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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA MILENA MOINO DA SILVA RA 1899901 CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) PIM VI PIRAJUÍ 2019 UNIVERSIDADE PAULISTA MILENA MOINO DA SILVA – 1899901 CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS) PIM VI Projeto Integrado Multidisciplinar VI Para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública, apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientador: Fábio Ricardo. PIRAJUÍ 2019 RESUMO Este projeto tem como objetivo o estudo da Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) da cidade de Pirajuí – São Paulo, localizada na Rua Quintino Bocaiúva, n° 445, Vila Ortiz. Esta Secretaria trabalha diretamente com as questões e necessidades de família de baixa renda, sendo esta a responsável pela gestão e garantia dos direitos de todos os cidadãos por meio de políticas sociais e proteção social básica. O trabalho terá como embasamento teórico as disciplinas: “Finanças e Orçamentos Públicos; Plano de Negócios e Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial”. Na primeira abordamos inicialmente o Orçamento Anual que é elaborado em consonância com o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias. No Plano de Negócios os assuntos estão relacionados a forma de planejar um novo negócio a partir da criação de um plano de negócios, sendo esta a condição essencial para o sucesso de novos empreendimentos, e que os empreendedores são pessoas que ajudam no desenvolvimento do país. E por fim, na Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial, abordamos que nas relações de consumo estão presentes, obrigatoriamente, as figuras do consumidor e do fornecedor de bens (produtos) ou de serviços. Palavra-chave: Planejamento, empreendedorismo e ética. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.....................................................................................05 2. FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS ........................................05 2.1 Conceitos de finanças e orçamentos ...................................................05 2.2 Tópicos importantes de finanças públicas ...........................................07 2.3 Planejamentos e Orçamentos ..............................................................09 2.4 Planejamentos no Setor Público ..........................................................10 2.5 Histórico do Planejamento no Brasil .....................................................10 2.6 Plano Plurianual ....................................................................................13 3. PLANO DE NEGÓCIOS........................................................................14 3.1 Ideias e oportunidades de negócio .......................................................15 3.2. Avaliando oportunidades .......................................................................15 3.3 Empreendedorismo ...............................................................................15 4. ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL..............19 4.1 Direito Empresarial ................................................................................19 4.2 Direito do Trabalho ................................................................................20 4.3 Direitos Básicos do Consumidor ..........................................................22 5. CONCLUSÃO ......................................................................................23 6. REFERÊNCIA .......................................................................................24 5 1. INTRODUÇÃO Neste Projeto Multidisciplinar Integrado VI, 1° semestre do ano de 2019, do Curso Superior em Gestão Pública, traz como instituição analisada, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS. O estudo foi direcionado para a instituição, enquanto forma de gestão, visando as questões relacionados ao modo de gerir os bens materiais e financeiros até a interação entre os profissionais que compõem esta secretaria. Sempre priorizando as melhores formas de atendimento aos usuários. Este projeto também tem como objetivo conhecer as várias formas de gestão, sendo a relação entre sociedade e governo e o relacionamento entre pessoas e órgão e entidades públicas. Todos os funcionários e atendentes estão à disposição, em busca do melhor atendimento aos usuários, a fim de proporcionar o bem-estar e convívio pacífico a todos que precisam de seus serviços. Desta forma, foram realizados estudos e pesquisas observando em sua estrutura questões voltadas a Finanças e Orçamentos Públicos, Planos de Negócios e Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial, onde tem como principal objetivo proporcionar de maneira prática, conhecimentos teóricos, colaborando na aprendizagem. 2. FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS 2.1 Conceitos de finanças e orçamentos Tratar de finanças e orçamentos é, antes de tudo, tratar de recursos monetários e de sua administração. É sabido que, do ponto de vista da Economia, os recursos monetários são limitados no tempo e representam a riqueza e suas mais diversas formas. Se pensarmos no agente econômico individual, a riqueza pode ser a soma de recursos acumulados no passado ou ainda aqueles herdados. Se pensarmos no horizonte de uma empresa, sua riqueza pode ser representada pelo capital social que os sócios ali integralizaram, as máquinas e equipamentos de que dispõe para bem poder exercer seu processo de produção etc. Podemos ainda 6 pensar que a riqueza de uma empresa está representada pelos seus clientes, por sua marca, pelo know-how de seus funcionários, bens chamados de intangíveis. Imprescindível à formação da riqueza é o orçamento. De maneira bem simples, podemos entender que o orçamento seja um documento em que são registradas entradas e saídas de recursos financeiros. Pense em você: você faz seu orçamento? Coloca em um papel (ou em uma planilha eletrônica para sermos mais modernos) tudo aquilo que recebe durante determinado período e tudo o que gasta neste mesmo tempo? Qual a importância disso? Simplesmente para termos certeza de qual é a fonte de nossos recursos e de que forma que os alocamos em termos de gastos e investimentos. Exemplo de aplicação: Você tem ideia de quanto de sua renda você gasta com a manutenção da vida – gastos rotineiros do dia a dia mais alguns esporádicos – e quanto da sua renda você guarda para acumulação de capital e consumo futuro? Represente isso numa planilha eletrônica simples, primeiramente a cada mês e, depois, veja o que representa anualmente. Tomando o Dicionário Houaiss (ORÇAMENTO, 2012), vê-se que o significado da palavra “orçamento” designa “cálculo da receita e da despesa; pormenorização da receita e da aplicação de recursos a serem disponibilizados para certa finalidade”. Por outro lado, se a palavra for aplicada ao setor público, o mesmo dicionário diz representar: [...] cálculo da receita a ser arrecadada em um exercício financeiro e das despesas a serem feitas pela administração pública, organizado pelo poder executivo e sujeito à aprovação das respectivas câmaras legislativas (ORÇAMENTO, 2012). Utilizando o conceito de demanda efetiva, Keynes (1982) explica que uma sociedade somente prospera se a demanda por bens for crescente ao longo do tempo. Para tanto, a oferta de bens pelas empresas privadas deve responder aos anseios de consumo da sociedade, pois haverá maior procura por bens do que serão ofertados e a inflação poderia ser decorrente daí. Na ocorrência de insuficiência de demanda: 7 [...] o governo deveria assumir um papel ativo de complementar os gastos privados,ou reduzindo impostos ou realizando investimentos, mesmo em obras aparentemente sem lógica imediata, como abrir e fechar buracos, enterrar dinheiro em minas abandonadas e oferecer concessões ao setor privado para exploração [...]. [...] a insuficiência da demanda que caracterizava as crises de desemprego decorria da escassez de novos investimentos [...], razão pela qual não bastava que o governo ampliasse a oferta de recursos para investimentos. Era preciso que houvesse um aumento simultâneo nos gastos em obras públicas. (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 51). “A política fiscal compreende ações do governo relacionadas ao seu orçamento, o Orçamento do Setor Público. Ela definirá o quanto o governo irá arrecadar e o quanto poderá gastar”. Uma política fiscal será expansionista quando o governo aumenta seus gastos ou mesmo quando diminui a carga tributária sobre a sociedade; ou seja, quando repassa maior volume de recursos monetários para a sociedade por meio de seus gastos ou quando deixa a sociedade com maior volume de dinheiro, diminuindo sua arrecadação. Quando o governo adota uma política fiscal expansionista, alguns efeitos na economia são gerados, a exemplo de: • Descontrole das contas públicas, pois os gastos podem ser, em algum momento, superiores às receitas e, desta forma, o governo não consegue formar poupança • Aumento da inflação, uma vez que haverá maior volume de dinheiro em circulação, aumentado o consumo e os preços dos produtos; •Redução na credibilidade externa devido descontrole orçamentário; • Redução dos investimentos empresariais, pois o governo assume a liderança de aumentar a demanda agregada via gastos governamentais e produção; • Redução do desemprego por ativar a atividade econômica. E no caso de uma política fiscal contracionista? As consequências, dentre outras, serão: • Equilíbrio nas contas do governo ou o que podemos chamar de superavit orçamentário; • Aumento da credibilidade no exterior devido austeridade; • Elevação dos níveis de investimento estrangeiros, pois o país transmite maior segurança administrativa; • Diminuição das transferências governamentais com relação à sociedade. 2.2Tópicos importantes de finanças públicas 8 Deixando de lado questões normativas das políticas públicas bem como da presença do governo nas economias modernas, o fato é que devemos considerar elementos racionais que fundamentam a presença dos governos nas sociedades. Giambiagi e Além (2008) chamam a atenção para a existência de falhas de mercado que impedem a situação de Ótimo de Pareto. As falhas de mercado abordadas por Giambiagi e Além (2008) são: existência de bens públicos, existência de monopólios naturais, externalidades, mercados incompletos, falhas de informação e, por último, mas não menos importante, a ocorrência de desemprego e inflação. Riani (2012, p. 12-13) sumariza da seguinte forma: “No mundo real existem quatro características principais que dificultariam, ou até mesmo impossibilitariam a obtenção ótima através do setor privado. Assim, o governo emerge como um elemento capaz de intervir na alocação de recursos, que atua paralelamente ao setor privado, procurando estabelecer a produção ótima dos bens e serviços que satisfaçam às necessidades da sociedade. As quatro características que podem ser consideradas como falhas de mecanismos de mercado em atender às necessidades da sociedade são: indivisibilidade do produto; externalidades; custo de produção decrescente e mercados imperfeitos; riscos e incertezas na oferta dos bens. “ Vejamos, a partir de Giambiagi e Além (2008) e Riani (2012), a importância de cada uma das falhas de mercado que fazem necessária a interferência do governo nos mercados. [...] os bens indivisíveis são aqueles cujos benefícios não podem ser individualizados, tornando ineficaz o estabelecimento dos preços via sistema de mercado [...]. A não exclusividade deve-se ao fato de que, como esses bens não seriam vendidos através do sistema de mercado, via preços, a eles não se aplica o direito de propriedade. No Brasil, com a privatização dos serviços de utilidade pública – telecomunicações e energia elétrica −, o governo criou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com o intuito de regular as atividades desses setores, por natureza pouco competitivos e que prestam um serviço essencial à população. Também com a função de regular o mercado há diversos órgãos do governo, como o Cade e a Secretaria de Direito Econômico (REZENDE, 2012, p. 29). 9 [...] a existência de externalidade justifica a intervenção do Estado, que pode ser através: a) da produção direta ou da concessão de subsídios, para gerar externalidades positivas; b) de multas ou impostos, para desestimular externalidades negativas e c) da regulamentação. É consenso entre os autores Nascimento (2014), Giacomoni (2012), Giambiagi e Além (2008), Riani (2012) e Matias-Pereira (2012) que se deve a Richard Musgrave a definição do que sejam as funções do governo. Segundo Giacomoni (2012, p. 22): Richard Musgrave propôs uma classificação das funções econômicas do Estado, que se tornaram clássicas no gênero. Denominadas as “funções fiscais”, o autor as considera também como as próprias “funções do orçamento”, principal instrumento de ação estatal na economia. São três as funções: a) promover ajustamentos na alocação de recursos (função alocativa); b) promover ajustamentos na distribuição de renda (função distributiva); e c) manter a estabilidade econômica (função estabilizadora). 2.3 Planejamentos e Orçamentos Podemos admitir ser o planejamento uma importantíssima ferramenta de gestão administrativa em qualquer ambiente para tudo aquilo que requer, obviamente, preparação, organização e estruturação. Para que seja possível compreender a importância do planejamento, e como muitas das vezes o fazemos sem pensar, procure descrever como é seu dia a dia. Façamos juntos! Logo quando acordamos pela manhã, como a maioria das pessoas, já estamos envolvidos com o planejamento, mas que, por vezes, não está escrito. É aquele tipo de planejamento das coisas que sempre acontecem em nosso dia a dia. Volte a atenção para você. Qual a primeira coisa que faz ao acordar? Você poderia bem responder “abrir os olhos! ”, mas não é disso que estamos tratando. Algumas pessoas têm seus hábitos diários. Alguns, ao acordar, procuram inicialmente tomar o banho matinal e depois separar a roupa do dia. Outros, já deixaram a roupa do dia separada na noite anterior (planejamento). Alguns podem ainda preferir tomar café da manhã para depois se arrumar e ir ao trabalho. Mesmo o ato de sair de casa requer planejamento. Em dia de chuva, há opção de ir de carro ou somente de transporte urbano? A saída de casa pela manhã tem sempre o mesmo destino: trabalho ou estudos? Faz-se sempre o mesmo caminho? E assim por diante. 10 O dia de trabalho também requer planejamento. No local de trabalho, o que fazer primeiro? Quais são as tarefas mais importantes que devem ser efetuadas em primeiro lugar? Se as demais não forem executadas naquele dia, isso implicará resultados negativos? Algumas pessoas gostam de deixar o dia seguinte programado no dia anterior. Quando isso é possível, é excelente para as pessoas extremamente organizadas que vivem com base no planejamento. Outros preferem o improviso do dia, das atividades e não são apegados a rotinas, processos ou procedimentos. 2.4 Planejamentos no Setor Público Tratar do planejamento no setor público é, antes de mais nada, pensar no longo prazo e nas ações que o governo deve tomar para que seus objetivos estratégicos sejam atingidos. Conforme coloca Lafer (1975, p. 7): “o planejamento nada mais é do que um modelo teórico para ação. Propõe-se a organizar racionalmente o sistema econômicoa partir de certas hipóteses sobre a realidade”. A forma descentralizada, também chamada de economia de mercado, reúne três elementos principais: livre iniciativa, presença do Estado e elementos de uma economia capitalista. No caso da livre iniciativa, nenhum agente econômico – empresas como produtoras ou vendedoras de mercadorias ou famílias como fornecedoras de fatores de produção e consumidores de mercadorias – se preocupa em desempenhar o papel de gerenciar o bom funcionamento do sistema de preços. Preocupa-se em resolver isoladamente seus próprios negócios e procura sobreviver apenas na concorrência imposta pelos mercados, tanto na venda e compra de produtos finais como na dos fatores de produção. Trata-se de um jogo econômico, baseado em sinais dados por preços formados nos diversos mercados. 2.5 Histórico do Planejamento no Brasil “O Estado tem função explícita de planejamento. O planejamento governamental, portanto, além de um instrumento de ação pública, deve ser visto como uma imposição constitucional. Isso está explícito na Constituição Federal de 1988, por meio de vários dispositivos, que lhe conferem caráter imperativo ao estabelecer a obrigatoriedade de formulação de planos, de forma ordenada e sequencial, para viabilizar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos e que buscam o atingimento do progresso econômico e social (MATIASPEREIRA, 2012, p. 284). ” 11 Trata-se, portanto, de um Estado desenvolvimentista, que, liderando um processo de substituição de importações, coloca o País na rota do crescimento econômico. É induzido pela produção interna em diferentes áreas, inicialmente na infraestrutura, em que prevalecem os investimentos públicos seguidos dos investimentos privados em setores atraídos pelo Estado. Qual a ideia principal desse processo? Frear importações de bens finais e induzir a produção interna no intuito de abastecer o mercado interno conforme a demanda se apresenta. As iniciativas adotadas na década de 1930 foram decisivas para que o período seguinte prosperasse em termos de formação do setor produtivo estatal. Porém, como salienta Lafer (1975, p. 2930): “A partir da década de 1940 várias foram as tentativas de coordenar, controlar e planejar a economia brasileira. Entretanto, o que se pode dizer a respeito dessas tentativas até 1956 é que elas foram mais propostas, como é o caso do relatório Simonsen (19441945); mais diagnósticos, como é o caso da Missão Cooke (19421943), da Missão Abbink (1948), da Comissão Mista Brasil EUA (19511953); mais esforços no sentido de racionalizar o processo orçamentário, como é o caso do Plano Salte (1948); mais medidas puramente setoriais, como é o caso do petróleo ou do café do que experiências que pudessem ser enquadradas na noção de planejamento propriamente dito.” É difícil encontrar na literatura disponível opções de planejamento propriamente dito para os governos atuais. O que ocorre são apenas insights, como aqueles voltados à distribuição de renda com políticas assistencialistas, a exemplo do Programa Bolsa Família, assim como de proteção a setores específicos, a exemplo do setor automobilístico e eletrodoméstico, que contam com isenções de pagamento do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (NASCIMENTO, 2014). Daqui em diante, os dias contarão a história recente. Conforme explica Nascimento (2014, p. 126), receita pública é o conjunto de arrecadação com fontes e fatores geradores próprios e permanentes, oriundos de ação e de atributos inerentes à instituição (União, estados e municípios), e que, “integrando o patrimônio e na qualidade de elemento novo, lhe produz acréscimos, sem, contudo, gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros”, destinando-se a atender à manutenção e conservação dos serviços públicos. O tributo é um dos itens da receita pública e refere-se à prestação pecuniária compulsória em moeda corrente ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 12 constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Conforme destacam Nascimento (2014) e Rezende (2012), as receitas correntes são as receitas tributárias, de contribuição, patrimonial, de serviços, industrial e diversas, bem como aquelas oriundas de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinadas à cobertura de despesas correntes, a exemplo da folha de pagamentos de salários. A subdivisão das receitas correntes, e de acordo com os autores anteriormente indicados, é a que se segue: a). Tributária: que inclui as receitas definidas como tributos pelo Código Tributário Nacional, como impostos, taxas e contribuições de melhoria; é tudo o que deriva da arrecadação de impostos, 67 Revisão: Carla; Vitor; Rose; Marcilia - Diagramação: Márcio - 22/04/2015 FINANÇAS E ORÇAMENTOS PÚBLICOS tributos e multas pecuniárias prefixadas em lei em caráter permanente. Servem para custear as despesas derivadas da prestação de serviço público e suas necessidades de investimento. b). De contribuições: que inclui as contribuições sociais (contribuição para o financiamento da seguridade social, contribuição do salário educação, contribuição de empregadores e trabalhadores para a seguridade social etc.), as contribuições econômicas (contribuição para o Programa de Integração Nacional – PIN –, contribuição para o Pro terra, contribuição pela exploração de recursos minerais etc.). c). Patrimonial: que se refere ao resultado financeiro da exploração do patrimônio, dividindo-se em receitas imobiliárias (aluguéis, arrendamentos, taxas de ocupações de imóveis etc.), receitas de valores mobiliários (juros, dividendos, remunerações de depósitos bancários etc.) e receitas de concessões e permissões (outorga dos serviços de telecomunicações, de radiodifusão, de serviços de transporte etc.). d). Industrial: que é proveniente da venda de mercadorias ou serviços relacionados a atividades de natureza empresarial, incluindo a receita da indústria da transformação e da construção. 13 e) Agropecuária: que inclui a receita da produção vegetal e da produção de animais e derivados. f). De serviços: que inclui serviços comerciais, financeiros, de transporte, de comunicação, de saúde etc. g) Transferências correntes: compreende as transferências rotineiras no mercado. Por outro lado, as receitas de capital são aquelas cujos fluxos são mais irregulares – incluindo as operações de crédito e o resultado de alienação do patrimônio –, ou que se referem a transferências previamente vinculadas a despesas de capital. São as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas, de conversão em espécie, de bens e direitos, além dos recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado que são destinados a atender às despesas de capital. Uma possível subdivisão para as receitas de capital é a oferecida por Nascimento (2014): • Operações de crédito; • Alienação de bens e direitos; • Amortização de empréstimos/financiamentos recebidos; • Transferências de capital recebidas; • outras receitas de capital recebidas 2.6 Plano Plurianual De forma contrária à questão orçamentária, que é obrigatoriedade da União desde a década de 1930, a questão do planejamento coloca-se como imperativo a cada ente federativo a partir da Constituição de 1988. Antes disso, cada unidade de Federação legislava em causa própria, por assim dizer. Conforme relata Giacomoni (2012, p. 222), antes de 1988: [...] o que mais se aproximou da ideia de plano ou programa plurianual a ser implementado por todas as esferas de governo foram o Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital (QRAC) e o Orçamento Plurianual de Investimentos (OPI). Criação da Lei nº 4.320/64, o QRAC apresentava as seguintes características:(i) compreendia as Receitas e despesas de Capital; (ii) era aprovado por decreto do Poder Executivo; (iii) cobria, no mínimo, um triênio; (iv) era anualmente reajustado, com o acréscimo de mais um exercício; e (v) sempre que possível, os programas deviam estar 14 correlacionados a metas objetivas em termos de realização de obras e de prestação de serviços. O objetivo principal do PPA é formular as diretrizes para as finanças públicas no período do plano, com o propósito de identificar e avaliar os recursos disponíveis para o desenvolvimento de ações a cargo da administração pública, incluindo os provenientes de financiamento, bem como para o estabelecimento dos tipos de despesas segundo função, sub função e programa de governo. Desenvolvido por programas, articula um conjunto de ações representadas por projetos, atividades e operações especiais, que concorrem para o alcance dos objetivos governamentais. Os programas e ações do PPA são revisados anualmente para fins de elaboração das propostas orçamentárias setoriais que dão origem à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei de Orçamento Anual, de que trataremos, oportunamente. Conforme Matias Pereira (2012, p. 319): [...] os projetos de lei do Plano Plurianual serão encaminhados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional nos termos da lei complementar, aplicando-se, subsidiariamente, as normas pertinentes ao processo legislativo (art. 166, § 7º, da Constituição Federal). Eles serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) na forma do regime comum, após parecer emitido pela Comissão mista permanente de Senadores e Deputados (art. 166, § 1º, e art. 58, § 2º, inciso VI). Deve-se ressaltar, 82 Revisão: Carla; Vitor; Rose; Marcilia - Diagramação: Márcio - 22/04/2015 Unidade III conforme prevê o art. 166, § 3º, inciso I, da Constituição Federal, que as emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o Plano Plurianual. 3. PLANO DE NEGÓCIOS Os números do desemprego levam muitos ex-funcionários de empresas a se “jogarem”, sem um mínimo de preparo, na árdua tarefa de montar um negócio próprio. Com isso, sonham com a independência financeira, com a liberdade e em ficar ricos. Infelizmente, apenas para uma pequena parcela, esse sonho vira realidade, e a grande maioria fica mesmo tachada como aventureira e irresponsável. Segundo Dornelas (2007), importante autor da área de empreendedorismo, a história tem mostrado que uma pequena parte desses mesmos aventureiros, também chamados de empreendedores, são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento econômico e o crescimento do país. Porém, a grande maioria 15 encontra uma nova decepção quando opta pelo negócio próprio e acaba conhecendo uma realidade cruel, a qual mostra quão vil é o mercado com aqueles que não estão preparados. 3.1 Ideias e oportunidades de negócio É importante que a ideia seja testada junto a clientes em potencial, empreendedores mais experientes e amigos próximos, antes que a paixão pela ideia tire sua capacidade de analisar o negócio. Por isso, lembre-se: uma ideia sozinha não serve para nada. A todo o momento temos novas ideias, e ainda bem. É inerente ao ser humano a criatividade, e estamos sempre buscando soluções para problemas do cotidiano. Para que elas virem um negócio, há que se pensar em como desenvolvê-las, implementá-las e construir um negócio de sucesso com elas. Novas ideias de negócios podem surgir a qualquer momento. Os empreendedores as utilizam, transformando-as em produtos ou serviços que façam a empresa crescer. 3.2. Avaliando oportunidades Como vimos, as ideias surgem a todo o momento e nem todas se transformarão em bons negócios. É preciso uma primeira e rápida avaliação, uma breve análise para descobrir se se trata de uma boa oportunidade de negócio ou se deve ficar apenas no campo das boas ideias mesmo. Uma grande ideia pode revolucionar o ambiente de negócios. É preciso então avaliar se uma ideia tem suporte para ser um bom negócio. Para avaliar uma oportunidade e saber se ela tem chances de virar um bom negócio é preciso saber se o mercado procura por esse produto ou serviço. 3.3. Empreendedorismo Tudo começou com foco nas pequenas empresas e não em empreendedorismo. Em 1947, a Harvard Business School criou um curso sobre gerenciamento de pequenas empresas. Em 1953, Peter Drucker montou um curso de empreendedorismo e inovação na New York University. Esses foram os passos 16 pioneiros, mas ainda demoraria até que o assunto entrasse na pauta das universidades e do mundo em geral. Em 1948, na Suíça, a Universidade de St. Gallen promoveu a primeira conferência sobre a pequena empresa e seus problemas. Em 1956, surge o International Council for Small Business (ICSB), a maior associação voltada para a pesquisa de empreendedorismo, na Universityof Colorado, sobre desenvolvimento de pequenos negócios. O primeiro congresso internacional foi realizado em 1973, em Toronto, Canadá. Em 1978, foi instituído o primeiro prêmio para empreendedores de classe mundial, patrocinado pelo BabsonCollege, Boston, o AcademyDistinnguished Entrepreneur. Ele deu origem a outros como EntreppreneuroftheYearAward, da Ernst & Young, que também tem uma versão brasileira atualmente. “O autor destaca que as publicações científicas da área de empreendedorismo também são recentes: o JournalofSmall Business Management, órgão oficial do ICSB, que teve seu início em 1963. ” No Brasil, tiveram início os estudos sobre o empreendedorismo bem mais tarde, e os resultados já indicam a “revolução silenciosa” por aqui também. O primeiro curso de que se tem notícia na área surgiu em 1981, na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, por iniciativa do professor Ronald Degen, e era chamado de Novos Negócios. Era uma disciplina do curso de especialização e, em 1984, foi estendida para a graduação, com o nome de Criação de Novos Negócios – Formação de Empreendedores. Em 2004, foi criado na FGVSP o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (CENN), com importante atuação na área acadêmica. Em 1984, o professor Newton Braga Rosa, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instalou a disciplina Ensino de Criação de Empresas, no curso de Ciência da Computação. Em 1992, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) criou a Escola de Novos Empreendedores (ENE), que tem projetos conjuntos com outras universidades e organismos internacionais. No mesmo ano, a Universidade Federal de Pernambuco criou o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), por meio do Departamento de Informática e com o objetivo de aplicar o conhecimento acadêmico à indústria. Essa experiência foi importante para a concepção do projeto SoftexGênesis, que, na Universidade Federal de Alagoas, em 17 1993, concebeu um curso de Administração de Empresas com Ênfase em Empreendedorismo. Em 1994, a mesma universidade instaurou o mestrado direcionado ao empreendedorismo também. Em 1995, foi a vez da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, em Minas Gerais, implantar o Centro Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (Cefei). As empresas que passam pelo processo de incubação têm a taxa de mortalidade reduzida de 70% para 20%, detectada entre empresas nascidas fora da incubadora. Segundo o Sebrae, o processo de incubação é um dos mais eficazes mecanismos de formação de empresas sólidas e ganha força por meio de programas de apoio e estímulo. Elas são uma forma de estimular a criação e o desenvolvimento de pequenas empresas. O índice de mortalidade entre as empresas de tecnologia incubadas é de aproximadamente 20%, já nas pequenas empresas em geral, esse índice sobepara 50% nos primeiros dois anos de atividade. O objetivo das incubadoras é dar suporte estratégico aos pequenos negócios em seus primeiros anos de vida. Cada incubadora possui suas próprias características, como processo seletivo para candidatos, taxa de manutenção, serviços e consultorias oferecidas. 4. ÉTICA E LEGISLAÇÃO: TRABALHISTA E EMPRESARIAL. Em um mundo cada vez mais globalizado e com migrações acentuadas de pessoas, a ética ganha um destaque relevante na sociedade atual. De origem grega e oriunda do vocábulo éthos, essa palavra helênica tem, na verdade, duas origens aceitáveis no mundo acadêmico e filosófico. Se for pronunciada com a letra “e” curta, é traduzida por “costume”. Na outra variação da pronúncia, com a letra “e” no som silábico mais longo, teremos a tradução para “caráter”. Sabemos que no mundo inteiro existem várias sociedades agindo e convivendo de forma diferente, com seus próprios costumes, religiões, regras de sobrevivência e outros aspectos diversos. Avaliar o que é correto vai além da forma pela qual fomos educados: é necessário saber avaliar que cada sociedade está ligada as suas origens e história. Para Aristóteles (384 a.C-322 a.C), um dos maiores pensadores e filósofos gregos, a ética é a observação do mundo, o questionamento e a aceitação das 18 condutas humanas e das organizações sociais, atingindo, no mundo moderno, também as empresas e demais corporações profissionais. Diferentemente da ética, que foca nos valores da sociedade, a moral representa as regras da sociedade que disciplinam e regulam o comportamento do Homem no meio em que vive. Segundo o filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.), a justiça é a base de todas as virtudes; logo, justiça é aquilo que o Homem acha certo fazer por ser virtuoso na sua própria análise ou concepção. Exemplificando: alguns acham justo desligar uma máquina médica que mantém um paciente em estado vegetativo e sem possibilidade de cura; outros acham que é justo a pessoa continuar vivendo. Nesse tipo de justiça, as convicções pessoais, familiares e eclesiásticas podem influenciar na percepção de justiça da própria pessoa. A ética empresarial pode ser definida como o comportamento da pessoa jurídica de Direito Público (empresas públicas) ou de Direito Privado, quando elas agem em conformidade com os princípios morais e éticos aceitos pela sociedade, ou seja, quando agem em conformidade com as regras éticas provindas do senso comum de uma sociedade. Podemos conceituar a responsabilidade social como um processo constante e evolutivo, envolvendo ações de cidadãos comuns, empresas governamentais e não governamentais pelos direitos fundamentais para a vida, as relações sociais e o equilíbrio ambiental. Dentro das sociedades encontramos diversas formas de manifestação de responsabilidade social que podem ser exercidas pelas diversas esferas governamentais (municipal, estadual e federal) – por meio de políticas públicas, e pelos cidadãos – desenvolvimento social com ações individuais, coletivas ou empresariais junto a órgãos públicos ou entidades privadas com a execução de trabalhos voluntários. Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é a forma de gestão empresarial que se define pela relação ética, moral e transparente da empresa com todos os seus públicos (clientes, fornecedores, empregados etc.) e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionam o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações presentes e futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. 19 O Código de Ética é um instrumento adotado nas empresas em geral e que discorre sobre a visão, a missão e os valores da empresa. Serve para orientar e disciplinar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage, como clientes, fornecedores e público em geral. É importante que seu conteúdo seja refletido nas atitudes das pessoas a que se dirige e encontre respaldo tanto na alta administração da empresa quanto no último empregado contratado, pois todos têm a responsabilidade de vivenciá-lo e praticá-lo. 4.1 Direito Empresarial Direito empresarial é o ramo do Direito Privado que disciplina a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, para suprir e atender o mercado consumidor e as relações bilaterais entre empresas (fornecedores de matérias-primas, por exemplo). Antigamente, este ramo era conhecido como Direito Comercial, mas essa denominação foi modificada, pois ele não cuida apenas das relações de comércio, abrangendo todas as atividades empresariais, como veremos a seguir. Após mais de século de vigência da Teoria de Atos do Comércio baseada nas práticas dos comerciantes e dos consumidores e disciplinadas no Código Comercial de 1850, tivemos sua revogação pelo artigo2.045 do Código Civil de 2002. A Teoria da Empresa, que inspirou a reforma legislativa comercial de diversos países, teve sua efetiva inserção no ordenamento nacional somente com o advento do novo Código Civil (Lei nº 10.406/2002). A primeira parte do Código Comercial de 1850 foi expressamente derrogada (substituída) pelo Código Civil. Hoje, somente a parte referente ao comércio marítimo (artigos 457 a 796) continua vigente no Código Comercial. Pode-se conceituar empresa como toda atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens (produtos) ou de serviços. A empresa é o resultado da atividade do empresário. Assim, é sinônimo de atividade empresarial. Contudo, a organização da atividade empresarial é feita pelo empresário. Empresa = atividade empresarial 20 Nos termos do Artigo 966 do Código Civil Brasileiro, considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Assim, o empresário exerce profissionalmente a atividade empresarial. Os sócios da sociedade empresária não são empresários. Importante é traçar uma diferenciação básica para que não se misturem os conceitos. A empresa pode ser desenvolvida por pessoas naturais ou jurídicas. Se quem exercer atividade empresarial for pessoa natural, será considerado empresário individual. Se quem o fizer for uma pessoa jurídica, será uma sociedade empresária. Assim, as atividades dos profissionais liberais, como médicos e advogados, ou de artistas, como músicos e atores, em regra, não são empresariais. Se, entretanto, a atividade de profissional intelectual, de natureza científica, literária ou artística, formar uma cadeia produtiva, com colaboradores (prepostos) e organização empresarial voltada à obtenção de lucro, será empresária. Isso porque a atividade se tornou empresa. Uma empresa pode ter quantas atividades quiser. Alguns setores, por exemplo, o de serviços de turismo, não podem trabalhar com mais de um ramo de atividade. Tudo depende da legislação específica existente. Assim, é necessário especificar exatamente quais atividades serão desenvolvidas por sua empresa. Os ramos de atividades são: - Indústria: empresas que trabalham com a produção de bens; - Comércio atacadista: empresas que trabalham com venda de mercadorias para empresas que revenderão os produtos; - Comércio varejista: empresas que trabalham com venda de mercadorias diretamente ao consumidor final; - Prestação de serviços: empresas que prestam serviços tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas. As atividades da empresa são definidas pelo Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE). 4.2 Direito do Trabalho Sempre houve divergências entre capital e trabalho. A Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, em 1943, procurou reunir e normatizar as relações trabalhistas em todo o Brasil.Sendo uma legislação muito antiga e com o surgimento das novas 21 tecnologias e a consequente criação de novos empregos surgem também as lides trabalhistas (conflitos trabalhistas). Nesse sentido, o Direito do Trabalho está sempre em constante transformação; apesar de não ter grandes modificações na legislação, a doutrina e a jurisprudência têm acompanhado as recentes atualizações, e esta nova fase do direito merece uma abordagem mais aprofundada, como veremos a seguir. 4.2.1 Relação entre o Direito do Trabalho e outras searas Não nos olvidemos de que o Direito do Trabalho, embora ramo jurídico especializado, mantém relações permanentes e, às vezes, estreitas com outros campos do direito, com destaque para o Direito Constitucional. Do cotejo entre relação de trabalho e relação de emprego, extrai-se a seguinte conclusão: a relação de emprego é, do ponto de vista técnico-jurídico, apenas uma das modalidades específicas de relação de trabalho juridicamente configuradas. 4.2.2. Direito Coletivo do Trabalho O Direito Coletivo do Trabalho nasceu com o reconhecimento do direito de associação dos trabalhadores, ocorrido após a Revolução Industrial. Assim como o berço da Revolução Industrial foi a Inglaterra, ali também tiveram início os sindicatos, que consistiam na reunião de trabalhadores na luta por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e melhores condições de trabalho. Com o passar dos anos, os sindicatos foram espalhando-se pelos demais países e aos poucos os ordenamentos jurídicos foram reconhecendo sua legitimidade – o que no começo não era uma realidade. Podem-se entender as relações coletivas do trabalho como fruto da necessidade dos trabalhadores de defenderem, em conjunto, suas reivindicações perante o poder econômico (proveniente, em regra, dos empregadores). Denomina- se liberdade sindical o direito dos trabalhadores e empregadores de se organizarem e constituírem livremente seus sindicatos, sem interferência do Estado. A liberdade sindical é o direito que o trabalhador ou o empregador têm de se organizar e constituir livremente as agremiações que desejarem, no número por eles 22 idealizado, visando à promoção de seus interesses ou dos interesses dos grupos que irão representar, sem que sofram interferência do Estado. A liberdade sindical também compreende o direito de ingresso no sindicato respectivo e de retirada deste. O inciso II do artigo 8º da Constituição Federal determina que: [...] fica vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa da categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município (BRASIL, 1988). Os sindicatos têm autonomia no sentido de terem liberdade de organização interna, redigindo seus próprios estatutos e podendo eleger livremente seus representantes, que devem tratar apenas de temas ligados aos interesses profissionais ou econômicos da categoria, não devendo tratar de assuntos políticos. Existem diversas definições importantes para que possamos compreender o direito do trabalho individual. Relação de trabalho: É um gênero que engloba todas as relações em que se tem prestação de serviço por pessoa física para outro tomador. Exemplos: trabalho voluntário, autônomo, eventual, doméstico, rural, avulso e empregado. Relação de emprego: É uma das espécies da relação de trabalho e forma-se sempre que o trabalho é prestado por um empregado para um empregador. Os elementos caracterizadores da definição de empregado estão no artigo 3º da CLT: “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário” (BRASIL, 1943), consagrado no Princípio da Primazia da Realidade. 4.3 Direitos Básicos do Consumidor É obrigação das diversas modalidades de fornecedores de produtos e serviços adotar todas as providências necessárias, até para evitar riscos ao consumo de produtos, ainda que intrinsecamente apresentem algum risco. É nesse sentido, por exemplo, que os artigos 8º as 10º do CDC estabelecem os seguintes deveres aos fornecedores de produtos e serviços. 23 Art. 8º. Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Há alguns anos, uma renomada empresa fabricante de peças automotivas (freios de serviço para caminhões, tratores e ônibus) foi vítima de um roubo na descida da Rodovia Anchieta, quando um de seus caminhões transportava peças ao porto de Santos para exportação. Imediatamente publicou em todos os principais jornais o alerta sobre esse fato, principalmente dizendo que os proprietários de carros de passeio correriam sérios riscos se colocassem esse tipo de freios, podendo sofrer acidentes. Outro exemplo de excludente de responsabilidade objetiva que nos ocorre é o de aparelhos de televisão, que trazem uma advertência bastante clara e em cor vermelha na parte de trás, consistente em alertar o consumidor para não mexer ali e, sobretudo, abrir o aparelho, sob pena de levar choques elétricos. Ora, se o consumidor, não obstante tal advertência, simplesmente a desobedecer e em consequência vier a sofrer algum dano à sua incolumidade física, não se poderá responsabilizar o fabricante do referido aparelho. 5. CONCLUSÃO Compreende-se com esse trabalho desenvolvido no Centro de Referência Especializada de Assistência Social – CREAS, que finanças e orçamentos públicos vêm sendo usados a favor da sociedade e auxiliando na resolução dos seus conflitos. A elaboração desse projeto foi muito significativa tendo em vista que possibilitou a ampliação dos conhecimentos a respeito de planos de negócios, neste sentido, o projeto apresenta dados relevantes que levam ao entendimento das diretrizes, onde todos tenham consciência da importância de suas funções, para que a instituição venha atingir os seus objetivos e metas sem perder de vista a ética na administração pública. Atualmente, é de suma importância que a organização, além de proporcionar um ambiente de trabalho que estimule a criatividade, proporcione também um clima 24 de trabalho harmonioso, onde todos possam atuar de forma a somar conhecimentos, para aumentar a eficiência em todos os sentidos. Neste estudo, foram traçados também elos entre conteúdos teóricos e a realidade deste Centro de Assistência Social, que como qualquer outro órgão, sofre com as consequências da política no Brasil. 6. REFERÊNCIAS Livro texto Unip: - Finanças e Orçamentos Públicos; - Planos de Negócios; - Ética e Legislação: Trabalhista e Empresarial.
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