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Você já respondeu todas as 7 questões deste caso. Sua média de acertos final foi de 100,00%. Caso Anamnese Voltar para o índice de Casos Interativos Hipodermóclise e Paracentese no Serviço de Atenção Domiciliar Idosa com Doença de Alzheimer e Câncer de Cólon, apresentando distensão abdominal. Publicado em 13 de Julho de 2015 Autores: Isabel Cristina de Oliveira Arrieira, Camila Rose Guadalupe Barcelos Schwonke, Adriana Roese Editores: Anaclaudia Fassa e Luiz Augusto Facchini Editores Associados: Samanta Bastos Maagh, Deisi Cardoso Soares, Everton José Fantinel, Rogério da Silva Linhares, Thiago Marchi Martins, Natália Sevilha Stofel RECOMEÇAR A.C.J. 83 anos Aposentada ... ... ... Queixa principal M eu P ro gr es so Histórico Exame Físico Cuidadora refere que idosa apresenta dificuldade de respirar quando deitada e de alimentar-se por via oral, devido à pressão abdominal, há mais de 48h. Realizou paracentese há 10 dias. A cuidadora relata ainda que a usuária está sem urinar há mais de 24h. Histórico do problema atual Usuária com câncer de cólon em cuidados paliativos para controle de sintomas sem indicação de tratamento quimio ou radioterápico e cirúrgico. Sonolenta, pouco responsiva, restrita ao leito. Há 10 dias apresentou quadro de distensão abdominal associado a dispneia, sendo diagnosticado ascite por carcinomatose. Realizada paracentese com sucesso para alívio dos sintomas. História social A.C.J. reside em casa de alvenaria com cinco cômodos, composto por: sala, cozinha, banheiro e dois dormitórios, pátio com árvores frutíferas e algumas ervas de chás. Possui dois cachorros e três gatos que convivem no ambiente. A cuidadora é a filha, de 60 anos, solteira, aposentada. Ao chegar ao domicílio, a equipe foi recebida pela filha que demonstra preocupação com estado da mãe. Idosa encontra-se no dormitório, acamada, apresentando bom estado de higiene. Medicações em uso Rivastigmina 30 mg – 1 cp manhã Cloridrato de Memantina 10 mg – ½ cp noite Omeprazol 20 mg – 1 cp manhã Codeína 60mg – 4/4h, se dor Antecedentes pessoais Há dez anos com diagnóstico de Doença de Alzheimer (DA) e há um ano com diagnóstico de Câncer de Cólon avançado. Antecedentes familiares Mãe com histórico de Doença de Alzheimer e pai de Hipertensão Arterial Sistêmica. M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 1 Diante do quadro clínico, podemos considerar que A.C.J. está apresentando: Sintomas gerais: Sonolenta, com abertura ocular somente ao chamado vigoroso. Mucosas desidratadas e hipocoradas, turgor cutâneo diminuído. Próteses totais (de todos os dentes) com higiene precária e presença de restos alimentares. Taquipneica, ausculta pulmonar sem ruídos adventícios. Abdome globoso, com macicez móvel e sinal do piparote positivo. Em uso de fralda geriátrica. Extremidades aquecidas e acianóticas, pele friável, apresentando labilidade capilar com presença de hematomas em toda a extensão dos MMSS. Sinais vitais e medidas antropométricas: PA: 100/60 mmHg Peso: 50 kg Estatura: 1,70 m Temperatura: 36,5ºC FR: 38 mrpm FC: 84 bpm IMC: 17,3 Kg/m² Glicemia capilar: 57 mg/dl. Oxímetria: 88% Desidratação Desnutrição Anúria Ortopneia Hipertensão Arterial Sistêmica Hipertermia Ascite M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto Paciente encontra-se normotérmica e normotensa, sem histórico prévio de Hipertensão Arterial Sistêmica, nem Diabetes Mellitus descompensado e, no momento do exame clínico, apresentava-se anúrica e hipoglicêmica, provavelmente pela diminuição da ingesta hídrica e de alimentos. O IMC abaixo de 22 Kg/m² caracteriza desnutrição. A usuária apresenta ascite como consequência do comprometimento do peritôneo e ortopneia pela aumento da pressão abdominal. Saiba mais Diabetes Mellitus descompensado Integridade da pele prejudicada Desnutrição Em Cuidados Paliativos é frequente que os doentes com desnutrição grave apresentem síndrome de caquexia-anorexia, que nada mais é do que a desnutrição associada outros sintomas como fadiga, náuseas, diarreia etc. O manejo deverá ocorrer de acordo com o prognóstico do paciente, do potencial de reversibilidade da desnutrição e dos sofrimentos próprios ao tratamento. Utilizando estas informações, a equipe executa a seguinte conduta: avaliação nutricional; conhecimento do prognóstico/expectativa de vida do paciente; conhecimento do impacto psicossocial da desnutrição no paciente e cuidador; o quanto poderá ser revertida essa desnutrição (baseada na causa e expectativa de vida); ponderação sobre o risco e benefício da terapia nutricional, e discussão da via de tratamento nutricional, sendo a via oral sempre a primeira escolha e, em caso de impossibilidade, sonda nasoentérica (SNE), gastrostomia, parenteral (hipodermóclise quando existe dificuldade na obtenção de acesso venoso periférico). Nos casos em que a desnutrição grave é primária e a doença de base já está avançada, quase sempre o quadro é irreversível e qualquer as tentativas de soluções mais incisivas podem constituir futilidade terapêutica. Neste contexto, a equipe M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 2 Qual a conduta da equipe, conforme o plano terapêutico do paciente, no que se refere à hidratação e anúria desta idosa? 100 / 100 acerto deverá orientar o paciente e o cuidador sobre a falta de necessidade de iniciar conduta nutricional agressiva, levando em consideração o desejo do paciente, bem como a apresentação e a quantidade de alimento e o local da refeição. (MELO, 2008) “É importante que o profissional observe as solicitações alimentares dos pacientes, efetuando uma conduta que atenda as necessidades nutricionais e seu desejo, pois é necessário perceber e valorizar a simbologia do alimento, compreendendo as recordações agradáveis e prazerosas que determinadas preparações alimentares despertam”. (MELO, 2008; p. 82) Calculadora IMC Ficar atento aos sinais vitais, pois esta paciente pode entrar em choque hipovolêmico. Administrar diurético. Realizar aplicação de calor com bolsa de água quente sobre a região suprapúbica. Evitar a oferta de líquidos por via oral, tendo em vista o nível de consciência da paciente. Iniciar a hidratação parenteral via endovenosa ou por hipodermóclise. M eu P ro gr es so Escolha múltipla Devido à inapetência da usuária e a alteração do nível de consciência está contraindicada a reidratação oral. As queixas e o exame clínico indicam que a paciente está desidratada, por isso a anúria, assim a aplicação de calor na região suprapúbica não teria indicação terapêutica. Saiba Mais Questão 3 Quais aspectos clínicos apresentados pela idosa indicam o uso de Hipodermóclise? Desidratação Ocorre quando há perda excessiva de água dos tecidos do corpo. Este fato causa um desequilíbrio entre líquidos e eletrólitos, principalmente de sódio, potássio e cloro. Febre prolongada, diarreia e vômitos ou qualquer fator que leve à perda de líquidos ou diminuição da ingesta podem causar desidratação, podendo se instituir mais rápido em idosos. Os sintomas que indicam desidratação são: tontura ao sentar ou ficar de pé, confusão mental, oligúria, irritabilidade, diminuição do turgor cutâneo, mucosas secas ou língua fissurada. Na desidratação grave ocorrem sinais de choque, como hipotensão, pulso taquisfígmico (pulso acelerado) e fraco, extremidades frias, ‘taquipneia ou letargia que pode progredir para o coma. (ROACH, 2003, 351 p.) Todavia, pacientes em terminalidade necessitam de quantidades menores de líquidos para manterem-se hidratados. Desse modo, a hipodermóclise está indicada para pacientes com desitrataçao moderada ou mesmo para manutenção da hidratação, sobretudo nos casos em que ingestão oral esteja prejudicada, como em situações de náuseas/vômitos, disfagia, obstrução intestinal ou confusão mental. (PEREIRA, 2008, p.266) Impossibilidade de ingestão por via oral Doença de Alzheimer M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto As principais indicaçõespara o uso da hipodermóclise para A.C.J. são: impossibilidade de ingestão por via oral, impossibilidade de acesso venoso e possibilidade de permanência do paciente em domicílio. A doença de Alzheimer não constitui indicação para hipodermóclise. Devido a via subcutânea se constituir de uma via de absorção lenta, não seria utilizada para correção imediata da anúria, causada pela desidratação. Para o possível tratamento da hipoglicemia deveria ser utilizado glicose hipertônica, porém não é recomendado o uso de soluções hipertônicas por hipodermóclise, tendo em vista o risco de edema no sítio de infusão além de reações locais. Saiba Mais Hipoglicemia Desidratação Anúria Acesso venoso difícil devido a fragilidade dos vasos Hipodermóclise “A infusão de fluidos isotônicos e/ou medicamentos por via subcutânea é denominada hipodermóclise ou terapia subcutânea e tem como objetivo a reposição hidroeletrolítica e/ou terapia medicamentosa”. (BRASIL, 2009, p. 11) Anatomia e fisiologia da pele Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele apresenta diversas funções como: proteção, absorção, excreção, regulação da temperatura, de tempera é responsável por manter a integridade do corpo e protegê-lo contra agressões externas, absorver e excretar líquidos, regular a temperatura e metabolização de vitaminas. M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 4 Considerando o exame físico da idosa A.C.J., quais locais estão indicados para a administração de medicações por hipodermóclise? Apresenta três camadas: epiderme, derme e hipoderme (tecido subcutâneo). A epiderme constitui a primeira ou mais externa camada, tem como característica não ser vascularizada; Subdivide-se em quatro partes: basal, espinhosa, granulosa e córnea. Sua função primordial é a proteção do organismo e a constante renovação da pele. Após a epiderme, a derme configura-se na camada média, constituida de tecido fibroso, fibras de colágeno reticulares e elásticas. Nela estão os nervos e os anexos cutâneos (glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos), e ainda os vasos sanguíneos. A camada mais profunda é formada pela hipoderme e tem como principal função o depósito nutritivo, ou reserva nutritiva, atuando como isolante térmico e proteção mecânica. É importante ressaltar que por conter os capilares sanguíneos, o tecido subcutâneo é uma via interessante para a administração de fluidos e/ou medicamentos,pois estes atingirão a macrocirculação onde serão absorvidos. (BRASIL, 2008) Figura 1 – Estrutura da pele Fonte: Ministério da Saúde, 2008, p. 22. Região anterior do tórax M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto A região do músculo deltoide e a região abdominal é são indicadas à administração de medicações por hipodermóclise, no entanto a idosa apresenta hematomas em toda a extensão dos MMSS e ascite o que contra indica a utilização destas áreas. Estão indicadas como regiões a administração de medicações por hipodermóclise a região anterior do tórax região escapular e região lateral da coxa, não sendo indicado na região anterior da perna. Saiba Mais Região abdominal Região do deltoide Região escapular Região glútea Face anterior da perna Administração de medicação por Hipordemóclise: Locais de Aplicação e Técnica de Punção Locais adequados para punção subcutânea: Região do deltoide; Região anterior do tórax; Região escapular; Região abdominal e Face lateral da coxa. Figura 2 – Locais adequados para punção subcutânea M eu P ro gr es so Fonte: Ministério da Saúde, 2002, p.54 apud Ministério da Saúde, 2009, p. 28. Punção M eu P ro gr es so “A introdução do cateter agulhado ou não se dá num ângulo de 30 a 45°, fixada à pele com material adesivo, após os cuidados habituais de antissepsia. O que determina a variação do ângulo introdutório é a espessura do subcutâneo. Pacientes emagrecidos devem ser puncionados num ângulo menor, entre 30 e 35 graus. Idosos com pele friável, pouco elástica e ressecada, deverão ter acessos agulhados preferencialmente e com túneis menores”. “A agulha deverá ser sempre orientada centriptamente e deverá evitar a proximidade de estruturas vasculares, de modo a reduzir o risco de laceração dos vasos. A orientação para punção é a mesma da punção intravenosa”. O bisel da agulha deve estar sempre para cima para favorecer o corte da pele. (PEREIRA, 2008, p. 263) Técnica de Punção Passo a Passo a) Material utilizado: Solução preparada para ser instalada (soro, medicamentos); Equipo com dosador (ml/hora); Solução antisséptica; Gaze, luva de procedimento; Scalps 25, 27, 23 (tipo butterfly); Seringas de 5 ml; Soro fisiológico a 0,9%, 1 ml; Filme transparente para fixar; Esparadrapo para datar b) Preenchimento do escalpe c) Antissepsia do local da punção M eu P ro gr es so d) Realização da prega cutânea e angulação do scalp na pele e punção cutânea e) Aspirar e verificar se não há retorno venoso f) Fixação da punção com fita adesiva porosa ou filme plástico adesivo M eu P ro gr es so g) Administração do conteúdo h) Visualização da punção cutânea M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 5 Tendo em vista a necessidade de hidratação da idosa A.C.J. por meio de hipodermóclise, é preciso considerar que: Fotos: Gil Facchini. (BRASIL, 2009, p.30) Instalação da hipodermóclise - Cuidados: Explicar ao paciente sobre o procedimento; Escolher o local da infusão; Fazer antissepsia e a dobra na pele; Introduzir o scalp num ângulo de 30° a 45° (a agulha deve estar solta no espaço subcutâneo); Fixar o scalp com o a fita adesiva porosa ou filme plástico adesivo; Assegurar que nenhum vaso tenha sido atingido; Aplicar o medicamento ou conectar o scalp ao equipo da solução. Datar e identificar a fixação. Observação: o gotejamento para a infusão de solução deve ser em torno de 60 a 125 ml/h, considerando as condições clínicas do paciente. (BRASIL, 2009, p. 27) A hipordemóclise apresenta baixo risco de complicações sistêmicas. Soluções com pH extremo (<2 ou >11) podem provocar irritação local. Opióides não podem ser administrados por hipodermóclise. M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto “A hipodermóclise apresenta limitações nas situações em que se deseja uma velocidade de infusão rápida e reposição com alto volume de fluidos. O volume diário recomendado é de 2.000 ml em 24 horas (1.000 ml por sítio). Portanto, não é recomendada sua utilização em casos de reversão de choque hipovolêmico e desidratação severa. Outra limitação é quanto à necessidade de ajuste rápido de doses, uma vez que a absorção pelo tecido subcutâneo é mais lenta do que pela via intravenosa, para a maioria dos medicamentos”. Os opioides são, geralmente, bem tolerados. Pacientes em controle álgico se beneficiam da via subcutânea para os medicamentos de resgate (Dose de reforço à dose terapêutica, para o alivo de sintomas) (BRASIL, 2009, p. 19-21) Saiba Mais A hipodermóclise se caracteriza por uma via de infusão rápida. O volume diário recomendado de infusão é de 2000 ml. Considerações sobre a hipodermóclise: Em terapia subcutânea é importante considerar que: Os fluidos são absorvidos por difusão capilar, por isso a absorção fica reduzida quando há comprometimento da irrigação no sítio de infusão como, por exemplo, em presença de edemas e hematomas. As soluções com extremos de pH (< 2 ou > 11) apresentam risco aumentado de precipitação ou irritação. As contraindicações estão relacionadas aos distúrbios de coagulação, edema, anasarca e risco severo de congestão pulmonar (ex.: Insuficiência Cardíaca Congestiva e Síndrome de Veia Cava Superior). As soluções com pH próximo à neutralidade e soluções isotônicas são mais bem toleradas. Os níveis séricos de opioides por via subcutânea se aproximam daqueles obtidos após administração intramuscular, o que proporciona segurança e eficácia na administração desses medicamentos. As principais vantagens para o uso da hipodermóclise são: baixo custo, possibilidade de altahospitalar precoce, risco mínimo de desconforto ou complicação local e risco mínimo de complicações sistêmicas. M eu P ro gr es so Farmacocinética “O estabelecimento de esquemas posológicos padrões e de seus ajustes em presença de situações fisiológicas, hábitos do paciente e algumas doenças é orientado por informações provenientes da farmacocinética. Esta corresponde ao estudo do destino dos fármacos no organismo após sua administração”. [...] “Medicamentos administrados por via subcutânea têm comportamento farmacocinético semelhante àqueles administrados por via intramuscular, atingindo, entretanto, concentração sérica menor, mas com tempo de ação prolongado”. “Estudos confirmam a capacidade de pró-drogas serem metabolizadas adequadamente e de seus metabólitos ativos exercerem o efeito terapêutico esperado, como a morfina, por exemplo. Antibióticos administrados por essa via também alcançam concentrações terapêuticas na corrente sanguínea”. (BRASIL, 2009, p. 23) Medicamentos tradicionalmente utilizados Como já mencionado anteriormente, são mais bem tolerados os medicamentos cujo pH ficam próximos à neutralidade e que sejam hidrossolúveis. Entre o arsenal medicamentoso, existem alguns que tradicionalmente são utilizados pela via subcutânea tais como analgésicos opiáceos (sulfato de morfina, metadona, hidromorfina, fentanil, metadona); antieméticos( prondansetrona, haloperidol e metoclopramida); análagos da somatostatina(octreotide) sedativos( midazolam, fenobarbital)anti-histamínico(prometazina e hidroxizina) anticolinérgicos(atropina, escopolamina)corticosteroides(dexametasona) bloqueadores H2( ranitidina, famotidina); AINH(ketorolac); antibióticos( ampicilina, cefepime, ceftazidima, cefotaxima, ceftriaxone e tobramicina) e outros como furosemida, insulina, ketamina, ranitidina e tramadol. Importante ressaltar que, com os avanços científicos nessa área de conhecimento, outros medicamentos têm sido estudados, a fim de ter o seu uso padronizado através da via subcutânea. Medicamentos proibidos Entre os medicamentos incompatíveis com a via subcutânea estão: diazepam, diclofenaco, eletrólitos não diluídos e fenitoína. A incompatibilidade compromete a eficácia da medicação, além de estar relacionada com a irritação local e até necrose tecidual. Como utilizar os medicamentos “Diluição: todos os medicamentos administrados pela via subcutânea devem estar na forma líquida e devem ser diluídos em água para injeção. Exceção: ketamina, octreotide e ondansetrona, os quais devem ser diluídos em soro fisiológico a 0,9%. M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 6 A.C.J. recebeu diagnóstico de Câncer de Cólon avançado, há um ano, após o primeiro episódio de ascite. Assinale as assertivas corretas quanto aos seus sintomas. Volume: a diluição deve ser de pelo menos 100%. Ex.: morfina 10 mg/ml, ampola de 1 ml, diluir em 1 ml de água para injeção. Incompatibilidade: as interações ocorrem entre soluto e solvente, soluto e soluto, solução e recipiente. Algumas são visíveis (precipitação ou alteração de cor) e outras invisíveis, mas comprometem a eficácia do medicamento”. (BRASIL, 2009, p. 25) Quadro 1 – Compatibilidade de drogas na mesma infusão Metocroplamida Morfina Midazolan Dexametasona Ranitidina Haloperido Metocroplamida C C N C Morfina C C C C C Midazolan C C N N C Dexametasona C N C N Ranitidina C C N C Haloperidol C C C N N Prometazina C C C C C = compatível N = não compatível Fonte: ADAPTAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA DE EDITORAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL - UFPel - Ministério da Saúde, 2002, p. 55 e Ministério da Saúde, 2009, p. 26 Ortopneia. Desconforto abdominal. Aumento do volume abdominal. M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto A usuária apresenta ortopneia e não dispneia, ou seja, ela apresenta dificuldade de respirar ao deitar-se, fazendo com que durma com a cama elevada. Saiba Mais Dispneia. Náuseas e vômitos. ASCITE Consiste no acumulo de líquido de maneira patólogica na cavidade peritonial. No começo, mostra-se como um desconforto abdominal inespecífico, associado a perda de peso e aumento da circunferência do abdome. Este quadro pode ser acompanhado de náuseas ou vômitos. Principais Causas: A hipertensão da veia Porta é a principal causa, que vem após a doença hepática crônica (80% dos casos). Nos demais casos, em paciente com câncer avançado, a tuberculose peritonial, as doenças inflamatórias do peritônio, as rupturas de ductos digestivos auxiliares (pancreático, biliar, quiloso) e a ascite por neoplasia no abdome, (primária ou metastática) são as causas. Mais da metade dos casos de ascite maligna ocorrem por carcinomatose peritoneal em neoplasias de ovário, útero, pâncreas, cólon, pulmão e mama. Avaliação do Paciente A ultrassonografia é importante ao diagnóstico da ascite inicial, pois são necessários 1.500 ml de líquido livre na cavidade para que possa ser percebida. O ultrassom com doppler auxilia explorando os grandes vasos abdominais e a tomografia computadorizada avalia a presença de massas e aumento das vísceras assim como, algumas vezes, diagnostica a carcinomatose. Conduta terapêutica M eu P ro gr es so Escolha múltiplaQuestão 7 A paracentese é a técnica que remove o líquido da cavidade abdominal em caso de ascite. Assinale as assertivas corretas quanto ao cuidado na realização desta técnica. Inspecionar e percutir o abdome; Realizar ausculta pulmonar e verificar os sinais vitais; Observar o desenvolvimento do quadro, com mensuração periódica do perímetro abdominal; Providenciar a realização de ultrassonografia de abdome, caso o exame físico não esteja claro; Identificar sinais que evidenciem a necessidade de realização de paracentese, tais como, dispnéia, desconforto, náuseas e vômitos; Manter a cabeceira elevada a fim de minimizar a com pressão no diafragma e o desconforto respiratório; Orientar dieta alimentar com a devida restrição de sal; Terapia diurética – o diurético mais utilizado é a espironolactona (poupador de potássio). Tem eficácia parcial nos casos sem carcinomatose. ATENTAR quanto ao risco de desidratação com a terapêutica com diuréticos. Recomendar o aumento da ingestão ou a reposição medicamentosa de cloreto de potássio. Paracenteses periódicas para alívio sintomático – é indicada na ascite por carcinomatose, que não responde bem ao uso de diuréticos. Atentar para o risco de perfuração intestinal ou tumoral e peritonite, pelo procedimento. (UNIDADE DE CUIDADOS, 2009, p. 19) Manejo da ascite Terapêutica: clínica sugerida pelo serviço (BRASIL, 2001, p. 19; BRASIL, 2002, p. 194) Ascite pequena/média: é a que necessita drenagem a cada 15 dias ou mais. Avaliação quinzenal; Ascite volumosa: é a que necessita drenagem com intervalo a menor que 15 dias. Avaliação semanal. Aos intervalos determinados: 1ª etapa: espironolactona 200mg + furosemida 40mg 2ª etapa: espironolactona 400mg + furosemida 80mg OBS: observar o aumento da ingesta ou reposição de cloreto de potássio. O procedimento é contraindicado por falta de colaboração do paciente. M eu P ro gr es so 100 / 100 acerto Conforme a portaria 963/2013 a paracentese é atribuição das EMAD e constitui indicação de AD3. Não há contraindicação da realização do procedimento de paracentese no caso de o paciente queixar-se de dor abdominal, a não ser que apresente importante distensão de alças; diátese hemorrágica; parede abdominal com celulite ou furunculose. Saiba Mais O procedimento é contraindicado se o paciente estiver sentindo dor abdominal. Deve-se evitar aderências, órgãos parenquimatosos ou massas, alças intestinais distendidas e bexiga. O procedimento é indicado em casos de ascite com desconforto abdominal ou respiratório. A paracentese no domicílio é papel das EMAD e indicação de AD3 Paracentese Pessoal e material necessários para realização da paracentese: - profissional de saúde treinado; - equipo de soro e coletor de drenagem; - cateter venoso tipo jelco 14 ou 12; - soluçãoantisséptica (álcool a 70%); - gazes estéreis; - luva estéril; - xilocaína a 1 ou 2% sem adrenalina; - agulha 40 x 12; 25 x 8 e 13 x 4,5; M eu P ro gr es so Objetivos do Caso Referências 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Cuidados paliativos oncológicos:controle de sintomas. Rio de Janeiro: INCA, 2001. - seringa de 10 ml; - esparadrapo; - gorro e máscara. (BRASIL, 2001, p. 20; BRASIL, 2002, p. 194) Técnica da paracentese: Paciente: em decúbito dorsal; Local de punção mais seguro: quadrante inferior esquerdo; Preparar a pele com antisséptico; Usar luvas estéreis; Anestesiar a pele e os tecidos mais profundos; Aplicar o cateter perpendicularmente à parede abdominal, percebendo a passagem para cavidade peritoneal; Retirar a agulha mantendo fixo o cateter; Conectar o cateter ao equipo e este ao coletor (que deve ser fixado abaixo do nível de punção); Após drenagem desejada, retirar o cateter e proceder ao curativo. OBS: descrever no prontuário o volume e o aspecto do líquido retirado (BRASIL, 2001, p. 20-21; BRASIL, 2002, p. 194) É necessário que a bexiga seja esvaziada antes do procedimento, por micção espontânea ou cateterismo vesical de alívio. Devem ser consideradas complicações do procedimento, a perda de líquido de ascite e sangramento. Quando trata-se de drenagem de ascite volumosa as complicações possíveis são os distúrbios hidroeletrolíticos e hipotensão mais oligúria. Mais raramente podem ocorrer perfurações da bexiga ou alças intestinais (CASTRO; TARASCONI, 2001, p. 493-498). Abordar hipodermóclise e paracentese no cuidado a usuários com câncer abdominal, no serviço de atenção domiciliar. M eu P ro gr es so 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Cuidados Paliativos Oncológicos - controle de sintomas. Revista Brasileira de Cancerologia, [Rio de Janeiro], v. 48, n. 2, p. 191-211, 2002. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/rbc/n_48/v02/pdf/con dutas3.pdf> (http://www.inca.gov.br/rbc/n_48/v02/pdf/condutas3.pdf#). Cópia local (/static/bib/condutas3.pdf) Acesso em 2015. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Terapia Subcutânea no Câncer Avançado. Rio de Janeiro: INCA, 2009. 32p.: il. (Série Cuidados Paliativos). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Terapia_subcutanea.pdf> (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/Terapia_subcutanea.pdf#). Cópia local (/static/bib/Terapia_subcutanea.pdf) Acesso em 2015. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 963, de 27 de maio de 2013. Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 28 maio 2013. Seção 1, p. 30. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0963_27_05_2013. html> (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0963_27_05_2013.html#). Cópia local (/static/bib/prt0963_27_05_2013.html) Acesso em 2015. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. 192p. (Série A. 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