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Enfermagem em UTI Enfª. Intensivista Luciana S. Firmino Unidade de terapia intensiva Conceito : Unidade de internação polivalente Visa reduzir a morbidade e mortalidade Fácil acesso Vigilância ininterrupta/constante Pessoal especializado Material especializado Atende clientes com patologias graves , potencialmente recuperáveis Objetivos: Assistência planejada , realizada com a necessidade do cliente Assistir initerruptamente ao paciente Cuidar de clientes graves e agudos recuperáveis Prestar cuidados específicos aos clientes , conforme seu estado clinico; Manter a família informada; Colaborar com o ensino /pesquisa para melhorar o atendimento de clientes futuros. Vantagens na UTI Equipamento centralizado, adequado Garante e continuidade e a intensidade do cuidado Facilita o atendimento médico/enfermagem Possibilita a administração terapêutica a tempo e hora exatas Possui área física /ambiente ideal para tratamento de clientes com funções restritas. Desvantagens na UTI Afasta cliente ,família Atendimento ao cliente , aspecto físico Deixa cliente totalmente dependente Sono e repouso prejudicados Stress e sobrecarga emocional do pessoal Isolamento dos demais setores do hospital. Organização e planejamento Todo método de trabalho na UTI é criado a partir de sua organização, visando o desenvolvimento das atividades que proporcionam a concretização de seus objetivos: o planejamento da unidade é tarefa de equipe multiprofissional, com visão ampla e coletiva, dotada de coerência dos propósitos, estreitamente unida e motivada para um objetivo comum. Planta física A UTI deve estar instalada próximo ao centro cirúrgico e P.S., com fácil acesso aos serviços auxiliares e aos elevadores. É importante que esteja afastada de áreas com intensa movimentação, muito ruidosas e poluídas. Qualquer que seja a forma escolhida para sua instalação (quadrangular, retangular, circular), o importante é sua funcionalidade. Deve proporcionar : Espaço suficiente para mobilização do cliente e locomoção do pessoal Tranquilidade e ambiente agradável Atendimento a clientes de ambos os sexos , sem discriminação de grupos etários Meios para intercomunicação Fácil iluminação e areação Rápido atendimento, facilitando os cuidados de enfermagem Área reservada para cada leito da UTI é de aproximadamente 9 a 12 leitos quadrados. é indispensável que se observem alguns pontos quanto: Área de circulação Iluminação Temperatura e umidade Portas e e elevadores Pisos e paredes Abastecimento de luz Oxigênio central, vasão de ar comprimido Instalação central de alarme Telefones e interfones Elementos da unidade Preparação da unidade deve ter os seguintes critérios: Área para estocagem de material e equipamento Sala de utilidades Posto de enfermagem Área de preparo de medicação Sala de reuniões , sala de enfermagem Sala de visitas sanitários para paciente vestuários Secretaria Laboratórios Quartos para plantonista Copa Área de recepção dos leitos Área para higienização de leitos Lavatórios , um para cada cinco leitos de não isolados Torneiras ou comandos do tipo dispensem o contato com as mãos , sabão líquido degermante e papeleira para secagem das mãos, além de provisão de anti-séptico junto as torneiras de lavagem das mãos Aparelhos e equipamentos Todo o equipamento deve ser próprio e não ser deslocado para as unidades. os equipamentos são classificados como: Especializados Gerais Material cirúrgico e para cuidados gerais Material para consumo geral Mediação Suprimentos O ser humano na UTI e família A problematização do paciente na UTI é constituída por uma somatória de fatores que tendem a levá-lo gradativamente a mudanças de comportamento. Aceitar a situação é muito a própria doença , a extensão do comprometimento físico a percepção quanto á auto-imagem, a perda da integridade cutânea, a limitação das atividades , a dependência e o medo da morte O confinamento, a separação ou ausência de sua casa de seus familiares, causam ansiedade e preocupações. O profissional de enfermagem traz em sua essência o processo de cuidar e estar ao lado do paciente durante 24 hrs, por esse o perfil da nossa profissão , é que precisamos resgatar a essência do significado do cuidado humanizado. Uma vez atendidas as necessidades psicobiológicas , psicossociais e psicoespirituais , realmente terá sido atendido como o homem. Papel da enfermagem Critérios para admissão da UTI: Clientes portadores de afecções neurológicas Clientes em estado de choque Grandes queimados Pós operatórios e de cirurgias torácicas Politraumatizados Clientes hematológicos graves Clientes com distúrbios cardiovasculares Transtornos metabólicos Clientes transplantados Clientes portadores de afecções pulmonares Critérios da alta Recuperação quase total Sistemas vitais estabilizados Assistência de enfermagem ao paciente com alterações do sistema nervoso Coma não é uma doença , mas um estado prolongado de inconsciência. Para induzir o paciente a sedação é usado midazolan , fentanil , ou Pancron em bomba de infusão 10 ml/hora. Faz avaliação através da escala de glasgow Escala menor ou igual a 8 indica coma. Escala de Coma de Glasgow Resposta Ocular (1 - 4 pontos) Resposta Verbal (1 - 5 pontos) Resposta Motora (1 - 6 pontos) 1 2 3 4 5 6 ausente Descerebração ,sons incompreensíveis , abre olho a dor Decorticação, palavras desconexas, abre o olho ao chamado Reflexo de retirada da dor , confuso, desorientado, abre o olho expontâneo Localiza estímulo de dor , conversa normalmente Obedece a comandos Escala de Glasgow Gravidade : Leve (G 14 – 15) Moderada (G 9 – 13) Grave (G 3 – 8) Verifique :Fatores que interferem com a comunicação, capacidade de resposta e outras lesões. Observe: A abertura ocular, o conteúdo do discurso e os movimentos dos hemicorpos direito e esquerdo. Pontue:De acordo com a melhor resposta observada Locais para estimulação física Pressão na extremidade dos dedos Pinçamento do trapézio Incisura supra supraorbitária Resposta ocular critério verificado classificação pontuação Abre os olhos a estimulação V Espontânea 4 Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em alta V Ao som 3 Abertura ocular após estimulação em extremidades dos dedos V A pressão 2 Ausência persistente de abertura ocular sem fatores de interferência V Ausente 1 Olhos fechados devido a fatores local V Não testável NT Resposta verbal critério verificado classificação pontuação Resposta adequada relativamente ao nome, local e data V Orientada 5 Resposta não orientada, mas comunicação coerente V confusa 4 Palavras isoladas inteligíveis V Palavras 3 Apenas gemidos V sons 2 Ausência de resposta audível, sem fatores de interferência V Ausente 1 Fator que interfere com a comunicação V NT NT Melhor resposta motora critério verificado classificação pontuação Cumprimento de ordens com 2 ações V As ordens 6 Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo da cabeça ou pescoço V localizada 5 Flexão rápida do MS ao nível do cotovelo, padrão predominante não anormal V Flexão normal 4 Flexão do MS ao nível do cotovelo, padrão predominante claramente anormal V Flexão anormal3 Extensão do MS ao nível do cotovelo V extensão 2 Ausência de movimentos dos MMII, sem fatores de interferência V Ausente 1 Fator que limita resposta motora V NT NT Objetivo da enfermagem Manter sinais vitais Proteger de iatrogênias ou traumas Causas de inconsciências Distúrbios sistêmicos: Metabólicos( hipo e hiperglicemia) Intoxicação (drogas ou medicação) Infecções( pode levar a sépcemia) Externos de temperatura Massa com edema ou herniação Hemorragia cerebral Disturbios psiquiátricos (histeria, catatonia ) Diagnostico de enfermagem Desobstrução inefetiva das vias aéreas Padrão respiratório inefetivo Alteração no equilíbrio de fluidos Potencial para traumas Dados clínicos Dor de cabeça Febre Convulção Avaliação História : Diabetes ou distúrbios consulsivo Abuso de álcool Hipertensão ou AVC Doença renal pulmonar, hepática ou cardíaca Overdose Exame físico Sinais vitais Escala de glasgow Ausculta bilateral, presença secreção Ausculta cardíaca Extremidades Balanço hidrico Gasometria arterial Escala de Ramsay Ramsay avaliação 1 Acordado , agitado, ansioso ou inquieto 2 Paciente acordado e colaborativo 3 Paciente dormindo, despertável com estímulo verbal, responsivo a comando 4 Paciente dormindo, despertável com estímulo verbal vigoroso ou leve ao toque da glabela 5 Paciente dormindo, despertável com estímulo álgico leve( compressão glabelar 6 Paciente dormindo sem resposta a compressão glabelar Quanto mais sedado o paciente menos resposta vai ter . O nível de consciência vai estar rebaixado Quanto mais agitado maior e a PIC e maior é a lesão Cerebral Escala de Glasgow depende da escala de Ramsay. Exemplo: Sedação( midazolan, fentanil, procan) bomba 10 ml 1º dia E.S. = 3 E.G. = 9 – 10 ml 2ºdia E.S= 6 E.G.=3 – 20 ml Paciente pode ter piorado, devido a agitação e houve a necessidade de aumentar a sedação de 10 ml para 20 ml , reduzindo o nível de consciência . Inicio do coma Súbito Progressivo Lento Obnubilado Graus de coma Coma vigil – periodos alternados de inconsciência e crises de exitação psicomotora Coma leve ou superficial- a consciencia não está abolida, responde a estímulos externos. Coma profundo- quando há perda completa da consciencia e da mobilidade voluntária Coma depassé- coma profundo associado a ditúrbios circulatórios e respiratórios sem atividade cerebral. Hipertensão interacraniana PIC É o aumento da pressão dentro da cavidade craniana, além dos limites fisiológicos. A PiC aguda constitui a afecção de maior importância em UTI. 80% dos casos são TCE Normal – 10mmHg. Volume total do conteúdo craniano – constante. Determinantes: Encéfalo Líquor Aumento de qualquer um Sangue PIC Cérebro Causas da PIC Lesões tumorais Cirurgias intracraniana Hidrocefalia congenitas ou adquirida Hemorragias por rompimento de aneurisma ou edema cerebral Manifestações clinicas Mudança do nível de consciência Modificação dos sinais vitais Alterações pupilares Cefaleia Vômitos Papiledema Zumbidos Crises convulsiva tratamento Posicionamento adequado do cliente Sedação Hiperventilação Uso de corticóides e diuréticos Drenagem do LCR , DVE para diminuir a PIC Controle da temperatura cirugia hiperventilação A hiperventilação reduz a PIC pela redução da pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2) mediante aumento da taxa na qual o CO2 é expirado pelos pulmões. Essa PaCO2 reduzida ( hipocapnia ) altera o equilíbrio ácido base no cérebro o que causa vasoconstrição. A vasoconstrição reduz o volume intravascular do cérebro, diminuindo o volume sanguíneo cerebral e portanto, frequentemente a PIC. Avaliação neurológica TC ECG Exames de hemograma , glicemia, gasometria arterial, eletrólitos . Pupilas O exame das pupilas é muito importante para localização da disfunção neurológia. Sistema parassimpático (pupilo- constritor) Sistema simpático( pupilo- dilatador) Avaliação pupilar Movimentos oculares Manobra dos olhos de boneca ( refelxo oculovestibular) Consiste a laterização da cabeça para a direita e para a esquerda, observando movimentos conjugados dos olhos é contrário á lateralização da cabeça. Funções motoras reflexas Estas funções podem ser desncadeadas espontaneamente ou induzidas por um estimulo noniceptico ( estímulo a dor) Movimentos de decorticação: consiste na flexão e abdução dos braços e extensão das pernas. Movimentos de descerebração: extenção , abdução e rotação interna dos braços e extensão das pernas –lesão cerebral está situada no tronco Decorticação descerebração Lesões intracranianas: Focais – Subdural, Extradural, Intracerebral Difusas- concussão, LAD Fraturas de calota Fratura de base de crânio Sinais clínicos por fístula liquórica (otorréia e rinorréia) equimose periorbital (“olhos de guaxinim”) equimose retroauricular (sinal de Battle) disfunção do VII (paralisia facial) ou VIII par (perda de audição) Lesões intracraniana Concussão: Perda temporária da função neurológica que pode ser desde amnésia e confusão até breve perda da consciência. Leve Clássica – recuperação consciência < 6 horas Lesão axonal difusa (LAD) Secção fibras nervosas Conseqüentes ao movimento brusco do sistema nervoso sobre si mesmo Mortalidade: até 33% Alteração importante da consciência Sem indicação cirúrgica Lesão axonal difusa (LAD) Contusão cerebral e hematoma intraparenquimatoso Comprometimento da superfície cerebral com vários graus de hemorragia petequial, edema e destruição tecidual. Déficit: localização e tamanho da lesão HIP: Podem ocorrer alguns dias após TCE Hematoma extradural intervalo lúcido” – “fala e morre” Tratamento cirúrgico: Sintomático Assintomáticos quando hematoma > 10mm Resultado: diretamente relacionado com estado neurológico do paciente antes da intervenção Hematoma extradural Hematoma subdural Mais freqüentes 30% TCE graves Habitualmente recobrem toda a superfície do cérebro Unilateral – 80% Mais comum: fronto-têmporo-parietal Hematoma subdural Clínica: Alteração nível consciência Déficits localizados Anisocoria Posturas patológicas Grande efeito massa -> herniação: Tríade de Cushing (hipertensão, bradicardia e bradipnéia) Hematoma subdural Cuidados de enfermagem Unidade preparada para assistencia Controle rigoroso de sinais vitais de 1/1 hora Pupilas, PVC, oximetria, PIC, nível de consciencia Comunicar sempre ao paciente o procedimento a ser realizado Observar pele e extremidades Balanço hidrico Colocar bota para não fazer pé equino Posição adequada no leito Posicionar as extremidades paralisadas de forma a prevenir deformidades Manter uma boa higiene corporal, oral, ocular Manter ambiente limpo ,seco, roupas sem pregas Cuidados específicos com respiradores, canula orotraqueal, oxigenioterapia, SNG, SVD, bombas de infusão, monitores e cateteres Estar constantemente avaliando o traçado ECG Avaliar presença de sudorese hipotermia e hipertermia , local da punção Ficar atento quando aos sinais do aumento da PIC( cefaléia, FC aumentada, PA aumentada, vomito, alteração da pupila) Manter vias aéreas sem secreções Acordar o paciente , tocá-lo estimular seus sentidos.
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