Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
89 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Unidade IV 7 ATENÇÃO TERCIÁRIA: RECUPERAÇÃO DA SAÚDE COM AFECÇÕES CIRÚRGICAS NEOPLÁSICAS 7.1 Lobectomia direita com ressecção de tumoral Tem‑se o caso de um senhor admitido na unidade de internação cirúrgica por neoplasia de pulmão. Ele está no sexto dia de pós‑operatório de lobectomia direita com ressecção tumoral e dreno em hemitórax direito (HTD) com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. Para realizar o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência a fim de atingir os resultados esperados, vamos rever a fundamentação científica sobre a assistência de enfermagem no pós‑operatório mediato e os cuidados com dreno de tórax. O pós‑operatório (PO) consiste no período que se estende do final do procedimento cirúrgico até a recuperação total do paciente, classificando‑se em: • imediato: corresponde às primeiras 24 horas após o termino da cirurgia; • mediato: inicia‑se após as 24 horas iniciais prolongando‑se até sete dias (ou até a alta da clínica cirúrgica); • tardio: tem início após os sete dias do pós‑operatório mediato, estendendo‑se de acordo com a recuperação do paciente, podendo durar semanas ou meses, de acordo com o tempo necessário para que ocorra a cicatrização e previnam‑se complicações. Os objetivos da assistência de enfermagem no pós‑operatório mediato são: • auxiliar na restauração do equilíbrio fisiológico e na independência com relação ao autocuidado; • promover conforto e segurança; • prevenir dor e complicações associadas; • proteger contra lesões e infecções. 90 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV 7.1.1 Principais complicações no pós‑operatório mediato e cuidados de enfermagem relacionados As complicações respiratórias podem ser geradas por hipoxemia, atelectasia (colabamento de segmento pulmonar), broncopneumonia e pneumonia, congestão pulmonar, dor pleurítica e derrames pleurais. Os cuidados de enfermagem indicados para os casos de complicações respiratórias são: • observar o padrão respiratório; • observar a presença de dispneia, tosse, expectoração e febre; • auscultar a respiração; • mensurar saturação de oxigênio; • manter a oxigenioterapia; • estimular a movimentação e a respiração profunda. Um maior risco de trombose venosa profunda (TVP) está relacionado a cirurgias ortopédicas e de grande porte, história prévia de obesidade, varizes, uso de contraceptivos orais, tabagismo e idade superior a 40 anos. As causas se referem à predisposição individual, ao posicionamento cirúrgico, à hemoconcentração e à depressão respiratória pós‑cirúrgica. Os sinais e sintomas são: aumento da temperatura local e corporal, dor e edema, sinal de homans e sinal de bandeira positivos, veias proeminentes, palpáveis e com sinais inflamatórios. Os cuidados de enfermagem para prevenção de trombose venosa profunda (TVP) são: • movimentação e deambulação precoce; • uso de meias elásticas. Para prevenção de infecção da ferida cirúrgica, orienta‑se que sejam seguidos os seguintes cuidados de enfermagem: • observar e anotar o aspecto da ferida cirúrgica; • observar e anotar presença (ou não) de sangue e de secreções na ferida cirúrgica (realizar expressão nas bordas da sutura para detectar resto de sangue e de secreções no interior das camadas da pele e, em caso positivo, irrigar para limpar com SF 0,9% aquecido); • utilizar técnica asséptica na realização de curativos. A lobectomia consiste em um procedimento cirúrgico de retirada de um dos lobos pulmonares. No caso, removeu‑se o lobo superior direito (LSD), sendo instalado dreno de tórax na cavidade pleural direita a fim de retirar restos cirúrgicos hemorrágicos. 91 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO O princípio básico da drenagem torácica é manter pressão intratorácica negativa, pois a pressão na cavidade torácica é menor que a pressão atmosférica. Vale lembrar que o final do dreno deve ficar submerso 2 cm em água estéril para impedir a entrada de ar na cavidade pleural, chamado de selo d´agua. As finalidades do dreno torácico são: • manter expansibilidade pulmonar; • remover o ar do espaço pleural na ocorrência de pneumotórax; • drenar líquido do espaço pleural na ocorrência de derrame pleural (acúmulo de líquido entre as pleuras visceral e parietal), empiema (acúmulo de líquido purulento entre as pleuras visceral e parietal) e hemotórax (acúmulo de sangue entre as pleuras visceral e parietal). A seguir estão listados os cuidados de enfermagem relacionados ao uso de dreno torácico. • Observar oscilação e borbulhamento do dreno torácico. — Quando a drenagem for líquida, no caso de derrame pleural, hemotórax ou empiema, a avaliação normal deve ser dreno oscilante. Significa que o dreno está pérvio e, conforme o paciente inspira e expira, o débito do dreno se movimenta. — Quando a drenagem for líquida, o dreno deve estar não borbulhante. Significa ausência de drenagem de ar, drenagem sem complicação de fístula broncopleural, que é uma comunicação anormal entre os brônquios e o espaço pleural, comum de ocorrer em paciente com dreno de tórax pelo processo inflamatório desencadeado pela presença do dreno. — Quando a drenagem for ar, no caso de pneumotórax, a avaliação normal deve ser dreno oscilante (pérvio) e borbulhante (drenando o ar). • Observar as características do débito do dreno torácico. No caso de derrame pleural, o débito será de aspecto seroso, no caso de hemotórax, o débito será de aspecto sanguinolento e, no caso de empiema, o débito será de aspecto purulento. — Manter e observar selo d’água. – Para evitar a entrada de ar na cavidade pleural. — Trocar o selo d’água e marcar o nível original do selo d’água, controlando o débito a partir desse nível uma vez ao dia. – Colocar no selo d´água água estéril e pinçar o dreno para evitar entrada de ar durante o esvaziamento do frasco coletor e a troca de selo d’água. — Não pinçar o dreno, somente, quando necessário, elevar frasco coletor. 92 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV – Ao se elevar o frasco é necessário pinçar o dreno para não ter refluxo do débito para o espaço pleural, porém deve ficar pinçado o menor tempo necessário (ao pinçar o dreno, aumentamos a pressão no espaço pleural, o que pode gerar complicações, além de não drenar durante esse período que o dreno estiver pinçado). — Manter o sistema de drenagem abaixo do nível do tórax (para não ter refluxo do débito para o espaço pleural). — Observar o posicionamento do dreno e sua fixação. – O dreno não pode se movimentar dentro do espaço pleural, o que causaria muita dor, além de complicações (como a fístula broncopleural). Assim, o dreno deve ficar bem fixado na parede torácica abaixo de sua inserção na pele. — Realizar curativo na inserção do dreno com SF 0,9% e clorexidine tópico, manter ocluído e anotar aspecto. – O SF 0,9% é utilizado para limpeza, e o clorexidine tópico para diminuir a proliferação de microrganismos. Anotar aspecto para avaliar sinais de inflamação ou infecção na inserção, como a presença de hiperemia ou secreção. — Estimular tosse, mudança de posição e exercícios ativos. – Ajuda na drenagem mais rápida do conteúdo no espaço pleural. — Avaliar e promover alívio da dor. – O dreno torácico causa muita dor, podendo gerar sofrimento ao paciente. Além disso, o paciente tenderá a ficar imóvel, com medo da dor, o que poderá levar a complicações pela diminuição da drenagem. — Ausculta pulmonar. – Avaliar a reexpansão pulmonar e a presença de acúmulo de secreção no pulmão. — Observar e comunicar alterações na frequência respiratória, presença de cianose, sangramento e enfisema subcutâneo.– Identificar precocemente sinais de insuficiência respiratória. O enfisema subcutâneo é uma complicação que leva à infiltração de ar no tecido subcutâneo. 93 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO — Controle de sinais vitais. – Identificar precocemente sinais de instabilidade hemodinâmica e de infecção através do controle da temperatura corporal. — Auxiliar na retirada do dreno junto com o cirurgião torácico responsável pelo dreno. 7.1.2 Caso de lobectomia direita com ressecção de tumoral em unidade cirúrgica de internação hospitalar O senhor M. C. D., de 56 anos, com histórico de tabagismo por 40 anos, parou de fumar há 10 anos e está no sexto dia de pós‑operatório de lobectomia Direita com ressecção tumoral. Apresenta‑se consciente, orientado, referindo dor grau 6 em HTD, hidratado, descorado +/4+, subfebril (37,2 ˚C). Eupneico, com máscara de O2 a 5 l/min e saturação de oxigênio de 97%, apresenta tosse produtiva mas com dificuldade de expectoração pela dor e MV+ com presença de roncos em bases de HTE. Exibe ferida cirúrgica em HTD com pontos íntegros, bordas unidas e sem secreção. Mantém dreno em HTD oscilante, não borbulhante, com débito 360 ml em 24 horas, MV diminuído e ausente em campo médio e base D, com presença de roncos difusos. Normocárdico, normotenso, íctus não palpável, BRnF em 2T s/s. Boa aceitação alimentar, abdome plano, flácido, indolor à palpação, RHA presentes com eliminação intestinal presente e vesical por sonda vesical de demora (SVD) com bom débito claro. MMSS e II com boa perfusão periférica (BPP), pulsos distais presentes, edema +/4+. Mantém AVP em MSD sem sinais flogísticos. Quadro 29 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de enfermagem coletados no caso do senhor MCD Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem Características definidoras Fator relacionado/ risco Dor grau 6 em HTD Dor aguda Relato da intensidade usando escala padronizada Agente lesivo físico: cirurgia e dreno Descorado +/4+, máscara de oxigênio a 5 l/min e saturação de oxigênio a 97%, tosse ineficaz produtiva com dificuldade de expectoração pela dor, roncos na ausculta Desobstrução ineficaz das vias aéreas Tosse ineficaz, ruídos adventícios e escarro Tabagismo, secreções retidas Ferida cirúrgica em HTD com pontos íntegros, bordas unidas e sem secreção Integridade tissular prejudicada Tecido lesado Procedimento cirúrgico Subfebril (37,2 ˚C), dreno em HTD oscilante, não borbulhante com débito 360 ml/24 h, SVD com bom débito claro, AVP em MSE Risco de infecção – Procedimentos invasivos: dreno torácico, SVD e AVP 94 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Quadro 30 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso do senhor MCD Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC) Dor aguda Controle da dor 1) Controle de energia 2) Controle do ambiente: conforto 3) Posicionamento 4) Distração 5) Terapia de relaxamento: respiração 6) Administração de analgésicos COM Desobstrução ineficaz das vias aéreas Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas 1) Monitorização respiratória 2) Monitorização dos SSVV 3) Estimulação da tosse 4) Monitorização hídrica Integridade tissular prejudicada Cicatrização de ferida: primeira intenção 1) Cuidados com o local da incisão Risco de infecção Estado infeccioso 1) Proteção contra infecção 2) Manutenção do dispositivo para AVP, SVD e dreno torácico Quadro 31 – Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso do senhor MCD Diagnósticos de enfermagem Prescrição de enfermagem Dor aguda 1) Orientar e solicitar ajuda para movimentação 2) Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica 3) Estimular atividades para distração (leitura, televisão e outras) 4) Estimular respiração abdominal com inspiração pelo nariz e expiração pela boca com lábios semiabertos 5) Utilizar medicamentos analgésicos CPM se o grau de dor estiver acima de quatro Desobstrução ineficaz das vias aéreas 1) Orientar a utilização técnica de expiração forçada ou tosse com uso de travesseiro no abdome quando houver presença de secreção traqueobrônquica 2) Realizar inalação com SF 0,9% 5 ml três vezes ao dia 3) Estimular a ingestão hídrica 4) Observar e comunicar desconforto respiratório 5) Realizar avaliação dos SSVV e da saturação de oxigênio de quatro em quatro horas, comunicando em caso de alteração Integridade tissular prejudicada 1) Realizar curativo em ferida cirúrgica com SF 0,9%, manter ocluído com gaze não aderente e anotar aspecto uma vez ao dia 2) Avaliar e comunicar caso haja aumento de hiperemia, presença de secreção ou abertura de bordas em ferida cirúrgica 95 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Risco de infecção 1) Realizar curva térmica de quatro em quatro horas, comunicando se a temperatura se elevar acima de 37,7 ºC 2) Realizar curativo em inserção de dreno em HTD com SF 0,9%, manter ocluído e anotar aspecto uma vez ao dia 3) Manter dreno de HTD fixado 4) Fechar dreno HTD quando for necessário elevar frasco coletor por curtos períodos 5) Trocar selo d’água do dreno em HTD, identificando a quantidade de água destilada colocada uma vez ao dia 6) Observar, anotar oscilação e comunicar se ausente em dreno em HTD 7) Observar, anotar e comunicar presença de borbulhamento em dreno em HTD 8) Observar e anotar características e débito do dreno em HTD 9) Manter SVD fixada em região superior das coxas ou inferior do abdome 10) Realizar higiene íntima três vezes ao dia observando, anotando e comunicando presença de secreção uretral 11) Esvaziar coletor fechado de urina quando estiver preenchido em metade de sua capacidade ou três vezes ao dia 12) Anotar o volume e o aspecto da diurese, comunicando se estiver turva ou com sedimentos 13) Manter técnica asséptica na manipulação do AVP 14) Observar, comunicar e anotar sinais inflamatórios em inserção de AVP 15) Realizar flushing com SF 0,9% e aspiração antes de cada infusão 16) Manter cateter salinizado com SF 0,9% 5 ml 17) Fixar cateter com membrana transparente semipermeável com data da punção, trocando somente se necessário 18) Proteger AVP com impermeável durante o banho 19) Trocar AVP a cada 96 horas ou quando houver sinais de inflamação na inserção 7.2 Mastectomia direita por câncer (CA) de mama em tratamento quimioterápico com complicação Tem‑se o caso de uma senhora internada na clínica cirúrgica por plaquetopenia relacionada à complicação do tratamento quimioterápico e em PO tardio de mastectomia por CA de mama com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. Para realizar o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência a fim de atingir os resultados esperados, vamos rever a fundamentação científica sobre a assistência de enfermagem em casos de câncer. O câncer é uma das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) com alta incidência, morbidade e mortalidade. É a segunda causa de morte no Brasil, com alto custo no tratamento, tanto financeiro quanto pessoal, para paciente e família, gerando desconforto, sofrimento e limitações nas atividades diárias. A assistência de enfermagem está presente em todas as fases da doença e de seu tratamento, contribuindo com cuidados que visam à recuperação, à diminuição de complicações e à melhora da qualidade de vida. Os fatores que contribuem para cura, aumento da sobrevida e qualidade de vida são: diagnóstico precoce, descoberta de novos medicamentos e abordagem terapêutica multiprofissional. 96 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/01 /1 8 Unidade IV 7.2.1 Processo fisiopatológico A população celular sofre transformação do material genético e seus descendentes são insensíveis aos mecanismos reguladores do crescimento (divisão celular). O câncer se caracteriza pela multiplicação celular desordenada e pela capacidade de invasão para outras regiões ou tecidos (metástases). 7.2.2 Fatores de risco São fatores de risco para o desenvolvimento de câncer: • tabagismo; • dieta rica em gorduras, carnes e pobre em fibras; • consumo de bebidas alcoólicas; • exposição ao sol; • exposição ocupacional; • poluição atmosférica; • agentes infecciosos. 7.2.3 Tratamento A escolha da modalidade depende do tipo de tumor (TU), das condições do cliente e do estadiamento da doença. Nesse último, são avaliados o tamanho do tumor, a existência ou não de linfonodos acometidos e de metástases. As possibilidades de tratamento estão listadas a seguir. O tratamento cirúrgico tem por objetivo remover de forma mecânica o tumor (ou parte dele) a fim de: • diagnosticar (por meio de biópsias); • prevenir (por meio da retirada de lesões pré‑cancerosas); • curar (por meio da retirada do TU); • paliar (melhorar condições e qualidade de vida); • estadiar (avaliar o quanto o TU já se espalhou pelo corpo); • ressecar metástases (retirada de metástases); 97 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO • reconstruir (cirurgias plásticas para reconstruir o tecido danificado e/ou retirado que estava tomado por células tumorais). A quimioterapia corresponde a um tratamento sistêmico (normalmente via endovenosa) que, com o objetivo de destruir as células malignas, lança mão de agentes antineoplásicos que interferem na função e na reprodução das células. Esse tipo de tratamento se dá por períodos prolongados, com intervalos para que o doente possa se recuperar dos efeitos colaterais, entre eles, a diminuição da crase sanguínea (diminuição da células de sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas). Na radioterapia, utiliza‑se radiação ionizante proveniente de aparelhos (bomba de cobalto) ou materiais radioativos (césio, irídio) para destruir as células malignas. Na bioterapia, empregam‑se agentes modificadores de resposta biológica (MRB), como interleucina e anticorpos monoclonais, para produzir efeito antitumoral ao estimular ou suprimir o sistema imune. Já a hormonioterapia é utilizada para tumores hormônio‑dependentes. No transplante de medula óssea há a substituição da MO doente por uma sadia (obtida por doador geneticamente similar). Observação Para que seja feita a escolha do melhor tratamento, realiza‑se a avaliação de fatores como: estadiamento da doença, se está localizada ou se já se espalhou pelo corpo e condições físicas do paciente (para ver se tem condições de suportar aquele tipo de tratamento). 7.2.4 Assistência de enfermagem para sintomas específicos de paciente em tratamento de câncer A assistência de enfermagem para o paciente em tratamento de câncer visa à melhora da qualidade de vida, diminuindo os sinais e sintomas da doença, efeitos colaterais dos tratamentos e complicações. Para essa assistência utiliza‑se uma combinação de estratégias farmacológicas, educativas, comportamentais (relaxamento, distração) e físicas (massagem, aplicação calor/ frio). A seguir serão abordados os sintomas específicos do paciente em tratamento de câncer. Náusea e vômito são sintomas frequentes que causam impacto na qualidade de vida, podendo levar a complicações como a desidratação. Suas causas são metabólicas, viscerais ou efeitos colaterais de medicamentos (quimioterapia e opiáceos). Para náuseas e vômitos as intervenções de enfermagem são: • ajuste da dieta: fracionada, leve, fria ou em temperatura ambiente, evitando alimentos condimentados, gordurosos e/ou com odor forte; 98 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV • orientação sobre o consumo de líquidos: suco de limão, maçã, chá, picolés; • orientação e manutenção de higiene oral adequada; • sugestão de atividade física nos intervalos e técnicas comportamentais; • tratamento preventivo: administrar antiemético se prescrito. A mucosite é um processo inflamatório e ulcerativo da mucosa oral causado pelos efeitos de múltiplos agentes relacionados à doença e ao tratamento. Ocasiona dor, hiperemia, cialorreia (aumento da saliva), sangramento e edema. É comum estar associado a infecções por fungos e vírus, pela imunidade comprometida. Dificulta o processo de mastigação e deglutição, comprometendo a nutrição do paciente e afetando sua comunicação verbal e autoimagem. Para casos de mucosite, as intervenções de enfermagem são: • orientar a realização diária do autoexame bucal para detecção precoce; • realizar higiene oral com escova de dente macia ou cotonetes quando existirem lesões, utilizando pasta de dente não abrasiva e evitando o uso de fio dental; • manter os lábios lubrificados; • evitar consumo de álcool e tabagismo; • evitar a ingestão de alimentos duros, ácidos, quentes e de frutas cítricas; • redobrar cuidado com próteses dentárias mal adaptadas. A anorexia e a caquexia são termos relacionados. A anorexia é a perda do apetite e a caquexia, a consequente perda de peso e massa muscular. As causas estão relacionadas a dor, dificuldade de deglutição, alterações no olfato e no paladar, estados depressivos, vômitos, constipação, dispneia e aumento das necessidades metabólicas pelo crescimento do tumor. Para anorexia e caquexia as intervenções de enfermagem são: • controlar outros sintomas como náuseas, fadiga, dor; • orientar aspectos da dieta como a importância para o tratamento; • fracionar a dieta, consumindo pequena quantidade em intervalos pequenos; • consumir alimentos ricos em calorias e de fácil digestão; • consumir líquidos entre as refeições; 99 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO • consumir suplementos ricos em proteínas; • repousar antes e após as refeições; • administrar, se prescritos, estimulantes do apetite. As causas da constipação estão relacionadas à redução da mobilidade intestinal por desidratação, desnutrição, TU abdominais, distúrbios metabólicos e efeitos colaterais das terapias medicamentosas (opiáceos, ferro). Em casos de constipação, o paciente geralmente apresenta dores abdominais, formação de flatos e empachamento, dificultando a alimentação. Para constipação, as intervenções de enfermagem mais adequadas são: • orientar sobre educação alimentar e intestinal; • realizar exercícios físicos e massagens abdominais; • consumir líquidos e ter uma dieta rica em fibras; • utilizar supositórios de glicerina; • evitar o uso de laxantes ou enemas (exceto em caso de indicação médica). A dor acomete a maioria dos pacientes com CA, causando sofrimento e depressão, além de ser de difícil controle no caso da dor oncológica. Os benefícios do controle da dor são a melhora do humor, da função intelectual e o relaxamento muscular. Em casos de dor, as intervenções de enfermagem mais adequadas são: • utilizar escalas para avaliação da dor e estabelecer sua frequência; • realizar massagens de conforto e técnicas de vibração, proporcionando relaxamento muscular e mental; • realizar exercício de flexão e extensão, alongamento e atividade física, a dor causa contrações na musculatura, o que leva à síndrome do desuso e piora a dor; • utilizar terapia cognitivo‑comportamental, partindo das concepções sobre as interações entre os pensamentos, emoções, ambiente e comportamento do indivíduo na vivência e expressão da dor, procurando promover mudanças nos pensamentos, sentimentos, crenças e comportamentos dos doentes a fim de obter um melhor manejo da dor; • utilizar técnicas de relaxamento e distração, promovendo atividades que o pacientesinta prazer em realizar; 100 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV • participar ativamente do plano terapêutico, avaliando e livrando‑se de preconceitos ao utilizar medicamentos, como “o paciente está exagerando”, “os remédios vão viciar”, “não há o que fazer”. O paciente portador de CA tem maior suscetibilidade a desenvolver infecção e várias são as causas de tal fato, como a diminuição da imunidade, a hospitalização e os vários procedimentos invasivos. Para prevenção das infecções, as intervenções de enfermagem a ser seguidas são: • identificar as situações de risco, intervindo para minimizá‑las; • verificar SSVV a cada quatro horas; • atentar para sinais precoces de infecção; • manutenção de boa higiene oral, corporal, do ambiente e dos equipamentos utilizados (na preparação dos alimentos ou outros); • não consumir alimentos crus e ferver tanto o leite quanto a água que serão ingeridos; • utilizar técnica asséptica nos procedimentos; • mobilização de doentes acamados protegendo suas proeminências ósseas. Lembrete A combinação de diferentes estratégias na assistência de enfermagem ao portador de CA visa melhorar o controle dos sintomas, reduzir as doses dos medicamentos e minimizar complicações, proporcionando maior conforto ao doente e melhor qualidade de vida. 7.3 Caso de plaquetopenia por complicação de tratamento quimioterápico em unidade cirúrgica de internação hospitalar A senhora M. D. C., de 50 anos, em PO tardio de mastectomia, está realizando tratamento quimioterápico e foi internada na clínica cirúrgica por plaquetopenia. Apresenta‑se consciente, orientada, comunicando verbalmente quando estimulada, descorada 3+/4+, hidratada, afebril. Normotensa, normocárdica, apresentando fadiga aos mínimos esforços, BRnF em 2T s/s. Taquipneica, boa expansibilidade pulmonar simétrica, som claro pulmonar, MV presente sem RA. Apresenta lesões na mucosa oral com dor e dificuldade na mastigação e na deglutição, náuseas, IMC 17 com baixa aceitação da dieta, abdome plano, flácido, indolor à palpação, RHA presentes, eliminação vesical e intestinal presente sem alterações. MMSS e II com boa perfusão periférica, pulsos distais presentes, sem edema. Mantém AVP em MSE sem sinais flogísticos. 101 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Quadro 32 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de enfermagem coletados no caso da senhora MDC Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem Características definidoras Fator relacionado/ Risco Plaquetopenia, descorado 3+/4+, taquipneica, fadiga, AVP, quimioterapia Proteção ineficaz Alteração na coagulação, deficiência na imunidade, dispneia, fraqueza Agente farmacológico e câncer, dispositivo invasivo (AVP) Descorada 3+/4+, fadiga aos mínimos esforços Risco de quedas ‑ Fraqueza e tontura Lesões na mucosa oral com dor e dificuldade na mastigação e deglutição Mucosa oral prejudicada Desconforto oral, dificuldade para comer, lesão oral Agente químico, secundário à quimioterapia e plaquetopenia Náuseas, IMC 17 com baixa aceitação da dieta Nutrição desequilibrada: menor que necessidades corporais Ingestão inadequada de alimentos (menos que PDR) Incapacidade para ingerir nutrientes causada por fadiga, mucosite e efeitos colaterais da quimioterapia Quadro 33 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso da senhora MDC Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC) Proteção ineficaz Coagulação sanguínea Controle de energia Proteção contra infecção 1) Precauções contra sangramentos 2) Controle de energia 3) Proteção contra infecção Risco de quedas Conhecimento para prevenção de quedas Ambiente domiciliar seguro 1) Prevenção de quedas 2) Controle do ambiente: segurança 3) Assistência no autocuidado 4) Terapia com exercícios: equilíbrio e transporte Mucosa oral prejudicada Integridade tissular da mucosa Higiene oral 1) Manutenção da saúde oral 2) Cuidado com as lesões 3) Proteção contra infecção 4) Precauções contra sangramentos Nutrição desequilibrada: menor que necessidades corporais Estado nutricional 1) Controle da náusea 2) Assistência para ganhar peso e massa muscular 3) Planejamento da dieta 102 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Quadro 34 – Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso da senhora MDC Diagnósticos de enfermagem Prescrição de enfermagem Proteção ineficaz 1) Manter repouso no leito em Fowler e evitar movimentos que possam produzir qualquer trauma 2) Realizar controle de SSVV e de saturação de oxigênio de quatro em quatro horas, comunicando em caso de alteração 3) Monitorar sinais de sangramento em vias aéreas superiores, boca, fezes e urina, comunicar se houver ocorrência 4) Realizar higiene oral com escova de espuma com clorexidina oral três vezes ao dia, não usar fio dental e comunicar se houver sangramento 5) Utilizar dieta laxativa e comunicar em caso de constipação 6) Não realizar medicação intramuscular (IM) 7) Orientar paciente e familiares quanto ao risco de sangramento 8) Manter técnica asséptica na manipulação do AVP 9) Observar, comunicar e anotar sinais inflamatórios em inserção de AVP 10) Realizar flushing com SF 0,9% 5 ml e aspiração antes de cada infusão 11) Manter cateter salinizado com SF 0,9% 5 ml 12) Fixar cateter com membrana transparente semipermeável com data da punção, trocando somente se necessário 13) Proteger AVP com impermeável durante o banho 14) Trocar AVP a cada 96 horas ou quando houver sinais de inflamação na inserção Risco de quedas 1) Orientar ao paciente solicitar ajuda para realizar movimentação, higiene e eliminações 2) Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica 3) Manter grades elevadas do leito 4) Orientar sobre o perigo de quedas 5) Chamar a atenção do paciente quanto ao uso de sapato apropriado 6) Estimular e auxiliar a mudança de decúbito 7) Realizar exercícios ativos e passivos de MMII Mucosa oral prejudicada 1) Realizar higiene oral três vezes ao dia e após refeições com escova de dente macia, pasta de dente não abrasiva e solução alcalina, não utilizar fio dental 2) Realizar lubrificação dos lábios após higiene oral ou se apresentar ressecamento 3) Evitar ingestão de alimentos duros, ácidos, quentes e frutas cítricas Nutrição desequilibrada: menor que necessidades corporais 1) Manter repouso uma hora antes e duas horas após as refeições 2) Estimular e auxiliar a ingestão de alimentos de sua preferência 3) Administrar dieta morna, não abrir a bandeja perto da face da paciente 4) Manter ambiente arejado durante a alimentação 5) Manter decúbito elevado e baços apoiados durante a alimentação 6) Realizar refeições de forma fracionária de duas em duas horas 7) Observar, anotar e comunicar náuseas e vômitos, administrando, se necessário, medicamento CPM 8) Orientar o conhecimento sobre os alimentos e suas necessidade nutricionais 103 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO 8 ATENÇÃO TERCIÁRIA: RECUPERAÇÃO DA SAÚDE COM AFECÇÕES CIRÚRGICAS DO SIATEMA DIGESTÓRIO 8.1 Colectomia parcial com colostomia por doença de Crohn Tem‑se o caso de uma senhora internada na unidade cirúrgica com antecedente de doença de Crohn e está no 10º PO de colectomia parcial e colostomia à E com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. Para realizar o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência a fim de atingir os resultados esperados, vamos rever a fundamentação científica sobre a doença de Crohn e a assistênciade enfermagem no pós‑operatório de colectomia com colostomia. Doença de Crohn é um problema inflamatório crônico que atinge principalmente o sistema digestório, com foco no ílio terminal e no cólon. O processo inflamatório causa ulcerações que vão comprometendo todas as camadas da parede intestinal. Observação A causa da doença de Crohn ainda não é conhecida, mas sabe‑se que, além do sistema imunológico, estão envolvidos fatores genéticos, ambientais, dietéticos e infecciosos. Manifesta‑se em homens e mulheres, sendo mais comum a incidência em mulheres fumantes na faixa etária dos 20 aos 40 anos. Os sintomas são dor abdominal no quadrante inferior direito, náuseas e vômitos, diarreia (que pode conter muco e sangue), fissuras intestinais e perda de peso (pela dificuldade em absorver os nutrientes). As complicações são úlceras intestinais e fístulas intestinais (comunicação anormal do intestino para a região perineal, que pode drenar conteúdo intestinal para a vagina e bexiga). A complicação mais grave é a obstrução intestinal (situação da paciente M.R.D.). Colectomia parcial é o procedimento cirúrgico de remoção parte do cólon, já a colostomia é a abertura do cólon através da parede abdominal com o objetivo de desviar o trânsito intestinal, construindo um novo trajeto para a saída das fezes. A colostomia é um tipo de ostomia realizada no intestino grosso. Dependendo do local do intestino grosso onde é feita, a frequência de evacuações e a consistência das fezes podem ser alteradas (figura a seguir). Quando realizado no intestino delgado (fino), tal procedimento é chamado de Ileostomia; nesse tipo de ostomia, as fezes são inicialmente líquidas, passando, após um período de adaptação, a ser semilíquidas ou semipastosas. O estoma pode ser feito de urgência ou planejado de forma temporária (é revertido após algum tempo e melhora do processo de doença) ou definitiva (não há reversão do ostoma). 104 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV A) B) C) D) Figura 10 – Colostomia em diferentes locais do intestino grosso Com relação à avaliação da integridade do estoma, deve ser protruso (mais ou menos 2 cm para fora da parede abdominal), apresentar a mucosa corada e hidratada. Quando alterado, pode se apresentar herniado (alça intestinal se exteriorizando) ou retraído, com coloração opaca ou cianótica (diminuição na perfusão local); essas alterações significam presença de complicações. Os cuidados de enfermagem a serem seguidos no caso de paciente com colostomia são indicados a seguir: • Avaliar o aspecto, a cor (deve ser vermelho vivo), o brilho, a umidade, a presença de muco, o tamanho e a forma do ostoma. • A limpeza do estoma deve ser feita delicadamente, com jato de SF 0,9% aquecido a 37 ˚C nos primeiros dias de pós‑operatório e depois com o chuveirinho no banho, nunca devendo ser esfregado. Para limpar o estoma ou esvaziar o conteúdo da bolsa, deve‑se utilizar a abertura no final da bolsa. • A limpeza da pele ao redor do estoma deve ser feita com água e sabonete neutro apenas, sem esfregar ou usar outros produtos no local. Essa limpeza deve ser realizada somente no momento de troca da bolsa. • A bolsa deve ter uma placa de proteção para a pele ao redor do estoma, que deve ser recortada cerca de 2 milímetros maior que o tamanho do estoma (utilizar um mensurador de estomas). A troca deve ser feita a cada três dias, retirando a bolsa anterior com cuidado (para não traumatizar 105 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO a pele) e durante o banho (pois facilita a retirada da bolsa). Coloque a bolsa de baixo para cima e certifique‑se de que ela esteja bem adaptada à pele. Retire o ar de dentro da bolsa e feche com o clamp a saída. Saiba mais Para uma melhor fundamentação científica na resolução do caso, acesse as orientações a seguir, do Inca, sobre cuidados com ostomias. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Orientações sobre ostomias. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/images/stories/ noticias/pdf/cartilha_folder_Inca.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. 8.1.1 Caso de colectomia parcial com colostomia em unidade cirúrgica de internação hospitalar A senhora M. R. D., de 46 anos, tem antecedente de doença de Crohn há 15 anos e está no 10º PO de colectomia parcial e colostomia à E. Apresenta‑se consciente, orientada, comunicando verbalmente, aparenta tranquilidade e aceitação da colostomia, porém com dúvidas no autocuidado. Descorada 3+/4+, desidratada+/4+, deambulando com dificuldades e referindo cansaço aos mínimos esforços, eupneica com boa expansibilidade, MV+ s/RA. Normocárdica, normotensa com BRnF em 2T s/s. IMC 20 com aceitação parcial de dieta via oral (VO), abdômen globoso, tenso, dolorido à palpação superficial, RHA aumentados, mantém ferida cirúrgica em região mediana com pontos íntegros, bordas únicas com presença de hiperemia e secreção seropurulenta à expressão em pequena quantidade. Colostomia em QID com estoma protuso, arredondado, coloração vermelha brilhante, sem retração local com grande débito líquido e pele íntegra adjacente. Apresenta MMSS e II com boa perfusão periférica, pulsos distais presentes e mantendo acesso venoso periférico em MSD sem sinais flogísticos. Quadro 35 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de enfermagem coletados no caso da senhora MRD Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem Características definidoras Fator relacionado/ risco Aceitação da colostomia, porém com dúvidas no autocuidado, colostomia em QID com estoma protuso, arredondado, coloração vermelha brilhante, sem retração local com grande débito líquido e pele íntegra adjacente. Disposição para controle da saúde melhorado Expressa desejo de melhorar o controle da doença Demandas excessivas Descorada 3+/4+, desidratada +/4+, IMC 20 com aceitação parcial de dieta VO, RHA aumentados Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais Ingestão de alimentos menor que a porção recomendada, mucosas pálidas, peso do corpo 20% abaixo do ideal, sons intestinais hiperativos Fatores biológicos e ingestão alimentar insuficiente 106 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Descorada 3+/4+, deambulando com dificuldades e referindo cansaço aos mínimos esforços Fadiga Risco de queda Cansaço, incapacidade de manter as rotina habituais Anemia, estado de doença Ferida cirúrgica em região mediana com pontos íntegros, bordas únicas com presença de hiperemia e secreção seropurulenta à expressão em pequena quantidade. Integridade tissular prejudicada Tecido lesado Procedimento cirúrgico Acesso venoso periférico em MSD Risco de infecção – Procedimentos invasivos Quadro 36 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso da senhora MRD Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC) Disposição para controle da saúde melhorado Comportamento de tratamento: colostomia 1) Ensino: procedimento e habilidades psicomotoras 2) Melhora do enfrentamento 3) Grupo de apoio Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais Estado nutricional 1) Assistência para ganhar peso e massa muscular 2) Planejamento da dieta Fadiga Risco de queda Conservação de energia Conhecimento para prevenção de quedas 1) Controle de energia 2) Assistência no autocuidado 3) Prevenção de quedas 4) Controle do ambiente: segurança 5) Terapia com exercícios: equilíbrio e transporte Integridade tissular prejudicada Cicatrização de ferida 1) Cuidados com o local da incisão Risco de infecção Estado infeccioso 1) Proteção contra infecção 2) Manutenção do dispositivo para AVP Quadro 37 – Prescrição de enfermagem de acordocom os diagnósticos de enfermagem identificados no caso de senhora MRD Diagnósticos de enfermagem Prescrição de enfermagem Disposição para controle da saúde melhorado 1) Orientar e treinar a troca da bolsa coletora, mantendo a integridade da pele adjacente ao estoma de três em três dias 2) Orientar e treinar o esvaziamento da bolsa sempre que necessário 3) Orientar e treinar a limpeza do estoma durante o banho 4) Comunicar lesão de pele ao redor do estoma ou alteração nas características do estoma (protruso, avermelhado e brilhante) 5) Encaminhar a UBS para aquisição dos insumos e acompanhamento 6) Encaminhar a grupo de apoio na UBS 107 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais 1) Manter repouso por uma hora antes e duas horas após as refeições 2) Estimular e auxiliar a ingestão de alimentos de sua preferência 3) Estimular a ingestão hídrica de 2.000 ml/dia 4) Manter decúbito elevado e braços apoiados durante a alimentação 5) Realizar refeições de forma fracionária de duas em duas horas 6) Ingerir dieta hipercalórica e hiperproteica, evitando alimentos que produzam flatos 7) Ingerir suco ou fruta cítrica após as refeições 8) Orientar o conhecimento sobre os alimentos e suas necessidades nutricionais Fadiga Risco de queda 1) Manter grades elevadas e cama travada 2) Manter repouso no leito 3) Orientar que paciente solicite ajuda para movimentação 4) Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica 5) Realizar exercícios ativos e passivos em MMSS e II Integridade tissular prejudicada 1) Realizar curativo em ferida cirúrgica com SF 0,9% e lavar abertura da incisão com SF 0,9% aquecido com seringa de 20 ml, secando, mantendo ocluído e anotando o aspecto uma vez ao dia 2) Avaliar e comunicar aumento de hiperemia, presença de secreção ou abertura de bordas em ferida cirúrgica Risco de infecção 1) Avaliar temperatura de quatro em quatro horas, comunicando se houver elevação acima de 37,5 ºC 2) Manter técnica asséptica na manipulação do AVP 3) Observar, comunicar e anotar sinais inflamatórios em inserção de AVP 4) Realizar flushing e aspiração antes de cada infusão 5) Manter cateter salinizado com SF 0,9% 5 ml 6) Fixar cateter com membrana transparente semipermeável com data da punção, trocando somente se necessário 7) Proteger AVP com impermeável durante o banho 8) Trocar AVP a cada 96 horas ou quando houver sinais de inflamação na inserção 8.2 Cirrose hepática e nutrição enteral Tem‑se o caso de um senhor internado na unidade cirúrgica por cirrose hepática com hipertensão no sistema porta hepático e que está recebendo nutrição enteral. Para realizar o raciocínio crítico, o julgamento diagnóstico e planejar a assistência a fim de atingir os resultados esperados para esse paciente, vamos rever a fundamentação científica sobre assistência de enfermagem em relação à cirrose hepática e à nutrição enteral. Os efeitos tóxicos sobre o fígado produzem inflamação e necrose das células, as agressões ao tecido hepático provocam substituição do tecido normal por tecido cicatricial, alterando sua estrutura e função. A distorção da arquitetura normal do fígado leva à insuficiência hepática com falência de funções (desse órgão), além de produzir a compressão dos vasos sanguíneos hepáticos, gerando um aumento da resistência vascular abdominal e ocasionando o quadro de hipertensão no sistema porta hepático. Tal quadro leva, por sua vez, ao surgimento de varizes esofagianas e gástricas, hemorroidas e desenvolvimento de circulação colateral nessas regiões (teleangiectasias). Como a pressão é alta, há o risco de rompimento dessas varizes, associado à diminuição na produção de fatores de coagulação, gerando um alto risco de hemorragia digestiva. 108 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Observação O consumo excessivo de álcool e as hepatites virais crônicas são as principais causas de agressão prolongada ao tecido hepático e morte de hepatócitos. As funções hepáticas e as manifestações clínicas da insuficiência hepática estão sintetizadas nos tópicos a seguir, observe. • Sintetizar, por meio da vitamina K, a maioria dos fatores de coagulação, além de promover a remoção dos fatores ativados; assim, na insuficiência hepática ocorre o risco de sangramentos. • Desintoxicar substâncias; assim, na insuficiência hepática há um efeito potencializado dos medicamentos. • Metabolizar a bilirrubina e produzir a bile; assim, na insuficiência hepática ocorre acúmulo de bilirrubina na circulação, levando a icterícia, fezes alcoólicas (sem cor, isto é, sem bile) com diarreia, urina colúrica (escura, isto é, com bilirrubina) e o acúmulo de bilirrubina na pele (causando prurido). • Síntese de albumina; assim, na insuficiência hepática há diminuição da pressão coloidosmótica nos vasos, fato que leva ao extravasamento de líquido, gerando ascite e outros edemas. • O metabolismo lipídico e proteico fica alterado na insuficiência hepática, ocasionando o quadro de fadiga no paciente. • O fígado tem a função de regular o nível de glicose ao produzir o glicogênio (armazenado nos hepatócitos) ao realizar a gliconeogênesse (síntese de glicose utilizando aminoácidos). Assim, na insuficiência hepática, ocorre risco de glicemia instável. • Converter amônia (substância tóxica produzida no processo digestivo das proteínas) em ureia (eliminada pelo rim); assim, na insuficiência hepática há o acúmulo de amônia na circulação, levando ao quadro de encefalopatia hepática. A seguir está o plano assistencial de enfermagem para casos de insuficiência hepática. • Observar e comunicar alterações do comportamento. • Administrar lactulose conforme prescrição médica (CPM) para diminuir o pH intestinal e aumentar a secreção de amônia. • Monitorizar os níveis séricos de amônia (o normal é entre 9 Mmol/l e 33 Mmol/l). 109 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO • Atender as necessidades nutricionais (dieta rica em calorias e baixa em gorduras, proteínas e sódio). • Oferecer dieta fracionada. • Considerar a nutrição parenteral quando a ingestão oral é insuficiente. • Monitorizar parâmetros do estado nutricional (por exemplo: albumina entre 4 g/dl e 5 g/dl). • Prevenir ameaças à integridade da pele. • Banho com água morna ou fria, seguido de secagem adequada e lubrificação. • Monitorizar os níveis séricos de bilirrubina: — bilirrubina total (BT): normal entre 0,2 mg/dl e 1,0 mg/dl; — bilirrubina direta (BD): normal entre 0,1 mg/dl e 0,4 mg/dl. Essa bilirrubina é conjugada no fígado e armazenada na vesícula biliar, seu nível aumenta na circulação quando ocorrem processos obstrutivos das vias e vesícula biliar; — bilirrubina indireta (BI): normal entre 0,1 mg/dl e 0,6 mg/dl, produzida na circulação pela quebra das hemácias, deve ser metabolizada pelo fígado, quando a função hepática está insuficiente seu nível aumenta na circulação. • Observar grau de icterícia, colúria e fezes acólicas. • Atentar para presença de diarreia. • Minimizar o risco de sangramento. • Observar e comunicar sinais de hemorragias e melena. • Monitorar exames de coagulação sanguínea: — tempo de trombina (TT) – o valor normal é entre 7 e 12 segundos. Esse exame avalia defeitos no fibrinogênio (fator de coagulação ativado no fígado). Na insuficiência hepática, o tempo de normalidade está aumentado. — tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) – o valor normal é entre 21 e 35 segundos. Este exame também é usado para monitorar o tratamento com heparina. Na insuficiência hepática o tempo está aumentado. — tempo de protrombina (TP) – o valor normal é entre 11 e 13 segundos. Este exame é usado para monitorar o tratamento com anticoagulantes orais. Na insuficiênciahepática, o tempo está aumentado. • Medir líquidos ingeridos, infundidos e eliminados para realizar o balanço hídrico. 110 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV • Pesar em jejum. • Medir circunferência abdominal e atentar para indicação da paracentese (procedimento médico de punção para retirada de líquido ascítico), indicado quando a ascite está prejudicando a contração do diafragma. • Monitorizar sinais de sobrecarga cardíaca (sons cardíacos, pulmonares, estase jugular e edemas). • Atentar para distúrbio no padrão respiratório em razão de ascite, acidose metabólica ou congestão pulmonar. • Promover repouso para diminuir as demandas impostas ao fígado. • Abordar as interações sociais (implicações psicossociais como isolamento, rejeição e desesperança). • Monitorizar enzimas hepáticas: — fosfatase alcalina: o valor de normalidade é entre 98 U/l e 251 U/l, consiste em enzima presente nas membranas de revestimento dos canalículos biliares, estando seu valor aumentado no sangue em processos obstrutivos da vesícula e vias biliares; — transaminase glutamico‑oxaloacética (TGO): o valor de normalidade é entre 5 U/l e 40 U/l, enzima que é liberada na circulação quando temos lesão de hepatócitos, ficando aumentada nessa situação, consistindo em um marcador de lesão hepática; — transaminase glutamico‑purúvica (TGP): o valor de normalidade é até 40 U/l; outra enzima que é liberada na circulação quando temos lesão de hepatócitos, ficando aumentada nessa situação, consistindo em um marcador de lesão hepática; — gama‑GT (gamaglutamil transferase): o valor de normalidade é entre 11 U/l e 43 U/l, esta enzima aumenta no sangue em processos neoplásicos do fígado. Saiba mais Acesse o estudo a seguir, sobre cuidado do paciente com cirrose hepática, para obter uma melhor fundamentação científica e auxílio na resolução do caso. VARGAS, R. da S.; FRANÇA, F. C. de V. Processo de enfermagem aplicado a um portador de cirrose hepática utilizando as terminologias padronizadas Nanda, NIC e NOC. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 60, n. 3, p. 348‑352, maio‑jun. 2007. 111 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO No caso em questão, o cliente com cirrose hepática está recebendo nutrição enteral (figura a seguir). A terapia nutricional enteral consiste na administração contínua ou intermitente de nutrientes através do trato gastrointestinal por meio de sonda nasoenteral, nasogástrica ou ostomias. Recipiente de alimentação enteral Bomba de alimentação enteral Sonda de alimentação 8 Fr Ponta pesada flexível Figura 11 – Paciente recebendo nutrição enteral por sonda nasoenteral (SNE) com bomba de infusão A indicação da terapia nutricional enteral está relacionada a situações clínicas em que o tubo digestivo encontra‑se íntegro, mas o paciente não pode ou não deve se alimentar pela boca, necessitando de suporte nutricional por sondas. As contraindicações são decorrentes de alteração do processo digestivo, como: • vômitos frequentes; • diarreia importante (acima de três evacuações líquidas ou semilíquidas ao dia); • íleo paralítico; • obstrução intestinal; • instabilidade hemodinâmica importante. Existem dois métodos de administração para a terapia nutricional enteral: • sistema aberto: infusão intermitente da dieta (de quatro em quatro horas); • sistema fechado: infusão contínua da dieta (nas 24 horas). 112 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV No caso o paciente está utilizando o sistema fechado de infusão de dietas enterais, que consiste na administração de fórmula nutricional para uso enteral através de embalagens com volume de 1.000ml. Esse tipo de embalagem pode permanecer conectada à sonda do paciente por 24 horas com garantia de qualidade microbiológica. São vantagens do sistema fechado de infusão de dietas enterais: • dispensa armazenamento refrigerado; • permite infusão contínua conforme programação da bomba de infusão; • garantia da qualidade microbiológica segundo parâmetros internacionais; • reduz manipulação dos produtos e reduz custos para o paciente e para a instituição. A seguir estão listados os cuidados para a manutenção segura da dieta por sonda em infusão contínua. • Antes de iniciar a dieta, certificar‑se do posicionamento da SNE através do RX. • O frasco nunca deverá permanecer instalado na sonda do paciente por um período maior que 24 horas, mesmo que seja necessário desprezar algum volume de dieta. • Proceder a troca do equipo da dieta a cada troca do frasco. • Evitar abertura do sistema (para situações em que não é necessário abrir o sistema, apenas interromper a infusão). • Para infusão de água e medicação, utilizar a segunda via sonda. • Lembrar‑se de interromper a infusão antes da fisioterapia, da aspiração traqueal e do banho. • Quando a dieta é interrompida, deve‑se lavar a sonda. • Não é necessário verificar refluxo antes da administração da dieta (infusão contínua). • Na troca dos frascos, é necessário certificar‑se do posicionamento correto da sonda por meio de ausculta. • Posicionar o paciente em decúbito elevado de 45 graus durante a infusão da dieta. • Avaliar e comunicar sinais de broncoaspiração, tosse e expectoração com características da dieta, bem como piora da dispneia. • Observar e comunicar a presença de náuseas, vômitos e distensão abdominal. • Avaliar e comunicar exteriorização da sonda nasoenteral. 113 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Observação Uma vez que não se verifica mais o refluxo gástrico, deve‑se atentar para outros sinais de intolerância à dieta, como náuseas e vômitos, distensão abdominal e RHA ausentes. 8.2.1 Caso de cirrose hepática em unidade cirúrgica de internação hospitalar O senhor A. M., de 53 anos e divorciado, está internado na unidade de clínica médica com insuficiência hepática. Durante a avaliação apresentava‑se confuso, e seu filho, que o acompanhava, relatou que ele tinha o hábito de beber socialmente, porém, nos últimos anos, o consumo diário de bebida alcoólica vinha se intensificando, culminando havia dois anos, na perda do emprego em um divórcio. Após esses incidentes, iniciou‑se um quadro depressivo, com aumento do consumo de bebida, diminuição do apetite e perda de peso. Atualmente refere piora, com inchaço e coloração amarelada dos olhos e da pele. Nega tabagismo, não realiza acompanhamento do seu estado de saúde e se automedica quando apresenta sintomas que o incomodam. No exame físico, apresentava‑se reagindo a estímulos verbais com respostas inadequadas, desorientado no tempo e no espaço, agitado, emagrecido, com musculatura hipotrófica, descorado 2+/4+, ictérico 3+/4+ e com prurido. Taquicardíaco com pulsos distais presentes (110 bat/min), hipotenso (100 mmHg x 60 mmHg), desidratado, com turgor de pele diminuído e diurese colúrica com volume diminuído. Dispneico aos esforços com expansibilidade e MV diminuído com roncos difusos. Mantém sonda nasoentérica (SNE), recebendo dieta por bomba de infusão (BI) com abdome globoso com teleangiectasias, tenso, ascítico, com piparote presente, RHA aumentado e apresentando episódios de diarreia acólica. MMSS e II com BPP e pulsos distais presentes. Mantém AVP em MSE sem sinais flogísticos. Quadro 38 – Diagnósticos de enfermagem identificados de acordo com os dados de enfermagem coletados no caso do senhor AM Dados de enfermagem Diagnóstico de enfermagem Características definidoras Fator relacionado/ risco Consumo de bebida alcoólica com perda do emprego e divórcio, com posterior inicio de quadro depressivo Comportamento de saúde propenso a risco Falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde Abuso de substâncias Respostas inadequadas,agitação desorientação no tempo e espaço Confusão aguda Risco de queda Agitação, alteração na função psicomotora Abuso de substâncias Encefalopatia hepática SNE recebendo dieta por BI, diminuição do apetite e perda de peso, emagrecido com musculatura hipotrófica, descorado 2+/4+, ascite Risco de aspiração – Alimentação enteral, esvaziamento gástrico retardado Ictérico 3+/4+ com prurido, desidratado, emagrecido com musculatura Risco de integridade da pele prejudicada – Alteração na pigmentação, no turgor de pele e nutrição inadequada 114 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Taquicárdico, hipotenso, desidratado com turgor de pele diminuído e diurese com volume diminuído, diarreia acólica, abdome globoso, tenso e ascítico Volume de líquido deficiente Alteração no turgor de pele, aumento na concentração urinária, diminuição na PA Mecanismo regulador comprometido Dispneico aos esforços com expansibilidade e MV ↓ com roncos difusos, abdome globoso, tenso e ascítico Padrão respiratório ineficaz Dispneia, capacidade vital diminuída Posição do corpo inibe a expansão torácica, hiperventilação Hipertensão no sistema porta hepático, abdome globoso com teleangiectasias, tenso, ascítico Risco de sangramento – Função hepática prejudicada Acesso venoso periférico em MSD Risco de infecção – Procedimentos invasivos Quadro 39 – Resultados esperados e intervenções de enfermagem de acordo com os dados de enfermagem identificados no caso do senhor AM Diagnóstico de enfermagem Resultado esperado (NOC) Intervenções de enfermagem (NIC) Comportamento de saúde propenso a risco Comportamento de busca da saúde 1) Ensino do processo da doença 2) Assistência na automodificação 3) Grupo de apoio Confusão aguda Risco de queda Orientação cognitiva Prevenção de quedas 1) Orientação para a realidade 2) Administração de medicamentos (CPM) 3) Prevenção de quedas 4) Controle do ambiente: segurança Risco de aspiração Prevenção de aspiração 1) Posicionamento 2) Precauções contra aspiração 3) Alimentação por sonda enteral 4) Monitoração respiratória Risco de integridade da pele prejudicada Integridade tissular: pele e mucosas 1) Banho 2) Controle do prurido 3) Controle hídrico 4) Posicionamento 5) Supervisão da pele Volume de líquido deficiente Equilíbrio hídrico 1) Controle hídrico 2) Monitorização hídrica Padrão respiratório ineficaz Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas 1) Posicionamento 2) Controle das vias aéreas 3) Monitoração de SSVV Risco de sangramento Controle de risco 1) Precauções contra sangramento 2) Identificação de risco 3) Monitorar estado de coagulação (TP e TTPA) Risco de infecção Estado infeccioso 1) Proteção contra infecção 2) Manutenção do dispositivo para AVP 115 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO Quadro 40 – Prescrição de enfermagem de acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados no caso do senhor AM Diagnósticos de enfermagem Prescrição de enfermagem Comportamento de saúde propenso a risco 1) Orientar sobre a doença e a relação com o etilismo 2) Envolver ativamente no próprio cuidado 3) Encorajar relações com pessoas importantes 4) Ajudar na identificação de aspectos psicossociais que influenciam o consumo de bebida alcóolica 5) Encaminhar para grupo de apoio e tratamento Confusão aguda Risco de queda 1) Manter grades elevadas e cama travada 2) Manter supervisão constante 3) Orientar familiares quanto ao risco de queda 4) Realizar banho de aspersão em cadeira higiênica Risco de aspiração 1) Posicionar em decúbito elevado acima de 45º durante infusão da dieta 2) Checar posicionamento da SNE antes de administrar dieta 3) Avaliar e comunicar sinais de broncoaspiração: tosse e expectoração com características da dieta, piora da dispneia 4) Observar e comunicar presença de náuseas, vômitos e distensão abdominal Risco de integridade da pele prejudicada 1) Observar e anotar presença de icterícia, comunicar em caso de piora 2) Realizar banho morno e, na sequência, hidratar a pele com AGE 3) Manter unhas aparadas e limpas 4) Orientar paciente a solicitar ajuda quando presente o prurido e evitar coçar a pele 5) Otimizar hidratação local quando o prurido estiver presente 6) Estimular mudança de decúbito Volume de líquido deficiente 1) Realizar controle de SSVV de duas em duas horas, comunicando se houver alteração 2) Restrição hídrica conforme balanço hídrico 3) Verificar e anotar débito urinário Padrão respiratório ineficaz 1) Manter repouso no leito em posição de Fowler alto com MMII abaixados 2) Medir circunferência abdominal 3) Realizar inalação com SF 0,9% 5 ml 4) Observar e comunicar presença de tosse com expectoração 5) Realizar controle da frequência respiratória, comunicando se abaixo de 14 mrp ou acima de 20 mrp 6) Monitorar dispneia, comunicando em caso de piora 7) Realizar controle da saturação de oxigênio, comunicando se abaixo de 94% Risco de sangramento 1) Monitorar sinais de sangramento em vias aéreas superiores, boca, fezes e urina, comunicando se ocorrerem 2) Realizar higiene oral com escova de espuma e clorexidina oral, três vezes ao dia, não usar fio dental e comunicar em caso de sangramento 3) Utilizar dieta laxativa e comunicar constipação 4) Não realizar medicação intramuscular (IM) 5) Manter repouso no leito e evitar movimentos que possam produzir qualquer trauma 6) Orientar paciente e familiares quanto ao risco de sangramento 116 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV Risco de Infecção 1) Avaliar temperatura de quatro em quatro horas, comunicando em caso de elevação acima de 37,5 ºC 2) Manter técnica asséptica na manipulação do AVP 3) Observar, comunicar e anotar sinais inflamatórios em inserção de AVP 4) Realizar flushing com SF 0,9% e aspiração antes de cada infusão 5) Manter cateter salinizado com SF 0,9% 5 ml 6) Fixar o cateter com membrana transparente semipermeável com data da punção, trocando somente se necessário 7) Proteger AVP com impermeável durante o banho 8) Trocar AVP a cada 96 horas ou quando houver sinais de inflamação na inserção Lembrete O diagnóstico de enfermagem risco de aspiração deve ser elaborado para o paciente que recebe dieta por sonda nasogástrica, sendo a manutenção do decúbito elevado um cuidado importante para prevenção da broncoaspiração. Resumo Nesta unidade foram apresentados quatro casos cirúrgicos para elaboração da SAE na atenção terciária à saúde. Os casos abordaram a assistência de enfermagem em indivíduos internados em unidades cirúrgicas hospitalares. O primeiro caso foi de um senhor admitido na unidade de internação cirúrgica por neoplasia de pulmão. No 6º PO de lobectomia D com ressecção de tumoral com dreno em HTD com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. O principal diagnóstico identificado foi risco de infecção, relacionado a estado subfebril (37,2 ˚C), dreno em HTD oscilante, não borbulhante com débito 360 ml/24 h, SVD com bom débito claro, AVP em MSE. As principais ações prescritas pelo enfermeiro para o diagnóstico risco de infecção, a fim de atingir os resultados esperado (NOC), foram: 1. realizar curva térmica de quatro em quatro horas, comunicando se a temperatura ficar acima de 37,7 ˚C; 2. realizar curativo em inserção de dreno em HTD com SF 0,9%, mantendo ocluído e anotando o aspecto uma vez ao dia; 4. manter dreno de HTD fixado; 5. fechar dreno HTD quando for necessário elevar frasco coletor por curtos períodos; 6. trocar selo d’agua do dreno em HTD, identificando a quantidade de água destilada colocada uma vez ao dia; 7. Observar, anotar a oscilação e comunicar se ausente em dreno 117 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO em HTD; 8. observar, anotar e comunicar presença de borbulhamento em dreno em HTD; 9. observar e anotar características e débito do dreno em HTD; 10. manter SVD fixada em região superior das coxas ou inferior do abdome; 11. realizar higiene intima três vezes ao dia, observando, anotando e comunicando a presença de secreção uretral; 12. esvaziar coletor fechado de urina quando estiver preenchida metade de sua capacidade (ou três vezes ao dia); 13. anotar o volume e o aspecto da diurese, comunicando em caso de diurese turva ou com sedimentos. O segundo caso apresentado foi de uma senhora internada na clínica cirúrgica por plaquetopenia, relacionada a uma complicação do tratamento quimioterápico e em PO tardio de mastectomia por CA de mama com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. O principal diagnóstico identificado foi proteção ineficaz, relacionada à plaquetopenia, descorada 3+/4+, taquipneica, fadiga, AVP e quimioterapia. As principais ações prescritas pelo enfermeiro para o diagnóstico proteção ineficaz, a fim de atingir os resultados esperados (NOC), foram: 1. manter repouso no leito em Fowler e evitar movimentos que possam produzir qualquer trauma; 2. realizar controle de SSVV e de saturação de quatro em quatro horas, comunicando em caso de alteração; 3. monitorar sinais de sangramento em vias aéreas superiores, boca, fezes e urina, comunicando se houver ocorrência; 4. realizar higiene oral com escova de espuma com clorexidina oral, três vezes ao dia, não usar fio dental, comunicando em caso de sangramento; 5. utilizar dieta laxativa e comunicar em caso de constipação; 5. não realizar medicação intramuscular (IM); 7. orientar paciente e familiares quanto ao risco de sangramento. O terceiro caso apresentado foi de uma senhora internada na unidade cirúrgica com antecedente de doença de Crohn e que está no 10º PO de colectomia parcial e colostomia à E, com vários problemas de enfermagem decorrentes dessa situação. O principal diagnóstico identificado foi disposição para controle da saúde melhorado, evidenciado por aceitação da colostomia porém com dúvidas com relação ao autocuidado, colostomia em QID com estoma protuso, arredondado, coloração vermelha brilhante, sem retração local com grande débito líquido e pele íntegra adjacente. As principais ações prescritas pelo enfermeiro para o diagnóstico disposição para controle da saúde melhorado, a fim de atingir os resultados esperados (NOC), foram: 1. orientar e treinar a troca da bolsa coletora mantendo a integridade da pele adjacente ao estoma de três dias em três dias; 2. orientar e treinar o esvaziamento da bolsa sempre que necessário; 3. orientar e treinar a limpeza do estoma durante o banho; 4. comunicar lesão de pele ao redor do estoma ou alteração nas características do 118 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV estoma (protruso, avermelhado e brilhante); 5. encaminhar para a UBS para aquisição dos insumos e acompanhamento; 6. encaminhar a grupo de apoio na UBS. O quarto caso apresentado foi de um senhor internado na unidade cirúrgica com cirrose hepática e hipertensão no sistema porta hepático e que está recebendo nutrição enteral. O principal diagnóstico identificado foi risco de aspiração, relacionado à SNE recebendo dieta por BI e ascite. As principais ações prescritas pelo enfermeiro para o diagnóstico risco de aspiração, a fim de atingir os resultados esperados (NOC), foram: 1. posicionar em decúbito elevado acima de 45 graus durante infusão da dieta; 2. checar posicionamento da SNE antes de administrar dieta; 3. avaliar e comunicar sinais de broncoaspiração (tosse e expectoração com características da dieta, piora da dispneia); 4. observar e comunicar presença de náuseas, vômitos e distensão abdominal. Assim, a SAE foi realizada pautada em evidências científicas para oferecer uma assistência individualizada e segura, reduzindo os riscos de complicações e melhorando a qualidade de vida dessas pessoas. Exercícios Questão 1. (HEMOMINAS/MG, 2013) Em relação ao câncer de mama, leia as frases abaixo e, a seguir, assinale a alternativa que corresponde à resposta correta. I – O câncer de mama apresenta‑se, em geral, como um tumor de consistência dura, pouco elástico e indolor. II – A dor mamária é o sintoma mais frequente do câncer mamário. III – O autoexame das mamas deve ser realizado mensalmente. IV – O período para realização do autoexame é durante a menstruação, quando as mamas ficam mais túrgidas, facilitando a exteriorização de nódulos. A) Apenas as frases I, III e IV estão corretas. B) Apenas as frases II e III estão corretas. C) Apenas as frases I e III estão corretas. D) Apenas as frases II, III e IV estão corretas. 119 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 PRÁTICA CLÍNICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DO ADULTO E) Apenas a frase I está correta. Resposta correta: alternativa C. Análise das assertivas I. Assertiva correta. Justificativa: o nódulo sólido benigno mais frequente é o fibroadenoma, que apresenta consistência dura e elástica, superfície lobulada. Em geral é único e ocorre em mulheres jovens. II. Assertiva incorreta. Justificativa: a mulher que tem muitas gestações e amamentações, geralmente, não relata dor mamária, sendo sua causa mais frequente a alteração funcional benigna da mama (displasia mamária). III. Assertiva correta. Justificativa: o autoexame das mamas deve ser realizado mensalmente e o exame clínico deve ser anual, especialmente em mulheres com 40 anos ou mais. IV. Assertiva incorreta. Justificativa: o período para realização do autoexame é preferencialmente na primeira semana após a menstruação. Questão 2. (HUPAA/UFAL, 2013) Sobre a cirrose hepática, avalie as assertivas a seguir. I – É um distúrbio crônico marcado pela obstrução difusa e pela regeneração fibrótica das células hepáticas. II – Dentre os tipos de cirrose hepática, temos a cirrose pós‑necrótica, causada pelo comprometimento hepático a partir da insuficiência cardíaca esquerda. III – A cirrose se caracteriza por lesão crônica irreversível do fígado, fibrose extensa e crescimento nodular. IV – Independentemente do tipo de cirrose, o paciente pode apresentar sinais e sintomas gastrointestinais como anorexia, indigestão, náuseas e vômitos, constipação, diarreia e dor abdominal difusa. V – Prurido intenso, ressecamento extremo da pele, turgor tissular deficiente e pigmentação anormal da pele estão presentes apenas na cirrose hepática causada por desnutrição e ingestão crônica de álcool. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. 120 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Unidade IV A) V – F – V – F – F B) F – F – V – V – F C) V – F – V – V – F D) F – V – F – F – V E) V – F – F – F – V Resolução desta questão na plataforma. 121 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 535. Figura 2 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 536. Figura 3 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 377. Figura 4 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 380. Figura 5 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 544. Figura 6 HIPERCALEMIA.PNG?RESIZE=810%2C293&SSL=1.Disponível em: <https://i2.wp.com/cardiopapers. com.br/wp‑content/uploads/2017/05/hipercalemia.png?resize=810%2C293&ssl=1>. Acesso em: 19 jan. 2018. Figura 7 FISTULA‑PARA‑HEMODIAALISE‑02.JPG. Disponível em: <http://www.institutoendovascular.com.br/ wp‑content/uploads/2013/08/fistula‑para‑hemodiaalise‑02.jpg>. Acesso em: 19 jan. 2017. Figura 8 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 989. 122 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 Figura 9 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 992. Figura 10 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 811. Figura 11 SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. p. 744. REFERÊNCIAS Textuais AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília, 2017. BETTENCOURT, A. R. de C. et al. Educação de pacientes com asma: atuação do enfermeiro. Jornal de Pneumologia, Brasília, v. 28, n. 4, p. 193‑200, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de rotinas para atenção ao AVC. Brasília, 2013. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_rotinas_para_atencao_avc.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. ___. Presidência da República. Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Brasília: 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8842.htm>. Acesso em: 19 jan. 2018. ______. Presidência da República. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.. Brasília: 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/2003/L10.741.htm>. Acesso em: 19 jan. 2018. CARPENITO‑MOYET, L. J. Compreensão do processo de enfermagem: mapeamento de conceitos e planejamento do cuidado para estudantes. Porto Alegre: Artmed, 2007. ______. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. 13. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2012. COFEN. Resolução Cofen nº 0544/2017. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/ wp‑content/uploads/2017/05/RES.‑544‑17.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2017. 123 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 DOCHTERMAN, J. M. C.; BULECHEK, G. M.; BUTCHER, H. K. Classificação das intervenções de enfermagem (NIC). 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. GAIDZINSKI, R. R. Diagnóstico de enfermagem na prática clínica. Porto Alegre: Artmed, 2008. GUIMARÃES, J. I. Revisão das II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia para diagnóstico e tratamento da insuficiência cardíaca. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 79, p. 1‑30, 2002. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2002/7905/IIDiretrizes.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. HORTA, W. A. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU, 2011. HUDAK, C. M.; GALLO, B. M. Cuidados intensivos de enfermagem: uma abordagem holística. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil. [s.d.] Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ perfilidoso/default.shtm>. Acesso em: 19 jan. 2017. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Orientações sobre ostomias. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/images/stories/noticias/pdf/cartilha_folder_Inca.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. MAGALHAES, M. M. A. O processo de cuidado enfermagem à pessoa com deficiência ventilatória crônica: DPOC. Revista de Investigação em Enfermagem, local, ago., p. 26‑39, 2009. MOORHEAD, S.; JOHNSON, M.; MAAS, M. Classificação dos resultados de enfermagem (NOC). 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. NANDA INTERNATIONAL. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: definições e classificação 2012‑2014. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Saúde. Comissão de Prevenção e Tratamento de feridas – Cogest. Atenção à saúde: protocolo de prevenção e tratamento de feridas. São Paulo, [s.d.]. Disponível em: <www.ee.usp.br/departamento/ens/sel/protocol_feridas.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. ROSO, C. C. et al. Progressão da insuficiência renal crônica: percepções de pessoas em pré‑diálise. Revista de Enfermagem da UFSM, Santa Maria, v. 3, n. (Esp.), p. 581‑588, 2013. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico‑cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 93, n. 6, p. 179‑264, 2009. 124 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 2 2/ 01 /1 8 ______. VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 107, n. 3, p. 1‑83, 2016. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, v. 95, n. 1, supl. 1, p. 1‑51, 2010. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o manejo da asma. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Brasília, v. 38, Suplemento 1, p. S1‑S46, abr. 2012. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA. Doença pulmonar obstrutiva crônica: exacerbação. Brasilía: Projeto Diretrizes, 2012. TEIXEIRA, C. R. de S. et al. Validação de intervenções de enfermagem em pessoas com diabetes mellitus. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 1, p. 173‑179, 2011. VARGAS, R. da S.; FRANÇA, F. C. de V. Processo de enfermagem aplicado a um portador de cirrose hepática utilizando as terminologias padronizadas Nanda, NIC e NOC. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 60, n. 3, p. 348‑352, maio‑jun. 2007. Exercícios Unidade I – Questão 1: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24ª REGIÃO. Concurso público para provimento de cargos: técnico judiciário – Área Apoio Especializado Especialidade Enfermagem. Questão 41. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/55543/ fcc‑2017‑trt‑24‑regiao‑ms‑tecnico‑judiciario‑enfermagem‑prova.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade I – Questão 2: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO. Concurso público para provimento de cargos de técnico judiciário – Apoio Especializado Especialidade Enfermagem. Questão 64. Disponível em: <https://s3.amazonaws.com/files‑s3.iesde.com.br/resolucaoq/prova/prova/24290. pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade II – Questão 1: CENTRO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DA AERONÁUTICA. Exame de admissão ao estágio de adaptação de oficiais temporários: EAOT 2010. Questão 32. Disponível em: <https:// s3.amazonaws.com/files‑s3.iesde.com.br/resolucaoq/prova/prova/18733.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade II – Questão 2: CONCURSO PÚBLICO UFRJ/EDITAL 293/2016. Técnico em enfermagem: geral. Questão 36. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/52293/ pr‑4‑ufrj‑2016‑ufrj‑tecnico‑em‑enfermagem‑geral‑prova.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade III – Questão 1: FUNRIO. Concurso IFPI: Tae. Questão 21. Disponível em: <https://www. qconcursos.com/arquivos/prova/arquivo_prova/38083/funrio‑2014‑if‑pi‑enfermeiro‑prova.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. 125 Re vi sã o: T ál ita - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on -
Compartilhar