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Direito Tributário Professora conteudista: Fabiana Scandiuzi Sumário Direito Tributário Unidade I 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1 1.1 Conceitos fundamentais ......................................................................................................................2 1.1.1 Conceito de tributo ...................................................................................................................................2 1.1.2 Classificação de tributo como gênero ...............................................................................................3 1.1.3 Espécies tributárias e exemplos ...........................................................................................................4 2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ...............................................................................................................................5 3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ...........................................................................................................................7 3.1 Competência tributária dos impostos da união .........................................................................9 3.2 Competência tributária dos impostos dos estados-membros e do Distrito Federal ................................................................................................................................... 14 Unidade II 4 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS ................................................... 17 4.1 Da competência tributária das contribuições da união ....................................................... 19 4.1.1 De intervenção no domínio econômico: ....................................................................................... 20 4.1.2 De interesse de categoria profissional ou econômica: ............................................................ 20 4.1.3 De Seguridade Social: ........................................................................................................................... 20 5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 22 5.1 Constituição Federal ........................................................................................................................... 22 5.2 Lei complementar ................................................................................................................................ 23 5.3 Lei ordinária ............................................................................................................................................ 23 5.4 Medida provisória ................................................................................................................................. 23 5.5 Decretos/Regulamentos .................................................................................................................... 24 5.6 Normas complementares .................................................................................................................. 24 5.7 Tratados e convenções internacionais ......................................................................................... 24 6 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 24 6.1 Conceito de obrigação tributária ................................................................................................... 25 6.2 Espécies de obrigação tributária .................................................................................................... 25 6.3 Elementos da obrigação tributária ................................................................................................ 25 7 CRÉDITO TRIBUTÁRIO (GARANTIA E PRIVILÉGIO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO) .......................... 27 8 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................................... 30 1 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Unidade I 5 10 15 20 1 INTRODUÇÃO Essa apostila tem por objetivo os fundamentos do direito tributário visando assim conceder ao aluno os parâmetros necessários para a compreensão dessa vertente do direito público. Demonstraremos a importância do direito tributário em nosso cotidiano, uma vez que ele está presente em todas as atividades que realizamos, como a compra de leite, a venda de um automóvel. O direito tributário é um complexo de leis e normas que se relacionam direta e indiretamente com outros ramos do direito, seja por meio de sua legislação, ou, ainda, por meio da relação que provocam entre os contribuintes e o Governo Público. Note-se que estamos diante de um ramo do direito que visa à arrecadação financeira para a manutenção das atividades governamentais, motivo pelo qual, em inúmeras situações nos deparamos com emaranhados legais e ainda com a ganha tributária dos entes governantes, estes na ordem nacional, estadual ou municipal. Nessa seara, temos por interesse trazer ao conhecimento os conceitos básicos do direito tributário, a classificação dos tributos, a competência que cada órgão governante tem para tributar e quais são os instrumentos legislativos corretos para a regulamentação do direito tributário. 2 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Serão abordados ainda o conceito e a regulamentação da obrigação tributária, em que momento o crédito é gerado e qual a forma e como a administração tributária é realizada. Conforme acima mencionado, estamos diante de um ramo do direito de tamanha complexidade, que não temos a pretensão, neste livro, de esgotar todas as possibilidades e discussões que se formam em volta desse tema. 1.1 Conceitos fundamentais 1.1.1 Conceito de tributo O Código Tributário Nacional em seu artigo 3º estabelece que tributo é: toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Da leitura desse artigo podemos extrair os seguintes elementos que são essenciais para a caracterização de tributo: • “prestação pecuniária”: a legislação pode somente exigir o pagamento do tributo em dinheiro, não sendo possível que a dívida do contribuinte seja quitada, por exemplo, por prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias; • “compulsória”: é obrigatória, sendo irrelevante a consideração da vontade do contribuinte; • “em moeda”: novamente nos deparamos com a necessidade de que o tributo deve ser quitado mediante pagamento, cabendo aqui o comentário de que é obrigatório que a moeda usada para quitação seja a corrente em território nacional, ou seja, não podemos quitar com dólares americanos um tributo brasileiro; 5 10 15 20 25 3 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 • “que não constitua sanção”: o que o legislador tem interesse em deixar claro é que o tributo não tem qualquer vinculação com o caráter punitivo, ou seja, não está correlacionado ao fato de um contribuinte praticar um ato ilícito, sendo que, nesse caso, estamos diante de multa e não de tributo; • “instituído em lei”: o que se buscou é demonstrar o rigor com que os tributos são tratados, não cabendo que sua instituição seja tratada de forma aleatória através de um simples ato de um governante. Ao contrário,busca- se com isso que, antes da criação ou alteração de um tributo, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados analisem atentamente a sua necessidade e se há o respeito necessário aos princípios tributários. • “cobrada através de atividade administrativa vinculada”: a administração pública deve prestar contas de sua arrecadação, bem como da destinação que dá aos tributos arrecadados, ainda mais levando em conta que algumas espécies têm intrínsecas a sua constituição e a sua destinação específica. 1.1.2 Classificação de tributo como gênero O conceito de tributo é utilizado de forma genérica para definição das formas de arrecadação da administração pública, sendo que, dependendo da espécie, há necessidade de observâncias distintas aos princípios tributários e ainda à destinação da origem de sua arrecadação. O artigo 5º do Código Tributário Nacional regulamenta as espécies de tributos, sendo que essa, por sua vez, designa apenas três espécies, quais sejam: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Atualmente, conforme será demonstrado abaixo, esse conceito está ultrapassado, cabendo acrescentar como espécie as contribuições e os empréstimos compulsórios, isso principalmente após a promulgação da Constituição Federal 5 10 15 20 25 30 4 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 de 1988, onde tais contribuições foram mencionadas e regulamentadas por meio do capítulo do Sistema Tributário. 1.1.3 Espécies tributárias e exemplos a. Impostos: trata-se de uma espécie tributária que não está vinculada a qualquer atividade ou serviço do poder público para ser cobrada, ou seja, o fato gerador é uma situação independente de qualquer atuação estatal. A aplicação de sua arrecadação é para a manutenção geral da atividade estatal. Ex. IPTU, ICMS, IR. Fundamentação legal: CTN, artigo 16. b Taxas: essa espécie tributária tem que necessariamente relacionar-se a uma determinada prestação de serviços por parte da administração pública para um beneficiário com possibilidade de identificação. Em algumas taxas não é necessária a prestação de serviços direta; basta que o serviço seja colocado à disposição do contribuinte, que é o caso do exercício regular do poder de polícia administrativa ou a utilização de um serviço público prestado ao contribuinte, desde que esse, por sua vez, seja específico e possa ser divisível. Ex. taxa de fiscalização e funcionamento cobrada por diversas prefeituras. Fundamentação legal: CTN, artigo 77 e segs. c. Contribuições de melhoria: a sua cobrança está vinculada à existência de um fato gerador que é a valorização do imóvel do contribuinte que será compelido ao seu recolhimento, desde que esta, por sua vez, ocorra em decorrência da existência de uma obra pública (CTN, artigo 81). d. Contribuições especiais: são as contribuições instituídas com fundamento na Constituição Federal para financiamento de determinadas situações específicas, tendo em vista que a destinação específica é uma das 5 10 15 20 25 30 5 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 obrigações dessa espécie tributária (CF, artigos 149 e 195). d1. Contribuições sociais: têm ainda uma subdivisão de acordo com a sua finalidade que pode ser de intervenção de domínio econômico e também as contribuições profissionais, que são aquelas instituídas em favor de determinadas categorias profissionais ou econômicas. d2. Contribuições de seguridade social: são financiadas por toda a sociedade, direta ou indiretamente. Deve-se entender como seguridade social o sistema que engloba a assistência social, a previdência social e o sistema público de saúde. As contribuições sociais previstas no artigo 195 da Constituição Federal (vinculadas à seguridade social) podem ser exigidas após 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se sujeitando ao princípio da anterioridade que será trazido abaixo. 2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS Tendo em vista que a relação que norteia o direito tributário é constituída entre o estado e os contribuintes, torna-se essencial que essa relação seja baseada por princípios fundamentais os quais visam dar um norte regulador a essa relação, deixando os contribuintes protegidos contra possíveis abusos do Poder Público. Note-se que todos os princípios abaixo trazidos constam de nossa Constituição Federal e não podem ser alterados ou revogados por lei. a. Princípio da igualdade: (CF, artigo 150, II) – é tido como um importante princípio e é o que reflete a proibição para que haja um tratamento tributário desigual para contribuintes que estejam em situações de equivalência. 5 10 15 20 25 30 6 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 b. Princípio da capacidade contributiva: (CF, artigo 145, parágrafo 1) – sempre que for possível, os tributos devem ser estipulados segundo os recursos financeiros do contribuinte; atualmente, o exemplo que melhor demonstra a aplicação desse princípio é a tabela progressiva do imposto de renda. c. Princípio da legalidade: (CF, artigo 150, I) – nenhum tributo pode ser instituído, nem aumentado, a não ser através de lei. Considera-se majoração a alteração da base de cálculo ou da alíquota que implique direta ou indiretamente majoração do tributo em si. d. Princípio da irretroatividade: (CF, artigo 150, III, “a”) – os fatos jurídicos ocorridos antes da vigência de uma determinada lei não poderão ser regulados pela mesma, ou seja, somente a partir de sua vigência é que os contribuintes ficam vinculados a ela. e. Princípio da anterioridade: (CF, artigo 150, III, “b”) – de acordo com esse princípio é proibido que a União, os estados e municípios cobrem tributos no mesmo exercício em que foram instituídos, ou seja, se uma lei criadora de um novo tributo é publicada em abril de um determinado exercício, a validade da cobrança somente será em janeiro do exercício imediatamente posterior. Cabe, aqui, destacar a exceção trazida para os casos das contribuições cujo prazo de cobrança limita-se a 90 (noventa) dias, contados da data da sua publicação. f. Princípio da liberdade de tráfego: (CF, artigo 150, V) – dispõe sobre a proibição de barreiras tributárias entre estados e municípios, ou seja, não se pode proibir o tráfego de pessoas ou bens dentro do território nacional, liberando-os apenas através do pagamento de tributos interestaduais ou intermunicipais. Vale esclarecer que através desse princípio não está proibida a cobrança de pedágios ou, ainda, a cobrança dos impostos incidentes sobre a circulação de mercadorias. 5 10 15 20 25 30 35 7 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 g. Princípio da vedação de confisco: (CF, artigo 150, IV) – é proibida a utilização de tributos com o efeito de confiscar de forma integral ou praticamente integral os bens dos contribuintes; por exemplo, o imposto de renda incidente sobre o salário não pode ter como base todo o salário recebido pelo contribuinte e a alíquota ser de 100%, pois nesse caso estaríamos diante de um recolhimento integral dos ganhos do contribuinte a título de tributo. h. Princípio da não cumulatividade: (CF, artigo 153, parágrafo 3, II) – proíbe-se a cobrança do IPI e do ICMS, sem o aproveitamento dos valores dessa natureza pagos anteriormente na cadeia produtiva. 3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Tendo em vista o rigor que norteia as relações originadas pelo direito tributário, mais umavez estamos diante de regulamentações que devem, obrigatoriamente, ser cumpridas, sob pena de as relações jurídicas perecerem de vícios que não as deixaram existir. É assim com a competência tributária. Sabemos que a federação brasileira é constituída pela União, estados-membros, Distrito Federal e municípios e não é possível que qualquer um deles, de forma indiscriminada, institua tributos, pois deve-se respeitar o que é disposto em nossa Constituição Federal, na qual consta a disciplina da competência tributária. Ou seja, a competência tributária é o poder que a Constituição Federal atribui a um determinado ente político para que este institua um tributo, descrevendo, assim, em instrumento legislativo próprio, todos os elementos necessários para o seu cálculo, sua cobrança e fiscalização, ou seja, determinação de sua hipótese de incidência, seu sujeito ativo e passivo da relação, sua base de cálculo e sua alíquota. 5 10 15 20 25 30 8 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Em caso de não estar expressamente contida na Constituição Federal, a quem cabe a tributação, caberá à União Federal a instituição dos tributos. Assim, temos que a competência para tributar foi conferida pela Constituição Federal: o artigo 153 atribuiu à União, o artigo 155 definiu a competência cabível aos estados e Distrito Federal, enquanto que pelo artigo 156 as imposições tributárias podem ter a regulamentação realizada pelo município. As contribuições e os empréstimos compulsórios são de competência exclusiva da União, não cabendo, inclusive, o repasse de receita proporcional aos demais entes tributantes. Vale ainda esclarecer que a competência tributária tem seis características básicas e que devem ser estritamente observadas: a. privatividade: revela a exclusividade de determinado ente com relação à competência que lhe foi nessas condições atribuída; b. indelegabilidade: determinado ente político não pode delegar sua competência tributária para que seja exercida por outro ente político; c. incaducabilidade: a competência tributária perdura no tempo ainda que não tenha sido exercida; d. inalterabilidade: não pode ser alterada sob qualquer hipótese ou justificativa; f. irrenunciabilidade: ainda que não queria exercer, o ente político não pode a ela renunciar ou dela dispor, sendo, portanto, indisponível; g. facultatividade: do exercício, que decorre da existência ou não, de interesse em tributar, pela pessoa política, para tanto, constitucionalmente habilitada. 5 10 15 20 25 30 9 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Por tudo o que foi trazido, podemos concluir que a competência tributária é a capacidade legislativa em matéria tributária. 3.1 Competência tributária dos impostos da união a. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza – IR (CF, artigo 153, III e CTN, artigos 43 a 45). a.1. Função: sua função é fiscal, ou seja, representa uma importante fonte de renda para a União. a.2. Fato gerador: é a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica da renda e de proventos de qualquer natureza. Como conceito de renda, podemos, em linhas gerais, considerar o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; a principal caracterização é que haja para esse conceito a periodicidade. Já como proventos de qualquer natureza temos qualquer acréscimo que não seja compreendido no conceito de renda, haja vista que a simples disponibilidade jurídica já possibilita a incidência do imposto de renda; portanto, não se faz necessário que o contribuinte efetivamente receba a renda ou aufira o acréscimo patrimonial para que se tenha a incidência do imposto de renda. a.3. Base de cálculo: note-se que existem várias formas de apuração do imposto de renda, dependendo, inclusive, se o sujeito passivo é uma pessoa jurídica ou uma pessoa física. Via de regra, a base é o montante real da renda e dos proventos tributáveis (CTN, artigo 44). Em caso de pessoa jurídica, há uma sistemática ao seu recolhimento, podendo o contribuinte optar pelo lucro real, presumido ou arbitrado. 5 10 15 20 25 10 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 a.4. Alíquota: a alíquota do imposto de renda varia de acordo com o contribuinte. Para pessoa física, atualmente, na tabela progressiva estipulada, dependendo do rendimento, a alíquota a ser aplicada será de 15% a 27,5%. Já nos casos de os contribuintes serem pessoas jurídicas, a alíquota é de 15%, e, dependendo do valor do lucro apurado (de acordo com a opção do contribuinte), deverá ainda o contribuinte efetuar um recolhimento com uma alíquota excedente de 10%. a.5. Contribuinte: qualquer pessoa física ou jurídica, independente de qualquer ato de regularidade ou habitualidade na realização do fato gerador. b. IPI: Impostos sobre Produtos Industrializados b.1. Função: têm função fiscal, representando grande fator de arrecadação federal. No mais, têm ainda a função extrafiscal para o Governo quanto à regularização da economia. b.2. Fato gerador: (CTN, artigo 46): o desembaraço aduaneiro do produto quando importado, a saída do produto industrializado do estabelecimento importador, do industrial, do comerciante ou arrematante e a arrematação do produto quando abandonado e levado à leilão. b.3. Base de cálculo: são várias as formas de apuração da base de cálculo, dependendo do item em que o fato gerador esteja alocado. Assim, no caso da mercadoria importada, a base de cálculo será a mesma do Imposto de Importação, acrescida deste e de todas as taxas utilizadas quando do desembaraço da mercadoria. Nos casos em que o produto é industrializado em território nacional, a base de cálculo levará em conta o valor da saída do produto do estabelecimento, ou, em caso de não existência de comprovação do mesmo, o valor da mercadoria similar no mercado. 5 10 15 20 25 30 11 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Por fim, para os produtos leiloados, o fato gerador se dará pelo valor do preço da arrematação. b.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função parafiscal, ou seja, com a possibilidade de regulação do mercado, a alíquota do IPI, a título de exceção, pode ser alterada através de Decreto, independentemente de lei que regulamente a nova alíquota. Dessa forma, e, em respeito ao princípio da seletividade, em relação à essencialidade do produto, que regulamenta que a alíquota do IPI deva ser menor ou até zero para produtos que sejam essenciais para a população, verificamos que atualmente as alíquotas variam de acordo com o produto, podendo ser de 0% a 350%. b.5. Contribuinte: (Artigo 51, CTN): o importador ou a quem se equipare ao mesmo; o industrial ou a quem a ele se equiparar ou, ainda, o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, que forem objeto de leilão. Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da não cumulatividade, em que se compensa o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores. c. II – Imposto de Importação (CF, artigo 153, I e CTN, artigo 19 a 22) c.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que serve, primordialmente, para que haja um controle da balança comercial de nosso país, não sendo visto pela União como grande fonte arrecadatória. c.2. Fato gerador: (CTN, artigo 19): a entrada em território nacional de produtosoriundos de outros países. 5 10 15 20 25 30 12 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 c.3. Base de cálculo: é o preço normal que o produto alcançaria, quando de sua importação, em operação de livre concorrência, revelada pelo valor da fatura comercial correspondente. c.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função parafiscal, ou seja, com possibilidade de regulação da balança comercial, a alíquota do II, a título de exceção, pode ser alterada através de Decreto, independentemente de lei que regulamente a nova alíquota. c.5. Contribuinte: (Artigo 22, I, CTN): o sujeito passivo desse imposto é o importador ou quem se equipare ao mesmo através de força legal. e. IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores imobiliários (CF, artigo 153, V e CTN, artigo 63 a 67). e.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que serve, primordialmente para que haja um controle do mercado de crédito, câmbio e seguro, embora não se descarte a fiscal (arrecadatória), inclusive o que foi recentemente comprovado: com o fim da cobrança da CPMF, houve uma majoração na alíquota desse imposto, para suprir o déficit arrecadatório trazido pela ausência do recolhimento da CPMF aos cofres públicos. e.2. Fato gerador: (CTN, artigo 63): o IOF incide sobre as operações mencionadas. E também sobre o ouro, desde que definido por lei como ativo financeiro. e.3. Base de cálculo (CTN, artigo 64): é variada de acordo com o fato gerador desse imposto; por exemplo, em operações de crédito é o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros e, ainda, quando se tratar de operações de seguro, é o montante do prêmio. e.4. Alíquota: o IOF não tem obrigatoriedade em respeitar o princípio da anterioridade, motivo pelo qual o Poder 5 10 15 20 25 30 13 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Executivo pode, a partir do momento em que majorar ou alterar a alíquota, iniciar a sua cobrança imediata. No mais, quanto à fixação das alíquotas, elas podem ser variadas, dependendo do momento econômico do País e do fato gerador praticado. e.5. Contribuinte: (CTN, artigo 26): qualquer das partes envolvidas numa das operações hipoteticamente descritas, ensejadoras de imposição tributária pelo IOF, pode ser definida na figura de contribuinte tributário pelo legislador. f. ITR: Imposto sobre a Propriedade Rural (CF, artigo 153, VI e CTN, artigo 29). f.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, uma vez que também pode ser utilizado como instrumento de controle da propriedade rural. f.2. Fato gerador: (CTN, artigo 29): é a propriedade, domínio útil ou posse de terra, fora da zona urbana, tomando por base o 1º de janeiro de cada ano. Não importa a destinação efetiva do imóvel, agrícola ou residencial, o que é considerado para efeito desse imposto é a sua localização, em área fora da zona urbana. f.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): é o valor fundiário do imóvel, o que pode também ser considerado como o valor venal do imóvel, deste subtraídos os valores dos bens a ele incorporados. Pode ser concedido um benefício fiscal ao contribuinte que utilizar o seu latifúndio, acarretando redução de até 90% do imposto devido. f.4. Alíquota (Lei n. 9.393/93): a alíquota varia de acordo com o tamanho da área e sua utilização, respeitando, assim, os limites de 0,3% até 20%. 5 10 15 20 25 30 14 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 f.5. Contribuinte: (CTN, artigo 31): são os proprietários de imóveis e os titulares de seu domínio útil, ou seus possuidores a qualquer título. 3.2 Competência tributária dos impostos dos estados-membros e do Distrito Federal a. ITCMD: Imposto sobre Heranças e Doações (CF, artigo 155, I e CTN, artigos 35 a 42) a.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, visa prover recursos para a manutenção dos estados e do Distrito Federal. a.2. Fato gerador: no caso de herança, é a transmissão de bens de pessoa falecida para os seus herdeiros. Já nos casos de doação, o fato gerador dá-se por realizado, quando se aperfeiçoa a doação. a.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): fica a critério de cada estado, ou do Distrito Federal, onde se realize o fato gerador, destacando que a mesma não poderá ser superior ao valor venal do imóvel. a.4. Alíquota (Resolução n. 9/92): fixou-se a alíquota máxima de 8%, mas cabe ao Ente Tributante dispor, na legislação estadual, a quem entende que deva ser aplicada em seu território. a.5. Contribuinte: (CTN, artigo 42): será sempre o doador ou donatário, para os casos de doação, e, no caso de herança, será o beneficiário do bem ou direito transmitido. b. ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de serviços (CF, artigo 155, II). b.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, visa prover recursos para a manutenção dos estados e do Distrito Federal, sendo atualmente uma das maiores fontes de arrecadação destes. 5 10 15 20 25 15 DIREITO TRIBUTÁRIO Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 b.2. Fato gerador (LC 87/96, artigo 2): a circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação, desde que com o intuito de venda, ainda que a título gratuito; prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via ou pessoa; prestação onerosa de serviços de comunicação, por qualquer meio; fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios; fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, quando a Lei Complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que se trate de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; sobre a entrada, no território do estado destinatário, de petróleo, inclusive, lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando destinados a comercialização e à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto ao estado onde estiver localizado o adquirente. b.3. Base de cálculo: considera-se como regra que a base de cálculo será o valor da operação a que deu origem a circulação ou o preço do serviço respectivo, cabendo o destaque para a situação de substituição tributária, em que o valor da base de cálculo é presumida. b.4. Alíquota (CF, 155, parágrafo 2, V): cabe aos estados e ao Distrito Federal fixar as alíquotas a serem aplicadas para cálculo do ICMS, e cabe ao Senado Federal estabelecer alíquotas mínimas para as operações, internas ou ainda a fixação de alíquotas máximas para as operações, visando resolver conflito específico decorrente de interesse de estados. 5 10 15 20 25 30 35 16 Unidade I Re vi sã o: N íz ia - D ia gr am aç ão : L éo - 2 2/ 02 /2 01 0 Levando em conta que as operações de circulação de mercadorias podem envolver vários estados, é obrigatória a existência de alíquotas-padrão para todos, motivo pelo qual, estas são dispostas pelo Senado Federal. Tendo em vista que o ICMS respeita o princípio da seletividade e da essencialidadeem razão do produto, estamos diante do fato de que as alíquotas a serem aplicadas pelo Ente Tributante deverão ser menores a produtos de primeira ordem de necessidade, tais como determinados tipos de alimentos. b.5. Contribuinte: o contribuinte do ICMS é o estabelecimento que remete a mercadoria na operação de circulação. Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da não cumulatividade, em que se compensa o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores, tendo grande semelhança, nesse ponto, com o IPI. c. IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (CF, artigo 155, III). c.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, embora haja no texto legal a seletividade de acordo com o tipo de combustível empregado. c.2. Fato gerador: propriedade de veículo automotor, abrangendo veículos terrestres, aeronaves e embarcações; o conceito de veículos terrestres abrange também os automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões etc. c.3. Base de cálculo: o valor do veículo a cada ano. c.4. Alíquota: estipulada em cada estado, podendo variar de acordo com a utilidade do veículo. b.5. Contribuinte: o proprietário do veículo, o que, na prática, representa a pessoa na qual está licenciado o veículo. 5 10 15 20 25 30
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