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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PEDAGOGIA CURRÍCULO ESCOLAR: UMA ELABORAÇÃO SIGNIFICATIVA? THABATA KELLI GARCIA FLORIANOPOLIS 2020 1. OBJETIVOS O objetivo geral a é desenvolver uma reflexão sobre a função de socializar o currículo escolar, onde inúmeras vezes, a escola fragmenta o currículo, isto é, não o valoriza como uma construção histórico-cultural, social e educacional. O objetivo específico compreende a importância do currículo escolar na aprendizagem significativa dos discentes, no contexto formal e no contexto informal. 2. INTRODUÇÃO O presente estudo tem por objetivo analisar a importância do currículo escolar em meia a educação. O currículo escolar permite uma melhor organização dos conteúdos e das atividades a serem trabalhadas pelo docente de forma ética e democrática. Desde então, deve-se haver o entendimento por parte daqueles que compõem a equipe escolar, que o currículo vai além da compreensão de disciplinas isoladas, de conteúdos, conhecimentos passivos e fragmentados. Não se pode negar, que os conhecimentos fragmentados estão inseridos em muitas escolas da atualidade, onde muitas vezes, escolas antidemocráticas buscam oferecer esse saber manipulável aos seus discentes. Em análise o presente, foi vista a importância e a abrangência do currículo escolar, na vida social, bem como seu aspecto sócio cultural. Em relação à pesquisa exploratória, Gil (2010, p.27), descreve que, as pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Levando em conta os estudos sobre o currículo no contexto escolar e sua função social, elaborou–se o seguinte problema de pesquisa. Por que contemporaneamente muitas escolas utilizam o currículo escolar apenas para a apropriação de conteúdos e disciplinas isoladas? Esse fato, não atende a diversidade cultural presente em nossa sociedade, onde, o currículo escolar é histórico e não pode ser visto como disciplinas isoladas, e sim, que remete uma série de valores que devem ser verificados por cada profissional da educação. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Buscando formas de entender a importância do currículo escolar na concretização de objetivos específicos na área da educação, a realização deste baseou–se, em pesquisa bibliográfica. Identificou-se, a necessidade da escola juntamente com os professores/educadores, rever práticas pedagógicas, assim como, compreender nitidamente a influência e importância do currículo escolar nos diversos contextos sociais. É importante perceber a função no currículo. Menezes (2005, p.20), a pesquisa qualitativa “considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números”. O estudo de natureza qualitativa possibilitou um aprofundamento significativo e construtivo sobre o currículo escolar e o conjunto de atividades desenvolvidas pela escola nos diversos contextos sociais. 4. CURRÍCULO ESCOLAR: UMA ELABORAÇÃO SIGNIFICATIVA? As diferenças entre bncc e currículo são as de que o bncc é um documento que esclarece o que todas as crianças e jovens têm direito a aprender nas escolas e os objetivos que precisam alcançar já o currículo o caminho para garantir esses direitos e objetivos. São as propostas e estratégias para guiar o que acontece em sala de aula. O currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de alguma forma aparece nos livros e nas salas de aula de um país. Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção feita por alguém, as visões que algum grupo tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido pelos conflitos, tensões e compromissos culturais, políticos e econômicos que organizam e desorganizam um povo. (APLLE, 2000, p. 53) Para Sácristán e Gómez “A escolaridade é um percurso para alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade”. (1998, p. 125). De acordo com Krug: “O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o entende em sua função socializadora e cultural, bem como forma de apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro as atividades escolares”. (2001, p. 56). O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o entende em sua função socializadora e cultural, bem como forma de apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro as atividades escolares. (2001, p. 56). Atualmente, verifica-se que ainda há professores/educadores, que demostram compreender o currículo escolar, como, uma área meramente técnica, passiva/ neutra. Segundo Moreira e Silva (1994, p. 7), o currículo tem que possuir uma “tradição” crítica, pois: Conforme indica Zotti: “Inserido no campo pedagógico, o termo passou por diversas definições ao longo da história da educação. Tradicionalmente o currículo significou uma relação de matérias/disciplinas com seu corpo de conhecimento organizado numa sequência lógica, com o respectivo tempo de cada uma (grade ou matriz curricular). Esta conotação guarda estreita relação com o “plano de estudos”, tratado como o conjunto das matérias a serem ensinadas em cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma.” (2008) Segundo Moreira e Candau: “Currículo associa-se, assim, ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com as intenções educativas. Por esse motivo, a palavra tem sido usada para todo e qualquer espaço organizado para afetar e educar pessoas, o que explica o uso de expressões como o currículo da mídia, o currículo da prisão etc. Nós, contudo, estamos empregando a palavra currículo apenas para nos referirmos ás atividades organizadas por instituições escolares. Ou seja, para nos referirmos á escola.” (2008, p. 18). Quando se fala de currículo, trata-se da escola e da maneira como os conteúdos são passados e sequenciados no processo pedagógico. Não existe um currículo único a ser seguido por todas as instituições brasileiras, pois em seu art. 26 a Lei n° 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN), define disciplinas de Base Nacional comum, àquelas que devem ser ensinada em todo o país, e uma parte diversificada, aquela exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. De acordo com o parecer CNE/CEB 4/98, que estabelece diretrizes curriculares para o Ensino Fundamental, a parte diversificada “envolve os conteúdos complementares, escolhidos por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à Base Nacional Comum, de acordo com as características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia, refletindo-se, portanto, na Proposta Pedagógica de cada escola, conforme o artigo 26”. (BRASIL, 1992). Portanto percebe-se a necessidade do currículo para embasar as atitudes do educador nas leis vigentes. 4. RESULTADOS E CONCLUSÕES https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/ensino-fundamental https://www.nucleodoconhecimento.com.br/tag/ensino-fundamental O currículo escolar deve envolver além de questões ambientais, abordagens sociais e as necessidades da comunidade em que o aluno está inserido. É necessário um entendimento por parte de toda a equipe escolar, que o currículo não deve ser organizado em matérias/disciplinas isoladas, pois tal forma de organização, separa, fragmenta e empobrece as inter-relações entre professores, estudantes e comunidade escolar, assim como empobrece o ensino-aprendizagem. A adaptação curricular é bastante importante para o favorecimentodas diferenças no âmbito educacional, onde se analisa, que as escolas quando buscam adquirir tais adaptações curriculares, o currículo escolar é um instrumento indispensável na organização do trabalho pedagógico. Os resultados da pesquisa demonstraram que um currículo bem planejado e elaborado coletivamente com a participação toda a comunidade escolar, certamente a escola conseguirá desenvolver uma aprendizagem bastante crítica, reflexiva. REFERÊNCIAS APLLE, Michael W. Repensando ideologia e currículo. In: MOREIRA, A.F.; SILVA, T.T. Currículo, Cultura e Sociedade. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2000. BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de novembro de 1996. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394. Acesso em: 22 de Agosto de 2019. ___________. Ministério da Educação e Cultura. Disponível em: www.mec.gov.br Acesso em: 02 de Setembro. 2019. Câmara de Educação Básica. Parecer CEB n. 04/98: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: MEC/CNE, 1998b. FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184p. KRUG, A. Ciclos de Formação: uma proposta transformadora. Porto Alegre: Mediação, 2001. MAIA, Christiane Martinatti. Didática: organização do trabalho pedagógico/ Christiane Martinatti Maia, Maria Fani Scheibel. – 1.ed., rev. – Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016. 192 p.: il.; 28 cm. ISBN 978-85-387-6219-5 MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa. Texto – Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura / Antônio Flávio Barbosa Moreira, Vera Maria Candau; organização do documento Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. MORREIRA, A. F. B; CANDAU, V. M. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. São Paulo: Vozes, 2008. PACHECO, José Augusto. Currículo: teoria e práxis. Porto: Porto Editora, 2001. SACRISTÁN, J. G; GOMES, P. Compreender e transformar a escola. 4. Ed. 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