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Direito Tributário
Professora conteudista: Fabiana Scandiuzi
Sumário
Direito Tributário
Unidade I
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1
1.1 Conceitos fundamentais ......................................................................................................................2
1.1.1 Conceito de tributo ...................................................................................................................................2
1.1.2 Classificação de tributo como gênero ...............................................................................................3
1.1.3 Espécies tributárias e exemplos ...........................................................................................................4
2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ...............................................................................................................................5
3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ...........................................................................................................................7
3.1 Competência tributária dos impostos da união .........................................................................9
3.2 Competência tributária dos impostos dos estados-membros
e do Distrito Federal ................................................................................................................................... 14
Unidade II
4 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS ................................................... 17
4.1 Da competência tributária das contribuições da união ....................................................... 19
4.1.1 De intervenção no domínio econômico: ....................................................................................... 20
4.1.2 De interesse de categoria profissional ou econômica: ............................................................ 20
4.1.3 De Seguridade Social: ........................................................................................................................... 20
5 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 22
5.1 Constituição Federal ........................................................................................................................... 22
5.2 Lei complementar ................................................................................................................................ 23
5.3 Lei ordinária ............................................................................................................................................ 23
5.4 Medida provisória ................................................................................................................................. 23
5.5 Decretos/Regulamentos .................................................................................................................... 24
5.6 Normas complementares .................................................................................................................. 24
5.7 Tratados e convenções internacionais ......................................................................................... 24
6 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................................................................. 24
6.1 Conceito de obrigação tributária ................................................................................................... 25
6.2 Espécies de obrigação tributária .................................................................................................... 25
6.3 Elementos da obrigação tributária ................................................................................................ 25
7 CRÉDITO TRIBUTÁRIO (GARANTIA E PRIVILÉGIO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO) .......................... 27
8 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................................... 30
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1 INTRODUÇÃO
Essa apostila tem por objetivo os fundamentos do direito 
tributário visando assim conceder ao aluno os parâmetros 
necessários para a compreensão dessa vertente do direito 
público. Demonstraremos a importância do direito tributário 
em nosso cotidiano, uma vez que ele está presente em todas as 
atividades que realizamos, como a compra de leite, a venda de 
um automóvel.
O direito tributário é um complexo de leis e normas que 
se relacionam direta e indiretamente com outros ramos do 
direito, seja por meio de sua legislação, ou, ainda, por meio 
da relação que provocam entre os contribuintes e o Governo 
Público.
Note-se que estamos diante de um ramo do direito que visa 
à arrecadação financeira para a manutenção das atividades 
governamentais, motivo pelo qual, em inúmeras situações 
nos deparamos com emaranhados legais e ainda com a ganha 
tributária dos entes governantes, estes na ordem nacional, 
estadual ou municipal.
Nessa seara, temos por interesse trazer ao conhecimento 
os conceitos básicos do direito tributário, a classificação dos 
tributos, a competência que cada órgão governante tem para 
tributar e quais são os instrumentos legislativos corretos para a 
regulamentação do direito tributário.
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Serão abordados ainda o conceito e a regulamentação da 
obrigação tributária, em que momento o crédito é gerado e qual 
a forma e como a administração tributária é realizada.
Conforme acima mencionado, estamos diante de um ramo 
do direito de tamanha complexidade, que não temos a pretensão, 
neste livro, de esgotar todas as possibilidades e discussões que 
se formam em volta desse tema.
1.1 Conceitos fundamentais
1.1.1 Conceito de tributo
O Código Tributário Nacional em seu artigo 3º estabelece 
que tributo é:
toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua 
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada.
Da leitura desse artigo podemos extrair os seguintes 
elementos que são essenciais para a caracterização de tributo:
• “prestação pecuniária”: a legislação pode somente exigir 
o pagamento do tributo em dinheiro, não sendo possível 
que a dívida do contribuinte seja quitada, por exemplo, por 
prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias;
• “compulsória”: é obrigatória, sendo irrelevante a 
consideração da vontade do contribuinte;
• “em moeda”: novamente nos deparamos com a necessidade 
de que o tributo deve ser quitado mediante pagamento, 
cabendo aqui o comentário de que é obrigatório que a 
moeda usada para quitação seja a corrente em território 
nacional, ou seja, não podemos quitar com dólares 
americanos um tributo brasileiro;
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• “que não constitua sanção”: o que o legislador tem 
interesse em deixar claro é que o tributo não tem qualquer 
vinculação com o caráter punitivo, ou seja, não está 
correlacionado ao fato de um contribuinte praticar um 
ato ilícito, sendo que, nesse caso, estamos diante de multa 
e não de tributo;
• “instituído em lei”: o que se buscou é demonstrar o rigor 
com que os tributos são tratados, não cabendo que sua 
instituição seja tratada de forma aleatória através de 
um simples ato de um governante. Ao contrário,busca-
se com isso que, antes da criação ou alteração de um 
tributo, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados 
analisem atentamente a sua necessidade e se há o respeito 
necessário aos princípios tributários.
• “cobrada através de atividade administrativa vinculada”: 
a administração pública deve prestar contas de sua 
arrecadação, bem como da destinação que dá aos tributos 
arrecadados, ainda mais levando em conta que algumas 
espécies têm intrínsecas a sua constituição e a sua 
destinação específica.
1.1.2 Classificação de tributo como gênero
O conceito de tributo é utilizado de forma genérica 
para definição das formas de arrecadação da administração 
pública, sendo que, dependendo da espécie, há necessidade 
de observâncias distintas aos princípios tributários e ainda à 
destinação da origem de sua arrecadação.
O artigo 5º do Código Tributário Nacional regulamenta as 
espécies de tributos, sendo que essa, por sua vez, designa apenas 
três espécies, quais sejam: os impostos, as taxas e as contribuições 
de melhoria. Atualmente, conforme será demonstrado abaixo, 
esse conceito está ultrapassado, cabendo acrescentar como 
espécie as contribuições e os empréstimos compulsórios, isso 
principalmente após a promulgação da Constituição Federal 
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de 1988, onde tais contribuições foram mencionadas e 
regulamentadas por meio do capítulo do Sistema Tributário.
1.1.3 Espécies tributárias e exemplos
a. Impostos: trata-se de uma espécie tributária que não 
está vinculada a qualquer atividade ou serviço do poder 
público para ser cobrada, ou seja, o fato gerador é uma 
situação independente de qualquer atuação estatal. A 
aplicação de sua arrecadação é para a manutenção geral 
da atividade estatal. Ex. IPTU, ICMS, IR. Fundamentação 
legal: CTN, artigo 16.
b Taxas: essa espécie tributária tem que necessariamente 
relacionar-se a uma determinada prestação de 
serviços por parte da administração pública para um 
beneficiário com possibilidade de identificação. Em 
algumas taxas não é necessária a prestação de serviços 
direta; basta que o serviço seja colocado à disposição 
do contribuinte, que é o caso do exercício regular do 
poder de polícia administrativa ou a utilização de um 
serviço público prestado ao contribuinte, desde que 
esse, por sua vez, seja específico e possa ser divisível. 
Ex. taxa de fiscalização e funcionamento cobrada por 
diversas prefeituras. Fundamentação legal: CTN, artigo 
77 e segs.
c. Contribuições de melhoria: a sua cobrança está 
vinculada à existência de um fato gerador que é a 
valorização do imóvel do contribuinte que será compelido 
ao seu recolhimento, desde que esta, por sua vez, ocorra 
em decorrência da existência de uma obra pública (CTN, 
artigo 81).
d. Contribuições especiais: são as contribuições 
instituídas com fundamento na Constituição Federal para 
financiamento de determinadas situações específicas, 
tendo em vista que a destinação específica é uma das 
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obrigações dessa espécie tributária (CF, artigos 149 e 
195).
d1. Contribuições sociais: têm ainda uma subdivisão de 
acordo com a sua finalidade que pode ser de intervenção 
de domínio econômico e também as contribuições 
profissionais, que são aquelas instituídas em favor de 
determinadas categorias profissionais ou econômicas.
d2. Contribuições de seguridade social: são financiadas 
por toda a sociedade, direta ou indiretamente. Deve-se 
entender como seguridade social o sistema que engloba a 
assistência social, a previdência social e o sistema público 
de saúde.
As contribuições sociais previstas no artigo 195 da 
Constituição Federal (vinculadas à seguridade social) podem 
ser exigidas após 90 dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se sujeitando ao princípio 
da anterioridade que será trazido abaixo.
2 PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
Tendo em vista que a relação que norteia o direito tributário é 
constituída entre o estado e os contribuintes, torna-se essencial 
que essa relação seja baseada por princípios fundamentais os 
quais visam dar um norte regulador a essa relação, deixando 
os contribuintes protegidos contra possíveis abusos do Poder 
Público.
Note-se que todos os princípios abaixo trazidos constam 
de nossa Constituição Federal e não podem ser alterados ou 
revogados por lei.
a. Princípio da igualdade: (CF, artigo 150, II) – é tido como 
um importante princípio e é o que reflete a proibição 
para que haja um tratamento tributário desigual para 
contribuintes que estejam em situações de equivalência.
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b. Princípio da capacidade contributiva: (CF, artigo 
145, parágrafo 1) – sempre que for possível, os tributos 
devem ser estipulados segundo os recursos financeiros 
do contribuinte; atualmente, o exemplo que melhor 
demonstra a aplicação desse princípio é a tabela 
progressiva do imposto de renda.
c. Princípio da legalidade: (CF, artigo 150, I) – nenhum 
tributo pode ser instituído, nem aumentado, a não ser 
através de lei. Considera-se majoração a alteração da 
base de cálculo ou da alíquota que implique direta ou 
indiretamente majoração do tributo em si.
d. Princípio da irretroatividade: (CF, artigo 150, III, “a”) 
– os fatos jurídicos ocorridos antes da vigência de uma 
determinada lei não poderão ser regulados pela mesma, 
ou seja, somente a partir de sua vigência é que os 
contribuintes ficam vinculados a ela.
e. Princípio da anterioridade: (CF, artigo 150, III, “b”) – de 
acordo com esse princípio é proibido que a União, os 
estados e municípios cobrem tributos no mesmo exercício 
em que foram instituídos, ou seja, se uma lei criadora de 
um novo tributo é publicada em abril de um determinado 
exercício, a validade da cobrança somente será em janeiro 
do exercício imediatamente posterior. Cabe, aqui, destacar 
a exceção trazida para os casos das contribuições cujo 
prazo de cobrança limita-se a 90 (noventa) dias, contados 
da data da sua publicação.
f. Princípio da liberdade de tráfego: (CF, artigo 150, V) 
– dispõe sobre a proibição de barreiras tributárias entre 
estados e municípios, ou seja, não se pode proibir o 
tráfego de pessoas ou bens dentro do território nacional, 
liberando-os apenas através do pagamento de tributos 
interestaduais ou intermunicipais. Vale esclarecer que 
através desse princípio não está proibida a cobrança de 
pedágios ou, ainda, a cobrança dos impostos incidentes 
sobre a circulação de mercadorias.
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g. Princípio da vedação de confisco: (CF, artigo 150, 
IV) – é proibida a utilização de tributos com o efeito 
de confiscar de forma integral ou praticamente integral 
os bens dos contribuintes; por exemplo, o imposto de 
renda incidente sobre o salário não pode ter como base 
todo o salário recebido pelo contribuinte e a alíquota 
ser de 100%, pois nesse caso estaríamos diante de um 
recolhimento integral dos ganhos do contribuinte a 
título de tributo.
h. Princípio da não cumulatividade: (CF, artigo 153, 
parágrafo 3, II) – proíbe-se a cobrança do IPI e do ICMS, 
sem o aproveitamento dos valores dessa natureza pagos 
anteriormente na cadeia produtiva.
3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
Tendo em vista o rigor que norteia as relações originadas 
pelo direito tributário, mais umavez estamos diante de 
regulamentações que devem, obrigatoriamente, ser cumpridas, 
sob pena de as relações jurídicas perecerem de vícios que não as 
deixaram existir.
É assim com a competência tributária. Sabemos que a 
federação brasileira é constituída pela União, estados-membros, 
Distrito Federal e municípios e não é possível que qualquer um 
deles, de forma indiscriminada, institua tributos, pois deve-se 
respeitar o que é disposto em nossa Constituição Federal, na 
qual consta a disciplina da competência tributária.
Ou seja, a competência tributária é o poder que a Constituição 
Federal atribui a um determinado ente político para que este 
institua um tributo, descrevendo, assim, em instrumento 
legislativo próprio, todos os elementos necessários para o seu 
cálculo, sua cobrança e fiscalização, ou seja, determinação de 
sua hipótese de incidência, seu sujeito ativo e passivo da relação, 
sua base de cálculo e sua alíquota.
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Em caso de não estar expressamente contida na Constituição 
Federal, a quem cabe a tributação, caberá à União Federal a 
instituição dos tributos.
Assim, temos que a competência para tributar foi conferida 
pela Constituição Federal: o artigo 153 atribuiu à União, o artigo 
155 definiu a competência cabível aos estados e Distrito Federal, 
enquanto que pelo artigo 156 as imposições tributárias podem 
ter a regulamentação realizada pelo município.
As contribuições e os empréstimos compulsórios são de 
competência exclusiva da União, não cabendo, inclusive, o 
repasse de receita proporcional aos demais entes tributantes.
Vale ainda esclarecer que a competência tributária tem 
seis características básicas e que devem ser estritamente 
observadas:
a. privatividade: revela a exclusividade de determinado ente 
com relação à competência que lhe foi nessas condições 
atribuída;
b. indelegabilidade: determinado ente político não pode 
delegar sua competência tributária para que seja exercida 
por outro ente político;
c. incaducabilidade: a competência tributária perdura no 
tempo ainda que não tenha sido exercida;
d. inalterabilidade: não pode ser alterada sob qualquer 
hipótese ou justificativa;
f. irrenunciabilidade: ainda que não queria exercer, o ente 
político não pode a ela renunciar ou dela dispor, sendo, 
portanto, indisponível;
g. facultatividade: do exercício, que decorre da existência ou 
não, de interesse em tributar, pela pessoa política, para 
tanto, constitucionalmente habilitada.
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Por tudo o que foi trazido, podemos concluir que a 
competência tributária é a capacidade legislativa em matéria 
tributária.
3.1 Competência tributária dos impostos da 
união
a. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza 
– IR (CF, artigo 153, III e CTN, artigos 43 a 45).
a.1. Função: sua função é fiscal, ou seja, representa uma 
importante fonte de renda para a União.
a.2. Fato gerador: é a aquisição de disponibilidade econômica 
ou jurídica da renda e de proventos de qualquer 
natureza.
Como conceito de renda, podemos, em linhas gerais, 
considerar o produto do capital, do trabalho ou da combinação 
de ambos; a principal caracterização é que haja para esse 
conceito a periodicidade.
Já como proventos de qualquer natureza temos qualquer 
acréscimo que não seja compreendido no conceito de renda, 
haja vista que a simples disponibilidade jurídica já possibilita a 
incidência do imposto de renda; portanto, não se faz necessário 
que o contribuinte efetivamente receba a renda ou aufira o 
acréscimo patrimonial para que se tenha a incidência do imposto 
de renda.
a.3. Base de cálculo: note-se que existem várias formas de 
apuração do imposto de renda, dependendo, inclusive, se 
o sujeito passivo é uma pessoa jurídica ou uma pessoa 
física.
Via de regra, a base é o montante real da renda e dos 
proventos tributáveis (CTN, artigo 44). Em caso de pessoa 
jurídica, há uma sistemática ao seu recolhimento, podendo o 
contribuinte optar pelo lucro real, presumido ou arbitrado.
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a.4. Alíquota: a alíquota do imposto de renda varia de acordo 
com o contribuinte. Para pessoa física, atualmente, na 
tabela progressiva estipulada, dependendo do rendimento, 
a alíquota a ser aplicada será de 15% a 27,5%.
Já nos casos de os contribuintes serem pessoas jurídicas, a 
alíquota é de 15%, e, dependendo do valor do lucro apurado (de 
acordo com a opção do contribuinte), deverá ainda o contribuinte 
efetuar um recolhimento com uma alíquota excedente de 10%.
a.5. Contribuinte: qualquer pessoa física ou jurídica, 
independente de qualquer ato de regularidade ou 
habitualidade na realização do fato gerador.
b. IPI: Impostos sobre Produtos Industrializados
b.1. Função: têm função fiscal, representando grande fator 
de arrecadação federal. No mais, têm ainda a função 
extrafiscal para o Governo quanto à regularização da 
economia.
b.2. Fato gerador: (CTN, artigo 46): o desembaraço aduaneiro 
do produto quando importado, a saída do produto 
industrializado do estabelecimento importador, do 
industrial, do comerciante ou arrematante e a arrematação 
do produto quando abandonado e levado à leilão.
b.3. Base de cálculo: são várias as formas de apuração da base 
de cálculo, dependendo do item em que o fato gerador 
esteja alocado. Assim, no caso da mercadoria importada, a 
base de cálculo será a mesma do Imposto de Importação, 
acrescida deste e de todas as taxas utilizadas quando do 
desembaraço da mercadoria.
Nos casos em que o produto é industrializado em território 
nacional, a base de cálculo levará em conta o valor da saída 
do produto do estabelecimento, ou, em caso de não existência 
de comprovação do mesmo, o valor da mercadoria similar no 
mercado.
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Por fim, para os produtos leiloados, o fato gerador se dará 
pelo valor do preço da arrematação.
b.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função 
parafiscal, ou seja, com a possibilidade de regulação do 
mercado, a alíquota do IPI, a título de exceção, pode ser 
alterada através de Decreto, independentemente de lei 
que regulamente a nova alíquota.
Dessa forma, e, em respeito ao princípio da seletividade, em 
relação à essencialidade do produto, que regulamenta que a 
alíquota do IPI deva ser menor ou até zero para produtos que 
sejam essenciais para a população, verificamos que atualmente 
as alíquotas variam de acordo com o produto, podendo ser de 
0% a 350%.
b.5. Contribuinte: (Artigo 51, CTN): o importador ou a 
quem se equipare ao mesmo; o industrial ou a quem a 
ele se equiparar ou, ainda, o arrematante de produtos 
apreendidos ou abandonados, que forem objeto de leilão.
Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que 
é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da 
não cumulatividade, em que se compensa o que for devido 
em cada operação com o montante cobrado nas operações 
anteriores.
c. II – Imposto de Importação (CF, artigo 153, I e CTN, artigo 
19 a 22)
c.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que 
serve, primordialmente, para que haja um controle da 
balança comercial de nosso país, não sendo visto pela 
União como grande fonte arrecadatória.
c.2. Fato gerador: (CTN, artigo 19): a entrada em território 
nacional de produtosoriundos de outros países.
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c.3. Base de cálculo: é o preço normal que o produto 
alcançaria, quando de sua importação, em operação de 
livre concorrência, revelada pelo valor da fatura comercial 
correspondente.
c.4. Alíquota: por se tratar de um imposto com função 
parafiscal, ou seja, com possibilidade de regulação da 
balança comercial, a alíquota do II, a título de exceção, 
pode ser alterada através de Decreto, independentemente 
de lei que regulamente a nova alíquota.
c.5. Contribuinte: (Artigo 22, I, CTN): o sujeito passivo desse 
imposto é o importador ou quem se equipare ao mesmo 
através de força legal.
e. IOF: Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro 
e sobre operações relativas a títulos e valores imobiliários 
(CF, artigo 153, V e CTN, artigo 63 a 67).
e.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, já que serve, 
primordialmente para que haja um controle do mercado 
de crédito, câmbio e seguro, embora não se descarte a 
fiscal (arrecadatória), inclusive o que foi recentemente 
comprovado: com o fim da cobrança da CPMF, houve uma 
majoração na alíquota desse imposto, para suprir o déficit 
arrecadatório trazido pela ausência do recolhimento da 
CPMF aos cofres públicos.
e.2. Fato gerador: (CTN, artigo 63): o IOF incide sobre as 
operações mencionadas. E também sobre o ouro, desde 
que definido por lei como ativo financeiro.
e.3. Base de cálculo (CTN, artigo 64): é variada de acordo com 
o fato gerador desse imposto; por exemplo, em operações 
de crédito é o montante da obrigação, compreendendo o 
principal e os juros e, ainda, quando se tratar de operações 
de seguro, é o montante do prêmio.
e.4. Alíquota: o IOF não tem obrigatoriedade em respeitar 
o princípio da anterioridade, motivo pelo qual o Poder 
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Executivo pode, a partir do momento em que majorar 
ou alterar a alíquota, iniciar a sua cobrança imediata. 
No mais, quanto à fixação das alíquotas, elas podem ser 
variadas, dependendo do momento econômico do País e 
do fato gerador praticado.
e.5. Contribuinte: (CTN, artigo 26): qualquer das partes 
envolvidas numa das operações hipoteticamente 
descritas, ensejadoras de imposição tributária pelo IOF, 
pode ser definida na figura de contribuinte tributário pelo 
legislador.
f. ITR: Imposto sobre a Propriedade Rural (CF, artigo 153, VI 
e CTN, artigo 29).
f.1. Função: sua principal função é ser extrafiscal, uma vez 
que também pode ser utilizado como instrumento de 
controle da propriedade rural.
f.2. Fato gerador: (CTN, artigo 29): é a propriedade, domínio 
útil ou posse de terra, fora da zona urbana, tomando 
por base o 1º de janeiro de cada ano. Não importa a 
destinação efetiva do imóvel, agrícola ou residencial, 
o que é considerado para efeito desse imposto é a sua 
localização, em área fora da zona urbana.
f.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): é o valor fundiário do 
imóvel, o que pode também ser considerado como o valor 
venal do imóvel, deste subtraídos os valores dos bens a ele 
incorporados.
Pode ser concedido um benefício fiscal ao contribuinte que 
utilizar o seu latifúndio, acarretando redução de até 90% do 
imposto devido.
f.4. Alíquota (Lei n. 9.393/93): a alíquota varia de acordo com 
o tamanho da área e sua utilização, respeitando, assim, os 
limites de 0,3% até 20%.
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f.5. Contribuinte: (CTN, artigo 31): são os proprietários 
de imóveis e os titulares de seu domínio útil, ou seus 
possuidores a qualquer título.
3.2 Competência tributária dos impostos dos 
estados-membros e do Distrito Federal
a. ITCMD: Imposto sobre Heranças e Doações (CF, artigo 155, 
I e CTN, artigos 35 a 42)
a.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, 
visa prover recursos para a manutenção dos estados e do 
Distrito Federal.
a.2. Fato gerador: no caso de herança, é a transmissão de 
bens de pessoa falecida para os seus herdeiros. Já nos casos 
de doação, o fato gerador dá-se por realizado, quando se 
aperfeiçoa a doação.
a.3. Base de cálculo (CTN, artigo 30): fica a critério de cada 
estado, ou do Distrito Federal, onde se realize o fato 
gerador, destacando que a mesma não poderá ser superior 
ao valor venal do imóvel.
a.4. Alíquota (Resolução n. 9/92): fixou-se a alíquota máxima 
de 8%, mas cabe ao Ente Tributante dispor, na legislação 
estadual, a quem entende que deva ser aplicada em seu 
território.
a.5. Contribuinte: (CTN, artigo 42): será sempre o doador ou 
donatário, para os casos de doação, e, no caso de herança, 
será o beneficiário do bem ou direito transmitido.
b. ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de 
Mercadorias e prestação de serviços (CF, artigo 155, II).
b.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, ou seja, 
visa prover recursos para a manutenção dos estados e 
do Distrito Federal, sendo atualmente uma das maiores 
fontes de arrecadação destes.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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b.2. Fato gerador (LC 87/96, artigo 2): a circulação de 
mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação, 
desde que com o intuito de venda, ainda que a 
título gratuito; prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal, por qualquer via ou 
pessoa; prestação onerosa de serviços de comunicação, 
por qualquer meio; fornecimento de mercadorias 
com prestação de serviços não compreendidos na 
competência tributária dos municípios; fornecimento 
de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao 
imposto sobre serviços, quando a Lei Complementar 
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual; sobre a entrada de mercadoria 
importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, 
ainda que se trate de bem destinado a consumo ou 
ativo permanente do estabelecimento; sobre o serviço 
prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; sobre a entrada, no território do 
estado destinatário, de petróleo, inclusive, lubrificantes 
e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de 
energia elétrica, quando destinados a comercialização 
e à industrialização, decorrentes de operações 
interestaduais, cabendo o imposto ao estado onde 
estiver localizado o adquirente.
b.3. Base de cálculo: considera-se como regra que a base 
de cálculo será o valor da operação a que deu origem a 
circulação ou o preço do serviço respectivo, cabendo o 
destaque para a situação de substituição tributária, em 
que o valor da base de cálculo é presumida.
b.4. Alíquota (CF, 155, parágrafo 2, V): cabe aos estados e ao 
Distrito Federal fixar as alíquotas a serem aplicadas para 
cálculo do ICMS, e cabe ao Senado Federal estabelecer 
alíquotas mínimas para as operações, internas ou ainda a 
fixação de alíquotas máximas para as operações, visando 
resolver conflito específico decorrente de interesse de 
estados.
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Levando em conta que as operações de circulação de 
mercadorias podem envolver vários estados, é obrigatória a 
existência de alíquotas-padrão para todos, motivo pelo qual, 
estas são dispostas pelo Senado Federal.
Tendo em vista que o ICMS respeita o princípio da 
seletividade e da essencialidadeem razão do produto, estamos 
diante do fato de que as alíquotas a serem aplicadas pelo Ente 
Tributante deverão ser menores a produtos de primeira ordem 
de necessidade, tais como determinados tipos de alimentos.
b.5. Contribuinte: o contribuinte do ICMS é o estabelecimento 
que remete a mercadoria na operação de circulação.
Com relação a esse imposto, cabe a consideração de que 
é respeitado e aplicado para o seu cálculo o princípio da não 
cumulatividade, em que se compensa o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas operações anteriores, 
tendo grande semelhança, nesse ponto, com o IPI.
c. IPVA: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores 
(CF, artigo 155, III).
c.1. Função: sua principal função é puramente fiscal, embora 
haja no texto legal a seletividade de acordo com o tipo de 
combustível empregado.
c.2. Fato gerador: propriedade de veículo automotor, 
abrangendo veículos terrestres, aeronaves e embarcações; 
o conceito de veículos terrestres abrange também os 
automóveis, motocicletas, ônibus, caminhões etc.
c.3. Base de cálculo: o valor do veículo a cada ano.
c.4. Alíquota: estipulada em cada estado, podendo variar de 
acordo com a utilidade do veículo.
b.5. Contribuinte: o proprietário do veículo, o que, na prática, 
representa a pessoa na qual está licenciado o veículo.
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