Trabalho AVA2 Libras nota:100%

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
 CURSO DE DIREITO
 
 
 Trabalho avaliativo de Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS)
 Inclusão dos surdos nos espaços sociais
 Rio de Janeiro
 2020
 KARINA MONTEIRO DE SOUZA OLIVEIRA
 TRABALHO AVALIATIVO DE LINGUAGEM BRASILEIRA DE SINAIS 
 Inclusão dos surdos nos espaços sociais
 
Trabalho avaliativo de Linguagem Brasileira dos Sinais (LIBRAS). 
Curso de Direito, da Universidade Veiga de Almeida.
Orientadora: Flaviane Melo de Anchieta.
 
 
 Rio de Janeiro 
 2020
 SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................04
1.1 A ORIGEM DA LÍNGUABRASILEIRA DE SINAIS.................................04
1.2 NOS DIAS DE HOJE...............................................................................04
2 LEI 10.436 DE 2002, QUE GARANTE A DIFUSÃO DE LIBRAS..............05
3 O RECONHECIMENTO DA LIBRAS COMO STATUS DE LÍNGUA.........06
4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................08
1..INTRODUÇÃO..
1.1 A origem da Língua Brasileira de Sinais
Travava-se uma batalha mundial sobre a língua de sinais, e claramente teve uma grande reflexão na história dos surdos no Brasil. Antes do século XVI os surdos eram mundialmente considerados como ineducáveis, só a partir do desse século foram obtidas mudanças nessa visão. Com isso essa perspectiva, que vinha acontecendo na Europa, foi deixada para trás.
Eduard Huet, um francês que teve grande participação na luta pela educação dos surdos, ele deu entrada em solo brasileiro em 1857 a convite de D. Pedro II. O segundo imperador brasileiro o convidou para fundar a primeira escola para surdos do país, chamada na época de Imperial Instituto de Surdos Mudos. Com o passar do tempo, o termo “surdo-mudo” saiu de uso por ser incorreto, mas a escola seguiu forte e funciona até hoje, com o nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.
Logo com a criação do INES, foi dado o início da criação da Linguagem Brasileira de Sinais - Libras. Foi originada a partir de uma mesclagem da Língua Francesa de Sinais e de gestos já utilizados pelos surdos brasileiros.
 A língua foi crescendo e ganhando seu espaço, teve alguns tropeções como um congresso em Milão, que proibia o uso das línguas de sinais no mundo, mas com a persistência do uso e um grande crescimento buscando a legitimidade da linguagem, a Libras voltou a ser aceita. 
1.2 Nos dias de hoje...
Atualmente tornar o Brasil um país verdadeiramente inclusivo é um grande desafio para a sociedade brasileira. Porém, nossa sociedade vem assistindo implantações de políticas inclusivas nos âmbitos social e educacional, políticas que buscam alcançar cada vez mais uma democratização na qualidade de vida de todos os seus cidadãos. Com isso, o Brasil se encarrega, cada vez mais, com a responsabilidade de projetos efetivos para a ampliação de oportunidades de inclusão em todos os setores da sociedade para todos os seus cidadãos, independentemente de diferenças e condições especiais. 
Na Constituição Brasileira de 1988 se é ressaltado, no artigo 205, que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade” e, no artigo 5º, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- -se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade [...]”.
A luta pelo reconhecimento da língua, no entanto, não parou. Surgiram leis sociais e educacionais, como por exemplo: Lei nº 10.098 ( lei da acessibilidade, de 19 de dezembro de 2020), Lei nº 13.146 ( lei da inclusão, de 6 de julho de 2015), para tentar atender às grandes novas demandas de uma nova sociedade inclusiva. 
Em 1993 uma nova batalha começou, com um projeto de lei que buscava regulamentar o idioma no país. Quase dez anos depois, em 2002, a Língua Brasileira de Sinais foi finalmente reconhecida como uma língua oficial do Brasil.
2 ..Lei 10.436 de 2002, que garante a difusão de libras..
A partir desta lei a Libras foi aceita no Brasil, legalmente, como língua oficial. Foi um grande avanço para a Linguagem Brasileira de Sinais, já que enfim foi oficializada em todo território brasileiro. Essa lei garante aos deficientes auditivos que a Libras seja sua língua materna e a Língua Portuguesa sua segunda língua, assegura também que o poder público, de modo geral, semeie a Libras como meio de comunicação objetiva, incluindo também a disciplina de Libras nos cursos de nível superior e médio, de formação, em Fonoaudiologia, Educação Especial e de Magistério.
Essa lei surgiu da necessidade da comunicação dos membros da comunidade surda do Brasil. Por muito tempo o oralismo foi considerado a melhor forma de educar os surdos, essa maneira era exclusivamente muito utilizada. Porém atualmente sabe-se que é errado só viabilizar a educação por oralismo, já que a Libras é a língua materna dos surdos. Esse argumento se faz observa na fala de Lacerda, Santos e Martins (2019, p.28). Lodi e Luciano (2009, p.34):
Para que o desenvolvimento de uma criança surda se dê de forma semelhante ao de uma criança ouvinte, aquela deve ter contato com interlocutores que lhe insiram em relações sociais significativas por meio da língua de sinais. Será, então, por meio das interações estabelecidas com e pela criança que ela poderá ampliar suas relações com o mundo, desenvolver suas funções mentais superiores e, enfim, constitui-se sujeito da linguagem. 
(LACERDA, SANTOS e MARTINS, 2019, p.28 apud Lodi e Luciano, 2009, p.34).
 
O bilinguismo “surgiu” como proposta de nova abordagem educacional, essa novidade derivou-se da mudança que foi estabelecida em 1980, aonde surdez passou de patologia para diferença linguística. Essa nova forma de educação facilita bastante a interação da pessoa surda com o meio social, possibilitando-lhe condições sociais de igualdade para os demais. 
Nota-se que recorrente a esta Lei (10.436 de 2002) algumas mudanças positivas foram feitas. Porém infelizmente tratando-se do Brasil, essa lei não é colocada em prática, erradamente. Na educação faltam professores especializados e qualificados para a área, e derivado disso, não há disciplina especifica pela área; não se tem inclusão tanto na rede de escolas públicas quanto nas particulares. Os profissionais da área estão despreparados para lecionar para a comunidade surda, não há uma preparação real para que possa os qualificar a assumir tal competência. Logo não se tem a inclusão que é “garantida” na lei.
3 ..O Reconhecimento DA LIBRAS COMO STATUS DE LÍNGUA..
Apesar de LIBRAS ser uma língua, ela não é tratada como tal, a falta de conhecimento ou legitimação de alguns aspectos da cultura surda causa problemas e atrasos em seu processo de inclusão social. Nota-se que após a criação da Lei 10.436/02 houve um avanço, os surdos deram um salto evolutivo na sua luta por igualdade na sociedade brasileira, isto se comparado aos anos anteriores a esse marco, que a lei trouxe. 
A Linguagem Brasileira de Sinais não era oficializada no Brasil, esse direito está vinculado ao exercício pleno da cidadania. Ainda assim, referente ao contexto social, é preciso afirmar que a comunidade surda segue lutando contra essa guerra ao preconceito, sempre buscando seus direitos, a igualdade, a inclusão e a superação dessa desvalorização da Libras, que vem se estendendo ao longo da história de todos os surdos.
 Pode-se notar um exemplo dessa desvalorização na fala de Filipe Trigueiro Xavier Correia, representante do Conade,na audiência pública interativa do dia 23 de setembro de 2015 (disponibilizada no comando deste trabalho). Nesta fala, Filipe relata as lutas já vividas, agradece ao MEC por alguns projetos como o Prolibras na tentativa de inclusão, mas ressalta a dificuldade da vida do surdo na sociedade atual, e cita tais problemas, que tem um alto nível de relevância na vida deles : “Temos a questão do ENEM, é complicado para o surdo. O MEC falou que o ENEM é o método de avaliação e que tem que avaliar a língua portuguesa, por isso a prova deve ser feita em português.” O representante do Conade segue falando, e diz que existem outras matérias e questiona o porquê de tudo ter que ser em português e não poder ser traduzido, já que o surdo aprende de maneira visual. 
Logo após essa fala ele salienta que a comunidade surda quer tratamento igual, quer que tenha-se sensibilidade e reafirma não ser um caso de segregação, da também outros exemplos reais como: “Se de repente o surdo estiver com algum problema de saúde, ele pode entender de maneira errada, pode tomar o remédio errado, caso não tenha um interprete lá com ele, o médico não sabe falar com ele, ele corre o risco de morrer”.
Após tudo o que foi exposto, conclui-se que a Libras e a comunidade surda ainda enfrentam diversos obstáculos, tornando-se necessário que novas medidas sejam tomadas para que isso amenizado e que futuramente não haja mais este tipo de dificuldade. 
 4 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
· ARAÚJO, L. C. N. D. Língua Brasileira de Sinais: LIBRAS. Rio de Janeiro: UVA, 2016, Disponível em:
 <file:///home/chronos/u- 2068438a21e215b5e5c96ee0f079c31af3b83131/MyFiles/Downloads/LBS_LD_ PDF.pdf>
 Acessado em: 26 maio. 2020. Livro e etrônico.
· BRASIL. Decreto n 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Senado federal, , Brasília DF, 23 dez. 2005. Disponível em:
<https://legis.senado.leg.br/norma/566431/publicacao/15727237> Acessado em: 26 maio 2020.
· BRASIL. Lei no 10.098, de 19 de dezembro dê 2000. Planalto, Brasília DF , 20 dez. 2000. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm>.
Acessado em: 26 de maio 2020.
· Brasil. Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002.Planalto, Brasília, DF, 25 abr. 2002. Disponível em:
< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm >. 
Acessado em: 26 maio 2020.
· JOÃO, Bogas. A história da libras, a Linguagem Brasileira dos Sinais. Disponível em:
<http://blog.handtalk.me/historia-lingua-de-sinais/>
Acessado em: 26 de maio 2020.
· O SURDO quer inclusão social, mas MEC não conhece sua realidade, diz Filipe Correia(Conade/SDH/PR). Tv senado. Disponível em:
< https://www.youtube.com/watch?v=gHYyJp4zKcI>
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