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3 Telefone: (0xx31) 3865-1400 Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas MATERIAL DIDÁTICO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR, TRANSPORTE E CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 0800 283 8380 www.faculdadeunica .com.br Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 3 UNIDADE 2 – O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) .... ............................... 7 2.1 O ATENDIMENTO INICIAL ............................................................................................ 8 2.2 ESCALA DE TRAUMA ............................................................................................... 10 2.3 RECURSOS UTILIZADOS .......................................................................................... 13 2.3.1 Recursos materiais – classificação .................................................................. 13 2.3.2 Recursos pessoais ........................................................................................... 15 UNIDADE 3 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) .......... ....................................... 19 3.1 CONCEITO E DEFINIÇÕES ........................................................................................ 19 3.2 ELOS DA CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA ........................................................................ 20 3.2.1 Prevenção ........................................................................................................ 20 3.2.2 Reconhecimento Imediato da Parada Cardiorrespiratória ................................ 21 3.2.3 Acesso rápido ao SAMU ou similar .................................................................. 24 3.2.4 Suporte avançado de vida eficaz ..................................................................... 25 3.2.5 Cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrada ......................................... 25 3.3 AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS .................................................................................. 29 UNIDADE 4 – SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV) ........ .................................. 32 4.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ...................................................................................... 32 4.2 A GRAVIDADE DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) ......................................... 36 4.3 ASSISTOLIA ........................................................................................................... 38 4.4 ATIVIDADE ELÉTRICA SEM PULSO (AESP) ............................................................... 39 UNIDADE 5 – O TRANSPORTE DE PACIENTES ............. ...................................... 41 5.1 ORGANIZAÇÃO DO TRANSPORTE .............................................................................. 42 5.2 PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES DURANTE O TRANSPORTE ........................................ 44 UNIDADE 6 – O PERFIL DO ENFERMEIRO PARA ATENDIMENTO EM RODOVIAS E RESOLUÇÕES AFINS ....................... ............................................... 51 UNIDADE 7 – ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NO S SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA .......................... ................................................... 56 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Dentre vários autores que estudaram as ações humanas e outras situações que levam aos acidentes e, por conseguinte, ao atendimento de urgência e emergência, Rocha et al. (2003); Ramos e Senna (2004) narram que o atendimento de emergência surgiu da necessidade da retirada e assistência de combatentes feridos em campos de batalha. Concebido pelas guerras, foi também a partir destas que desenvolveu-se, inicialmente, com o emprego de transportes de tração animal, chegando, na atualidade, ao emprego de sofisticados aparelhos e veículos de locomoção aéreo ou terrestre. Atualmente, este tipo de assistência apresenta maior importância no atendimento à população civil, carente de cuidados médicos imediatos, no transcorrer do seu cotidiano. A emergência pré-hospitalar objetiva atender o cliente de forma sistematizada e prática, implicando, assim, necessidade de uma equipe multidisciplinar que promova um rápido atendimento e transporte do paciente a um centro de atendimento adequado à saúde. O Ministério da Saúde define o atendimento pré-hospitalar como a assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica, quando ocorrem fora do ambiente hospitalar, podendo acarretar sequelas ou até mesmo a morte (BRASIL, 2001). Em virtude da grande prevalência de intercorrências que necessitam de um atendimento emergencial e ao grande impacto socioeconômico destas situações que atingem, principalmente, a população economicamente ativa, torna-se imprescindível a busca constante de avanços nesta área, minimizando, assim, as consequências destas circunstâncias. No dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004) encontramos emergência como uma situação crítica, acontecimento perigoso ou fortuito, incidente. Em uma emergência, a Enfermagem deve estabelecer prioridades de assistência de acordo com a avaliação preliminar, garantindo assim a identificação e o tratamento das situações que ameaçam a vida do paciente. De forma que consideramos relevante que o profissional atuando nesse setor tenha presente, nesta situação, arte, habilidade, conhecimento, emoção, sentido; vivencie e Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 compartilhe informações para um processo rápido, preciso, hábil e eficiente ao prestar assistência de Enfermagem. Além de prestar uma assistência globalizada ao ser humano e família (NAZÁRIO, 1999). O tempo que transcorre da hora do trauma até os primeiros procedimentos tem sido considerado um fator crítico. Cunningham et al. (1997 apud Rocha et al., 2003) descrevem que a primeira hora, imediatamente após o trauma, é um período em que a ressuscitação e a estabilização são consideradas mais benéficas para o paciente, a chamada golden hour. Também encontraram que a morte por trauma tem uma distribuição trimodal: 1º. Logo após o acidente: por laceração do cérebro, do tronco cerebral, da aorta, entre outros. 2º. Primeiras horas após o acidente - a golden hour: por hematoma subdural e epidural, hemopneumotórax, laceração do fígado, entre outros. 3º. Dias a semanas após o acidente: por sepse e insuficiência de múltiplos órgãos. Como vimos, de certa forma, foram as guerras que impulsionaram e aprimoraram os serviços de atendimento pré-hospitalar e resgate, em decorrência da necessidade de atendimento rápido e eficaz que garantissea sobrevivência dos combatentes. O Dr. Baron Dominique Jean Larrey foi o primeiro a reconhecer a necessidade de uma rápida avaliação de um paciente traumatizado. Durante a Revolução Francesa, veículos eram usados para atender os combatentes feridos e facilitar a avaliação cirúrgica e os cuidados (Brink; Neuman; Wynn, 1993 apud Rocha et al., 2003). Em 1870, durante a guerra Franco-Prussiana, foram relatados os primeiros casos de remoção aeromédica, 160 feridos foram resgatados por balões de ar quente (THOMAZ et al., 1999). Já em 1908, os irmãos Wilbor e Orville Wright iniciaram seus primeiros voos com o Zepelin VII, transportando pessoas acidentadas (GENTIL, 1997). E assim, sucessivamente os diversos países vieram, ao longo do século XX, aprimorando o atendimento pré-hospitalar e o transporte em menores espaços de tempo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 No Brasil, os primeiros registros acerca do serviço de atendimento pré- hospitalar datam de 1893, quando o Senado da República aprovou uma Lei que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública, no Rio de Janeiro, naquele momento capital do país (CARDOSO et al., 2000). O serviço pré-hospitalar, atualmente desenvolvido no Brasil, atua baseado em duas correntes metodológicas: o sistema europeu e o sistema americano. � O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) tem origem francesa e foi criado por anestesistas intensivistas e emergenciais devido à necessidade da assistência pré-hospitalar, pois os pacientes chegavam ao hospital muitas vezes com piora do caso ou mesmo mortos, por não receberem atendimento precoce e adequado. Este sistema tem como referencial o médico, tanto na Regulação do Sistema, como no atendimento e monitoramento do paciente, até a recepção hospitalar. É um serviço ligado ao Sistema de Saúde, hierarquizado e regionalizado, possuindo comunicação direta com os Centros Hospitalares. � O sistema norte americano trabalha com paramédicos (com um período de formação de três anos após o segundo grau). Os paramédicos começaram a desenvolver suas atividades nos EUA, devido a Guerra do Vietnã, pois havia necessidade de atendimento médico e como não era possível contar com a presença médica, em todas as frentes de combate, alguns soldados foram treinados para realizarem a assistência necessária. No Brasil, a implantação de serviços pré-hospitalares, municipais e estaduais, vem escolhendo o modelo metodológico de acordo com suas realidades, demandas, perfis, morbi-mortalidade, recursos técnicos, tecnológicos e financeiros (CARDOSO et al., 2000). Essa breve retrospectiva mostra a que veio o módulo: tratar do atendimento pré-hospitalar (APH), os suportes básico e avançado de vida (SBV e SAV), bem como o transporte de pacientes e o perfil do profissional da Enfermagem para atendimento em rodovias. Lembremos sempre que a orientação ao atendimento à vítima parte dos princípios da assistência ao paciente traumatizado, sistematizado como ABCDE, o qual compreende as cinco etapas da avaliação inicial da vítima de trauma em que o Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 A envolve o atendimento das vias aéreas e controle da coluna cervical, o B, a respiração (ventilação), o C, a circulação e sangramento, o D, a incapacidade (avaliação neurológica) e o E, e exposição e proteção do ambiente (NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS, 2004 apud PEREIRA; LIMA, 2006). Esses princípios são preconizados internacionalmente para a assistência ao paciente vítima de trauma, em que se prioriza o atendimento às lesões ameaçadoras da vida, neste primeiro momento, e serão sempre utilizados ao longo dos próximos módulos. Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas opiniões pessoais. Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos estudos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 UNIDADE 2 – O ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH) O atendimento pré-hospitalar é, em essência, a extensão da sala de emergência. Fundamenta-se na noção que o início do atendimento deve ser instituído o mais precocemente possível, que o transporte do paciente constitui um trauma que deve ser minimizado por técnicas específicas de remoção, e que o paciente deve chegar com brevidade ao serviço de emergência mais adequado às suas necessidades, em situação melhor do que foi encontrado, ou se não for possível, ao menos, estabilizado (KLINGER, 2007). Por definição, APH é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que objetivam o suporte de vida à vítima (básico ou avançado), estabelecendo padrão vital que mais se assemelhe à normalidade, tendo como conceito supremo não agravar lesões já existentes ou gerar lesões que não existam (iatrogenias), bem como transportar a vítima para o centro hospitalar terciário apropriado ou centro de trauma credenciado (CARVALHO, 2007). O modelo de atenção do serviço de APH, assim como de outros serviços de saúde, pode ser analisado por meio do fluxograma proposto por Merhy (1997), como ferramenta de análise do modo de organização de processos de trabalho. Este instrumento tem sido utilizado para analisar coletivamente, com os trabalhadores de saúde, os fluxos existentes no momento da produção da assistência à saúde, permitindo a detecção de seus problemas. Modelo de Fluxograma do serviço de atendimento pré-hospitalar Entrada Decisão Recepção Cardápio Saída Demanda - 192 Central Regulação Triagem Transporte Suporte básico Suporte avançado Hospital Alta no local Óbito O APH, como um serviço assistencial de saúde, tem sua entrada representada pela demanda recebida no serviço por meio das ligações telefônicas e a recepção, caracterizada pela Central de Regulação, que recebe essas solicitações. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 Nesse momento da regulação (etapa recepção) acontece o “encontro entre um usuário, portadorde uma dada necessidade de saúde, com um trabalhador, portador de um dado arsenal de saberes específicos e práticos” (MERHY, 1997, p. 76). Após essa etapa, há o processo de decisão, em que o serviço, a partir de critérios próprios irá dizer se o que o usuário está trazendo como uma situação de urgência será ou não objeto de ação do serviço, enquanto uma certa intervenção técnico-assistencial. As solicitações que passam pela recepção e são consideradas como de urgência, recebem um atendimento diferenciado, conforme a decisão tomada pelo médico regulador e que fazem parte do cardápio do serviço, podendo ser um transporte simples ou medicalizado e, nas situações de solicitação de socorro, uma intervenção de suporte básico ou avançado. Após essa etapa, os que sofreram algum tipo de intervenção tecnológica de saúde, realizado pelo serviço de APH, vão “sair”, o que pode acontecer com o atendimento na emergência hospitalar, a internação para intervenção cirúrgica, a alta no próprio local do atendimento, ou mesmo, o óbito (PEREIRA, 2005). 2.1 O atendimento inicial Para Aguiar et al. (2000) e Carvalho (2007), as fases do atendimento pré- hospitalar dividem-se em três etapas básicas: 1º. Prevenção e conscientização comunitária. 2º. Acionamento do socorro e suporte básico de vida. 3º. Suporte intermediário e avançado de vida como continuidade ao suporte básico de vida (no ambiente pré-hospitalar, esse papel pode ser exercido com a ajuda da comunidade), formando uma interligação do processo de atendimento. Em paralelo às três etapas do atendimento pré-hospitalar propriamente ditas, devem ser observadas as seguintes: 1. O atendimento na cena do acidente (considerar os seguintes fatores dificultadores do atendimento: estresse, insegurança, possibilidade de acidentes, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 dificuldade para o atendimento, ambiente impróprio possibilidade de agressão à equipe) (AGUIAR et al., 2000). Considerar no atendimento pré-hospitalar a sequência para o atendimento: segurança da cena (avaliação da cena é composta das seguintes etapas: levantamento da situação com identificação objetiva dos fatos, análise detalhada e objetiva da situação, definição das medidas que serão tomadas), segurança da equipe, segurança da vítima, prevenção contra ocorrências (incêndios, desmoronamentos, explosões), análise da situação, isolamento do local, análise e estabilização dos riscos. Em relação aos acidentes rodoviários diante da necessidade da retirada de vítimas do veículo, são definidos dois aspectos: • vítima encarcerada – situação na qual a vítima está confinada à cabine do veículo ou seu interior e se encontra impossibilitada de sair, pois os danos causados à estrutura não permitem a saída; • vítima presa em ferragens – encontra-se confinada à cabine do veículo ou seu interior e impossibilitada de sair, pois os danos causados à estrutura do veículo mantém contato, causando ferimentos. Obs.: Toda vítima presa em ferragens é considerada encarcerada, no entanto nem todas as vítimas encarceradas são consideradas presas em ferragens. 2. Transporte. 3. Chegada ao hospital (CARVALHO, 2007). Em síntese: � o atendimento principal do APH é identificar rapidamente as situações em que se envolvem as vítimas; � deve ser rápido, organizado e eficiente, de forma que permita tomada de decisões quanto ao atendimento e à remoção das vítimas; � Santos (2012) acrescenta mais uma etapa e divide o atendimento inicial em em quatro etapas sequenciais: 1º. Etapa – controle da cena. 2º. Etapa – abordagem primária. 3º. Etapa – abordagem secundária. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 4º. Etapa – sinais vitais e escala de coma. 2.2 Escala de trauma No trauma nós temos diversas escalas e tabelas que são utilizadas para a realização de triagens e para estabelecer o nível de gravidade das lesões nos diferentes sistemas do corpo humano. Vamos falar de algumas delas: A tabela START – Simple Triage and Rapid Treatment – é usada para triagem rápida de vítimas na qual o número de vítimas supera a capacidade de atendimento. O objetivo dessa tabela é rapidamente separar as vítimas graves que possuem boa chance de vida das vítimas sem lesões ou inviáveis para que as primeiras tenham prioridade de atendimento (CARVALHO, 2007). A triagem pelo método START, realizada pelo Corpo de Bombeiros, é uma técnica simples usada para triagem rápida de um grande número de pacientes e deve ser utilizada em situações em que a triagem deve ser dinâmica. Esse método é o mais difundido no meio médico, e busca identificar três problemas que vão levar à morte dentro de uma hora, se não tratados: insuficiência respiratória, hemorragia significativa e traumatismo craniano (SIMÕES et al., 2012). A tabela CRAMP é utilizada com o mesmo objetivo da tabela START, com o diferencial que a tabela CRAMP possui parâmetros mais específicos e avalia a Circulação – Respiração – Abdome – Motor – Palavra, devendo então ser utilizada por médicos. A classificação das vítimas também é feita através de cores e a prioridade de atendimento é a mesma do método START (CARVALHO, 2007). As escalas de GLASGOW e TRAUMA SCORE são utilizadas para aferir o nível de comprometimento neurológico e o nível de gravidade global das lesões. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 Tabela START OBS: Na tabela, o S significa SIM e o N significa NÃO. As vítimas são classificadas pela cor e dessa forma recebem a prioridade no atendimento na seguinte ordem: 1º vítimas VERMELHAS - 2º vítimas AMARELAS - 3º vítimas VERDES - 4º vítimas PRETAS. Tabela CRAMP Obs.: Para obter a pontuação e assim classificar as vítimas segundo as cores, é necessário que se atribua pontos aos parâmetros da vítima, lembrando que sempre devemos considerar o pior parâmetro encontrado. Após atribuir a pontuação para cada item, devemos somar todos os pontos e com o total em mãos devem seguir a tabela abaixo para atribuir as cores. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 CRAMP COR 0-1 preto 2-6 vermelho 7-8 Amarelo 9-10 verde A Escala de Coma de Glasgow (ECG1) foi desenvolvida em Glasgow, na década de 70, tem sido mundialmente utilizada em trauma, trauma crânio-encefálico (TCE) e em pacientes críticos com disfunção do sistema nervoso central, choque ou outros fatores que deprimem o nível de consciência e é reconhecida como um instrumento valioso na avaliação do estado neurológico desses pacientes (KOIZUMI; ARAÚJO, 2005). O Score é calculado somando as notas obtidas em cada itemde acordo com a tabela da Escala de Glasgow, para cada item deve-se atribuir um único valor. Com o valor obtido pode-se verificar o gravidade da lesão. Escala de coma Glasgow Fonte: koisumi; Araujo (2005). Se o Glasgow do paciente estiver entre 14-15 considera-se gravidade leve; sendo o valor entre 9-13 a gravidade é moderada e estando o valor entre 3-8 a gravidade da lesão é alta (WILKISON; SKINNER, 2000). O Trauma Score é uma escala que engloba valores de sinais vitais do paciente como frequência respiratória e pressão arterial, agregando a este valor o dado obtido na Escala de Glasgow. O valor deve ser calculado, como na Escala de Glasgow, atribuindo um valor para cada item da tabela e somando todos depois. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 A escala de trauma é aquela que avalia e leva em consideração o estado geral da vítima após todas as etapas de atendimento. São avaliados a frequência respiratória, a pressão sistólica e a escala de coma. Cada item recebe uma nota, uma pontuação de zero a quatro e a soma pode variar de 0 a 12. O quadro abaixo apresenta um modelo de escala de trauma. Escala de trauma Pontuação FR P. Sistólica Escala de coma 04 10 a 29 >89 13 a 15 03 >29 76 a 89 09 a 12 02 06 a 09 50 a 75 06 a 08 01 01 a 05 01 a 49 04 a 05 0 0 0 03 Fonte: Santos (2012, p. 62) Interpretação do resultado: � Trauma grave – 0 a 6; � Trauma moderado – 7 a 10; � Trauma mínimo – 11 a 12. Ressalte-se que sempre que na Escala de Trauma for obtido um resultado menor que nove, torna-se necessário o acionamento de apoio médico no local da ocorrência (SANTOS, 2012). 2.3 Recursos utilizados O atendimento Pré-hospitalar requer evidentemente recursos materiais e humanos. 2.3.1 Recursos materiais – classificação Dentre os recursos materiais temos as ambulâncias, os equipamentos e outros materiais. As ambulâncias devem estar equipadas para atender qualquer tipo de ocorrência. Quanto aos equipamentos e materiais, podemos classificá-los em: � equipamentos de comunicação móvel e portátil – são os rádios de comunicação das viaturas, que se destacam no Corpo de Bombeiros e viaturas da polícia, assim como nas ambulâncias; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 � equipamentos para segurança no local do acidente – existem dois tipos. O primeiro são os equipamentos de proteção individual de cada socorrista1, que têm a finalidade de evitar a transmissão de doenças e proteger a equipe de atendimento, como luvas descartáveis, óculos de proteção, máscaras e até mesmo capacetes e roupas próprias, dependendo do tipo de acidente; o segundo são os equipamentos que garantem a segurança da equipe e dos envolvidos, como cones de sinalização, lanternas, fitas para isolar a área; � equipamentos de reanimação e administração de oxigênio – são os equipamentos destinados a garantir a permeabilidade das vias aéreas superiores. São eles as cânulas de Guedel ou cânulas orofaríngeas, o ventilador manual (Ambu), composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo uma concentração maior de oxigênio e os torpedos de oxigênio portáteis com capacidade de 300 litros de oxigênio, equipados com fluxômetro que permite uma vazão de até 12 litros por minuto de oxigênio. Toda unidade móvel de atendimento possui um segundo torpedo de oxigênio, fixo, com capacidade maior de concentração, que permite transportar a vítima até o local desejado. Os equipamentos para aspiração das vias aéreas superiores devem ser mencionados também, pois são destinados a desobstruir a passagem do ar, geralmente fixos nas ambulâncias, são os aspiradores. � equipamentos de fixação e imobilização – são as talas de madeira e de papelão utilizadas para imobilização de fraturas e luxações, as bandagens triangulares e ataduras de crepom, cintos de fixação, tração para fixação de fêmur, colete de imobilização dorsal, conhecido também como Ked, colar cervical, tábua de imobilização da cabeça e da coluna, pranchas; � materiais para curativos – gazes, ataduras de crepom, fita crepe, algodão, soro fisiológico; � materiais de uso obstétrico – pacote de parto normal; material estéril, fechado hermeticamente, contendo campos estéreis, clamps para laqueadura umbilical, lençóis e tesouras; 1 De acordo com Res. COFEN nº 300/2005 que veremos ao longo do curso, foi vetada a denominação SOCORRISTA para os profissionais da enfermagem, de todo modo, manteremos por uma questão meramente prática. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 � materiais para verificar sinais vitais – esfigmomanômetro, estetoscópio, oxímetro de pulso; � acessórios – maca, cobertor e manta aluminizada, lençóis; � equipamentos de uso exclusivo do médico – cânulas para entubação, monitor, desfibrilador, etc.(SANTOS, 2012). 2.3.2 Recursos pessoais Para o atendimento pré-hospitalar, basicamente precisamos de uma equipe de profissionais capacitados e habilitados: médicos, enfermeiros e motorista. A quantificação de recursos humanos de enfermagem constitui a etapa inicial para atender direta ou indiretamente às necessidades de assistência de determinada clientela, tendo por finalidade previsão da quantidade de funcionários por categoria requerida para o atendimento (KURCGANT; CUNHA; GAIDZINSKI, 1989). Entretanto, o dimensionamento de recursos humanos, em qualquer organização, tem sido considerado um desafio, pois é o mais complexo da organização, sendo que os demais recursos exigem a sua presença para que possam ser utilizados (GAIDZINSKI, 1991). Desde décadas atrás, afirma-se que o grau de desenvolvimento socioeconômico de um país está estreitamente relacionado ao seu contingente de pessoal para as atividades de saúde. Em virtude das implicações que o dimensionamento inadequado de profissionais de enfermagem causa sobre o resultado da qualidade da assistência prestada, este assunto tem requerido a atenção dos enfermeiros, pois a irregularidade quali-quantitativa desses profissionais lesa a clientela dos serviços de saúde no seu direito de assistência livre de riscos, além de poder comprometer legalmente a instituição devido a falhas ocorridas no atendimento (MONTEZELI; LOPES, 2006). A procura pelos serviços de emergência vem crescendo acentuadamente desde a década de 50 do século passado, tendendo a continuar aumentando. A imprevisibilidade da demanda aliada à gravidade e à complexidade torna esse cenário um verdadeiro desafio e um dos setores mais importantes de um hospital, onde a assistência prestada deve possuir uma qualidade de nível elevado e ser qualificada para todas as adversidades possíveis (JUNG; CORRAL, 2003). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópiasou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 O motorista passa a ser integrante e componente importante no atendimento e você pode vir a comandar uma equipe de APH, portanto cabem algumas considerações sobre ele e o veículo de transporte. Segundo Santos (2010), muitas equipes de atendimento selecionam o motorista como um auxiliar ou técnico de enfermagem, o que agiliza o atendimento, e quando não é um profissional da área da saúde, ele é treinado e inserido na equipe. Além de ser um bom motorista de ambulância, conduzir seguramente o veículo, esse profissional deve estar familiarizado com os termos técnicos que envolvem a área e com as características das pessoas que se tornam vítimas e, neste caso, deve ser responsável por toda equipe que participa do atendimento. Uma responsabilidade que exige do profissional um respeito em dobro à sua vida e à de seus semelhantes, a saber: • ser habilitado com categoria ‘D’ e ter curso de direção defensiva; • conhecer a cidade onde vai atuar, e saber “traçar” com rapidez o destino para onde serão encaminhadas as vítimas; • saber manipular rádios de comunicação; • dirigir com rapidez sem colocar em risco sua vida e a de sua equipe; • estacionar a ambulância em local seguro, próximo à vítima, com muita cautela; • se o motorista não for também um socorrista, ele deve deixar o caminho livre para que a equipe atue com segurança, não influenciando naquilo que não é de sua competência. Se for um socorrista, deve atuar de acordo com as orientações que lhe forem passadas; • evitar freadas bruscas e passagens inadequadas em lombadas; • traçar com rapidez o caminho por onde as vítimas devem ser levadas; • administrar seu tempo com o tempo ágil da equipe. Lembremos que a direção deve ser realizada sempre com segurança, que muitos acidentes de trânsito são decorrentes da irresponsabilidade do ser humano, quer seja motorista, pedestre, ciclista ou outro, portanto: • nunca desrespeitar as leis de trânsito; • não faltar com a educação para o trânsito; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 • não abusar dos limites de velocidade e das condições de manutenção do veículo; • não ser negligente, imprudente; • não trabalhar estando com cansaço físico ou mental, sonolento. A direção defensiva nada mais é do que conduzir o veículo de modo a evitar acidentes, apesar da ação incorreta de outros e das condições adversas que encontramos nas vias de trânsito. São elementos fundamentais para a boa prática de direção defensiva: a) Conhecimento: implica no ato de estar consciente das noções básicas exigidas para habilitação e os conteúdos do Código Nacional de Trânsito. b) Atenção: todo motorista deve estar atento a tudo e a todos que estão à sua volta, evitando ao máximo distrações. Saber utilizar corretamente os retrovisores. Estando atento, o motorista aumenta a capacidade de reconhecer situações de risco para seu veículo e outros, agindo de forma adequada em caso de acidentes. c) Previsão: o motorista tem capacidade para reconhecer e prever se um acidente pode acontecer em fração de segundos, tendo uma reação positiva ao fato. d) Decisão: é a capacidade de decidir sobre a situação e optar pelas medidas de segurança naquele devido momento. e) Habilidade: é a capacidade que o motorista adquire através do aprendizado e do treinamento. É própria de cada indivíduo. Conduzir um veículo de pronto-socorrismo é um ato de muita responsabilidade. Exige habilidade, técnica, equilíbrio. Sabemos que durante a emergência a adrenalina e o estresse, muitas vezes, dominam a situação. Então deve entrar o equilíbrio emocional do condutor, não se deixando dominar por sensações que possam alterar seu estado psicológico. A equipe de atendimento espera do condutor manobras que exigem habilidade e que deem segurança a todos, como, por exemplo, alta velocidade, manobrar entre veículos, ultrapassagens rápidas e outras (SANTOS, 2010). As condições climáticas também podem prejudicar o trabalho aumentando o risco de vida para todos que estão no veículo: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 a) Chuva: água no para-brisa, vidros embaçados, pista escorregadia, falta de aderência dos pneus. Atitudes defensivas do motorista – revisar sempre os limpadores de para-brisa, redobrar a atenção ao dirigir, reduzir a velocidade para dar mais aderência aos pneus, aumentar a distância entre os veículos, usar faróis baixos. b) Vento: pode ser tanto por condição climática, como por passagem de outro veículo em alta velocidade, podendo ocasionar perda de estabilidade do controle do veículo. Atitudes defensivas do motorista – estar atento aos veículos à sua frente e traseira, manter as mãos firmes no volante e manter-se à direita. c) Neblina ou cerração: condição climática que causa falta de visão do motorista. Atitudes defensivas do motorista – usar faróis baixos ou faróis de neblina, evitar ultrapassagem, redobrar a atenção, manter distância do veículo à frente. Outras condições que atrapalham o trabalho do motorista da ambulância são as condições adversas da via de acesso, tais como: largura insuficiente, ponte estreita, trechos escorregadios e com manutenção, curvas, falta de sinalização, vegetação alta e próxima à pista e outras. Só faltou falarmos da inspeção do veículo, ou seja, a ambulância deve passar por vistoria sempre, constantemente, em cada passagem de plantão. É de inteira responsabilidade do motorista manter a ambulância em condições favoráveis ao trabalho, realizar manutenção preventiva e verificar o funcionamento dos itens obrigatórios. Deve existir uma ficha para controle interno, em que as anotações devem ser feitas diariamente. O combustível deve estar sempre em nível satisfatório de uso. Enfim, várias são as condições, as ações e os sujeitos destas que estão intimamente interligados para que o trabalho tenha resultados positivos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 UNIDADE 3 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) O grande avanço tecnológico dos dias atuais deixou a população bem mais susceptível aos eventos agudos traumáticos e não traumáticos. Do mesmo modo, tem contribuído para salvar muitas vidas, desde que conte com profissionais capacitados para usar as tecnologias no tempo certo e na hora certa. Violência crescente, doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas entre outras, são as grandes responsáveis pelas ocorrências de urgência e emergência levando à necessidade de atendimento imediato das vítimas no local da ocorrência, bem como de transporte adequado para um serviço emergencial de atendimento definitivo (MARTINS; PRADO, 2003). Antes de vermos detalhes do suporte básico de vida, importa saber que: � nos lactentes e crianças, as causas mais comuns de morte são (não necessariamente nessa ordem) trauma, a paradarespiratória, a síndrome da morte súbita do lactente, septicemia e agravos neurológicos; � no adulto, as causas primárias são as arritmias, além de trauma, intoxicações e Acidente Vascular Cerebral (AVC); � as causas mais comuns de traumas fatais são os relacionados a veículos automotivos, bicicletas, acidentes com arma de fogo, queimaduras, intoxicações acidentais e obstrução de vias aéreas por corpo estranho. Mas o que é Suporte Básico de Vida (SBV)? 3.1 Conceito e definições Suporte básico de vida (SBV) é o conjunto de habilidades cognitivas e motoras destinadas à manutenção, suporte ou restabelecimento da oxigenação, ventilação e circulação em pacientes com parada cardíaca, parada respiratória ou ambos. O suporte básico de vida inclui vários componentes, desde medidas de prevenção relacionadas direta e indiretamente à parada cardiorrespiratória até a instituição do suporte avançado de vida (SAV) (MELO; SILVA, 2011, p. 31; MELO; GRESTA, 2009, p. 23). A prevenção de injúrias representa forte impacto na morbimortalidade, sendo por isto considerada um importante elo da cadeia de sobrevivência que pode ser conceituada como a sequência de intervenções que têm por objetivo prevenir Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 eventos fatais. Ela inicia-se com a prevenção e continua com intervenções críticas realizadas no ambiente pré-hospitalar, hospitalar e define as prioridades na abordagem da vítima. A American Heart Association (FIELD et al., 2010 apud MELO; SILVA, 2011) preconiza o uso de cadeia de sobrevivência com vários elos, os quais são diferentes para adultos e crianças, baseados na nosologia prevalente. Para que esse sistema funcione, é necessário que os elos estejam bem articulados, possibilitando atendimento preciso e oportuno. 3.2 Elos da cadeia de sobrevivência O primeiro elo da cadeia é a prevenção; o segundo, o reconhecimento imediato de parada cardiorrespiratória (com ênfase nas compressões torácicas); o terceiro elo, acesso rápido ao SAMU ou similar; o quarto, suporte avançado de vida eficaz e quinto elo, cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrada (MELO; SILVA, 2011). 3.2.1 Prevenção Em se tratando da prevenção de acidentes com criança de qualquer natureza, esta deve ser responsabilidade da família e do Estado. É dever de todos os cidadãos e profissionais de saúde adotar padrões rígidos de segurança para a criança em todos os ambientes por ela frequentados. A comunidade, os pais e cuidadores devem ser incentivados a adotar medidas de prevenção nas situações seguintes: � risco de síndrome de morte súbita do lactente (SMSL); � acidentes automobilísticos, empregando-se direção segura e responsável; � traumas associados ao uso de bicicletas, estimulando-se o uso de capacetes adequados; � traumas relacionados à utilização das vias públicas como pedestre; � afogamento e acidentes aquáticos; � lesões por queimaduras e arma de fogo; � adoção de normas de segurança em relação a medicamentos e substâncias químicas; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 � exposição a produtos tóxicos que estejam ao alcance das crianças; � obstrução de vias aéreas por corpo estranho. Na prevenção de eventos fatais com adultos, é importante considerar os fatores de risco de doenças cardiovasculares, tabagismo, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, sedentarismo, obesidade, diabetes mellitus, estresse, alcoolismo, além da maioria daqueles adotados em casos de criança (MELO; GRESTA, 2009, p. 23). 3.2.2 Reconhecimento Imediato da Parada Cardiorresp iratória Segundo Melo e Silva (2011), as diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) preconizam que a sequência de RCR deva ser C-A-B (compressão torácica/abrir vias aéreas-ventilação/boa respiração), evitando-se o atraso na realização das compressões torácicas. As manobras de reanimação cardiorrespiratória (RCR) devem ser instituídas rapidamente, além de serem feitas de forma efetiva e com alta qualidade. Alta qualidade em RCR significa: compressões torácicas fortes, rápidas (mínimo de 100 compressões por minuto), permitindo retorno do tórax à posição inicial e com mínimas interrupções. Manobras imediatas e de alta qualidade são fatores críticos no resultado final da reanimação cardiorrespiratória. A profundidade das compressões deve ser de 5 cm em adultos e crianças (de um ano até 12 a 14 anos de idade) e de 4 cm nos lactentes (um mês a um ano de idade) (MELO; SILVA, 2011). Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como a cessão súbita da circulação sistêmica (parada cardíaca) associada à ausência de atividade respiratória. Seu reconhecimento se dá a partir da ausência de pulso central sendo indicado o início imediato da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) definida como o conjunto de manobras que visam manter a circulação de sangue enriquecido com oxigênio, priorizando o cérebro, minimizando a possibilidade de lesões irreversíveis e sequelas. A RCP deve ser iniciada mesmo nas situações de dúvida, em especial no atendimento pré-hospitalar até a chegada do suporte avançado de vida ou a presença de sinais de circulação como condição para iniciar RCP, uma vez que a Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 falta de habilidade pode causar uma falsa percepção positiva ou negativa e demora das manobras (CARVALHO, 2007). As faixas etárias para reanimação cardiorrespiratória são as seguintes: � recém-nascido – até 28 dias; � lactente – de 29 dias até 1 ano; � criança – de 1 a 12/14 anos (início da puberdade); � adolescente/ adulto – acima de 14 anos de idade. A parada cardíaca na faixa etária pediátrica é, frequentemente, resultante da deterioração respiratória progressiva com hipóxia e hipercapnia, com evolução para parada respiratória e bradicardia, seguida de parada cardíaca e assistolia. A etiologia cardíaca pode estar presente em subgrupos de crianças com enfermidades cardíacas congênitas, intoxicações e/ou ingestão de medicamentos arritmogênicos. Em crianças acima de um ano de idade e com risco de arritmias cardíacas, o procedimento deve ser similar ao do adulto. A maioria das paradas cardíacas, no entanto, é secundária à insuficiência respiratória progressiva. Dessa forma, devem ser instituídas manobras de reanimação cardiorrespiratória imediatas como prioridade, com compressões torácicas efetivas associadas a ventilações de resgate, antes de buscar ajuda ou ativar o SAMU 192. Sempre que múltiplos socorristas estão presentes, as manobras de reanimação cardiorrespiratória e a procura por ajuda são realizadas simultaneamente (MELO; GRESTA, 2009). Importante: não existem evidências que indiquem o uso do desfibrilador automático externo em crianças menor de 1 ano. Nos adultos e adolescentes com idade superior a 12 e 14 anos, a maioria das paradas cardiorrespiratórias súbitas, não-traumáticas, é de origem cardíaca, sendo a fibrilação ventricularo ritmo de parada mais comum. O tempo entre o colapso e a desfibrilação é o maior determinante da sobrevida nessa faixa etária, portanto, a Cadeia de Sobrevivência de Adultos prioriza a ativação imediata do Serviço Médico de Emergência; a reanimação cardiorrespiratória deve ser imediata, empregando-se o desfibrilador automático externo (DAE). No paciente adulto vítima de afogamento, trauma ou evidência de intoxicação, as manobras de reanimação cardiorrespiratória devem ser realizadas por dois minutos antes da ativação do serviço médico de urgência. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 Os guidelines2 reforçam que as manobras de reanimação cardiorrespiratória devem ser efetivas, de alta qualidade e instituídas imediatamente. Alta qualidade em reanimação cardiorrespiratória significa compressões torácicas fortes, rápidas (mínimo de 100 compressões por minuto), permitindo retorno do tórax à posição inicial e com mínimas interrupções. Manobras imediatas e de alta qualidade são fatores críticos no resultado final da reanimação cardiorrespiratória (MELO; GRESTA, 2009). A maioria das paradas que ocorrem em adultos, presenciadas por outras pessoas, ocorre de forma súbita e tem como causa a fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular (TV) sem pulso. O socorrista deve avaliar o paciente rapidamente verificando, por uma inspeção visual, o estado de consciência e identificando a ausência de respiração e/ou presença de respiração irregular ou gasping. Nesses casos, o socorrista deve ativar o SAMU-192 ou solicitar que alguém faça isso por ele. Os elementos críticos para a sobrevida sem sequelas são a RCR e a desfibrilação precoces, portanto, o rápido acionamento do serviço médico de urgência/emergência é fundamental. 2 Guidelines são guias que devem ser utilizados durante a avaliação e manuseio dos pacientes com condições clínicas específicas. Constituem bases e recomendações produzidas de maneira estruturada (frequência, diagnóstico, tratamento, prognóstico, profilaxia), sendo utilizadas na assistência e na tomada de decisões. As informações relevantes, adequadas para cada situação, são cotadas em relação ao custo benefício (eficiência), e passam a ser o elo final entre a ciência de boa qualidade e a boa prática médica. Os Guidelines baseiam-se em recomendações oriundas de pesquisas extensivas, revisões críticas e síntese da literatura científica publicada. Quando a literatura científica está incompleta ou inconsistente numa área particular, as recomendações refletem o julgamento profissional de membros e consultores. Cada Guideline reflete o estágio atual de conhecimento para determinado assunto. Dadas as mudanças inevitáveis dos estágios da tecnologia e informação científica e revisões periódicas, deverão ser feitas mudanças nos Guidelines, para que estes estejam sempre refletindo as tecnologias emergentes (Escola Paulista de Medicina – disponível em: http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-med/temas/med5/med5t41999/dado/dadomguid.htm). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 Veja o fluxograma de atendimento à Parada Cardiorrespiratória Fonte: Melo e Gresta (2009, p. 41). 3.2.3 Acesso rápido ao SAMU ou similar Na faixa etária de crianças e lactentes, o terceiro elo é caracterizado pela rápida ativação do SAMU ou outro serviço de urgência/emergência, quando a PCR não foi testemunhada ou não é súbita. Em lactentes e crianças com suspeitas de arritmias em parada cardiorrespiratória súbita e presenciada, o uso do Desfibrilador Automático Externo (DAE) deve ser o mais precoce possível (MELO; SILVA, 2011). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 A desfibrilação precoce é hoje considerada um fator crítico e decisivo na sobrevida das vítimas de parada cardíaca súbita. Isto se deve aos seguintes fatos: � a fibrilação ventricular é o ritmo de parada mais frequente nas paradas cardíacas súbitas; � o tratamento da fibrilação ventricular é a desfibrilação; � o tempo é fundamental. Para cada minuto transcorrido entre o colapso e a desfibrilação as taxas de sobrevida nas vítimas em FV são reduzidas em 7 a 10%; � a fibrilação ventricular pode evoluir para a assistolia em poucos minutos. Em momento mais oportuno, quando trataremos de urgências e emergências clínicas, teremos uma unidade específica para apresentar e discutir em pormenores a reanimação e o monitoramento, momento no qual faremos uma explanação mais acurada acerca do Desfibrilador Automático Externo (DAE), sua operação, as novas diretrizes e outras considerações importantes. 3.2.4 Suporte avançado de vida eficaz Nesta etapa, o reanimador do SAMU e do serviço de atendimento de urgência hospitalar devem instituir manobras e intervenções avançadas, estabilizar a vítima, transportar com segurança e prover cuidados pós-reanimação. A vaga em serviço de terapia intensiva deve ser solicitada (MELO; SILVA, 2011). 3.2.5 Cuidados pós-parada cardiorrespiratória integ rada Os cuidados pós-parada cardiorrespiratória integrados são fundamentais para a sobrevida sem sequelas dos pacientes. A recomendação é que haja integração entre os serviços de atendimento de urgência e emergência, com regulação do fluxo, participação de equipe multiprofissional, incluindo suporte cardiorrespiratório e neurológico, com disponibilização de serviço de terapia intensiva, monitoração. A identificação da causa da parada e o tratamento da doença de base são primordiais. O serviço de referência deve estar preparado para a identificação das síndromes coronarianas agudas e as outras causas, assim como para prevenção das disfunções múltiplas de órgãos (MELO; SILVA, 2011). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 Temos abaixo três modelos de manobras de SBV para as diversas faixas etárias. Um proposto por Carvalho (2007), outro proposto por Melo e Gresta (2009) e um terceiro modelo proposto por Melo e Silva (2011), modificado de Field; Hazinski e Sayre (2010). Acreditamos que seja interessante compará-los, mesmo embora os pontos de observação tenham objetivo comum, cada um deles acaba oferecendo pequenos detalhes que dão uma visão mais completa das manobras de SBV. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27Resumo das manobras ABCD – suporte básico de vida para lactentes, crianças e adultos. Não foram incluídas informações sobre recém-nascidos. Fonte: Carvalho (2007, p. 16). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 Manobras de SBV nas diversas faixas etárias FONTE: Melo e Gresta (2009, p. 29). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 Manobra de SBV nas várias faixas etárias Fonte: Melo e Silva (2011, p. 37). 3.3 Avaliação das vias aéreas A avaliação inicial do paciente gravemente enfermo que não esteja em parada cardiorrespiratória, em qualquer faixa etária, é baseada no ABC: ‘A’ - Airway - vias aéreas; ‘B’ - Breathing – respiração; ‘C’ - Circulation – circulação. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 A - Avaliação das vias aéreas: • se a via aérea está permeável, nenhum procedimento é necessário; • se a via aérea é sustentável, os procedimentos não invasivos são necessários para assegurar a permeabilidade das vias aéreas, tais como posicionamento, aspiração e/ou ventilação com bolsa e máscara; • se a via aérea é insustentável, os procedimentos invasivos são necessários para assegurar a permeabilidade das vias aéreas, tais como intubação traqueal, cricotireoidotomia ou manobras de desobstrução de corpo estranho. Uma das causas de PCR é a obstrução da via aérea por corpo estranho Este diagnóstico deve ser suspeitado sempre que o paciente apresente dificuldade respiratória súbita. B - Avaliação da respiração: Mais importante do que detectar a respiração é avaliar sua eficácia, que pode ser avaliada por meio da observação da oxigenação, ventilação e mecânica respiratória. a) Avaliação da oxigenação - Cor: a palidez cutânea é um sinal mais frequente e precoce do que a cianose. - Nível de consciência: quando normal, é um bom indicador de adequada oxigenação cerebral. Agitação, confusão mental, prostração ou coma pode ocorrer por vários fatores, incluindo a hipoxemia. b) Avaliação da ventilação - O volume de cada respiração é clinicamente avaliado pela expansibilidade da caixa torácica e pela ausculta dos sons pulmonares. A expansibilidade torácica deve ser simétrica durante a respiração espontânea e facilmente perceptível durante ventilação com pressão positiva. Os sons pulmonares devem ser simétricos, audíveis bilateralmente e sem ruídos anormais. - Frequência respiratória: taquipneia é frequentemente o primeiro sinal de dificuldade respiratória. Bradipneia ou respiração irregular são sinais de mau prognóstico. A frequência respiratória varia conforme a idade do paciente. c) Avaliação da mecânica respiratória Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 - Retrações inspiratórias intercostais, subcostais, supraestemal, subesternal e retrações do esterno. - Uso de musculatura acessória: batimento de asa de nariz, balanceio de cabeça. - Balanço tóraco-abdominal. - Gemido. - Estridor. - Tempo expiratório prolongado. C - Avaliação da circulação: • frequência cardíaca – taquicardia, que evolui para bradicardia em fases posteriores; • perfusão sistêmica – pulsos centrais e periféricos (pulsos finos?), perfusão da pele (mosqueada, pálida, cianótica, tempo de reenchimento capilar prolongado, extremidades frias?); • Pressão arterial – hipertensão, seguida de hipotensão, quando a hipoxemia se agrava (MELO; SILVA, 2011). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 UNIDADE 4 – SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV) Vimos que o atendimento à vítima deve ser realizado de forma sistematizada considerando as especificidades no atendimento clínico/cardiológico e trauma, com uma sequência lógica que é compreendida pelas avaliações primária e secundária, seguidas do tratamento definitivo. A avaliação primária é o início do atendimento e visa identificar lesões que comprometem a vida do paciente, tratando-as simultaneamente. Essa avaliação deve ser rápida, pois cada minuto é precioso e essa fase objetiva a estabilização dos sinais vitais. De acordo com outra abordagem, consiste no conjunto ordenado de medidas que visam identificar as lesões e restabelecer imediatamente as funções vitais da vítima (liberação das vias aéreas, RCP, assistência ventilatória, controle de hemorragia, diagnóstico do choque, distúrbios neurológicos) (CARVALHO, 2007). Nessa fase ressuscitação e avaliação inicial caminham juntas. A avaliação secundária somente pode ser iniciada após o término da avaliação primária e com a vítima estabilizada, caso contrário, o atendimento permanece na avaliação primária. 4.1 Conceitos e definições O suporte avançado de vida é descrito como o uso adicional de equipamentos utilizados no suporte básico de vida (PAVELQUEIRES et al., 2011). O Suporte Avançado de Vida (SAV) é o último passo da Cadeia da Sobrevivência e o início da recuperação do paciente. O SAV estabiliza o paciente enquanto as terapias continuam sendo fornecidas. De acordo com Melo e Gresta (2009), a avaliação secundária é uma fase que consiste em instituir manobras e intervenções avançadas, estabilizar a vítima, transportá-la com segurança e manter os cuidados pós-reanimação. Nessa etapa, todo o ABCDE é revisado por um exame físico minucioso, procurando lesões que passaram despercebidas na avaliação primária, ou seja, é uma avaliação mais detalhada, sendo realizada no sentido céfalo-podálico, por meio da inspeção, palpação, percussão e ausculta. Considera-se nessa etapa o tratamento específico das lesões. O tratamento definitivo deve ser iniciado o quanto antes, pois disso depende o prognóstico do paciente. As avaliações primária e secundária devem ser feitas rapidamente para Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 diagnosticar as lesões existentes e tratá-las de uma forma resolutiva, muitas vezes cirurgicamente. Para estabelecer esse tratamento, é necessário considerar a gravidade do paciente e os recursos humanos e materiais do hospital onde ele se encontra.Algumas vezes, a transferência do paciente para outro serviço pode ser necessária e deve ser agilizada (CARVALHO, 2007). As lesões que eventualmente não foram avaliadas inicialmente devem ser nessa etapa, avaliados por especialistas, bem como a indicação de exames diagnósticos e subsidiários. Após a avaliação inicial e no começo da secundária, é importante conseguir o maior número possível de informações ligadas ao evento (traumático ou não), colhido com os transeuntes, familiares e os envolvidos na ocorrência, se conscientes e orientados. Frequentemente esses dados podem ser levantados no atendimento pré-hospitalar e posteriormente fornecidos à equipe de atendimento hospitalar, como: a condição anterior da vítima, informações ligadas ao mecanismo de trauma e à ocorrência em si, horário, intensidade, se vítimas fatais foram envolvidas, tempo para resgate (XAVIER; KERN, 2000 apud CARVALHO, 2007). Outros aspectos a serem considerados são a profilaxia do tétano e o arrolamento de pertences e valores da vítima, não desprezando corpo estranho encontrado no corpo dela, como objetos empalados, projétil de arma de fogo, pois podem ser necessários em processos criminais. Há a necessidade, em todo procedimento de enfermagem, da anotação de enfermagem e dos aspectos relacionados ao atendimento, podendo inclusive ser utilizada em processos jurídicos, pois se trata de documento legal (GOMES, 1994). A abordagem no suporte básico de vida visa a manutenção da vida a partir das manobras da execução do ABCD que consistem na liberação das vias aéreas, entre elas a manobra de hipertensão do pescoço (situações não-traumáticas), Chin Lift (preferencialmente), Faw Thrust, fornecimento de O2 suplementar a partir da ventilação de resgate e insuflações por meio de ventilação boca a boca, utilizando ar expirado (fornece uma FIO2 entre 16/17%) ou enriquecido com O2 (bolsa com reservatório de O2/valva/máscara – sendo este dispositivo frequentemente denominado Ambu) atingindo concentrações de até 100%. A ventilação deve estar Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 associada às compressões cardíacas externas como forma de manutenção do fluxo cardíaco e suprimento de sangue oxigenado aos órgãos vitais. Incluindo a desfibrilação imediata com o equipamento padrão nas situações de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso (basicamente nas emergências clínicas e/ou cardiológicas), com a administração de drogas vasopressoras e antiarrítmicos. No entanto, devemos considerar as seguintes diferenças de abordagem no SAV: Segundo a AHA, a prioridade no suporte avançado de vida é restituir o retorno espontâneo da circulação e da irrigação cerebral, a partir da execução do método mnemônico do ABCD (clínico) e ABCDE (trauma). A desfibrilação deve ser iniciada e realizada preferencialmente desde o suporte básico de vida, utilizando o desfibrilador externo automático. Para Jatene e Ramires (1999), a desfibrilação elétrica é o procedimento de maior importância e efetividade na FV/TV sem pulso, que caracterizam juntamente com a atividade elétrica sem pulso e a assistolia, a parada cardiorrespiratória – PCR, embora as duas últimas possuam tratamento e abordagens diferentes. É importante frisar a priorização da identificação e posterior atendimento visando a reversão dessas arritmias, considerando o tempo como determinante no êxito do atendimento, prevenção de sequelas e melhor prognóstico. Devemos avaliar as entidades determinantes da PCR à vítima de trauma e clínicas, uma vez que nas situações traumáticas, a fibrilação ventricular raramente é determinante da arritmia letal, relacionando-se frequentemente ao choque hipovolêmico (evoluindo à atividade elétrica sem pulso), contusão cardíaca, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, hemotórax e hemopneumotórax. Considerar também as especificidades no atendimento da assistolia. Em todas as arritmias letais averiguar as possíveis causas – 6H e 6T (método mnemônico com as letras H e T, que visa identificar 12 possíveis fatores desencadeantes da PCR). Embora em menor escala, devemos pensar em PCR antecedendo o evento que gerou o trauma, embora essa ocorrência seja rara (mal-estar súbito relacionado a infarto agudo do miocárdio extenso, síncope por baixo débito cardíaco após Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 bloqueio atrioventricular ou bradicardia, acidente vascular cerebral ao volante, que evolui com PCR antecedendo o evento traumático) (TIMERMAN; FEITOSA, 2003). Sabidamente, a abordagem das vias aéreas em vítima eminentemente clínica que não possua histórico de lesão da coluna vertebral associado é mais cômoda ao atendimento, uma vez que sua manipulação e liberação não determinam risco à integridade da coluna vertebral ou riscos de iatrogenias, o mesmo não acontecendo com as vítimas de trauma para as quais as manobras de Chin Lift (preferencialmente) ou Faw Thrust são obrigatórias, bem como o conhecimento das contraindicações absolutas para procedimento, tais como: • colocação da cânula orofaríngea ou cânula de Guedel (apenas pacientes inconscientes e não intubados). Pacientes conscientes utilizar o bloqueador de mordedura ou a cânula nasofaríngea; • colocação da cânula nasofaríngea, contraindicada em situações em que haja suspeita de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme (avaliar a indicação antes da instalação, é melhor tolerada na vítima consciente); • sondagem nasogástrica é contraindicada em situações em que haja suspeita de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme. De uma maneira geral, opta-se por sondagem orogástrica nas vítimas de trauma; • intubação nasotraqueal (o médico deve considerar a indicação precisa; está contraindicada no trauma de face); • a aspiração da boca e cavidade oral com sonda de aspiração flexível está contraindicada nas situações traumáticas (considerar o risco de se tornar um corpo estranho se cortado pela vítima com os dentes, além da possibilidade de aspiração de conteúdo cerebral caso haja falso trajeto gerado pelas fraturas) relacionadas ao trauma de face e traumatismo cranioencefálico com suspeita de fratura de ossos da base do crânio e da placa cribriforme. Indica- se apenas a utilização do aspirador de ponta rígida de grosso calibre e preferencialmente transparente, visando a aspiração de conteúdo mais espesso ou de diâmetro maior, tais como: restos alimentares, sangue coagulado ou secreções espessas. Segundo Carvalho (2007), na aspiração traqueal com uma via aérea definitiva na cânula traqueal, a utilização de sonda de aspiração com sistema Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 36 fechado está indicada quando empregado o respirador mecânico, em função do risco menor de infecção e por dispensar a desconexão do circuito. Ao realizar as aspirações, considerar que o tempo deve exceder 30 segundos, intercalados coma oxigenação do paciente. Ao reforçarmos as peculiaridades do atendimento à vítima eminentemente clínica (entenda-se também cardiológica, considerar as estatísticas da morte súbita), em cerca de 90% destas, a PCR está relacionada à fibrilação ventricular/ taquicardia ventricular sem pulso, como arritmias letais determinantes. 4.2 A gravidade da Parada Cardiorrespiratória (PCR) O profissional de Enfermagem deve estar apto para reconhecer quando um paciente está em franca PCR ou prestes a desenvolver uma, pois este episódio representa a mais grave emergência clínica que se pode deparar. A avaliação do paciente não deve levar mais de 10 segundos. Na ausência das manobras de reanimação em aproximadamente 5 minutos, para um adulto em normotermia, ocorrem alterações irreversíveis dos neurônios do córtex cerebral (SILVA, 2001 apud ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006). O coração pode voltar a bater, mas os “cinco minutos de ouro” se perdem e o cérebro morre (LANE, 2005). Sabe-se que cabe ao enfermeiro e à sua equipe assistir os pacientes, oferecendo ventilação e circulação artificiais até a chegada do médico, assim, estes profissionais devem adquirir habilidades que os capacitem a prestar adequadamente a assistência ne- cessária. Recomenda-se que a equipe de Enfermagem deve ser atualizada e treinada constantemente na execução das manobras do suporte básico de vida (ventilação artificial e compressão torácica) e, também, ter conhecimento e domínio do conteúdo existente no carro de emergência e manuseio do equipamento (ZANINI; NASCIMENTO; BARRA, 2006). Guarde... Segundo Maletta (1997) e Wortsman (2005) citados por Oliveira et al. (2013), a partir da década de 60 do século passado, as doenças do aparelho circulatório ultrapassaram as infecciosas e parasitárias, o que constitui o principal Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 37 grupo de causas de morte no país, tendo as doenças isquêmicas do coração como causas principais desses óbitos, sendo representada por 32%, seguidas de causas externas (15%) e de neoplasias (15%). Diante dessa mudança epidemiológica, houve a necessidade de um crescimento nos serviços de urgência e emergência e, consequentemente, na necessidade de organizá-los e de habilitar os profissionais de saúde para atender a essa demanda. Nesse contexto, a parada cardiorrespiratória (PCR) aparece como a emergência cardiológica mais grave e, que necessita da máxima atenção e experiência do enfermeiro e de sua equipe de enfermagem (WORSTMAN, 2005). Para Aehlert (2007), a parada cardiorrespiratória (PCR) é a ausência de atividade mecânica cardíaca confirmada pela ausência de pulso detectável, ausência de responsividade e apneia ou respiração agônica. A PCR constitui-se numa condição de emergência, na qual, o indivíduo apresenta interrupção súbita e inesperada do pulso arterial e respiração, sendo estas condições vitais ao ser humano. Pode apresentar-se sob as seguintes formas: fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, assistolia ou atividade elétrica sem pulso (AESP). Uma vez constatada estas condições devem-se iniciar, com brevidade, as manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP), já que o cérebro não suporta a hipóxia por um período superior a 5 minutos correndo o risco de sofrer lesões irreversíveis. Portanto, a descontinuidade destas formas pode gerar sequelas ao paciente e, até mesmo a sua morte. Numa situação de PCR existe um risco notável de mortalidade, uma vez que esta acomete pessoas que se encontram geralmente em vias públicas ou na própria residência, sendo assim, se tornam desprovidas de um atendimento rápido e eficaz (PIRES; RESENDE; FERREIRA, 2006 apud BARROS et al., 2010). É importante considerar que o desconhecimento ou reconhecimento parcial desses sinais impossibilitará o início das condutas de reversão da parada. Neste caso há grandes riscos para a vítima, uma vez que o cérebro não suporta a ausência de oxigênio por um período superior a 04/05 minutos, podendo sofrer lesões irreversíveis e após os primeiros 10 minutos de PCR sem assistência haverá morte cerebral certa. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 38 Uma vez estabelecida e identificada a PCR, as medidas terapêuticas devem ser iniciadas com menor tempo possível e o tempo de início deve representar segundos, sendo esperado de 10 a 20 segundos. Estas medidas terapêuticas se constituem em manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP) ou cardiorrespiratória (RCR), cujo objetivo é manter artificialmente, as funções cardiocirculatórias e respiratórias. A RCP constitui-se num conjunto de procedimentos destinados a manter a circulação de sangue oxigenado no cérebro e órgãos vitais, permitindo, dessa forma, a manutenção transitória das funções sistêmicas até que o retorno da circulação espontânea possibilite o restabelecimento da homeostase. Contudo, a PCR pode ser realizada através de duas abordagens: o suporte básico de vida (SBV) e o suporte avançado de vida (SAV). O SBV consiste em medidas essenciais que devem ser realizadas em indivíduos com PCR e envolvem conhecimento da PCR, solicitação de ajuda, e iniciação de suporte ventilatório e circulatório. Essas abordagens estão descritas, de forma sequenciada, nos protocolos de atendimento (SBV e SAV). Esses protocolos visam guiar os profissionais em suas ações sistematizando-as de maneira lógica, facilitando assim a eficiência dessas ações. Assim de forma sucinta, o SBV consiste, na ventilação artificial por pressão positiva e circulação artificial através de compressão torácica externa (BARROS et al., 2010). 4.3 Assistolia A American Heart Association (AHA) define assistolia como a cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos ventrículos. Caracteriza-se no eletrocardiograma pela ausência de qualquer atividade elétrica ventricular observada em pelo menos duas derivações (CARVALHO, 2007). Palavra derivada do grego asistole (a: não; sístole: contração), caracterizada, no eletrocardiograma, por uma linha reta, casos raros de deflexões agonais podem também ser visualizadas ou ondas P com posteriores batimentos de escape ventricular irregulares. A assistolia deve ser considerada um ritmo, muitas vezes, terminal associado ao óbito. Assim, como se estima, a FV/TV (Fibrilação Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 39 ventricular, Taquicardia ventricular) como o modo mais frequente de morte súbita em ambiente extra-hospitalar (cerca de 85%), observa-se que a prevalência modifica-se no contexto intra-hospitalar. Segundo registro de unidades de terapia intensiva brasileiras, a assistolia é o mecanismo mais frequente de parada cardíaca 76% a 85%, associando-se à hipoxemia. (CALIL; PARANHOS, 2007; REIS, 2005). Reis (2005) salienta ainda que o tratamento com êxito da assistolia passa pelo reconhecimento desta modalidade de PCR como um estado grave, porém reversível, ou então
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