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Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - SICOOB

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA 
EM GESTÃO DE COOPERATIVAS 
 
 
 
 
 
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR REGULAR -
VII 
Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - SICOOB 
 
 
Miriam Viviane Garcia de Souza – RA 040744-2 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARAQUARA 
2022 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA 
EM GESTÃO DE COOPERATIVAS 
 
 
 
 
 
PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR REGULAR -
VII 
Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil - SICOOB 
 
 
 
 
Trabalho Interdisciplinar do Projeto Integrado 
Multidisciplinar (PIM VII – REGULAR), apresentado 
como exigência parcial para conclusão do 3º Bimestre do 
Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Cooperativas, 
da Universidade Paulista – UNIP EAD, sob a Coordenação 
do Profa. Ana Paula Carli Polazzo. 
 
 
 
 
ARARAQUARA 
2022 
 
 
 
RESUMO 
O objetivo principal desse projeto PIM VII - REGULAR – Projeto Integrado Multidisciplinar 
é analisar as Cooperativa de Credito SICOOB – Sistema Cooperativo de Credito do Brasil, 
que são instituições financeiras resultantes da união de pessoas integrantes de segmentos 
específicos, que buscam maneira de atendimento às suas necessidades financeiras, tornam-se 
ao mesmo tempo, usuários dos produtos e serviços da cooperativa e também seus donos. O 
Sistema é composto por seis segmentos de cooperativas de crédito: Empregados Privados; 
Profissionais Liberais; Rural; Pequenos Empresários, Microempresários ou 
Microempreendedores; Empréstimos e de Livre Admissão. Esse modelo mais simples de 
funcionamento de uma cooperativa consiste, em apenas captar cotas de capital, revertendo-as 
em empréstimos aos associados. Esse modelo operacional não oferece serviços semelhantes à 
rede bancária, tais como contas correntes, aplicações financeiras, mas são auditadas pelo 
regime do Banco Central do Brasil. A pesquisa foi elaborada com base em livros das 
disciplinas Sistema Cooperativo de Créditos, Administração Estratégica e Governança 
Corporativa e Compliance e também a partir de buscas no site da entidade. Na área de 
Sistema Cooperativo de Credito veremos um pouco sobre as cooperativas de credito, 
abordaremos alguns pontos sobre o cooperativismo e exploraremos o sistema cooperativo da 
SICOOB, além de explorar um pouco sobre a disciplina, na Administração Estratégica, 
iremos abordar um pouco sobre a disciplina e discutir a estratégias adotadas pela Cooperativa. 
Em Governança Corporativa e Compliance iremos demonstrar sua governança, sua atuação, 
seus objetivos, conceitos éticos, além de detalhar um pouco sobre a disciplina. 
Esse Projeto tem como objetivo evidenciar como o estudo das disciplinas aqui abordadas, 
podem melhorar o desenvolvimento da Cooperativa. 
´´SICOOB mais que uma escolha financeira. Conectar pessoas para promover justiça 
financeira e prosperidade.´´ 
 
 
 
Palavras-chave: SICOOB – Sistema Cooperativo – Governança e Compliance – 
Administração Estratégica 
 
 
 
RESUME 
The main objective of this project PIM VII - REGULAR - Integrated Multidisciplinary 
Project is to analyze the Cooperative de Creditor SICOOB - Sistema Cooperative de Creditor 
do Brazil, which are financial institutions resulting from the union of people belonging to 
specific segments, who seek a way to meet their needs. financial institutions, become, at the 
same time, users of the cooperative's products and services and also its owners. The System is 
composed of six segments of credit unions: Private Employees; Liberal professionals; Rural; 
Small Entrepreneurs, Micro entrepreneurs or Micro entrepreneurs; Loans and Free 
Admission. This simpler operating model for a cooperative consists of just capturing quotas 
of capital, reverting them into loans to members. This operating model does not offer similar 
services to the banking network, such as current accounts, financial investments, but they are 
audited by the Central Bank of Brazil regime. The research was based on books in the 
disciplines Cooperative Credit System, Strategic Management and Corporate Governance and 
Compliance and also based on searches on the entity's website. In the Credit Cooperative 
System area, we will see a little about credit cooperatives, we will address some points about 
cooperatives and we will explore the cooperative system of SICOOB, in addition to exploring 
a little about the discipline, in Strategic Administration, we will address a little about the 
discipline and discuss the strategies adopted by the Cooperative. In Corporate Governance 
and Compliance, we will demonstrate its governance, its performance, its objectives, ethical 
concepts, in addition to detailing a little about the discipline. 
This Project aims to show how the study of the subjects discussed here can improve the 
development of the Cooperative. 
´´SICOOB is more than a financial choice. `` Connecting people to promote financial justice 
and prosperity. 
 
 
 
Keywords: SICOOB – Cooperative System – Governance and Compliance – Strategic 
Management 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................06 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................08 
2.1 Histórico e Formação do Cooperativismo .....................................08 
2.2 Sistema Cooperativo de Credito ...................................................12 
2.3 Administração Estratégica ............................................................24 
2.4 Governança Corporativa e Compliance ........................................38 
 
3 ESTUDO DE CASO ...........................................................................57 
3.1 Descrição da Organização ...............................................................58 
3.2 Sistema Cooperativo de Credito .....................................................68 
3.3 Administração Estratégica ..............................................................68 
3.4 Governança Corporativa e Compliance ..........................................69 
 
4 DISCUSSÃO ....................................................................................71 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................72 
6 REFERÊNCIAS .................................................................................73 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Apresentamos como modelo de pesquisa a Cooperativa SICOOB – Sistema Cooperativo de 
Credito do Brasil. As Cooperativas de Crédito do Sistema - Sicoob, são instituições 
financeiras resultantes da união de pessoas integrantes de segmentos específicos, que buscam 
maneira de atendimento às suas necessidades financeiras, tornam-se ao mesmo tempo, 
usuários dos produtos e serviços da cooperativa e também seus donos. O Sicoob é uma 
instituição financeira que associa tecnologia e eficiência ao que existe de melhor nas pessoas: 
a união, a solidariedade e a igualdade. 
O Sicoob é a maior instituição financeira cooperativa do Brasil. Por isso, quem se associa ao 
Sicoob tem todos os produtos e serviços financeiros, mas de um jeito diferente: também 
participa dos resultados e vê os recursos captados pelas cooperativas investidos na sua própria 
região, gerando desenvolvimento, empregos e renda para sua comunidade. 
Contudo, a maior parte das cooperativas que compõe o sistema Sicoob capta depósitos à vista 
e a prazo, permitindo-lhes aumento significativo da capacidade de concessão de crédito. Essa 
iniciativa tem possibilitado o incremento das sobras apuradas e a variedade da oferta de 
serviços aos associados, atualmente equiparada aos bancos de varejo. 
Nas Cooperativas de Crédito do Sistema - Sicoob, todas as operações financeiras realizadas se 
transformam em benefícios para os associados, por meio de taxas e condições especiais. Desta 
forma, as cooperativas contribuem para o desenvolvimentodas economias locais, investindo 
recursos em projetos de desenvolvimento sustentável e fomentando a prosperidade e a 
solidariedade das regiões em que atuam. Afinal, uma cooperativa de crédito não visa ao lucro, 
mas sim ao crescimento de seus associados e desenvolvimento socioeconômico. 
O Projeto Integrado Multidisciplinar tem como objetivo desenvolver o trabalho baseado no 
conteúdo ministrado no período, aplicado a atividade organizacional. Sua finalidade consiste 
em proporcionar condições para desenvolver os conhecimentos teóricos, aplicando a 
metodologia cientifica para a produção acadêmica. 
O objetivo desse projeto é apresentar a Siccob, cooperativa atuante no ramo cooperativo 
financeiro, seus objetivos e valore. Mostrar um pouco sobre sua história e atuação. A pesquisa 
está fundamentada na pesquisa bibliográfica e analises documentais. Apresentaremos as 
7 
 
práticas realizadas pela cooperativa com base nos estudos das disciplinas Sistema Cooperativo 
de Credito – Administração Estratégica – Governança Corporativa e Compliance. 
´´Sicoob conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade. Ser referência em 
cooperativismo, promovendo o desenvolvimento econômico e social das pessoas e 
comunidade. Promover soluções e experiências inovadoras e sustentáveis por meio de 
cooperação. ´´ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
2. REFERENCIAL TEORICO 
Antes de iniciar a discussão sobre as disciplinas e a Cooperativa escolhida como objeto de 
pesquisa, vamos relembrar um pouco sobre o Cooperativismo. 
 
2.1 Histórico e formação do Cooperativismo 
Segundo Prado (2014 apud TAVARES, 2018), o cooperativismo de crédito está crescendo ao 
longo dos anos e vem despertando o interesse de políticos e de estudiosos devido à sua 
importância para a economia, assim como à sua relevância na questão social, pois ambas 
contribuem para o desenvolvimento regional dos mais diversos setores da sociedade. 
 Para Terra (2017), as cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas pela 
vontade de um grupo de pessoas que investem na constituição e no crescimento contínuo das 
cooperativas. Ainda segundo a autora, as cooperativas de crédito têm aspectos legais como os 
bancos, pois são instituições financeiras e integram o Sistema Financeiro Nacional 
´´Algumas das melhores ideias da humanidade surgiram em momentos difíceis. A internet, 
por exemplo, nasceu para evitar a perda de informações estratégicas, num tempo em que as 
pessoas viviam com medo de um ataque nuclear. Miguel de Cervantes escreveu seu livro mais 
famoso, Dom Quixote de La Mancha, na cadeia, enquanto aguardava sua tão sonhada 
liberdade. Com o cooperativismo também foi assim. Nosso movimento foi a resposta de um 
grupo de trabalhadores — a maioria deles tecelões — ao aumento do desemprego e aos baixos 
salários pagos pelas empresas europeias, após o início da Revolução Industrial. ``A caça é um 
exemplo primário, talvez o mais antigo em nossa história, de trabalho colaborativo com 
objetivos claros e perfeitamente definidos. O contexto era o de uma sociedade primitiva e 
nômade, fundada em estruturas muito simples em um ambiente tecnologicamente nulo, 
politicamente vazio e com regras econômicas ainda não estabelecidas. A motivação, por seu 
lado, embora também primitiva, seria uma das mais fortes e prementes ao longo de toda a 
trajetória da humanidade: a sobrevivência. A cooperação sempre esteve presente na natureza. 
A própria sociedade humana é resultado da cooperação entre os indivíduos. Na natureza 
temos a protocooperação entre animais da mesma ou entre diferentes espécies, trabalhando 
em conjunto por um objetivo comum. O cooperativismo teve seu início em 1844 na época da 
9 
 
revolução industrial na Inglaterra, quando 28 tecelões se uniram e fundaram a primeira 
cooperativa de consumo. Esses tecelões, chamados “Pioneiros de Rochdelle” preocupados 
com escassez de recursos e dificuldades dos trabalhadores após a crise da revolução 
industrial, uniram-se em favor dos menos favorecidos, pois tinham por vontade a cooperação 
e ajuda mútua. Os chamados “Pioneiros de Rochdelle ” reuniram-se e organizaram-se a fim de 
resgatar seus direitos e melhorias de vida frente às dificuldades pós revolução, lutando por 
melhores oportunidades e inserção social frente a sociedade que detinha o poder gerando com 
isso a inclusão das pessoas, crescimento e desenvolvimento das famílias numa sociedade que 
fosse justa a todos. O cooperativismo nasceu de um perfil revolucionário, através da união das 
pessoas, que juntas trabalharam para o alcance de uma melhoria de vida social, econômica e 
cultural, sem o objetivo de lucro. O interesse de todos é para o alcance de um objetivo que 
seja comum e favoreça a todos, privilegiando sempre o lado social. O alicerce que compõe as 
cooperativas são os valores como a ajuda mútua entre os envolvidos, democracia, igualdade, 
responsabilidade e solidariedade. A participação de todos, o comprometimento com a empresa 
cooperativa, a definição de valores morais e éticos, a fidelidade dos associados, os interesses 
em comum, tornará as pessoas unidas desenvolvendo a cidadania, na construção coletiva de 
uma sociedade melhor e igualitária, na luta para enfrentar futuras dificuldades, sem perder 
seus ideais. Segundo a OCB- Organização das Cooperativas Brasileiras (2014) existem 13 
ramos de cooperativas ativas no Brasil, a seguir identificados: as Cooperativas de Consumo, 
Produção, Agropecuário, de Crédito, Educacional, Habitacional, Infraestrutura, Mineral, de 
Saúde, Trabalho, Transporte, Lazer e Especial que deverão cada uma atuar em suas 
especialidades dentro dos princípios do cooperativismo. Os sete princípios do Cooperativismo 
segundo a OCB são: Adesão livre e voluntária; Gestão democrática; Participação econômica 
dos sócios, Autonomia e Independência, Educação, Formação e Informação; Inter cooperação 
e Interesse pela comunidade Segundo a OCB, no Brasil, a primeira cooperativa nasceu em 
1889, na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, através do padre 
Theodor Amstadt, em 1902, foi fundada a primeira cooperativa de crédito, sendo que as 
demais cooperativas tiveram seu início a partir de 1906, por iniciativa dos imigrantes alemães 
e italianos, que trouxeram suas experiências, organizando-se através das cooperativas. 
 Os 7 princípios do cooperativismo: 
1. ADESÃO VOLUNTÁRIA E LIVRE As cooperativas são abertas para todas as pessoas 
que queiram participar, estejam alinhadas ao seu objetivo econômico, e dispostas a assumir 
10 
 
suas responsabilidades como membro. Não existe qualquer discriminação por sexo, raça, 
classe, crença ou ideologia. 
2. GESTÃO DEMOCRÁTICA As cooperativas são organizações democráticas controladas 
por todos os seus membros, que participam ativamente na formulação de suas políticas e na 
tomada de decisões. E os representantes oficiais são eleitos por todo o grupo. 
3. PARTICIPAÇÃO ECONÔMICA DOS MEMBROS Em uma cooperativa, os membros 
contribuem equitativamente para o capital da organização. Parte do montante é, normalmente, 
propriedade comum da cooperativa e os membros recebem remuneração limitada ao capital 
integralizado, quando há. Os excedentes da cooperativa podem ser destinados às seguintes 
finalidades: benefícios aos membros, apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados ou 
para o desenvolvimento da própria cooperativa. Tudo sempre decidido democraticamente. 
4. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA As cooperativas são organizações autônomas, de 
ajuda mútua, controladas por seus membros, e nada deve mudar isso. Se uma cooperativa 
firmar acordos com outras organizações, públicas ou privadas, deve fazer em condições de 
assegurar o controle democrático pelos membros e a sua autonomia. 
5. EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO E INFORMAÇÃO Ser cooperativista é se comprometer 
com o futuro dos cooperados, do movimentoe das comunidades. As cooperativas promovem 
a educação e a formação para que seus membros e trabalhadores possam contribuir para o 
desenvolvimento dos negócios e, consequentemente, dos lugares onde estão presentes. Além 
disso, oferece informações para o público em geral, especialmente jovens, sobre a natureza e 
vantagens do cooperativismo. 
6. INTERCOOPERAÇÃO Cooperativismo é trabalhar em conjunto. É assim, atuando 
juntas, que as cooperativas dão mais força ao movimento e servem de forma mais eficaz aos 
cooperados. Sejam unidas em estruturas locais, regionais, nacionais ou até mesmo 
internacionais, o objetivo é sempre se juntar em torno de um bem comum. 
7. INTERESSE PELA COMUNIDADE Contribuir para o desenvolvimento sustentável das 
comunidades é algo natural ao cooperativismo. As cooperativas fazem isso por meio de 
políticas aprovadas pelos membros (SISTEMA OCB, s.d.c). Os sete princípios nos permitem 
entender que o cooperativismo é muito mais do que um modelo de negócios surgido e 
evoluído com o contexto do capitalismo e motivado por razões de mercado. Um dos objetivos 
desse trabalho é, exatamente, evidenciar a natureza do cooperativismo como um movimento: 
11 
 
o movimento cooperativista. Poucas instituições inseridas no livre mercado podem exibir tão 
poderosa influência econômica, com resultados socialmente tão importantes quanto a nascida 
da pequena loja de Rochdale e seus princípios. 
 Ramos das atividades econômicas 
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), há 13 ramos de atuação do 
Cooperativismo, confira: 
 Cooperativas Agropecuárias; 
 Cooperativas de Consumo; 
 Cooperativas de Crédito; 
 Cooperativas Educacionais; 
 Cooperativas Especiais (para portadores de necessidades especiais); 
 Cooperativas de Infraestrutura; 
 Cooperativas Habitacionais; 
 Cooperativas de Produção; 
 Cooperativas de Mineral; 
 Cooperativas de Trabalho; 
 Cooperativas de Saúde; 
 Cooperativas de Turismo e lazer; 
 Cooperativas de Transporte. 
Os ramos foram divididos em 13 categorias para facilitar na organização e representação do 
cooperativismo. Assim, é mais fácil trabalhar o impacto positivo da cooperação e levar ao 
crescimento de todos os ramos envolvidos. Cooperar, significa trabalhar simultânea ou 
coletivamente com outras pessoas na busca por um objetivo comum. A palavra “cooperar” 
deriva etimologicamente da palavra latina cooperari, formada por cum (com) e operari 
(trabalhar). Cooperação, é entendido como o método de ação pelo qual indivíduos ou famílias 
com interesses comuns, se propõem a constituir um empreendimento no qual os direitos de 
todos são iguais e as sobras alcançadas são repartidas somente entre os associados, de acordo 
12 
 
com a sua participação na atividade societária. É uma forma de trabalho que, de forma 
coletiva, planejam-se os serviços, produção, comercialização e outros necessários ao alcance 
dos objetivos do grupo. Isto significa unir e coordenar meios e esforços de cada um para a 
realização de uma atividade comum, visando alcançar um resultado procurado por todos. 
O cooperativismo financeiro é o caminho para uma vida financeira mais justa. Tudo começa 
quando você escolhe uma cooperativa e se une a outros cooperados. Além de ter acesso a 
produtos e serviços financeiros completos com taxas mais justas, você participa das decisões e 
também dos resultados anuais da cooperativa. Juntos, os cooperados somam recursos, se 
fortalecem e assim, impulsionam o desenvolvimento de toda a região, gerando benefícios até 
para quem não é cooperado. 
2.2 Sistema Cooperativo de Crédito 
 Como surgiu o cooperativismo de crédito? 
Bittencourt (2000) define cooperativa de crédito como a associação que executa os mesmos 
serviços de um banco, pois financia a produção e os investimentos, aceita depósitos e cobra 
contas, fornecem talões de cheques e cartão de crédito, tem opções de aplicações e adianta 
dinheiro para fazer negócios. Por outro lado, Bittencourt (2000) diferencia o processo da 
cooperativa de crédito dos bancos em geral pelo fato de que seus proprietários são seus 
próprios associados e não precisa haver lucro para funcionar, basta ser remunerado o 
suficiente para saldar suas próprias contas. O seu custo é rateado entre o quadro social 
proveniente de juros e pequenas taxas. 
 
O estilo surgiu no século 18, quando alguns operários se reuniram em uma sociedade. 
Portanto, ela se tornou um modelo de negócio para os acordos que se formaram depois. 
No começo a cooperativa de crédito rural oferecia apenas o básico para as famílias viverem. 
Ou seja, produtos essenciais como farinha, manteiga, velas e açúcar. Mas, ao longo do tempo, 
as ofertas mudaram e demonstraram qualidade em bons preços 
 Cooperativa de crédito no Brasil 
A modalidade no Brasil surgiu com um padre jesuíta no Rio Grande do Sul. Isso porque, ele 
começou a buscar soluções que ajudassem as famílias de fiéis a saírem da pobreza. Com isso, 
fundou o que depois seria conhecido como Sicredi. 
13 
 
Sua sede foi na Linha Imperial, no município de Nova Petrópolis. Portanto, ela continua a 
operar até os dias atuais e hoje em dia é uma das maiores do ramo. Assim, as instituições se 
transformaram em uma grande ferramenta de inclusão econômica e social. 
Nas palavras de Pagnussatt, 
Cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, constituídas com o objetivo de 
prestar serviços financeiros aos seus associados, na forma de ajuda mútua, baseada em 
valores como igualdade, equidade, solidariedade, democracia e responsabilidade 
social. Além da prestação de serviços comuns, visam diminuir desigualdades sociais, 
facilitar o acesso aos serviços financeiros, difundir o espírito da cooperação e 
estimular a união de todos em prol do bem-estar comum (2004, p. 13) 
Você conhece uma cooperativa de crédito? Ela nada mais é do que uma instituição financeira 
em que pessoas prestam serviços financeiros para seus associados, ou seja, os cooperados 
participam de sua gestão e usufruem os produtos e serviços. É nessas cooperativas que os 
clientes encontram os serviços essenciais dos bancos, tais como aplicações financeiras, 
empréstimos, financiamentos e contas correntes. Como a cooperativa não visa lucro, os 
associados têm o mesmo poder de voto, não sendo levado em consideração o montante do seu 
capital na cooperativa. Dessa forma, todos os participantes têm os mesmos direitos e deveres, 
sendo sua adesão voluntária. 
 Exemplo de cooperativa de crédito 
Hoje em dia o país tem várias instituições nesse estilo e por isso, é interessante conhecer um 
pouco sobre cada uma delas. Então, veja um pouco mais sobre cada uma delas a seguir. 
Sicoob 
A cooperativa de crédito Sicoob surgiu em 1997 e possui mais de 5 milhões de cooperados 
hoje em dia. Dessa forma, abrange quase 400 instituições e atua em todos os estados. Assim, 
já atende mais de 2 mil cidades e tem diversos polos. 
Unicred 
O Unicred nasceu há 30 anos e tem unidades em São Paulo e Porto Alegre. Mas, está presente 
em 15 estados e cresce a cada ano mais, por isso já conta com mais de 220 associados. 
Viacredi 
14 
 
Ela surgiu em 1951, quando 21 funcionários da Hering, em Santa Catarina, se reuniram. 
Desde então, conta com 99 pontos de atendimento e mais de 640 mil pessoas e mais de 1,5 
milhão de colaboradores. 
Sicredi 
A cooperativa de crédito Sicredi é a pioneira do Brasil e nasceu em 1902. Portanto, hoje em 
dia possui mais de 439 milhões de associados. Com isso, está presente quase em todo o país e 
tem mais de 2 mil agências distribuídas com 30 mil colaboradores. 
É através das cooperativas que os associados conseguem atendimentos exclusivos para as suas 
necessidades. No final do exercício ocorre a sua participação nas chamadas sobras, que serão 
divididas entre os cooperados, outro nome dado aos associados. É importante ressaltar que da 
mesma forma que existe a divisão dassobras, os associados podem participar de um rateio de 
possíveis perdas. 
A cooperativa de crédito é instituída pela Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, pela Lei n. 
5.764, de 16 de dezembro de 1971, pela Lei Complementar n. 130, de 17 de abril de 2009, e 
pela Resolução n. 3.859, de 27 de maio de 2010; entretanto, muitos especialistas estão 
aderindo ao termo cooperativa financeira, uma vez que o crédito vai além do que as 
cooperativas já fazem ou podem fazer atualmente. Os especialistas afirmam que os recursos 
oferecidos pelas cooperativas são prioritários porque elas precisam, além de emprestar 
dinheiro, captar recursos e cumprir com os exercícios da função da intermediação financeira, 
com uma remuneração justa. 
O fornecimento dos recursos financeiros aos associados é uma das atividades prioritárias das 
cooperativas, mesmo porque, para poderem emprestar dinheiro, é necessário que as 
cooperativas captem recursos anteriores aos empréstimos aos seus associados, mesmo que 
seja sob o formato de capital social com seu montante equivalente, sendo importante ressaltar 
que esse fato, por si só, já torna imprópria a terminologia crédito como forma de designar a 
atividade das cooperativas. A função de intermediação financeira clássica nos remete à 
condição primordial para as cooperativas cumprirem seu verdadeiro papel: ser uma instituição 
financeira principal para seus associados. 
O Cooperativismo de Crédito é um sistema financeiro que tem como objetivo proporcionar 
crédito e moeda por meio da mutualidade. Preocupa-se em eliminar os intermediários na 
15 
 
captação de recursos, nos investimentos e na concessão de empréstimos, fazendo do tomador 
e do investidor uma só pessoa. 
O Cooperativismo de Crédito se destaca pela observância dos princípios da boa gestão 
empresaria Cooperativa de Crédito é uma sociedade constituída por pessoas unidas pela 
cooperação e ajuda mútua que se organizam para desenvolver programas de assistência 
financeira e de prestação de serviços, buscando obter o adequado atendimento de suas 
necessidades econômicas. 
Enquanto serviços, oferece a seus associados empréstimos pessoais, financiamento de bens 
duráveis, orientação para compras a prazo e investimentos, conta corrente, cheque especial, 
RDC/ CDC (Depósito a Prazo Cooperativo), recebimento de proventos, seguros, serviço de 
saneamento financeiro e etc. Por 9 isso, assim como os bancos precisa de autorização e 
regulamentação do Banco Central para funcionar. 
 Proteção: 
Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo Garantidor do 
Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósitos e os créditos mantidos 
nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou 
liquidação extrajudicial dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o 
mesmo em vigor para os depositantes dos bancos. 
 Política Nacional de Cooperativismo: 
A Política Nacional de Cooperativismo, definida pela Lei nº 5.764/1971, instituiu o regime 
jurídico das sociedades cooperativas, suas características, definiu os princípios do 
cooperativismo e os seguintes tipos de cooperativas: 
singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas, sendo permitida a 
admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às de 
pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. 
Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares 
filiadas. 
Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três 
cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades. 
 Banco cooperativo: 
16 
 
A Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n° 2.788/2000 autorizou a constituição 
de bancos cooperativos mediante controle acionário de cooperativas centrais. Eles atuam com 
o objetivo de possibilitar o acesso aos produtos e serviços bancários não disponíveis às 
cooperativas de crédito, tais como acesso à câmara de compensação de cheques, aos créditos 
oficiais, à reserva bancária e ao mercado interfinanceiro. Os bancos cooperativos subordinam-
se à legislação e à regulamentação aplicáveis aos bancos comerciais e aos bancos múltiplos 
em geral. 
 Sistema Nacional de Crédito Cooperativo 
A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais das Sociedades 
Cooperativas de Crédito. Segundo essa Lei, as cooperativas de crédito podem conceder 
crédito e captar depósitos à vista e a prazo dos respectivos associados, realizar recebimentos e 
pagamentos por conta de terceiros, realizar operações com outras instituições financeiras e 
obter recursos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de 
remuneração, além de outras operações. 
As cooperativas centrais de crédito são constituídas para organizar, em comum acordo e em 
maior escala, os serviços financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas 
atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. São também 
responsáveis pela supervisão auxiliar das singulares. 
As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das cooperativas centrais de crédito, 
não podem realizar operações restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos 
e a concessão de empréstimos. 
As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar, 
coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a 
natureza das atividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação 
das associadas. 
 Exigência de Capital 
A Resolução CMN n° 4.434/2015 classificou as cooperativas singulares nas seguintes 
categorias de acordo com as operações praticadas: plena, clássica e de capital e empréstimo. 
17 
 
Em função da complexidade das operações realizadas e do risco assumido, a cooperativa 
plena está sujeita ao Regime Prudencial Completo (RPC) de alocação de capital regulamentar 
estabelecido pelas Resoluções CMN nos 4.192 e 4.193/2013 e circulares relacionadas. 
Por outro lado, a cooperativa clássica e a cooperativa de capital e empréstimo, devido à baixa 
complexidade operacional e a menor exposição a risco, podem optar pelo Regime Prudencial 
Simplificado (RPS) de alocação de capital regulamentar, conforme Resoluções CMN nos 
4.192 e 4.606/2017 e circulares relacionadas. 
Uma cooperativa se diferencia de outros tipos de 
associações de pessoas por seu caráter essencialmente 
econômico (SEBRAE, 2014, p. 11). 
 
 Na cooperativa, todo associado é dono. Enquanto no banco, é apenas cliente 
 Talvez, esta seja a principal diferença entre as duas instituições. E isso ocorre justamente pela 
formação de cada uma delas. 
As cooperativas de crédito são sociedades de pessoas formadas especificamente para prestar 
serviços financeiros para outras pessoas, no caso seus associados, e não visam o lucro. 
Por isso, na instituição financeira cooperativa, todo associado se torna dono. Mas, o que isso 
significa na prática? 
Além de usufruir dos produtos e serviços contratados, cada associado também pode contribuir 
com as decisões da sua cooperativa por meio das assembleias e participar da distribuição de 
resultados, se houver. 
Por sua vez, ao adquirir um produto ou serviço em um banco tradicional você será apenas 
cliente e poderá ter os benefícios daquilo que contratou, mas a relação não para por aí. 
Isso acontece porque os bancos comerciais são instituições que visam o lucro. E, por ser uma 
sociedade anônima, seu capital é dividido em ações que são comercializadas na Bolsa de 
Valores. Ou seja, para ser dono de uma parte do banco, é preciso ser acionista. 
 A instituição financeira cooperativa contribui com a bancarização 
https://www.sicredi.com.br/assembleias/
18 
 
Principalmente nas cidades do interior, que estão maisdistantes dos grandes centros, é até 
normal encontrar pessoas sem nenhum acesso a qualquer tipo de serviço financeiro. O que 
pode dificultar muito o seu dia a dia. 
Com forte atuação em cidades pequenas, as instituições financeiras cooperativas contribuem 
fortemente com a bancarização e inclusão financeira e, em muitas regiões, é a única opção 
para a população daquela localidade. 
Poder contar com a presença de uma cooperativa de crédito traz dois grandes benefícios para 
uma região: 
1 – Garantir que mais pessoas possam cuidar melhor do seu dinheiro e realizar operações 
financeiras com segurança; 
2 – Faz parte da essência cooperativa e investir no desenvolvimento econômico e social da 
região em que atua, estimulando o surgimento e crescimento de novos negócios. 
 Cooperativas X Bancos 
Segundo Meinen e Port (2014), a cooperativa nasce da necessidade de um grupo de pessoas 
que se reúnem para a troca, exercendo a mutualidade entre si e buscando, juntos, soluções 
para seus problemas. Já a instituição financeira convencional, por outro lado, surge do ideal e 
da iniciativa unilateral do dono do capital, sem consultas aos usuários da instituição, com o 
único objetivo de agregar e ampliar o capital investido. 
Principais diferenças entre as cooperativas e os bancos: 
As Cooperativas de Crédito são sociedades de pessoas e não de capital, em que o poder de 
decisão está na efetiva participação dos sócios e não na detenção de quotas de capital social 
na instituição. A Cooperativa de Crédito tem como objetivo a captação e administração de 
recursos ou depósitos, empréstimos e prestação de serviços aos cooperados, 
independentemente da ideia de, como pessoa jurídica, obter vantagens para si, em detrimento 
do resultado do sócio, este investido da dupla qualidade: de associado e cliente das operações 
e dos serviços cooperativos. Suas operações estão restritas ao quadro associativo que é 
constituído de pessoas físicas e jurídicas. Os resultados (sobras) são distribuídos entre os 
sócios, proporcionalmente ao volume de operações que realizam durante o exercício. Nas 
Cooperativas o controle é democrático (1 pessoa = 1 voto) enquanto que nos Bancos o 
controle é exercido a partir da participação do capital. As relações obrigacionais entre sócio e 
cooperativa não se confundem com a de fornecedor e consumidor, pois estas são 
https://www.sicredi.com.br/site/sobre-nos/noticias/estudo-inedito-mostra-importancia-do-cooperativismo-de-credito-para-gerar-inclusao-financeira/
https://www.sicredi.com.br/site/sobre-nos/noticias/estudo-inedito-mostra-importancia-do-cooperativismo-de-credito-para-gerar-inclusao-financeira/
19 
 
caracterizadas como atos cooperativos, com tratamento próprio na legislação cooperativista. É 
vedada a transferência de quotas-partes (capital social) a terceiros, enquanto que nos Bancos a 
transferência do capital (ações) pode ser feita livremente (bolsa de valores). Sobre o resultado 
não incide tributação (Imposto de Renda e Contribuição Social (CSSL)), em face da 
tributação se dar na pessoa física do associado. 
 Nas cooperativas de créditos as taxas são mais justas 
Como comentamos anteriormente, as instituições financeiras cooperativas não visam o lucro, 
pois buscam o crescimento da cooperativa e seus cooperados de forma mútua. Diferente dos 
bancos tradicionais, que têm como objetivo dar lucro aos seus acionistas. 
E é justamente por não visar lucro que as cooperativas de créditos conseguem oferecer seus 
produtos e serviços com taxas mais justas em comparação aos bancos comerciais. 
Ademais, Tavares (2018) acrescenta que, ao comparar as cooperativas de crédito com os 
bancos, é possível perceber outra grande diferença: a distribuição dos resultados. O banco 
destina seu lucro aos acionistas, enquanto que, por outro lado, as cooperativas de crédito 
distribuem as suas sobras aos seus cooperados, conforme dispõe o Art. 4°, inciso VII, da Lei 
n° 5.764, de 1971, que explicita que o retorno das sobras líquidas do exercício é proporcional 
às operações realizadas pelo associado na cooperativa, salvo deliberação em contrário da 
Assembleia Geral. 
Os bancos cooperativos e o cooperativismo, que dão autonomia às cooperativas de crédito, 
são constantemente comparados aos bancos comerciais, já que ofertam aos associados 
serviços e produtos financeiros com qualidade, com o diferencial de serem uma cooperativa. 
 Finalidade 
Como dito anteriormente, a finalidade das cooperativas é fornecer créditos aos associados 
com menores taxas de juros comumente cobradas pelo sistema financeiro convencional, 
ajudando aos seus associados que não teriam acesso às demais plataformas de crédito, como 
os trabalhadores de baixa renda, por exemplo. De acordo com Polonio (2004, p. 70), 
[...] tem a finalidade de proporcionar a seus associados créditos em 
moeda por meio da mutualidade e da economia, mediante uma taxa 
módica de juros, auxiliando, de modo particular, o pequeno 
trabalhador em qualquer ordem de atividade na qual ele se 
manifeste, seja agrícola, industrial, comercial ou profissional e, 
20 
 
acessoriamente, podendo fazer, com pessoas estranhas à sociedade, 
operações de crédito passivo e outros serviços conexos ou auxiliares 
de crédito. 
Concorda-se com Schardong (2002, p. 84) quando ele afirma que a cooperativa de crédito 
objetiva captar recursos financeiros com o intuito de financiar atividades econômicas para 
seus cooperados, além de administrar o controle de suas poupanças e, por fim, prestar serviços 
de natureza bancária demandada por eles. 
 Vantagens de uma cooperativa de credito 
Possui taxa de juros reduzidas e quase sempre não tem tarifas de serviço. Além disso, têm 
rendimentos superiores aos de bancos, por isso funcionam como uma opção de investimento. 
Seu atendimento costuma ser personalizado para atender todas as questões únicas que cada 
um tem. No entanto, os sócios têm uma participação ativa nos rumos do negócio. 
Além das vantagens citadas anteriormente, todos os associados têm acesso ao Banco Nacional 
do Desenvolvimento (BNDES) para financiamento dos seus investimentos fixos. Para os 
empresários de empresas de atividades rurais de pequeno porte, as cooperativas garantem-lhes 
acesso facilitado aos recursos subsidiados do crédito rural. 
 Outras vantagens 
Podemos citar também as seguintes vantagens das cooperativas: 
• aplicação dos recursos das poupanças e renda no próprio município, o que contribui com o 
desenvolvimento local; 
• acesso facilitado de pequenos negócios à poupança, ao crédito e a outros serviços bancários; 
• custo operacional menor quando comparado a outros bancos; 
• crédito adequado imediato às condições dos associados; 
• facilidade na abertura de contas; 
• oportunidade de obter maior rendimento nas aplicações financeiras 
 Desvantagens de uma cooperativa de crédito 
A principal desvantagem do negócio é que quando há prejuízos todos devem arcar com ele. 
Assim, o lucro não é garantido e pode ser preciso fazer aportes ao longo de todos os anos. 
21 
 
Sabendo desse problema, e para evitar uma repercussão muito ruim, as cooperativas mantêm 
um fundo de reserva; entretanto, se mesmo com o fundo de reserva a perda não for 
compensada, o débito será rateado entre todos os associados, valendo aqui uma ressalva: os 
débitos serão compensados mediante sobras dos exercícios seguintes. 
Embora nas instituições tradicionais todos os encargos sejam reduzidos normalmente, é de 
suma importância comparar os valores cobrados, não se esquecendo de verificar o custo 
efetivo total (CET). 
 Riscos de uma cooperativa de crédito 
O maior risco de se investir em uma cooperativa de crédito é o de ela quebrar (falir), isso 
porque, além de o associado perder o valor investido, precisará arcar com os valores 
financeiros para minimizar o prejuízo. Sabe-se que a chance de isso acontecer é remota, mas é 
muito importante saber que háessa possibilidade antes de abrir uma conta nas cooperativas. 
Embora haja garantias, geralmente o ressarcimento é demorado e ninguém deseja arcar com 
esse tipo de prejuízo. 
De acordo com Almada (s.d.): 
[...] o cooperado está para sua cooperativa como o dono de um 
restaurante que almoça na sua própria empresa e faz o registro para 
posterior acerto com o seu sócio. É uma relação peculiar, que traz 
consigo uma série de características próprias: correta inclusão social, 
acesso a serviços escassos, desenvolvimento local etc. 
 
Como na cooperativa ocorre uma sociedade de pessoas, os processos dentro dela têm por base 
a democracia, a tomada de decisões – sendo votadas pela maioria (quadro social) – e a 
participação 
 Direitos e deveres dos associados 
Como em todas as associações com ou sem fins lucrativos, as cooperativas estabelecem 
direitos e deveres aos seus membros. 
• Direitos 
Entre os direitos dos associados das cooperativas, podemos citar: 
22 
 
• frequentar assembleias gerais, decidindo, mediante seu voto, todos os assuntos que sejam de 
interesse da cooperativa; 
• votar, assim como ser votado, para cargos fiscais, administrativos ou outras funções; 
• participar de várias atividades, tais como econômicas, educativas e sociais; 
• ser usuário, assim como consumidor, dos produtos e serviços ofertados pela cooperativa; 
• receber o retorno proporcional das sobras de capital, quando houver; 
• solicitar, sempre que tiver dúvidas, esclarecimentos aos dirigentes, aos conselheiros e aos 
funcionários; 
• convocar assembleia extraordinária, caso julgue necessário, conforme estabelecido no 
estatuto; 
• obter balanços patrimoniais (financeiros), DRE (demonstrativos) e relatórios antes da 
realização das assembleias gerais; 
• retirar seu capital investido ao se desligar da cooperativa, conforme estabelecido no estatuto. 
•Deveres 
Entre os deveres dos associados das cooperativas, podemos citar: 
• subscrever e, na sequência, integralizar as cotas-parte do capital fixadas no estatuto para 
poder ingressar na cooperativa; 
• operar com a cooperativa, preferencialmente, nos depósitos à vista e/ou a prazo, 
transferências eletrônicas e débitos automáticos, descontos de recebíveis, entre outros; 
• respeitar, mesmo que não tenha sido seu voto, todas as decisões das assembleias gerais, pois 
os votos advindos das assembleias representam a vontade dos associados; 
• zelar sempre pelo interesse comum, assim como pela autonomia da cooperativa; 
• colaborar no planejamento, no funcionamento, na avaliação e na fiscalização de todas as 
atividades; 
• debater as ideias e decidir, por voto, os objetivos e as metas dos interesses comuns; 
• denunciar ao conselho fiscal ou administrativo os procedimentos indevidos que tomar 
conhecimento; 
23 
 
• participar do rateio das despesas, desde que sejam comuns à cooperativa; se forem 
verificadas perdas no exercício, é de obrigação do associado cobri-las, sempre de forma 
proporcional à sua movimentação (SEBRAE, 2014). 
 Órgãos estatutários e administrativos da cooperativa 
A cooperativa de crédito nada mais é do que uma empresa cujos proprietários são os próprios 
associados. Todas as decisões são tomadas nas assembleias, as quais buscam atingir a todos, 
mesmo que discordantes ou ausentes. Para o bom desenvolvimento de seus trabalhos, 
basicamente, uma cooperativa de crédito faz uso da estrutura organizacional conforme abaixo: 
- Assembleia geral: Refere-se à reunião para todos os cooperados e constitui o principal fórum 
de decisão da cooperativa, seguindo o previsto no Estatuto Social, em que há igualdade do 
poder no voto de cada sócio na definição dos interesses da empresa. Representa o princípio da 
gestão democrática do empreendimento cooperativista 
- Conselho de Administração: Refere-se ao órgão superior na administração da cooperativa, 
formado obrigatoriamente por associados eleitos pela Assembleia Geral Ordinária. O 
Conselho é responsável pela execução das propostas aprovadas pela Assembleia Geral e 
também pela gestão da cooperativa. O número de conselheiros é definido no estatuto e seu 
mandato não poderá ser superior a quatro anos, sendo obrigatório renovar 1/3 dos seus 
componentes, pelo menos. 
- Conselho Fiscal: É um órgão independente dentro da cooperativa, sendo sua incumbência a 
fiscalização, em nome dos demais associados, assim como a administração do patrimônio e 
das operações da cooperativa. Vale ressaltar que esse conselho é formado por seis associados 
eleitos na Assembleia Geral Ordinária, sendo três efetivos e três suplentes. O mandato pode 
ser de até três anos, com renovação obrigatória de, pelo menos, 1/3 de seus membros, sendo 
um efetivo e um suplente 
- Diretoria Executiva: A forma de sua escolha deve estar prevista no Estatuto Social. 
Geralmente escolhe-se entre os próprios conselheiros de administração na atual legislação. É 
permitido que a cooperativa de crédito tenha uma diretoria executiva subordinada ao 
Conselho, na qualidade de órgão estatutário, composta por pessoas físicas, associadas ou não, 
indicadas pelo Conselho 
- Órgãos auxiliares da administração (facultativos): Constituído por secretarias, assessorias, 
gerências, comissões, comitês ou núcleos, com atribuições específicas, tais como: Comitê de 
24 
 
Crédito, Gerências Administrativas, Comitê de Recuperação e Crédito, Financeiras, de 
Suporte Tecnológico e de RH, Auditoria e Controle Interno, Controles de Riscos Internos e 
Externos, Ética, Marketing e Comunicação, Serviços Gerais, entre outros. 
Cooperar para competir é articular forças para superar 
dificuldades e solucionar problemas e necessidades 
comuns: “No mundo não existem soluções. Existem forças 
em marcha. Basta articula-las e as soluções se seguirão” 
(Saint Exupéry). 
´´O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é 
melhor que competir. `` 
2.3 Administração Estratégica 
A administração estratégica é um processo no qual ocorrem decisões e ações empresariais com foco na 
vantagem competitiva para atingir objetivos. Muito embora estratégia seja de conceito e aplicação 
milenar, sua aplicação empresarial começou somente no século XX, notadamente, a partir de 1950. 
Administração estratégica é um processo que 
consiste no conjunto de decisões e ações que visam 
proporcionar uma adequação competitivamente 
superior entre a organização e seu ambiente, de 
forma a permitir que ela alcance seus objetivos 
(SOBRAL; PECI, 2013, p. 206). 
A administração estratégica é o campo onde é efetuado o planejamento estratégico da empresa 
tendo como base sua missão, visão e valores. 
Neste campo são estabelecidos conjuntos de opções, diretrizes e valores determinados pelos 
líderes (alta administração) da empresa, para que a organização possa ter um bom 
desenvolvimento a longo prazo. 
Através das estratégias é possível estabelecer objetivos, metas, projetos, orçamentos, logística, 
táticas, planos de ação, e também antecipar problemas que podem ocorrer durante o percurso, 
diminuindo os riscos da empresa. 
O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é uma fórmula ampla de como a empresa 
competirá e quais serão as metas e políticas estabelecidas para alcançar o objetivo. 
Como exemplos de alguns tipos de estratégia nas empresas podemos citar: redução de custos, 
inovação, expansão e internacionalização. 
25 
 
Ser estratégico é acima de tudo se preparar para enfrentar e vencer desafios, enxergar ameaças 
e oportunidades que ainda não existem. 
A administração estratégica é um processo contínuo devido a mudanças constantes que 
ocorrem no micro e macroambiente. 
Por isso ela deve estar em constante monitoramento dos resultados organizacionais e a partir 
disso devem ser feitas as adaptações necessárias. 
Ela também é um campo interativo e visa manter uma organização como um conjunto 
apropriadamente integrado a seuambiente. 
Para que a administração estratégica possa acontecer e devido ao seu grande impacto na vida 
da organização, ela é dividida em algumas áreas como: planejamento estratégico, gestão 
estratégica, controle e administração da estratégia empresarial e sistema de informação 
estratégico. 
Sendo assim, podemos concluir que a administração estratégica é um conjunto integrado e 
coordenado de ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem 
competitiva. 
De acordo com Ansoff (1965), a vantagem competitiva procura identificar propriedades 
específicas e combinações individuais de produtos e mercados que dão à empresa uma forte 
posição concorrencial. Numa outra definição: 
Uma vantagem competitiva sustentável ou sustentada ocorre quando uma 
empresa implementa uma estratégia de criação de valor da qual outras 
empresas são incapazes de duplicar os benefícios ou os mesmos são custosos 
de imitar (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 1999, p. 5). 
 
Onde a empresa escolhe quais caminhos seguirá para ampliar o sucesso da organização, tanto 
no presente como no futuro, fornecendo condições para acrescentar novos elementos de 
reflexão e ação sistemática continuada, para avaliar a situação atual, elaborar projetos e 
mudanças estratégicas. Portanto ela é legitima e essencial nos negócios. 
Segundo MINTZBERG (1983), o termo estratégia assumiu o sentido de 
habilidade administrativa na época de Péricles (450 a.C.), quando passou a 
significar habilidades gerenciais (administrativas, de liderança, de oratória, 
poder). Mais tarde, no tempo de Alexandre (330 a.C.), adquiria o significado 
26 
 
de habilidades empregadas para vencer um oponente e criar um sistema 
unificado de governabilidade global. 
 Evolução histórica da estratégia 
Na Grécia Antiga, período histórico compreendido entre os séculos XV e III a.C., a palavra 
strategía significava “a arte de ser general” liderando exércitos e derrotando inimigos. Você 
provavelmente assistiu a filmes ou leu livros sobre guerras e conflitos armados. Pois é 
exatamente esse o ponto de partida: a estratégia é necessária quando há competição! Quando 
exércitos se enfrentam, estão competindo por algo: terreno, recursos, poder etc. Quando 
empresas se enfrentam no mercado, estão competindo por algo também: o cliente. 
Muito embora pareça estranho à primeira vista, sob o ponto de vista da teoria econômica, 
empresas que atuem de forma idêntica para atingir os mesmos clientes são redundantes: 
bastaria uma existir. Pense numa pequena cidade no agreste. Poucos habitantes, a maioria 
espalhada na região rural, baixa renda, uma única escola e um só mercadinho. Sob a ótica de 
utilidade econômica, não faz sentido abrir outro mercadinho, a não ser que o novo negócio 
tenha diferenciais e acabe sobrepujando o outro. Dois mercadinhos de atuação semelhante vão 
dividir o mesmo mercado e a rentabilidade dos dois será sofrível – talvez ambos quebrem. Em 
mercados grandes o suficiente para acomodar dois ou mais competidores, quando a atuação 
de um é percebida como diferente e positiva, este naturalmente se sobrepõe aos outros e 
conquista espaço, crescendo mais rapidamente. Como vimos, esse é o papel da estratégia: 
criar vantagens competitivas dificilmente copiáveis pelos concorrentes. 
Se a Grécia Antiga criou o conceito da estratégia, coincidentemente no mesmo período 
histórico, por volta de 500 a.C., um general e filósofo chinês chamado Sun Tzu escreveu um 
livro impactante até hoje: A arte da guerra, obra em que o autor desenvolve várias técnicas 
estratégicas para derrotar um exército adversário. 
[...] o livro cobre todos os aspectos de como se fazer uma guerra e fornece 
grandes quantidades de conselhos estratégicos e filosóficos que ainda estão 
sendo usados como uma fonte de inspiração para políticos e líderes 
empresariais (AURIK; JONK; FABEL, 2014, p. 5). 
A obra em questão é um texto derivado daquilo que se concebia na época como guerra na 
China. Ou seja, há toda uma contextualização social, histórica e comportamental cujo 
conteúdo foi apropriado pela área da administração como uma metáfora: negócios são guerra. 
27 
 
Tzu (2006) considera o conhecimento como o recurso mais importante, pois permite que o 
general consiga calcular os fatores vitoriosos na batalha. 
Conhece teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a 
travar, cem vezes serás vitorioso. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti 
mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao 
mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas 
derrotas. [...] Segue esse princípio. Não deixes escapar nenhuma 
oportunidade. [...] Se um general ignora o ponto fraco e o forte do inimigo 
que deve combater, se não conhece a fundo o terreno que ele ocupa no 
momento, nem os que pode ocupar em função das circunstâncias, talvez 
contraponha ao que há de melhor no exército inimigo o que há de pior no seu 
(TZU, 2006, p. 23-58) 
De maneira direta e utilizando o linguajar da época, Tzu (2006) descreve o que se pode 
interpretar como conceitos e aplicações de: 
• oportunidades; 
• ameaças; 
• uso do tempo como vantagem; 
• uso do espaço físico como vantagem; 
• eficiência e eficácia; 
• disciplina; 
• táticas; 
Avancemos alguns séculos e passemos para a época do descobrimento do Brasil. Nicolau 
Maquiavel (Niccolò Machiavelli, originalmente, em italiano) foi filósofo, historiador, 
dramaturgo, diplomata e escritor. É considerado o precursor da teoria política, pois procurava 
descrever o Estado e os meios de governar de maneira direta e clara. Tanto é assim que um de 
seus livros, O príncipe, publicado em 1532, é editado e estudado com afinco até hoje pelos 
interessados em ciências políticas. 
Contudo, em nosso resgate histórico, foi outro livro de Maquiavel, coincidentemente 
intitulado A arte da guerra, que trouxe grandes contribuições para entender estratégia. São 
sete volumes descrevendo “a organização do exército, a hierarquia de comando, a formação 
de soldados, o Estado-maior e os códigos de leis militares” (DAROS, 2017, p. 88). Para 
28 
 
Maquiavel, a guerra deve ser um assunto de Estado e de responsabilidade do poder maior: o 
rei. 
[...] Muda de decisão quando perceberes que o inimigo a descobriu. 
Convém nos aconselharmos com muitos a respeito das coisas que 
devemos fazer; depois, devemos confiar a poucos aquilo que 
queremos fazer. [...] Cuidemos que nossos inimigos não saibam 
como queremos dispor nosso exército para a batalha. Em uma ordem 
de batalha é melhor prover reforços suficientes atrás da primeira 
linha do que uma frente mais ampla, com soldados dispersos. 
Dificilmente será vencido quem souber avaliar suas forças e as do 
inimigo. Mais vale a coragem dos soldados do que a multidão; e 
algumas vezes mais vale a situação do que o valor. [...] Quem 
persegue em desordem o inimigo, depois de vencê-lo, quer passar de 
vitorioso a derrotado. Quem não prepara os alimentos necessários 
para subsistir é vencido sem o emprego de armas. Os bons 
comandantes nunca se empenham em uma batalha se a necessidade 
não os impele, ou a oportunidade não os chama (MAQUIAVEL, 
2007, p. 128). 
Veja que é possível discutir conceitos estratégicos como ameaças e oportunidades, bem como 
sigilo. 
Nenhum método é melhor do que aquele que o inimigo não percebe até o 
adotarmos. Na guerra, reconhecer a oportunidade e aproveitá-la vale mais do 
que qualquer outra coisa. A natureza não faz muitos homens bravos; a 
aplicação e o exercício, sim. Na guerra, a disciplina pode mais que o ímpeto 
(MAQUIAVEL, 2007, p. 127). 
A questão de recursos humanos treinados e disciplinados também é abordada, como pode ser 
visto no trecho anterior. Algumas décadas depois, o famoso samurai japonês Musashi 
escreveu suas ideias sobre guerra e estratégia: 
[...] o estudo do caminho da estratégia é o estudo de como vencer o 
homem. Atravésda vitória alcançada, cruzando espadas com outra 
pessoa ou enfrentando batalhas repletas de gente, conseguimos 
alcançar fama para nós próprios e para nossos senhores. Esta é a 
virtude da estratégia (MUSASHI, 2000, p. 41). 
Três séculos após, em 1832, um general prussiano chamado Carl Von Clausewitz publicou o 
livro Da guerra, conteúdo obrigatório para os estudantes de teoria militar em todo o mundo. 
29 
 
Para nós, o que interessa é o conjunto de contribuições que ele deu para que possamos 
compreender estratégia. 
[...] o estrategista deve definir, portanto, uma meta para todo o aspecto 
operativo da guerra, que deverá estar de acordo com o seu propósito. Em 
outras palavras, ele esboçará o plano de guerra, e o propósito determinará a 
série de ações pretendidas para atingi-lo [...] (CLAUSEWITZ, 2010, p. 199). 
Observe que nesse trecho ele está descrevendo como uma estratégia se desdobra em planos de 
ação para atingir um objetivo. 
Qualquer situação determinada exige que sejam calculadas as probabilidades à luz das 
circunstâncias, e o tempo disponível para estes cálculos dependerá do ritmo em que estão se 
realizando as operações. 
[...] A estratégia determina o momento e o lugar em que será travado o 
engajamento e as forças que dele participarão, e através desta tríplice 
atividade exerce uma considerável influência sobre o seu resultado. Uma vez 
travado um combate tático e estando assegurado o resultado, seja a vitória, 
seja a derrota, a estratégia o usará para servir ao propósito da guerra 
(CLAUSEWITZ, 2010, p. 88-220). 
Há inúmeras contribuições para o estudo de estratégia a partir de Von Clausewitz. 
Assim, podemos perceber que tanto o conceito quanto a aplicação de estratégia ficaram 
restritos ao campo militar durante séculos. Pense nas guerras travadas pelo Império Romano, 
ou por Marco Polo, ou por Napoleão Bonaparte: todas implicavam a adoção de estratégias 
para derrotar o inimigo. 
 Importância da Administração Estratégica 
Com a globalização reduzindo as fronteiras o aumento da concorrência é inevitável no 
contexto atual, e com isso, as organizações contemporâneas necessitam cada vez mais tentar 
garantir a sua sobrevivência empresarial. 
De acordo com pesquisa realizada pelo SEBRAE (2005), a taxa de mortalidade das empresas 
brasileiras é de 46,7% no segundo ano de existência, 53,4% e 62,7% para o terceiro e quarto 
ano de existência. 
30 
 
Para suportar essas dificuldades e na tentativa de amenizar as incertezas, as empresas 
precisam utilizar instrumentos para prever cenários, na tentativa de garantir o 
desenvolvimento e a permanência no mercado. 
Para que isso ocorra, é preciso que se implante uma política de planejamento e que medidas 
estratégicas sejam adotadas na organização, utilizando-se ferramentas de apoio. 
Nas empresas competitivas verifica-se que, uma importante condição para sua manutenção no 
mercado, está ligada à clara definição de seus objetivos e ao traçado antecipado dos possíveis 
caminhos a serem seguidos para atingi-los. 
O mundo empresarial vem passando por mudanças que estão ocorrendo de forma acelerada e 
em três níveis: pessoal, tecnológico e organizacional. 
No âmbito do indivíduo, por exemplo, uma das principais mudanças que ocorreram no 
cenário dos negócios, foi a absoluta ruptura nos padrões de carreira profissional nas empresas. 
A ideia de se ter um emprego vitalício, deixou de ser uma realidade para se tornar uma ficção, 
mesmo nas economias mais desenvolvidas. 
Do ponto de vista tecnológico, a convergência entre as indústrias de entretenimento, os 
editoriais, as mídias eletrônicas e a universalização da informação, estão alterando o ambiente 
de negócios radicalmente. 
Ter um amplo conhecimento sobre Administração Estratégica Avançada e sua importância 
para o mundo dos negócios é um passo muito importante para quem atua na área. 
Evidentemente, planejar, diagnosticar e tomar decisões são tarefas difíceis, que requerem 
habilidades e domínio das atividades. Perceba que é uma tarefa exclusiva para poucos dentro 
da organização. 
Assim, os profissionais que querem se destacar em um mercado altamente competitivo 
precisam apresentar alguns diferenciais: visão holística, disciplina, comprometimento e, 
acima de tudo, trazer resultados vantajosos para a empresa. 
É importante destacar que, na turbulência do mercado que estamos vivenciando, as empresas 
deverão estar preparadas para a alta competitividade, implantando uma administração 
estratégica para superar todos os desafios do dia a dia e que o resultado final seja vantajoso 
para a organização. 
31 
 
Somente a administração estratégica é que dará condições para que as empresas possam obter 
um diferencial competitivo nos negócios. 
A administração estratégica é um processo que vai desde a escolha da Missão de uma 
empresa, até a obtenção da Vantagem competitiva. 
O processo de administração estratégica começa quanto à organização tem bem definida a sua 
missão. Por apresentar variáveis, ou seja, algumas podem não afetar o desempenho da 
empresa, outras melhorar ou prejudicar o desempenho da empresa, o sucesso da estratégia 
depende do modo como a ela foi formulada, e se esta agrega ou não valores para a empresa. 
Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto ou produto que faz; ela se define pela sua 
missão. Somente uma definição clara da missão é razão de existir da organização e torna 
possíveis, claros e realistas os objetivos da empresa. (BARNEY; HESTERLY, 2007). 
 Principais Conceitos Administração Estratégica 
 Considerando a variedade de elementos que a administração estratégica envolve, existem 
alguns conceitos interessantes de serem conhecidos para começar. 
Ambiente Externo: 
O estudo do ambiente externo é fundamental para a aplicação da administração estratégica. 
Esse ambiente engloba os clientes, a concorrência, fornecedores, sociedade, tecnologias, 
agentes de governança e os contextos econômico, político, ambiental e afins. 
Esse modo de administração, uma vez que visa estar a um passo à frente e em harmonia com 
o todo, assume que todos esses fatores influenciam no caminhar do negócio. Por exemplo, se 
há uma “crise” ambiental e os clientes começam a se preocupar com essas questões, é preciso 
ficar atento ao que uma empresa deve prover nesse sentido, tal como certificações de 
sustentabilidade, informações sobre o não uso de teste em animais e afins. 
Ademais o exemplo, é esse estudo do ambiente externo que oferece a base para identificação 
dos riscos e oportunidades para a empresa, permitindo que ela antecipe as tendências, 
potencializando sua inteligência competitiva. 
Ambiente Interno: 
O estudo do ambiente interno complementa os conhecimentos básicos necessários para o 
desenvolvimento da administração estratégica. Ele se concentra em desenvolver o 
autoconhecimento da empresa em todos os seus detalhes. 
32 
 
A proposta é identificar as forças e fraquezas da instituição frente ao cenário no qual ela atua, 
assim como os recursos com os quais ela conta para melhorar e se desenvolver. Segue-se o 
levantamento de medidas para enfrentar as fraquezas identificadas, por exemplo, a partir da 
capacitação de pessoal, transformação nos processos, dentre outros. 
A partir disso, esse modo administrativo elabora, desenvolve, aplica e monitora variadas 
ferramentas que têm a função de implementar a gestão estratégica. 
Planejamento Estratégico: 
Toda empresa trabalha com diferentes tipos de planejamentos e planos para viabilizar o seu 
funcionamento, isto é, se utiliza de instrumentos que tem a função de estabelecer e direcionar 
ações visando alcançar um objetivo. 
Nesse sentido, o planejamento estratégico será o instrumento responsável por direcionar a 
implementação da administração estratégica. Podemos pensar que enquanto a administração 
estratégica seria uma espécie de “topografia”, o planejamento estratégico seria o mapa 
construídoa partir disso, indicando os melhores caminhos, trajetos e modos de prosseguir por 
aquele território. 
Uma das funções do planejamento estratégico é criar modos de harmonização entre os planos, 
objetivos e metas direcionados aos diferentes setores. Afinal, não há como ter metas 
semelhantes para um setor de vendas e recursos humanos. Contudo, os dois têm um objetivo 
fim em comum: o crescimento e sucesso da empresa. 
É nesse sentido que a harmonização funciona, buscando articular e aproximar a atuação das 
partes da empresa, fazendo com que o objetivo final seja sempre mais importante do que as 
metas pontuais, sem, no entanto, negligenciá-las. 
Alguns pontos importantes a serem considerados no planejamento estratégico são: 
Orientação - 
Proporcionar um sentido e uma visão para todos os atuantes envolvidos na empresa, tomando 
por perspectiva maior sempre o que é o objetivo fim da administração estratégica. 
Eficiência - 
Busca otimizar a utilização dos recursos, de modo a reduzir os custos e ampliar os benefícios 
da empresa. 
http://www.idebrasil.com.br/blog/o-que-e-planejamento-estrategico/
33 
 
Competência - 
Engloba a capacidade de grupos e indivíduos em executar as tarefas a partir da articulação 
entre conhecimentos, habilidades e atitudes. 
Cultura - 
Conjunto de valores e diretrizes, que têm como ênfase assegurar a cooperação e 
harmonia entre os colaboradores e demais elementos do empreendimento. 
Inovação - 
Conjunto de esforços e recursos que a empresa despende para manter sua atuação no mercado 
renovada e pioneira, a partir do desenvolvimento de novos produtos, serviços, metodologias e 
afins. 
Aplicabilidade - 
O planejamento estratégico deve sempre ser pensado e elaborado de maneira que ele possa ser 
aplicado cotidianamente na empresa, direcionando todas as suas ações. Portanto, é 
interessante que ele envolva as equipes em sua elaboração, de modo a ampliar a visão tanto no 
viés estratégico, quanto na transição deste para a rotina operacional. 
Informação - 
A informação é outro conceito fundamental a ser prezado na administração estratégica. Ela 
diz respeito ao repertório de conhecimentos e dados produzidos pela organização, que deverão 
ser geridos de maneira a permitir o seu uso inteligente pela empresa. 
As informações subsidiam as decisões dentro da perspectiva de uma gestão estratégica. Elas 
englobam tanto dados quantitativos quanto qualitativos, conforme as necessidades do tipo de 
indicador a ser desenvolvido e sua finalidade. 
É importante, nesse tópico, diferenciar informação e dados. Os dados são números, 
documentos e registros. Eles só são transformados em informação quando são interpretados, 
trabalhados, organizados e munidos de sentido para a empresa. 
A informação é o que assegura muitos dos procedimentos relacionados à administração 
estratégica e garante a sua competência de monitoração e avaliação, isto é, de controle 
estratégico. Portanto, os elementos da informação que precisam ser priorizados para subsídio 
da empresa são: 
http://www.idebrasil.com.br/blog/curso-de-gestao-de-pessoas-tudo-que-o-empreendedor-precisa-saber-antes-de-escolher/
http://www.idebrasil.com.br/blog/curso-de-gestao-de-pessoas-tudo-que-o-empreendedor-precisa-saber-antes-de-escolher/
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Orçamento empresarial - 
Responsável por relatar custos de um determinado período, assim como estabelecer 
direcionamentos para investimento de recursos financeiros. 
Relatórios estratégicos - 
Avaliam e monitoram o desempenho qualitativo da empresa, isto é, elementos não 
financeiros, como recursos humanos, qualidade dos processos e afins. 
Controle de resultados operacionais - 
Mede os resultados e produtividade de colaboradores, equipes e setores. 
Controle de procedimentos operacionais - 
Registra comportamentos e atitudes dos colaboradores a partir de critérios preestabelecidos, 
visando identificar a realização correta das atividades e postura organizacional. 
Controle de entradas de recursos humanos - 
Avalia elementos de recrutamento, seleção e treinamento, visando qualificar os 
conhecimentos, habilidades, aptidões, valores e motivação dos colaboradores. 
Controle de estoque - 
Registra entradas e saídas do estoque da empresa, assim como valores envolvidos em relação 
a demais aspectos financeiros. 
De acordo com cada negócio as empresas poderão encontrar outros tipos de informações 
prioritárias a serem desenvolvidas. O importante é que se tenha clareza da importância da 
produção de informações, a fim de evitar que o negócio atue na incerteza. 
Comunicação - 
Complementar à informação, a comunicação é um dos elementos que facilita a sua 
elaboração. Contudo, ela vai muito além disso, influenciando no ambiente organizacional e 
em todos os processos empresariais, configurando-se como um dos principais elementos 
estratégico para um negócio. 
A comunicação na administração estratégica preza pela participação e espaços de fala para 
todos os operantes do empreendimento. Com isso, procura-se enriquecer a gestão de 
http://www.idebrasil.com.br/blog/gestao-financeira-principais-erros-e-solucoes/
35 
 
conhecimento da empresa, assim como desembaraçar ambiguidades e outros conflitos 
causados pela comunicação falha. 
Os elementos de comunicação também funcionam com a finalidade de harmonizar a atuação 
entre diferentes colaboradores, setores e equipes. Sendo assim, é importante discernir e 
gerenciar os canais de comunicação do negócio, dentre os quais os principais são: 
Face a face - 
É a comunicação estabelecida entre pares, pessoalmente, permitindo identificar fatores não 
apenas verbais, mas também gestuais: linguagem corporal, expressão facial e afins. 
Meios eletrônicos e telefone - 
Promove a agilidade nos processos comunicativos de curta a longa distância, oferecendo 
também, em alguns casos, o registro e possibilidade de integração de atos de comunicação 
entre diferentes agentes. 
Documentos - 
Englobam documentos escritos ou impressos, endereçados pessoalmente ou não, tais como 
cartas, memorandos, boletins, relatórios e afins. 
Cada elemento de comunicação tem sua função e importância na empresa, demandando que 
todo o aparato comunicativo seja bem gerenciado a fim de produzir informações ricas, assim 
como proporcionar um ambiente organizacional saudável e fluido. 
 Qual a importância da Administração Estratégica nas Empresas? 
Conforme já ficou subtendido, a administração estratégica é importante, em primeiro lugar, 
porque ela proporciona o ambiente de trabalho ideal para qualquer empreendimento: mais 
previsível, organizado, orientado e centrado no alcance dos melhores resultados. 
Nessa perspectiva, ela atua com mais segurança, serenidade e solidez. Não se trata, portanto, 
de um modelo de gestão que, por exemplo, na hora de alcançar um resultado qualquer, move 
mundos e fundos, estressando os colaboradores e desperdiçando recursos com medidas 
desesperadas. 
É um modo contínuo de atuar, sempre visando o melhor em nível de qualidade, produtividade 
e valorização da marca. Vendo desse modo, podemos dizer que a administração estratégica 
36 
 
busca como resultado primordial, justamente, a solidez e estabelecimento da empresa e não 
apenas resultados pontuais. 
A partir dessa perspectiva de gestão, a administração estratégica garante que a empresa 
caminhe em direção a uma diferenciação definitiva da concorrência, fazendo com que ela 
tenha uma vantagem competitiva estável e não momentânea. 
Isso é, sem dúvida, suficiente para justificar a sua importância. Contudo, ainda podemos falar 
de alguns benefícios mais específicos que são proporcionados ao empreendimento que adota 
esse modo de gestão. 
Visão plena e assertiva: 
Uma vez que a administração estratégica é fundada na empresa com base em informações 
sólidas e realistas, capazes de subsidiar projeções e tendências, amplia-se a visão para 
movimentação do negócio. 
O empreendimento guiado pela gestãoestratégica extrapola ele mesmo, dominando 
conhecimentos fundamentais sobre todo o seu ambiente, isto é, clientes, concorrentes, 
mercados, sociedade e afins. 
Com isso, a empresa se antecipa e estará sempre um passo à frente. Isso é mais que algo 
generalizado ou para lidar com riscos. Poderá, por exemplo, afetar a qualidade de seus 
objetivos, que se tornarão mais originais e ambiciosos, logo que ela terá condições mais 
seguras para alcançá-los. 
Diferencial competitivo: 
Uma vez que a administração estratégica é fundada na empresa com base em informações 
sólidas e realistas, capazes de subsidiar projeções e tendências, amplia-se a visão para 
movimentação do negócio. 
O empreendimento guiado pela gestão estratégica extrapola ele mesmo, dominando 
conhecimentos fundamentais sobre todo o seu ambiente, isto é, clientes, concorrentes, 
mercados, sociedade e afins. 
Com isso, a empresa se antecipa e estará sempre um passo à frente. Isso é mais que algo 
generalizado ou para lidar com riscos. Poderá, por exemplo, afetar a qualidade de seus 
objetivos, que se tornarão mais originais e ambiciosos, logo que ela terá condições mais 
seguras para alcançá-los. 
http://www.idebrasil.com.br/blog/como-escolher-um-bom-curso-de-gestao-empresarial/
37 
 
Sinergia e fluidez nos processos e operações: 
Áreas, setores, equipes e colaboradores atuando verdadeiramente em conjunto, com poucos 
ou nenhum conflito, capazes de colaborar uns com os outros e realizar uma atuação integrada, 
que repercute positivamente nos resultados. 
Esse é um dos benefícios de adotar a administração estratégica, desde que ela seja efetiva, é 
claro. Basta lembrar o quanto pontuamos alguns dos seus conceitos e elementos que são 
voltados, justamente, para um melhor acompanhamento dos recursos humanos, assim como 
seu aperfeiçoamento, integração comunicativa e bom clima organizacional. 
Não é nenhum milagre ter o capital humano contribuindo efetivamente para o crescimento do 
negócio, isso é estratégia! 
Crescimento sustentável: 
Este é mais um benefício da administração estratégica que está dentre os sonhos de muitas 
empresas, embora alguns não saibam. Quando falamos em sustentabilidade, muitos pensam 
em proteção ambiental, reciclagem e afins. 
A questão é que quando a empresa atua com sustentabilidade, ela não beneficia apenas o 
ambiente externo, com cuidados como os mencionados, mas também a si própria. Isso porque 
a ideia de sustentabilidade propõe um funcionamento com utilização otimizada dos recursos 
(de todos eles!), isto é, fazer mais com menos, sem perder em qualidade. 
Com a administração estratégica isso é possível, pois quando você coloca as coisas no lugar 
certo, enxuga os procedimentos mantendo apenas o que é realmente funcional, otimiza a 
comunicação para evitar desperdícios e retrabalho, dentre ações do gênero, você economiza, 
produz mais e melhor. 
Isto é, a visão sustentável é um benefício e uma premissa da administração estratégica, que 
carrega consigo várias outras vantagens para o empreendimento. Por fim, melhorando a 
qualidade e quantidade de sua atividade, ao mesmo tempo em que reduz os recursos, a 
empresa pode crescer com sustentabilidade e solidez. 
O constante aprimoramento da eficácia operacional é de fundamental importância para a 
consecução da rentabilidade superior. Mesmo com base na eficácia operacional, poucas são as 
empresas que competem com êxito por períodos mais prolongados, enfrentando dificuldades 
cada vez maiores em manter-se à frente dos concorrentes; ou seja, os rivais também podem 
38 
 
conseguir práticas melhores e com isso, conseguem imitar, com rapidez, as técnicas de gestão, 
as novas tecnologias, as melhorias nos insumos e as formas superiores de atender às 
necessidades e desejos dos clientes. (PORTER, 1999). 
2.4 Governança Corporativa e Compliance 
Segundo Silveira (2002), governança corporativa é o conjunto dos mecanismos usados que 
visam a contribuir para as decisões corporativas de modo a maximizar a perspectiva dos 
valores a longo prazo para o negócio. 
Histórico governança corporativa: 
 O que é governança corporativa: 
A governança corporativa é um conceito do século passado, mas que vem ganhando destaque 
nos dias de hoje. Não só o posicionamento das empresas é de interesse público. A 
transparência, busca pela diversidade e preocupação ambiental dentro da organização 
constituem a linha de frente quando o assunto é geração de valor. 
Faz-se necessário para as corporações prestar contas, com consumidores e acionistas. Uma 
forma fiel de entregar essas informações relevantes de uma empresa é saber como “governar”, 
ou seja, como exercer a governança corporativa. 
A governança corporativa é o conjunto de regras da organização. Elas vão guiar as ações para 
que os interesses de gerentes, sócios, investidores e stakeholders fiquem alinhados. 
A criação e evolução dos sistemas de governança corporativa são uma decorrência das 
grandes mudanças econômicas e sociais que o mundo viveu no século XX, em especial, em 
seu fim, com o marco histórico da queda do Muro de Berlim e, consequentemente, do final da 
polarização entre ideias capitalistas e comunistas que haviam marcado severamente a segunda 
metade do século após o término da II Guerra Mundial em 1945. Dividido entre o poder 
econômico e bélico dos Estados Unidos e da antiga União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas, o mundo tinha dificuldades de relacionamento político, social e econômico, a 
queda do Muro de Berlim significou simbolicamente o fim dessas dificuldades e a 
consolidação da globalização, com incentivo não apenas a maior circulação de pessoas em 
todo o mundo, mas, principalmente, a circulação de produtos e serviços que permitiram que as 
empresas passassem a ter relações internacionais como nunca tinham tido no passado. O 
mesmo aconteceu na área financeira, o que viabilizou que valores pudessem ser transferidos 
em tempo real, com o uso de tecnologias de informação. Todas essas mudanças impactaram a 
https://rockcontent.com/br/blog/stakeholder/
39 
 
organização empresarial que passou a ter investimentos e parceiros internacionais, tanto entre 
compradores como entre os fornecedores; e, muitas vezes, passou a contar com a experiência 
de funcionários que vinham de outros países com uma cultura nova de gestão, novos valores 
corporativos e éticos, novas práticas organizacionais e de controle operacional. Esse 
movimento provocou a internacionalização das empresas, mas também provocou conflitos 
entre os diferentes níveis de gestão das empresas, apontando para a necessidade de reconstruir 
os relacionamentos entre sócios, investidores, gestores, conselheiros e parceiros externos. 
Começaram a surgir os estudos e as pesquisas sobre o relacionamento das empresas e de seus 
stakeholders. 
O Dicionário Financeiro (2020) define: 
Stakeholder é um termo da língua inglesa que tem como significado 
“grupo de interesse”. Fazem parte deste grupo pessoas que possuem 
algum tipo de interesse nos processos e resultados da empresa. 
Um dos criadores do termo foi o filósofo Robert Edward Freeman. Ele 
definia a palavra stakeholder como os grupos que podiam afetar ou 
serem afetados pelos objetivos da organização. 
Esses interesses podem ser, além dos processos e resultados, no 
planejamento dos projetos ou negócios, de modo positivo ou negativo. 
 
Segundo Silveira (2010) o mercado de capitais brasileiro fora limitado no século XX. As 
atividades econômicas voltaram-se para as organizações estatais, o que não mantinha a 
especulação para a política financeira. 
A prática financeira não apresentava uma especulação quanto aos investimentos visando o 
retorno e a demonstração de resultados que mantivesse as diferentes práticas dos princípios e 
exercício quanto a governança que as organizações apresentavam (SILVEIRA, 2010). 
São exemplos mais comuns de stakeholders acionistas, investidores, proprietários,

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