complemento. Há produção concomitante 
de fatores quimiotáticos C5a que promovem a migração de leucócitos polimorfonucleares e 
macrófagos em direção ao sítio inflamatório. Produz-se também nessa cascata o C3b, que 
promove opsonização, facilitando a fagocitose dos imunocomplexos, e 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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imunoaderência, assim como o complexo de ataque à membrana (MAC, C5b-9), causando 
dano celular e citólise. Quando os macrófagos fagocitam os imunocomplexos depositados, há 
uma lenta digestão celular que serve como um estímulo persistente à ativação dessas células, 
levando-as a secretar substâncias que são importantes recrutadores de neutrófilos. Visando à 
fagocitose dos complexos antígeno-anticorpo, os neutrófilos atraídos por fatores quimiotáticos 
liberam uma variedade de substâncias inflamatórias, capazes de digerir a membrana basal, o 
colágeno, a elastina e a cartilagem dos tecidos. O dano tecidual é igualmente mediado por 
radicais livres de oxigênio produzidos por neutrófilos ativados. As alterações morfológicas 
mediadas por imunocomplexos depositados na membrana basal dos vasos sanguíneos 
acarretam uma vasculite aguda necrotizante com posterior deposição de fibrina. Se tal lesão 
ocorrer em glomérulos renais, será denominada glomerulonefrite e em articulações, artrite. 
EM SUMA: 
Formação de imunocomplexos → Depósito de imunocomplexos → Reação inflamatória → 
Dano Tecidual 
2.4 Mediada por Célula T (Tipo IV): ​As doenças de hipersensibilidade mediadas por 
células T são causadas por autoimunidade e pelas respostas aos antígenos ambientais. 
Etapa de Reconhecimento do Antígeno e Ativação Celular: ​uma célula apresentadora de 
antígeno especializada (por exemplo, célula de Langerhans na epiderme) fagocita um antígeno 
estranho, conduzindo-o até um linfonodo regional. Nesse local, entra em contato com um 
linfócito T específico, ocorrendo sensibilização. A partir desse contato, o linfócito T ativado 
expande- 
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se em número e diferencia-se em células efetoras e células T de memória. Depois disso, os 
macrófagos residentes no tecido e as próprias células endoteliais vasculares, possuidoras de 
MHC classe II e moléculas co- estimulatórias, serão as células envolvidas na apresentação do 
antígeno, que ativarão células T de memória previamente sensibilizadas. 
Etapa Inflamatória: ​quando o linfócito T de memória reconhece o antígeno específico na 
periferia, ele poderá alterar a microvasculatura endotelial local de maneira a iniciar o 
recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio da reação. Sob influência do fator de 
necrose tumoral (TNF) e outras citocinas secretadas pelos linfócitos T ativados e macrófagos, 
as células endoteliais exercem quatro funções que contribuem para a inflamação: (1) 
promovem vasodilatação; (2) expressam ou aumentam a quantidade de moléculas de adesão 
para leucócitos; (3) secretam moléculas quimiotáticas para leucócitos, as quimocinas; e (4) 
aumentam a permeabilidade do vaso. 
Etapa de Resolução: ​ocorre com a eliminação do antígeno ou seu isolamento através das 
funções do macrófago ativado (eliminação dos microorganismos, secreção de mediadores da 
inflamação, modificações teciduais locais) 
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1. Características Gerais: 
Com o desenvolvimento das vacinas, a incidência de doenças como difteria, sarampo, 
caxumba, pertussis(coqueluche), rubéola, poliomielite e tétano diminuiu drasticamente , um 
exemplo é a erradicação da varíola desde 1977. Porém, o desenvolvimento de vacinas é 
custoso, longo e nem todas s vacinas candidatas à imunização nos laboratórios chegarão a 
prevenir as doenças em seres humanos. 
A imunização tem como objetivo a curto prazo a prevenção de doenças e a longo prazo a 
erradicação das mesmas em cada indivíduo ou grupo populacional. Para isso é necessário que 
se realize o ato da imunização contínua e periódica (incluindo imunoprofilaxiapassiva e ativa). 
2. Imunização Passiva x Ativa 
▪ ​IMUNIZAÇÃO PASSIVA: 
A imunizaçãopassiva pode ocorrer de ​maneira natural​, pela transferência de anticorpos 
maternos ​via transplacentária ​para o feto. Entretanto, a imunização passiva pode ser obtida 
também ​pela injeção dos anticorpos pré-formados ​em um organismo receptor. Atualmente, 
existem várias condições nas quais a imunização passiva é aplicada, incluindo: 
- Deficiências na síntese de Ac, por deficiência congênita ou adquirida; - Quando uma pessoa 
suscetível é exposta ou provavelmente exposta a uma doença com complicações (criança com 
leucemia exposta à varicela ou sarampo); - Infecção por patógenos cujos efeitos podem ser 
neutralizados por anticorpos. Exemplo: anti-sorode cavalo para a toxina tetânica; 
Desvantagens da Imunização Passiva: 
- Efeito protetor temporário - Variação do conteúdo de anticorpos contra agentes específicos 
de até 10vezes entre as preparações; - Administração dolorosa; - Anafilaxia devido a injeções 
EV inadvertidas; 
▪ ​IMUNIZAÇÃO ATIVA: ​Enquanto o objetivo da imunidade passiva é fornecer uma proteção 
transitória, o ​objetivo da ativa é provocar a criação de imunidade protetora e uma 
memória imunológica​. A 
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imunização ativa pode ser obtida pela imunização natural com o micro- organismo, ou pode ser 
adquirida artificialmente pela administração de uma ​vacina​. 
3. Planejamento, Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas 
Primeiramente, o ​desenvolvimento de uma resposta imune não significa necessariamente 
que um estado de imunidade protetora foi alcançado​. Pode haver a ativação primária, mas 
não haver geração de memória Imunológica, tendo em vista que a ​memória depende em 
parte do período de incubação do patógeno​. Ou seja, ​períodos curtos de incubação 
dependem de altas concentrações de Acs neutralizantes, já ​períodos mais longos de 
incubação​, não necessitam a presença de Acs neutralizantes em altas concentrações, mas 
sim de células de memória aptas a responderem. 
4. Classificação das Vacinas: 
▪ ​VACINAS COM ORGANISMOS VIVOS ATENUADOS: ​Micro- organismos atenuados, que 
perdem a capacidade de causar doença significativa (patogenicidade)​, mas que retêm 
capacidade de crescimento transitório no hospedeiro inoculado. Exemplo: Mycobacterium 
bovis–BacillusCalmette-Guérin ​(BCG), ​vacina da Pólio- Sabin (VOP), vacina do sarampo, 
vacina da Febre Amarela e vacina contra Rotavírus. Possui vantagens, como a ​exposição 
prolongada ​aos epítopos e normamente somente ​uma imunização é suficiente​. Entretanto, 
pode-se haver a reversão para uma forma virulenta e podem ser associadas à doença natural. 
▪ ​VACINAS COM ORGANISMOS INATIVADOS OU MORTOS: 
- Inativação por calor ou meios químicos - É criticamente importante manter a estrutura dos 
epítoposnos antígenos de superfície - Vacina VIP (Salk) e vacina pertussis(coqueluche) 
inativadas por formaldeído - Vacinas mortas induzem resposta humoral (Ac) - São menos 
efetivas quanto à resposta celular e produção de IgA, do que as atenuadas - São mais seguras 
- Estáveis e de fácil transporte - Injetáveis e com isto menos atrativas do ponto de vista 
populacional. 
▪ ​VACINAS DE SUBUNIDADES: ​Toxoides, Polissacarídeos bacterianos capsulares e 
Glicoproteínas Virais. 
▪ ​VACINAS CONJUGADAS: ​Haemophilusinfluenzaetipo b (Hib) + toxoidetetânico conjugados 
levam à ativação de Th e consequentemente a produção de IgM e IgG 
▪ ​VACINAS DE DNA 
▪ ​VACINAS DE VETORES RECOMBINANTES ​5. Calendário de Vacinas: ​É atualizado 
todos os anos. (Realizar download no 
site do Ministério da Saúde). 
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BIBLIOGRAFIA 
Este material foi produzido baseado nas bibliografias descritas abaixo, nas 
apresentações de monitorias próprias, nas aulas dos professores e em resumos 
próprios, sendo que em alguns casos foi retirado o texto na íntegra. Este resumo 
trata-se de uma organização de várias bibliografias existentes no âmbito da imunologia, 
tendo como único intuito de facilitar o entendimento do aluno, bem como o acesso a 
este conhecimento. 
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. ​Imunologia celular e 
molecular. ​7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. xii, 545 p. ISBN 9788535247442. 
FORTE, Wilma Carvalho Neves. ​Imunologia: do basico ao aplicado​. 2. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2007. viii, 364 p. ISBN 9788536308968. 
BUTEL, Janet S.; MORSE, Stephen A. ​Microbiologia medica de Jawetz, Melnick e 
Adelberg. ​26. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponivel em: 
<https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/MIB/ >. Acesso em: 4 jan. 2017 
NEVES, David Pereira. ​Parasitologia humana. ​12. ed. Sao Paulo: Atheneu, 2011. 546 
p. (Biblioteca biomedica. Parasitologia) ISBN 9788538802204. 
LONGO, Dan L. et al. ​Medicina interna de Harrison. ​18. ed. Rio de Janeiro: 
McGraw-Hill: Artmed, 2013. 2 v. ISBN 9788580551204 (v. 1). 
Slides prof.a Liliana Weber 
Agradecimento à Prof.a Liliana Portal Weber pelo estímulo e 
auxílio disponibilizado. 
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