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Atendimento Pré-Hospitalar, Transporte e Classificação de Riscos

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3 
Telefone: (0xx31) 3865-1400 
Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR, 
TRANSPORTE E CLASSIFICAÇÃO DE 
RISCOS 
 
 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 
 
0800 283 8380 
 
www.faculdadeunica .com.br 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 3 
UNIDADE 2 – O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) .... ............................... 7 
2.1 O ATENDIMENTO INICIAL ............................................................................................ 8 
2.2 ESCALA DE TRAUMA ............................................................................................... 10 
2.3 RECURSOS UTILIZADOS .......................................................................................... 13 
2.3.1 Recursos materiais – classificação .................................................................. 13 
2.3.2 Recursos pessoais ........................................................................................... 15 
UNIDADE 3 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) .......... ....................................... 19 
3.1 CONCEITO E DEFINIÇÕES ........................................................................................ 19 
3.2 ELOS DA CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA ........................................................................ 20 
3.2.1 Prevenção ........................................................................................................ 20 
3.2.2 Reconhecimento Imediato da Parada Cardiorrespiratória ................................ 21 
3.2.3 Acesso rápido ao SAMU ou similar .................................................................. 24 
3.2.4 Suporte avançado de vida eficaz ..................................................................... 25 
3.2.5 Cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrada ......................................... 25 
3.3 AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS .................................................................................. 29 
UNIDADE 4 – SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV) ........ .................................. 32 
4.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................................................... 32 
4.2 A GRAVIDADE DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) ......................................... 36 
4.3 ASSISTOLIA ........................................................................................................... 38 
4.4 ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) ............................................................... 39 
UNIDADE 5 – O TRANSPORTE DE PACIENTES ............. ...................................... 41 
5.1 ORGANIZAÇÃO DO TRANSPORTE .............................................................................. 42 
5.2 PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES DURANTE O TRANSPORTE ........................................ 44 
UNIDADE 6 – O PERFIL DO ENFERMEIRO PARA ATENDIMENTO EM 
RODOVIAS E RESOLUÇÕES AFINS ....................... ............................................... 51 
UNIDADE 7 – ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO S SERVIÇOS 
DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .......................... ................................................... 56 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 
 
 
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3
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Dentre vários autores que estudaram as ações humanas e outras situações 
que levam aos acidentes e, por conseguinte, ao atendimento de urgência e 
emergência, Rocha et al. (2003); Ramos e Senna (2004) narram que o atendimento 
de emergência surgiu da necessidade da retirada e assistência de combatentes 
feridos em campos de batalha. Concebido pelas guerras, foi também a partir destas 
que desenvolveu-se, inicialmente, com o emprego de transportes de tração animal, 
chegando, na atualidade, ao emprego de sofisticados aparelhos e veículos de 
locomoção aéreo ou terrestre. Atualmente, este tipo de assistência apresenta maior 
importância no atendimento à população civil, carente de cuidados médicos 
imediatos, no transcorrer do seu cotidiano. 
A emergência pré-hospitalar objetiva atender o cliente de forma 
sistematizada e prática, implicando, assim, necessidade de uma equipe 
multidisciplinar que promova um rápido atendimento e transporte do paciente a um 
centro de atendimento adequado à saúde. 
O Ministério da Saúde define o atendimento pré-hospitalar como a 
assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros 
agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do 
ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte (BRASIL, 
2001). 
Em virtude da grande prevalência de intercorrências que necessitam de um 
atendimento emergencial e ao grande impacto socioeconômico destas situações que 
atingem, principalmente, a população economicamente ativa, torna-se 
imprescindível a busca constante de avanços nesta área, minimizando, assim, as 
consequências destas circunstâncias. 
No dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) encontramos emergência como 
uma situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito, incidente. 
Em uma emergência, a Enfermagem deve estabelecer prioridades de 
assistência de acordo com a avaliação preliminar, garantindo assim a identificação e 
o tratamento das situações que ameaçam a vida do paciente. De forma que 
consideramos relevante que o profissional atuando nesse setor tenha presente, 
nesta situação, arte, habilidade, conhecimento, emoção, sentido; vivencie e 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
4
 
compartilhe informações para um processo rápido, preciso, hábil e eficiente ao 
prestar assistência de Enfermagem. Além de prestar uma assistência globalizada ao 
ser humano e família (NAZÁRIO, 1999). 
O tempo que transcorre da hora do trauma até os primeiros procedimentos 
tem sido considerado um fator crítico. Cunningham et al. (1997 apud Rocha et al., 
2003) descrevem que a primeira hora, imediatamente após o trauma, é um período 
em que a ressuscitação e a estabilização são consideradas mais benéficas para o 
paciente, a chamada golden hour. Também encontraram que a morte por trauma 
tem uma distribuição trimodal: 
1º. Logo após o acidente: por laceração do cérebro, do tronco cerebral, da aorta, 
entre outros. 
2º. Primeiras horas após o acidente - a golden hour: por hematoma subdural e 
epidural, hemopneumotórax, laceração do fígado, entre outros. 
3º. Dias a semanas após o acidente: por sepse e insuficiência de múltiplos 
órgãos. 
Como vimos, de certa forma, foram as guerras que impulsionaram e 
aprimoraram os serviços de atendimento pré-hospitalar e resgate, em decorrência 
da necessidade de atendimento rápido e eficaz que garantissea sobrevivência dos 
combatentes. 
O Dr. Baron Dominique Jean Larrey foi o primeiro a reconhecer a 
necessidade de uma rápida avaliação de um paciente traumatizado. Durante a 
Revolução Francesa, veículos eram usados para atender os combatentes feridos e 
facilitar a avaliação cirúrgica e os cuidados (Brink; Neuman; Wynn, 1993 apud 
Rocha et al., 2003). Em 1870, durante a guerra Franco-Prussiana, foram relatados 
os primeiros casos de remoção aeromédica, 160 feridos foram resgatados por 
balões de ar quente (THOMAZ et al., 1999). Já em 1908, os irmãos Wilbor e Orville 
Wright iniciaram seus primeiros voos com o Zepelin VII, transportando pessoas 
acidentadas (GENTIL, 1997). 
E assim, sucessivamente os diversos países vieram, ao longo do século XX, 
aprimorando o atendimento pré-hospitalar e o transporte em menores espaços de 
tempo. 
 
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5
 
No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré-
hospitalar datam de 1893, quando o Senado da República aprovou uma Lei que 
pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de 
Janeiro, naquele momento capital do país (CARDOSO et al., 2000). 
O serviço pré-hospitalar, atualmente desenvolvido no Brasil, atua baseado 
em duas correntes metodológicas: o sistema europeu e o sistema americano. 
� O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tem origem francesa e 
foi criado por anestesistas intensivistas e emergenciais devido à necessidade 
da assistência pré-hospitalar, pois os pacientes chegavam ao hospital muitas 
vezes com piora do caso ou mesmo mortos, por não receberem atendimento 
precoce e adequado. Este sistema tem como referencial o médico, tanto na 
Regulação do Sistema, como no atendimento e monitoramento do paciente, 
até a recepção hospitalar. É um serviço ligado ao Sistema de Saúde, 
hierarquizado e regionalizado, possuindo comunicação direta com os Centros 
Hospitalares. 
� O sistema norte americano trabalha com paramédicos (com um período de 
formação de três anos após o segundo grau). Os paramédicos começaram a 
desenvolver suas atividades nos EUA, devido a Guerra do Vietnã, pois havia 
necessidade de atendimento médico e como não era possível contar com a 
presença médica, em todas as frentes de combate, alguns soldados foram 
treinados para realizarem a assistência necessária. No Brasil, a implantação 
de serviços pré-hospitalares, municipais e estaduais, vem escolhendo o 
modelo metodológico de acordo com suas realidades, demandas, perfis, 
morbi-mortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros (CARDOSO 
et al., 2000). 
Essa breve retrospectiva mostra a que veio o módulo: tratar do atendimento 
pré-hospitalar (APH), os suportes básico e avançado de vida (SBV e SAV), bem 
como o transporte de pacientes e o perfil do profissional da Enfermagem para 
atendimento em rodovias. 
Lembremos sempre que a orientação ao atendimento à vítima parte dos 
princípios da assistência ao paciente traumatizado, sistematizado como ABCDE, o 
qual compreende as cinco etapas da avaliação inicial da vítima de trauma em que o 
 
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A envolve o atendimento das vias aéreas e controle da coluna cervical, o B, a 
respiração (ventilação), o C, a circulação e sangramento, o D, a incapacidade 
(avaliação neurológica) e o E, e exposição e proteção do ambiente (NATIONAL 
ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2004 apud PEREIRA; 
LIMA, 2006). 
Esses princípios são preconizados internacionalmente para a assistência ao 
paciente vítima de trauma, em que se prioriza o atendimento às lesões ameaçadoras 
da vida, neste primeiro momento, e serão sempre utilizados ao longo dos próximos 
módulos. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
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UNIDADE 2 – O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) 
 
O atendimento pré-hospitalar é, em essência, a extensão da sala de 
emergência. Fundamenta-se na noção que o início do atendimento deve ser 
instituído o mais precocemente possível, que o transporte do paciente constitui um 
trauma que deve ser minimizado por técnicas específicas de remoção, e que o 
paciente deve chegar com brevidade ao serviço de emergência mais adequado às 
suas necessidades, em situação melhor do que foi encontrado, ou se não for 
possível, ao menos, estabilizado (KLINGER, 2007). 
Por definição, APH é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que 
objetivam o suporte de vida à vítima (básico ou avançado), estabelecendo padrão 
vital que mais se assemelhe à normalidade, tendo como conceito supremo não 
agravar lesões já existentes ou gerar lesões que não existam (iatrogenias), bem 
como transportar a vítima para o centro hospitalar terciário apropriado ou centro de 
trauma credenciado (CARVALHO, 2007). 
O modelo de atenção do serviço de APH, assim como de outros serviços de 
saúde, pode ser analisado por meio do fluxograma proposto por Merhy (1997), como 
ferramenta de análise do modo de organização de processos de trabalho. Este 
instrumento tem sido utilizado para analisar coletivamente, com os trabalhadores de 
saúde, os fluxos existentes no momento da produção da assistência à saúde, 
permitindo a detecção de seus problemas. 
Modelo de Fluxograma do serviço de atendimento pré-hospitalar 
 
 
Entrada Decisão Recepção Cardápio Saída 
Demanda - 192 Central 
Regulação 
Triagem Transporte 
Suporte básico 
Suporte avançado 
Hospital 
Alta no local 
Óbito 
 
O APH, como um serviço assistencial de saúde, tem sua entrada 
representada pela demanda recebida no serviço por meio das ligações telefônicas e 
a recepção, caracterizada pela Central de Regulação, que recebe essas 
solicitações. 
 
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Nesse momento da regulação (etapa recepção) acontece o “encontro entre 
um usuário, portadorde uma dada necessidade de saúde, com um trabalhador, 
portador de um dado arsenal de saberes específicos e práticos” (MERHY, 1997, p. 
76). 
Após essa etapa, há o processo de decisão, em que o serviço, a partir de 
critérios próprios irá dizer se o que o usuário está trazendo como uma situação de 
urgência será ou não objeto de ação do serviço, enquanto uma certa intervenção 
técnico-assistencial. 
As solicitações que passam pela recepção e são consideradas como de 
urgência, recebem um atendimento diferenciado, conforme a decisão tomada pelo 
médico regulador e que fazem parte do cardápio do serviço, podendo ser um 
transporte simples ou medicalizado e, nas situações de solicitação de socorro, uma 
intervenção de suporte básico ou avançado. Após essa etapa, os que sofreram 
algum tipo de intervenção tecnológica de saúde, realizado pelo serviço de APH, vão 
“sair”, o que pode acontecer com o atendimento na emergência hospitalar, a 
internação para intervenção cirúrgica, a alta no próprio local do atendimento, ou 
mesmo, o óbito (PEREIRA, 2005). 
 
2.1 O atendimento inicial 
Para Aguiar et al. (2000) e Carvalho (2007), as fases do atendimento pré-
hospitalar dividem-se em três etapas básicas: 
1º. Prevenção e conscientização comunitária. 
2º. Acionamento do socorro e suporte básico de vida. 
3º. Suporte intermediário e avançado de vida como continuidade ao suporte 
básico de vida (no ambiente pré-hospitalar, esse papel pode ser exercido com 
a ajuda da comunidade), formando uma interligação do processo de 
atendimento. 
Em paralelo às três etapas do atendimento pré-hospitalar propriamente 
ditas, devem ser observadas as seguintes: 
1. O atendimento na cena do acidente (considerar os seguintes fatores 
dificultadores do atendimento: estresse, insegurança, possibilidade de acidentes, 
 
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dificuldade para o atendimento, ambiente impróprio possibilidade de agressão à 
equipe) (AGUIAR et al., 2000). 
Considerar no atendimento pré-hospitalar a sequência para o atendimento: 
segurança da cena (avaliação da cena é composta das seguintes etapas: 
levantamento da situação com identificação objetiva dos fatos, análise detalhada e 
objetiva da situação, definição das medidas que serão tomadas), segurança da 
equipe, segurança da vítima, prevenção contra ocorrências (incêndios, 
desmoronamentos, explosões), análise da situação, isolamento do local, análise e 
estabilização dos riscos. 
Em relação aos acidentes rodoviários diante da necessidade da retirada de 
vítimas do veículo, são definidos dois aspectos: 
• vítima encarcerada – situação na qual a vítima está confinada à cabine do 
veículo ou seu interior e se encontra impossibilitada de sair, pois os danos causados 
à estrutura não permitem a saída; 
• vítima presa em ferragens – encontra-se confinada à cabine do veículo ou seu 
interior e impossibilitada de sair, pois os danos causados à estrutura do veículo 
mantém contato, causando ferimentos. 
Obs.: Toda vítima presa em ferragens é considerada encarcerada, no 
entanto nem todas as vítimas encarceradas são consideradas presas em ferragens. 
2. Transporte. 
3. Chegada ao hospital (CARVALHO, 2007). 
 
Em síntese: 
� o atendimento principal do APH é identificar rapidamente as situações em que 
se envolvem as vítimas; 
� deve ser rápido, organizado e eficiente, de forma que permita tomada de 
decisões quanto ao atendimento e à remoção das vítimas; 
� Santos (2012) acrescenta mais uma etapa e divide o atendimento inicial em 
em quatro etapas sequenciais: 
1º. Etapa – controle da cena. 
2º. Etapa – abordagem primária. 
3º. Etapa – abordagem secundária. 
 
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10
 
4º. Etapa – sinais vitais e escala de coma. 
 
2.2 Escala de trauma 
No trauma nós temos diversas escalas e tabelas que são utilizadas para a 
realização de triagens e para estabelecer o nível de gravidade das lesões nos 
diferentes sistemas do corpo humano. Vamos falar de algumas delas: 
A tabela START – Simple Triage and Rapid Treatment – é usada para 
triagem rápida de vítimas na qual o número de vítimas supera a capacidade de 
atendimento. O objetivo dessa tabela é rapidamente separar as vítimas graves que 
possuem boa chance de vida das vítimas sem lesões ou inviáveis para que as 
primeiras tenham prioridade de atendimento (CARVALHO, 2007). 
A triagem pelo método START, realizada pelo Corpo de Bombeiros, é uma 
técnica simples usada para triagem rápida de um grande número de pacientes e 
deve ser utilizada em situações em que a triagem deve ser dinâmica. Esse método é 
o mais difundido no meio médico, e busca identificar três problemas que vão levar à 
morte dentro de uma hora, se não tratados: insuficiência respiratória, hemorragia 
significativa e traumatismo craniano (SIMÕES et al., 2012). 
A tabela CRAMP é utilizada com o mesmo objetivo da tabela START, com o 
diferencial que a tabela CRAMP possui parâmetros mais específicos e avalia a 
Circulação – Respiração – Abdome – Motor – Palavra, devendo então ser utilizada 
por médicos. A classificação das vítimas também é feita através de cores e a 
prioridade de atendimento é a mesma do método START (CARVALHO, 2007). 
As escalas de GLASGOW e TRAUMA SCORE são utilizadas para aferir o 
nível de comprometimento neurológico e o nível de gravidade global das lesões. 
 
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11
 
Tabela START 
 
OBS: Na tabela, o S significa SIM e o N significa NÃO. As vítimas são classificadas pela cor e dessa 
forma recebem a prioridade no atendimento na seguinte ordem: 1º vítimas VERMELHAS - 2º vítimas 
AMARELAS - 3º vítimas VERDES - 4º vítimas PRETAS. 
 
 
Tabela CRAMP 
 
 
 
Obs.: Para obter a pontuação e assim classificar as vítimas segundo as 
cores, é necessário que se atribua pontos aos parâmetros da vítima, lembrando que 
sempre devemos considerar o pior parâmetro encontrado. Após atribuir a pontuação 
para cada item, devemos somar todos os pontos e com o total em mãos devem 
seguir a tabela abaixo para atribuir as cores. 
 
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12
 
CRAMP COR 
0-1 preto 
2-6 vermelho 
7-8 Amarelo 
9-10 verde 
 
A Escala de Coma de Glasgow (ECG1) foi desenvolvida em Glasgow, na 
década de 70, tem sido mundialmente utilizada em trauma, trauma crânio-encefálico 
(TCE) e em pacientes críticos com disfunção do sistema nervoso central, choque ou 
outros fatores que deprimem o nível de consciência e é reconhecida como um 
instrumento valioso na avaliação do estado neurológico desses pacientes (KOIZUMI; 
ARAÚJO, 2005). 
O Score é calculado somando as notas obtidas em cada itemde acordo com 
a tabela da Escala de Glasgow, para cada item deve-se atribuir um único valor. Com 
o valor obtido pode-se verificar o gravidade da lesão. 
 
Escala de coma Glasgow 
 
Fonte: koisumi; Araujo (2005). 
 
Se o Glasgow do paciente estiver entre 14-15 considera-se gravidade leve; 
sendo o valor entre 9-13 a gravidade é moderada e estando o valor entre 3-8 a 
gravidade da lesão é alta (WILKISON; SKINNER, 2000). 
O Trauma Score é uma escala que engloba valores de sinais vitais do 
paciente como frequência respiratória e pressão arterial, agregando a este valor o 
dado obtido na Escala de Glasgow. O valor deve ser calculado, como na Escala de 
Glasgow, atribuindo um valor para cada item da tabela e somando todos depois. 
 
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A escala de trauma é aquela que avalia e leva em consideração o estado 
geral da vítima após todas as etapas de atendimento. São avaliados a frequência 
respiratória, a pressão sistólica e a escala de coma. Cada item recebe uma nota, 
uma pontuação de zero a quatro e a soma pode variar de 0 a 12. O quadro abaixo 
apresenta um modelo de escala de trauma. 
Escala de trauma 
Pontuação FR P. Sistólica Escala de coma 
04 10 a 29 >89 13 a 15 
03 >29 76 a 89 09 a 12 
02 06 a 09 50 a 75 06 a 08 
01 01 a 05 01 a 49 04 a 05 
0 0 0 03 
Fonte: Santos (2012, p. 62) 
Interpretação do resultado: 
� Trauma grave – 0 a 6; 
� Trauma moderado – 7 a 10; 
� Trauma mínimo – 11 a 12. 
Ressalte-se que sempre que na Escala de Trauma for obtido um resultado 
menor que nove, torna-se necessário o acionamento de apoio médico no local da 
ocorrência (SANTOS, 2012). 
 
2.3 Recursos utilizados 
O atendimento Pré-hospitalar requer evidentemente recursos materiais e 
humanos. 
 
2.3.1 Recursos materiais – classificação 
Dentre os recursos materiais temos as ambulâncias, os equipamentos e 
outros materiais. As ambulâncias devem estar equipadas para atender qualquer tipo 
de ocorrência. 
Quanto aos equipamentos e materiais, podemos classificá-los em: 
� equipamentos de comunicação móvel e portátil – são os rádios de 
comunicação das viaturas, que se destacam no Corpo de Bombeiros e 
viaturas da polícia, assim como nas ambulâncias; 
 
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14
 
� equipamentos para segurança no local do acidente – existem dois tipos. O 
primeiro são os equipamentos de proteção individual de cada socorrista1, que 
têm a finalidade de evitar a transmissão de doenças e proteger a equipe de 
atendimento, como luvas descartáveis, óculos de proteção, máscaras e até 
mesmo capacetes e roupas próprias, dependendo do tipo de acidente; o 
segundo são os equipamentos que garantem a segurança da equipe e dos 
envolvidos, como cones de sinalização, lanternas, fitas para isolar a área; 
� equipamentos de reanimação e administração de oxigênio – são os 
equipamentos destinados a garantir a permeabilidade das vias aéreas 
superiores. São eles as cânulas de Guedel ou cânulas orofaríngeas, o 
ventilador manual (Ambu), composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo 
uma concentração maior de oxigênio e os torpedos de oxigênio portáteis com 
capacidade de 300 litros de oxigênio, equipados com fluxômetro que permite 
uma vazão de até 12 litros por minuto de oxigênio. Toda unidade móvel de 
atendimento possui um segundo torpedo de oxigênio, fixo, com capacidade 
maior de concentração, que permite transportar a vítima até o local desejado. 
Os equipamentos para aspiração das vias aéreas superiores devem ser 
mencionados também, pois são destinados a desobstruir a passagem do ar, 
geralmente fixos nas ambulâncias, são os aspiradores. 
� equipamentos de fixação e imobilização – são as talas de madeira e de 
papelão utilizadas para imobilização de fraturas e luxações, as bandagens 
triangulares e ataduras de crepom, cintos de fixação, tração para fixação de 
fêmur, colete de imobilização dorsal, conhecido também como Ked, colar 
cervical, tábua de imobilização da cabeça e da coluna, pranchas; 
� materiais para curativos – gazes, ataduras de crepom, fita crepe, algodão, 
soro fisiológico; 
� materiais de uso obstétrico – pacote de parto normal; material estéril, fechado 
hermeticamente, contendo campos estéreis, clamps para laqueadura 
umbilical, lençóis e tesouras; 
 
1 De acordo com Res. COFEN nº 300/2005 que veremos ao longo do curso, foi vetada a 
denominação SOCORRISTA para os profissionais da enfermagem, de todo modo, manteremos por 
uma questão meramente prática. 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
15
 
� materiais para verificar sinais vitais – esfigmomanômetro, estetoscópio, 
oxímetro de pulso; 
� acessórios – maca, cobertor e manta aluminizada, lençóis; 
� equipamentos de uso exclusivo do médico – cânulas para entubação, monitor, 
desfibrilador, etc.(SANTOS, 2012). 
 
2.3.2 Recursos pessoais 
Para o atendimento pré-hospitalar, basicamente precisamos de uma equipe 
de profissionais capacitados e habilitados: médicos, enfermeiros e motorista. 
A quantificação de recursos humanos de enfermagem constitui a etapa 
inicial para atender direta ou indiretamente às necessidades de assistência de 
determinada clientela, tendo por finalidade previsão da quantidade de funcionários 
por categoria requerida para o atendimento (KURCGANT; CUNHA; GAIDZINSKI, 
1989). Entretanto, o dimensionamento de recursos humanos, em qualquer 
organização, tem sido considerado um desafio, pois é o mais complexo da 
organização, sendo que os demais recursos exigem a sua presença para que 
possam ser utilizados (GAIDZINSKI, 1991). 
Desde décadas atrás, afirma-se que o grau de desenvolvimento 
socioeconômico de um país está estreitamente relacionado ao seu contingente de 
pessoal para as atividades de saúde. Em virtude das implicações que o 
dimensionamento inadequado de profissionais de enfermagem causa sobre o 
resultado da qualidade da assistência prestada, este assunto tem requerido a 
atenção dos enfermeiros, pois a irregularidade quali-quantitativa desses profissionais 
lesa a clientela dos serviços de saúde no seu direito de assistência livre de riscos, 
além de poder comprometer legalmente a instituição devido a falhas ocorridas no 
atendimento (MONTEZELI; LOPES, 2006). 
A procura pelos serviços de emergência vem crescendo acentuadamente 
desde a década de 50 do século passado, tendendo a continuar aumentando. A 
imprevisibilidade da demanda aliada à gravidade e à complexidade torna esse 
cenário um verdadeiro desafio e um dos setores mais importantes de um hospital, 
onde a assistência prestada deve possuir uma qualidade de nível elevado e ser 
qualificada para todas as adversidades possíveis (JUNG; CORRAL, 2003). 
 
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16
 
O motorista passa a ser integrante e componente importante no atendimento 
e você pode vir a comandar uma equipe de APH, portanto cabem algumas 
considerações sobre ele e o veículo de transporte. 
Segundo Santos (2010), muitas equipes de atendimento selecionam o 
motorista como um auxiliar ou técnico de enfermagem, o que agiliza o atendimento, 
e quando não é um profissional da área da saúde, ele é treinado e inserido na 
equipe. 
Além de ser um bom motorista de ambulância, conduzir seguramente o 
veículo, esse profissional deve estar familiarizado com os termos técnicos que 
envolvem a área e com as características das pessoas que se tornam vítimas e, 
neste caso, deve ser responsável por toda equipe que participa do atendimento. 
Uma responsabilidade que exige do profissional um respeito em dobro à sua vida e 
à de seus semelhantes, a saber: 
• ser habilitado com categoria ‘D’ e ter curso de direção defensiva; 
• conhecer a cidade onde vai atuar, e saber “traçar” com rapidez o destino para 
onde serão encaminhadas as vítimas; 
• saber manipular rádios de comunicação; 
• dirigir com rapidez sem colocar em risco sua vida e a de sua equipe; 
• estacionar a ambulância em local seguro, próximo à vítima, com muita 
cautela; 
• se o motorista não for também um socorrista, ele deve deixar o caminho livre 
para que a equipe atue com segurança, não influenciando naquilo que não é 
de sua competência. Se for um socorrista, deve atuar de acordo com as 
orientações que lhe forem passadas; 
• evitar freadas bruscas e passagens inadequadas em lombadas; 
• traçar com rapidez o caminho por onde as vítimas devem ser levadas; 
• administrar seu tempo com o tempo ágil da equipe. 
Lembremos que a direção deve ser realizada sempre com segurança, que 
muitos acidentes de trânsito são decorrentes da irresponsabilidade do ser humano, 
quer seja motorista, pedestre, ciclista ou outro, portanto: 
• nunca desrespeitar as leis de trânsito; 
• não faltar com a educação para o trânsito; 
 
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17
 
• não abusar dos limites de velocidade e das condições de manutenção do 
veículo; 
• não ser negligente, imprudente; 
• não trabalhar estando com cansaço físico ou mental, sonolento. 
 A direção defensiva nada mais é do que conduzir o veículo de modo a evitar 
acidentes, apesar da ação incorreta de outros e das condições adversas que 
encontramos nas vias de trânsito. 
São elementos fundamentais para a boa prática de direção defensiva: 
a) Conhecimento: implica no ato de estar consciente das noções básicas 
exigidas para habilitação e os conteúdos do Código Nacional de Trânsito. 
b) Atenção: todo motorista deve estar atento a tudo e a todos que estão à 
sua volta, evitando ao máximo distrações. Saber utilizar corretamente os 
retrovisores. Estando atento, o motorista aumenta a capacidade de reconhecer 
situações de risco para seu veículo e outros, agindo de forma adequada em caso de 
acidentes. 
c) Previsão: o motorista tem capacidade para reconhecer e prever se um 
acidente pode acontecer em fração de segundos, tendo uma reação positiva ao fato. 
d) Decisão: é a capacidade de decidir sobre a situação e optar pelas 
medidas de segurança naquele devido momento. 
e) Habilidade: é a capacidade que o motorista adquire através do 
aprendizado e do treinamento. É própria de cada indivíduo. 
Conduzir um veículo de pronto-socorrismo é um ato de muita 
responsabilidade. Exige habilidade, técnica, equilíbrio. Sabemos que durante a 
emergência a adrenalina e o estresse, muitas vezes, dominam a situação. Então 
deve entrar o equilíbrio emocional do condutor, não se deixando dominar por 
sensações que possam alterar seu estado psicológico. A equipe de atendimento 
espera do condutor manobras que exigem habilidade e que deem segurança a 
todos, como, por exemplo, alta velocidade, manobrar entre veículos, ultrapassagens 
rápidas e outras (SANTOS, 2010). 
As condições climáticas também podem prejudicar o trabalho aumentando o 
risco de vida para todos que estão no veículo: 
 
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18
 
a) Chuva: água no para-brisa, vidros embaçados, pista escorregadia, falta de 
aderência dos pneus. Atitudes defensivas do motorista – revisar sempre os 
limpadores de para-brisa, redobrar a atenção ao dirigir, reduzir a velocidade para dar 
mais aderência aos pneus, aumentar a distância entre os veículos, usar faróis 
baixos. 
b) Vento: pode ser tanto por condição climática, como por passagem de 
outro veículo em alta velocidade, podendo ocasionar perda de estabilidade do 
controle do veículo. Atitudes defensivas do motorista – estar atento aos veículos à 
sua frente e traseira, manter as mãos firmes no volante e manter-se à direita. 
c) Neblina ou cerração: condição climática que causa falta de visão do 
motorista. Atitudes defensivas do motorista – usar faróis baixos ou faróis de neblina, 
evitar ultrapassagem, redobrar a atenção, manter distância do veículo à frente. 
Outras condições que atrapalham o trabalho do motorista da ambulância são 
as condições adversas da via de acesso, tais como: largura insuficiente, ponte 
estreita, trechos escorregadios e com manutenção, curvas, falta de sinalização, 
vegetação alta e próxima à pista e outras. 
Só faltou falarmos da inspeção do veículo, ou seja, a ambulância deve 
passar por vistoria sempre, constantemente, em cada passagem de plantão. É de 
inteira responsabilidade do motorista manter a ambulância em condições favoráveis 
ao trabalho, realizar manutenção preventiva e verificar o funcionamento dos itens 
obrigatórios. Deve existir uma ficha para controle interno, em que as anotações 
devem ser feitas diariamente. O combustível deve estar sempre em nível satisfatório 
de uso. 
Enfim, várias são as condições, as ações e os sujeitos destas que estão 
intimamente interligados para que o trabalho tenha resultados positivos. 
 
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19
 
UNIDADE 3 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) 
 
O grande avanço tecnológico dos dias atuais deixou a população bem mais 
susceptível aos eventos agudos traumáticos e não traumáticos. Do mesmo modo, 
tem contribuído para salvar muitas vidas, desde que conte com profissionais 
capacitados para usar as tecnologias no tempo certo e na hora certa. 
Violência crescente, doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas 
entre outras, são as grandes responsáveis pelas ocorrências de urgência e 
emergência levando à necessidade de atendimento imediato das vítimas no local da 
ocorrência, bem como de transporte adequado para um serviço emergencial de 
atendimento definitivo (MARTINS; PRADO, 2003). 
Antes de vermos detalhes do suporte básico de vida, importa saber que: 
� nos lactentes e crianças, as causas mais comuns de morte são (não 
necessariamente nessa ordem) trauma, a paradarespiratória, a síndrome da 
morte súbita do lactente, septicemia e agravos neurológicos; 
� no adulto, as causas primárias são as arritmias, além de trauma, intoxicações 
e Acidente Vascular Cerebral (AVC); 
� as causas mais comuns de traumas fatais são os relacionados a veículos 
automotivos, bicicletas, acidentes com arma de fogo, queimaduras, 
intoxicações acidentais e obstrução de vias aéreas por corpo estranho. 
Mas o que é Suporte Básico de Vida (SBV)? 
 
3.1 Conceito e definições 
Suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de habilidades cognitivas e 
motoras destinadas à manutenção, suporte ou restabelecimento da oxigenação, 
ventilação e circulação em pacientes com parada cardíaca, parada respiratória ou 
ambos. O suporte básico de vida inclui vários componentes, desde medidas de 
prevenção relacionadas direta e indiretamente à parada cardiorrespiratória até a 
instituição do suporte avançado de vida (SAV) (MELO; SILVA, 2011, p. 31; MELO; 
GRESTA, 2009, p. 23). 
A prevenção de injúrias representa forte impacto na morbimortalidade, sendo 
por isto considerada um importante elo da cadeia de sobrevivência que pode ser 
conceituada como a sequência de intervenções que têm por objetivo prevenir 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
20
 
eventos fatais. Ela inicia-se com a prevenção e continua com intervenções críticas 
realizadas no ambiente pré-hospitalar, hospitalar e define as prioridades na 
abordagem da vítima. 
A American Heart Association (FIELD et al., 2010 apud MELO; SILVA, 2011) 
preconiza o uso de cadeia de sobrevivência com vários elos, os quais são diferentes 
para adultos e crianças, baseados na nosologia prevalente. Para que esse sistema 
funcione, é necessário que os elos estejam bem articulados, possibilitando 
atendimento preciso e oportuno. 
 
3.2 Elos da cadeia de sobrevivência 
O primeiro elo da cadeia é a prevenção; o segundo, o reconhecimento 
imediato de parada cardiorrespiratória (com ênfase nas compressões torácicas); o 
terceiro elo, acesso rápido ao SAMU ou similar; o quarto, suporte avançado de vida 
eficaz e quinto elo, cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrada (MELO; 
SILVA, 2011). 
 
3.2.1 Prevenção 
Em se tratando da prevenção de acidentes com criança de qualquer 
natureza, esta deve ser responsabilidade da família e do Estado. É dever de todos 
os cidadãos e profissionais de saúde adotar padrões rígidos de segurança para a 
criança em todos os ambientes por ela frequentados. A comunidade, os pais e 
cuidadores devem ser incentivados a adotar medidas de prevenção nas situações 
seguintes: 
� risco de síndrome de morte súbita do lactente (SMSL); 
� acidentes automobilísticos, empregando-se direção segura e responsável; 
� traumas associados ao uso de bicicletas, estimulando-se o uso de capacetes 
adequados; 
� traumas relacionados à utilização das vias públicas como pedestre; 
� afogamento e acidentes aquáticos; 
� lesões por queimaduras e arma de fogo; 
� adoção de normas de segurança em relação a medicamentos e substâncias 
químicas; 
 
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21
 
� exposição a produtos tóxicos que estejam ao alcance das crianças; 
� obstrução de vias aéreas por corpo estranho. 
Na prevenção de eventos fatais com adultos, é importante considerar os 
fatores de risco de doenças cardiovasculares, tabagismo, hipercolesterolemia, 
hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade, diabetes mellitus, estresse, 
alcoolismo, além da maioria daqueles adotados em casos de criança (MELO; 
GRESTA, 2009, p. 23). 
 
3.2.2 Reconhecimento Imediato da Parada Cardiorresp iratória 
Segundo Melo e Silva (2011), as diretrizes de 2010 da American Heart 
Association (AHA) preconizam que a sequência de RCR deva ser C-A-B 
(compressão torácica/abrir vias aéreas-ventilação/boa respiração), evitando-se o 
atraso na realização das compressões torácicas. 
As manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR) devem ser instituídas 
rapidamente, além de serem feitas de forma efetiva e com alta qualidade. Alta 
qualidade em RCR significa: compressões torácicas fortes, rápidas (mínimo de 100 
compressões por minuto), permitindo retorno do tórax à posição inicial e com 
mínimas interrupções. Manobras imediatas e de alta qualidade são fatores críticos 
no resultado final da reanimação cardiorrespiratória. A profundidade das 
compressões deve ser de 5 cm em adultos e crianças (de um ano até 12 a 14 anos 
de idade) e de 4 cm nos lactentes (um mês a um ano de idade) (MELO; SILVA, 
2011). 
Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessão súbita da 
circulação sistêmica (parada cardíaca) associada à ausência de atividade 
respiratória. Seu reconhecimento se dá a partir da ausência de pulso central sendo 
indicado o início imediato da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) definida como o 
conjunto de manobras que visam manter a circulação de sangue enriquecido com 
oxigênio, priorizando o cérebro, minimizando a possibilidade de lesões irreversíveis 
e sequelas. 
A RCP deve ser iniciada mesmo nas situações de dúvida, em especial no 
atendimento pré-hospitalar até a chegada do suporte avançado de vida ou a 
presença de sinais de circulação como condição para iniciar RCP, uma vez que a 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
22
 
falta de habilidade pode causar uma falsa percepção positiva ou negativa e demora 
das manobras (CARVALHO, 2007). 
As faixas etárias para reanimação cardiorrespiratória são as seguintes: 
� recém-nascido – até 28 dias; 
� lactente – de 29 dias até 1 ano; 
� criança – de 1 a 12/14 anos (início da puberdade); 
� adolescente/ adulto – acima de 14 anos de idade. 
A parada cardíaca na faixa etária pediátrica é, frequentemente, resultante da 
deterioração respiratória progressiva com hipóxia e hipercapnia, com evolução para 
parada respiratória e bradicardia, seguida de parada cardíaca e assistolia. A 
etiologia cardíaca pode estar presente em subgrupos de crianças com enfermidades 
cardíacas congênitas, intoxicações e/ou ingestão de medicamentos arritmogênicos. 
Em crianças acima de um ano de idade e com risco de arritmias cardíacas, o 
procedimento deve ser similar ao do adulto. A maioria das paradas cardíacas, no 
entanto, é secundária à insuficiência respiratória progressiva. Dessa forma, devem 
ser instituídas manobras de reanimação cardiorrespiratória imediatas como 
prioridade, com compressões torácicas efetivas associadas a ventilações de 
resgate, antes de buscar ajuda ou ativar o SAMU 192. Sempre que múltiplos 
socorristas estão presentes, as manobras de reanimação cardiorrespiratória e a 
procura por ajuda são realizadas simultaneamente (MELO; GRESTA, 2009). 
Importante: não existem evidências que indiquem o uso do desfibrilador 
automático externo em crianças menor de 1 ano. 
Nos adultos e adolescentes com idade superior a 12 e 14 anos, a maioria 
das paradas cardiorrespiratórias súbitas, não-traumáticas, é de origem cardíaca, 
sendo a fibrilação ventricularo ritmo de parada mais comum. O tempo entre o 
colapso e a desfibrilação é o maior determinante da sobrevida nessa faixa etária, 
portanto, a Cadeia de Sobrevivência de Adultos prioriza a ativação imediata do 
Serviço Médico de Emergência; a reanimação cardiorrespiratória deve ser imediata, 
empregando-se o desfibrilador automático externo (DAE). No paciente adulto vítima 
de afogamento, trauma ou evidência de intoxicação, as manobras de reanimação 
cardiorrespiratória devem ser realizadas por dois minutos antes da ativação do 
serviço médico de urgência. 
 
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23
 
Os guidelines2 reforçam que as manobras de reanimação cardiorrespiratória 
devem ser efetivas, de alta qualidade e instituídas imediatamente. Alta qualidade em 
reanimação cardiorrespiratória significa compressões torácicas fortes, rápidas 
(mínimo de 100 compressões por minuto), permitindo retorno do tórax à posição 
inicial e com mínimas interrupções. Manobras imediatas e de alta qualidade são 
fatores críticos no resultado final da reanimação cardiorrespiratória (MELO; 
GRESTA, 2009). 
A maioria das paradas que ocorrem em adultos, presenciadas por outras 
pessoas, ocorre de forma súbita e tem como causa a fibrilação ventricular (FV) e a 
taquicardia ventricular (TV) sem pulso. O socorrista deve avaliar o paciente 
rapidamente verificando, por uma inspeção visual, o estado de consciência e 
identificando a ausência de respiração e/ou presença de respiração irregular ou 
gasping. Nesses casos, o socorrista deve ativar o SAMU-192 ou solicitar que alguém 
faça isso por ele. 
Os elementos críticos para a sobrevida sem sequelas são a RCR e a 
desfibrilação precoces, portanto, o rápido acionamento do serviço médico de 
urgência/emergência é fundamental. 
 
2 Guidelines são guias que devem ser utilizados durante a avaliação e manuseio dos pacientes com 
condições clínicas específicas. Constituem bases e recomendações produzidas de maneira 
estruturada (frequência, diagnóstico, tratamento, prognóstico, profilaxia), sendo utilizadas na 
assistência e na tomada de decisões. 
As informações relevantes, adequadas para cada situação, são cotadas em relação ao custo 
benefício (eficiência), e passam a ser o elo final entre a ciência de boa qualidade e a boa prática 
médica. 
Os Guidelines baseiam-se em recomendações oriundas de pesquisas extensivas, revisões críticas e 
síntese da literatura científica publicada. Quando a literatura científica está incompleta ou 
inconsistente numa área particular, as recomendações refletem o julgamento profissional de 
membros e consultores. 
Cada Guideline reflete o estágio atual de conhecimento para determinado assunto. Dadas as 
mudanças inevitáveis dos estágios da tecnologia e informação científica e revisões periódicas, 
deverão ser feitas mudanças nos Guidelines, para que estes estejam sempre refletindo as 
tecnologias emergentes (Escola Paulista de Medicina – disponível em: 
http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-med/temas/med5/med5t41999/dado/dadomguid.htm). 
 
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24
 
Veja o fluxograma de atendimento à Parada 
Cardiorrespiratória
 Fonte: Melo e Gresta (2009, p. 41). 
 
3.2.3 Acesso rápido ao SAMU ou similar 
Na faixa etária de crianças e lactentes, o terceiro elo é caracterizado pela 
rápida ativação do SAMU ou outro serviço de urgência/emergência, quando a PCR 
não foi testemunhada ou não é súbita. Em lactentes e crianças com suspeitas de 
arritmias em parada cardiorrespiratória súbita e presenciada, o uso do Desfibrilador 
Automático Externo (DAE) deve ser o mais precoce possível (MELO; SILVA, 2011). 
 
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25
 
A desfibrilação precoce é hoje considerada um fator crítico e decisivo na 
sobrevida das vítimas de parada cardíaca súbita. Isto se deve aos seguintes fatos: 
� a fibrilação ventricular é o ritmo de parada mais frequente nas paradas 
cardíacas súbitas; 
� o tratamento da fibrilação ventricular é a desfibrilação; 
� o tempo é fundamental. Para cada minuto transcorrido entre o colapso e a 
desfibrilação as taxas de sobrevida nas vítimas em FV são reduzidas em 7 a 
10%; 
� a fibrilação ventricular pode evoluir para a assistolia em poucos minutos. 
Em momento mais oportuno, quando trataremos de urgências e 
emergências clínicas, teremos uma unidade específica para apresentar e discutir em 
pormenores a reanimação e o monitoramento, momento no qual faremos uma 
explanação mais acurada acerca do Desfibrilador Automático Externo (DAE), sua 
operação, as novas diretrizes e outras considerações importantes. 
 
3.2.4 Suporte avançado de vida eficaz 
Nesta etapa, o reanimador do SAMU e do serviço de atendimento de 
urgência hospitalar devem instituir manobras e intervenções avançadas, estabilizar a 
vítima, transportar com segurança e prover cuidados pós-reanimação. A vaga em 
serviço de terapia intensiva deve ser solicitada (MELO; SILVA, 2011). 
 
3.2.5 Cuidados pós-parada cardiorrespiratória integ rada 
Os cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrados são fundamentais 
para a sobrevida sem sequelas dos pacientes. A recomendação é que haja 
integração entre os serviços de atendimento de urgência e emergência, com 
regulação do fluxo, participação de equipe multiprofissional, incluindo suporte 
cardiorrespiratório e neurológico, com disponibilização de serviço de terapia 
intensiva, monitoração. A identificação da causa da parada e o tratamento da 
doença de base são primordiais. O serviço de referência deve estar preparado para 
a identificação das síndromes coronarianas agudas e as outras causas, assim como 
para prevenção das disfunções múltiplas de órgãos (MELO; SILVA, 2011). 
 
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26
 
Temos abaixo três modelos de manobras de SBV para as diversas faixas 
etárias. Um proposto por Carvalho (2007), outro proposto por Melo e Gresta (2009) e 
um terceiro modelo proposto por Melo e Silva (2011), modificado de Field; Hazinski e 
Sayre (2010). 
Acreditamos que seja interessante compará-los, mesmo embora os pontos 
de observação tenham objetivo comum, cada um deles acaba oferecendo pequenos 
detalhes que dão uma visão mais completa das manobras de SBV. 
 
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27Resumo das manobras ABCD – suporte básico de vida para lactentes, crianças e 
adultos. Não foram incluídas informações sobre recém-nascidos. 
 
Fonte: Carvalho (2007, p. 16). 
 
 
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28
 
Manobras de SBV nas diversas faixas etárias 
 
FONTE: Melo e Gresta (2009, p. 29). 
 
 
 
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29
 
Manobra de SBV nas várias faixas etárias 
 
Fonte: Melo e Silva (2011, p. 37). 
 
3.3 Avaliação das vias aéreas 
A avaliação inicial do paciente gravemente enfermo que não esteja em 
parada cardiorrespiratória, em qualquer faixa etária, é baseada no ABC: ‘A’ - Airway 
- vias aéreas; ‘B’ - Breathing – respiração; ‘C’ - Circulation – circulação. 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
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A - Avaliação das vias aéreas: 
• se a via aérea está permeável, nenhum procedimento é necessário; 
• se a via aérea é sustentável, os procedimentos não invasivos são necessários 
para assegurar a permeabilidade das vias aéreas, tais como posicionamento, 
aspiração e/ou ventilação com bolsa e máscara; 
• se a via aérea é insustentável, os procedimentos invasivos são necessários 
para assegurar a permeabilidade das vias aéreas, tais como intubação 
traqueal, cricotireoidotomia ou manobras de desobstrução de corpo estranho. 
Uma das causas de PCR é a obstrução da via aérea por corpo estranho 
Este diagnóstico deve ser suspeitado sempre que o paciente apresente dificuldade 
respiratória súbita. 
 
B - Avaliação da respiração: 
Mais importante do que detectar a respiração é avaliar sua eficácia, que 
pode ser avaliada por meio da observação da oxigenação, ventilação e mecânica 
respiratória. 
a) Avaliação da oxigenação 
- Cor: a palidez cutânea é um sinal mais frequente e precoce do que a 
cianose. 
- Nível de consciência: quando normal, é um bom indicador de adequada 
oxigenação cerebral. Agitação, confusão mental, prostração ou coma pode ocorrer 
por vários fatores, incluindo a hipoxemia. 
b) Avaliação da ventilação 
- O volume de cada respiração é clinicamente avaliado pela expansibilidade 
da caixa torácica e pela ausculta dos sons pulmonares. A expansibilidade torácica 
deve ser simétrica durante a respiração espontânea e facilmente perceptível durante 
ventilação com pressão positiva. Os sons pulmonares devem ser simétricos, 
audíveis bilateralmente e sem ruídos anormais. 
- Frequência respiratória: taquipneia é frequentemente o primeiro sinal de 
dificuldade respiratória. Bradipneia ou respiração irregular são sinais de mau 
prognóstico. A frequência respiratória varia conforme a idade do paciente. 
c) Avaliação da mecânica respiratória 
 
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- Retrações inspiratórias intercostais, subcostais, supraestemal, subesternal 
e retrações do esterno. 
- Uso de musculatura acessória: batimento de asa de nariz, balanceio de 
cabeça. 
- Balanço tóraco-abdominal. 
- Gemido. 
- Estridor. 
- Tempo expiratório prolongado. 
 
C - Avaliação da circulação: 
• frequência cardíaca – taquicardia, que evolui para bradicardia em fases 
posteriores; 
• perfusão sistêmica – pulsos centrais e periféricos (pulsos finos?), perfusão da 
pele (mosqueada, pálida, cianótica, tempo de reenchimento capilar 
prolongado, extremidades frias?); 
• Pressão arterial – hipertensão, seguida de hipotensão, quando a hipoxemia 
se agrava (MELO; SILVA, 2011). 
 
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UNIDADE 4 – SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV) 
 
Vimos que o atendimento à vítima deve ser realizado de forma sistematizada 
considerando as especificidades no atendimento clínico/cardiológico e trauma, com 
uma sequência lógica que é compreendida pelas avaliações primária e secundária, 
seguidas do tratamento definitivo. 
A avaliação primária é o início do atendimento e visa identificar lesões que 
comprometem a vida do paciente, tratando-as simultaneamente. Essa avaliação 
deve ser rápida, pois cada minuto é precioso e essa fase objetiva a estabilização 
dos sinais vitais. De acordo com outra abordagem, consiste no conjunto ordenado 
de medidas que visam identificar as lesões e restabelecer imediatamente as funções 
vitais da vítima (liberação das vias aéreas, RCP, assistência ventilatória, controle de 
hemorragia, diagnóstico do choque, distúrbios neurológicos) (CARVALHO, 2007). 
Nessa fase ressuscitação e avaliação inicial caminham juntas. A avaliação 
secundária somente pode ser iniciada após o término da avaliação primária e com a 
vítima estabilizada, caso contrário, o atendimento permanece na avaliação primária. 
 
4.1 Conceitos e definições 
O suporte avançado de vida é descrito como o uso adicional de 
equipamentos utilizados no suporte básico de vida (PAVELQUEIRES et al., 2011). 
O Suporte Avançado de Vida (SAV) é o último passo da Cadeia da 
Sobrevivência e o início da recuperação do paciente. O SAV estabiliza o paciente 
enquanto as terapias continuam sendo fornecidas. 
De acordo com Melo e Gresta (2009), a avaliação secundária é uma fase 
que consiste em instituir manobras e intervenções avançadas, estabilizar a vítima, 
transportá-la com segurança e manter os cuidados pós-reanimação. 
Nessa etapa, todo o ABCDE é revisado por um exame físico minucioso, 
procurando lesões que passaram despercebidas na avaliação primária, ou seja, é 
uma avaliação mais detalhada, sendo realizada no sentido céfalo-podálico, por meio 
da inspeção, palpação, percussão e ausculta. 
Considera-se nessa etapa o tratamento específico das lesões. O tratamento 
definitivo deve ser iniciado o quanto antes, pois disso depende o prognóstico do 
paciente. As avaliações primária e secundária devem ser feitas rapidamente para 
 
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diagnosticar as lesões existentes e tratá-las de uma forma resolutiva, muitas vezes 
cirurgicamente. Para estabelecer esse tratamento, é necessário considerar a 
gravidade do paciente e os recursos humanos e materiais do hospital onde ele se 
encontra.Algumas vezes, a transferência do paciente para outro serviço pode ser 
necessária e deve ser agilizada (CARVALHO, 2007). 
As lesões que eventualmente não foram avaliadas inicialmente devem ser 
nessa etapa, avaliados por especialistas, bem como a indicação de exames 
diagnósticos e subsidiários. 
Após a avaliação inicial e no começo da secundária, é importante conseguir 
o maior número possível de informações ligadas ao evento (traumático ou não), 
colhido com os transeuntes, familiares e os envolvidos na ocorrência, se conscientes 
e orientados. Frequentemente esses dados podem ser levantados no atendimento 
pré-hospitalar e posteriormente fornecidos à equipe de atendimento hospitalar, 
como: a condição anterior da vítima, informações ligadas ao mecanismo de trauma e 
à ocorrência em si, horário, intensidade, se vítimas fatais foram envolvidas, tempo 
para resgate (XAVIER; KERN, 2000 apud CARVALHO, 2007). 
Outros aspectos a serem considerados são a profilaxia do tétano e o 
arrolamento de pertences e valores da vítima, não desprezando corpo estranho 
encontrado no corpo dela, como objetos empalados, projétil de arma de fogo, pois 
podem ser necessários em processos criminais. 
Há a necessidade, em todo procedimento de enfermagem, da anotação de 
enfermagem e dos aspectos relacionados ao atendimento, podendo inclusive ser 
utilizada em processos jurídicos, pois se trata de documento legal (GOMES, 1994). 
A abordagem no suporte básico de vida visa a manutenção da vida a partir 
das manobras da execução do ABCD que consistem na liberação das vias aéreas, 
entre elas a manobra de hipertensão do pescoço (situações não-traumáticas), Chin 
Lift (preferencialmente), Faw Thrust, fornecimento de O2 suplementar a partir da 
ventilação de resgate e insuflações por meio de ventilação boca a boca, utilizando ar 
expirado (fornece uma FIO2 entre 16/17%) ou enriquecido com O2 (bolsa com 
reservatório de O2/valva/máscara – sendo este dispositivo frequentemente 
denominado Ambu) atingindo concentrações de até 100%. A ventilação deve estar 
 
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associada às compressões cardíacas externas como forma de manutenção do fluxo 
cardíaco e suprimento de sangue oxigenado aos órgãos vitais. 
Incluindo a desfibrilação imediata com o equipamento padrão nas situações 
de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso (basicamente nas 
emergências clínicas e/ou cardiológicas), com a administração de drogas 
vasopressoras e antiarrítmicos. 
No entanto, devemos considerar as seguintes diferenças de abordagem no 
SAV: 
Segundo a AHA, a prioridade no suporte avançado de vida é restituir o 
retorno espontâneo da circulação e da irrigação cerebral, a partir da execução do 
método mnemônico do ABCD (clínico) e ABCDE (trauma). 
A desfibrilação deve ser iniciada e realizada preferencialmente desde o 
suporte básico de vida, utilizando o desfibrilador externo automático. Para Jatene e 
Ramires (1999), a desfibrilação elétrica é o procedimento de maior importância e 
efetividade na FV/TV sem pulso, que caracterizam juntamente com a atividade 
elétrica sem pulso e a assistolia, a parada cardiorrespiratória – PCR, embora as 
duas últimas possuam tratamento e abordagens diferentes. 
É importante frisar a priorização da identificação e posterior atendimento 
visando a reversão dessas arritmias, considerando o tempo como determinante no 
êxito do atendimento, prevenção de sequelas e melhor prognóstico. 
Devemos avaliar as entidades determinantes da PCR à vítima de trauma e 
clínicas, uma vez que nas situações traumáticas, a fibrilação ventricular raramente é 
determinante da arritmia letal, relacionando-se frequentemente ao choque 
hipovolêmico (evoluindo à atividade elétrica sem pulso), contusão cardíaca, 
tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, hemotórax e 
hemopneumotórax. Considerar também as especificidades no atendimento da 
assistolia. Em todas as arritmias letais averiguar as possíveis causas – 6H e 6T 
(método mnemônico com as letras H e T, que visa identificar 12 possíveis fatores 
desencadeantes da PCR). 
Embora em menor escala, devemos pensar em PCR antecedendo o evento 
que gerou o trauma, embora essa ocorrência seja rara (mal-estar súbito relacionado 
a infarto agudo do miocárdio extenso, síncope por baixo débito cardíaco após 
 
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bloqueio atrioventricular ou bradicardia, acidente vascular cerebral ao volante, que 
evolui com PCR antecedendo o evento traumático) (TIMERMAN; FEITOSA, 2003). 
Sabidamente, a abordagem das vias aéreas em vítima eminentemente 
clínica que não possua histórico de lesão da coluna vertebral associado é mais 
cômoda ao atendimento, uma vez que sua manipulação e liberação não determinam 
risco à integridade da coluna vertebral ou riscos de iatrogenias, o mesmo não 
acontecendo com as vítimas de trauma para as quais as manobras de Chin Lift 
(preferencialmente) ou Faw Thrust são obrigatórias, bem como o conhecimento das 
contraindicações absolutas para procedimento, tais como: 
• colocação da cânula orofaríngea ou cânula de Guedel (apenas pacientes 
inconscientes e não intubados). Pacientes conscientes utilizar o bloqueador 
de mordedura ou a cânula nasofaríngea; 
• colocação da cânula nasofaríngea, contraindicada em situações em que haja 
suspeita de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme (avaliar 
a indicação antes da instalação, é melhor tolerada na vítima consciente); 
• sondagem nasogástrica é contraindicada em situações em que haja suspeita 
de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme. De uma maneira 
geral, opta-se por sondagem orogástrica nas vítimas de trauma; 
• intubação nasotraqueal (o médico deve considerar a indicação precisa; está 
contraindicada no trauma de face); 
• a aspiração da boca e cavidade oral com sonda de aspiração flexível está 
contraindicada nas situações traumáticas (considerar o risco de se tornar um 
corpo estranho se cortado pela vítima com os dentes, além da possibilidade 
de aspiração de conteúdo cerebral caso haja falso trajeto gerado pelas 
fraturas) relacionadas ao trauma de face e traumatismo cranioencefálico com 
suspeita de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme. Indica-
se apenas a utilização do aspirador de ponta rígida de grosso calibre e 
preferencialmente transparente, visando a aspiração de conteúdo mais 
espesso ou de diâmetro maior, tais como: restos alimentares, sangue 
coagulado ou secreções espessas. 
Segundo Carvalho (2007), na aspiração traqueal com uma via aérea 
definitiva na cânula traqueal, a utilização de sonda de aspiração com sistema 
 
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fechado está indicada quando empregado o respirador mecânico, em função do 
risco menor de infecção e por dispensar a desconexão do circuito. Ao realizar as 
aspirações, considerar que o tempo deve exceder 30 segundos, intercalados coma 
oxigenação do paciente. 
Ao reforçarmos as peculiaridades do atendimento à vítima eminentemente 
clínica (entenda-se também cardiológica, considerar as estatísticas da morte súbita), 
em cerca de 90% destas, a PCR está relacionada à fibrilação ventricular/ taquicardia 
ventricular sem pulso, como arritmias letais determinantes. 
 
4.2 A gravidade da Parada Cardiorrespiratória (PCR) 
O profissional de Enfermagem deve estar apto para reconhecer quando um 
paciente está em franca PCR ou prestes a desenvolver uma, pois este episódio 
representa a mais grave emergência clínica que se pode deparar. A avaliação do 
paciente não deve levar mais de 10 segundos. Na ausência das manobras de 
reanimação em aproximadamente 5 minutos, para um adulto em normotermia, 
ocorrem alterações irreversíveis dos neurônios do córtex cerebral (SILVA, 2001 
apud ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006). O coração pode voltar a bater, mas os 
“cinco minutos de ouro” se perdem e o cérebro morre (LANE, 2005). Sabe-se que 
cabe ao enfermeiro e à sua equipe assistir os pacientes, oferecendo ventilação e 
circulação artificiais até a chegada do médico, assim, estes profissionais devem 
adquirir habilidades que os capacitem a prestar adequadamente a assistência ne-
cessária. 
Recomenda-se que a equipe de Enfermagem deve ser atualizada e treinada 
constantemente na execução das manobras do suporte básico de vida (ventilação 
artificial e compressão torácica) e, também, ter conhecimento e domínio do conteúdo 
existente no carro de emergência e manuseio do equipamento (ZANINI; 
NASCIMENTO; BARRA, 2006). 
 
Guarde... 
Segundo Maletta (1997) e Wortsman (2005) citados por Oliveira et al. 
(2013), a partir da década de 60 do século passado, as doenças do aparelho 
circulatório ultrapassaram as infecciosas e parasitárias, o que constitui o principal 
 
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grupo de causas de morte no país, tendo as doenças isquêmicas do coração como 
causas principais desses óbitos, sendo representada por 32%, seguidas de causas 
externas (15%) e de neoplasias (15%). Diante dessa mudança epidemiológica, 
houve a necessidade de um crescimento nos serviços de urgência e emergência e, 
consequentemente, na necessidade de organizá-los e de habilitar os profissionais de 
saúde para atender a essa demanda. Nesse contexto, a parada cardiorrespiratória 
(PCR) aparece como a emergência cardiológica mais grave e, que necessita da 
máxima atenção e experiência do enfermeiro e de sua equipe de enfermagem 
(WORSTMAN, 2005). Para Aehlert (2007), a parada cardiorrespiratória (PCR) é a 
ausência de atividade mecânica cardíaca confirmada pela ausência de pulso 
detectável, ausência de responsividade e apneia ou respiração agônica. 
A PCR constitui-se numa condição de emergência, na qual, o indivíduo 
apresenta interrupção súbita e inesperada do pulso arterial e respiração, sendo 
estas condições vitais ao ser humano. Pode apresentar-se sob as seguintes formas: 
fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, assistolia ou atividade 
elétrica sem pulso (AESP). Uma vez constatada estas condições devem-se iniciar, 
com brevidade, as manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP), já que o 
cérebro não suporta a hipóxia por um período superior a 5 minutos correndo o risco 
de sofrer lesões irreversíveis. 
Portanto, a descontinuidade destas formas pode gerar sequelas ao paciente 
e, até mesmo a sua morte. Numa situação de PCR existe um risco notável de 
mortalidade, uma vez que esta acomete pessoas que se encontram geralmente em 
vias públicas ou na própria residência, sendo assim, se tornam desprovidas de um 
atendimento rápido e eficaz (PIRES; RESENDE; FERREIRA, 2006 apud BARROS et 
al., 2010). 
É importante considerar que o desconhecimento ou reconhecimento parcial 
desses sinais impossibilitará o início das condutas de reversão da parada. Neste 
caso há grandes riscos para a vítima, uma vez que o cérebro não suporta a 
ausência de oxigênio por um período superior a 04/05 minutos, podendo sofrer 
lesões irreversíveis e após os primeiros 10 minutos de PCR sem assistência haverá 
morte cerebral certa. 
 
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Uma vez estabelecida e identificada a PCR, as medidas terapêuticas devem 
ser iniciadas com menor tempo possível e o tempo de início deve representar 
segundos, sendo esperado de 10 a 20 segundos. Estas medidas terapêuticas se 
constituem em manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) ou 
cardiorrespiratória (RCR), cujo objetivo é manter artificialmente, as funções 
cardiocirculatórias e respiratórias. 
A RCP constitui-se num conjunto de procedimentos destinados a manter a 
circulação de sangue oxigenado no cérebro e órgãos vitais, permitindo, dessa forma, 
a manutenção transitória das funções sistêmicas até que o retorno da circulação 
espontânea possibilite o restabelecimento da homeostase. 
Contudo, a PCR pode ser realizada através de duas abordagens: o suporte 
básico de vida (SBV) e o suporte avançado de vida (SAV). O SBV consiste em 
medidas essenciais que devem ser realizadas em indivíduos com PCR e envolvem 
conhecimento da PCR, solicitação de ajuda, e iniciação de suporte ventilatório e 
circulatório. 
Essas abordagens estão descritas, de forma sequenciada, nos protocolos de 
atendimento (SBV e SAV). Esses protocolos visam guiar os profissionais em suas 
ações sistematizando-as de maneira lógica, facilitando assim a eficiência dessas 
ações. Assim de forma sucinta, o SBV consiste, na ventilação artificial por pressão 
positiva e circulação artificial através de compressão torácica externa (BARROS et 
al., 2010). 
 
4.3 Assistolia 
A American Heart Association (AHA) define assistolia como a cessação de 
qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos. Caracteriza-se no 
eletrocardiograma pela ausência de qualquer atividade elétrica ventricular observada 
em pelo menos duas derivações (CARVALHO, 2007). 
Palavra derivada do grego asistole (a: não; sístole: contração), 
caracterizada, no eletrocardiograma, por uma linha reta, casos raros de deflexões 
agonais podem também ser visualizadas ou ondas P com posteriores batimentos de 
escape ventricular irregulares. A assistolia deve ser considerada um ritmo, muitas 
vezes, terminal associado ao óbito. Assim, como se estima, a FV/TV (Fibrilação 
 
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ventricular, Taquicardia ventricular) como o modo mais frequente de morte súbita em 
ambiente extra-hospitalar (cerca de 85%), observa-se que a prevalência modifica-se 
no contexto intra-hospitalar. Segundo registro de unidades de terapia intensiva 
brasileiras, a assistolia é o mecanismo mais frequente de parada cardíaca 76% a 
85%, associando-se à hipoxemia. (CALIL; PARANHOS, 2007; REIS, 2005). 
Reis (2005) salienta ainda que o tratamento com êxito da assistolia passa 
pelo reconhecimento desta modalidade de PCR como um estado grave, porém 
reversível, ou então

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