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AFETIVIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Eliane dos Santos Barbosa 
 Orientador(a) 
RESUMO: Sabe-se que são vários os fatores que interferem no processo de aprendizagem da criança. Grandes partes dos teóricos reconhecem que afetividade é o berço da socialização do indivíduo, pois é com ela que são transmitidos os primeiros ensinamentos às crianças. Sabe-se que afetividade na escola como complemento da afetividade na família é de suma importância para seu desenvolvimento, tanto cognitivo quanto no crescimento social. Para realização deste trabalho recorreu-se a referenciais importantes, tendo como base principal a luz dos estudos de pesquisadores da área da psicologia, descrevendo cada aspecto sobre a temática da relação afetiva professor-aluno sustentado pelo referencial teórico da área, o que possibilitou descrever as relações entre o fenômeno e o objeto, pesquisando, correlacionando os fatos, visando evidenciar se o mesmo tem relação com a aprendizagem dos alunos. 
PALAVRAS CHAVE: Afetividade. Aprendizagem. Psicologia
1 Introdução
Assim, com o intuito de verificar as relações de afetividade professor-aluno e de como estas podem contribuir no processo de ensino-aprendizagem. Sabe-se que são vários os fatores que interferem no processo de aprendizagem da criança. Porém, dentre tantos, a emoção que a criança sente ao aprender as primeiras regras as quais se aplicam depois à sociedade, ou seja, a formação cidadã advém de uma boa formação emocional.
Grandes partes dos teóricos reconhecem que afetividade é o berço da socialização do indivíduo, pois é com ela que são transmitidos os primeiros ensinamentos às crianças. Por isso, a emoção é responsável por grande parte do desenvolvimento desta nos anos iniciais. Neste período ela necessita de maior atenção daqueles que a cercam. 
Sabe-se que afetividade na escola como complemento da afetividade na família é de suma importância para seu desenvolvimento, tanto cognitivo quanto no crescimento social. Assim, a necessidade de compreender se a dimensão afetiva entre professor-aluno influência o processo ensino aprendizagem e o que justificou este trabalho.
Para realização deste trabalho recorreu-se a referenciais importantes, tendo como base principal a luz dos estudos de pesquisadores da área da psicologia. O trabalho aqui discorrido está dividido em três capítulos, sendo que no primeiro capítulo faz uma breve explanação sobre a temática - Afetividade e Aprendizagem, sob a ótica de autores que contribuíram de forma expressiva para o entendimento da situação problema observada. 
2 AFETIVIDADE
Segundo Antunes (2008), o ser humano nasce extremamente imaturo, para sua sobrevivência necessita da presença do outro e essa necessidade é traduzida como amor. Por outro lado, o instinto de sobrevivência e a percepção da necessidade de proteção fazem com que a mãe e o pai, apresentam também o sentimento de amor pelo filho e a reciprocidade desse amor do filho e dos genitores funde-se ocasionando o fenômeno da afetividade. Pois esse sentimento não se manifesta apenas entre filhos e pais. No passado, os homens das cavernas ensinaram-nos que a sobrevivência implica em viver em grupo, expandindo a afetividade de um para o outro. 
De acordo com Antunes (2008, p. 1):
A origem biológica da afetividade como se percebe, destaca a significação do “cuidar”. O amor entre humanos surgiu porque sua fragilidade inspirava e requeria cuidados e a forma como esse cuidar se manifesta é sempre acompanhada da impressão de dor ou prazer, agrado ou desagrado, alegria e tristeza. Percebe-se portanto, que afetividade é uma dinâmica relacional que se inicia a partir do momento em que um sujeito se liga a outro por amor e essa ligação embute um outro sentimento não menos complexo e profundo, a afetividade ao longo da historia esta relacionada com a preocupação e o bem estar do outro. a solidariedade não apareceu na Historia Humana como sentimento altruísta, mas como mecanismo fundamental de sua sobrevivência. 
O ser humano necessita de se relacionar com o outro, só assim procuram maneiras de melhorar essas relações, que deram origem as regras, que mais tarde viraram leis que auxiliam esse processo. Com a evolução da cultura humana a afetividade passou a ter uma grande importância nas relações inter-pessoais. A afetividade começa no âmbito familiar com o nascimento e esses laços afetivos duram a vida toda, sendo transmitida para o outro. Desde os primórdios as relações entre professor-aluno sempre foram e continuará a ser motivos de preocupação das pessoas relacionadas coma educação. Visto que esses sentimentos é um mecanismo fundamental para a sobrevivência da humanidade. (Antunes 2008) 
2.1 A afetividade e a auto-estima
Segundo Ferreira (1999) a afetividade é o conjunto de fenômenos psíquicos que são experimentados e vivenciados sob a forma de emoções e de sentimentos de dor, prazer, satisfação agrado, desagrado, alegria ou tristeza.
A afetividade é um dos fatores que favorecem a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo, fazendo com que o individuo aprenda através dos sentimentos, das emoções e experiências que são trocadas na interação com o outro. por isso, a afetividade é muito importante na vida das pessoas desde o nascimento , e porque é a primeira fase do desenvolvimento humano. O ser humano é um ser afetivo, mas com o passar do tempo acaba se tornando racional (Davis e Oliveira,1994).
Na relação professor-aluno a auto-estima é muito importante, porque é ela que da a capacidade de sentir a vida, dá confiança no seu modo de pensar e enfrentar os problemas e o direito de ser feliz, desfrutando os resultados de seu próprio esforço. (Tiba, 1996).
Para Zagury (2007, p. 2):
Auto-estima (auto-imagem ou amor-próprio) é a forma pela qual o individuo percebe o seu próprio eu. É o sentimento de aceitação ou rejeição da sua maneira de ser. Se a pessoa se vê de forma positiva, valorizando suas características, podemos dizer que tem auto-estima elevada ou positiva. Se ao contrario, ela não aceita ou se desvaloriza, isto é se há inconformidade consigo mesma, dizendo que tem baixa auto-estima ou auto-estima negativa.
Quando a auto-estima é positiva o individuo tem uma boa imagem de si mesma, acreditando que os outros gostam dela e confiam em suas habilidades de lidar com os desafios. Quando a auto-estima é negativa, acha que não merece o amor de ninguém, não credita que é capaz ade realizar nada sozinha, considerando incapaz e que não sabe fazer nada direito. (Tiba, 1996)
2.2 A relação do afeto e da auto-estima no âmbito escolar.
De acordo com Pilette (2004), é no meio social que a criança passa a fazer parte de um novo meio, se adaptando a ele e submetendo as suas determinações, pois é nesse ambiente que encontrará novos amigos, formando vínculos afetivos, que podem influenciar no desenvolvimento de sua identidade. A criança passa a conhecer o mundo através de suas relações com o outro. Pois é nas interações sociais que a criança tem acesso aos instrumentos e aos sistemas de signos que possibilitam o desenvolvimento de formas culturais de atividades permitindo estruturar a realidade e o próprio pensamento. A escola é um espaço importante de trocas, um com o outro, promovendo o desenvolvimento da criança.
Nas palavras de Chalita (2001, p. 153) “...o professor é a referência, o modelo, é o exemplo a ser seguido e, exatamente por causa disso o pouco que fazer afetuosamente, uma palavra, um gesto será muito para o aluno com problemas”.
Pode-se concluir quem, o clima afetivo escolar de ajuda mútua que valoriza o aluno, respeita seu ponto de vista e estimula sem pressionar está nutrindo o desenvolvimento de sua auto-estima e ensinando o prazer de aprender. Portanto, a relação afetiva do educador pode fazer o aluno se sentir valorizado (alimentação psicológica) ou diminuído (desnutrição psicológica), isso vai depender do estado do desenvolvimento de sua auto-estima. A melhor escola é aquela que leva o individuo a descobrir por si próprio a alegria de ser, e o entusiasmo em viver, poisnão existe pessoas felizes sem a auto-estima de quere-se bem (Chalita 2001).
Nesse Sentido Antunes afirma (2008), o professor, muitas vezes é quem melhor pode ajudar o aluno a desenvolver e descobrir qualidades, talentos e surpreender-se com as revelações, com a responsabilidade, com a disciplina e a felicidade dos mesmos. A disciplina aumenta a auto-estima do aluno, e quanto melhor for à auto-estima do aluno, mais se tornara disciplinado, nutrindo assim esse ciclo disciplina auto-estima. A escola tem o papel fundamental no desenvolvimento sócio afetivo da criança, estabelecendo a relação com o outro par ao desenvolvimento da aprendizagem. Afirma Almeida (2005, p. 106):
A escola tanto quanto a família tem o seu papel no desenvolvimento infantil, e a relação professor-aluno, por se de natureza antagônica, oferece riquíssimas possibilidades de crescimento. Os conflitos que podem surgir dessa relação desigual exerce um importante papel na personalidade da criança.
De acordo com o texto, Almeida nos diz que, no desenvolvimento da criança a família tem um papel importante assim como a escola. Cada uma da sua contribuição há seu tempo e modo. A responsabilidade da escola inicia quando termina o da família e vice-versa. Sendo assim, a função da escola e da família não acaba nunca, pois cada uma tem de se preocupar com suas responsabilidades de estabelecerem relações especificas no tempo certo 
A relação afetiva do professor ao trabalhar a auto-estima da criança desde pequeno é muito importante porque “[..] criança com eleva do grau de auto-estima apresentam desempenho consistentemente melhor do que crianças de habilidades semelhantes com baixa auto-estima” Fontana e David (1998, p. 162). Nesse sentido, os autores afirmam que quando o professor proporciona ao aluno confiança em suas próprias conquistas, está dando a oportunidade de sucesso, em vez de cobrar com severidade, pois quando o fracasso ocorrer dentro da sala de aula o aluno sabe que pode contar com a ajuda do professor, porque, há entre ambos um vinculo de amizade, de afetividade na relação professor-aluno. A escola tem ligação com a vida da criança acolhendo e oferecendo condições para o desenvolvimento da auto-estima, autoconfiança e de um bom auto-conceito, elementos importantes para aprendizagem e para que construa sua identidade. Situando-se na realidade para elaborar e realizar com determinação seus projetos de vida.
3 APRENDIZAGEM
Para Celidônio (1998), concebe aprendizagem como um processo em que a personalidade da criança possa se desenvolver autonomamente e não como reflexo de um certo modelo de individuo que a família ou a sociedade julgam ideal. Assim sendo, o processo aprendizagem, ao invés de ser visto de forma mecânica e estática, deve ser visto como um processo ativo em que a aquisição de padrões de conteúdos, por parte de um individuo, envolve um processo de atribuição de significado àquilo que é aprendido. 
José & Coelho (1999) também focaliza a aprendizagem significativa e a aprendizagem como mudança de comportamento em função da experiência. Ressaltam que é comum as pessoas delimitar os conceitos de aprendizagem somente ao que é apreendido na escola, como resultado de ensino. No entanto, devemos compreender os hábitos que formamos e os aspectos da nossa vida afetiva e a assimilação de valores culturais já construídos. Podemos citar ainda os aspectos funcionais, resultantes de toda uma estimulação ambiental recebida pelo individuo no decorrer de sua vida. 
O ato de conhecer é dinâmico; é mais do que memorizar ou reter informações; é mais do que assimilar de modo passivo um reconhecimento previamente elaborado. Conhecer envolve, além de assimilação, a re-elaboração crítica, a re-interpretação ou recriação de informações e de conceitos.
Segundo Wallon (1978) é a partir de suas próprias experiências, das repetições, das diferenças que se apresentam que a criança se torna capaz de distinguir e reconhecer o que esta de acordo ou não com suas expectativas e necessidades, o que conseqüentemente a levam ao aprendizado. 
“A aprendizagem é um processo, isto é uma atividade interior que tem um inicio, um desenvolvimento e um fim. Nesse sentido, a aprendizagem é algo muito pessoal, mas que pode ser influenciado, com êxito, por pessoas habilitadas e através de estímulos e técnicas”. Xavier (2003, p. 124). Essa concepção supõe a superação da noção comum, na nossa tradição educacional, que identifica o conhecimento somente como conteúdo expresso nos livros programas de ensino, como algo pronto e acabado que só poucos podem produzir. Supõe também, superar a concepção de currículo como algo estático, em que as preocupações se limitam somente em colocar ou retirar disciplina do plano curricular, aumentar ou reduzir a carga horária. 
Para Vigotski (2003) o processo de internalização de conhecimento envolve uma série de transformações que colocam em relação o social e o individual. Afirma que todas as funções no desenvolvimento da criança aparecem duas vezes: primeiro, no nível social, e, no nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológica), e, depois, no interior da criança (intrapsicológica). Partindo desse pressuposto o papel do outro no processo de aprendizagem torna-se fundamental. Consequentemente, a mediação e a qualidade das interações sociais exemplo disso é a interação dos alunos em sala de aula e nas suas brincadeiras na hora da recreação, pois um aprende com outro.
Os educadores têm mostrado uma crescente preocupação com a preparação da criança que vai ser alfabetizada. É claro que estas habilidades têm sua função dentro do processo aprendizagem. Porém, não podemos considerá-las como o centro do processo de aprender a ler e escrever. A criança que aprende a ler e a escrever é um ser que pensa e que busca a compreensão do mundo de objetos em sua volta. Deve-se levar a criança a pensar a descobrir os resultados, seja acertando ou errando, pois a criança que aprende a pensar, seu aprendizado vai além do que viu, pois ela cria hipóteses ampliando seu repertório de aprendizagem.
Nesse sentido Cool (1996, p. 47) afirma: 
A aprendizagem é produzida como resultado da interação entre o sujeito e o ambiente e que se traduz invariavelmente numa modificação comportamental, porém, ao mesmo tempo concede grande importância aos processos mentais ou encobertos que subjazem a esta mudança comportamental, que são postuladas pelo autor como conceitos constructos, hipotéticos, a partir de resultados da pesquisa experimental. 
Desde o inicio da Idade Moderna, os pensadores se preocuparam com o processo cognitivo, como podemos conhecer? Como o ser humano constrói conhecimento? Por quais caminhos pode se chegar ao conhecimento: pela razão ou pelos sentidos. Para John Locke (1632-1704) a criança nasce sem nenhum conhecimento, segundo ele, é como uma tabula rasa, ou uma folha de papel em branco, que através da experiência do sentidos vai gravando as informações e construindo aos poucos o conhecimento através das idéias simples e complexas. 
3.1 Relação afetiva professor e aluno
Pensar na construção de uma sociedade escolar mais justa e solidária é refletir sobre os valores e afetos que fazem a diferença humana nas relações escolares no dia-a-dia, onde cruzamos com alunos que carregam no rosto um ar de insatisfação e de mal-estar consigo mesmos e com todos a sua volta. O papel do professor é muito delicado porque necessita de um auto-investimento afetivo na relação professor-aluno, que ajudará no desenvolvimento da auto-estima e eficácia na aprendizagem (Chalita, 2001). A relação do professor no desenvolvimento da auto-estima, do auto-conhecimento e da auto-eficácia de alunos inseguros é muito importante para o seu desenvolvimento escolar. A influência exercida por cada pessoa sobre a criança varia muito, nos primeiros anos ela é influenciada pelos pais e familiares, como o crescimento aparecem os professores, os colegas e os amigos. Por isso, o mundo escolar é determinante na vida da criança, pois ela passa uma grande parte de sua vidae de seu tempo no ambiente escolar com os professores e colegas que contribuem ativamente para o seu desenvolvimento pessoal. (Chalita, 2001) Diante disso, a conquista do disciplinar que possibilita o bom desenvolvimento da auto-estima e eficácia na aprendizagem da criança depende da ralação afetiva do professor, do conhecimento e da capacidade de intervir no processo. Sempre há possibilidade de ajudar e incentivar corretamente a criança no processo ensino-aprendizagem. Zagury (2007). No relacionamento professor-aluno a afetividade facilita o processo de ensino aprendizagem, pois, o forte vínculo afetivo dá a criança maior conforto e segurança nas suas construções.
Para Arantes (2002, p 162), “[..] o papel da afetividade para Piaget é funcional na inteligência. Ela é fonte de energia de que a cognição se utiliza para seu funcionamento”, pois a afetividade é o combustível que a cognição utiliza para funcionar. Por isso, a afetividade e cognição são diferentes, mas inseparáveis em todas as ações simbólicas e sensoriais-motoras. Afeto e cognição é resultado de uma adaptação continua e interdependente, onde os sentimentos exprimem os interesses e os valores das ações ou das estruturas inteligentes. 
A afetividade está esta interligada às funções cognitivas, onde uma não poderia funcionar sem a outra. O desenvolvimento afetivo se da paralelamente ao cognitivo, por isso para haver cognição na sala de aula é preciso ter afetividade com os colegas, professores e os conteúdos, mas isso não significa se não tiver afeto não terá cognição. (Arantes, 2002)
De acordo com Tailhe, Oliveira e Dantas (1992, p. 65):
Quando se trata de analisar o domínio dos afetos nada parece haver de muito misterioso: a afetividade é comumente interpretada como uma energia , portanto como algo que impulsiona as ações. Vale dizer que existe algum interesse, algum móvel que motiva a ação. O desenvolvimento da inteligência permite, sem duvida que a motivação possa ser despertada por um numero cada vez maior de objetos ou situações. Todavia, ao longo desse desenvolvimento, o princípio básico permanece o mesmo: a afetividade á a mola propulsora das ações, e a razão esta a seu serviço.
Na abordagem Piagetiana os autores Tailles, Oliveira e Dantas ( 1992), dizem que a afetividade é a energia que impulsiona a ação, por isso ela é fundamental para o funcionamento da inteligência, mas não modifica a estrutura. A afetividade é a peça fundamental na constituição da inteligência, mas não é o suficiente. A inteligência permite organizar o mundo, a afetividade é a energia que move a ação e a razão possibilita ao sujeito identificar seus desejos, sentimentos variados que o ajudará a ter êxito nas suas ações. Para formar pessoas felizes, éticas, seguras de si mesmas e capazes de se relacionar com o outro e com o mundo que a cerca, faz-se necessário à afetividade desde o nascimento, sendo fundamental cuidar do aspecto afetivo no processo ensino-aprendizagem e no desenvolvimento da auto-estima, porque a criança é diferente cognitivamente em cada estagio de seu desenvolvimento, por isso cabe ao professor proporcionar ao aluno situações de interação que contribuirá na formação da sua identidade. A afetividade pode despertar interesse , motivação desejos, valores, emoções, perguntas, respostas e o desenvolvimento da inteligência.
A afetividade é um componente importante para a construção do auto-conceito e da auto-estima do aluno, pois quando o professor valoriza seu desempenho na sala, seu rendimento escolar também melhora. O sentimento de insucesso em sala de aula compromete o seu desempenho escolar, por isso é importante à relação afetiva do professor na construção da identidade dos alunos, essa relação aparece como solução milagrosa para resolver todos os problemas de aprendizagem (SOUZA, 2012).
Nesse sentido, Tailles, oliveira e Dantas (1992), a preocupação de Vygotsk de como os indivíduos enfrentam os conflitos diários, tanto sozinhos quanto em grupos, e até que ponto esses conflitos podem afetar o desenvolvimento da aprendizagem dos mesmos. Pois o afeto é um elemento importante para fortalecer e aumentar a eficácia da aprendizagem do aluno, isso porque integra o aspecto cognitivo, sendo ambas inseparáveis. O desenvolvimento da afetividade depende dentre outros fatores, da qualidade de estímulos que o ambiente oferece, por isso, o professor precisa compreender adequadamente a base afetiva do individuo para se ter uma compreensão completa do seu pensamento. A interação com o outro determina padrões afetivos, despertando vários processos de desenvolvimento que esta inteiramente enraizada nas influencias mútuas.
Arantes (2002, p. 164) afirma: “Na perspectiva genética de Henri Wallon, inteligência e afetividade estão integradas: a evolução da afetividade depende das construções realizadas no plano da inteligência, assim como a evolução da inteligência depende das construções afetivas” 
4 Considerações finais
As teorias da afetividade e do desenvolvimento humano que foram surgindo tem nos mostrado o quanto essas especificidades intervêm na individualidade humana e, portanto, não podemos estabelecer leis psicológicas gerais que devem ser aplicadas igualmente a todos os seres humanos. São muitos os esforços praticados atualmente para adaptar o ensino às características individuais de cada.
A afetividade só é estimulada através da vivência, na qual o professor-educador estabelece um vínculo de afeto com o educando. A criança precisa de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de se chegar perto do educando e a ludicidade, em parceria, é um caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma totalidade no processo do aprender, quando há um aprendizado de fato.
Todo ser humano precisa de limites, mas de carinho e amor também. Um educando aprende o que é respeito e respeita a partir do momento em que vê o educador como um amigo que tem e espera respeito, como alguém que se preocupa de verdade com ele e que lhe mostra os caminhos.
Todos esses aspectos devem ser compreendidos como importantes na construção global do individuo. Não intencionando tornar um fator mais importante que o outro ressalvo a importância do professor na construção e no desenvolvimento de aprendizagem como mediador dos interesses que se faz entre a aprendizagem e a afetividade. As considerações apresentadas como positivas na relação professor/aluno descrevem as mudanças que ocorreram no processo de ensino-aprendizagem ao longo dos últimos anos. A educação ideal como sendo a construção progressiva de sistemas de significados compartilhados entre professor e alunos e a transferência progressiva do controle do professor para os alunos.
Dentre os fatores analisados no capítulo referente a influência da afetividade na aprendizagem, ressalto a motivação como instrumento que permeia todas as relações de aprendizagem professor/aluno. Mesmo o aluno que domine as operações formais e disponha de conhecimento adequado necessita atribuir um sentido ao que aprende. Tal sentido é transmitido pela interação professor/aluno e engloba os fatores psicológicos de caráter afetivo, que nesta relação são mediados pela percepção que o aluno tem de si mesmo (autoconceito), a percepção que tem do professor, suas expectativas e o valor que atribui a si próprio (auto-estima). Foram apresentadas algumas teorias da construção e do desenvolvimento do autoconceito e da auto-estima que demonstram a importância da família, desde as condutas de apego até as práticas educativas realizadas neste contexto, que interferem nas relações sociais que serão estabelecidas pelo indivíduo durante toda a vida.
É imprescindível, então, que no contexto escolar trabalhemos a articulação afetividade-aprendizagem nas mais variadas situações, considerando-a como essencial na prática pedagógica e não a julgando como simples alternativa da qual podemos lançar mão quando queremos fazer uma “atividade diferente” na escola. Essa articulação deve ser uma constante busca de todosque concebem o espaço escolar como locus privilegiado na formação humana. Os conhecimentos são construídos por meio da ação e da interação. O sujeito aprende quando se envolve ativamente no processo de produção do conhecimento, através da mobilização de suas atividades mentais e na interação com o outro. Portanto, a sala de aula precisa ser espaço de formação, de humanização, onde a afetividade em suas diferentes manifestações possa ser usada em favor da aprendizagem, pois o afetivo e o intelectual são faces de uma mesma realidade – o desenvolvimento do ser humano.
REFERÊNCIAS bibliográficas 
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ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de Aula. 5ª ed. São Paulo: Papirus, 2005
ANTUNES, C. Como ensinar com afetividade. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2008.
ARANTES, V. A. Afetividade no cenário da educação. Psicologia, educação e as temáticas da vida contemporânea. São Paulo: Moderna, 2002.
CELIDÔNIO, R. F. Trilogia inevitável: Família, Aprendizagem, Escola. In Revista Psicopedagogia. Vol. 17, São Paulo: Salesianas, 1998.
CHALITA, G. Educação: A solução esta no afeto. 15 ed. São Paulo: Gente, 2001.
COOL, César; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação escolar. 2ª ed. Vol. 2 Porto Alegre: Artmed, 2004
DANTAS, Lourdes. A importância da afetividade professor/aluno. (Artigo). Disponível em: http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espacovirtual/espacoautorias/artigos/a%20importancia%20da%20afetividade. Pdf. Acesso em 02 de março de 2012.
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SOUZA, Célia Maria Moraes. A afetividade na formação da autoestima do aluno. Disponível em: http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/a_afetividade_na_formacao_da_auto.pdf. acesso em: 09 mar. 2012
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ZAGURY, T. Como agir para ajudar. Escola sem conflito parceria com os pais. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2007
� Artigo Cientifico elaborado a partir do manual de Artigo Cientifico da FAP, apresentado como pré-requisito para obtenção do titulo de especialista.
� Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Pimenta Bueno - FAP

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